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P. André Martin Radinz Palmeira de Santa Joana – Itaguaçu/ES
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PÁSCOA – Transformação e Libertação
O agricultor, com esperança, olha os sinais da natureza antes de lançar suas sementes na terra. A mulher grávida fica atenta aos sinais que indicam que a gravidez está chegando ao seu final. Uma nova vida está por chegar. É preciso planejar e cuidar. Mas, sobremaneira, é preciso confiar e esperar. Pois, em ambos, algo está além de nossas forças e méritos. Mãe e filho, colo e cuidado, amor e doação, semente e terra, sonhos e expectativas, frutos e sustento. No tempo do advento e natal nos foi permitido viver de forma muito intensa tudo isso. Esperamos e contemplamos o amor na sua forma mais sublime e pura. Deus se faz humano e vem habitar entre nós. “A Palavra se tornou um ser humano e morou entre nós, cheia de amor e de verdade” (João 1.14).
Semente caiu neste solo, selou seu destino, o verbo se fez nosso irmão. Chegou cá na terra, no colo de um vento divino,mostrou o que é doação (HPD – 316.1).
A planta cresce e enche de esperança o agricultor. A criança nascida em Belém também trouxe esperança para aqueles que viviam injustiçados, oprimidos e marginalizados. Jesus Cristo, por meio de seus ensinamentos, fez com que flores e frutos, sinais do Reino de Deus, fossem experimentados. A semente germinou, a planta cresceu e seus frutos puderam ser saboreados. “Conforme crescia, Jesus ia crescendo também em sabedoria; e tanto Deus como as pessoas gostavam cada vez mais dele” (Lucas 2.52).
Os frutos do Reino de Deus alimentaram e alimentam famintos. Porém, a fome humana vai muito além. Desejamos sempre mais, queremos o conhecimento igual ao de Deus. Quem sabe para lucrar com os frutos. A ambição, a corrupção, a mesquinhez humana não conseguiu ver na mensagem de Jesus o Novo. Fruto deste desconhecimento: morte. “Ele tinha a natureza de Deus, mas não tentou ficar igual a Deus. Pelo contrário, ele abriu mão de tudo o que era seu e tomou a natureza de servo, tornando-se assim igual aos seres humanos. E, vivendo a vida comum de um ser humano, ele foi humilde e obedeceu a Deus até a morte – morte de cruz” (Filipenses 2.6-8). “A planta cresceu e das flores nasceram os frutos: o amor entre nós semeou. Mas não escapou dos horrores de homens tão brutos; e a planta em silêncio tombou” (HPD– 316.2). Passamos pela sexta-feira da paixão. Dor e sofrimento também fizeram parte da vida de Jesus Cristo. A brutalidade humana, não foi suficiente para acabar com o plano de libertação. Foi preciso que a semente voltasse à terra para que as pessoas enxergassem o poder que está além da nossa compreensão. Páscoa, festa da libertação. O amor vence o medo. Fragilidade que mostra sua força. Sacrifício em favor da vida.
“Terceira manhã gloriosa: brotou novamente a planta em divina ação. E hoje, já bem mais vistosa,a frágil semente ainda é seu forte refrão” (HPD– 316.3).
Por meio de Jesus Cristo, somos novas criaturas. A imagem da semente voltando para a terra e brotando nos revela o que há de vir: RESSURREIÇÃO. O sofrimento da Cruz traz esperança por uma nova vida junto ao Deus Criador. Não podemos entender a obra da cruz sem o conhecimento dessa que é a mais simbólica das festas de Deus. Por meio da palavra, dos sacramentos e da vivência comunitária, somos constantemente alimentados. Páscoa fala da nossa LIBERTAÇÃO para servirmos Deus. É chegado o momento de vivermos o Novo. Não podemos e não devemos buscar o lucro a qualquer preço. Precisamos viver na perspectiva do Reino de Deus entre nós. Páscoa é a celebração da fé no radicalmente novo, para que o povo de Deus jamais se esqueça quem ele foi, quem é e o que deve ser. “O amor consiste no seguinte: não fomos nós que amamos a Deus; mas foi Ele que nos amou e nos enviou o seu Filho como vítima expiatória por nossos pecados. Se Deus nos amou a tal ponto, também nós devemos nos amar uns aos outros” (1João 4.10-11).
“Semente que morre, que brota, então: da uva ao vinho, do trigo ao pão; e destes à fé e à esperança na festa da ressurreição. Semente que morre e brota do chão: da uva e do trigo se faz vinho e pão; e destes o amor se alimenta na festa da libertação” (HPD– 316 – estribilho).