Eixo Mouzinho/Flores Territ贸rio do Recolhimento e do Mercadejar
INICIAR
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ÍNDICE Mensagem do Presidente da Câmara Municipal do Porto .......... 03 Apresentação do Programa .......... 04 Apresentação do Roteiro .......... 07 Consolidação do Território .......... 09 1. Cardosas/Lóios .......... 19 2. Flores .......... 44 3. S. Francisco/S. Domingos .......... 61 4. Infante .......... 83 5. Mouzinho da Silveira .......... 129 Bibliografia .......... 150 FICHA TÉCNICA .......... 151 AGRADECIMENTOS .......... 153
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Revisitar a Alma do Porto... Em boa hora a “Porto Vivo, SRU” se propôs editar
fazer renascer o valiosíssimo espólio dos nossos
o Guia Eixo Mouzinho/Flores, que agora chega às
antepassados. E o Eixo Mouzinho/Flores acordou do
mãos dos leitores. Porque para além de evidenciar
seu torpor para o século XXI. Ele aí está, a mostrar-
a relevância da regeneração em curso de uma
-se de novo em todo o seu esplendor.
importante zona da Baixa da Cidade, conduz-nos ao imaginário de outros tempos, onde a alma do
Se hoje o roteiro deste guia é já um percurso que
Porto respirava iniciativa, exibia o seu bom gosto,
das memórias do passado nos traz até ao sonho do
enaltecia as virtudes das nossas gentes, gozava os
futuro, amanhã – até ao final de 2013 – a conclusão
proveitos do sucesso.
da reabilitação do espaço público que lhe serve de espinha dorsal será o testemunho vivo de uma
As décadas foram-se sucedendo. Os tempos
outra era, oferecendo novos caminhos, estimulantes
causticaram a ação. Os desafios quebraram o
desafios, e oportunidades de eleição. De S. Bento ao
limite da força humana. E a vertigem da mudança
Infante, vai um salto do tamanho da alma do Porto…
superou o ritmo das gerações. Ano após ano foram-se exaurindo os recursos que o passado legou aos herdeiros do nosso tempo. Impunha-se, assim,
Rui Rio Presidente da Câmara Municipal do Porto
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Programa de Acção para a Reabilitação Urbana do Eixo Mouzinho/Flores_ CH.2
1. Território de Intervenção.
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O Programa de Reabilitação Urbana do Eixo
do Porto, Porto Vivo, SRU, Associação Porto Digital,
Mouzinho/Flores é mais uma das 10 Operações que
Fundação da Juventude, Santa Casa da Misericórdia
constituem a estratégia territorial definida no Plano
do Porto e TRENMO-Engenharia, S.A.
de Gestão do Centro Histórico do Porto Património Mundial.
O Programa desenhado assenta nas seguintes Operações:
É uma zona com 11 ha de território, com 15
• Estudo para a Mobilidade no Centro Histórico
quarteirões, 421 parcelas e mais de 200 000 m2
– estudo adjudicado a uma empresa com forte
de área construída; deste edificado, 45% está em
experiência neste domínio, e que propôs um modelo
mau estado, 20% está devoluto e 40% está apenas
de actuação sobre o desenho do espaço público, o
parcialmente ocupado.
estacionamento, os transportes e a mobilidade; • Requalificação do Espaço Público – intervenção
Trata-se de um Programa que em parte está
municipal em cerca de 35.000 m2 de superfície
comparticipado pelo QREN / ON.2 no âmbito de um
entre os Lóios e o Infante, que reviu o desenho
Protocolo de Financiamento assinado em Junho de
urbano, gerou novos espaços pedonais e um novo
2009, e que originou um Programa de Acção dirigido
esquema de trânsito, aumentou passeios e substituiu
para a regeneração de componentes urbanas que
pavimentos e redes de infraestruturas;
contribuam para a re-habitação da área e também
• Modernização e Qualificação dos Ninhos de
para a sua revitalização económica, isto porque para
Empresas – acção da responsabilidade da Fundação
além de se tratar de uma área classificada como
da Juventude, que regenerou os espaços destinados
Património Mundial, é um eixo central nos percursos
a instalar novas empresas existentes na Casa da
turísticos do Centro Histórico do Porto – da Baixa à
Companhia, na Rua das Flores;
Ribeira – com elevada visibilidade, mas deteriorado
• Apoio ao Empreendedorismo – projecto da Cidade
e deprimido nas suas funções vitais do quotidiano.
das Profissões / Associação Porto Digital, tendo em
E por isso o comércio local, a qualidade ambiental e
vista o apoio à instalação de empresas e o aumento
a vivência intensiva, estão prejudicados apesar de o
da dinâmica empresarial;
potencial ser enorme.
• Feiras Francas – realização de um conjunto de eventos articulados com a actividade do Palácio das
Para exponenciar a mudança que, de facto, já está
Artes - Fábrica de Talentos, cuja responsabilidade
em curso, foi definida uma estratégia que se centra
recaiu sobre a Fundação da Juventude;
na qualificação do espaço público – do seu conforto,
• Instalação do Museu da Santa Casa da Misericórdia
das facilidades disponibilizadas e da mobilidade –
do Porto – acção desenvolvida tendo em vista
juntando-se a este vector, outros mais dedicados às
estruturar o espólio e preparar conteúdos a integrar
actividades económicas, comerciais, de lazer e de
no futuro Museu de Arte Sacra;
turismo. E constituiu-se uma Parceria entre diversas
• Criação do Circuito do Vinho do Porto – adaptação
entidades públicas e privadas: Câmara Municipal
de espaços da Casa da Companhia, primeira sede
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da Real Companhia Vinícola, no sentido de criar um percurso da produção e do negócio do Vinho do Porto, criando também um local de provas; • Instalação e Operacionalização da Gestão de Área Urbana – expansão da responsabilidade e da presença da Equipa já estabelecida no Morro da Sé e a estender a todo o Centro Histórico, tendo em vista articular programas e políticas de dinamização e animação urbana; • Valorização do Espaço e do Comércio Tradicional através da Memória – criação de uma base de dados das unidades comerciais do Eixo Mouzinho/ Flores baseado no historial das actividades, dos comerciantes e das empresas. O Programa de Reabilitação Urbana do Eixo Mouzinho/Flores é um processo integrado que atinge os M€9 e tem comparticipação FEDER, a fundo perdido, de M€6,5, estando a sua conclusão prevista para o final de 2013. Acresce a este investimento, que se sustenta no Programa de Acção, um investimento de cerca de M€70 da responsabilidade primeira dos proprietários do parque edificado existente. Paulo de Queiroz Valença Coordenador do Gabinete de Operações Especiais e do Programa de Acção para a Reabilitação Urbana do Eixo Mouzinho/Flores Porto Vivo, SRU
2. Programa de Acção do Eixo Mouzinho/Flores. 1 - Requalificação do espaço público 2 - Museu de Arte Sacra da Santa Casa da Misericórdia 3 - Ninho de empresas (Casa da Companhia) 4 - Circuito do Vinho do Porto (Casa da Companhia)
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Apresentação do Roteiro O Guia Eixo Mouzinho/Flores – Território do
instituições, empresas e actividades, marcas do
Recolhimento e do Mercadejar é uma acção
passado e do presente. Pessoas e agentes, que são
integrada na Operação Plano de Comunicação que
parte da existência do local. E situações imateriais
faz parte do rol de operações do Programa de Acção
que são a argamassa desta construção global.
para a Reabilitação Urbana do Eixo Mouzinho/Flores _ CH.2, que foi comparticipado pelo QREN / ON2.
O Guia, porque trata um eixo, assenta num só circuito – entre S. Bento e o Infante. Inicia-se e
Visa estruturar a percepção de um espaço e de um
desce pelas Flores e sobe pela Mouzinho da Silveira,
contexto urbanos, quer através da sua realidade
respeitando assim a idade de abertura destas
actual (e até futura), quer através da sua história
artérias, mas contrariando o sentido das águas do
e das suas estórias. Uma realidade com 500 anos
Rio da Vila que vão desaguar ao Douro. E diverge,
e que hoje se assume como um dos factores da
pontualmente, aqui e ali, pelas imediações, para
mudança e da modernização do Centro Histórico do
salientar mais um marco ou um episódio da vida
Porto, que a UNESCO entendeu, e bem, classificar
deste território, onde a Igreja, com os seus Mosteiros
como património da humanidade em 1996. Um eixo
e Conventos, e onde o negócio, com as feiras e a
que surgiu como motivo de organização da cidade
actividade comercial, foram sempre a base da sua
medieval e de percurso de escoamento de produtos
vivência e da sua vitalidade.
que chegavam pelo Douro, e que hoje serve de ligante entre a Baixa e a Ribeira e assim de colector dos inúmeros turistas que nos visitam. No Guia Eixo Mouzinho/Flores – Território do Recolhimento e do Mercadejar identificam-se e caracterizam-se elementos do património construído,
Paulo de Queiroz Valença Coordenador do Gabinete de Operações Especiais e do Programa de Acção para a Reabilitação Urbana do Eixo Mouzinho/Flores Porto Vivo, SRU
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1. Cardosas / L贸ios 2. Flores 3. S. Francisco / S茫o Domingos 4. Infante 5. Mouzinho da Silveira
3. Mapa do Roteiro.
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Consolidação do Território Antes da Ocupação
4. Maqueta do Porto Medieval.
O Porto primitivo nasce e desenvolve-se em redor
partir do século XIV existia já o projecto de aí
do núcleo do Monte de Pena Ventosa, onde hoje
se criar uma sinagoga e um núcleo destinado à
encontramos a Sé e o Paço Episcopal, dando origem
comunidade judaica. Estas duas comunidades,
a pequenas ruelas e vielas que se estenderão,
apesar de afastadas, aproximam-se através de
primeiramente, à volta do supracitado local, para
inúmeras pontes, que atravessavam o Rio da Vila,
depois se desenvolverem ao longo do Rio da Vila
e cuja presença se faz ainda hoje sentir entre nós,
que bordejava o Morro e que se predispunha à
toponimicamente, em ruas como a Rua da Ponte
implementação de diversas actividades, como por
Nova, cuja ponte ligaria a futura Rua das Flores com
exemplo o curtume de peles, na área que hoje
a Rua da Bainharia (artéria antiga, cujo nome se
designamos, por essa razão, dos Pelames. A cidade
deve à concentração de mesteres ligados à produção
vai descendo, estendendo-se até ao Rio Douro,
de bainhas para espadas), ou mesmo como a Rua do
zona de rápido crescimento comercial relacionado
Souto, hoje mais reduzida na sua extensão, mas que
com actividades portuárias. Contudo, o Porto, a
até ao processo de abertura da Rua de Mouzinho da
partir do século XIII e XIV, sentirá a necessidade
Silveira, atravessava ambos os morros, prosseguindo
de se expandir para o Morro da Vitória, onde a
pela hoje denominada Rua dos Caldeireiros.
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rua das flores A Rua das Flores, anteriormente designada por Rua Nova de Santa Catarina das Flores, começou a ser aberta em 1521, segundo ordem régia de D. Manuel I, e localiza-se na margem direita do Rio da Vila, nos terrenos das Hortas do Bispo, do Cabido e da Misericórdia, servindo assim de ligação entre o Largo de S. Domingos e o Mosteiro de S. Bento de Avé-Maria. A abertura deste arruamento cumpre também a função de integrar na cidade o Mosteiro que se começara a edificar em 1518, pois era desejo de D. Manuel I, segundo a regra de S. Bento, concentrar as comunidades de mulheres religiosas num único local, evitando os lugares ermos para sua habitação; só quase vinte anos após o início da sua construção, em 1535, já no reinado de D. João III, estaria terminado este Mosteiro de S. Bento de Avé-Maria1. A sua importância reflecte-se, também, no facto de ter sido a primeira rua calcetada do Porto. O seu calcetamento foi financiado pelos moradores que, entretanto, começam a adquirir à Mitra e ao Cabido o foro do terreno para a construção das suas casas. Cumpria ao enfiteuta (arrendatário) pagar anualmente por volta do S. Miguel de Setembro (dia 29 de Setembro) um valor previamente estipulado. Estas casas, dependendo do seu senhorio, eram marcadas com diferentes símbolos: a roda do martírio de Santa Catarina ou roda navalhada de Santa Catarina, que podemos encontrar nos edifícios com os n.os 60-62, 66-76, 130-138 e 277-279, era um signo bispal assinalando a propriedade da Mitra; as marcas no cunhal, em baixo ou alto-relevo, representando S. Miguel, o Arcanjo, eram símbolo do Cabido, podendo encontrar-se, ainda hoje, em vários edifícios desta rua. A Rua Nova de Santa Catarina das Flores, afirmar-se-ia como um dos mais importantes eixos de circulação da época, retirando importância ao eixo viário existente e que passava pela Rua do Souto e Rua dos Mercadores, unindo a zona ribeirinha à Porta dos Carros e à nova zona urbana do Olival. É de sublinhar que esta nova ligação era de extrema importância, pois relacionava as três zonas de maior actividade económica: junto à Porta dos Carros, no Largo de S. Bento de Avé-Maria, realizava-se, sob protecção das freiras beneditinas, uma feira onde se mercandava leite, hortaliças e fruta2, feira essa que se manteria activa até à extinção do Mosteiro por incumbência da Lei de Extinção das Ordens Religiosas
1. Pinho, 2004: p. 2. 2. Oliveira, 1973: p.393.
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em 1834; na zona ribeirinha, a feira do peixe, sendo de salientar que, na área que compreendia a Praça da Ribeira e a zona dos Banhos, se encontraria, a partir do século XV, a Rua da Ourivesaria, que congregava ourives de ouro e prata, os quais só a partir de finais do século XVIII se mudariam para a Rua Nova de Santa Catarina das Flores; e, por fim, a zona do Olival, onde se fixara a comunidade judaica. Consequentemente, e dada a sua localização, a Rua Nova de Santa Catarina das Flores rapidamente se transformaria numa área que atraiu uma população enobrecida. Testemunhando este facto, encontramos ainda hoje, edifícios que foram residência de famílias importantes, como a Casa dos Constantinos3, a Casa dos Sousa e Silva4, o Solar dos Figueiroa5, a Casa dos Maias ou dos Ferraz Bravo6 e a Casa dos Cunha Pimentel7. Comprovando a importância da Rua das Flores, a Santa Casa da Misericórdia do Porto, em 1555, transfere do Claustro Velho da Sé do Porto para aqui a Igreja que substitui, assim, a capela de Santiago, onde se reunia desde 1499.
5. Marcas no cunhal representando S. Miguel e as rodas navalhadas de Santa Catarina.
3. Rua das Flores, n.º 135-145. 4. Rua das Flores, n.º 77-81. 5. Rua das Flores, n.º 69. 6. Rua das Flores, n.º 21-37. 7. Rua das Flores e Largo de S. Domingos.
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Rua de Mouzinho da Silveira A Rua de Mouzinho da Silveira, data do último quartel do século XIX. A sua localização privilegiada em relação ao conjunto urbano envolvente, permitir-lhe-ia afirmar-se como a principal via de circulação, ligando a cota mais alta à cota ribeirinha da cidade. Tal trajecto foi, durante muitos séculos, pertença do Rio da Vila que desagua no Rio Douro; a cidade, dividida pelo rio, retirava dele proveito para as suas actividades económicas. Contudo, e tendo em conta os cuidados sanitários8 a que o século XIX esteve especialmente atento9, achou-se imprescindível ao desenvolvimento e progresso da cidade, encanar o Rio da Vila o que permitiu criar esta nova via de circulação urbana. Da autoria de Luís António Nogueira, o “Projecto de abertura da Rua Mouzinho da Silveira – Rua da Biquinha paralela à Rua das Flores”, seria aprovado em 1875, tendo-se iniciado as obras em 1877. Numa primeira fase, procedeu-se ao aumento, em largura, do troço entre o Largo de S. Bento da Vitória e a Rua de S. João, tendo-se prosseguido o projecto, numa segunda fase, prolongando a via até à actual Rua do Infante D. Henrique10. Tendo presente a configuração da malha medieval da cidade, facilmente se compreenderá a necessidade de desbastar certas infraestruturas e ruas, destruindo-se antigas ligações que uniam o tecido urbano do Morro de Penaventosa ao Morro do Olival11. São disso exemplo: a Ponte Nova, que sendo o rio encanado, perdera a sua função, a Capela e Praça de S. Roque e as ruas da Biquinha e Congostas, que desapareceriam para sempre.
6. Desenho da Fonte da Rua de Mouzinho da Silveira.
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No início da rua, encontra-se a Estação Ferroviária de S. Bento, aproveitando o local onde existira o Mosteiro de S. Bento de Avé-Maria. Um novo conjunto de fachadas novecentistas, cobre as traseiras das casas do Morro da Sé, e ocupa também antigos jardins dos edifícios da Rua das Flores. Entre estes prédios, distinguem-se o n.º 182, que faz esquina com a Rua da Ponte Nova, relevante pelos vestígios que aí se poderão encontrar de Arte Nova, o n.º 228, onde esteve instalado o Banco Aliança, de linhas neoclássicas. Diante deste, do outro lado da rua, outro edifício é, aparentemente, influenciado pelo traço do Arquitecto Marques da Silva. Junto ao Chafariz da Rua do Souto, na junção da Rua do Souto com a de Mouzinho da Silveira, o muro de granito curvilíneo é o único vestígio existente da Praça de S. Roque; um pouco mais acima, a Fonte da Rua de Mouzinho da Silveira, é de construção recente, 1966. À semelhança das ruas das Flores, de S. João e dos Mercadores, a Rua de Mouzinho da Silveira, ficou conhecida pelos seus armazéns de venda por grosso de produtos coloniais, óleos, mercearia, vinhos, adubos, cortiça e cereais, sendo que, nos nossos dias, ainda aqui podemos encontrar alguns armazéns de tecidos, lojas especializadas na comercialização de cortiça, lojas de venda de adubos, sementes e alfaias agrícolas.
7. Projeto da abertura da Rua de Mouzinho da Silveira - Rua da Biquinha paralela à Rua das Flores.
8 A construção da Rua de Mouzinho da Silveira obrigou à drenagem das águas fétidas do rio da Vila, através de aqueduto, e à eliminação dos aloques, utilizados na curtição das peles (Pimentel, 2002: p. 171). 9 Com efeito, após a data de finalização desta via, estes cuidados seriam reforçados, uma vez que, em 1899, se dá no Porto, o último surto de peste, que se terá iniciado na Rua de S.João e na Rua da Fonte Taurina. Deste episódio salienta-se a importância do papel desempenhado pelo Dr. Ricardo Jorge, médico responsável pela descoberta da doença e das medidas que advieram do seu diagnóstico. 10 Pimentel, 2002: p. 170. 11 Pimentel, 2002: p. 171.
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Rio da Vila O Rio da Vila – também conhecido por rio da Cividade, por passar perto do Morro da Cividade – é elemento a destacar no seio do Eixo Mouzinho/ Flores pois, em grande parte da sua extensão, é a base do traçado da Rua de Mouzinho da Silveira e da Rua de S. João, e desagua no Douro junto da Praça da Ribeira. O Rio forma-se com as águas de dois mananciais: um deles, que nasce na zona do Monte da Lapa, desce pela Quinta do Laranjal (a Avenida dos Aliados dos nossos dias), passa pelo antigo Campo das Hortas (actual Praça da Liberdade); o outro que tem a sua origem na Fontinha, desce pelo actual Mercado do Bolhão, onde se lhe juntam as águas de mais um pequeno ribeiro, e prossegue pela que é na actualidade a Rua de Sá da Bandeira; os dois ribeiros juntam-se no local onde hoje está a Praça de Almeida Garrett, em frente à Estação de São Bento. A cidade foi, ao longo de tempos mais antigos, utilizando o Rio da Vila como um verdadeiro esgoto a céu aberto. Transformado assim num foco infeccioso, o Rio da Vila acabou por ser totalmente encanado. Em 1763, com a construção da Rua de S. João, foi coberto um primeiro troço tendo o restante sido coberto em 1875, na sequência da abertura da Rua de Mouzinho da Silveira.
8. Mapa do curso do Rio da Vila.
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Rua de Ferreira Borges
9. Projeto de abertura da Rua de Ferreira Borges.
Aberta durante os anos 40 do século XIX, a Rua de Ferreira Borges foi construída, pouco tempo após a destruição do Convento de S. Domingos pelo incêndio de 1832. O principal objectivo da sua abertura foi o de ligar o Largo de S. Domingos com o local onde existiu o Convento de S. Francisco e onde, a partir de 1841, encontramos o Palácio da Bolsa, no qual se instala a Associação Comercial do Porto. Os despojos arqueológicos do anterior convento serviram para a construção do Pátio das Nações, um dos locais mais carismáticos do Palácio da Bolsa.
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O Território Hoje
10. Requalificação do Espaço Público do Eixo Mouzinho/ Flores.
Esta estrutura urbana de raízes ancestrais,
público; é o sector habitacional a reforçar-se e a
transforma-se de novo no início do séc. XXI. É o
repôr o cariz multifuncional deste local.
seu desenho a ser revisto, e de novo o espaço a
Assim, um território marcado por inovação no séc.
ser adaptado de modo a privilegiar o peão sobre o
XV e modernizado no final do séc. XIX, está de novo
automóvel; é a actividade económica a dar sinais
a transformar-se, agora num misto de património,
de modernização, o que sempre por aqui aconteceu
contemporaneidade e progresso, articulados com a
em cada época de mudança; é a sistematização de
recuperação de tradições e a revitalização de forças
eventos que voltam a reanimar o uso do espaço
que já teve outrora…
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À Redescoberta As obras de Requalificação Urbana do Eixo Viário Mouzinho da Silveira – Flores foram condicionadas ao acompanhamento arqueológico e à execução de sondagens, previamente definidas, nas zonas previstas para a colocação dos contentores de resíduos sólidos urbanos (RSU). No entanto, dado que a empreitada decorre numa área particularmente rica do ponto de vista arqueológico, verificou-se a necessidade de realizar escavações arqueológicas de emergência que permitiram registar e preservar parte dos 4.000 anos de História do Porto. São disso exemplos a cerca do antigo convento de S. Domingos (já
11. Parte da necrópole da antiga Igreja dos Terceiros de S. Domingos (Rua de Ferreira Borges).
escavada e protegida) e a necrópole (em parte intervencionada) da Capela da Ordem dos Terceiros, pertença daquele convento. A capela teria sido demolida em 1835, quando se iniciou o processo de abertura da Rua de Ferreira Borges. A requalificação da Rua de Mouzinho da Silveira permitiu, até ao momento, localizar alguns elementos alinhados com a antiga Rua das Congostas: duas estruturas habitacionais, um aparelho hidráulico de uma antiga indústria da Idade Moderna, dois arcos e um muro medievais, e ainda, um muro de datação romana.
12. Escavação dos níveis romanos na Rua do Infante.
Durante os meses de Setembro e Outubro de 2012 a equipa de arqueologia, que procedia ao acompanhamento na Rua do Infante, identificou e escavou um conjunto de níveis romanos associados a três estruturas. Numa primeira análise o material levantado aponta para uma cronologia entre os séculos I e IV, em consonância com elementos estudados em intervenções anteriores naquela área. O levantamento histórico cartográfico já realizado aponta ainda para a possibilidade de surgirem outros vestígios na Rua de Mouzinho da Silveira (bairro medieval, Capela de S. Crispim, Capela e Largo de S. Roque e vestígios romanos diversos); Rua de S. João (antiga ponte de S. Domingos, antiga albergaria medieval - mais tarde Hospital Crispiniano - hospital medieval de Santa Clara e vestígios medievais e romanos);
13. Arcaria localizada no início da Rua de Mouzinho da Silveira.
18
Largo de S. Domingos (chafariz da época Moderna e antigo Paço de S. Domingos); Rua de Trás e Rua do Arquitecto Nicolau Nazoni (proximidade das muralhas da cidade) e Largo dos Lóios (Convento de S. Elói), que só poderão ser confirmados no decorrer da obra. Este trabalho resulta do esforço conjunto de todos os intervenientes envolvidos na Reabilitação Urbana do Eixo Viário Mouzinho da Silveira – Flores, conscientes da ideia de que a preservação e estudo do seu património é um dos pilares do desenvolvimento sustentável da cidade. André Nascimento Carlos Alberto Loureiro Gabriel Pereira Empatia – Arqueologia, Lda.
14. Largo de S. Bento, atual Praça de Almeida Garrett (séc. XIX).
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1. cardosas / L贸ios
15. Esquema do percurso.
20 Cardosas / Lóios
Mosteiro de S. Bento de Avé-Maria Sob os desígnios de D. Manuel I, foi iniciada a
Inicia-se então a demolição do Mosteiro. Se a
construção do Mosteiro em 1518. Porém, o edifício,
construção não fora tarefa fácil, a demolição
em estilo gótico com traços românicos, sofreu
também não o foi, alongando-se durante um
vários problemas construtivos que demoraram a sua
considerável período de tempo, sendo que apenas
conclusão, arrastando-se esta até ao reinado de D.
em 1900-1901 é demolida a sua Igreja.
João III que, deixando-se influenciar por Bartolomeu de Paiva, supervisor daquelas obras, permitiu a execução de alguns apontamentos renascentistas. O Mosteiro só estaria concluído em 1535. Nele se instalaram monjas que seguiam a regra beneditina, segundo o rito cisterciense, e que eram oriundas de outros mosteiros, mais modestos e em estado de decadência. Em 1834, com o êxito do Liberalismo, é decretada a extinção das ordens religiosas em Portugal. O decreto de Joaquim António Aguiar, assinado pelo
16. Mosteiro de S. Bento de Avé-Maria: Antiga fachada com acesso para a Rua do Loureiro.
Rei D. Pedro IV, não deixou dúvidas: determinou a extinção imediata de mosteiros e conventos masculinos, proibiu a entrada no noviciado de novas freiras, esperando somente pela morte da última, para acabar, de igual forma, com os femininos. Nesse contexto a principal preocupação das freiras era dispor da quantia necessária para devolver os dotes dados pelas famílias das raparigas que, conforme o édito, já não podiam professar. Assim, venderam a casa do capelão na Rua do Loureiro, depois as pratarias, e, por fim, leiloaram todas as alfaias religiosas, incluindo o báculo da Abadessa. A última Abadessa morre em 1892. Dois anos depois, as ossadas beneditinas são transladadas para o Cemitério do Prado do Repouso.
17. Mosteiro de S. Bento de Avé-Maria: Claustro.
21 Cardosas / Lóios
1.1 Estação Ferroviária de S. Bento Praça Almeida Garrett
18. Estação Ferroviária de S. Bento.
O plano do ramal, entre esta estação e a rede
Em 1896, chega o primeiro comboio à estação,
ferroviária nacional, com o nome de Linha Urbana
embora, a mesma, não tenha ainda sido inaugurada.
dos Caminhos de Ferro do Porto, foi apresentado,
A 9 de Novembro de 1903, o Rei D. Carlos e a Rainha
pelos vereadores António Júlio Machado e José Maria
D. Amélia presidem ao momento do lançamento da
Ferreira, a 8 de Julho de 1887, obtendo-se, no ano
primeira pedra da Estação de S. Bento que só seria,
seguinte, a autorização de Emídio Navarro, Ministro
inaugurada em 1916.
das Obras Públicas, para a sua construção. Escolhe-se para terminal do ramal um local estratégico, entre
O projecto, da autoria do arquitecto Marques da Silva,
a Praça de D. Pedro V e a Ponte Luís I: local onde
conta, no átrio, com quatro painéis centrais e vários
existia o Mosteiro de S. Bento de Avé-Maria.
frisos de azulejos, todos da autoria de Jorge Colaço.
22 Cardosas / Lóios
19. Pormenor de um painel de azulejos da Estação Ferroviária de S. Bento.
23 Cardosas / Lóios
Convento de Santa Maria da Consolação ou de Santo Elói (Convento dos Lóios)
Seguindo os costumes do século XV, D. Violante Afonso, encontrando-se viúva e sem descendência, decide legar os seus bens à Igreja, e sob orientação de D. João de Azevedo, Bispo do Porto, dá o seu contributo para a criação de um novo convento. Tal acção permitiu fortalecer o estabelecimento da Congregação de Cónegos Seculares de São João Evangelista em Portugal, que, a partir desse instante, passaria a dispor de um convento na cidade do Porto. Após autorização Papal, o Convento de Santa Maria da Consolação ou de Santo Elói (Convento dos Lóios) é fundado em 1490, com capacidade inicial para albergar apenas trinta cónegos, visto ser de modestas dimensões. Mais tarde, em 1592, iniciam-se obras de renovação que permitiram o aumento das suas alas e, consequentemente, da capacidade para albergar mais irmãos. Em pouco menos de dois séculos, tornou-se num dos mais importantes conventos da cidade. Porém, à semelhança do que aconteceria com o Mosteiro de S. Bento de Avé-Maria, também o Convento dos Lóios foi demolido na sequência da extinção das ordens religiosas em Portugal. A pretexto da ameaça de ruína de uma das torres da igreja, D. Maria II decidiu a sua demolição, mandando fundir o metal dos sinos que terá sido utilizado para cunhar moedas.
20. Desenho da Praça Nova, lado Sul, em 1833, vendo-se ainda de pé a Igreja dos Lóios, da autoria de J. Vitória Villa-Nova.
24 Cardosas / Lóios
1.2 Palácio das Cardosas Praça da Liberdade
21. Desenho do Palácio das Cardosas.
No local onde existiu o convento de Santa Maria
Transformou-se, já durante o século XX, em edifício
da Consolação existe agora o Palácio das Cardosas.
de serviços, aí se instalando diversas dependências
Encontrando-se em ruínas a Igreja e Convento, a
bancárias. Previa a última instituição proprietária,
Câmara Municipal do Porto obrigou à sua demolição
reconverter o Palácio em edifício de escritórios,
em 1838. Restou, nessa época, a fachada do
quando, em boa hora, se inicia o processo de
Convento que os Lóios haviam começado a construir
reabilitação urbana da Baixa Portuense que dá
já no século XIX, obra que interromperam quando
prioridade ao quarteirão em causa e redefine o
abandonaram o País.
uso deste edifício para equipamento hoteleiro. Daí a instalação do Hotel Intercontinental, que
A Câmara Municipal tomou posse e colocou à venda
reconverteu o Palácio e recuperou alguma da sua
em hasta pública os terrenos e restos construídos do
morfologia inicial, anteriormente muito alterada.
Convento, património que passou à propriedade de Manuel Cardoso dos Santos, um abastado negociante
São partes marcantes do volume edificado, quer a
com fortuna feita no Brasil, que se comprometeu a
Farmácia Vitália com a sua fachada modernista, uma
acabar a obra da fachada e a reedificar edifício de
intrusão hoje já bem assimilada, quer o Café Astória,
habitação no mesmo local – assim surgiu o Palácio.
que foi reinstalado no gaveto norte / nascente.
Após a sua morte, por herança, o edifício passou para a viúva e filhas, tendo, tal como o passeio fronteiro a norte, passado a denominar-se em função do apelido das suas novas proprietárias, como das Cardosas.
25 Cardosas / Lóios
22. Desenho de pormenor do alçado da Farmácia Vitália.
Farmácia Vitália Fachada da Farmácia Vitália integrada no Palácio das Cardosas, projecto de 1932 do Arq.to Manuel Marques (1890 – 1956). Trata-se de fazer arquitectura contemporânea, ao estilo art-déco, sobre, neste caso, uma fachada neoclássica existente, austera e sóbria. É uma fachada de geometria linear, classificada individualmente como de Interesse Público, onde sobressai o vidro e o ferro.
26 Cardosas / Lóios
Reabilitação Urbana do Quarteirão das Cardosas A reabilitação urbana do Quarteirão das Cardosas é
renovados, o que permite antever um grande
um projeto estratégico do Município do Porto e da
impacto, positivo, no coração da Baixa do Porto.
Porto Vivo, SRU, dada a importância deste conjunto
A execução da totalidade do projeto atinge um
urbano no centro da Baixa da cidade.
investimento global de M€84, dos quais cerca de M€13 são investimento público. Assim, a cada
Antes da intervenção, a situação deste quarteirão
euro de investimento público corresponderá um
era, do ponto de vista da salubridade, da segurança
investimento privado cerca de 5 vezes maior.
e da estética, uma situação muito crítica, com cerca de 80% do espaço útil da periferia, desocupado ou com subocupação. O interior do mesmo estava preenchido na quase totalidade com
José Patrício Martins, Coordenador do Núcleo de Dinamização dos Quarteirões Porto Vivo, SRU
construções secundárias, deficientes e insalubres. O procedimento de reabilitação urbana foi desenvolvido ao abrigo do D. L. n.º 104/2004, de 7 de Maio e cumpriu todos os requisitos exigidos pela legislação nacional sobre a matéria, incluindo o devido e sistemático acompanhamento pelas autoridades nacionais responsáveis pela conservação e defesa do Património Histórico e Cultural. O projeto de intervenção contempla a criação de uma unidade hoteleira de elevado standard, a salubrização do interior do quarteirão com um espaço de uso público e um parque de estacionamento subterrâneo, com capacidade para cerca de três centenas de veículos, e a reabilitação generalizada das edificações da periferia do mesmo. Os projetos já aprovados para 25 parcelas, irão disponibilizar 78 fogos e 22 espaços comerciais
23. Planta da Unidade de Intervenção das Cardosas.
27 Cardosas / Lóios
Hotel Intercontinental O Intercontinental Porto Palácio das Cardosas abriu
Desde a sua abertura o Intercontinental Porto
as suas portas em Julho de 2011 em pleno coração
Palácio das Cardosas conseguiu dinamizar a famosa
da cidade do Porto.
Praça da Liberdade e assume-se como um factor de animação e marca turística do Porto, sendo
A localização do hotel foi um dos factores
o primeiro Hotel de luxo a se instalar no centro
determinantes e valorizados pela cadeia
do Porto.
Intercontinental para a instalação da sua marca na “Invicta”. Trata-se de uma zona nobre da cidade,
Sendo um elemento de impulso, para o
inserida no Centro Histórico, classificado como
desenvolvimento da região, e um pólo atractivo
Património Mundial, desde 1996.
de mais turismo de qualidade para o Porto: um “embaixador” da imagem da cidade junto a mercados
O Hotel está instalado num dos quarteirões–piloto
estratégicos.
identificados no Masterplan da Porto Vivo, SRU e constitui um elemento preponderante no processo
O intuito principal da cadeia é poder criar uma
de reabilitação e requalificação da Baixa portuense.
experiência única e memorável àqueles que aqui
O próprio Astória (datado de 1932), um local
passam e se hospedam, onde o cliente sente que
de excelência e prestígio, recuperado e inserido
tem as “chaves da cidade” nas suas mãos, e que
no Hotel, reabre com uma nova finalidade, a de
simplesmente está no melhor local do Porto, no
Restaurante, com as suas janelas viradas para os
coração da cidade, num local repleto de história!
Aliados, com uma integração total a esta nova Baixa, cheia de vida.
Ana Espregueira Mendes
24. Fachada.
25. Esplanada do Café Astória.
28 Cardosas / L贸ios
1.3 Porto com Arte Largo dos L贸ios, n.潞8
26. Interior.
27. Expositor.
29 Cardosas / Lóios
1.4 Edifício do Largo dos Lóios Largo dos Lóios, n.º86-89
28. Fachada.
30 Cardosas / L贸ios
1.5 Papelaria Modelo Largo dos L贸ios, n.潞76
29. Fachada.
30. Desenho da Fachada.
31. Desenho do interior da Papelaria Modelo.
31 Cardosas / Lóios
1.6 Edifício do Largo dos Lóios Largo dos Lóios, n.º47
32. Pedra de armas na fachada do edifício.
33. Desenho da Fachada.
32 Cardosas / Lóios
1.7 Relojoaria Adriano Rua de Trindade Coelho, n.º31
34. Interior.
Venda e reparação de relógios. Fundada em 1965, com atendimento profissional e personalizado. Com um nível de clientes de excelência. Adriano Antero Monteiro
33 Cardosas / L贸ios
... ruas de ourives, do ouro e da prata!
35. Quadro Demonstrativo das Marcas dos Contrastes.
34 Cardosas / Lóios
1.8 Ourivesaria Luiz Ferreira Rua de Trindade Coelho, n.º9
“É no cenário da Rua das Flores, o arruamento por excelência dos ourives portuenses, que nasceu, em 1909, Luiz Ferreira, filho e neto de ourives. Com estas circunstâncias específicas, bem se pode dizer que este Artista encarna, geneticamente, a essência desta arte na cidade do Porto. Na década de 30, inicia o percurso profissional, trabalhando com seu pai David Ferreira até que, um ano após a sua morte, ocorrida em 1943, se formava uma sociedade com o nome «David Ferreira, Sucessor & Companhia», com loja na Rua das Flores, sendo no âmbito da sua actividade que Luiz Ferreira pode dar azo a toda a sua veia criativa. A partir da década de 60, passa a
36. Fachada.
juntar à punção «David Ferreira, Suc.» o seu «LF», que viria a caracterizar a fase mais criativa e famosa do seu percurso. Em 1970 abre a sua loja da Rua Trindade Coelho e é o início da sua afirmação individual, do seu percurso criador e comercial. A evocação desse ano de 1970 ficará marcada numa das diversas punções de ourivesaria que usou, em que as suas iniciais – «LF» – encimam a data de 1970. Anos mais tarde, já em 1984 e com 75 anos, forma uma sociedade «Luiz Ferreira & Filhos», em que passam a formar parte da própria empresa os seus próprios filhos. Faleceria em 15 de Maio de 1994, na sua cidade do Porto, mas a sua obra não deixaria de ser reconhecida.” Ferreira, 2012
37. Publicações sobre a obra de Luiz Ferreira.
35 Cardosas / L贸ios
1.9 Ourivesaria das Flores Rua de Trindade Coelho, n.潞1
38. Fachada.
39. Desenhos do teto, interior e pavimento.
36 Cardosas / Lóios
1.10 Chocolataria Equador Rua das Flores, n.º298
40. Chocolates Equador.
A Chocolataria Equador é uma marca de chocolate
Comprendemos que o sítio onde estávamos não
artesanal do Porto, com fabrico próprio que existe
era muito turístico, e que devido ao crescimento do
desde 2009. Inicialmente começámos por trabalhar
turismo na cidade, poderíamos abrir uma loja mais
apenas algumas referências que vendíamos pela
vocacionada para esse efeito. Assim, optámos por
internet e diretamente a amigos. Simultaneamente
abrir uma loja na rua das Flores, o que não foi muito
participámos em feiras como são exemplo as Feiras
fácil, pelo facto de não existirem lojas disponíveis
Francas, onde estivemos representados algumas
nesta zona.
vezes, logo nas primeiras edições. Abrimos a primeira loja ainda nesse ano, na Rua de Sá da Bandeira, no
A Chocolataria Equador é uma marca de Chocolate
Porto. Fidelizámos muitos clientes, no entanto, todos
100% Artesanal e 100% Nacional. Mais do que um
portugueses.
negócio a Equador é uma experiência. Chocolataria Equador
37 Cardosas / Lóios
1.11 Augusto Saldanha, Alfaiate Rua de Trindade Coelho, n.º1C
Aos 14 anos vivia no Largo dos Lóios, mais tarde, já em 1976 abri a Alfaiataria, cujo ofício aprendi com a minha família. Nestes trinta e seis anos em que aqui estou, fui acompanhando as diferentes épocas e como tenho por clientes famílias inteiras, também gerações e gerações. São meus clientes famílias tradicionais da cidade do Porto. Faço fatos, em alguns casos, para pai, filho e neto. Todos os meus clientes têm direito a um tratamento personalizado, sabem todos que podem sempre contar comigo. Gosto muito de estar na Zona Histórica do Porto e os meus clientes pedem-me para não mudar de zona. Agora, com o parque de estacionamento das Cardosas, melhor ainda!, pois é mais fácil para eles virem até aqui. Tenho muita fé na Zona Histórica. Augusto Saldanha
41. Augusto Saldanha no seu Atelier.
38 Cardosas / Lóios
1.12 Banco Carregosa Rua das Flores, n.º276-278
“O Banco Carregosa é uma instituição financeira privada portuguesa, especializada em banca privada, com sede no Porto. O nome Carregosa está associado ao sector financeiro há mais de 170 anos. Em 1833 foi criada a L.J. Carregosa, na Rua das Flores, no Porto para negociar em divisas. No final da segunda metade do século passado, a antiga Casa de Câmbios transformou-se, primeiro numa Corretora, e depois numa Sociedade Financeira de Corretagem. Em Maio de 2009 a L.J. Carregosa, Sociedade
42. Fachada.
Financeira de Corretagem, passou a Banco Carregosa.” L.J. Carregosa, 2012
43. Desenho da Fachada.
39 Cardosas / Lóios
1.13 Ourivesaria Pedro A. Baptista Lda. Rua das Flores, n.º235
Fundada em 1928, Pedro A. Baptista Lda., é uma das ourivesarias mais conceituadas da cidade do Porto, com muita tradição, prestígio e atendimento personalizado. Amizade, honestidade e transparência são os três atributos constantes desta casa, quase centenária. Um misto eclético de joa-lharia antiga e moderna, em ouro, prata e prata dourada – alfinetes, colares e pulseiras em todas as suas formas – assim como objectos em prata, feitos à mão, com design próprio e elementos 44. Fachada.
decorativos únicos e diferentes, conferem-lhe qualidade, exclusividade e distinção. Ourivesaria Pedro A. Baptista Lda.
45. Fotografia antiga do 1º andar da Ourivesaria Pedro A. Baptista Lda.
46. Logótipo da Ourivesaria Pedro A. Baptista Lda.
40 Cardosas / Lóios
1.14 Ourivesaria Eduardo Carneiro & C.ª, Lda. Rua das Flores, n.º223-227
47. Fachada.
Cronologia da Firma
colaborava na firma desde 1946. Foi resolvido em
Na segunda década de 1900, abre na Rua das Flores,
homenagem a Eduardo Alves Carneiro, manter o seu
uma ourivesaria sendo seu proprietário José Alves
nome na firma.
Carneiro, que poucos anos volvidos a passa a seu irmão Eduardo Alves Carneiro. Em 1928 é associado
Com a morte de António Marques Oliveira, entraram
à firma o seu colaborador António Marques de
para a firma seus netos Paulo e Alexandra, em
Oliveira, passando a mesma a denominar-se
escritura realizada em 14 de Agosto de 2002,
Eduardo Carneiro & Cª. Em Maio de 1952, Eduardo
passando então à designação de Eduardo Carneiro
Alves Carneiro, dada a sua avançada idade, resolve
& Cª, Lda.
abandonar a firma, entrando para a mesma António Carlos Magalhães Marques Oliveira, seu afilhado e filho do sócio António Marques de Oliveira, que já
Ourivesaria Eduardo Carneiro & C.ª, Lda.
41 Cardosas / Lóios
48. Interior.
A Minha Rua
desaparecimento de diversas instituições como
A minha ligação à Rua das Flores é imensa, pois
bancos, companhias de seguros e escritórios de
nasci, em Abril de 1930, no prédio onde está
transitários, fez iniciar o declínio da rua, culminando
inserida a Ourivesaria e lá tenho vivido até hoje,
com a desactivação da Alfândega.
podendo testemunhar o apogeu da rua e a sua decadência… Era hábito os comerciantes viverem
Actualmente vive-se a esperança de que as obras
nos prédios onde tinham os seus estabelecimentos
de modernização da rua e respectivas estruturas
e assim acontecia, dando vida intensa à rua e uma
se realizem, respeitando os prazos previstos e com
saudável convivência entre as diversas famílias,
a perfeição devida nos trabalhos de modo a que
deveras interessante.
o sacrifício que a todos é exigido para suportar as obras, seja recompensado.
Depois das décadas 40/50 houve um êxodo das famílias para as novas centralidades, o que, aliado ao
António Carlos Magalhães Marques de Oliveira
42 Cardosas / Lóios
1.15 Manufaktura Rua das Flores, n.º213-221
49. Interior.
O gosto pelo contacto com o público, o espírito
lojas e dos produtos, os ingredientes naturais e
empreendedor, a noção de ética profissional e o
inovadores, os benefícios associados à sua utilização
entendimento das necessidades de cada um de
e por último, mas não menos importante, o preço
acordo com as idiossincrasias de cada qual, entre
justo, foram sem dúvida, o mote que nos encantou
outros ensinamentos e conjunto de valores, são a
e despertou em nós o desejo de partilhar com todos
mais nobre das heranças que da família se pode
vós a Manufaktura.
receber. Tornou-se claro de imediato que a Manufaktura Mas o gosto de viajar e a nossa curiosidade
reunia todas as características para ser uma
de conhecer diferentes culturas, explorar e
referência nos hábitos quotidianos dos portugueses.
experimentar são os principais responsáveis pela
Tal como nós, deixe-se encantar pela Manufaktura...
presença da Manufaktura em Portugal.
e sinta tudo a que tem direito!
Numa viagem a Praga, tivemos o primeiro contacto
Paula Rebelo
com a marca. A imagem atractiva e romântica das
43 Cardosas / Lóios
1.16 Edifício da Rua das Flores Rua das Flores, n.º228
50. Fachada.
51. Marca de S. Miguel.
52. Desenho da Marca de S. Miguel.
44
2. FLORES
53. Esquema do percurso.
45 FLORES
2
2.1 A Pérola da Índia Rua das Flores, n.º218-220
54. Desenho da Fachada.
46 FLORES
2
2.2 Ourivesaria Coutinho, Joalheiro Rua das Flores, n.ยบ187-189
55. Fachada.
56. Cartรฃo de Visita.
47 FLORES
2
2.3 Ourivesaria Ferreiras (Joalheiros) Rua das Flores, n.º171
57. Fachada.
Um dia, já lá vão 37 anos, para que um ramo de uma ÁRVORE chamada FERREIRA, plantada nos finais do século XIX não secasse, foi apanhado pela FERREIRAS JOALHEIROS, Mãe e Filha, e assim se concretizou um desejo adormecido de lhe dar vida, para que enraizasse de novo na Rua das Flores, onde gosta de viver e tem um lugar ao sol. Maria Eduarda Ferreira de Matos
48 FLORES
2
2.4 EdifĂcio da Rua das Flores Rua das Flores, n.Âş208-210
58. Pormenor dos azulejos e das telhas do beiral.
49 FLORES
2
2.5 Hospital de D. Lopo Rua dos Caldeireiros, n.º47/ Rua das Flores n.º159-189
59. Desenho dos edifícios que pertenciam ao Hospital de D. Lopo.
O Hospital e Albergaria de Santa Maria de
O interior do Hospital estendia-se pelo
Roc’Amador, terá sido fundado ainda durante a
quarteirão, incluindo a casa da Hospitalária, a
dinastia afonsina, no reinado de D. Sancho I. Um
Capela, a Albergaria dos Pobres e, ainda, outro
compromisso aprovado em 1446, atribui-lhe as
compartimento com capacidade para dezoito camas
seguintes funções: fazer bem aos pobres, tratá-los
destinadas aos pobres e outras cinco, num piso
e socorrê-los na doença, cuidá-los, quando fossem
superior, para pessoas com mais posses. Dispunha
incuráveis, ampará-los na velhice e invalidez, educar
de dois pomares.
órfãos, vestir nus, enterrar mortos e praticar todos os actos de piedade cristã.
50 FLORES
2
Sob responsabilidade da Misericórdia do Porto, há muito que a manutenção financeira do hospital se revelava difícil. Em 1584, com a morte de D. Lopo de Almeida, a Misericórdia do Porto vê-se agraciada com a totalidade da sua fortuna. Estipulou aquele que o Hospital e Albergaria deviam mandar construir uma capela e que deveria, obrigatoriamente, manter-se a sua missão inicial, usufruindo-se desta sua herança para ajudar e cuidar dos pobres e dos enfermos. A Misericórdia do Porto passou assim a dispor de um montante considerável para a sua obra; porém, àquela época, o Hospital de Roc’Amador encontrava-se ocupado por tropas espanholas (1581-1587). Após a desocupação espanhola, a Misericórdia do Porto entendeu por bem ampliar o antigo Hospital, comprando para o efeito, entre 1604 e 1605, dois edifícios na Rua das Flores (n.os159-165, n.os167169) e, já em 1640, um terceiro (n.os171-189). Na capela, concluída em 1589, foram depositados os restos mortais do benemérito. Mais tarde, em 1770, do Hospital de D. Lopo de Almeida foi extraída a primeira pedra do Hospital de Santo António, pedra essa pintada de azul e com uma cruz dourada.
60. Desenho do Claustro do Hospital de D. Lopo.
51 FLORES
2
2.6 Edifício da Rua das Flores Rua das Flores, n.º200-206
61. Fachada.
62. Desenho da Marca de S. Miguel.
52 FLORES
2
2.7 Casa dos Constantinos Rua das Flores, n.º 135-145
63. Alçado do projeto de reabilitação.
A Casa dos Constantinos é assim conhecida por
os azulejos que a revestem. Terá tido um terreno
ali ter vivido Cons-tantino Alves do Vale Pereira
nas traseiras, com jardim, pomares, hortas, fontes
Cabral, fidalgo portuense, que nos princípios do
e mirante, que se prolongava até à actual Rua da
século XIX adquiriu esta propriedade que, desde o
Vitória, sendo aí possível encontrar um grande
século XVI, pertencera à família dos Figueiroa. Uma
portal, cujo frontal é encimado pela pedra de armas
vez reconstruída a casa, com cinco pisos, a fachada
da família, que dá acesso a um estabelecimento de
apresentava-se corrida a varandas com guardas de
alojamento turístico. Esta casa, que se prolongava
ferro finamente trabalhadas, que alternam conforme
extensamente pelo miolo do quarteirão, teria ainda
o piso onde se encontram, com janelas de peitoril,
acesso pela actual Rua dos Caldeireiros, servindo de
com dezasseis vidraças. São ainda de salientar
serventia ao Hospital de D. Lopo.
53 FLORES
2
2.8 Edifício da antiga Papelaria Reis Rua das Flores, n.º150-160
A primeira obra de reabilitação promovida pela Porto Vivo, SRU aconteceu no nº 150/160 da Rua das Flores. Foi uma intervenção que permitiu devolver a função habitação a este edifício, agora num modelo de fracionamento em diversos fogos. As obras iniciaram-se em Junho de 2005, concluindo-se em Maio de 2006. Cumpriu-se o prazo (muito apertado) e o orçamento estipulados, sem quaisquer desvios. O prédio é constituído por um total de 6 pisos, no entanto
64. Fachada.
apenas o primeiro, segundo e terceiro se destinam a habitação, sendo que os 3 restantes, sub-cave, cave e rés-do-chão, têm como uso a actividade comercial. Cada piso habitacional, com entradas separadas em 2 caixas de escada, tem 2 apartamentos com tipologia T2, de aproximadamente 100 m2 cada, representando um total de 6 espaços para habitação. A superfície comercial tem uma área total de 650 m2. O edifício sofreu obras complexas e profundas, resultantes da elevada degradação e desadequação às exigências dos tempos actuais. A fachada foi recuperada e representa uma réplica fiel da que existia antes das obras de reabilitação mantendo-se o grafismo da designação “Papelaria Reis”, conquanto tenham sido introduzidos elementos de maior modernidade no piso recuado. Este edifício foi reabilitado sobre aquele que foi erigido no séc. XIX, substituíndo uma ancestral edificação que datava da época em que a rua foi aberta e contava com desenho gótico, nas ameias e nos caixilhos dos vãos.
65. Desenhos das antigas fachadas.
54 FLORES
2
66. Cidade das Profissões.
A Cidade das Profissões, instalada no local onde foi
São, assim, objectivos da Cidade das Profissões:
antes a Papelaria Reis, é um serviço universal que
a) capacitar os cidadãos na abordagem ao mercado
apoia as pessoas na gestão dos seus desafios
de trabalho e nos processos de integração,
e transições profissionais, ajudando-as a descobrir
transição e adaptação, b) promover a acessibilidade
o seu potencial empreendedor, de empregabilidade
a informação actual e de qualidade sobre
e/ou de crescimento profissional e a definir novas
empregabilidade e empreendedorismo,
estratégias de abordagem ao actual mercado
c) habilitar os cidadãos a serem agentes activos de
de trabalho.
desenvolvimento pessoal e profissional, e d) promover uma cultura empreendedora nos
Numa intervenção assente no princípio de
cidadãos, em particular nos jovens.
valorização da pessoa e numa lógica de promoção de responsabilidade e autonomia, o/a consultor/a
A Cidade das Profissões é um serviço promovido
de percursos profissionais da Cidade das Profissões
pela Câmara Municipal do Porto, através da
orienta a pessoa no processo de descoberta do seu
Fundação Porto Social, aberto a todos e que a todos
potencial profissional e de definição de seu projecto
acolhe, informa e orienta, independentemente da
de vida e trabalho, apoiando na identificação de
idade, do género, da raça, da religião, da aptidão
oportunidades de desenvolvimento pessoal e
física, da escolaridade ou da situação profissional.
profissional, pelo aperfeiçoamento de competências, técnicas e transversais, na definição de estratégias e na construção e mobilização de ferramentas de empregabilidade.
Teresa Chaves
55 FLORES
2
2.9 Ourivesaria Neves & Filha, Lda. Rua das Flores, n.º117-119
67. Fachada.
Loja de ourivesaria com 160 anos, que herdei dos meus pais e onde procuro aliar a sabedoria e tradição dos meus antecessores, com a modernidade dos modelos de jóias que desenho. Por isso, tenho um vasto leque de clientes tanto portugueses, como do mundo inteiro, junto dos quais divulgo a arte e beleza 68. Cartão de Visita.
das jóias portuguesas. Cristina Lopes
56 FLORES
2
2.10 Mercearia das Flores Rua das Flores, n.º110
69. Interior.
A Mercearia das Flores abriu em Fevereiro de 2012,
presuntos e enchidos, tostas, doces e bolachinhas.
no número 110 da Rua das Flores. Aqui temos
Com a “matéria-prima” de luxo que temos a sorte de
produtos regionais portugueses e biológicos, com
ter, podemos proporcionar um menu genuinamente
especial destaque para os dos pequenos produtores.
português, mais ou menos tradicional e muito bom.
Poderá levar as suas compras para casa ou então
Podemos também elaborar um cabaz à escolha para
provar aqui mesmo, num ambiente simpático e
levar ou para ser entregue por esse país fora…
acolhedor para que volte! Na Mercearia das Flores, todos são bem vindos, os Quase todos os dias há pão fresquinho a chegar de
amigos, o portuense, o turista e os vizinhos.
Trás-os-Montes, aperitivos como a amêndoa torrada e azeitonas, saladas e pratinhos de conservas com a melhor broa d’Avintes que encontrámos. Outras sugestões do nosso menu, incluem vários queijos,
Joana Oliveira
57 FLORES
2
2.11 Retrosaria das Flores Rua das Flores, n.º104
70. Interior.
A Retrosaria das Flores é um espaço para quem
multiplicidade de cores, padrões e texturas dos
deseja adquirir matérias-primas para as mais
produtos e, simultaneamente, na diversidade de
diversas atividades manuais como costura criativa,
destinos que se pode dar a determinado produto.
bordados, tricot, patchwork, artesanato.
Durante a visita o cliente disfruta de um espaço gracioso e criativo e atendimento personalizado.
A par desta oferta, a Retrosaria das Flores apresenta
A Retrosaria das Flores está instalada no Porto, na
propostas criativas de artesanato e é ainda
deslumbrante e singular Rua das Flores, e partilha
complementada com a realização de oficinas e
com a cidade o “momento” de crescimento e
workshops, que abrangem as diferentes temáticas
entusiasmo cultural e comercial em que se encontra
das manualidades.
a zona histórica.
O ambiente criado é um convite à exploração
Ana Paula Cunha Nogueira Assucena
deste mágico universo “retroseiro” que vive da
58 FLORES
2
2.12 Casa dos Sousa e Silva Rua das Flores, n.º77-81
A Casa dos Sousa e Silva, datada de 1703, conta com três pisos e uma fachada revestida a azulejo, onde, ao nível do segundo andar, é visível o brasão de armas dos Sousa (de Arronches) e Silvas. Possuía terreno nas traseiras, que se prolongava até à Rua da Vitória. Esculpida em granito, encontra-se uma marca, da roda navalhada de Santa Catarina12 que, como já foi anteriormente realçado, servia para assinalar ter sido a Mitra proprietária do terreno onde se ergueu a propriedade. As rodas navalhadas, símbolo do martírio de Santa Catarina, integravam o brasão de D. Pedro da Costa (Bispo do Porto entre 15071563), que na época administrava na diocese. (Silva, 2008: p.29)
12
72. Roda de Santa Catarina.
71. Pedra de armas na fachada.
59 FLORES
2
2.13 Porto Digital Rua da Ponte Nova, n.º70
73. Interior.
A fixação das instalações da Associação Porto Digital
Podemos ainda dizer que a intervenção de
no Centro Histórico do Porto, mais propriamente
requalificação do espaço público, como se impõe
na Rua das Flores, foi um passo importante na
promovida por parte dos agentes públicos no
consolidação da atividade desta organização. Não
sentido de induzir uma mudança no ambiente
só pela materialização de projetos como a Cidade
urbano, apresenta-se como um forte contributo
das Profissões, que ali nasceu, se autonomizou e
para a dinamização económica desta zona, pois uma
ganhou o seu espaço próprio, mas acima de tudo
Cidade cuidada é uma melhor Cidade para viver,
pela estabilização da atividade da Associação.
investir, divertir ou trabalhar, e só uma Cidade que
Estarmos localizados numa zona ímpar da Cidade,
revela pertença por parte daqueles que a vivem,
que na minha opinião será uma das ruas de eleição
é uma boa Cidade para visitar.
da Baixa e do Centro Histórico e consequentemente do Porto, portanto numa zona premium da Cidade,
É portanto com muita expectativa que estamos
é, não só inspirador, mas também potenciador do
inseridos nesta nova vida da Baixa e do Centro
trabalho em rede, aspeto essencial na atividade
Histórico do Porto, mais concretamente neste
da Porto Digital.
Eixo Mouzinho/Flores. Vladimiro Feliz Presidente da Associação Porto Digital
60 FLORES
2
74. Cabeรงalho de fatura da Typographia Central.
61
3 S. FRANCISCO / S. DOMINGOS
75. Esquema do percurso.
62 S. Francisco / S. domingos
3
3.1 Casa da Companhia Rua das Flores, n.º69
Casa da Companhia / Antigo Solar dos Figueiroa, onde actualmente se encontra instalada a Fundação da Juventude. No piso térreo, salienta-se a existência de pequenas janelas oculares ao nível da entrada principal, sendo o andar nobre constituído por seis janelas de sacada, cada qual com uma varanda independente. Subindo a rua do Ferraz, encontra-se a capela e as lojas que pertenciam a esta casa, como de resto, do outro lado da rua, acontecia com a Casa dos Sousa e Silva; desta forma, a Rua do Ferraz, servia de entrada secundária para as capelas e lojas de ambas as casas, podendo-se evitar a entrada
76. Desenho da Fachada.
principal pela Rua das Flores. Como o seu nome indica, esta casa terá pertencido a Manuel Figueiroa Pinto, nos finais do século XVII. Posteriormente, é arrendada à Real Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro em 1761, que mais tarde a compraria, motivo pelo qual é também chamada de Casa da Companhia.
77. Interior.
63 S. Francisco / S. domingos
3
Circuito do Vinho do Porto
dos jovens para um consumo de bebidas alcoólicas
Fazendo jus à história da Casa onde se instala e
moderado e responsável.
num propósito de servir o Centro Histórico do Porto com mais um equipamento de índole turística, a
Desta forma, todas as actividades estão
Fundação da Juventude entendeu promover, em
prioritariamente destinadas a um público jovem,
parte do seu espaço, um “percurso” em torno da
abordando a importância do Vinho do Porto para a
actividade do Vinho do Porto, um ex-libris da cidade
cidade e as saídas profissionais do ramo vitivinícola.
e da região do Douro. Assim, propôs desenvolver esta operação explorando as envolvências
De entre as várias actividades desenvolvidas
histórica e turísticas no âmbito da criação de
destacam-se as exposições e os workshops
núcleos museológicos temáticos, desenvolvidos
promovidos em parceria com diversas entidades
em parceria com o Museu do Douro, a Associação
relacionadas com a Produção, Comercialização,
dos Produtores / Engarrafadores e Exportadores /
Distribuição, Promoção do Vinho do Porto, e o
Marcas, integrando-se na rota do Vinho do Porto que
visionamento de um filme didático sobre a história
se estende ao longo do Rio Douro.
do Vinho do Porto. Todas as actividades pretendem promover a (re)descoberta e divulgação do Vinho do
Este projecto tenta, também, conjugar a promoção
Porto e da Região do Alto Douro.
do Vinho do Porto com os objectivos da Fundação da Juventude, que visam o apoio aos jovens para a sua integração no mundo laboral e a mobilização
Maria Geraldes
64 S. Francisco / S. domingos
3
Ninhos de Empresas
uma Equipa de Mentores, constituída por consultores
A Fundação da Juventude promove, desde 1990, o
séniores a convite da Fundação da Juventude, que
Programa “Ninhos de Empresas”, instalado na sua
se disponibilizam para assessorar a diferentes
sede, na Casa da Companhia. O Programa “Ninhos
níveis: marketing, internacionalização, fiscalidade,
de Empresas” tem como objectivo fomentar o apoio
planeamento financeiro, estratégia comercial, gestão
ao empreendedorismo jovem e contribuir para
de clientes, gestão de recursos físicos e humanos,
o reforço do Auto-Emprego, designadamente de
entre outras, conforme a necessidade específica da
jovens licenciados e incentivar a criação de Micro-
empresa instalada no Ninho de Empresas.
Empresas. As condições de instalação passam pela apresentação de candidatura por jovens com idades
Maria Geraldes
compreendidas entre os 18 e os 35 anos (inclusive), recém-licenciados ou com formação técnica especializada, ou com experiência profissional comprovada ou complementar na sua área de negócio, que se queiram candidatar individualmente ou em grupo, até ao limite de quatro elementos, para constituir a sua empresa. Após a sua aprovação, procede-se à celebração de um contrato e à instalação física da empresa, pagando uma renda desse espaço, por um período de 3 anos, não renovável.
78. Ninho de Empresas da Fundação da Juventude no Porto.
Para a boa operacionalização do Programa, integram-se os projectos empresariais na rede de contactos da Fundação da Juventude, que se compromete a promover os seus serviços e a desafiar o seu envolvimento directo em actividades promovidas pela Fundação, de forma a lançar a empresa, dando-lhe visibilidade que, lançada isoladamente no mercado, teria dificuldade em conquistar. Associa-se, ainda, o apoio prestado por
79. Pormenor de Letra.
65 S. Francisco / S. domingos
3
3.2 Casa Mota & Faria, Lda. Rua das Flores, n.Âş74
80. EdifĂcio reabilitado.
66 S. Francisco / S. domingos
3
3.3 Vidraria Fonseca Rua das Flores, n.º50-52
81. Fachada.
A Vidraria Fonseca inicia a sua actividade em 1908 na Rua das Valas, hoje Rua de Nª Sª de Fátima, pela mão de Manuel Francisco da Fonseca. Em 1909 muda-se para o centro histórico do Porto, para a Rua dos Caldeireiros, onde hoje ainda se encontra e em 1992, abre a segunda das suas actuais três filiais na Rua das Flores. A Vidraria Fonseca comercializa todo o tipo de vidros para cons-trução e decoração – desde vidro de segurança a vidro colorido, vidro duplo ou vidro lacado, laminados e películas, vidro para vitrais, vidro opalino, protecções para varandas – bem assim como molduras e outros acessórios em vidro e metal.
67 S. Francisco / S. domingos
3
3.4 Casa dos Ferrazes e Capela de Nicolau Nasoni Rua das Flores, n.º21-37
“Mais conhecida por Casa dos Maias, nome da
intervenções realizadas no século XVIII. Sobressai
última família que a habitou, esta casa apalaçada foi
ainda, como característica particular desta fachada,
construída ainda no século XVI, pelo fidalgo Martim
o beiral muito saliente, assente numa série de
Ferraz, descendente de uma família nobre de Entre
cachorros em granito. No interior, a casa possui uma
Douro e Minho. Os Ferrazes Bravo, por consórcio da
larga escadaria em granito, com dois lanços laterais
família Ferraz com o também fidalgo Manuel Bravo,
e um lanço central, em cujo corrimão se apoiam
foram proprietários da casa até ao século XIX, altura
seis colunas elevadas até ao piso nobre. Nos salões
em que foi adquirida por Domingos de Oliveira
existem tectos de estuque trabalhado. A planta do
Maia. Trata-se de um amplo edifício com loja,
conjunto é em “U”, definindo um pátio nas traseiras,
sobreloja e andar nobre, cuja feição quinhentista foi
pavimentado em lajes de granito, onde terá existido
radicalmente alterada por obras setecentistas. Na
uma fonte barroca, da qual resta a taça e o grande
fachada principal, de linhas barrocas, rasgam-se oito
golfinho que serviria de bica. Data da época das
janelões sobrepujados por frontões triangulares, com
obras de renovação do imóvel, certamente meados
varandas de ferro forjado, sobre igual número de
do século XVIII, a construção de uma capela no pátio,
janelas da sobreloja, duas das quais, enquadrando os
atribuída ao risco do artista italiano Nicolau Nasoni.
dois portais centrais, ficam parcialmente obstruídas
A capelinha, de planta octogonal, era revestida a
pelas grandes pedras de armas onde figuram os
talha, mais tarde recolocada na capela da Quinta
brasões partidos dos Bravos e Ferrazes. Estes
do Vale de Abraão, em Lamego, pertencente aos
brasões são constituídos por escudos de armas que
mesmos proprietários.”
podem ser quinhentistas, embora estejam montados numa estrutura ornamental composta por volutas
IGESPAR, 2012
e enrolamentos barrocos, talvez em resultado das
82. Desenho da Fachada.
83. Pedra de armas na fachada.
68 S. Francisco / S. domingos
3
3.5 Livraria João Soares Alfarrabista Rua das Flores, n.º40
84. Interior.
Abriu ao público em Janeiro de 1998 para dar continuidade ao “vício” dos sócios pela divulgação do livro antigo. Reformados bancários, havia mais a fazer do que ocupar o tempo numa actividade a seu gosto? Se procura há muito algum livro, se tem temas de sua preferência, é só consultar-nos. A ocupação do livreiro é colocar o livro ao alcance do comprador. João Soares
69 S. Francisco / S. domingos
3
3.6 Livraria Chaminé da Mota Alfarrabista Rua das Flores, n.º28
Livraria Chaminé da Mota fundada em 1981 pelo Sr. Pedro Chaminé da Mota e D. Laura Isabel Rodrigues Teixeira, situada na conhecida Rua das Flores no nº28 na cidade Invicta. Actividade principal: Livreiro-Alfarrabista compra e venda de livros raros ou vulgares, revistas, cartografias, clássicos, ciências, artes, literatura, novelas, educação e devoção. Revistas de literatura
86. Pormenor de Letra.
e Tripeiros (todas as séries), banda desenhada, policiais, curiosidades, postais ilustrados, tudo do antigo ao moderno.
tempos, tendo a sensação que entramos num museu, uma imensidade de belas peças que se
Ao entrar na Livraria Chaminé da Mota encontra-se
encontram no seu interior visíveis por todo o lado
num dos maiores Alfarrabistas do País composto
marcam a diferença, coisas bizarras que para uns
por quatro pisos onde se deparam com mais de um
são menores para outros maiores onde nas Livrarias
milhão de livros autênticas raridades e antiguidades
comuns e nas outras casas não encontram, fazem-
assim como objectos que nos fazem recuar nos
nos também sonhar. As nossas montras temáticas, alusivas a acontecimentos relevantes são também apreciadas pelos transeuntes. Teremos muito gosto em que nos visite e será sempre bem-vindo, a um dos ícones da cidade do Porto, a nossa Loja, na certeza porém que será recebido com humildade, por pessoal paciente e atencioso como é nosso apanágio. Chaminé da Mota
85. Interior.
70 S. Francisco / S. domingos
3
3.7 Santa Casa da Misericórdia do Porto Rua das Flores
Fundada em 1499 por D. Manuel I, a Santa Casa da Misericórdia (SCMP), pela natureza da missão que há mais de cinco séculos vem desenvolvendo, assume-se como uma das mais importantes instituições da cidade. Instalada, depois de transferida do Claustro Velho da Sé, na recém-aberta rua das Flores a partir de 1550, o conjunto edificado da SCMP, desde a sua construção até aos nossos dias é o testemunho material dessa pujança. O património edificado ilustra as diversas fases de construção e as diferentes correntes artísticas, desde a casa do despacho, a primeira dependência a ser construída, passando pela igreja, obra de Manuel Luís, que utiliza o esquema de nave de duplo quadrado, característico das “igrejas caixa”. A capela-mor, cuja construção se inicia a partir de 1584, obra do mesmo mestre Manuel Luís, apresenta uma solução maneirista, à qual se associa a gramática flamenga. A partir de 1748, a igreja foi reedificada, segundo o projecto de Nicolau Nasoni. Na nova fachada, Nasoni concretiza uma das suas mais requintadas composições, inserida no barroco. No interior, a intervenção consta de um aditamento ornamental no arco cruzeiro, no entablamento e no arco recortado do coro. São deste período os estuques decorativos do tecto da igreja. No século XIX o claustro existente vai ser adaptado, tendo como objectivo a exposição permanente dos retratos dos benfeitores, porventura a maior galeria de retratos do país. Foi escolhida a solução de uma estrutura em ferro com cobertura
87. Desenho da Fachada da Igreja da Misericórdia.
71 S. Francisco / S. domingos
3
envidraçada, inserida na corrente da “arquitectura
Coroa do MMIPO é a pintura “Fons Vitae”, obra maior
do ferro”. Já no século XX, o edifício-sede foi alvo de
da escola flamenga, datada de cerca de 1520. No
uma intervenção profunda, da autoria de Rogério de
painel está patente a imagem do Cristo Crucificado,
Azevedo, que contemplou a obra da actual fachada e
com forte carga dramática e simbólica, assim como
o acrescento de um piso.
a de D. Manuel I e família real. Convocados foram igualmente a nobreza e a burguesia do Porto do
O museu, contempla a conservação da casa do
início do século XVI, sendo um testemunho da
despacho, da provedoria e da galeria dos benfeitores.
pujança da cidade e das suas ligações com o norte
O Museu da Misericórdia do Porto (MMIPO) aqui
europeu, período que corresponde à primeira
instalado, tem uma forte componente de arte
internacionalização da cidade do Porto.
sacra, mas também os acervos enquadrados na história da ciência e da técnica, ligados à acção da
O objectivo último do museu, conforme preconiza
SCMP nos domínios da saúde, educação e diversas
o seu programa museológico, é a celebração
componentes sociais. Igual relevância é dada aos
da memória da instituição e contribuir para a
seus beneméritos, à sociedade portuense, com
regeneração urbana do Centro Histórico do Porto.
particular ênfase na burguesia do século XIX. É ainda dado relevo à Arte Contemporânea. A Jóia da
Santa Casa da Misericórdia do Porto
72 S. Francisco / S. domingos
3
3.8 Edifício da Rua das Flores Rua das Flores, n.º32-36
Esta casa pertenceu a D. Micaela Freire, casada com D. António Távora, que a herdou de seu pai, Roque Pires Picão, fidalgo da Casa Real. Aqui viria a nascer uma das principais figuras da primeira metade de Setecentos, o Deão Jerónimo de Távora Noronha Leme e Cernache, mecenas de Nicolau Nasoni e unificador/criador da Irmandade dos Clérigos, assim como presidente da mesma durante o período que precede a decisão da edificação da Igreja dos Clérigos. Como se sabe, Jerónimo de Távora viria a ter por morada a Casa da Vandoma que, com ele, vive o seu momento áureo de ampliação, agregando não só o cubelo das feiticeiras, o Arco da Vandoma, sobre o qual se construiria capela, e ainda outros edifícios, sendo um deles parte do antigo Aljube. Ora, residindo numa das maiores e imponentes casas da cidade, sua mãe, viúva, decide fazer seu subenfiteuta João da Silva Guimarães, escrivão do auditório eclesiástico, pagando-lhe este a renda de 60 000 réis, pelo edifício localizado nos nºs 32-36 da Rua das Flores. Desta forma se compreende, quer através da sua localização, diante da Igreja da Misericórdia, quer pela família que serviu, a importância desta casa, pela qual se pagaria tão avultada renda.
73 S. Francisco / S. domingos
3
89. Desenho do teto. 91. Papel timbrado da Nova Drogaria Medicinal Santos e Santos que existiu neste EdifĂcio.
88. Desenho da Fachada.
92. Fachada Azulejada.
90. Pormenores do teto.
74 S. Francisco / S. domingos
3
3.9 Memórias Rua das Flores, n.º18
93. Interior.
Memórias conheceu a luz do dia a 29 de Junho de
o azulejo, o barro, a madeira, cuja luz anima o
1999, numa rua de artífices – a dos Caldeireiros – da
coração das peças. O espaço está invadido pelos
cidade invicta, pela mão de Maria Manuel Morais.
cheiros das rosas, da alfazema, e dos sabonetes que
Actualmente, está sediada no Centro Histórico do
renasceram de tempos antigos. A cor, o cheiro, a
Porto, na histórica rua das Flores.
tranquilidade, o requinte das peças em exposição e o atendimento personalizado contribuem para a
Nasceu com a finalidade de mostrar a importância
fidelização dos clientes e para a qualidade do nosso
de que se reveste o artesanato português na
turismo. Lugar privilegiado, é particularmente
decoração requintada da festa do quotidiano, dando
conhecido pela excelente variedade de presépios.
a conhecer ao público em geral a beleza da obra
Lugar de memória é espaço acolhedor a que acorrem
saída dos artesãos – mãos e rostos iluminados pelo
clientes fiéis, para apreciarem apenas a exposição
sopro criador – e oferecendo ao olhar dos turistas
ou para encontrarem a peça singular que trazem na
estrangeiros a riqueza do nosso país, sempre
imaginação. Lugar de criatividade, onde se preparam,
surpreendidos pela excelência e pela multiplicidade
cuidadosa e requintadamente, peças únicas
de poéticas artesanais, que resultam da diversidade
marcadas pela originalidade.
dos materiais que as corporizam: os linhos, as rendas, os bordados, a pedra, o ferro, a cerâmica,
Maria Manuel Morais
75 S. Francisco / S. domingos
3
3.10 Casa dos Cunha Pimentel Rua das Flores, n.º2-12
94. Desenhos das Fachadas.
Em 1523, o mercador Francisco Dias e sua
- Porto, 5 de Março de 1984). Em 1918, a casa foi
mulher Grácia Lopes emprazam os terrenos para a
vendida pelos herdeiros, tendo sido propriedade da
construção de cinco casas (com os actuais números
Companhia de Seguros Garantia.
2-6, 8-12, 14-18, 20-24, 26-30), no gaveto da Rua das Flores. Foram herdeiros destas casas o cavaleiro
A Santa Casa da Misericórdia do Porto adquiriu o
fidalgo vereador e juiz pela ordenação, João Dias,
imóvel na década de 90 do século XX para aí instalar
que foi vedor da Imperatriz D. Isabel de Portugal,
alguns dos seus serviços administrativos.
e sua mulher, Joana Serrã, moça de câmara da dita Imperatriz. Em 1699, o desembargador Jerónimo da Cunha Pimentel compra as cinco casas. Mantiveram-se na posse desta família as duas primeiras casas, ostentando na esquina da rua das Flores com o Largo de S. Domingos o brasão de armas da família Cunha Pimentel. Nesta casa nasceu o poeta Pedro Homem de Mello (Porto, 6 de Setembro de 1904
95. Pedra de armas no cunhal da Casa dos Cunha Pimentel.
76 S. Francisco / S. domingos
3
3.11 Tea Point Largo de S. Domingos, n.º78
96. Interior.
A seguir à nossa paixão pelo chá, logo veio outra de
este enquadramento tão desafiante, quer através dos
igual ou superior força, a paixão pelo Largo de São
pratos e bebidas que fazem a ponte entre a tradição
Domingos. E, assim, nasceu o Tea Point enquadrado
e o cosmopolitanismo , quer pela música que nos
numa pequena praça, que será, talvez, a mais bonita
bem dispõe ou quer pela muita alegria e paixão nas
desta renascida baixa do Porto.
conversas que fluem nas suas mesas ou na rua, à volta de um copo ou de uma fumaça. Outro aspecto
Basta parar alguns minutos e contemplar a beleza
importante, é o papel activo que queremos ter no
dos edifícios que o enquadram, com a fantástica
renascer da vida neste Eixo Mouzinho/Flores. Através
Igreja da Misericórdia servindo de guardiã do Largo,
das degustações gastronómicas que promovemos,
observar as pessoas que passam, com um equilíbrio
da música e das danças que levamos ao Largo ou
crescente entre os seus habitantes de sempre e
mesmo do apoio que sempre prestamos a todos os
turistas de múltiplas nacionalidades, ouvir os sinos
querem desenvolver iniciativas culturais no Largo.
das igrejas, os risos das crianças que brincam ou os gritos das gaivotas que passam. Naturalmente, o Tea Point e as suas ofertas gastronómicas foram evoluindo para dar resposta a
Rui Melo
77 S. Francisco / S. domingos
3
3.12 Escola Superior Artística do Porto Largo de S. Domingos, n.º81
97. Entrada.
A actual ESAP, Escola Superior Artística do Porto, com
está relacionada com a Árvore, Cooperativa de
sede no Largo de S. Domingos no centro histórico do
Actividades Artísticas, da qual partilhou o nome
Porto, é uma das duas escolas superiores artísticas
Árvore até 1989.
tituladas pela CESAP, Cooperativa de Ensino Superior Artístico do Porto, localizando-se a outra escola no
A localização da escola no Porto não se reduz hoje
centro histórico de Guimarães. A origem da actual
ao largo de S. Domingos, estando assim disseminada
CESAP em 1982, 30 anos comemorados este ano,
por vários edifícios todos no centro histórico, nas
78 S. Francisco / S. domingos
3
ruas de Mouzinho da Silveira, Belmonte, Comércio
Por último é assumido o reconhecimento e a
do Porto e Infante D. Henrique, que fomos ocupando
adequação de muitas actividades comerciais
e reabilitando, transformando a escola e a cidade
tradicionais ou não, ao ritmo e calendário escolar o
num campus universitário ligado às artes. O mútuo
que reflecte um sistema implícito de funcionamento
benefício, autêntica simbiose entre a escola e o
ajustado à presença da escola.
centro histórico, é visível em inúmeros aspectos, nomeadamente: Primeiro, o centro histórico é
Foi fundamental em todos estes processos a
simultaneamente fonte e recurso no processo de
integração na comunidade local, processo gradual
ensino e aprendizagem da nossa escola, através das
que contou com o contributo de toda a comunidade
suas ruas, gentes, edifícios, características e história
escolar e a boa aceitação da sua presença.
acumulada. A escola está portanto também na rua, sente-se a sua presença quer os alunos estejam ou
Assim, muito antes dos processos de reabilitação
não dentro das salas de aula.
urbana agora em curso, já a CESAP e a ESAP nela participavam, principalmente pela vivência e
Por outro lado a escola, com os fluxos que gera,
presença diária de aproximadamente 1000 alunos,
contribui para germinar e influenciar o surgimento
professores e funcionários. Desta forma a CESAP e a
de ateliers na sua proximidade, atraindo para
ESAP continuarão a contribuir para a qualificação do
além de alunos e professores outros criativos
Centro Histórico do Porto.
e actividades profissionais, favorecendo assim uma ocupação diversificada e renovada do centro histórico.
António Martins Teixeira Presidente da Cooperativa de Ensino Superior Artístico do Porto (CESAP)
79 S. Francisco / S. domingos
3
3.13 Papelaria Araújo & Sobrinho Largo de S. Domingos, n.º50
99. Estátua de Sta. Catarina no interior da Papelaria.
98. Desenho da Fachada.
“Fundada em 1829, a Araújo & Sobrinho é uma das mais antigas papelarias do mundo. O seu edifício-sede inscrito na Zona Histórica do Porto, representa um património inestimável, apresentando na fachada um exclusivo painel de azulejos. No interior da loja, um vasto conjunto de peças museológicas conta a história de sucessão que se mantém desde sempre, no seio da família.” Papelaria Araújo & Sobrinho
100. Pormenor da fachada azulejada.
80 S. Francisco / S. domingos
3
3.14 Oporto Touristic Apartments e Restaurante Traรงa Largo de S. Domingos, n.ยบ88-94
101. Fachada.
102. Pormenor das telhas do beiral.
81 S. Francisco / S. domingos
3
3.15 Farmácia Moreno Largo de S. Domingos, n.º44
“A Farmácia Moreno remonta ao início do século XIX, mais precisamente a 1804. Nestes mais de dois séculos de existência atravessou inúmeros momentos históricos marcantes, sejam sociais, políticos, culturais, naturais. A eles se procurou adaptar, sobrevivendo nalguns, destacando-se noutros. É desde sempre um marco arquitetónico de relevo na cidade do Porto, fruto da sua magnífica e imponente fachada. Nas suas instalações, e na área do medicamento, a Farmácia Moreno desde sempre foi pioneira no fabrico, distribuição e representação de diversos produtos farmacêuticos. Diversos deles distribuídos por todo o continente e com elevado 103. Fachada.
reconhecimento e reputação. Hoje, fruto da evolução de todo o sector do medicamento, dedica-se integralmente à sua actividade de Farmácia Comunitária, sendo no entanto detentora de algumas especialidades farmacêuticas e patentes nacionais.” Farmácia Moreno, 2012.
82 S. Francisco / S. domingos
3
104. Arco Triunfal construído na Rua das Flores para a receção festiva feita a D. Pedro II, por ocasião do seu regresso a Portugal (séc. XIX).
83
4 Infante
105. Esquema do percurso.
84 INFANTE
4.1 Edifício Douro / Palácio das Artes Fábrica de Talentos Largo de S. Domingos, n.º16-22
106. Desenho do Palácio das Artes.
Localizado no Largo de S. Domingos no Porto, foi
Em 2001, a Fundação da Juventude adquiriu o
construído no mesmo local do antigo Convento de
imóvel com o objectivo de aí instalar o “Palácio das
S. Domingos, fundado no séc. XIII e que sofreu um
Artes - Fábrica de Talentos” um projecto ambicioso
incêndio em 1832, durante o Cerco do Porto, tendo
que transformou o edifício num local vocacionado
sido objecto de diversas intervenções ao longo
para a promoção de jovens artistas em diferentes
do tempo. Posteriormente, o edifício foi cedido ao
áreas de actividade.
Banco de Lisboa (hoje, Banco de Portugal), que o reconstruiu, aproveitando algumas das antigas
Em 2005, a firma Alfredo Ascensão & Paulo
estruturas do edifício setecentista. A última
Henriques, arquitectos, Lda. assumiu a elaboração
ocupação é feita em 1934 pela Companhia de
do projecto de recuperação do Palácio, dando
Seguros Douro, da qual o edifício herdou o nome.
resposta a um programa que contemplou a
85 INFANTE
instalação de vários ateliers, salas de formação,
Feiras Francas
áreas de exposições, permanentes e temporárias, um
é um projecto inspirado numa antiga tradição da
restaurante e algumas lojas comerciais. Ao carácter e
cidade do Porto, as Feiras Francas, que tiveram o seu
monumentalidade exterior do edifício, correspondia
início em 1451, todos os dias 1 de cada mês, nas
um interior labiríntico e bastante alterado por
arcadas do Convento de S. Domingos.
intervenções pouco criteriosas, fruto das sucessivas adaptações do espaço às necessidades em cada
O projecto “Palácio das Artes - Fábrica de Talentos”,
momento. O projecto de recuperação assumiu como
recupera esta tradição, realizando-a também
princípio, a reposição da escala original do edifício
mensalmente, reavivando a história, numa
e a restituição da sua monumentalidade. O sistema
envolvente comercial e económica, interagindo
construtivo adoptado assentou, sempre que possível,
de forma dinâmica com o Centro Histórico, com
na recuperação das estruturas originais do imóvel. A
a comunidade residente, com o Turismo e com
equipa integrou também alguns técnicos de várias
os agentes culturais, potenciando a associação
áreas, com particular relevância para os trabalhos
patrimonial, tradicional, económica e cultural,
arqueológicos, onde foi possível expor algumas das
abrindo novos circuitos comerciais. No piso nobre
paredes e estruturas, até aí desconhecidas, do antigo
são apresentados trabalhos (mostra) de jovens
Convento de S. Domingos.
criadores de várias áreas artísticas e criativas, que vendem os seus produtos e apresentam as suas
Em 2010, a firma Alfredo Ascensão & Paulo
performances nas áreas da dança, teatro e música,
Henriques, arquitectos Lda. e a Fundação da
colaborando ainda na produção e divulgação das
Juventude, ganharam o Prémio João de Almada,
Feiras Francas numa vertente pedagógica
atribuído pela Câmara Municipal do Porto à melhor
de formação.
obra de recuperação de património edificado no biénio 2008/2010.
As Feiras Francas desenvolvem-se em torno de um tema. Este tema serve de guia à seleção de projectos
Alfredo Ascensão
mas também de fio condutor e conceito de toda a Feira. Em vários casos (como na área de ilustração), os temas servem de “provocação” para vários criadores, no sentido de desenvolverem projectos especificamente direccionados para a edição das Feiras Francas em que participam. A participação é gratuita e o acesso livre. Maria Geraldes
86 INFANTE
4.2 Lobo Taste Largo de S. Domingos, n.º20
107. Interior.
A Lobo Taste instalada no Palácio das Artes comercializa produtos de origem portuguesa tendo 3 princípios/vertentes fundamentais: produção e comercialização de produtos de artesanato puro em extinção; redesenhar produtos utilizando as bases dos já produzidos pelos artesãos; utilização de técnicas seculares na produção de peças de desenho contemporâneo onde o designer se funde com a técnica e alma do artesão. A abertura deste espaço permite proximidade entre os jovens que iniciam o seu percurso propondo-nos desenhos e produtos que poderão ser seleccionados e produzidos por nós. A nossa localização permite mostrar os nossos produtos a muitos turistas. Paulo Lobo
87 INFANTE
4.3 DOP Largo de S. Domingos, n.ยบ18
108. Interior.
88 INFANTE
4.4 Takeaway Porto Rua de Ferreira Borges
109. Interior.
89 INFANTE
4.5 Busílis da Comunicação Rua de Ferreira Borges, n.º92
Busílis da Comunicação, um nome controverso
A estratégia passa por contrariar o clima de
mas adequado a um mercado em que toda a gente
pessimismo em que vivemos, pegando em frases
diz que as coisas não estão fáceis. Alfredo com
típicas do marasmo popular, transformando-as em
formação na área gráfica e engenharia civil e Raquel
ação: “Eu vou ver o que posso fazer” passa a “Eu vou
com formação em jornalismo e pós-graduação em
fazer”, “Eu não quero gastar muito” transforma-se em
marketing e comunicação, decidiram resolver o
“Eu quero muito”, “Olha para o que digo não olhes
busílis, não da questão, mas da comunicação.
para o que eu faço” pede um “Olha para o que eu faço” ou o “Para já fica assim, depois vê-se” dá lugar a
Busílis da Comunicação, uma boutique de produção
um definitivo “Fica assim”.
gráfica, localizada bem no Centro Histórico do Porto, num edifício do séc. XIX reabilitado mas
Alfredo Costa
respeitando a traça original. Uma zona privilegiada e em franca expansão, onde gravita a criatividade e as ideias se materializam, junto do Palácio das Artes, da ESAP e dos inúmeros ateliers, que tanto têm feito para trazer de volta o encanto que a Cidade do Porto merece. E porquê uma boutique de produção gráfica? Até há pouco tempo, determinadas técnicas de impressão e encadernação estavam acessíveis apenas a profissionais da área e para grandes quantidades. Queremos democratizar o consumo e mostrar que é possível comunicar sem quaisquer restrições, sejam elas de quantidade ou preço. Dar um aspecto profissional a uma tese, livro ou desenvolver uma encadernação personalizada para apenas 1 unidade, adicionando-lhe uma pitada de criatividade e bom gosto, são apenas exemplos do que podemos fazer. Aqui não há problemas de comunicação.
110. Fachada.
90 INFANTE
4.6 Hotel da Bolsa Rua de Ferreira Borges, n.ยบ101
111. Fachada.
91 INFANTE
4.7 A Cerca Rua de Ferreira Borges, n.ยบ63
112. Interior.
92 INFANTE
4.8 Galo Louco Rua de Ferreira Borges, n.ยบ57
113. Interior.
93 INFANTE
4.9 Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto Rua de Ferreira Borges, n.º27
114. Desenho do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto.
O vinho, e muito em particular o vinho do Porto, é o
pontos do centro histórico da cidade, incluindo as
elemento identitário do centro histórico do Porto.
caves de vinho do Porto situadas em Vila Nova de Gaia, é um passo importante nesse sentido.
Num tempo em que o turismo é global, quem anda
Perguntarão qual a razão deste argumentário num
pelo mundo cada vez mais procura os elementos que
texto sobre a reabilitação do centro histórico do Porto.
definem o caráter dos territórios. No Porto temos a sorte de ter essa identidade bem definida através do
Entendemos que a reabilitação é um processo
vinho e, tantas vezes por desconhecimento da nossa
dinâmico e transversal. A reabilitação física é uma
própria história, não nos damos conta da força que o
parte da equação. Tem de ser acompanhada pela
vinho tem para o turismo moderno.
reabilitação do espaço público e, sobretudo, tem de ser capaz de cativar os diferentes públicos para
A criação da Rota Urbana do Vinho em 2011 pela
habitarem e viverem este velho-novo espaço. Sem
Câmara Municipal do Porto, a qual identifica 23
pessoas não há reabilitação sustentada.
94 INFANTE
O Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto está
classificado pela Unesco como património da
instalado no Centro Histórico do Porto desde a sua
humanidade em 2001.
fundação, em 1933, num magnífico edifício que foi
Que melhor poderia querer quem nos visita e quer
sede do Banco Comercial do Porto desde 1833 – em
conhecer o vinho do Porto do que iniciar a sua
cuja fundação e existência estiveram bem presentes
visita nesta Casa do Instituto dos Vinhos do Douro
os comerciantes de vinho do Porto!
e do Porto, integrada num centro histórico com caráter e identidade, devidamente preservado e
Todo o louvável trabalho que tem sido desenvolvido
vivido, continuando depois para as caves de Vila
nos últimos anos para reabilitar o património
Nova de Gaia, subindo depois o Douro, para se
construído e o espaço público é manifestamente um
deixar maravilhar com o Douro Vinhateiro, afinal a
bem para alguns dos objetivos que fazem parte da
realidade mais séria que temos em Portugal, como
missão do IVDP: mostrar a quem nos visita, numa
dizia Torga?
casa aberta e dinâmica, o vinho do Porto, produzido na mais antiga região demarcada e regulamentada do mundo, o Douro Vinhateiro, também ele
Manuel de Novaes Cabral Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto
115. Fotografia antiga do Edifício do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto.
95 INFANTE
4.10 Mercado Ferreira Borges Praça do Infante D. Henrique
116. Desenho do Mercado Ferreira Borges
Criado em 1885, por iniciativa da Câmara Municipal
As estruturas metálicas interiores assentam em
do Porto, o Mercado Ferreira Borges tinha a
colunas de ferro, e são rematadas por capitéis
finalidade de vir substituir o antigo e deteriorado
coríntios, assim sustentando a cobertura de vidro.
Mercado da Ribeira, papel que acabará por não
No interior das referidas condutas canalizavam-se
desempenhar de forma cabal. Em 1900, a Câmara
as águas pluviais para o rio, dezenas de metros a
estabeleceria que o Mercado já não possuía boas
sul do edifício. Degradado e deixado ao abandono,
condições para a sua finalidade.
albergou ocasionalmente tropas do exército, ou serviu como depósito de materiais de guerra. Na
O complexo fora projectado pelo engenheiro
década de cinquenta do século XX, o espaço serve
João Carlos Machado, por solicitação da Câmara
à Junta Nacional das Frutas, que nele acomoda o
Municipal. A ideia da sua construção nascera em
Mercado Abastecedor de Frutas do Porto. O espaço,
1882. Todo o processo de construção foi conturbado,
porém, perdia consistência e, já nos anos setenta,
tendo o início da sua edificação sido impedido
voltou a ser abandonado. A Câmara Municipal, por
por diversos problemas. Finalmente adjudicada
iniciativa do Comissariado para a Renovação Urbana
à Companhia Aliança (Fundição de Massarelos)
da Área da Ribeira/Barredo (CRUARB) procedeu, em
a obra apresentava várias inovações técnicas,
1983, à recuperação estrutural do antigo Mercado,
designadamente a utilização do ferro fundido
um século passado após a sua edificação.
e do vidro.
96 INFANTE
117. Fotografia antiga da construção do Mercado Ferreira Borges.
118. Fotografia antiga do Mercado Ferreira Borges.
A Câmara Municipal do Porto, em 1983, presidida
próxima sessão. É aprovado sete dias depois.
pelo Excelentíssimo Senhor Eng.º Paulo Vallada
A 15 de Maio de 1884, abre as primeiras propostas…
e apoiada no mecenato da Fundação Calouste
aprecia-as e manda-as para os competentes serviços
Gulbenkian, decidiu conservar um testemunho da
para examinar e dar o seu parecer.
construção em aço e vidro, do último quartel do séc. XIX.
A 18 de Dezembro de 1884... sendo esta uma obra importante e de embelezamento do local não
A construção de um mercado coberto inscreve-se
podia por isso decidir-se a preferência unicamente
nas medidas de salubridade pública, em curso na
pela barateza… e propôs que se nomeasse um júri
cidade, nos finais de novecentos, substituindo
de reconhecida competência para examinar as
a feira da Ribeira.
propostas e projectos… para resolver este assunto… precisava de reflectido estudo.
Dos livros das vereações da Câmara Municipal do Porto extraem-se momentos significativos,
A 5 de Fevereiro de 1885, aceitou a proposta que
de como nasceu o novo mercado “de Ferreira
mais se aproximava do projecto e adjudicou-a à
Borges”, tais como:
“Companhia Aliança”, com a condição de apresentar as modificações indicadas pela comissão de
A 9 de Março de 1882, manda realizar um
engenheiros.
anteprojecto, pelos seus serviços. Em Maio de 1888, a Companhia Aliança, entrega a Em 31 de Janeiro de 1884, deliberou… expô-lo ao público e adiar a decisão da sua aprovação para a
obra realizada.
97 INFANTE
Esta empresa restaurou a sua obra cem anos depois e extinguiu-se! Resumindo, a administração municipal, desde o início, reflecte e, mune-se de pareceres ponderados para decidir acertadamente e é capaz de aceitar a nova estética saída da utilização do aço e do vidro considerando-a embelezante da praça e à altura dos edifícios circunstantes. Como entender? O comportamento elevado destes autarcas municipais decorre do quadro mental e físico (cultural) em parte imanado da vivência das respostas rápidas às necessidades humanas em todos os domínios induzidas pelas deslocações velozes da máquina a vapor e pelo fascínio das recentes realizações em aço e vidro de infra-estruturas e equipamentos, tanto na Cidade, como no País. A trajectória. Primeiro, há hesitações na sua utilização e até da função, depois a decadência por falta de convicção na utilidade e consequente débil gestão deste equipamento, e nos finais dos anos cinquenta, do século passado, fecha e entra em fase de colapso. Estão estes valores dentro e fora de nós! Cuide-se dele como coisa preciosa e delicada! Furtado Mendonça
119. Fotografia antiga do Mercado Ferreira Borges num dos seus dias de glória: o lançamento da primeira pedra para o Monumento ao Infante D. Henrique (1894).
98 INFANTE
Após concurso público promovido pela Câmara
e actividades gratuitas no seu palco acústico.
Municipal do Porto, o projecto Hard Club - Turismo
Renovado desde Junho de 2012, o novo conceito
de Animação Cultural, obteve, por 17 anos, o
de restauração do Hard Club assenta na tradição
direito de superfície do Mercado Ferreira Borges,
portuense das cervejarias, envolvido por um
inaugurando ao público em Setembro de 2010.
ambiente descontraído, muito ao estilo industrial,
O Monumento Histórico, datado de 1888,
tendo, por trás do seu conceito criativo, Luís Américo,
classificado pelo IGESPAR como Edifício de Interesse
um dos mais conceituados chefs da actualidade
Público, foi assim devolvido à cidade após décadas
no Porto.
de inactividade, constituindo um exemplo de regeneração e preservação arquitectónica, com
Com um importante papel na contribuição para
assinatura do Arquitecto Francisco Aires de Mateus.
que as artes, a cultura e o turismo se assumam
As infra-estruturas, as condições técnicas e acústicas,
como vectores decisivos de competitividade, o Hard
a capacidade logística e a inovação do conceito
Club tem-se concertado com distintos sectores de
contribuíram para que rapidamente obtivesse o
actuação e segmentos de público-alvo, no sentido
reconhecimento nacional e internacional.
de se revestir de uma transversalidade capaz de integrar criadores artísticos consagrados, novas
No seu interior, às Salas 1 e 2, com capacidade
gerações de artistas e diversos produtores culturais,
para 1000 e 300 pessoas, respectivamente, e que
abraçando áreas tão distintas como as artes
recebem a um ritmo diário concertos, teatro, cinema,
plásticas, a música, a dança, o cinema, o teatro, entre
feiras, actividades performativas, educativas e
outras.
turísticas, junta-se o Main Floor, com acesso livre, espaço que estimula a apresentação de exposições
Hard Club
120. Interior do Hard Club.
99 INFANTE
4.11 Palácio da Bolsa Rua de Ferreira Borges
121. Desenho do Palácio da Bolsa.
Associação Comercial do Porto
Nos seus estatutos releva-se como principal função
Fundada em 1834, a Associação Comercial do Porto,
“indagar as necessidades do comércio e defender os
instituição de utilidade pública sem fins lucrativos,
interesses e direitos dos comerciantes (banqueiros,
é herdeira da Bolsa de Comércio do século XIII e da
corretores, comissionistas, negociantes de fábrica,
Juntina, a congregação que nos finais do século XVIII
mercadores) e promover o desenvolvimento de tudo
reunia os negociantes do Porto para defesa dos seus
o que directa ou indirectamente possa contribuir para
interesses. Com mais de 175 anos de existência é a
a sua prosperidade e ilustração”.
mais antiga associação empresarial portuguesa.
100 INFANTE
A Associação Comercial do Porto tem como missão promover a prosperidade e a ilustração da Região do Porto e do Norte em geral e da sua comunidade de negócios em particular. Inspirando-se nos princípios da livre iniciativa, do livre cambismo e do primado do indivíduo, sempre desempenhou funções de Câmara de Comércio e Indústria, estatuto que lhe foi reconhecido pela Portaria 176/82, de 8 de Fevereiro, no âmbito da Lei-quadro que regula a actividade das Câmaras do Comércio e Indústria em Portugal (Decreto-Lei n.º 244/92, de 29 de Outubro). A Associação Comercial do Porto está ligada a projectos de inegável valor para o desenvolvimento da Região, como o ante-projecto do primeiro código comercial português, a construção do Palácio da Bolsa, do qual é proprietária, a criação do Centro de Estudos Económicos e Financeiros, que deu origem à Faculdade de Economia do Porto, a criação dos dois primeiros bancos e da primeira companhia de 122. Pátio das Nações.
seguros, bem como a criação da Bolsa de Valores do Porto. Foi também impulsionadora da construção da 1ª fase do Porto de Leixões e mais recentemente, da Associação para o Museu dos Transportes e Comunicações, tendo estado na origem da criação do destino turístico “Porto/Norte de Portugal” e do 1º Cartório de Competência Especializada do Porto, entre muitos outros projectos, ideias e iniciativas. Rui Moreira Presidente da Associação Comercial do Porto
101 INFANTE
Palácio da Bolsa O Palácio da Bolsa é sede e propriedade da
O Palácio é um espaço vivo e activo, aberto à
Associação Comercial do Porto que iniciou em 1842
comunidade, onde se dá continuidade aos objectivos
a sua construção. Ao longo de três gerações, muitos
e razões que presidiram à sua edificação: ser um
mestres e artífices trabalharam para a edificação desta jóia arquitectónica do séc. XIX.
ponto de encontro, uma sala de visitas, local onde se trocam impressões, onde se promovem negócios,
Edifício de inspiração neoclássica, conhecido,
onde se realizam eventos, onde se forma opinião ou
principalmente, pelos seus aspectos arquitectónicos,
simplesmente se convive.
possui também um acervo notável em termos de pintura, escultura, mobiliário e artes decorativas de
Centro Cultural e de Conferências, o Palácio da Bolsa
interiores, para além de uma Biblioteca, Centro de
é um espaço com condições únicas para a realização
Documentação e Arquivo Histórico.
de concertos, palestras, seminários, apresentações, acções de formação, assembleias-gerais, recepções,
Classificado como Monumento Nacional, o Palácio
congressos, incentivos, mostras e tertúlias literárias,
da Bolsa, um dos principais ex-libris e pólos de
leilões, exposições da mais variada índole, passagens
atracção da Cidade e da Região, recebe anualmente
de modelos e outros eventos de médio porte,
mais de 200.000 visitantes. Autêntica sala de visitas
espaço a ser utilizado por iniciativas que tenham
da região, ali se realiza a maioria das recepções
a excelência e a promoção cultural da cidade por
oficiais do Estado no Norte de Portugal. Pelo Palácio
atributos.
da Bolsa têm passado governantes e dignatários de quase todos os países do Mundo.
Para além de disponibilizar espaços, o Palácio da Bolsa presta serviços de apoio que vão do catering
Localizado na área classificada pela UNESCO como
à decoração de salas, passando pela instalação
Património da Humanidade, o Centro Histórico do
de equipamentos técnicos ou a utilização do
Porto, tem merecido especial atenção por parte
Restaurante “O Comercial”.
da Associação Comercial do Porto, que desde sempre tentou contribuir para a sua promoção e revitalização.
Rui Moreira Presidente da Associação Comercial do Porto
102 INFANTE
123. Escadaria Nobre.
124. Biblioteca.
125. Sala Dourada.
126. Sala das Assembleias-gerais.
127. Sala dos Retratos.
128. Sala do Tribunal.
103 INFANTE
129. Salão Árabe.
Salão Árabe
Árabe, sobretudo quando iluminado na sua vasta
Iniciada a sua construção em 15 de Setembro de
amplitude por intensos focos de luz que o revestem
1862, sob projecto de Gonçalves de Sousa, ficou
de singulares e maravilhosos efeitos cromáticos.
concluído em 12 de Julho de 1880, data em que foi inaugurado aquando das comemorações do
Por esse motivo, o Salão Árabe é justamente
Centenário de Camões. Para o seu traçado serviu de
considerado o Salão de Recepções da cidade. Aí
modelo o belo Palácio de Alhambra.
têm sido levadas a efeito brilhantes festas em honra de Chefes de Estado em visita oficial ao
Os efeitos visuais da bizarra e sumptuosa policromia
Porto, desde El-Rei D. Luís ao actual Presidente da
oriental em que o oiro jorra incandescências entre
República, homenageadas altas personalidades e
a polifonia luminosa das cores vivas e berrantes, e
realizados inúmeros eventos solenes, nacionais e
as suas janelas, tecto e portas onde facilmente se
internacionais.
adivinham as regras tradicionais e as combinações arquitectónicas do classicismo ocidental, tornam difícil, senão impossível, traduzir em palavras a imagem visual que oferece o esplendoroso Salão
Rui Moreira Presidente da Associação Comercial do Porto
104 INFANTE
4.12 Igreja e Convento de S. Francisco Rua do Infante D. Henrique
130. Desenho da Igreja de S. Francisco.
A Ordem de S. Francisco foi a primeira a estabelecer-
tempos vários estilos arquitectónicos foram sendo
-se no Porto, no decurso do século XIII, tendo-lhe
integrados no edifício, razão pela qual é possível
sido oferecido um terreno para esse efeito. Porém,
encontrar vestígios do gótico, maneirismo, barroco,
a sua instalação ver-se-ia dificultada devido a uma
rococó e neoclássico. Durante a Guerra Liberal, 1833,
antiga querela que opunha o poder eclesiástico ao
o Convento é bastante danificado pelos miguelistas.
régio e que se prendia com a limitação do burgo.
Terminada a guerra, a Associação Comercial do
Esta questão só viria a ser resolvida através da
Porto, pede à Rainha D. Maria II que doe o terreno
interferência do Papa Inocêncio V, que confirma,
onde se encontravam ainda vestígios do convento
na Bulla Doelentis Accepimus, a posse do terreno.
para a construção do que viria a ser o futuro Palácio
A construção da Igreja e Convento de S. Francisco
da Bolsa. Em 1910 a Igreja de S. Francisco foi
vai-se estender desde 1244 até 1410. Ao longo dos
classificada como Imóvel de Interesse Público.
105 INFANTE
4.13 Hats & Cats Rua do Infante D. Henrique, n.º117
131. Interior.
A Hats & Cats tem como protagonista: o chapéu.
Os “Hats” também de todo o mundo trazem-nos o
Os “Cats” são objectos cosmopolitas com tradição
entrançado dos panamás do Equador contrapondo
e simplicidade que propomos. Estes objectos que
design de moda de escolas Holandesas e Suecas. A
promovem o étnico e o design provenientes de todo
localização no triângulo Ribeira / Bolsa / S. Francisco
o mundo confrontam-se, fundem-se mesclando cores
é fundamental para apresentar este conceito aos
e texturas, pureza e alma. Objectos de arte africana
Portuenses mas também aos inúmeros turistas que
contrastam com arrojo e design Italiano assim
nos visitam.
como a cor de objectos da América Latina toca com o rigor e tecnologia de objectos de origem Alemã.
Paulo Lobo
106 INFANTE
4.14 Pimm’s Rua do Infante D.Henrique, n.º95
132. Interior.
107 INFANTE
4.15 Igreja de S. Nicolau Rua do Infante D. Henrique
133. Desenho da Igreja de S. Nicolau.
108 INFANTE
4.16 Ourivesaria Tradicional Portuguesa Rua do Infante D. Henrique, n.º91
134. Interior.
Situada numa das zonas mais nobres da cidade
Para oferta de uma lembrança ou para uso próprio
do Porto, a Ag Jewels é sinónimo da verdadeira
a Ag Jewels tem uma variedade enorme em anéis,
ourivesaria tradicional portuguesa. Implantada
berloques, medalhas, brincos, pulseiras, fios, relógios,
num edifício do século XIX, o qual foi totalmente
etc... todas as nossas peças são manufaturadas em
restaurado, tendo existido um cuidado em manter
prata de lei e quando por encomenda poderão ser
a originalidade do mesmo, também a decoração
executadas em ouro de lei.
da loja foi executada respeitando a traça antiga do prédio, criando assim uma harmonia perfeita para
Visite-nos e conheça uma arte tipicamente
a exposição das peças por nós executadas, na qual
portuguesa.
poderemos destacar as filigranas e os marcassites, ambas produzidas com uma dedicação enorme e entrega a uma arte: a ourivesaria.
Ag Jewels
109 INFANTE
4.17 Portosigns Rua do Infante D. Henrique, n.º71
135. Interior.
A Portosigns (“sinais do Porto e de Portugal”!)
hábitos e os símbolos nacionais sempre bem
está totalmente direcionada e vocacionada para o
presentes duma forma moderna e distinta.
Turismo Nacional e Internacional.
• Saboaria portuguesa, desde a tradicional à mais moderna, merece destaque pelos diversos aromas
Expõe, divulga e vende produtos e conceitos com
e embalagens requintadas que despertam os
qualidade exclusivamente portuguesa:
sentidos de qualquer consumidor! • Joalharia e bijutaria tradicional ou contemporânea
• Artigos em cortiça e em tecido de cortiça, que
– peças de autor – únicas pela criatividade
comercializa há já 6 anos e que cada vez mais,
e inspiração profundamente lusitana.
pela divulgação que se tem feito, está em grande evolução – é a maior loja comercial na Cidade
A Portosigns faz ligação do tradicional com o
do Porto, com quantidade, variedade e qualidade
moderno duma forma simples, mas sofisticada,
destes produtos.
sempre a pensar no futuro sem esquecer o passado!
• Artesanato contemporâneo de vários criadores nacionais, com raízes culturais portuguesas – todo o tipo de “Gifts” do Porto e de Portugal são os
Elvira Basílio
110 INFANTE
4.18 Causaefeito Rua de Mouzinho da Silveira, n.ยบ1-11 e 27-39
136. Interior.
111 INFANTE
4.19 Casa das Rolhas Rua de Mouzinho da Silveira, n.ยบ13-15
137. Fachada.
112 INFANTE
4.20 Chance - Fuxia Rua de Mouzinho da Silveira, n.ยบ17-23
138. Interior.
113 INFANTE
4.21 Zof/House Gallery Rua de Mouzinho da Silveira, n.º88
139. Interior.
Uma loja urbana e contemporânea, onde pode descobrir Fracomina, Fracomina Mini, Religion e Dr. Denim; Al&Ro, DR. Martens, Claus e DMD noutra gama de artigos. O espaço funciona, também, como palco de objectos que nos fascinam porque embora possa parecer à 1ª vista, não é mais uma loja de roupa. Uma mesa de estilo vintage, um espelho romântico e um tapete relvado que demarca uma zona de inspiração lounge. Um ambiente sugestivo para quem se deixar seduzir pelo glamour da ZOF. Zof/House Gallery
114 INFANTE
4.22 Dixo’s Oporto Hostel Rua de Mouzinho da Silveira, n.º72
140. Interior.
O Pedro e a Joana dão-te as boas vindas ao Dixo’s Oporto Hostel, a tua casa longe de casa! Aqui podes encontrar um espaço acolhedor, onde nossa equipa bilingue, está disponível 24 horas por dia e ao teu dispor para tudo o que precisares. O Dixo’s Oporto Hostel, é o resultado da renovação de uma casa Portuguesa do Século XIX. Se tiveres a oportunidade de nos visitar, vais poder usufruir da tua estadia num confortável edifício classificado pela UNESCO como Património Mundial, na melhor localização da cidade do Porto. Joana Dixo
115 INFANTE
4.23 Essência do Vinho Rua de Mouzinho da Silveira, n.º56
A EV-Essência do Vinho lidera a comunicação e
bens e produtos em mercados como Brasil, Espanha,
divulgação do vinho em Portugal, estando também
Suíça, Dinamarca, Angola e Estados Unidos. No caso
presente em força no Brasil.
específico do Brasil, no início de 2012 foi criada a Essência do Vinho Brasil, empresa direcionada para
Criada em 2004, nas vésperas da realização da
atuar naquele mercado e que, entre outras ações,
primeira edição do emblemático “Essência do Vinho
promove anualmente a “Brasil International Wine
– Porto”, a EV é liderada por Nuno Botelho e Nuno
Fair”, feira profissional de vinhos, no Rio de Janeiro.
Guedes Vaz Pires, dois jovens empreendedores portugueses mas já com vasta experiência
A EV - Essência do Vinho é também detentora dos
e know-how na produção de eventos
projetos WINE-A Essência do Vinho (revista mensal,
enogastronómicos.
disponível em Portugal e no Brasil), Essência do Vinho TV (televisão online) e Escola Essência do
Entre outros aspetos, a EV diferencia-se por
Vinho by Teka (cursos de cozinha e vinho, em Lisboa
disponibilizar uma solução all in one aos seus
e Porto).
clientes, podendo executar as diferentes etapas de um longo processo, como é o da preparação e
No universo online, a EV ultrapassou a fasquia dos 2
execução de um evento - da logística à proposta
milhões de visitas num só ano, contabilizando ainda
de programação, criação de imagem, marketing e
mais de 67.000 seguidores nas redes sociais. Em
assessoria mediática.
2011, mais de 400.000 pessoas visitaram os nossos eventos.
A EV conta ainda um trajeto de internacionalização que inclui a produção de eventos e ações promocionais para instituições, empresas, marcas,
Essência do Vinho
116 INFANTE
141. Interior.
142. Perspetiva do sagu達o.
117 INFANTE
4.24 Casa do Infante Rua da Alfândega, n.º 10
A Casa do Infante é um edifício multifacetado que
Através destas diferentes valências e variedade
oferece um conjunto de valências diversificadas
programática, dirigida a todos os públicos e faixas
inerentes às suas funções de Arquivo Municipal,
etárias, a Casa do Infante afirma-se como local de
Biblioteca de Assuntos Portuenses, Centro de
visita incontornável para os habitantes da cidade do
Interpretação do Edifício e Loja de Vendas.
Porto, assim como ponto de referência obrigatória a todos os que a visitam.
Este edifício é sede do Arquivo Histórico Municipal do Porto, cujo acervo é constituído pela documentação camarária acumulada desde a Idade
Casa do Infante Arquivo Histórico Municipal do Porto
Média até à contemporaneidade, assim como por arquivos de instituições públicas já extintas e vários arquivos privados e coleções. Através das suas Salas de Leitura, Sala Memória, Sala de Exposições e Auditório, a Casa do Infante tem desenvolvido uma série de atividades complementares da sua vocação original de apoio à Administração e aos investigadores. Entre elas, destacam-se iniciativas como o Documento e Peça do Mês, os Circuitos Gastronómicos e exposições temporárias relacionadas com a identidade e história da cidade do Porto, assim como todo um conjunto de visitas e oficinas disponibilizadas pela área de extensão cultural. O Centro de Interpretação do Edifício permite rever a história da cidade desde o período da ocupação romana até aos nossos dias.
143. Desenho da Casa do Infante.
118 INFANTE
144. Infante D. Henrique pormenor dos Painéis de S. Vicente.
O Infante D. Henrique Filho do Rei D. João I, fundador da II Dinastia, e de D. Filipa de Lencastre, o Infante D. Henrique, imortalizado historicamente como O Navegador, nasceu na cidade do Porto em 1394, tendo falecido em 1460. Apadrinhou e estimulou as primeiras viagens náuticas portuguesas de envergadura, que conduziriam à gesta dos Descobrimentos. Assenhoreia-se do Norte de África e do Atlântico. Este homem, com uma personalidade lendária, de contornos misteriosos, apesar do seu enorme poder (Infante, se intitulava, e não Duque), possuía uma sólida educação, à qual aliava uma fé devotadíssima e um carácter austero: Protector da Universidade de Lisboa, atribui renda ao curso de Teologia. O seu empenho pela navegação terá possibilitado o patrocínio de uma escola de cartografia. D. Henrique é tenaz na tomada e conservação de Ceuta; suporta o revés de Tânger; organiza a armada das Canárias; afronta a pirataria; tem um desempenho notável na colonização das ilhas Atlânticas, especialmente da Madeira. Figura incontornável da Cidade do Porto, D. Henrique, o Infante de Sagres, revelar-se-á como uma das mais importantes personagens da História de Portugal.
119 INFANTE
4.25 balleteatro Escola Profissional Rua do Infante D. Henrique, n.º28
145. Aula no balleteatro.
O balleteatro apresenta-se como um espaço informal
POPH Tipologia 1.2, o balleteatro proporciona uma
e criativo com programas ao nível da produção,
formação de nível 4 em dança e teatro, equivalente
formação, programação e residência de artistas.
ao 12º ano de escolaridade. Numa abordagem pluridisciplinar, o plano de estudos pressupõe
É uma estrutura única no país pelas suas
que os alunos trabalhem a um nível profissional
características de formato e missão. De 1983, ano
em criações, orientadas por artistas convidados
da sua fundação, a 1995 foi-se estruturando até se
portugueses e estrangeiros em regime de residência,
apresentar como uma forma múltipla interdisciplinar
e ainda criem projectos individuais em pequenos
e plurifuncional: Auditório, Companhia, Escola
formatos apresentados no contexto Mostras.
Profissional e Serviço Educativo. Isabel Barros
Enquanto Escola Profissional, oficializada pelo Ministério da Educação e financiada pelo programa
120 INFANTE
4.26 Carris Hoteles Porto Ribeira Rua do Infante D. Henrique, n.º9
146. Fachada.
“Situado em pleno Centro Histórico do Porto, com vista para o Rio Douro, o Carris Hoteles Porto Ribeira está junto à Praça da Ribeira, ao Palácio da Bolsa e muito próximo do Centro de Congressos da Alfândega. Resultado de uma reabilitação integral de 5 edifícios, o Hotel, um quatro estrelas superior, conta com um total de 90 quartos, sendo que 10 deles são suites. Dispõe de salões perfeitamente equipados e com diferentes estruturas para a celebração de reuniões e banquetes. Conta também com um restaurante próprio, “Forno Velho”, com Show Cooking.” Carris Hoteles, 2012.
121 INFANTE
4.27 Feitoria Inglesa Rua do Infante D. Henrique, n.º2-14
147. Desenho do Edifício.
A Feitoria Inglesa, situada na Rua Infante D.
mais característicamente inglesa que portuguesa,
Henrique, anteriormente conhecida como Rua
sendo grande parte do seu mobiliário e recheio
Nova dos Ingleses, foi desenhada no estilo
proveniente de Inglaterra. A construção da Feitoria
Palladian, e construída entre 1785 e 1790 pelo
foi financiada por um imposto conhecido como
Consul Britânico John Whitehead, no local de
“Contribution Fund”, e que também era utilizado para
uma construção anterior. Inicialmente o edifício
providenciar o bem estar da Comunidade Britânica.
alojou o consulado e funcionou também, durante
Das várias Feitorias originalmente estabelecidas
muitos anos, em diferentes épocas, como Câmara
pelos mercadores ingleses, esta é indubitávelmente
de Comércio, estalagem, clube, e centro da vida
o único exemplar sobrevivente.
social da comunidade Britânica. A decoração interior, que sobrevive virtualmente intacta é
122 INFANTE
Hoje em dia os membros da Feitoria Inglesa continuam a ser, como dita a tradição histórica, representantes dos interesses ingleses no comércio do Vinho do Porto e, de forma semelhante aos directores dos museus, são responsáveis pela conservação do edifício e das suas colecções. Todos os anos é nomeado rotativamente um novo Tesoureiro, que supervisiona a manutenção e gestão da Feitoria. Além de funcionar como espaço onde os comerciantes do Vinho do Porto se reunem periódicamente, as salas são por vezes alugadas
148. Escritório.
para jantares, sob autorização dos sócios. A histórica colecção está agora aberta a visitas, com marcação prévia, de escolas, universidades, universidades sénior. O tradicional “Almoço de Quarta-feira” continua a realizar-se regularmente para os sócios e seus convidados, que no fim da refeição têm de adivinhar o ano do Vintage servido nesse almoço, selecionado ao acaso pelo Tesoureiro. O ponto alto do ano é o Baile de Natal, que se realiza no deslumbrante salão de baile. British Association
149. Sala dos Mapas.
123 INFANTE
150. Salテ」o de Baile.
151. Biblioteca.
152. テ》rio de Entrada.
153. Corredor de acesso ao Salテ」o de Baile. gerais.
154. Sala de Jantar.
155. Cozinha.
124 INFANTE
4.28 Fachadas Almadinas Rua de São João
Como surgiu a composição dos desenhos das
execução de novos espaços, arruamentos e edifícios
fachadas Almadinas?
de uso público.
Em meados do séc. XVIII houve um grande
Com a abertura das novas vias sobre a cidade
desenvolvimento social, económico e industrial na
medieval, houve a necessidade de criar novas
cidade do Porto, que até aí vivia ainda ao ritmo da
composições arquitetónicas tanto a nível dos
dinâmica medieval com uma estrutura urbana e
espaços urbanos como a nível das fachadas,
muralhas da mesma época.
adotando-se os recentes conceitos urbanísticos do Iluminismo.
Gerou-se assim uma mudança de mentalidades com a introdução de novos pensamentos que, resultaram
Nasce assim uma nova filosofia urbana, designada
em novas diretrizes políticas de governação, sob a
por regularidade urbana, que impôs uma nova
égide do Marquês de Pombal.
conceção, algumas regras de composição e uma correta integração no ordenamento de conjunto, o
Com este novo desenvolvimento e a nova expansão
que fez valorizar o Porto em termos paisagísticos,
urbana consequente, houve a necessidade de abrir
estéticos e monumentais. Com isto pretendeu-se
novas vias entre a parte alta (atual Estação de São
também criar um equilíbrio harmonioso, reduzindo
Bento) e a parte baixa da cidade (Ribeira), eixos
o contraste entre as velhas construções da Idade
fundamentais para permitir o tráfego comercial. A
Média e os edifícios que dominavam a imagem do
Rua Mouzinho da Silveira e a Rua de São João foram
burgo. Um dos critérios adotados foi a correção das
artérias que responderam a este problema.
cérceas, com o objetivo de estabilizar uma mesma escala e a continuidade da métrica dos vãos nos
Criada por João de Almada e Melo, primo do
pisos superiores.
Marquês de Pombal, que se estabeleceu no Porto, em 1757, como 1º Governador das Armas, a Junta
Com o aumento de cérceas, a composição de
das Obras Públicas assumia-se como um organismo
fachadas e sua morfologia sofreram grandes
autónomo, mas em contacto direto com o governo
transformações baseadas na herança Maneirista
central. Atuava no processo de transformação da
e Protoneoclássico. É neste contexto que surge o
cidade, através da criação de condições urbanísticas,
desenho, nunca totalmente executado, das fachadas
procura de financiamento, expropriações e modos de
da Rua de São João.
125 INFANTE
Porque se encontram hoje diferenças face ao projeto
arbitrário das cérceas introduziu alterações
da Junta das Obras Públicas?
morfológicas que não respeitam a leitura do
Hoje em dia, com o passar do tempo, o alçado
conjunto; por outro lado, as fusões de parcelas
Almadino da Rua de São João, encontra-se bastante
modificaram os desenhos das fachadas; por fim
modificado face às prescrições do projeto da Junta
criaram-se fachadas que não se adaptaram ao
de Obras Públicas, não se sentindo a lógica da
parcelamento fundiário.
fachada de arruamento. Por um lado, o aumento
156. Alçado realizado pela Junta de Obras Públicas para a Rua de S. João.
157. Alçado atual da Rua de S. João
126 INFANTE
4.29 Olá Bazar Rua de São João, n.º86
158. Interior.
A OláBazar existe desde 2009 e tem como objectivo
da nossa imagem de simpatia e afabilidade.
a comercialização de produtos 100% produzidos em
Bazar – com mais ou menos um “a” na sua
Portugal, é nosso ponto de honra tudo fazer para
construção, é sem dúvida uma palavra sem
que tal seja uma realidade, onde o lema: “comprar
pretensões de credos, crenças ou religiões; pois
português é comprar qualidade aliada a uma boa
quando falamos em Bazar, estamos sempre a tratar
dose de criatividade”.
de compra, venda, ou troca de produtos e também de saberes e experiências vividas. Na OláBazar, com
OláBazar não é simplesmente um nome, nós
certeza irão encontrar a peça certa, para colocar
preferimos chamar-lhe um conceito:
no lugar certo, para a pessoa certa, e recordar com nostalgia o Porto, o Douro e, claro, Portugal.
Olá - palavra que não sendo exclusivamente portuguesa se torna numa expressão aglutinadora
Joaquim Coelho
127 INFANTE
4.30 Centro Social Paroquial de S. Nicolau e Associação Infante D. Henrique Rua de São João, n.º77-79
Centro Social Paroquial de S. Nicolau
Para a concretização destes objectivos, possui um
O Centro Social Paroquial de S. Nicolau é uma
conjunto de áreas de intervenção:
Instituição Particular de Solidariedade Social do
Educação: Centro de Apoio ao Estudo para jovens
Centro Histórico do Porto que desenvolve a sua
do 5º ao 9º ano; programa de férias; grupo de
acção desde 1991, sediada na Rua de S. João 77-79,
jovens; Participação, Cultura e Lazer: Promoção
possuindo igualmente uma entrada de serviço pelo
de festas comunitárias (ex: S. Nicolau, Presépio
Pátio S. Salvador (Rua de Mouzinho da Silveira).
ao vivo, Festa de Reis, Celebração Pascal); festas cíclicas (ex: Magusto, Santos Populares); exposições/
A instituição tem como missão promover o espírito
feiras dos trabalhos realizados pelos utentes;
comunitário através da mobilização dos seus
participação em vários eventos culturais (ex: teatro,
próprios recursos, saberes e experiências tendo
revista, concertos); passeio/convívio anual; grupo
como fim último o desenvolvimento económico-
de teatro; Trabalho em Rede/Projectos e Parcerias:
-social da comunidade de S. Nicolau. Procura actuar
parcerias estabelecidas com segurança social; Rede
com a comunidade e para a comunidade tendo
Europeia Anti-Pobreza, Solidariedade Porto Histórico
em vista transformá-la em agente da sua própria
- Soporthis, Câmara Municipal do Porto, Associação
mudança e desenvolvimento. Regendo-se por
metropolitana de Serviços, Instituições locais, entre
valores como a reciprocidade, a justiça, o respeito e
outras; Serviço Social: Atendimento no âmbito da
a autonomia o Centro Social Paroquial de S. Nicolau
Acção social, RSI e Sem Abrigo; Centro Distribuição
assenta em três grandes objectivos de intervenção:
de Géneros Alimentares; grupos de desenvolvimento para sem abrigo e mulheres; Psicologia: consulta
Promover a participação activa da população de S.
de psicologia; orientação vocacional; apoio à
Nicolau e do Centro Histórico do Porto; Desenvolver
transição escolar e clube de emprego; Formação/
capacidades/potencialidades e promover
Sensibilização: Cursos de formação; acções de
competências; Consolidar o trabalho em rede através
sensibilização e grupos de desenvolvimento.
de mais e melhores mecanismos de comunicação inter e intra institucional.
Padre Agostinho Jardim
128 INFANTE
159. Interior.
Associação Infante D. Henrique
Reconhecendo a urgência de um agir comum, a AIDH
A Associação Infante D. Henrique – Associação para
não se constitui para substituir os agentes meritórios
o Desenvolvimento do Centro Histórico do Porto
que já se encontram no território - instituições,
(AIDH) é uma associação de direito privado, sem fins
empresas, associações e movimentos cívicos da
lucrativos, constituída a 12 de Julho de 2011 que
população. Assume-se assim como um movimento
visa a promoção do desenvolvimento económico,
de congregação e de sinergias que nasceu para
do desenvolvimento social, do desenvolvimento
ajudar a fazer acontecer, para concertar ideias e
ambiental, da capacitação para a concertação e da
para desempenhar um papel complementar na
inovação, numa óptica de promoção da qualidade de
recuperação do património habitacional, cultural,
vida do Centro Histórico da cidade do Porto.
social e humano do Centro Histórico do Porto. Associação Infante D. Henrique Associação para o Desenvolvimento do Centro Histórico do Porto
129
5 Mouzinho da Silveira
160. Esquema do percurso.
130 MOUZINHO DA SILVEIRA
5.1 Loja 112 Rua de Mouzinho da Silveira, n.º112
161. Interior.
Uma loja um pouco ao estilo “Carnaby Street”, onde o mundo da moto está presente em acessórios pessoais e de décor, onde encontra o capacete Retro para a sua old scooter, a T-shirt, bem como as luvas também necessárias à sua segurança, mais aqueles óculos motard que o avô tinha! Um mundo de novidades exclusivas no Porto e muitas mesmo em Portugal. Tudo num espaço incomum, oldtimer mas integrado no “novo” comércio tradicional do Porto! Welcome! Loja 112
131 MOUZINHO DA SILVEIRA
5.2 Casa Mousinho - Loja das Bandeiras Rua de Mouzinho da Silveira, n.º118
162. Fachada.
Iniciámos a nossa atividade, em 21 de Dezembro de 1961, com produção e venda de bandeiras estampadas ou bordadas, bem como galhardetes, emblemas, mastros, estandartes, etc. Iniciou-se com três sócios, atualmente conta apenas com um sócio-gerente, Moisés Luiz da Rocha Paiva, tendo os outros sócios já falecido. Ao longo de 50 anos, fomos desenvolvendo o serviço de bandeiras, executando e fornecendo diversas entidades, câmaras, juntas, coletividades recreativas e desportivas, bombeiros, bandas de música, vendas ao público em geral tomando por encomenda, mediante as indicações dos clientes. Moura, Pereira & Paiva, Lda.
132 MOUZINHO DA SILVEIRA
5.3 Prometeu Rua de Mouzinho da Silveira, n.ยบ136
163. Interior.
164. Cabeรงalho de fatura.
133 MOUZINHO DA SILVEIRA
5.4 Bem Português Rua de Mouzinho da Silveira, n.º148
No coração da cidade do Porto, um espaço “bem português”, uma acolhedora e atraente combinação entre artesanato e sabores, sons e imagens que nos reportam para o que de melhor existe em Portugal. À entrada podemos encontrar várias peças de artesanato, numa original colecção de símbolos característicos, verdadeiros fragmentos de história harmonizados com o presente pela mão dos seus autores. Subindo ao 1º piso temos o privilégio de reencontrar
165. Piso térreo.
sabores típicos reunidos numa variedade de conservas portuguesas recuperadas para trazer de novo o prazer dos sabores tradicionais e saudáveis, em embalagens que nos reportam ao passado, mas nos fazem apreciar o presente, e desfrutar deste espaço único e singular, que se enche de tradição, música e sabor... “bem português”. Bem Português
166. Piso superior.
134 MOUZINHO DA SILVEIRA
5.5 Fernol Rua de Mouzinho da Silveira, n.ยบ156
167. Interior.
135 MOUZINHO DA SILVEIRA
5.6 Portugalidades Rua de Mouzinho da Silveira, n.ยบ172
168. Interior.
136 MOUZINHO DA SILVEIRA
5.7 A Sementeira Alípio Dias & Irmão, Lda. Rua de Mouzinho da Silveira, n.º178
A completar oitenta anos ao serviço da Agricultura, a contribuir para a criação de mais vida, de vida melhor e mais farta. A pequena semente de 1933 é hoje, quase oitenta anos volvidos, uma árvore mais estável enraizada em amizades profundas e em dedicações que nunca esqueceremos. Aos nossos clientes, agricultores, engenheiros agrónomos, técnicos agrários, serviços oficiais, devemos agradecimentos sinceros pela confiança em nós depositada, pela lealdade e pela exigência, que tanto nos ajudaram a aperfeiçoar os nossos serviços e nos levam, a olhar o futuro com esperança. Aos nossos colaboradores devemos também palavras gratas pelo esforço e dedicação que nunca regatearam. A ultrapassar os oitenta anos – marco apreciável na vida de uma empresa – e encorajados pelas amizades conquistadas, olhamos de frente os anos que hão-de vir e os seus desafios. Abertos aos novos conhecimentos e ao espírito dos tempos, vamos também permanecer fiéis a princípios que sempre nortearam a nossa vida comercial e estão invariavelmente na base de todas as obras que perduram. Jorge Manuel Dias 169. Desenho do Edifício.
137 MOUZINHO DA SILVEIRA
5.8 Porto Vivo, SRU Rua de Mouzinho da Silveira, n.º212
170. Logótipo.
A Porto Vivo, SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Portuense, S.A. é uma empresa de capitais públicos, constituída a 27 de Novembro de 2004, detida pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, I.P. (IHRU) e pela Câmara Municipal do Porto, na proporção de 60% e 40%, respetivamente. A sua criação estabelece como missão, à luz do Decreto-Lei n.º 104/2004, de 7 de Maio, promover e conduzir a reabilitação e reconversão do património degradado da Área Crítica de Recuperação e Reconversão Urbanística do concelho do Porto, estabelecida no Decreto Regulamentar n.º 11/2000, de 24 de Agosto. Depois de executados diferentes estudos sobre o edificado, população e tecido económico da Baixa Portuense e do seu Centro Histórico, foi possível definir 5 grandes objetivos estratégicos ou vetores de desenvolvimento, tal como são identificados no Masterplan da Porto Vivo, SRU (2005): •A re-habitação; •O desenvolvimento e promoção do negócio; •A revitalização do comércio;
138 MOUZINHO DA SILVEIRA
•A dinamização do turismo, cultura e lazer;
coordenando a execução da respetiva Operação
•A qualificação do domínio público.
de Reabilitação Urbana em estreita relação com
A Porto Vivo, SRU cumpre o papel de orientar o
os particulares, no que diz respeito à reabilitação
processo de reabilitação e reconversão, elaborar a
dos edifícios privados, e com o Município, no
estratégia de intervenção e atuar como mediador
âmbito das operações urbanísticas planeadas para
entre proprietários e investidores, entre proprietários
o espaço público, recorrendo aos meios legais à
e arrendatários e, em caso de necessidade, tomar a
sua disposição para a realização de intervenções
seu cargo a operação de reabilitação, com os meios
urbanísticas sempre que não seja obtido acordo
legais que lhe foram conferidos. A delimitação de
para a sua realização.
uma Zona de Intervenção Prioritária (ZIP), onde se concentra o esforço de reabilitação urbana, permitiu
A Porto Vivo, SRU dá a conhecer e promove
redirecionar sinergias e maximizar estratégias, bem
um conjunto de incentivos à reabilitação,
como definir polos e fileiras de desenvolvimento
nomeadamente, por via da ação da Loja de
sustentável, identificando e envolvendo atores
Reabilitação Urbana e usando o Site institucional.
e parceiros.
No âmbito dos incentivos à reabilitação contam-se benefícios fiscais, redução de taxas municipais, o SIM
Por força do Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de
Porto, o Programa Viv’a Baixa, e o Protocolo Bancário,
outubro, deu-se início ao processo de conversão
que assegura condições especiais de financiamento.
da Zona de Intervenção Prioritária em Áreas de
Mais informação pode ser obtida nos seguintes
Reabilitação Urbana, havendo sido concluído o
contactos:
processo de delimitação da Área de Reabilitação Urbana do Centro Histórico do Porto, conforme
Rua de Mouzinho da Silveira, nº 212
Aviso n.º 9562/2012, de 12 de julho. O “Projeto
Tlf.: 222 072 700/Fax: 222 072 709
de Delimitação da Área de Reabilitação Urbana
Email : sru.loja@cm-porto.pt
do Centro Histórico do Porto” foi aprovado, a 4 de
www.portovivosru.pt.
junho de 2012, pela Assembleia Municipal do Porto, tornando-se a Porto Vivo, SRU na entidade gestora,
139 MOUZINHO DA SILVEIRA
5.9 Edifício Totta & Açores Rua de Mouzinho da Silveira, n.º228
171. Fachada.
140 MOUZINHO DA SILVEIRA
5.10 Galerias Vandoma Antiguidades e Leilões Rua de Mouzinho da Silveira, n.º175
172. Fachada.
141 MOUZINHO DA SILVEIRA
5.11 Moysés Cardoso & Cª Lda. Rua de Mouzinho da Silveira, n.º223-233
173. Tabuleta da loja.
142 MOUZINHO DA SILVEIRA
5.12 Casa Faria Rua de Mouzinho da Silveira, n.ยบ237
174. Interior.
175. Pormenor de Letras.
143 MOUZINHO DA SILVEIRA
5.13 Casa das Associações Rua de Mouzinho da Silveira, n.º234
A Federação das Associações Juvenis do Distrito
eventos associativos como seminários, iniciativas
do Porto (FAJDP) foi fundada em Novembro de
culturais, entre outras; área administrativa onde as
1986 e nasceu da necessidade de encontrar um
associações têm o seu “espaço sede”; um espaço
pólo agregador dos objectivos e reivindicações
de convívio – o “Bar do Mundo” com produtos do
do movimento associativo juvenil no distrito do
Comércio Justo; área comprometida à formação de
Porto. Atualmente a FAJDP representa mais de 90
dirigentes associativos.
associações juvenis filiadas que envolvem mais de 20.000 jovens oriundos dos vários concelhos do
Salienta-se a grande versatilidade do modelo de
distrito do Porto.
funcionamento do espaço que facilmente se adapta às necessidades pontuais de utilização apresentadas
O projeto “Casa das Associações” da FAJDP resulta
pelas Associações Juvenis e grupos de jovens.
de uma necessidade identificada de dotar a cidade e a região com um espaço que promovesse espírito
Este “sonho”, tornado realidade, resulta de um
empreendedor dos jovens no domínio associativo,
esforço persistente de sucessivas direcções da
que dignificasse este movimento e afirmasse a
federação e de um processo negocial e efectivo
participação dos jovens na sociedade. Este espaço,
apoio de varias entidades, das quais destacamos o
que funciona em molde similar a um “ninho de
Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ),
empresas” no sector associativo, procura estimular
a Câmara Municipal do Porto e a Sociedade de
e oferecer condições para o desenvolvimento do
Reabilitação Urbana.
empreendedorismo jovem na área social, cultural, desportiva, animação, ambiental, etc. É constituído por um edifício situado na Rua Mouzinho da Silveira, n.º 234, que recentemente abriu as portas a diferentes associações em início de atividade. A Casa das Associações compreende, assim, várias valências a conhecer: espaço público de convívio que privilegia a informação juvenil; Gabinete de Inserção Profissional apoiado pelo IEFP; espaço dedicado ao acesso às novas tecnologias de informação; área polivalente para realização de
Federação das Associações Juvenis do Distrito do Porto (FAJDP)
144 MOUZINHO DA SILVEIRA
176. Piso térreo.
177. Piso superior.
145 MOUZINHO DA SILVEIRA
5.14 Viela do Anjo e Edifícios envolventes Largo do Duque da Ribeira
A urbe, nos primórdios desenvolvia-se entre a cota alta, do Morro da Sé, e a cota baixa, do Cais da Ribeira. O casario do Porto cresceu ao longo dos percursos de ligação entre estes dois pólos, em especial aproveitando parte da Via Romana, que contornava o morro para vencer o desnível em espiral através das actuais ruas dos Mercadores, Bainharia e Escura. A abertura da Rua de Mouzinho da Silveira no séc. XIX, cobrindo o Rio da Vila e demolindo diversos edifícios, permite criar novos espaços e introduzir uma nova lógica na circulação
178. Vista do Largo.
viária. A Viela do Anjo passa a ficar definida pelo tardoz dos novos edifícios da Rua de Mouzinho da
dotar de maior salubridade uma zona da cidade que
Silveira e da Rua da Bainharia, adquirindo assim
se encontrava por cerzir desde a abertura da Rua
um carácter secundário e marginal. Os logradouros
de Mouzinho da Silveira. Procuramos estabelecer
são progressivamente ocupados por construções de
novas ligações, articulando percursos existentes e
carácter precário que invadem os espaços público e
propostos, ligando a cota alta à cota baixa, a cidade
privado.
antiga à cidade nova. Recuperamos os edifícios envolventes, introduzimos novos alinhamentos e
O projecto da Viela do Anjo e Edifícios Envolventes,
definimos novos acessos, utilizamos uma linguagem
insere-se na estratégia global de recuperação do
contemporânea que foi materializada com o recurso
Centro Histórico do Porto, iniciada pela Câmara
a materiais de tradição local, como o granito, as
Municipal do Porto nos anos 70 do séc.XX, e pelo
madeiras, o aço, o azulejo, o reboco e as tintas à base
Projecto-Piloto Urbano do Bairro da Sé, programa
de cal e de óleo. Os edifícios de habitação têm no
comparticipado pela Comunidade Europeia a partir
rés-do-chão espaços comerciais e na praça existe um
de 1993, data de início do projecto. A intervenção
equipamento de apoio. A grande diferença de cotas,
situa-se no quarteirão definido pelas antigas ruas do
e a dimensão da intervenção, permitiu criar um
Souto, da Bainharia, da Ponte Nova e Viela do Anjo e
estacionamento subterrâneo em dois pisos.
pela nova Rua de Mouzinho da Silveira. A proposta prevê a criação de uma pequena praça que permite
José António Barbosa
146 MOUZINHO DA SILVEIRA
5.15 Casa do Coração de Jesus Rua de Mouzinho da Silveira, n.º302
A Casa do Coração de Jesus nasceu a 18 de Outubro
daquela rua foi demolida e a loja transferiu-se para
de 1885, numa altura em que o cerimonial das
a vizinha Rua de Mouzinho da Silveira, nº 302, em
celebrações religiosas era mais rico e complexo que
1950, onde ainda se mantem.
nos nossos dias. Daí a viabilidade da criação de um atelier de fabrico de paramentaria e outras alfaias
Hoje como ontem, na Casa do Coração de Jesus a
religiosas destinadas ao culto.
arte de comerciar adquire tonalidades próprias. Pode-se comprar quase tudo o que se relaciona com
Conhecendo o mercado, Joaquim da Silva Melo,
o culto católico.
abalançou-se aos 25 anos a abrir uma loja de artigos religiosos na Rua do Corpo da Guarda, nº 19 a 21.
Apesar de viver desde sempre uma estabilidade
Aproveitando a circunstância de sua esposa ser
razoável, a simplificação do culto e a modernização
bordadeira criou desde logo uma secção de fabrico
da forma de estar na Igreja, operadas pelo
na Rua de D. Hugo, nº 37, onde trabalhavam quatro
Concílio Vaticano II, vieram modificar um pouco a
outras bordadeiras. Joaquim da Silva Melo ao criar a
natureza dos artigos disponíveis na casa, trazendo
Firma, deu-lhe logo a designação social de Joaquim
naturalmente quebras significativas nas vendas.
da Silva Melo & Cª, embora os únicos sócios fossem ele e a mulher.
Hoje a Firma é liderada por João Melo, neto de um dos sobrinhos do Fundador, tendo efectuado
À medida que o negócio se ia desenvolvendo, foi
a renovação da loja, dando-lhe um novo alento.
chamando, um após outro, os seus sobrinhos. Devido à abertura da Avenida da Ponte, parte
João Melo
147 MOUZINHO DA SILVEIRA
179. Desenho da fachada do antigo Banco Joaquim Alves d’Oliveira, atual Casa do Coração de Jesus.
180. Cartão de visita.
148 MOUZINHO DA SILVEIRA
5.16 Corpo da Guarda Rua de Mouzinho da Silveira, n.º306-348
181. Frente urbana do Quarteirão Corpo da Guarda.
Na Unidade de Intervenção do Corpo da Guarda,
A solução arquitectónica pugnou pela manutenção
que incide no quarteirão delimitado pelas ruas
da imagem exterior do edificado de origem, quer
de Mouzinho da Silveira, do Corpo da Guarda, dos
no que concerne à individualidade de cada prédio,
Pelames e do Souto, foi desenvolvida, sob a gestão
quer no que concerne aos materiais, revestimentos
da Porto Vivo, SRU, enquanto proprietária, uma
e desenhos de vãos. O interior surpreende pela
operação urbanística em parceria com os restantes
estruturação funcional, onde surge o espaço de
proprietários privados, em 8.200 m2.
estacionamento num piso elevado voltado à Rua de Mouzinho da Silveira, mas à cota da Rua do Corpo da
Tratou-se de reabilitar 27 prédios, dos quais 50%
Guarda por onde se faz o acesso automóvel. O piso
estava em mau estado de conservação, e, destes,
térreo e a mezzanine têm uso comercial e os pisos
cerca de 75% devolutos. Nesta operação conjugada,
superiores destinam-se a habitação.
entre proprietários e segundo um modelo de emparcelamento físico, gerou-se estacionamento
Este empreendimento encontra-se actualmente
para 18 viaturas, fogos habitacionais de diversas
em comercialização, sendo um dos primeiros
tipologias e espaços para acolhimento de
acontecimentos que contribui para a mudança do
actividades comerciais.
ambiente global do Eixo Mouzinho/Flores.
149 MOUZINHO DA SILVEIRA
182. Início das ruas de Mouzinho da Silveira e das Flores. À esquerda os edifícios reabilitados do Quarteirão Corpo da Guarda; ao centro o edifício que encabeça o Quarteirão, já reabilitado, de Trindade Coelho; à direita, o Quarteirão das Cardosas. De salientar que na obra de reabilitação do Quarteirão de Trindade Coelho se manteve, no edifício do topo, os reclamos que constituem imagem de marca deste quarteirão.
150
BIBLIOGRAFIA Afonso, J.F. (2000). A Rua das Flores no século XVI :
Oliveira, J.M. Pereira de (1973). O Espaço Urbano do Porto:
elementos para a história urbana do Porto quinhentista. FAUP
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de Alta Cultura - Centro de Estudos Geográficos (anexo à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra).
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Pimentel, H. e Graça, M. (2002). Seis Percursos pelo Porto
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Luiz Ferreira. História. [Sítio da Internet] [Citado em 2012-11-05) Disponível em: http://www.luizferreira. com/?p=3&n=historia
151
FICHA TÉCNICA Título Eixo Mouzinho/Flores - Território do Recolhimento e do Mercadejar Edição Porto Vivo, SRU - Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Portuense, S.A. Coordenação Ana Paula Delgado Paulo de Queiroz Valença Margarida Mesquita Guimarães Equipa Técnica Beatriz Hierro Lopes Colaboração Ana Rita Souto Joana Fernandes José Pacheco Sequeira José Barral José Patrício Martins Luís Soares António Coordenação da Edição Beatriz Hierro Lopes Gabriela Magalhães Imagens Associação Comercial do Porto - 122; 123; 124; 125; 126; 127; 128 Busílis da Comunicação - 110 Casa do Infante - Arquivo Histórico Municipal do Porto - 4; 7; 8; 9; 16; 17; 20; 56; 68; 91; 115; 117; 118; 119; 144 Cidade das Profissões - 66 Empatia - Arqueologia, Lda. - 11; 12; 13 Filipe Pinheiro Campos - 79; 86; 175
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Francisco Queiroz - 74; 164; 180 Foto Freitas - 14; 104 Fundação da Juventude - 77; 78 Gabinete Alexandre Soares - 25; 26; 27; 28; 29; 32; 34; 36; 38; 40; 41; 42; 44; 47; 48; 49; 50; 51; 55; 57; 58; 61; 64; 67; 69; 70; 71; 73; 80; 81; 83; 84; 85; 92; 93; 95; 96; 97; 101; 102; 103; 107; 108; 109; 111; 112; 113; 120; 129; 131; 132; 134; 135; 136; 137; 138; 139; 140; 141; 142; 145; 146; 148; 149; 150; 151; 152; 153; 154; 155; 158; 159; 161; 162; 163; 165; 166; 167; 168 Gestão de Obras Públicas da Câmara Municipal do Porto, EM - 10 João Barata Feyo - Capa Luís Aguiar Branco - 5; 6; 18; 21; 22; 30; 31; 33; 39; 43; 52; 54; 59; 60; 62; 65; 72; 76; 82; 87; 88; 89; 90; 94; 98; 106; 114; 116; 121; 130; 133; 143; 147; 169; 179 Ourivesaria Luiz Ferreira - 37 Ourivesaria Pedro A. Baptista, Lda. - 35; 45; 46 Porto Vivo, SRU - Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Portuense, S.A. - 1; 2; 3; 15; 19; 23; 24; 53; 75; 99; 100; 105; 156; 157; 160; 170; 171; 172; 173; 174; 176; 177; 178; 181; 182 Roberto Cremascoli, Edison Okumura e Marta Rodrigues arquitectos, Lda. - 63 Design e Paginação Filipa Paiva - Fundação da Juventude Impressão Multitema, Soluções de Impressão S.A. Tiragem 2500 ISBN 978-989-96862-9-8 Depósito Legal
Nota: Nesta publicação foi respeitada a grafia utilizada pelos seus diferentes autores.
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A Porto Vivo, SRU agradece a: A Cerca Adriano Antero Monteiro (Relojoaria Adriano) Ag Jewels Agostinho Jardim (Associação Infante D. Henrique e Centro Social Paroquial de S. Nicolau) Alfredo Ascensão (Alfredo Ascensão & Paulo Henriques, arquitectos Lda.) Alfredo Costa (Busílis da Comunicação) Ana Espregueira Mendes (Hotel Intercontinental) Ana Paula Cunha Nogueira Assucena (Retrosaria das Flores) André Nascimento (Empatia – Arqueologia, Lda.) António Marques de Oliveira (Ourivesaria Eduardo Carneiro & Cª, Lda.) António Martins Teixeira (Cooperativa de Ensino Superior Artístico do Porto) António Tavares (Santa Casa da Misericórdia do Porto) Augusto Saldanha (Alfaiate) Bem Português British Association Carlos Alberto Loureiro (Empatia – Arqueologia, Lda.) Chocolataria Equador Cristina Lopes (Ourivesaria Neves & Filha, Lda.) Elvira Basílio (Porto Signs) Essência do Vinho Federação das Associações Juvenis do Distrito do Porto Fernol Filipe Pinheiro Campos Francisco Queiroz Furtado Mendonça Gabriel Pereira (Empatia – Arqueologia, Lda.) Galo Louco Hard Club Isabel Barros (balleteatro Escola Profissional) Joana Dixo (Dixo’s Oporto Hostel) Joana Oliveira (Mercearia das Flores) João Melo (Casa do Coração de Jesus)
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Joaquim Coelho (Olá Bazar) Jorge Manuel Dias (A Sementeira - Alípio Dias & Irmão) José António Barbosa Livraria Alfarrabista João Soares Livraria Chaminé da Mota Alfarrabista Loja 112 Luís Pedro Martins (Santa Casa da Misericórdia do Porto) Manuel de Novaes Cabral (Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto) Maria Eduarda Ferreira de Matos (Ferreiras Joalheiros) Maria Geraldes (Fundação da Juventude) Maria Manuel Morais (Memórias) Moura, Pereira & Paiva, Lda. (Casa Mousinho – Loja das Bandeiras) Nuno Guerreiro (Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto) Olga Lacerda (Feitoria Inglesa) Paula Rebelo (Manufaktura) Paulo Lobo (Hats & Cats e Lobo Taste) Pimm’s Portugalidades Prometeu Rui Melo (Tea Point) Rui Moreira (Associação Comercial do Porto) Rui Rio (Presidente da Câmara Municipal do Porto) Sofia Alves (Casa do Infante – Arquivo Histórico Municipal do Porto) Teresa Chaves (Cidade das Profissões) Vladimiro Feliz (Associação Porto Digital) Zof/House Gallery
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