Cenรกrios Pelotenses Caminhos da Serra do Sul
ร velin Bianca
Cenรกrios Pelotenses Caminhos da Serra do Sul
ร velin Bianca
Cenários Pelotenses Caminhos da Serra do Sul Évelin Bianca Chollet Grellert
2012 Curso Técnico em Comunicação Visual do Instituto Federal Sul-Rio-Grandense, campus Pelotas Livro desenvolvido para a disciplina de Laboratório de Criatividade Prof. Ruth Lerm; Turma 4M3 - 2012/1 Tipografias utilizadas: Calibri corpo 14 e Script MT Bold corpo 72. Todas as fotografias são do acervo da autora.
Sumário Introdução Lugares e Cenários Guadalupe Maciel Recanto dos Coswig Rincão da Cruz Cachoeiras Imigrante Pegoraro Três Cerros Arroios Caneleiras Pelotas Santa Bárbara
7 11 13 18 23 26 31 32 36 40 45 47 52 56
Introdução Há quem aprecie contemplar uma bela paisagem. Existem também os apaixonados por fotografia. Outros ainda curtem passar o dia com a família, fazer churrasco, acampar ou simplesmente se refrescar num dia de verão. Alguns preferem um dia de aventura. E eu, bem, eu acredito que tenho um pouco de cada. Lembro que, desde quando eu era pequena, minha família teve o costume de, usando uma expressão regional, “ir pra fora”, em grande parte porque minha mãe cresceu assim e meu pai nasceu e viveu um bom tempo na zona rural. E eu peguei o gosto pelos passeios e, especialmente, por alguns lugares. O gosto por esses passeios se tornou maior de uns anos pra cá, quando as saídas se tornaram sinônimo de oportunidade para fotografar. Na verdade, nem uma câmera fotográfica boa eu tenho, mas comecei a apreciar a fotografia e curtir fazer alguns cliques. Aliás, eu diria muitos, tudo que chama a atenção, ou simplesmente para registrar o momento, vira foto. Momentos e cenários eternizados... Há algum tempo surgiu o que em algum momento denominou-se “Caçadores de Cachoeiras”. Embora abranja toda região, algumas cachoeiras daqui foram encontradas e registradas. Algumas, embora conhecidas, ainda não foram registradas e outras ainda só sabemos da existência, mas não as conhecemos ainda. Sempre se ouve falar que o verde transmite tranquilidade.
7
Comprovadamente, o ar do campo é o mais puro. Longe da agitação, certos lugares concedem paz e descanso. Recentemente, estamos numa busca por um sitio, um lugar para fins de semana mais tranquilos. Embora não tendo sido encontrado ainda, foi nessa procura que descobrimos alguns lugares lindos no interior de Pelotas. E enquanto não encontramos o nosso lugar, continuamos encontrando outros lugares. Com esses passeios, posso dizer que conheço boa parte da zona rural da cidade, até porque sempre procuramos novos caminhos, o retorno quase nunca é pelo mesmo lugar. Mas sempre há um lugar que não se conhece e se quer ir, ou um caminho diferente pra passar e que às vezes nos deixa perdidos. Fato é que sempre se inventa algum passeio. Quando surgiu a oportunidade de fazer um livro com a minha visão da cidade, a minha primeira ideia foi fazer sobre a zona rural de Pelotas. Além do mais porque, na minha opinião, ela não é aproveitada turisticamente tanto quanto poderia ser. Pessoalmente, considero o turismo de um modo geral pouco explorado aqui. Considerando-me um tanto bairrista, seja estadual ou municipal, acredito no potencial turístico de Pelotas. Acredito que grande parte dos pelotenses não conhece a maioria das cachoeiras e campings da zona rural. Geralmente se fala em cachoeira do Arco-íris, Grupelli e Recanto dos Coswig. Mas há muito mais lugares a se conhecer. Alguns sites de turismo rural da região são até bastante completos, pra quem quiser conhecer boa parte do que há no interior. Sempre há, no entanto, alguns lugares que poderiam ser melhor administrados para atender o público. E falta também um incentivo mais direto à população a praticar o turismo rural, conhecer e valorizar sua cidade. Afinal, como dizem, o que é bonito é pra se mostrar. Além disso, há o descaso com as estradas do interior, com exceção da RS e de outras principais, as
8
outras, secundárias, poderiam estar em melhores condições. Há também a questão de sinalização, boa parte das atrações turísticas não está bem sinalizada. Com o acesso pelas estradas melhorado, o caminho para os lugares melhor indicado e alguns pontos mais estruturados, além de um incentivo, a região poderia atrair mais turistas. As atrações turísticas da zona rural possuem cachoeiras, arroios, áreas de camping, restaurantes, cafés, pousadas e, é claro, muito verde para ser apreciado. A região do interior de Pelotas fica na Serra dos Tapes, ou Serra do Sul, ou seja, possui vários morros alcançando o ponto mais alto da cidade na localidade de Rincão da Cruz. No século XIX, ocorreu o movimento da criação de colônias rurais de imigrantes, e nessa época o território de Pelotas incluía áreas onde hoje se localizam os municípios de Morro Redondo, Capão do Leão, Arroio do Padre, Turuçu e São Lourenço do Sul. A região foi ocupada principalmente por pomeranos, franceses, italianos e alemães. Uma das primeiras colônias criadas foi Monte Bonito, em 1850, por irlandeses. O distrito de Santa Silvana e parte de Triunfo e Cerrito Alegre teve ocupação pomerana, a colônia Municipal foi ocupada por alemães. A colônia Francesa teve inicio na década de 1880, na colônia Santo Antonio, atualmente localizada nas colônias Vila Nova e Bachinni. A colônia Maciel foi criada pelo governo provincial em 1882, sendo assim a única colônia imperial da região, e seus imigrantes, na maioria italianos, chegaram em 1883 ou 1884. O objetivo desse livro é mostrar um pouco dessa região e as suas características e incentivar o turismo. Mas, mais que um guia de pontos turísticos, a idéia é mostrar porque considero a zona rural de Pelotas um lugar cheio de belos cenários dignos de serem visitados.
9
10
Lugares e Cenários
O interior da cidade de Pelotas se divide em localidades, dentre as quais se destacam a colônia Maciel, Monte Bonito e Cascata. Nessa região, vários lugares podem ser apreciados pela sua beleza natural.
11
11
12
Guadalupe
13
13
Na localidade da Cascata, às margens da BR 392, se localiza o Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe, local de eventos da igreja católica e também de outras denominações evangélicas. Num espaço com muita área verde, a capela se destaca pela beleza arquitetônica externa e interna.
14
14
15
15
Da ampla janela de trĂĄs dela e tambĂŠm na parte superior do prĂŠdio, pode-se ter uma vista da cidade de Pelotas.
16
17
17
Maciel
Localizada a aproximadamente 40km do centro, tem a maior parte da sua população formada por imigrantes italianos, que chegaram ao local em 1883 ou 1884. A colônia foi estabelecida anteriormente pelo governo provincial em 1882, ou seja, é a única colônia imperial da região. Os moradores buscam o reconhecimento como a 5ª Colônia Italiana do RS.
18
19
19
Um dos símbolos da Colônia Maciel é a ponte sobre o arroio caneleiras. Antigamente, ela era ferroviária, por essa razão ela é bastante estreita, e posteriormente foi transformada para passagem de veículos. Fica próxima ao local onde se localizava a antiga estação, que foi inaugurada em 1951 com o nome de Santa Helena, o qual no final da década de 50 foi mudado para Colônia Maciel. Descendo-se a ponte a pé ou seguindo por uma estrada próxima dali, chega-se à Cachoeira do Imigrante. Seguindo por outra estrada na lateral da ponte, pode-se chegar a outra cachoeira, a dos Pegoraro. Próximo dali também fica a família Camelatto, famosa por seus vinhos e em cuja propriedade também há uma cachoeira.
Uma das estradas que ligam a BR 392 à Colônia Maciel, fica em frente ao acesso da cidade de Morro Redondo. A poucos quilômetros da faixa, há uma área verde, propícia para lazer, às margens do mesmo Caneleiras.
20
20
21
21
22
Recanto dos Coswig Localizado às margens do arroio Quilombo, o recanto dos Coswig tem, além da área de lazer com piscina natural, um restaurante, café colonial, pousada, área de camping, passeio a cavalo e praça para crianças.
23
23
24
25
25
Rincão da Cruz Na divisa com Canguçu, fica a localidade de Rincão da Cruz, onde se localiza o ponto mais alto de Pelotas, o chamado cerro do Quinongongo. Lá há também uma cachoeira, ainda não explorada pelo público. A estrada de acesso muito precário, passa atrás da estrada principal da conhecida cachoeira do Arco-Íris.
26
27
27
28
29
29
30
Cachoeiras
Em quedas d’água maiores ou em cascatas menores, corredeiras que se prolongam pelo curso dos arroios. Nas piscinas naturais ou nos lugares repletos de pedras. Algumas com fácil acesso e estrutura organizada e outras mais inexploradas em meio aos morros e matos. Quando se fala em cachoeiras de Pelotas, a maioria das pessoas logo lembra da Cachoeira do Arco-íris. É o local mais estruturado turisticamente, mas não é o único. Falando em lugares estruturados, pode-se incluir também a Cachoeira do Imigrante, na Colônia Maciel; a dos Camelatto, no local que é conhecido pelos vinhos; na Trilha Jardim: Espaço Arte, que, pessoalmente até pouco tempo não sabia da existência de uma cachoeira no local; e a Cachoeira Paraíso. A região possui aproximadamente oito cachoeiras, com opções de campings e pousadas, locais pra se ir com a família, para curtir o verão e para fazer trilhas.
31
31
Imigrante Localizada na Colônia Maciel, está entre as cachoeiras de mais fácil acesso e melhor estrutura da região. Quem anda pela estrada principal da colônia passa pela grande ponte do arroio Caneleiras. Descendo pela ponte, pode-se subir pela margem do arroio a pé. Seguindo por uma estrada lateral, chega-se a um camping. Para chegar até a cachoeira, primeiro desce por uma estrada e depois por uma trilha pelo mato bem sinalizada, apenas um pouco íngreme. Na margem do arroio há um tipo de praia com uma área para churrasco. O arroio forma um ótimo espaço para banho no pé da cachoeira. Ao redor, muita área verde. O local é uma ótima opção para passar um domingo com a família, inclusive para quem tem criança, por ser bastante acessível e sem riscos, como muitas pedras. Considero uma das cachoeiras mais bonitas, a ponte é um símbolo da colônia.
32
33
33
34
35
35
Pegoraro
A cachoeira tem esse nome por causa dos primeiros imigrantes que chegaram à região, cujos descendentes moram próximos ao local. Para chegar à cachoeira o acesso mais fácil é por uma estrada nas proximidades da ponte do arroio caneleiras, principal referência da colônia. A estrada passa pela propriedade da família Camelatto, famosa pela produção de vinhos, e logo em seguida deve-se dobrar numa estrada menor. Na primeira casa já se avista da estrada parte da cachoeira. O local não tem estrutura de camping, e os moradores permitem o acesso gratuito ao local. A descida pelo campo é um pouco difícil devido ao terreno íngreme, o que fica ainda mais complicado com o
36
chão molhado após a chuva, como aconteceu numa das vezes que estivemos lá. O arroio possui uma queda d’água maior e várias quedas menores com muitas pedras ao longo do seu curso, com locais propícios para o banho. Pela questão do acesso, quantidade de pedras e não ter estrutura, talvez não seja o local mais adequado para famílias com crianças pequenas. Na primeira vez que fui ao local, em janeiro desse ano, encontramos um gato do mato, que, segundo os moradores, é muito visto na região. Infelizmente, o bicho parecia estar doente, o que possibilitou a aproximação.
37
38
39
39
Três Cerros
Os três morros situados lado a lado localizam-se no distrito do Quilombo, ao norte da colônia Francesa e sudoeste do município de Arroio do Padre. Por ali, passa o arroio Andrade, que forma uma cachoeira. Em sua extensão total, o arroio tem aproximadamente 21 km. O acesso ao local é um tanto precário, a estrada, especialmente após um período de chuva, tem condições muito ruins. No lugar não há nenhum tipo de estrutura. A chegada na cachoeira é pela parte superior dela, após um pedaço de campo, uma parte é pelo mato, no topo da cachoeira. A seguir, o que há é uma enorme laje de pedra, com a primeira queda d’água na lateral. O curso do arroio se estende por vários metros em pequenas quedas ou mesmo no plano sobre as pedras. Na beira do mato, ele faz uma curva e segue. A partir daí, o trajeto é por uma trilha no mato, que, apesar de não ser muito fechado nem grande, pode fazer alguém se perder (experiência própria), acabando por chegar no meio do campo ao invés de na beira do arroio. Nesse ponto, o arroio ganha maior volume e profundidade, as pedras são irregulares e o cuidado é maior. Segue-se a segunda grande queda d’água e outras menores.
40
41
41
42
43
44
Arroios
A zona rural de Pelotas possui vários arroios, alguns grandes e outros menores. Eles formam cachoeiras, corredeiras e piscinas naturais ao longo da colônia. Entre os maiores, estão o Caneleiras, Pelotas e Santa Bárbara.
45
45
46
Caneleiras
Nasce em Canguçu, entra em Pelotas na região noroeste e percorre 23 km até desaguar no arroio Pelotas. Próximo à BR 392 fica um lugar muito propicio para um dia de verão. A estrada de acesso à Maciel, pelo lado oposto da entrada de Morro Redondo, geralmente está em boas condições. A poucos metros da ponte, uma área aberta na entrada do mato indica o local. O lugar é bastante limpo, apesar de não ser exatamente um camping, tem uma grande área aberta. O arroio tem locais bastante rasos e alguns mais fundos, ou seja, é bom para famílias incluindo as que tenham crianças. É um dos meus lugares preferidos na zona rural de Pelotas, descobrimos há aproximadamente dois anos e desde então já estivemos lá várias vezes. A única questão é que nos dias de muito calor o local fica cheio.
47
48
49
49
49
50
51
51
Pelotas
Possui cerca de 60 km de extensão, nasce do encontro dos arroios Caneleiras e do Quilombo e desagua no canal São Gonçalo. Na zona rural, forma alguns pontos turísticos, como o Templo das Águas e alguns lugares propicios para banho ao longo de seu curso.
52
53
53
54
55
Santa Bรกrbara
ร o arroio que alimenta a barragem Santa Bรกrbara, uma das fontes de abastecimento de Pelotas.
56
57
57
A zona rural de Pelotas está localizada no sul da Serra dos Tapes, ou Serra do Sul. A região possui muitas belezas naturais, algumas ainda desconhecidas pela população da cidade. Nesse livro, alguns dos lugares mais belos da colônia da Pelotas são apresentados, com muitas fotos. Que fique o incentivo a quem goste de natureza para conhecer os caminhos da Serra do Sul.