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INFORMATIVO DO SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL NO 46º CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA 30 DE SETEMBRO A 5 DE OUTUBRO DE 2012 - EDIÇÃO Nº 5
Rede de Litotecas preserva acervo geológico do País Desde o início das atividades da CPRM em 1970, o governo brasileiro investiu mais de US$ 800 milhões em reconhecimentos geológicos, incluindo a geofísica aérea e terrestre. Nesse período, milhares de afloramentos foram descritos, milhares de amostras de rochas, solos e sedimentos concentrados de bateia foram coletados, além de milhares de metros de testemunhos de furos de sondagem. Parte do acervo da litoteca de Caeté/MG Em 2003, por uma decisão do então diretor de Relações Institucionais e Desenvolvimento (DRI), Centros de conhecimento para Fernando Carvalho, decidiu-se construir litotecas para preservar e permitir o acesso ao acervo pela a comunidade geocientífica sociedade. Essa decisão foi ratificada no 1º se O objetivo da Rede de Litotecas é preservar o minário de gestão, realizado em outubro daqueacervo coletado nos 43 anos de trabalhos execule ano. Posteriormente, o projeto evoluiu para a tados pela CPRM. Todo o acervo está sendo aconconstrução da Rede de Litotecas da CPRM. dicionado adequadamente, catalogado e incluído Na primeira fase a dificuldade foi alocar recurem uma base de dados, em instalações que permisos que envolvia um montante considerável de tem o fácil acesso e manuseio dos usuários. Segunverba orçamentária. Até 2009, todo acervo perdo o coordenador da rede, Rommel da Silva Soumaneceu disperso nas unidades da CPRM, até que sa, o trabalho executado pela CPRM é de grande a Rede foi incluída no PAC. “A partir de então, relevância para a comunidade se consolidou um sonho colegeocientífica. “A realização do tivo de toda a área técnica da projeto é uma prova testemuCPRM”, declarou o assessor, nhal do investimento do Estado Fernando Carvalho, idealizador brasileiro em levantamentos gedo projeto. ológicos, prospecção e pesquisa No congresso, a divulgação mineral, indutores do desenvolda Rede está sendo feita com vimento do país; e garantia da os trabalhos; “Rede de Litotecontinuidade das pesquisas gecas”; e com o painel “Utilização ológicas”, ressalta Sousa. do Aplicativo Litotecas no Ca- Rommel Sousa e Fernando Carvalho A instalação das Litotecas dastro do Acervo Existente no com o Painel Rede de Litotecas constitui-se também em centros Serviço Geológico do Brasil”, de conhecimento à disposição de empresas, unieste último apresentado pelo analista de Geociênversidades e demais instituições de pesquisa. cias, Carlos Eduardo Marinho.
Rede Lamin capacita laboratórios analíticos e de preparação
Participantes avaliam a importância do evento em Santos
Entrevista Fábio Braz Machado Presidente do Congresso
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Equipamento é adaptado para os rios amazônicos O Serviço Geológico do Brasil, juntamente com o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) e a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), levou para o Amazonas, através do Projeto Remam 2, um equipamento inusitado para utilização em águas fluviais: o ondógrafo. Feito para aferir ondas marítimas, será adaptado para pesquisas na bacia amazônica. O ondógrafo registra cerca de 20 minutos a cada hora, 24 horas por dia, três informações básicas para especificar as condições das águas: altura das ondas, período e direção. A instalação está prevista para este mês, localizada entre duas estações hidroclimatológicas; a primeira em Jatuarana, a 20 km ao leste de Manaus, e a segunda na vila de Paricatuba, 15 km a oeste da capital. Ambas possuem sensores que captam a velocidade dos ventos e a intensidade da chuva. Essas informações complementam os dados obtidos pelo radar meteorológico que capta a formação de nuvens de tempestade a 200 km de distância. Segundo Marco Oliveira, superintendente regional de Manaus, a equivalência destes dados permitirá uma avaliação técnica das condições de navegabilidade. “A gente espera conseguir uma correlação de informações entre o vento e a altura das ondas. Isso permitirá dar alertas
Ondógrafo para medição de ondas no rio Negro sobre a vinda de tempestade e de formação de banzeiros”, explica. Na Amazônia grande parte dos naufrágios ocorrem em função das condições climáticas que alteram diretamente o tamanho das ondas. O estudo, que é pioneiro no Brasil, tem como objetivo principal a construção de um histórico de dados que estabelecerá parâmetros de monitoramento de eventos climáticos extremos, a exemplo do que vem sendo feito com as cotas dos rios, e emitir alerta para as embarcações que trafegam na área.
Rede Lamin capacita laboratórios analíticos e de preparação Porto Alegre, Salvador e Rio Com o objetivo de recomde Janeiro, dedicados à prepapor a capacitação laboratorial, ração de amostras geológicas, a partir de 2006 a CPRM deentre outros procedimentos. cidiu criar a Rede de Labora O coordenador-geral da tórios Lamin. A decisão partiu Rede Lamin, José Leonardo da constatação da importânAndriotti, destaca que a rede cia da atualização tecnológica veio para capacitar a empree da necessidade de descensa frente à atividade intensa tralizar as atividades de apoio de coletas de amostras. “Os analítico da instituição. serviços geológicos têm a Segundo Maria Alice Duar- Coordenadores da Rede Lamin, Maria missão de prover a sociedate, da coordenação da rede, Alice Duarte e José Leonardo Andriotti de de informações oriundas os laboratórios estão estrutudesse trabalho; cabe à Rede Lamin a prepararados em duas classes: quatro unidades voltadas ção da análise química dos materiais e alimentar para a realização de análises químicas de maior os bancos de dados para serem disponibilizados complexidade, instaladas no Rio de Janeiro (Lapara a sociedade’, afirma Andriotti. min-ERJ), em São Paulo (Cecopomin), Belo Ho No congresso, a Rede Lamin apresenta o painel rizonte (LSQA-BH), e Manaus (LSQA-MA); e 12 denominado Rede Laboratórios do Serviço Geolaboratórios regionais localizados em Belém, Malógico do Brasil, contendo o estado atual de funnaus, Porto Velho, Teresina, Fortaleza, Recife, São cionamento dos laboratórios. Paulo/Araraquara, Goiânia, Minas Gerais/Caeté,
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Público avalia Congresso Maria da Guia Lima, chefe do Núcleo de Natal da CPRM “É uma oportunidade de discutir as novas tecnologias na área das geociências e de assistir apresentações de trabalhos importantes que a gente pode tentar aplicar dentro da empresa.”
Paulo Marcondes, geofísico da Petrobras “Acompanhei algumas sessões interessantes, principalmente de pesquisadores estrangeiros. Para nós que trabalhamos na Petrobras é uma oportunidade de trocar experiências e conhecer novos conceitos para exploração do pré-sal.”
Fernanda Xavier, geógrafa e estudante de pós-graduação da Unesp “Estou aproveitando bastante cada palestra e fazendo contatos. Apresentei trabalho na sessão painel associado a identificação de contaminação superficial utilizando geofísica.”
Amanda, Suellen, Thaís e Rosane, estudantes de geologia UERJ “Estou assistindo palestras de diversas áreas, ainda não sei no que me especializar”, disse Thaís.
Gabriela Lima, estudante de doutorado da UFPA “As palestras, conferências e sessões temáticas estão de alto nível. É o melhor congresso de geologia que já participei nos últimos tempos.”
Mário Machado Leite, pesquisador do Serviço Geológico de Portugal “Percebi uma juventude engajada com questões que envolvem o conhecimento geológico. É um evento de grande dimensão que me deixou entusiasmado.” Tivemos a
Bolivar Dallagnese e Lucas Quaiatti, estudantes de geologia da Unipampa, Caçapava do Sul/RS “Um evento bem organizado e interessante. Pretendo repassar o que vi e aprendi no Congresso para meus colegas e professores”, conta Bolivar.
Luiz Carlos Godoy, professor do curso de engenharia da UEPG “A participação da CPRM com mais de 160 trabalhos chamou minha atenção. Significa que o governo está trabalhando bastante, principalmente na gestão de áreas de risco geológicos.”
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ENTREVISTA
Fábio Braz Machado Presidente do Congresso e professor da Universidade Federal de São Paulo
Qual avaliação o senhor faz do 46º Congresso Brasileiro de Geologia? O evento superou nossas expectativas. Tivemos a presença de empresas brasileiras da área de mineração, pesquisadores de renome, professores e estudantes de todas as regiões. É importante destacar que reunimos mais de 4 mil pessoas, entre elas, cerca de 150 autoridades. O Congresso recebeu dois mil trabalhos inscritos. Um momento único de fortalecimento da relação entre as universidades do país e o meio profissional. Estou muito satisfeito com o empenho e dedicação de todos. A repercussão internacional que o Congresso ganhou demonstra a grandiosidade da qualidade dos trabalhos apresentados. Isso é altamente produtivo. Trocamos experiências, recebemos sugestões e propostas. Já marcamos uma reunião com os representantes da Nigéria em dezembro, eles querem formalizar uma grande parceria com o Brasil. Trouxemos estrangeiros de 22 países, mais de 150 pessoas, com o objetivo principal de fortalecer e integrar nossos grupos nacionais e os principais nomes internacionais da geologia.
valorização da mineração e os avanços na exploração de petróleo e gás. Hoje, mais do que nunca somos mais fortes e presentes na sociedade.Também somos responsáveis pelo avanço da economia nacional.
A participação da CPRM foi importante? O apoio da CPRM foi essencial. É impossível você pensar no Congresso sem a presença da empresa. Nesse contexto, quero agradecer toda equipe, em nome do diretor-presidente, Manoel Barretto. A ajuda dele foi fundamental, viabilizou a presença de magnifico estande, em parceria com o DNPM e a Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação. A presença das dezenas empresas patrocinadoras e expositores representa o forte elo necessário e inseparável entre o meio profissional e acadêmico, resultado do aumento da produção e
Qual a expectativa para o próximo Congresso? Em cada edição, o evento fica maior, seja no número de trabalhos submetidos e na quantidade de inscritos, como resultado direto do reconhecimento da importância das geociências. Tenho certeza que, a partir de agora, o número de cursos de graduação em Geologia nas universidades vai aumentar. Nós não podemos mais perder a oportunidade de corrigir nossa trajetória herdada, nem repetir o erro de países ricos em recursos naturais e pobres social e economicamente. Fechamos o Congresso com chave de outro e com a certeza de que demos o melhor de nós.
“Não podemos mais perder a oportunidade de corrigir nossa trajetória herdada, nem repetir o erro de países ricos em recursos naturais e pobres social e economicamente”
expediente Assessoria de Comunicação CPRM - Textos e fotos: Laura Fernandes, Warley Pereira, Ricardo Jonusan, Carla Machado, Irinéa Barbosa, Pricilla Basílio, Jéssica Gotlib, Denise Oliveira, Tawana Costa, Gabriel Oliveira e Lucas Sangi - Apoio: Ernesto von Sperling Colaboração: Pricila Morais - Coordenação: Laura Fernandes (4583/55/DF) - Projeto Gráfico/Diagramação: Raimundo Aragão Gráfica: Demar Gráfica - Tiragem: 1 mil exemplares - Contatos: (61) 3321-2949 (21) 2546-0215 - asscomdf@cprm.gov.br Acesse o blog e facebook: www.cprmblog.blogspot.com Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral
Ministério de Minas e Energia