Mafra Monumental - Suplemento do Correio da Manhã

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www.cmjornal.pt ESTE SUPLEMENTO É PARTE INTEGRANTE DA EDIÇÃO Nº13 529 DO CORREIO DA MANHÃ E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

MAFRA MONUMENTAL

TERRITÓRIO DE OPORTUNIDADES r Um concelho que soube associar ao valor

da tradição o cunho da modernidade: ativo para as famílias, competitivo para os investidores, atrativo para os visitantes, distintivo para o mundo



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ENTREVISTA

apoio, mas também atribuindo a isenção do pagamento da derrama para setores estratégicos (turismo, agricultura e pescas) e pequenas empresas e, ainda, implementando projetos tão diversificados quanto as incubadoras de negócios ou a “Bolsa de Terras de Mafra”. Iniciativas como o lançamento da marca “M” (e da sua associada “E”) é um o exemplo paradigmático deste novo posicionamento municipal. Esta marca não é um logótipo de utilização reservada aos serviços municipais. Pelo contrário, foi pensada, desenhada e concebida como um instrumento de apoio à economia local: está ao serviço das nossas empresas e instituições, distinguindo produtos e serviços. É assim que fazemos de Mafra um concelho competitivo e internacionalizado, aberto ao mundo!

Hélder Sousa Silva, Presidente da Câmara Municipal de Mafra

Concelho competitivo e internacionalizado, aberto ao mundo

OFERTA RICA E MULTIFACETADA r No mesmo território é possível encontrar

campo e praia, rural e urbano, histórico e moderno, tradicional e cosmopolita

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m ano de comemorações dos 300 anos do lançamento da primeira pedra do Palácio, Convento e Tapada de Mafra, a autarquia assume a importância de não ter debilidades financeiras, porque só assim pode honrar os seus compromissos, ser solidária com os que mais precisam e, por outro lado, garantir a atratividade do território para captar investimentos. Para o presidente da Câmara Municipal de Mafra, Hélder Sousa Silva, o grande desafio que se coloca à gestão autárquica do século XXI é contribuir para a afirmação externa do território, de forma a captar turistas, negócios e investimentos e, consequentemente, criar emprego e gerar riqueza.

O que significa ser um dos melhores concelhos do país? Responderia numa só palavra: responsabilidade. No entanto, mais do que classificações ou rankings, a gestão municipal – enquanto exercício de proximidade – deve estar ao serviço das pessoas. É com este pressuposto que a Câmara Municipal de Mafra assumiu, como missão estratégica, fazer deste um município de oportunidades: ativo para as famílias, competitivo para os investidores, atrativo para os visitantes e distintivo para o mundo. A economia e o turismo andam de braços dados no concelho. Como tem sido organizado este crescimento? O grande desafio que se coloca à gestão autárquica do século

XXI é contribuir para a afirmação externa do território, de forma a captar turistas, negócios e investimentos e, consequentemente, criar emprego e gerar riqueza. Assim, depois de uma cuidada avaliação do potencial dos recursos endógenos, a câmara municipal concebeu uma estratégia alargada de promoção: no âmbito do turismo, apostando nos segmentos da cultura (especialmente da música), dos desportos de deslize (nomeadamente do surf), do turismo de natureza e da gastronomia associada aos produtos locais; no âmbito económico, desenvolvendo uma relação de parceria com os agentes locais, materializada na organização de business meetings ou da disponibilização de gabinetes de

O surf e a Ericeira colocaram o concelho de Mafra nos media internacionais… Enquanto destino turístico, o mérito do concelho de Mafra é reunir, num mesmo território, uma oferta multifacetada: é, simultaneamente, campo e praia, rural e urbano, histórico e moderno, tradicional e cosmopolita. Por isso, direi que o surf e a Ericeira permitiram dar visibilidade àquele que é um dos aspetos distintivos da identidade local: a afetiva ligação ao mar. Há muito que a pitoresca vila da Ericeira, também conhecida pelas suas caraterísticas de veraneio, faz parte do roteiro “obrigatório” dos surfistas dos quatro cantos do mundo. Todavia, a sua consagração como Reserva Mundial de Surf constituiu um impulso decisivo. O benefício primeiro foi, desde logo, o reforço da notoriedade do destino turístico, com consequência no aumento do número de visitantes. Do ponto de vista económico, a dinâmica traduziu-se depois no acréscimo dos negócios associados aos desportos de deslize: as escolas de surf, os hostels e outros alojamentos locais especializados, a indústria das pranchas e do surfwear, as atividades de lazer, entre muitos outros exemplos. Importa sublinhar, ainda, que a virtude de desportos como o surf é que podem ser praticados durante todo o ano. Portanto, a sazonalidade – frequentemente associada ao segmento Sol & Mar – é, cada vez menos, uma condicionante do desempenho do nosso setor turístico. Hoje, o concelho apresenta uma

diversidade de produtos que lhe permite ter turismo durante os 365 dias do ano. O que esperam das duas business factory, uma delas já em funcionamento, a outra em fase final de construção? De modo a criar um ambiente institucional que estimule o crescimento empresarial, a câmara municipal está a assumir um duplo papel: por um lado, é um agente facilitador, na simplificação dos procedimentos de licenciamento e na rapidez de resposta às solicitações; por outro lado, e acima de tudo, é um parceiro impulsionador, complementando o tecido empresarial, já consolidado em pontos estratégicos, com a criação das incubadoras de negócios Ericeira Business Factory e, brevemente, da Mafra Business Factory. Mais do que espaços para incubar novas iniciativas empresariais, contribuindo para a criação de postos de trabalho, pretende-se que estes sejam, numa lógica de abertura à comunidade, autênticos polos de dinamização da economia local. De todo, não cabe à câmara municipal substituir-se à iniciativa privada, mas competelhe criar condições que a estimulem. Em ano de comemorações dos 300 anos do lançamento da primeira pedra do Palácio, Convento e Tapada de Mafra, podemos afirmar que Mafra conseguiu a proeza de equilibrar o passado histórico e o futuro tão próximo? O conjunto patrimonial mandado construir por D. João V inaugurou uma fase crucial no crescimento da vila e do concelho, em múltiplas dimensões, seja na cultura e no património natural, seja até no urbanismo e na demografia. A partir do século XVIII, Mafra conquistou o seu merecido lugar, posicionando-se no mapa de Portugal. E o Palácio, o Convento e a Tapada passaram, definitivamente, a fazer parte da identidade das nossas gentes! Num território que tem por referência esta grandiosa construção, somos motivados a honrar este passado com um empenho redobrado no presente para perspetivar um futuro de sucesso. Ora, só é possível sustentar uma política de afirmação externa do território quando a mesma é suportada numa ação diária de proximidade, desenvolvida em cooperação com as

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1 juntas e uniões de freguesia e com as demais instituições locais, antecipando respostas às necessidades quotidianas que são decorrentes da vivência nas nossas vilas e aldeias. Nesta medida, celebrar 300 anos do Real Edifício de Mafra é não só uma oportunidade para implementar uma grande campanha de comunicação nacional e internacional, mas também para continuar a honrar aqueles que aqui vivem, com uma intervenção que vai até ao mais pequeno pormenor: desde o asfaltamento das vias ao embelezamento dos jardins e ao incentivo à reabilitação urbana, mas também implementando um pacote de medidas de apoio à família, mantendo o moderno parque escolar elogiado pela OCDE, desenvolvendo múltiplos programas intergeracionais ou apoiando o nosso dinâmico movimento associativo, entre inúmeros exemplos. Como estão as contas da autarquia? Desde a tomada de posse, a recuperação financeira tem vindo a constituir uma prioridade do

executivo municipal. É impres- encargos permanentes! Neste cindível que a autarquia não te- contexto, a contenção e a renenha debilidades financeiras, por- gociação têm sido o garante do que só assim pode honrar os seus equilíbrio orçamental, que é funcompromissos, ser solidária com damental para que se possam, os que mais precisam e, por outro por sua vez, lançar as bases para a lado, garantir a concretização atratividade PARA ESTIMULAR de projetos que do território O CRESCIMENTO são estrutupara captar inrantes para o EMPRESARIAL, vestimentos. concelho. A câmara A AUTARQUIA ESTÁ Não obstanmunicipal tem A ATUAR COMO AGENTE te, a sustentafeito o seu tra- FACILITADOR, bilidade debalho de casa: pende de um NA SIMPLIFICAÇÃO DOS renegociou o compromisso passivo com PROCEDIMENTOS DE duradouro. credores, re- LICENCIAMENTO E NA Continuareduziu custos de RAPIDEZ DE RESPOSTA mos, por isso, a funcionamenprosseguir ÀS SOLICITAÇÕES; to e impleuma política de mentou um E COMO PARCEIRO rigor orçapacote de fis- IMPULSIONADOR DO mental. calidade sus- TECIDO EMPRESARIAL Que projetentável, de modo a assegurar a qualidade dos tos/obras são, para si, de conserviços municipais diários e es- clusão obrigatória até ao final senciais às pessoas. deste mandato? Do ponto de vista das infraesPoderíamos fazer diferente? Sim, mas o respeito pelo contrato truturas, as principais carências de gerações é uma premissa ina- do concelho evidenciam-se em lienável: queremos deixar aos áreas que são, fundamentalnossos filhos e aos nossos netos mente, da competência da adum futuro liberto da asfixia dos ministração central. No entanto, PUB

e porque nos preocupa o bemestar dos nossos munícipes, a câmara municipal disponibilizouse para ser parte da solução, mediante o estabelecimento de protocolos de colaboração com os respetivos ministérios. Neste contexto, e até ao final do mandato, são de conclusão obrigatória a construção da Unidade de Saúde de Mafra Leste (que servirá as Uniões de Freguesias de Malveira e São Miguel de Alcainça e de Venda do Pinheiro e Santo Estêvão das Galés, bem como a freguesia do Milharado), a requalificação das Escolas Básicas do 2.º e 3.º Ciclos da Venda do Pinheiro e da Malveira e o Posto Territorial da Ericeira da Guarda Nacional Republicana. Até 2017, é nossa ambição iniciar as empreitadas relativas à construção da Unidade de Saúde de Mafra Norte e da requalificação da Escola Básica do 2.º e 3.º Ciclos da Ericeira. Ao nível das competências municipais, e no quadro da nossa política de proximidade, daremos continuidade ao plano de repavimentação da rede viária, que já é reconhecida pela sua qualidade, à construção de passeios

pedonais e ciclovias, mas também à requalificação de espaços públicos nas diversas freguesias, além da conclusão dos projetos de estacionamento, designadamente em Mafra, Ericeira, Malveira e Venda do Pinheiro. Porque a reabilitação urbana constitui uma prioridade municipal – tendo motivado a implementação de um alargado programa de incentivos dirigidos aos privados que invistam na requalificação do seu património – projeta-se a revitalização da zona envolvente à centenária e tradicional feira da Malveira, além da consolidação da Reserva Mundial de Surf da Ericeira. Finalmente, não posso deixar de salientar o efetivo investimento na requalificação e valorização do património municipal, dando-lhe novos usos: o antigo edifício das Finanças de Mafra acolherá serviços municipais que se encontram atualmente dispersos pela vila; no antigo edifício dos Serviços Municipalizados ficará sediada a Junta de Freguesia de Mafra, a já referida incubadora de negócios Mafra Business Factory e, ainda, a loja social Enfrente.n


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ECONOMIA

Aposta na Ericeira Business Factory e na Mafra Business Factory INCUBADORAS r Dirigidas aos negócios ligados

ao mar, à agricultura e às novas tecnologias

Loja do Cidadão de Mafra

Maior taxa de crescimento populacional FACTOS r Devido às condições naturais, económicas, sociais e culturais,

Mafra é um local privilegiado para fixação das mais diversas populações

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ocupação humana de Mafra remonta ao Paleolítico; e a ocupação pré-romana encontra-se presente em elevações destacadas, como a Serra do Socorro (Enxara do Bispo) e o Penedo do Lexim (Igreja Nova). Da Idade Média e Moderna estão documentadas arqueologicamente diversas necrópoles, destacando-se Santo André. Mas somente após o século XVIII – com a construção do Real Edifício de Mafra, um dos mais notáveis exemplares nacionais da arquitetura barroca e que congrega palácio, basílica, convento, hospital monástico, jardim e tapada –, Mafra ganha um novo dinamismo, refletindo a dualidade profunda que virá a constituir a matriz cultural metropolitana. Nos dias de hoje, integrando-se na Área Metropolitana de

Lisboa, o concelho de Mafra dispõe de 11 freguesias/uniões de freguesia dispersas por uma área territorial de 291,65 km². Em termos estatísticos, importará destacar que, nos últimos Censos de 2011, Mafra foi o concelho que apresentou a maior taxa de crescimento populacional à escala de Portugal Continental (superior a 40% face a 2001) e que esta tendência continua no presente. Os mais recentes dados, publicados em dezembro de 2015 pelo Instituto Nacional de Estatística, confirmam a continuada atratividade demográfica. Com 81.199 residentes, o concelho de Mafra apresenta uma taxa de crescimento efetivo anual de 1,2%, quando Portugal tem valores de -0,5%. Acresce que se perspetiva a manutenção desta tendência, na medida em que

Mafra regista uma taxa de natalidade em contraciclo com a média nacional. Ainda no que toca a rankings, Mafra, segundo o estudo Portugal City Brand Ranking 2016, desenvolvido pela consultora independente Bloom Consulting, que analisou três eixos (viver, visitar e negócios), está no top 25 nacional e, na competitiva Região de Lisboa, ocupa o 7.º lugar. Ao nível das atividades económicas, verifica-se que, em tempos mais recentes, a economia do mar e o setor agrícola ganharam dinamismo e, cada vez mais, a vocação turística do território se tem vindo a reforçar em torno dos mesmos. Além destes dois setores, constata-se a emergência de investimentos nas áreas da investigação e desenvolvimento.n

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ais do que uma incubadora de negócios, que disponibiliza espaços de escritório, reunião e formação, a Ericeira Business Factory (EBF), em funcionamento desde 28 de abril de 2015, foi pensada para desenvolver a criatividade e fazer crescer os negócios ligados aos mar (surf, desportos de ondas, pesca, aquacultura, biologia marinha), mas também para atividades que valorizem os recursos naturais e culturais da região (turismo, lazer). Além de um conjunto de serviços de incubação (aconselhamento jurídico, mentoria e comunicação), e de possibilitar que experientes empreendedores e empresários apoiem quem está a começar, este espaço tem vindo a afirmar-se como um autêntico polo de dinamização da economia local, acolhendo

as mais variadas iniciativas acessíveis ao público em geral, tais como open days, eventos de networking, seminários e bootcamps de empreendedorismo, workshops e formações, ações de mentoria, sessões de esclarecimento, assim como mercados e feiras temáticas, lançamento de livros e até uma pós-graduação em Gestão. Depois do ninho de empresas da Ericeira, e no âmbito da sua política alargada de promoção da dinâmica económica do concelho de Mafra, o município está a proceder à criação da Mafra Business Factory, no antigo edifício dos Serviços Municipalizados de Mafra. Este será em breve um novo polo de incubação, mas, desta vez, dedicado ao desenvolvimento das atividades da terra e das novas tecnologias. n

Coordenação Editorial: Cofina Conteúdos | Conteudos e fotografias: Câmara Municipal de Mafra | DEPARTAMENTO COMERCIAL: Diretor Comercial: Paulo Sousa Diretor Adjunto de Vendas: João Santana Coordenador: António Costa Comercial: Céu Cruz | DEPARTAMENTO GRÁFICO: Chefe de Produção: Paulo Guerreiro Subchefe de Produção: Nelo Martins Arte / Paginação: Lurdes Fred Edição de Imagem: Sónia Amaral Endereço: Rua Luciana Stegagno Picchio, 3 - 1549-023 Lisboa Telefones: Telef.: 21 049 40 76 Fax: 21 049 31 51 E-mail: comercial@cofina.pt


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EVENTOS

“Mafra é Música” APOSTA r Autarquia investe na música, reforçando a vocação do concelho

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eforçando a ancestral vocação musical do território do concelho de Mafra, detentor do único conjunto de seis órgãos de tubos para utilização simultânea, dos dois maiores carrilhões do século XVIII e das bandas filarmónicas centenárias, a Câmara Municipal de Mafra está a investir na música como fator estratégico de atratividade turística, sob o mote “Mafra é Música”. Destaca-se a abertura do Conservatório de Música de Mafra, em 2015. Instalado no Complexo Cultural Quinta da Raposa, em Mafra, o novo espaço de ensino especializado materializa uma aposta na educação musical dos jovens. Criando condições para a igualdade de oportunidades no acesso à aprendizagem, a autarquia procedeu à atribuição de bolsas de estudo a alunos do Conservatório, que são também elementos das escolas de música integradas no movimento associativo, das bandas filarmónicas e das orquestras com sede no concelho, mas também a realização de

Vem aí mais um Festival do Pão DATA r O evento realiza-se, de 8 a 17 de workshops temáticos e de concertos nas escolas, permitindo despertar o interesse das crianças e dos alunos pela área artística, da educação pré-escolar ao ensino secundário. No âmbito da cooperação, sublinha-se a adesão do município de Mafra à rede ECHO (Rede Europeia de Cidades com Órgãos Históricos), o apoio ao movimento associativo musical e a

cooperação estabelecida com o Ministério da Cultura em três domínios principais: a realização do Prémio Internacional de Composição “Órgãos do Palácio Nacional de Mafra”; a instalação do Museu Nacional da Música em Mafra; e a recuperação dos carrilhões de Mafra. Do lado da oferta, evidenciase a instalação da Casa da Música Francisco Alves Gato, no Complexo Cultural Quinta da Raposa. Está ao serviço das entidades instaladas no referido complexo, mas também de outras que queiram apresentar os seus trabalhos. Ao atribuir o nome do talentoso carrilhanista mafrense ao espaço pretendeu o município prestar pública homenagem ao tocador autodidata, que teve o mérito de saber ensinar a sua arte às gerações vindouras, ao patriarca de uma família de artistas e de gente ligada à cultura, que tem levado além-fronteiras o nome de Mafra, ao músico multifacetado e ao compositor inspirado, que se tornou num dos expoentes musicais do século XX no concelho. Não esquecer a organização dos mais variados ciclos de concertos temáticos como (os ciclos de concertos a seis órgãos, promovidos pelo Palácio Nacional de Mafra, com o apoio da Câmara Municipal de Mafra, ao 1.º domingo de cada mês; dos ciclos temáticos “in’Música” e “in’Cantate”, organizados pela Câmara Municipal em cooperação com a Cultur’Canto Associação Cultural; entre outros exemplos.n

julho, no magnífico Jardim do Cerco, um dos espaços de lazer do Palácio-Convento

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pão de Mafra, produto que se distingue no quadro da panificação nacional, volta a ser o mote para uma nova edição de um festival gratuito, aberto ao público entre 8, 9, 10 e 14, 15 16 e 17 de julho, que alia a gastronomia aos produtos locais, às tradições do mundo rural, ao artesanato, à música e à dança. Evidenciando a ligação ao universo rural, o evento integra a exposição e a venda de artesanato e de produtos locais, a feira saloia, as atuações

de ranchos folclóricos, uma exposição de veículos e alfaias agrícolas, assim como diversas atividades de animação cultural, especialmente para as crianças. Desde 2012 que o pão de Mafra é uma marca registada. A Secção de Panificação da Associação do Comércio, Indústria e Serviços de Mafra (ACISM) está a desenvolver as diligências necessárias com vista à certificação do pão de Mafra como produto de denominação de origem protegida.n


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Festival de música em julho

FESTIVAL DE MÚSICA DE MAFRA FILIPE SOUSA

consagrado pianista, compositor, maestro, investigador que foi Filipe de Sousa, mafrense de adoção

2 de julho Concerto inaugural Palácio Nacional de Mafra Orquestra do Norte, dirigida pelo maestro Ferreira Lobo

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10 de julho Auditório da Casa de Cultura Jaime Lobo e Silva, Ericeira Jeffrey Swann

ENCONTRO ÚNICO r Pianistas reúnem-se numa festa da música que pretende homenagear o

ntegrando cinco concertos os, com entrada gratuita, que se realizam nas localidades de Mafra e da Ericeira, esta iniciativa é organizada pela Câmara Municipal de Mafra, com o apoio da Fundação Jorge Álvares, instituição sem fins lucrativos à qual Filipe de Sousa doou a sua casa e propriedade em S. Miguel de Alcainça, que agora é sede desta fundação. O concerto inaugural vai-se realizar no dia 2 de julho no Claustro Sul do Palácio Nacional de Mafra, com a atuação da Orquestra do Norte, dirigida pelo maestro Ferreira Lobo, e do pianista português Adriano Jordão, que é também o diretor artístico deste festival. No dia 10 de julho será a vez de o intérprete norte-americano

Jeffrey Swann subir ao palco do Auditório da Casa de Cultura Jaime Lobo e Silva, na Ericeira. Este espaço municipal vai ainda acolher, no dia 17 de julho, o concerto de Patrick

Rodrigues, um dos maiores talentos da nova geração de pianistas brasileiros. Jan Michiels, docente e pianista belga, dará o seu espetáculo no Auditório Municipal Beatriz PUB

Costa, em Mafra, a 24 de julho. O concerto de encerramento terá lugar no dia 31 de julho, no Claustro Sul do Palácio Nacional, no qual a pianista Teresa da Palma Pereira será acompanhada pela Orquestra do Norte, com direção do maestro Ferreira Lobo. Todos os concertos têm início às 21h30 e a entrada gratuita está sujeita à lotação da sala. Por último, o que torna o festival único é a sua componente pedagógica, uma vez que contempla a organização de masterclasses, pelos pianistas participantes, destinadas aos alunos do Conservatório de Música de Mafra. Estas vão decorrer durante as tardes dos dias 4, 11, 15, 22 e 29 de julho, na Casa da Música Francisco Alves Gato, em Mafra.n

17 de julho Auditório da Casa de Cultura Jaime Lobo e Silva, Ericeira Patrick Rodrigues 24 de julho Auditório Municipal Beatriz Costa, Mafra Jan Michiels 31 de julho Palácio Nacional de Mafra Concerto de encerramento, com direção do maestro Ferreira Lobo Todos os concertos têm início às 21h30 e a entrada gratuita está sujeita à lotação da sala.


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PATRIMÓNIO

Monumento de Mafra celebra 300 anos com pompa e circunstância REFERÊNCIA r Várias entidades reuniram-se para desenhar o programa das celebrações de um monumento único do pensamento urbanístico, arquitetónico e natural da civilização ocidental

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o próximo ano assinalam-se os 300 anos do lançamento da primeira pedra do Monumento de Mafra, um referencial identitário do concelho, não só pela grandiosa construção que tem contribuído para o desenvolvimento deste território, mas também porque inevitavelmente o posicionou num patamar superior de visibilidade nacional e internacional. Procurando introduzir uma nova dinâmica na sua promoção, a câmara municipal deliberou instituir uma comissão organizadora das comemora-

ções, que se realizarão durante Tricentenário do Lançamento um ano inteiro, entre 17 de no- da Primeira Pedra do Monuvembro de 2016 e 17 de no- mento de Mafra está responsávembro de 2017. vel pela elaboração e organizaAfinal, mais ção do proDO SEU ACERVO do que um regrama alusivo levante mo- DESTACAM-SE A à data e é formento de ce- BIBLIOTECA CONVENTUAL, mada pelas lebração naentidades cional, esta A ÚNICA IN SITU NO NOSSO com compee f e m é r i d e PAÍS, OS DOIS CARRILHÕES tências na pode (e deve- E O CONJUNTO DE SEIS gestão do rerá) ser potenferido conÓRGÃOS DA BASÍLICA. ciada como junto patrioportunidade para projetar o monial que congrega um paço concelho de Mafra. real, uma basílica, um convenAssim, a Comissão Organiza- to, um hospital monástico, um dora das Comemorações do jardim e uma tapada, uma das

mais notáveis bibliotecas do século XVIII; a mais importante coleção de escultura barroca em Portugal; e os dois maiores carrilhões do mundo. Deste modo, as várias entidades têm estado a desenhar o referido programa em conjunto. E, neste momento, já existe um programa preliminar com várias atividades, que vão desde cerimónias religiosas, festivais e espetáculos a concertos, animação conferências, encontros, seminários, exposições e mostras, roteiros, e até eventos gastronómicos e desportivos.n


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O que faz parte do Conjunto Patrimonial do Monumento de Mafra? Palácio Nacional de Mafra u O Real Convento de Mafra, mais tarde batizado de Palácio Nacional de Mafra, é uma imponente obra do reinado de D. João V e o mais importante símbolo da arquitetura barroca em Portugal. Localizado em pleno coração da vila de Mafra – na praça homónima ao rei que o mandou construir –, é o único Monumento Nacional que integra um paço real, uma basílica e um convento. São mais de 40.000 m2 e 1.200 divisões de que fazem parte espaços e instrumentos únicos no mundo. É o caso da biblioteca, que guarda todo o conhecimento de um acervo com mais de 36 mil volumes; do conjunto sineiro constituído por dois carrilhões com um total de 98 sinos; e dos seis históricos órgãos que voltaram a ecoar pela basílica em 2010. Classificado como Monumento Nacional em 1910, foi finalista da eleição das Sete Maravilhas de Portugal em 2007 e é candidato a Património Mundial da UNESCO. Tapada Nacional de Mafra u Foi criada no reinado de D. João V, após a construção do Convento de Mafra, como parque de lazer para o rei e a sua corte. Possui 819 hectares integralmente protegidos por um muro histórico com 21 quilómetros, num espaço ocupado quase na totalidade por um manto verde onde coabitam em liberdade populações de animais selvagens. Além disso, há uma grande variedade de flora no perímetro da Tapada. A flora, que se modificou ao longo dos tempos, contempla espécies como o sobreiro, o pinheiro-manso e diferentes

variedades de carvalhos, além de muitos tipos de arbustos. Pelo menos três exemplares foram classificados como Árvores de Interesse Público: um castanheiro-da-índia; uma olaia com aproximadamente 120 anos; e um sobreiro com cerca de 300 anos. Quanto à fauna, as aves são dos grupos mais representativos da Tapada Nacional de Mafra. Podemos encontrar exemplares de águia-de-bonelli, bufo-real, açor, e águiacobreira, além de espécies de porte mais pequeno. Nas áreas junto às ribeiras, encontramse salamandras, rãs, cágados e várias espécies de cobras. Quanto a mam íferos existem, entre outros, gamos, veados, javalis, texugos e raposas. Jardim do Cerco u Espelhos de água, caminhos largos, árvores frondosas e uma nora centenária ainda em funcionamento são alguns dos atrativos deste jardim inspirado em Versalhes. Este local é a transição perfeita entre a vastidão murada da Tapada Real e a monumentalidade do Palácio Nacional de Mafra. O bosque e os jardins estendem-se por oito hectares, com ofertas de recantos, sombras, cascatas ou até mesmo uma horta peculiar: a Horta dos Frades, onde estão à vista as plantas utilizadas nos produtos medicinais (farmácia), aquando da sua construção, ordenada por D. João V. No Jardim do Cerco existe um espaço denominado Horto das Aromáticas, que apresenta cerca de 39 espécies de plantas com utilização para fins medicinais e condimentares. Fonte: Câmara Municipal de Mafra


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PRODUTOS

Pão, queijo fresco e limão destacam-se no setor agrícola CERTIFICAÇÃO r Autarquia e produtores empenhados na utilização da atividade agrícola como valor económico tradicional destas medidas, surgiram novas padarias no concelho de Mafra e o pão, de características idênticas, passou a designar-se como pão de Mafra. Hoje, o pão de Mafra faz parte de uma atividade empresarial e mecanizada, que se mantém fiel aos princípios de origem que lhe conferem o seu cunho próprio, mas constitui uma das mais importantes indústrias da região, com os principais polos de produção centrados nas zonas do Barril, Carvalhal e Encarnação. O pão de Mafra dá também o mote à organização do Festival do Pão, pela Câmara Municipal de Mafra. A edição de 2016 começa já no dia 8 e vai até 17 de julho (ver agenda).

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setor agrícola tem ganho dinamismo no concelho de Mafra. No âmbito da sua estratégia de promoção dos produtos endógenos, a câmara municipal tem apostado fortemente em três produtos: pão de Mafra, limão e queijo fresco.

oficialmente ao consumidor as características de produção. A especificidade deste alimento de excelência, singular, que se distingue no quadro da produção panificadora nacional, remonta a longa data, inscrita na própria história e nas circunstâncias socioculturais Pão de Mafra, marca registada em torno da sua produção e do desde 2012 importante papel que desemA Secção de Panificação da penhou na economia local atraAssociação do Comércio, In- vés dos tempos. A venda de pão dústria e Serviços de Mafra de Mafra, vulgo pão saloio, pe(ACISM) las ruas da caestá a des- A VENDA DE PÃO DE MAFRA, pital era coenvolver as VULGO PÃO SALOIO, nhecida desde diligências PELAS RUAS DA CAPITAL a Idade Média. n e c e s s á - ERA CONHECIDA DESDE Com a conrias para juntura que se certificar o A IDADE MÉDIA viveu após o pão de Mafra como produto de 25 de Abril, nomeadamente as Indicação Geográfica Protegida greves de padeiros na capital e a (IGP), muito em breve. Segun- consequente escassez de pão, as do Domingos Santos, presiden- uniões panificadoras foram te da ACISM, esta certificação desmembradas e o comércio do vai-nos permitir comunicar pão foi liberalizado. Em virtude

No âmbito da sua estratégia de promoção dos produtos endógenos, a câmara municipal celebrou um protocolo de colaboraLimão de Mafra, qualidade ção com a Frutoeste – Cooperaímpar tiva Agrícola de HortofruticultoO limão de Mafra faz deste res do Oeste e a Associação de concelho um dos maiores for- Agricultores do Concelho de necedores em Mafra, com Portugal. Na A CÂMARA MUNICIPAL vista ao recozona do So- CELEBROU UM PROTOCOLO nhecimento breiro-Acha- DE COLABORAÇÃO COM A da qualidade da, o limão é do limão de um dos pro- FRUTOESTE COM VISTA AO Mafra, através dutos agríco- RECONHECIMENTO DA da atribuição las mais pro- QUALIDADE DO LIMÃO DE da classificalíferos, cuja MAFRA ção Indicação cultura foi inGeográfica troduzida nos anos 50. O peso Protegida (IGP). De acordo com deste produto na cultura local Domingos Santos, presidente da reflete-se no Cortejo do Li- direção da Frutoeste – Cooperamão, que decorre em agosto, tiva Agrícola de Hortofruticultono Sobreiro. res do Oeste, “esta certificação

vai, por exemplo, permitir com que o consumidor, no ponto de venda, consiga identificar o nosso limão, que é ácido e muito aromático”. Queijo fresco, produção ancestral O concelho de Mafra é o maior produtor de queijo fresco do país, sendo a localidade de Montemuro, na freguesia de Santo Estêvão das Galés, a que mais se dedica a esta atividade. Tendo bastante peso na economia da região, esta atividade era uma importante fonte de rendimento para a casa agrícola na medida em que deriva de uma longa tradição de produção artesanal e caseira de queijo fresco dirigida para a venda, numa época em que as vendedeiras se deslocavam quase diariamente aos mercados da região e até a Lisboa, para aí venderem o seu produto. Na época, estes queijos e o requeijão eram elaborados com leites singulares, de vaca, ovelha e/ou cabra ou com mistura de leites, dependendo da tipologia e da quantidade de animais disponíveis na casa agrícola, bem como dos seus recursos. No dia 30 de abril de 2015, nasceu a Confraria do Queijo Fresco da Região Saloia, associação que promove o estudo, a defesa e a divulgação deste produto e a sua relação com a gastronomia, a


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História, o artesanato, a ciência e a cultura, constituindo mais uma aposta estratégica na valorização dos produtos locais. Dela fazem parte dez queijarias, das quais oito do concelho de Mafra, que representam mais de 320 postos de trabalho. Três delas têm um volume de negócios anual superior 15 milhões de euros. Dar visibilidade ao queijo fresco como parte integrante do património gastronómico da região saloia e do próprio país, organizando os mais variados eventos dirigidos ao público em geral, é um dos grandes desafios desta Confraria. Ao mesmo tempo pre-

tende-se transformar o queijo fresco saloio numa autêntica marca de qualidade, que seja reconhecida pelos consumidores, e aproveitar as oportunidades decorrentes do novo quadro comunitário de apoio. Impulsionada pela União das Freguesias da Venda do Pinheiro e Santo Estêvão das Galés e pela freguesia de Lousa, com os apoios das Câmaras Municipais de Mafra e Loures, esta Confraria está sediada no berço da produção queijeira da região saloia, no edifício do antigo jardim de infância de Montemuro, cedido pela Câmara Municipal de Mafra.n

SABIA QUE: – O queijo existe há, pelo menos, seis mil anos; – A produção de queijo no concelho de Mafra é uma prática ancestral (fonte de rendimento adicional das casas agrícolas); – Nos anos 50, é conhecida a venda de queijo fresco e requeijão nos mercados de Lisboa e de Sintra (indústria artesanal a cargo das mulheres, que se deslocavam de burro aos pontos de venda); – No presente, a produção foi industrializada: diversificação dos produtos; expansão das redes de distribuição; intenso controlo de qualidade e higiene.

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INOVAÇÃO

Abriu o Centro de Interpretação POSTO DE TURISMO r Espaço ocupa todo o piso 1

do edifício e funciona independentemente do mesmo, desde o dia 3 de junho deste ano Com uma abordagem que aposta fortemente na tecnologia, este projeto interativo proporciona uma experiência única. O objetivo é explicar o que é a reserva nas suas dimensões principais: as suas sete ondas, a bioesfera, a comunidade de surf local e a logística. No centro da sala do piso 1 do Posto de Turismo da Ericeira, que foi totalmente obscurecida, destaca-se a mesa interativa, composta por uma maquete topográfica dos quatro quilómetros que englobam a Reserva Mundial de Surf, juntamente com uma representação do relevo batimétrico desta área. Utilizando tecnologias avançadas de projeção e video mapping, tem como objetivo central apelar à participação do público através de um processo de transmissão de conhecimento marcadamente dinâmico e lúdico. A mesa pode ser comandada através de um ecrã touch que explica tudo sobre a reserva e que vai interagindo com a maquete através da projeção em video mapping. u

Ericeira brilha com o surf CONSAGRAÇÃO r Reserva Mundial de Surf foi a segunda distinguida a

nível mundial, permanecendo a única da Europa até aos dias de hoje

P

ara os mais esquecidos, recordamos que no dia 14 de outubro de 2011, nasceu a Reserva Mundial de Surf da Ericeira, após consagração pela organização internacional Save the Waves Coalition. Mas afinal como é que tudo começou? Recordemos pois que a costa atlântica do concelho de Mafra, sobretudo a zona costeira a norte da Ericeira, é um dos raros locais a nível mundial que reúne um elevado número de ondas de grande qualidade. Em 11 quilómetros de costa, é possível distinguir 22 ondas de diferentes características, que permitem a prática de surf com diferentes condições meteorológicas, suscitando níveis de exigência diferentes, possibilitando surfar durante todo o ano, num clima

temperado, com arribas de be- Atualmente existem 21 escolas leza ímpar. de surf licenciadas na costa, 11 De volta à Reserva Mundial de shapers, 11 lojas dedicadas aos Surf da Ericeira, esta estende-se desportos de ondas e mais de entre as praias da Empa e de São 280 alojamentos locais, dos Lourenço, numa faixa costeira quais 60 por cento situados na que concentra sete ondas de Ericeira. E destes, mais de meclasse muntade está vodial num es- A FAIXA COSTEIRA, AGORA cacionada paço de ape- RECONHECIDA RESERVA para o surf. nas quatro MUNDIAL DE SURF, Segundo fonte quilómetros: INTEGRA-SE NO CONCELHO da Câmara Pedra Branca, Municipal de Reef, Ribeira DE MAFRA. SÃO SETE Mafra “tal did’Ilhas, Cave, ONDAS DE CLASSE nâmica muito Crazy Left, MUNDIAL NUM ESPAÇO DE contribuiu Coxos e São para contraQUATRO QUILÓMETROS. Lourenço. riar a tradicioSobre o impacto da indústria nal sazonalidade associada à do surf na economia do conce- Ericeira: durante os 365 dias do lho de Mafra, e da Ericeira em ano, visitantes provenientes particular, há muito que a mo- dos quatro cantos do mundo dalidade deixou de estar confi- animam restaurantes, bares e nada às fronteiras da praia. demais espaços comerciais”. n

Ao mesmo tempo, as informações detalhadas sobre as sete ondas estão disponíveis em sete iPad que podem ser consultados individualmente. A acompanhar esta informação, existem vários momentos de informação gráfica nas paredes da sala e um grande painel que explica o que é a classificação de Reserva Mundial de Surf e a relação da Ericeira, Reserva Mundial de Surf, única na Europa, com as outras reservas mundiais. Sublinhando a importância da Reserva Mundial de Surf, o Centro de Interpretação explora o papel que o surf tem vindo a representar na evolução da Ericeira, estabelecendo uma ponte importante entre as características geográficas desta região e um nível de conhecimento que estava ainda por comunicar. Segundo as entidades envolvidas é também um contributo importante para a sustentabilidade ambiental desta região, que representa um dos objetivos principais das reservas mundiais de surf.n


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TESTEMUNHOS: Tiago Pires, Surfista “Foram as ondas da Ericeira que me deram o que conquistei. Fazer deste património uma Reserva Mundial de Surf significou um agradecimento à natureza, por nos ter dado este santuário onde podemos fazer aquilo que mais gostamos, mas também uma oportunidade para alertar as consciências para a importância da sua proteção. Como guardião desta Reserva, trabalho que desempenho com todo o gosto, sinto-me responsável por estar na linha da frente desta defesa, de modo a que a Ericeira se possa desenvolver como destino turístico apetecível e olhar para o futuro com a certeza de que o património das ondas será preservado”. Miguel Barata de Almeida, presidente do Ericeira Surf Clube “Cada vez mais as regiões e as localidades procuram diferenciar-se umas das outras, com a finalidade de captarem visitantes, criarem novos negócios e gerarem emprego. Quanto a mim, se já era bastante atrativa, a Ericeira, com a consagração em 2011 como Reserva Mundial de Surf (RMS), passou a ser bastante mais, traduzindo-se no enorme aumento de escolas de surf e alojamentos dedicados ao surfing, de novos estabelecimentos de restauração e bebidas, na presença de algumas das maiores marcas mundiais de surfing ou de ofertas diferenciadas de ocupação de tempos livres. A RMS da Ericeira, aliando o valor das ondas, ao património ambiental e à cultura de surf existente, tem todos os ingredientes para continuar a ser um excelente polo de desenvolvimento económico-social da região.” PUB


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PASSEIOS

Mafra virada para o mundo MONUMENTALIDADE r Um concelho que não só surpreende pela riqueza

do património cultural, mas também por toda a sua beleza natural enário de grandes realizações e feitos, o concelho de C Mafra afirma-se pelo seu carác-

ter singular. A monumentalidade da sua história, cujo expoente máximo é o Palácio Nacional; a diversidade do seu património natural, evidenciada na Tapada, no Jardim do Cerco e na sua costa, com condições ideais para a prática de desportos náuticos como o surf e o bodyboard; e o modo de vida das suas gentes, perpetuando as artes e ofícios, os sabores e aromas de outros tempos são motivos de sobra para se partir em busca deste concelho.

Palácio Nacional de Mafra Localizado em pleno coração da vila de Mafra – na praça homónima ao rei que o mandou construir –, é o único Monumento Nacional que integra um paço real, uma basílica e um convento. São efetivamente mais de 40.000 m² e 1.200 divisões de que fazem parte espaços e instrumentos únicos no mundo. É o caso da histórica e única biblioteca, com mais de 36 mil volumes; do conjunto sineiro constituído por dois carrilhões com um total de 98 sinos; e dos seis históricos órgãos que voltaram a ecoar pela basílica em 2010.

Tapada Nacional de Mafra Possui 819 hectares integralmente protegidos por um muro histórico com 21 quilómetros, num espaço ocupado quase na totalidade por um manto verde onde coabitam em liberdade populações de animais selvagens. Além disso, há uma grande variedade de flora no perímetro da Tapada. Jardim do Cerco O Jardim do Cerco é uma obra iluminada, mantida com detalhe e minúcia para a população e visitantes. Espelhos de água, caminhos largos, árvores frondosas e uma nora centenária ainda em funcionamento são alguns dos atrativos deste jardim inspirado em Versalhes. Praias Com 11 quilómetros de costa, Mafra tem 13 praias, a sua maioria localizadas na pitoresca vila piscatória da Ericeira. De norte para sul: Porto Barril, Calada, São Lourenço, Coxos, Ribeira d’Ilhas, Empa, Matadouro, São Sebastião, Algodio, Pescadores, Sul, Foz do Lizandro e São Julião. Rota Histórica das Linhas de Torres Entre novembro de 1809 e setembro de 1810, no contexto das

Invasões Francesas, é erguido, em segredo, um sistema defensivo que, hoje, constitui um valioso património histórico-militar – as Linhas de Torres Vedras – cuja importância é reconhecida internacionalmente. Vale mesmo a pena visitar este conjunto de fortificações concebidas com a finalidade de impedir um exército invasor de atingir a capital do Reino de Portugal ou, em caso de derrota, permitir o embarque, em segurança, do Exército Britânico. Centro Interpretativo de Mafra Integra, atualmente, a Casa do Risco, localizada no Posto de Turismo de Mafra. Através de um filme, o público é convidado a conhecer alguns dos momentos mais marcantes da Guerra Peninsular no concelho de Mafra. Circuito da Enxara Integra vários elementos: Serra do Socorro: observatório de paisagem, buraco de poste musealizado, centro interpretativo dedicado à temática das Linhas de Torres e telégrafo (o qual só estará montado com condições climatéricas favoráveis e em datas específicas). Fortes: visita ao Forte Grande (28) e Forte Pequeno (29). Os redutos 28 e 29 encontram-se situados entre a 1ª e

2ª linhas, tendo como objetivo estratégico central a defesa da estrada Torres-Montachique, em apoio do quartel-general de Wellington em Pêro Negro. Forte da Feira Apresenta uma planta em estrela com um fosso escavado na rocha que envolve toda a estrutura. A entrada estava protegida com uma estrutura em terra, em cotovelo, sendo o acesso efetuado por uma ponte em madeira. Os trabalhos arqueológicos (2010-2011) vieram trazer grandes alterações à leitura

deste forte. Apesar de não existir qualquer indício prévio, foi possível identificar uma construção complexa, que integra estruturas em alvenaria e madeiras nas áreas mais importantes da fortificação (paiol e canhoneiras). Forte do Zambujal Defendia o desfiladeiro de Fonte Boa da Brincosa, o vale da Senhora do Ó e a Estrada da Carvoeira. O Forte do Juncal era uma segunda linha defensiva dos acessos por estrada até ao nó de Mafra.n


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