Porto Alegre, 05 de julho de 2019
Ao Prezado Presidente Municipal do Partido Progressista de Porto Alegre Exmo. Vereador Jogo Carlos Nedel
Durante muito tempo silenciamos em relação a todas as manifestações individuais de vereadores do Partido Progressista, dos próprios
líderes da bancada e de lideranças
partidárias. Silenciamos aguardando uma manifestação formal do partido, esperando um alinhamento ao governo. Para nossa surpresa, após dois anos e meio sem esta manifestação, o PP em l9 de julho divulga uma nota (desleal, injusta e que distorce a realidade) e a bancada,em conjunto, protocola um pedido de informações(infantil, sobre pauta vencida e copiando pedido de outro partido). Ambas as ações, pelos seus conteúdos, dignas de oposição irracional. Assim, como oposição, o PP de Porto Alegre e sua bancada se colocaram. Silenciamos
novamente,aguardandouma reflexão interna do partido. Desdeentão, o Partido e bancada do PPcancelam a reunião agendadapara o dia 25 de junho com o prefeito, líder de governo e presidente estadual progressista; cancelam a reunião com os mesmos integrantes agendada para o dia 08 de julho; convocam reunião do diretório para avaliar o governo; e as manifestaçõespela imprensa permanecem, sempre em agressãoao governo e, como a nota, em relação à pessoado prefeito. Nesse momento, às vésperas da viagem ao exterior do Vice-Prefeito (exatamente nesse período agendada reunião do diretório), cabe-nos romper o silêncio, esclarecer alguns fatos, reafirmar nossa postura de diálogo construtivo de uma cidade melhor e exigir uma posição definitiva do Partido Progressista de Porto Alegre, como governo, e assim alinhando seus vereadores, ou como oposição, situação que se encontra nesse momento. A coligação com o PPfoi essencial na eleição da chapa majoritária, que ele compõe, é
verdade. Também é verdade que a coligação com o PSDBtambém foi essencial para a ampliação da bancada do PP na câmara de vereadores. A coligação foi realizada para vencer e para governar. No Executivo e no Legislativo. Os valores, princípios e a determinação para enfrentar os problemas reais da cidade do líder dessa chapa majoritária, Nelson Marchezan Júnior, nunca foram segredo a ninguém. Aliás, foram trunfo de campanha. Se alguém apostou na vitória da chapa para o Legislativoe na derrota para o executivo, perdeu a aposta. Vencemos e temos a obrigação de governar, nos termos combinados com a população. Enganou-setambém quem achou que os valores, princípios e a determinação para enfrentar os problemas reais expostos na campanha seriam apenas discurso de campanha e não ferramentas de governo. Esseé o momento de relembrar e reafirmar isso.
Já em 2016 foi apresentadacom toda a transparênciaa situaçãoda prefeitura, bem como suas únicas alternativas de recuperação. Para a situação falimentar há décadas e poucas
vezes enfrentada, estava entre as medidas a justa atualização do valor dos imóveis para o cálculo do IPTU,em valores reais e justos, bem como a revisãodos aumentos automáticos das
carreiras. Para a deterioração nas composiçõesdos cargos de chefia do executivo, que levou governos anteriores a capas de jornais por escândalos de corrupção, bem como ao caminho do populismo, apresentamos um processo de seleção de pessoas para ocupação de cargos públicos inédito no Brasil, com métodos modernos, profissionais,que chamamos de Banco de Talentos. Aliás, esse caminho foi seguido pelo governo estadual e governo federal. O PP,então, ocupou três secretarias municipais. O PSDB,uma. O PTB,uma. O MDB, agora, uma. Ao longo do governo, e após debatidos e apresentados todos os projetos de ajuste
das receitas e despesas,o secretário Kevin Krieger e o secretário Ricardo Gomes deixam o governo por decisão pessoal.O último, para cuidar de questões pessoais,eleitorais, e votar
contra o projeto do governo. Ficou no seu lugar o seu adjunto, selecionadopor ele, juntamente com o Bancode Talentos. O primeiro, também por questões pessoais,por sua indicação (era o presidente do partido) foi substituído pelo Vice-Prefeito. O PP ainda continuava com o maior número de secretários do que qualquer outro partido.
Nesseperíodo a bancadade vereadores se manifesta interna e publicamente, diversas vezes,no sentido de não se sentir representadapelos secretáriosde relaçõesinstitucionais Gustavo Paim e pelo secretário de sustentabilidade Maurício Fernandes.
Votou contra e liderou a derrota do governo em inúmeras ocasiões,em .projetos fundamentais para a cidade. A bancada criticou e critica o governo como se oposição fosse, e faz agressõespessoaisao prefeito (neste caso atingindo limites não alcançadosnem pela mais irresponsável das oposições)de forma repetida e regular, como discurso político institucional do partido. Às vezes, no caso de alguns vereadores, como único discurso. E assim permanece ató hnip
Quando o secretário de sustentabilidade permanentemente bombardeado pelos próprios vereadores deixa o cargo, a bancada crítica o governo. (quando o vice-prefeito inviabilizado pelos próprios vereadores e partido deixa o cargo de secretário de relações institucionais, o governo novamente é bombardeado pela mesma bancadaque o desconstituiu na função.
Durante todo o ano de 2019, o Governo convidou o vice-prefeito Gustavo Paim, Miguel Wedy, Vereador Joio CardosNedel, o ex-prefeito de Sentinela do Sul Marcos Vinicius Vieira de Almeida e Silvio Luís da Silva Zago para ocuparem cargos como: Procurador-Geral do Município, Secretário Municipal de Infraestrutura e Mobilidade, Secretário Municipal de Transparência e Controladoria e a Presidência da PREVIMPA.Não aceitaram. Além deste relato histórico, necessário para dirimir qualquer interpretação falaciosa na relação PP X Governo, importante o esclarecimento em relação a itens da nota do PP de IQ de julho, não abordados acima.
Ponto 1. A reforma administrativa resultou nas estruturas majoritariamente ocupadas pelo PP.O desejo de aumentar secretarias para divisõespartidárias nunca foi compromisso de campanha. E para esse fim, não ocorrerá. Em relação aos "graves problemas sentidos pela população", eles advém de anos, e não dessa gestão. O PP deveria se sentir mais responsável por essa situação, pois está na prefeitura há 15 anos.
Ponto 2. Se o PPentende que pagar tributo sobre valor real do bem, eliminando injustiças, cobrando menos de quem pode menos, e mais de quem pode mais, é aumento de imposto, e fará disso discurso, deve sair do governo em definitivo. E deve votar contra a reforma da previdência, todas as reformas de pessoal, a reforma tributária e todas as reformas
modernizantes do estado, e se igualar a todo o populismo que quebrou o Brasil, o Estado e a
Capital. Essegoverno não faz parte dessa linha ideológica. E se manter o status que é a bandeira do PP,não coaduna,de fato, com o atual governo municipal. No que se refere a alguns filiados que trabalham na prefeitura e que foram chamados pelo prefeito
para conversar, cabe ressaltar
que foi uma deferência
em relação a essas
pessoas.Todos os outros partidos, que passaram pelo mesmo processo abaixo referido (desligamentospor avaliação), nenhum filiado foi chamado pelo prefeito, nem mesmo do seu próprio partido. A deferência se deu por estarem entre as pessoaschamadas um amigo do prefeito há 30 anos, outro ter ido ao presidente do PSDBe ao prefeito para se desfiliar do PP,e
por esse foi desestimulado, outros trabalham em salas vizinhas ao prefeito, e quase todos estiveram na campanha muito próximos. Mereciam a devida explicação do que estava acontecendo, o que, como se observou não foi dada a eles pelo próprio partido. Em relação à forma mais rigorosa de contratação de pessoas criticadas em nota, é de se lamentar que com toda essa situação de corrupção que assola o país algum partido ainda
possa se manifestar publicamente contra. E se o PP considera qualquer ato desse governo "sem critérios transparentes", também deveria se envergonharde nele ter permanecido até o momento. O mais intrigante é que os profissionais de RH que fazem essa seleção (todos com mais de 20 anos de mercado) exercem suas funções na sala ao lado da sala do Vice-j?refeito.
Todasas dúvidas podem ser esclarecidasali. Além de que as pessoasentrevistadase os próprios presidentes de partido recebem informações sobre as avaliações. A avaliação que levou à sugestão de desligamento de algumas pessoas desde o início do governo tem por critério as entregasdos secretários, e o desempenho dos servidores pelos profissionais de RH e/ou chefias diretas. É realizada periodicamente. Todos os ocupantes de cargos de chefia, de liderança, de comando, filiados a algum partido ou não, passampor essa avaliação. Lamentável novamente que todos os partidos, PSDB,PTB, PPS,PODEMOS,MDB. etc., entenderamisso, e a partir de dezembro,em maior número, buscarammais adequadas colocações para essas pessoas,menos o PP.Somente o PPdecidiu não conversar internamente e fazer disso uma justificativa para mais ataques. Em relação à falta de diálogo, importante ressaltar: o Vice-Prefeito tem liberdade de participar de toda a agenda do prefeito,
que às vezes chega a ser de 14 horas diárias,
recebendo-a on-lhe; já ocupou a secretaria de planejamento e gestão, de relações institucionais, foi designado para coordenar projetos de repercussãoe relevância,tem relação direta com todo o secretariado,representa livremente o governo perante qualquer instituição, e no que se refere a eventos internacionais,já representoua cidade em número bem maior que o próprio prefeito. O atual presidente do partido já foi recebido no seu segundo dia no cargo, e mais 8 vezes no Paço, sendo 3 vezes diretamente pelo prefeito. E todos os vereadores tem acesso ao
líder de governo, ao então chefe de gabinete que se incumbiu das relações políticas, aos secretários e ao próprio prefeito. Não tivemos nenhum constrangimento na ascensãoda PresidenteMânica Lealao Paço Municipal. Pelo contrário, fizemos questão de dar todo o suporte para o pleno exercício da função, como também pretendemos fazer nas próximas oportunidades.
Se não ter diálogo é não repetir os erros do passado,e não ceder naquilo que o interesse público não permite, é estar determinado a fazer o que precisaser feito para mudar
estruturas arcait:ase resolver problemas de décadas, então realmente não há e não haverá diálogo.
O Partido Progressistade Porto Alegre tem agora uma grande oportunidade de reavaliar sua postura e de sua bancada. Se decidir permanecer na oposição, sua decisão será respeitada. Esperamos que possa exercê-la com mais respeito do que tem feito.
Se decidir ser governo, na íntegra, que seja uma decisãomadura e honesta, para que a partir daí possamosreavaliarjuntos, onde e como pode contribuir.
Ressaltamosque nenhum interesse pessoal, ideológico, setorial, eleitoral ou de qualquer partido, estará acima do interesso público e da cidade de Porto Alegre
Por fim, solicitamos que o presidente do partido remeta cópia desta para: Vereadores da bancada do PP, Diretório
Municipal do PP e filiados do PP integrantes do Executivo
Municipal. Em não entendendo assim, por nós será remetida.
Atenciosamente,
k.,.&«ü