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Design Sim Revista

Revista Design Sim • Ano 1 • Edição 1 • Número 001

Luciana Evangelista

ESPECIAL Olhar de um Designer Grafíco

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Vamos entender melhor


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Conteúdo

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Linguagem visual

5  | Alfabeto Visual 18  |  Técnicas da Comunicação Visual 22  |  GESTALT

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Apresentação

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Elementos Básicos da Comunicação Visual

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Sempre que alguma coisa é projetada e feita, esboçada e pintada, desenhada, rabiscada, construída, esculpida ou gesticulada, a substânciavisual da obra é composta a partir de uma lista básica de elementos. Não se devem confundir os elementos visuais com os materiais ou o meio de expressão, a madeira ou a argila, a tinta ou o filme. Os elementos visuais constituem a substância básica daquilo que vemos, e seu número é reduzido: o ponto, a linha, a forma, adireção, o tom, a cor, a textura, a dimensão, a escala e o movimento. Por poucos que sejam, são a matéria-prima de toda informação visual em termos de opções e combinações seletivas. A estrutura da obra visual é a força que determina quais elementos visuais estão presentes, e com qual ênfase essa presença ocorre. Grande parte do que sabemos sobre a interação e o efeito da percepção humana sobre o significado visual provém das pesquisas e dos experimentos da psicologia da Gestalt, mas o pensamento gestaltista tem mais a oferecer além da mera relação entre fenômenos psicofisiológicos e expressão visual. Sua base teórica é a crença em que uma abordagem da compreensão e da análise de todos os sistemas exige que se reconheça que o sistema (ou objeto, acontecimento, etc.) como um todo é formado por partes interatuantes, que podem ser isoladas e vistas como inteiramente independentes, e depois reunidas no todo. É impossível modificar qualquer unidade do sistema sem que, com isso, se modifique também o todo.


Alfabeto Visual

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Ponto

O ponto é a unidade de comunicação visual mais simples e irredutivelmente mínima. Na natureza, a rotundidade é a formulação mais comum, sendo que, em estado natural, a reta ou o quadrado constituem uma raridade. Quando qualquer material líquido é vertido sobre uma superfície, assume uma forma arredondada, mesmo que esta não simule um ponto perfeito.

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A L inha Designer Sim Quando os pontos estão tão próximos entre si que se torna impossível identificá-los individualmente, aumenta a sensação de direção, e a cadeia de pontos se transforma em outro elemento visual distintivo: a linha. Também poderíamos definir a linha como um ponto em movimento, ou como a história do movimento de um ponto, pois, quando fazemos uma marca contínua, ou uma linha, nosso procedi- mento se resume a colocar um marcador de pontos sobre uma superfície e movê-lo segundo uma determinada trajetória, de tal forma que as marcas assim formadas se convertam em registro. A linha raramente existe na natureza, mas aparece no meio ambiente: na rachadura de uma calçada, nos fios telefônicos contra o céu, nos ramos secos de uma árvore no inverno, nos cabos de uma ponte. O elemento visual da linha é usado principalmente para expressar a justaposição de dois tons. A linha é muito usada para descrever essa justaposição, tratando-se, nesse caso, de um procedimento artificial.

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Nas artes visuais, a linha tem, por sua própria natureza, uma enorme energia. Nunca é estática; é o elemento visual inquieto e inquiridor do esboço. Onde quer que seja utilizada, é o instrumento fundamental da pré-visualização, o meio de apresentar, em forma palpável, aquilo que ainda não existe, a não ser na imaginação.

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Forma

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A linha descreve uma forma. Na linguagem das artes visuais, a linha articula a complexidade da forma. Existem três formas básicas: o quadrado, o círculo e o triângulo eqüilátero. Cada um das formas básicas tem suas características específicas, e a cada uma se atribui uma grande quantdade de significados, alguns por associação, outros por vinculação arbitrária, e outros, ainda, através de nossas próprias percepções psicológicas e fisiológicas.

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Direção

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Todas as formas básicas expressam três direções visuais basicas e significativas: o quadrado, a horizontal e a vertical; o triângulo, a diagonal; o círculo, a curva. Todas as forças direcionais são de grande importância para a intenção compositiva voltada para um efeito e um significado definidos.

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Tom

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Designer Sim Tom é uma medida de claro e escuro, é o que caracteriza a “força” de uma cor. Enquanto os outros dois componentes da cor – matiz e intensidade – referem-se à natureza da luz refletida pelo objeto, o tom define o quanto de luz chega realmente aos nossos olhos.

Numa fotografia em branco e preto, por exemplo, não há cores, apenas tons, que vão do branco, passando por diferentes intensidades de cinzas, até o preto. Apesar disso, tudo aparece com clareza, pois os tons retratam com precisão a quantidade de luz refletida por cada objeto na fotografia.

A gradação tonal, vão do branco puro ao preto, passando pelos múltiplos meio-tons. É verdade que as gradações tonais são infinitas. À olho nu só é possível distinguirmos, sem grande esforço, de seis a nove, mas você não precisa usar de todas em sua pintura, pode-se realizar uma boa pintura que causará interesse visual utilizando apenas três gradações; basta apenas ter o cuidado de distribuí-las harmoniosamente.

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Cor

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Ao observar o belo arco-íris, depois de um dia chuvoso, pode-se ter gratuitamente uma aula de pintura. A luz do sol é branca e dela derivam-se todas as outras cores. Quando atravessa um prisma de cristal, essa luz se divide nas sete cores do arco-íris: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, índigo e violeta.

As cores muitas vezes se comportam de maneira totalmente inesperada ao fazermos as misturas antes de colocar na tela. Por esse motivo meu conselho é estudá-las com dedicação. Com o tempo e bastante treino, aprenderá a dominá-las. Infelizmente é impossível a qualquer pessoa passar teoricamente as inúmeras facetas das cores que encontramos na natureza. Sua pureza e luminosidade tornam-se um verdadeiro desafio constante para qualquer pintor. Reproduzi-las o mais próximo da fidelidade deve ser o nosso objetivo, nunca nos esquecendo, entretanto, que ‘representar com a cor’ é mais importante do que simplesmente colorir.

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Textura

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A textura é o elemento visual que com freqüência serve de substituto para as qualidades de outro sentido, o tato. Na verdade, porém, podemos a preciar e reconhecer a textura tanto através do tato quanto da visão, ou ainda mediante uma combinação de ambos. É possível que uma textura não apresente qualidades táteis, mas ap enas óticas, como no caso das linhas de uma página impressa, dos padrões de um determinado tecido ou dos traços superpostos de um esboço.

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E scala

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Todos os elementos visuais são capazes de se modificar e se definir uns aos outros. O processo constitui, em si, o elemento daquilo que chamamos de escala. Em outras palavras, o grande não pode existir sem o pequeno. No estabelecimento da escala, o fator fundamental é a medida do próprio homem. Nas questões de design que envolvem conforto e adequação, tudo o que se fabrica está associado ao tamanho médio das proporções humanas. Existe uma proporção ideal, um nível médio, e todas as infinitas variações que nos fazem portadores de uma natureza única. A produção emsérie é certamente regi da pelas proporções do homem médio, e todos os objetos grandes, como carros e banheiras, são a elas adaptados. Por outro lado, as roupas produzidas em série são de tamanho muito variável, uma vez que são enormes as diferenças de tamanho das pessoas.

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Dimensão

A representação da dimensão em formatos visuais bidimensionais também depende da ilusão. A dimensão existe no mundo real. Não só podemos senti-la, mas também vê-Ia, com o auxílio de nossa visão estereóptica e binocular. A dimensão real é o elemento dominante no desenho industrial, no artesanato, na escultura e na arquitetura, e em qualquer material visual em que se lida com o volume total e real. Esse é um problema de enorme complexidade, e requer capacidade de pré-visualizar e planejar emtamanho natural.

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Movimento

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O olho explora continuamente o meio ambiente, em busca de seus inúmeros métodos de absorção das informações visuais. O milagre domovimento como componente visal é dinâmico. O homem tem usado a criação de imagens e de formas com múltiplos objetivos, dos quais um dos mais importantes é a objetivação de si mesmo. o movimento talvez seja uma das forças visuais mais dominantes da experiência humana.

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Técnicas da

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“praticamente tudo o que os nossos olhos vêem é comunicação visual; uma flor, uma nuvem (…) um telegrama, uma bandeira.” Estás imagens transmitem informações que variam consoante o contexto envolvente de quem as interpreta. Assim, a comunicação visual é um meio de transmissão de mensagens entre um emissor e um receptor através de suportes básicos elementares da comunicação visual, como o ponto, a cor, o movimento… No entanto, é necessário ter em conta o tipo de receptor, pondo em causa as suas condições fisiológicas e sensoriais que permitem filtrar a informação. Desta forma, facilitando a emissão e recepção de mensagens, a simplicidade e a clareza deverão ser pontos-chave neste tipo de comunicação. Além disso, no sentido de melhorar a forma como a informação é transmitida, os designers contam com inúmeras técnicas específicas A previsibilidade sugere, enquanto técnica visual, alguma ordem ou plano extremamente convencional. Seja através da experiência, da observação ou da razão, é preciso ser capaz de prever de antemão como vai ser toda a mensagem visual, e fazê-lo com base num mínimo de informação. A espontaneidade, por outro lado, caracteriza-se por uma falta aparente de planejamento. É uma técnica saturada de emoção, impulsiva e livre.

Previsibilidade

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Espontaneidade

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municação

Vísual

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A exactidão é a técnica natural da câmera, a opção do artista, é o modelo do realismo nas artes visuais. A distorção adultera o realismo, procurando controlar seus efeitos através do desvio da forma regular (muitas vezes através da manipulação), e, em alguns outros casos, até mesmo da forma verdadeira.

Exatidão

Distorção

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Técnicas da

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A presença de unidades mínimas de meios de comunicação visual é típica da técnica da economia, que contrasta de muitas maneiras com o seu oposto, a técnica da profusão. A economia é uma organização visual parcimoniosa e sensata na sua utilização dos elementos. A profusão é carregada em direcção a acréscimos discursivos infinitamente detalhados a um design básico, os quais, em termos ideais, atenuam e embelezam através da ornamentação..

Economia

Profusão

A unidade é um equilíbrio adequado de elementos diversos numa totalidade que se percebe visualmente. A fragmentação é a decomposição dos elementos e unidades de um design em partes separadas, que se relacionam entre si mas conservam o seu carácter individual.

Unidade

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Fragmentação

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municação

Vísual

A minimização é uma abordagem muito abrandada, que procura obter do observador a máxima resposta a partir de elementos mínimos. O exagero deve recorrer a um relato profuso e extravagante, ampliando a sua expressividade para muito além da verdade, na sua tentativa de intensificar e amplificar.

Exagero

Minimização

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GESTALT

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“Vejo o mundo como eu sou e não como ele é”

A percepção é o processo cognitivo responsável pelos nossos conhecimentos do mundo. Contudo, este sistema não é um simples registro da realidade, mas sim uma interpretação da mesma, uma reapresentação mental ou imagem construída do real, que é criada de acordo com as nossas experiências, expectativas e conhecimentos. Os estímulos visuais luminosos são captados pela retina e transmitidos ás áreas visuais do córtex cerebral, onde lhes conferimos sentido e significado, dependendo do tamanho, forma ou cor da imagem em causa. A teoria da Gestalt considera que não se pode ter conhecimento do todo através das partes, mas sim das partes através do todo. Assim afirma a percepção como um todo e parte desse todo para explicar as partes, sendo que a percepção é sempre feita na totalidade. Desta forma, para melhor compreensão da percepção inata do cérebro, Gestalt inúmera um conjunto de leis básicas que interferem na nossa interpretação do todo: proximidade, continuação, simetria, segregação, semelhança, unidade e fechamento.

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A s leis da Gestalt Lei da semelhança:

Lei da proximidade:

Lei da continuidade:

Lei da pregnância:

Lei do fechamento:

“A abordagem Gestalt pode ser dito ser um” bottom-up “teoria, uma vez que começa a partir do fundo (os aspectos dos estímulos que influenciam a percepção) e trabalhar o seu caminho até os processos cognitivos de ordem superior.”

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Designer Sim Não se pode criar uma imagem do nada. É preciso ter compreendido certas subtilezas mais do que o aspecto visto em primazia.

A memória visual é o espaço onde está guardado de uma forma, nem sempre consistente lugares, acontecimentos, imagens, no fundo, o mundo que nos rodeia. É neste sentido que a percepção visual ocupa um lugar muito significativo na forma como observamos a realidade e o que está para além dela. Partindo dos elementos básicos de comunicação visual (ponto, linha, forma, cor, direção, tom, textura, escala, dimensão e movimento), construímos um projeto com base num quadrado e num círculo, desconstruindo sentimentos e sensações de um som, de um ritmo. A Comunicação Visual é uma língua composta por imagens que contam histórias, expressas através de materiais, cores e formas dinâmicas. Desta forma, pretendemos comunicar uma música através de representações visuais que traduzem informações e comunicam por si mesmas. Assim, começamos por fazer uma espécie de lista com as sensações que a música nos transmite, apostando em sentimentos de liberdade e paz assentes em idéias pacifistas referentes à terra e à natureza e tudo de bom que estes elementos nos transmitem, exaltando, desta forma, o ideal de carpe diem, que defende a máxima “aproveitar a vida e não ficar apenas pensando no futuro”. Para clarificar o nosso projeto fizemos uma pesquisa fotografia que nos elucidasse para os ideais acima expressos. Seguidamente tivemos em atenção as cores que poderíamos utilizar para melhor transmitir a nossa idéia e, após uma leitura ponderada da biografia referida, concluímos que as cores a usar deveriam traduzir, da melhor forma, o contexto, ambiente e elementos em causa, para que a coloração refletissem a informação visual pretendida.

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