Março de 2015

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VOLUME 4 . EDIÇÃO 1


EDITORIAL

MARÇO 2015

O “Journal of Aging and Innovation “,

Assim o “Journal of Aging and Innovation “

pretende desde a sua fundação apresentar-se

pretende apoiar todo este esforço

como um periódico de âmbito internacional, de

proporcionando aos profissionais e

acesso livre e disponibilizado principalmente em

pesquisadores uma ferramenta para divulgação

formato digital on line, sem necessidade de

das suas experiências de pesquisa ou pessoais

registo para acesso aos conteúdos. Contamos

para o público em geral, bem como para rever

orgulhosamente com a colaboração de um vasto

temas interessantes na área contando ainda

painel de peritos nacionais e internacionais na

que estas se possam constituir com exemplos

revisão dos nossos artigos, que incluem

ou fonte para ajudar de alguma forma outros

pesquisas originais, estudos de caso, revisões

profissionais. É nisso que queremos marcar a

bibliográficas narrativas, revisões sistemáticas

diferença, ao nos posicionarmos numa vertente

da literatura, entre outros, relacionados com a

internacional, como referido inicialmente, de

pessoa idosa e seus problemas associados.

modo a potencial estes processos de interacção e partilha indirectas. A gestão de feridas

A gestão de feridas crônicas não é

crónicas tem sido uma presença assídua na

excepção e é uma questão marcante na

nossa revista, que é para manter, devido à

população idosa, onde a sua incidência e

importância desta temática para os profissionais

prevalência são maiores. Este aumento da

de saúde e devido ao ritmo impressionante com

prevalência de feridas crônicas tornou-se um

que o conhecimento evolui nesta área.

pesado fardo para a sociedade e sistemas de

Contamos nesta edição com alguns

saúde, o que exige dos profissionais grande

contributos internacionais na partilha de estudos

investimento cientifico, que deve cariz continuo

de caso e queremos deixar mais uma vez clara

de modo a se poder controlar este “flagelo” de

a nossa disponibilidade para receber mais

forma custo-efectiva, sempre tendo “debaixo de

artigos de investigação ou outros relacionados

olho” as questões relacionadas com a qualidade

com área de modo a contribuir cada vez mais

de vida.

para o enriquecimento do conhecimento e para partilha, pois os trabalhos “empilhados nas

Como tal, a tecnologia tem-se desenvolvido

gavetas”, não promovem o progresso.

de modo a acompanhar as necessidades desta população e os profissionais na prática clinica

Os meus melhores Cumprimentos

tem de um modo geral contribuído para acompanhar tal desenvolvimento, com a

Vítor Santos, RN, CNS, MsC

realização de estudos clínicos e a busca

Centro Hospitalar do Oeste

constante de conhecimentos e recursos cuja

IberWounds Oeste

aplicação produza os resultados desejados na melhoria tanto da qualidade de vida dos seus doentes, como dos índices de desempenho.


Brandão, M., et al. (2015) Portuguese Older Peolple’s Self-Perception of their (In)dependency: A Cross-Sectional Study, Journal of Aging & Inovation, 4 (1): 3 - 17

ARTIGO ORIGINAL / ORIGINAL ARTICLE

MARÇO 2015

PORTUGUESE OLDER PEOPLE'S SELF-PERCEPTION OF THEIR (IN)DEPENDENCY: A CROSS-SECTIONAL STUDY PERCEÇÃO DAS PESSOAS IDOSAS PORTUGUESAS SOBRE A SUA (IN)DEPENDÊNCIA: UM ESTUDO TRANSVERSAL LA PERCEPCIÓN DE LAS PERSONAS MAYORES PORTUGUESAS SOBRE SU (IN)DEPENDENCIA: UN ESTUDIO TRANSVERSAL Autores MARIA BRANDÃO1, LILIANA SOUSA2,3, IAN PHILIP4, MARGARIDA CARDOSO5,6 1

Adjunct Professor, ESSUA - Health School, University of Aveiro, Aveiro, 2 Researcher, UNIFAI/Cintesis-UA , University of Aveiro, 3Assistant

Professor, SACS - Health Sciences of Autonomous Section, University of Aveiro, 4Honorary Professor, Warwick Medical School, University of Warwick, Coventry, United Kingdom, 5Assistant Professor, ICBAS - Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar, University of Porto, Porto, 6Researcher, CIIMAR - Interdisciplinary Centre of Marine and Environmental Research, University of Porto. l Corresponding Author: mpiedade@ua.pt Abstract Introduction: The perception of (in)dependency of elderly is fundamental because it can help adjusting social and health policies, institutions and the allocation of material and human resources. This study aims to examine older Portuguese persons’ self-perceptions on their (in)dependency, considering different settings. Materials and Methods: Participants were selected from the most common available community settings for older people (homes for the aged, day care centres, home support services, hospital units, senior universities and primary care services). The sample comprises 477 older people aged ≥ 65 years. The instrument EASYcare was applied. Results: Only the setting and age were found to be associated significantly (p<0.001) with the dependence score. For a given setting, for each 10 years increase in the age of the elders on average the dependence score value is expected to duplicate (2.38, 95%CI 2.03 to 2.77). After adjusting for age, on average dependency was higher in the hospital continuity of care unit (30.3 out of 100), followed by the hospital internal medicine unit, homes for the aged, home help services, primary care services, hospital pain units, day care centres and senior universities (between 17.6 and 2.5 out of 100). Conclusion: Results of this study suggest that settings are predictive of older people’s levels of dependence, and what should be taking into consideration when planning health services and social support. Keywords: Elderly; Needs Assessment; Self-perception; Activities of Daily Living.

Resumo Introdução: A perceção da (in)dependência dos idosos é fundamental, pois pode ajudar a ajustar as políticas sociais e de saúde, das instituições e da alocação de recursos materiais e humanos. Este estudo teve como objetivo avaliar a perceção dos idosos sobre o nível de dependência quando experienciam diferentes contextos. Materiais e Métodos: Os participantes foram selecionados em lares, centros de dia, serviços de apoio domiciliário, unidades hospitalares, universidades seniores e serviços de cuidados de saúde primários. Foi estudada uma amostra de 477 idosos com idade ≥ 65 anos. Foi aplicado o instrumento EASYcare. Resultados: Somente o contexto e a idade apresentaram associação significativa (p<0,001) com o grau de dependência. Dado o contexto, para cada aumento de 10 anos na idade dos mais velhos, em média, o valor do grau de dependência tende a duplicar (2,38, 95% CI 2,03-2,77). Após o ajuste para idade, em média, foi encontrada maior dependência na unidade de cuidados continuados do hospital (30,3 de 100), seguido da unidade de medicina interna do hospital, lares para idosos, serviços de apoio domiciliário, serviços de cuidados primários, unidades de dor hospitalares, centros de dia e universidades seniores (entre 17,6 e 2,5 em 100). Conclusão: Os resultados deste estudo sugerem que os contextos são preditivos de níveis de dependência dos idosos, o que deve ser tido em consideração quando se planificam serviços de saúde e de apoio social. Palavras-chave: Idosos, Avaliação de Necessidades; Auto-perceção; Atividades da Vida Diária.

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Introduction

correlation between dependence and

The number of older people is increasing

satisfaction, in particular, in old age.(Liliana

worldwide with higher proportion in developed

Sousa & Figueiredo, 2003) In addition,

countries. In Europe in 1971, older people (≥ 65

dependence has shown to have predictive

years) represented 15% of the total population,

power regarding mortality, institutionalization

20% in 2000, and it is expected to reach as

and, depression.(Béland & Zunzunegui, 1999)

much as 35% by 2050.(Christensen,

Literature shows that self-assessment, or self-

Doblhammer, Rau, & Vaupel, 2009) In Portugal,

perception, of health and dependence by older

this proportion ranged from 8% in 1960 to 17%

people have predictive power, in various events

in 2007 and projections to the year 2050 suggest

such as hospitalization, mortality and functional

an increase to 32%. (INE, 2003, 2008, 2010) As

decline.(Jardim et al., 2010) The different

individuals live longer, the quality of extended life

environments of living and access to health and

becomes a central issue for both personal and

social care, as well as to leisure and

social wellbeing. Currently chronic long term

socialization activities are relevant in terms of

diseases dominate health care, especially

the older people’s well-being and quality of life.

amongst older people (in particular, in the

So, considering self-perceptions dependency

Western world), entailing a change of emphasis

across different elderly living settings is relevant

in assessment toward quality of life (essentially a

because it can help adjusting social and health

subjective variable, involving self-reporting

policies, institutions and the allocation of

measures that capture patients perceptions and

material and human resources. In fact, higher

that promote health self-management).

dependence demands more care and during

(Haywood, Garratt, Schmidt, Makintosh, &

more time.

Fitzpatrick, 2004) This has led to the increased

Many instruments have been used to compare

use of patient-reported health instruments that

overall levels of dependence in older people.

capture the individual perception (considered

EASYcare is an instrument for assessment used

subjective), instead of just collecting the

to obtain an overall score for need in activities of

practitioners evaluation of the individual

daily living.(Philp, Armstrong, Coyle, Chadwick,

(considered objective).(Haywood et al., 2004)

& Machado, 1998; Philp et al., 2001; Philp I.,

Patients are increasingly recognised as the best

2000)

judge of their health status, therefore their

This study aims to examine self-perceptions of

perceptions are recommended as a core

Portuguese older persons on their level of

component in clinical assessment.(Jardim,

dependency (defined in terms of activities of

Barreto, & Giatti, 2010)

daily living) and considering different living

There has also been growing interest in

contexts. Findings are relevant to understand

assessing the needs of the older people,

older person’s needs from their own

especially in the context of community health

perspectives; and, since settings are considered,

care and social services.(Powell, Robison,

to better understand different needs and how

Roberts, & Thomas, 2007) The relevance of dependence is emphasised by the research that consistently report a significant inverse JOURNAL OF AGING AND INOVATION (EM LINHA) ISSN: 2182-696X / (IMPRESSO) ISSN: 2182-6951

life

support can be organized to respond those different needs.

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Material and Methods

students of Master/Doctoral Program in

Older people assessment

Gerontology from the Aveiro University. All

The instrument EASYcare (Elderly Assessment System) was administered. EASYcare is an instrument for assessment, extended

interviewers received training in the standardized use of the questionnaire and

worldwide(Philp et al., 1998; Philp et al., 2001;

data were collected between October 2009

Philp I., 2000), used to identify older people’s

and December 2010. Participants were

perceptions on their health and care needs,

selected from various settings reflecting

capturing competence and not performance, and

different living environments namely: homes

designed to support a personalized response and help with efficient allocation of resources. (Kane, Rockwood, Philp, & Finch, 1998)

for the aged, day care centres, home help services, hospital units (pain, continuity of

The EASYcare instrument consists of items

care and internal medicine), senior

structured into personal details that include

universities and primary care services.

personal information, biography, reason for

Globally the inclusion criteria were: ≥ 65

assessment, medical history and seven domains

years old, to be oriented in time and space,

of physical, mental and social care functioning (seeing hearing and communicating, looking

and to sign the informed consent form.

a f t e r y o u r s e l f , g e t t i n g a r o u n d , s a f e t y, accommodation and finance, staying healthy,

Data analysis

mental health and well-being), dependence and

Analysis of covariance was used to evaluate

well-being in old age. EASYcare incorporates a

the impact of socio-demographic

scale that measure functional dependency

characteristics and the setting on the

based on the self-perception of older people. It applies weights (points) to each of 18 items, including instrumental activities of daily living

perceived dependence after adjusting for the age of the elders as covariate. The socio-

(IADL) items and dysfunctional activities of daily

demographic characteristics considered

living (ADL) items (Table 1). The development of

were gender, education (0 years, 1 to 4

this ratio scale for dependency was based on

years, 5 or more years of formal education)

the opinion of health experts, home carers and

and current marital status (married/

older people, using a magnitude estimation method.(Philp et al., 1998)

cohabiting versus others). The covariable was age. The score of the perceived

Data collection

dependence was log-transformed to achieve

Data collection was performed in 7

the residual normality required in analysis of

institutions located in the North and Centre

covariance [ln (dependence score + 1)], as

region of Portugal (from Porto to Leiria). It

the score of perceived dependence could

was performed by master students and PhD

take the zero value. Qualitative variables were described as percentages and

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Questions in EASYcare assessment of current needs and priorities.

quantitative variables as mean or geometric means where necessary.

places where participants were recruited, the

As a first step an analysis of covariance of the

effect of education on the perceived dependence

dependence score was performed with each

was analysed separately for the different places,

dependent variable and the covariable age. As a

considering both statistical significance and the

second step each non-significant variable was

measure of its effect size (partial eta squared -

again evaluated in the model along with the

η2). The contribution of education was tested in

significant variables retained in the covariance

the group from the internal medicine units, the

analysis.

group from the senior university, and the group

Since the distribution of years of formal

from primary care services. The contribution of

education was very heterogeneous between the

education was not evaluated in the other groups

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due to the concentration of values in one of the

Results

categories, and a reduced number in the others.

This observational descriptive study was

Only in internal medicine units the factor

performed in 477 individuals ≥ 65 years. Table 2

education was significant (p=0.003), however

displays the sample socio-demographic

the eta squared value was less than 5%

characteristics.

(η2=0.045) revealing a very weak relationship

With the exception of homes for the aged and

with the perceived dependence.

senior universities, participants were equally

Due to the reduced number of participants found

distributed between genders. In the former

in urban areas in homes for the aged, day care

settings the majority were female. About half of

centres, home help services and hospital care

the subjects (51.8%) were living in rural areas.

units, those living environments were excluded

The highest proportions of inability reported to

in the analysis of the residence variable.

elderly were observed in the hospital pain units

All analyses were performed using the statistical

and home help services (51.5% and 47.7%,

software package PASW (SPSS) for Windows,

respectively) and the lowest in senior

version 18.0.

universities (18.6%). In day care centres the majority of the participants were widowed

Ethical approval

(76.7%), living alone (38.5%) or with their

The study was approved by the Ethics

families (46.2%). In home help services about

Committee of Hospital Infante D. Pedro (Aveiro,

half of the participants lived as a couple. In the

Portugal) and registered with the local code as

hospital pain units about half of the older people

762/CA on 14th of October 2009. Before the

reported that they lived with their extended

data collection, all participants were informed

families (48.5%) or as a couple (21.2%).

about the study and signed the informed consent. Socio-demographic characteristics of the participants according to the setting.

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services and hospital internal medicine units had The score of dependence varies from 0 to 100,

similar levels of dependency (geometric means

but most of the values were low. The geometric

of 18.5 and 17.1, respectively), followed by the

mean was 17.5 (95%CI 14.5 to 21.4), the

participants from the hospital pain unit

median value was 28.5 and half of the

(geometric mean = 12.1), from the day care

participants scored their dependence between

centres and primary care services (geometric

10 and 57.

means of 8.4 and 7.8, respectively). Participants

Table 3 presents the assessment of dependence

from the senior universities showed the lowest

according to the setting. The analysis of the

levels of dependency (geometric mean = 1.5).

unadjusted average scores of dependence

After adjusting for the effects of other socio-

revealed considerable differences between the

demographic variables with an analysis of

settings where participants were recruited.

covariance with the covariable age, only the

Participants from the hospital continuity of care

setting and age were found to be associated

units showed the highest average level of

significantly (p<0.001) with the dependence

dependency (geometric mean = 48.5, 95% CI

score. After adjusting for age, gender (p=0.987),

33.6, 68.5). Participants from the home help JOURNAL OF AGING AND INOVATION (EM LINHA) ISSN: 2182-696X / (IMPRESSO) ISSN: 2182-6951

marital status (p=0.137) and residence

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(p=0.629) were not associated significantly with

dependence score value is expected to duplicate

the score of dependence, and the contribution of

(2.38, 95%CI 2.03 to 2.77).

education was not significant or very weak

After adjusting for age, on average dependency

(η2=0.045). The contribution of the setting

was higher in the hospital continuity of care unit,

(η2=0.212) and age (η2=0.215) to the variability

followed by the hospital internal medicine unit,

of the dependence score value were identical.

homes for the aged, home help services,

For a given setting, for each 10 years increase in

primary care services, hospital pain units, day

the age of the older people on average the

care centres and senior universities (Table 3).

Assessment of the functional score of dependencea according to the setting.

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To better understand the self-perceived

Considering each setting, the hospital continuing

dependence of the older people, the disability

of care units are the ones with the larger

proportions were calculated separately for each

proportions of disability, and unable to take a

setting (Table 4). Overall, this table shows that

bath/shower that stands out the most (92.0%).

the disabilities to take a bath/shower, doing

The lowest proportions of inability can be

housework, preparing meals and shopping are

observed within the Senior Universities (1.4%).

those with the highest proportions (40.3%,

Also health primary care presents small

43.3%, 42.8% and 40.7% respectively).

proportions of inability in each functional score.

Proportions of the inability EASYcare functional score self-perceptions among 477 participants aged 65 and over in centre of Portugal.

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The EASYcare instrument includes a specific

The perceived dependency of the older people

question about the self-perceptions about global

was associated with the setting, even when

health: excellent, very good, good, fair or poor.

adjusting for age. The literature has shown that

23.5% rated their overall health as poor, without

diseases

significant differences between genders

functionality(Aguero-Torres et al., 1998; Balboa-

(P=0.257). Although there was a significant

Castillo et al., 2011; Boult et al., 1994; Clifford,

correlation between the self-classification of

Cipher, & Roper, 2005; Hung, Wu, Chiang, Wu,

health and the perceived dependence, this

& Yeh, 2010). In the current study, setting is a

correlation was not very strong (R=0.381,

proxy of the perceived dependency of the older

P<0.001).

people, and as expected the higher levels of

negatively

influence

perceived dependency were found in hospital Discussion

environments (internal medicine and continuity

This study provided a description of the self-

of care unit) and the lowest were found in the

perceptions of Portuguese older people about

community environments (in particular senior

their functional dependency in different contexts,

universities). However after adjusting for the

reflecting their perceived (in)dependency.

effect of age the differences between

The fact that dependency levels are higher in

dependence of the older people recruited in

care homes and hospitals is unsurprising.

different settings decreased considerably.

However our study is the first to record levels of dependency using the EASYcare Independence score in these settings. As expected the perceived dependency of the older people assessed with the scale incorporated in the EASYcare instrument, increased with age, but there were no significant differences considering gender, academic levels, marital status, and urban/rural residential areas. Our study corroborates other findings, regarding age(Tapia P et al., 2010), gender(Aguero-Torres et al., 1998; Boult, Kane, Louis, Boult, & McCaffrey, 1994), education(Moe & Hagen, 2011) and residence(Kim KR et al., 2009). Nevertheless, regarding education some studies have reported that higher levels of education are related to lowest levels of dependency(L. Sousa, Galante, & Figueiredo, 2003). This study shows

The results suggest that the Portuguese older people’s perceived independence is relatively high, even when they are in hospital units, in homes for the aged or for those requiring home help services. In a scale that varies from 0 to 100, the highest average value of dependency was below 50 and was observed in the hospital continuing of care units (unadjusted geometric mean 48.1, 95%CI 33.6 to 68.5). These data provide a useful reference range to compare levels of dependency by setting of care within and amongst countries. The overall positive perceived independence found in the Portuguese older people, conforms with those found in a study with institutionalized elders who also scored high in independence(Hwang, Lin, Tung, & Wu, 2006).

a weak contribution of education, probably due

Béland and Zunzunegui (1999) referred that

to the low variation of academic level among

highest levels of dependency correspond to the

participants.

IADL activities. Our study is consistent with that

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and corroborate others(Hall, Colantonio, &

strong. After adjusting for the effect of age, only

Yoshida, 2003), that showed that housework,

older people recruited in hospital continuity of

preparing meals and shopping were the activities

care units showed a significant higher level of

with more elevated proportions in inability

dependency. On average the dependency levels

EASYcare functional score.

evaluated in the other living contexts,

EASYcare instruments have now been validated

corresponding to older people living in

for use in a large number of countries and are

institutions and in the community, were on

recommended for widespread use(Olde-Rikkert,

average all bellow 20 in a scale ranging from 0

Long, & Philp, 2013; Philip et al., 2014) which

to 100. The results suggest that higher levels of

increases the value of the independence score

dependency of the elderly who attend the

for comparative purposes in different care

involved institutions are mainly due to their

settings.

higher average age. This finding encourages i)

Among the different contexts, except in the

health professionals to develop individual plans

“homes for the aged” and “home help services”,

for maintenance of independency; ii) older

inability to take a bath was the most common.

people to making use of individual plans to boost

However, this finding is also in agreement with

its potential for self-care in order to remain

other study with a similar age group(Huang, Lin,

independent for as long as possible.

& Li, 2008). Although there was a correlation

Results show a higher prevalence of disabilities

between the perceived dependence and self-

among household tasks (such as preparing

rated global health, this was very weak.

meals, bathing and shopping), indicate that

This study has some limitations. Measuring

health promotion should be encouraged, both

functional dependency among older adults is

among older people living in the community and

challenging and there is no aggregated measure

living in institutions.

that covers all relevant aspects of this

EASYcare is currently being validated for use in

dimension. We focused on self-perceptions of

more than 40 countries. Evaluation of

functional capacities of daily living, as these are

dependency and its correlation to the living

associated with needs for care.

environment will be enhanced through

The comparison of the results of this study with

comparative study across samples drawn from

others that were based on other instruments,

these different countries.

showed

of

This study will help develop normative values for

dependency(Laukkanen, Karppi, Heikkinen, &

comparing populations within and amongst

Kauppinen, 2001) which seems to indicate the

countries.

similar

prevalence

relevance and applicability of the EASYcare instrument.

References 1. Aguero-Torres, H., Fratiglioni, L., Guo, Z.,

Conclusions

Viitanen, M., von Strauss, E., & Winblad,

Although the results of this study showed that

B. (1998). Dementia is the major cause

functional dependency was statistically

of functional dependence in the elderly:

associated with the living environments, it also

3-year follow-up data from a population-

showed that this association was not very

based study. Am J Public Health, 88(10),

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1452-1456. doi: 10.2105/ajph.88.10.1452

9. Hall, L., Colantonio, A., & Yoshida, K.

2. Balboa-Castillo, T., Guallar-Castillon, P.,

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Leon-Munoz, L. M., Graciani, A., Lopez-

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REVISÃO SISTEMÁTICA / SYSTEMATIC REVIEW

MARÇO 2015

LINHAS DE ORIENTAÇÃO DE BOA PRÁTICA NO CONTROLO DA DOR E DISPNEIA DA PESSOA COM DOENÇA ONCOLÓGICA, NO SERVIÇO DE URGÊNCIA: RESULTADOS SENSÍVEIS AOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM GOOD PRACTICE GUIDELINES FOR PAIN AND DYSPNEA CONTROL IN PERSON WITH ONCOLOGY DISEASE IN THE EMERGENCY DEPARTMENT: RESULTS SENSITIVE TO NURSING CARE GUÍA DE BUENAS PRÁCTICAS DE CONTROL DEL DOLOR Y LA DISNEA EN PERSONA CON ENFERMEDAD DE ONCOLOGÍA EN EL SERVICIO DE URGENCIAS: RESULTADOS SENSIBLES A CUIDADOS DE ENFERMERÍA Autores

ANA FILIPA RAMOS1, EUNICE SÁ2

1

RN, MsC, Estudante da Pós-Especialização em Médico-cirúrgica, na Área de Especialização em Enfermagem Oncológica

na ESEL. Enfermeira no CHLN, Lisboa,

2 RN,

MsC, Doutoranda em Enfermagem. Professora Adjunta na ESEL, Lisboa.

Corresponding Author: ramos.anafilipa@gmail.com Resumo Objetivo: Delinear linhas orientadoras de boa prática no controlo da dor e dispneia, da pessoa com doença oncológica, no serviço de urgência. Metodologia: Pergunta PI[C]O, com recurso à EBSCO (MEDLINE withFull TEXT, CINAHL, Plus with Full Text, British Nursing Index), retrospetivamente de Setembro de 2014 até 2009 e guidelines emanadas por entidades de referência: Oncology Nursing Society (2011), National Comprehensive Cancer Network (2011; 2014) e Cancer Care Ontario (2010), dos quais resultou um total de 15 artigos. Resultados: A primeira etapa para um controlo adequado de sintomas é uma apreciação sistematizada. O tratamento farmacológico da dor deve-se reger pela escada analgésica modificada da OMS, com inclusão da titulação, equinalgesia, rotatividade de opióides, vias de administração, condições dolorosas de difícil tratamento e controlo de efeitos adversos. A oxigenoterapia e ventilação não invasiva são modalidades de controlo de algumas situações de dispneia, onde a utilização de diuréticos, broncodilatadores, corticóides, benzodiazepinas e opióides fortes são estratégias eficazes. As medidas não farmacológicas: apoio psico-emocional, hipnose, aconselhamento/ treino/ instrução, adesão terapêutica, musicoterapia, massagem, técnicas de relaxamento, apoio telefónico, reeducação funcional e respiratória aumentam igualmente os ganhos em saúde. Conclusões: O controlo da dor oncológica e dispneia exigem uma abordagem compreensiva e multimodal. Implicações para a Prática de Enfermagem: Linhas orientadoras de boa prática, desenvolvidas com base na evidência científica, possibilitam uma tomada de decisão mais sustentada, que contribui para a melhoria contínua da qualidade do exercício profissional dos enfermeiros. Palavras-Chave: Dispneia, Dor, Oncologia

Abstract Objective: To delineate guidelines of good practice for managing pain and dyspnea, in the person with cancer disease, in emergency room. Methodology: PI[C]O question, the procedure was using the EBSCO (MEDLINE withFull TEXT, CINAHL, Plus with Full Text, British Nursing Index), retrospectively from September 2014 until 2009 and the guidelines issued by reference entities: Oncology Nursing Society (2011 ), National Comprehensive Cancer Network (2011; 2014) and Cancer Care Ontario (2010), which resulted in a total of 15 articles. Results: The first step to achieve adequate control of symptoms is an appropriate assessment. Pharmacological treatment of pain should be governed by the modified WHO analgesic ladder, with inclusion of the titration, equinalgesia, rotation of opioids, routes of administration, painful conditions difficult to treat and manage adverse events. Oxygen therapy and noninvasive ventilation are control rules for some dyspnea situations. The use of diuretics, bronchodilators, steroids, benzodiazepines and strong opioids are effective strategies. Non-pharmacological measures: psycho-emotional support, hypnosis, counseling/ training/ education, medication adherence, music therapy, massage, relaxation techniques, telephone support, functional and respiratory rehabilitation also increase health gains. Conclusions: The control of cancer pain and dyspnea require a comprehensive, multimodal approach. Implications for Nursing Practice: Guide to good practice lines, developed on the basis of scientific evidence, enable a more informed decision-making, which contributes to the continuous improvement of the quality of professional practice of nurses. Key Words: Dyspnea , pain , oncology JOURNAL OF AGING AND INOVATION (EM LINHA) ISSN: 2182-696X / (IMPRESSO) ISSN: 2182-6951

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O cancro é considerado uma das principais

2014). A incidência da dor no início do trajeto da

causas de morte antes dos 70 anos em

doença está estimada em 50% e que é

Portugal. Paralelamente, no mundo todos os

incrementada para aproximadamente 75% em

anos surgirão mais 14 milhões de novos casos,

estádios avançados, o que significa que o

em que o número de pessoas com cancro é

sobrevivente não a experiencia apenas como

expectável que triplique em 2030, como

resultado imediato do tratamento (Sun et al.,

resultado também da sobrevivência (Ferlay et

2008; Cleeland & Sloan, 2010). Numa fase

al., 2013; DGS, 2012; WHO, 2014). Os

avançada da doença a dispneia é um dos

sobreviventes continuam a experienciar

sintomas que assume particular relevância,

significativas limitações, comparativamente com

surge frequentemente associada a dor (cerca de

todos aqueles sem história de cancro (Zucca et

45%), representado um cluster sintomas indutor

al., 2012). A presença de sintomas persiste

de maior ansiedade e fadiga responsável pela

permanentemente, derivado dos efeitos

procura de cuidados de saúde, pelo o que é

adversos directos da neoplasia, do tratamento,

fundamental um sério investimento no seu

da exacerbação e/ ou do surgimento de novos,

controlo (Dong et al., 2014). Neste sentido,

associados a recidiva ou segundo tumor (Sun et

pretende-se enunciar quais as linhas

al., 2008; Brant et al., 2011).

orientadoras de boa prática de enfermagem no

O hospital, particularmente, o serviço de urgência, continua a ser um dos sistemas de

controlo da dor e dispneia, da pessoa com doença oncológica, no serviço de urgência.

suporte mais utilizado (Massa, 2010; Veiga et al., 2009). Historicamente, os sintomas têm sido

ESTRATÉGIA DE PESQUISA

estudados separadamente, todavia

Como ponto de partida foi formulada a

investigações recentes suportam a necessidade

seguinte questão de partida, em formato PI[C]O:

de uma visão integrativa. A dor, a dispneia, a

Quais as linhas orientadoras de boa prática

fadiga, o distress emocional surgem em

(Intervention) no controlo da dor e dispneia

simultâneo e são interdependentes. Deste

(Outcomes) na pessoa com doença oncológica

modo, advém a designação de cluster sintomas,

(Population) no serviço de urgência (Setting)? A

quando dois ou mais sintomas apresentam uma

base de dados eletrónica utilizada incidiu sobre

inter-relação entre si, tendo em conta que

a EBSCO (MEDLINE withFull TEXT, CINAHL,

podem partilhar a mesma etiologia e produzir

Plus with Full Text, British Nursing Index), onde

efeito cumulativo no funcionamento da pessoa

os descritores foram pesquisados com a

(Cleeland & Sloan, 2010). A dor assume

seguinte ordem: [guideline OR practice guideline

particular ênfase ao ser um item presente em

OR evidence based practice OR randomized

todas as múltiplas escalas de avaliação de

controlled trial] AND [symptoms control OR

sintomas (Kim et al, 2009), bem como é o

dyspnea OR tachypnea OR cheyne-stokes

motivo mais frequente de recurso ao serviço de

respiration OR respiratory sounds OR chronic

urgência (Veiga et al., 2009; Richards et al.,

pain OR cancer pain OR breakthrough pain]

2011), assim como a evidência sugere que

AND [oncology nursing OR emergency care OR

também predomina um inadequado controlo

acute care OR palliative care]. Os descritores

analgésico neste contexto (Bhakta & Marco, JOURNAL OF AGING AND INOVATION (EM LINHA) ISSN: 2182-696X / (IMPRESSO) ISSN: 2182-6951

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foram procurados, retrospetivamente de

Cancer Care Ontario (2010). Nos critérios de

Setembro de 2014 até 2009, resultando um total

exclusão inseriram-se todos os artigos com

de 12 artigos. Nos critérios de inclusão

metodologia pouco clara, repetidos em ambas

englobam-se ainda as guidelines emanadas por

as bases de dados (N= 3), idade inferior a 18

entidades de referência na problemática:

anos e com data anterior a 2009. No total,

Oncology Nursing Society (2011), National

obteve-se um total de 15 artigos, como se

Comprehensive Cancer Network (2011; 2014) e

esquematiza na Fig 1.

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Na elaboração das linhas de orientação de boa

A eleição sobre esta metodologia ao invés do

prática é crucial estabelecer quais os contornos

Grading of Recomendation Assessment,

para a sua aplicabilidade no contexto clínico,

Development and Evaluation (GRADE)

sendo, portanto, fundamental analisar a

(Guyattet al., 2008) encontra-se relacionada

qualidade da evidência encontrada. Neste

com a possibilidade de maior discriminação dos

sentido, opta-se por seguir os critérios

níveis de evidência. Paralelemente, atende ao

aprovados pela Agency of Healthcare Research

raciocínio do National Comprehensive Cancer

and Quality (AHRQ), expressos em National

Network (2014), em que para uma segura e

Guideline Clearinghouse, com foco igualmente

consistente aplicação nos contextos clínicos,

na oncologia (Heidenreich, A. et al., 2013).

somente são aceitáveis níveis de evidência considerados de elevada qualidade, ou seja, até 2a, discriminados na tabela 1.

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RESULTADOS Primeiramente, apresentam-se os achados referentes à dor oncológica, subdivididos em avaliação inicial, tratamento

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farmacológico e não farmacológico, vias de administração e controlo de efeitos adversos, onde se inserem também as recomendações encontradas quanto à formação dos enfermeiros, conforme demonstra a Tabela 2.

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Paralelamente, no que concerne ao controlo da

de oxigenoterapia ou ventilação não invasiva,

dispneia, a boa prática inicia-se, de igual modo,

assim como quais as estratégias farmacológicas

em uma apreciação incial estruturada, que

e não farmacológicas mais adequadas, como se

permite averiguar a necessidade de realização

explicita na Tabela 3.

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Deste modo, é possível inferir que, apesar da

dor, que inclui instrumentos de auto e hetro

dor oncológica e dispneia apresentarem uma

avaliação que possibilitam uma dimensão mais

estreita relação, exigem uma abordagem

mensurável, onde o discurso da pessoa é o gold

específica e diferenciada, com potencial

standard na colheita de dados. As caraterísticas

sinérgico.

da dor, a sua influência no estado psico-

DISCUSSÃO A apreciação da dor é considerada a primeira etapa para um controlo eficaz da

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emocional, nas actividades de vida diária, a existência de outras co-morbilidades e/ ou comportamentos aditivos, a realização de tratamentos oncológicos prévios ou atuais, os

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dados analíticos e imagiológicos relacionados

difusão passiva e ativa, sendo ainda sujeitos ao

com a etiologia da dor são aspectos

polimorfismo genético do individuo. O sucesso

considerados fundamentais em uma análise

da rotatividade está aproximadamente calculado

compreensiva da pessoa com dor oncológica

em mais de 50% (Dale, Moksnes & Kaasa,

(Ripamonti et al., 2012; Yamaguchi et al., 2013;

2010), pelo o que é considerada uma técnica útil

NCCN, 2014; Wengström, Geerling, & Rustoen,

no controlo da dor, que deve atender aos

2014).

princípios de dose equi-analgésica (Caraceni et São vários estudos que propõem a

seleção de um regime analgésico para a gestão

al., 2012; Yamaguchi et al., 2013; Wengström, Geerling, & Rustoen, 2014).

da dor oncológica baseado na intensidade,

A dor neuropática, óssea, visceral e

descrita na escada analgésica modificada da

irruptiva são condições de difícil controlo, onde

OMS, que frisa a via oral como a preferencial,

está recomendada a associação de adjuvantes.

esquemas regulares de prescrição e hora fixa

Na dor neuropática os antidepressivos e

para controlo da dor. As doses de resgate (SOS

anticonvulsivantes são considerados fármacos

´s) devem ser adicionados em episódios de dor

adjuvantes de 1.ª linha no tratamento da dor

intensa, que se manifestem apesar das doses

neuropática (Caraceni et al., 2012 Caraceni et

regulares. As diretrizes salientam a importância

al., 2012; Ripamonti et al., 2012; Yamaguchi et

de abordar o distress psicossocial, a intervenção

al., 2013; NCCN, 2014). No que se reporta à

paliativa e as estratégias não farmacológicas,

utilização de lidocaína (2mg/Kg) em bólus ou

sendo estes últimos os aspectos menos

perfusão venosa ou a cetamina na dor

valorizados nos artigos encontrados (Vallerand,

neuropática, os resultados da evidência ainda

Musto &Polomano, 2011; Ripamonti et al., 2012;

não conseguem suportar fortemente a sua

Yamaguchiet al., 2013; Choi et al., 2014; NCCN,

aplicação no contexto clínico. Na utilização de

2014).

corticóides, a dexametasona tem menor Ripamonti et al. (2012) alertam para

severidade de efeitos secundários

existência de estudos aleatorizados controlados

comparativamente com a metilprednisolona

(RCT´s) que revelam, que a morfina em baixas

(Ripamonti et al., 2012).

doses na dor ligeira a moderada é mais eficaz e

A dor irruptiva possui uma prevalência oscilante

tem menos efeitos adversos, quando comparada

entre 19-95%, com impacto significativo na

com a utilização de tramadol, em que sugeriram

qualidade de vida, sendo uma condição

mesmo a abolição deste estadio na escala

dolorosa de difícil controlo. Paralelamente, é

analgésica modificada da OMS.

reconhecida a importância de enfermeiros

No controlo farmacológico da dor, a

especialistas em oncologia para incrementar o

titulação de opióides fortes é considerada uma

sucesso das intervenções farmacológicas,

estratégia adequada para atingir a eficácia

nomeadamente através de uma bateria de

terapêutica e controlo de efeitos adversos

perguntas para estabelecer a diferenciação

(Caraceniet al., 2012; Ripamontiet al., 2012;

entre a dor irruptiva e dor basal não controlada,

NCCN, 2014). Os opióides possuem diferentes

na apreciação inicial (Wegström, Geerling &

propriedades farmacocinéticas, como a

Rutoen, 2014; NCCN, 2014).

velocidade em atravessar a barreira biológica, a JOURNAL OF AGING AND INOVATION (EM LINHA) ISSN: 2182-696X / (IMPRESSO) ISSN: 2182-6951

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No controlo de efeitos adversos, o risco de

transcutânea eléctrica nervosa e musicoterapia

depressão respiratória induzida por opióides é o

são consideradas medidas que potenciam o

mais temido pelos profissionais de saúde.

regime medicamentoso (Vallerand, Musto &

Jarzyana et al. (2011) recomendam uma regular

Polomano, 2011; NCCN, 2014).

vigilância do estado de consciência da pessoa,

Choi et al. (2014) apontam que a maior

atendendo aos factores de risco individuais,

fragilidade encontrada na implementação de

iatrogénicos e fármaco-sinérgicos. Na utilização

boas práticas em enfermagem está relacionada

da PCA EV (Patient-Controlled Analgesia), não

com a subvalorização da prática baseada na

foi encontrado diferencial significativo estatístico

evidência. No que concerne à dor oncológica, a

entre a morfina, hidromorfona e fentanil. A

implementação de auditoria e devolução de

administração simultânea com paracetamol ou

feedback de registos escritos, em um grupo de

AINES não aumenta o risco de depressão

46 enfermeiras, possibilitou aumentar a

respiratória, bem como a utilização de

notificação de efeitos secundários (2-83%), uso

monitorização não invasiva (saturação periférica

de ferramentas de apreciação da dor (22-75%) e

de oxigénio e end tidal CO2/EtCO2) não se

a utilização de estratégias de educação/ treino

encontra recomenda da em todos os casos, uma

para o auto-cuidado, incluindo cuidadores

vez que não incrementa necessariamente os

(0-47%).

ganhos em saúde. Pode ser substituída pela

Na avaliação da dispneia, a literatura

observação física das características da

sugere a utilização do acrónimo O, P, Q, R, S, T,

respiração. Os distúrbios gastro-intestinais são

U e V para melhor realizar a apreciação das

os efeitos adversos mais frequentes e exigem

suas características: (onset) frequência,

uma abordagem multimodal (Ripamontiet al.,

(provoking) factores de alivio e de exacerbação,

2012; NCCN, 2014).

(quality) descrição da sensação de dispneia,

No que se refere às estratégias não

(region/ radiaton) a existência de outros

farmacológicas, os cuidados de enfermagem

sintomas em simultâneo, (severity) intensidade

centrados na pessoa, que privilegiem a

da dispneia, (treatment) medicação utilizada

individualização e inclusão de pessoa

para o seu controlo, eficácia e efeitos adversos,

significativa, aumentam os resultados em saúde.

(understanding) impacto da dispneia no viver

Intervenções direcionadas para o

humano, (values) o nível de intensidade de

aconselhamento, educação para a auto-gestão,

dispneia aceitável/ desejável para a pessoa

treino/ instrução, follow-up telefónico, literacia

(Maddison, Minhas & Stefaniuk, 2010).

para a saúde e gestão de caso, com interligação

Relativamente aos instrumentos a incluir na sua

com outros profissionais de saúde e serviços de

apreciação, recomenda-se a Escala de

saúde incrementam a adesão terapêutica e

Avaliação de Sintomas de Edmonton (Edmonton

satisfação com os cuidados (Jarzyana et al.,

Sistem Assessment Scale), Escala de

2011; Vallerand, Musto & Polomano, 2011;

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a realidade portuguesa da Numerical Rating

terapêutica, aplicação de quente e/ ou frio,

Scale (NRS) for breathlessness, Modified Borg e

posicionamento, hipnose, a estimulação JOURNAL OF AGING AND INOVATION (EM LINHA) ISSN: 2182-696X / (IMPRESSO) ISSN: 2182-6951

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Chronic Respiratory Questionnaire (Raymond et

um melhor controlo da dispneia (Raymond et al.,

al., 2010). A etiologia da dispneia deve ser

2010; Farquhar et al., 2011; NCCN, 2011; ONS,

cuidadosamente investigada, para determinar a

2011; LeBlanc & Abernethy, 2014).

necessidade de outras técnicas complementares para o seu alívio (NCCN, 2011).

CONCLUSÃO

LeBlanc & Abernethy (2014)

A eficácia do regime medicamentoso e/

desenvolveram um estudo com 239 pessoas

ou controlo de efeitos adversos pode ser

com dispneia refractária, em cuidados paliativos,

potenciada pela utilização, em simultâneo, de

com PaO2>55mmHg, PCO2<50mmHg e Hb

técnicas não farmacológicas, que contribuem

≥10g/L sobre as vantagens de administrar ou

para a redução da intensidade da dor basal e

não administrar oxigénio, durante 7 dias,

controlo das exacerbações, aumentam o

concluindo que, não existe diferença

conforto, bem-estar, reduzem o nível de

estatisticamente significativa. Os efeitos

ansiedade, dor e dispneia, que são resultados

adversos aumentaram no grupo submetido a

sensíveis aos cuidados de enfermagem (Doran,

oxigenoterapia, nomeadamente a xerostomia,

2003). Concomitantemente, a manifestação de

irritação da mucosa nasal e epistaxis. A

um sintoma raramente ocorre de forma isolada,

utilização de ventilação não invasiva em

pelo que tanto a avaliação, como o tratamento

situações reversíveis, oxigenoterapia nas

demandam uma abordagem compreensiva e

situações de hipoxemia, boncodilatadores,

mutimodal. Dado que, a combinação de dois ou

corticóides, benzodiazepinas, cloropromazina e

mais sintomas vivenciados em simultâneo,

diuréticos são medidas de controlo, com eficácia

podem conduzir a níveis elevados de distress,

testada (Raymond et al., 2010; NCCN, 2011;

que quando subvalorizados ou subtratados,

ONS, 2011; LeBlanc&Abernethy, 2014).

predispõe ao surgimento do burden symptoms.

No controlo da dispneia a utilização de

Neste sentido, a literatura recomenda a

opióides fortes é uma medida a considerar, em

existência de linhas orientadoras de boa prática

que a dose recomendada varia de acordo com a

para o controlo sintomático, desenvolvidas com

intensidade e esquema analgésico prévio, com

base na evidência científica, para uma tomada

ou sem opióides (Raymond et al., 2010). Não se

de decisão mais sustentada, onde o enfermeiro

encontra recomendada na literatura a

incorpora os resultados da investigação na sua

administração de opióides ou de outro tipo de

prática (Coleman et al., 2009; Vallerand, Musto

fármacos por nebulização, no tratamento da

& Polomano, 2011; Wengström, Geerling &

dispneia (NCCN, 2011; ONS, 2011). As

Rustoen, 2014). Paralelamente, a Ordem dos

estratégias não farmacológicas vocacionadas

Enfermeiros (2012) reconhece a sua produção

para reabilitação funcional e respiratória, aplicação de frio, adoção de estilos de vida saudáveis, educação para a auto-gestão/ aconselhamento, apoio psico-emocional e exercícios de relaxamento/ visualização no

como uma base estrutural importante para a melhoria contínua da qualidade do exercício profissional dos enfermeiros, neste caso no setting do Serviço de Urgência.

controlo da ansiedade e a referenciação para outros profissionais de saúde/ serviços permitem JOURNAL OF AGING AND INOVATION (EM LINHA) ISSN: 2182-696X / (IMPRESSO) ISSN: 2182-6951

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Weaving, L. (2015) KerraPro Pressure Reducing Pads in Preventing Pressure Ulceration, Journal of Aging & Inovation, 4 (1): 36-39

ESTUDO DE CASO / CASE STUDY

MARÇO, 2015

KERRAPRO PRESSURE REDUCING PADS IN PREVENTING PRESSURE ULCERATION ALMOFADAS DE REDUÇÃO DE PRESSÃO KERRAPRO NA PREVENÇÃO DE ÚLCERAS DE PRESSÃO ALMOHADILLAS DE REDUCCIÓN DE PRESIÓN KERRAPRO EN LA PREVENCIÓN DE ÚLCERAS POR PRESIÓN Autores Lesley Weaving 1 1 Diabetes

Lead Podiatrist – North West, Podiatry Services, Community Health Services Division, Leicestershire Partnership Trust,

Coalville Community Hospital.

Corresponding Author: lesley.weaving@leicspart.nhs.uk

Introduction

Method

The prevalence rate of pressure ulcers in 2013 in the United Kingdom from a range of healthcare settings, including hospitals and community was 4.7%1. Pressure ulcers are localised injuries to the skin and/or underlying tissue usually over a bony prominence, as a result of pressure, or pressure in combination with shearing stress2. A number of intrinsic factors may contribute to the development of pressure ulcers, including increasing age, level of activity and mobility, poor oxygen perfusion, body weight, poor nutritional intake and dehydration, general health status and morbidities, e.g. diabetes. Extrinsic factors include pressure, friction, shearing, temperature, moisture and medication3.

Patient 1 had a large neuropathic ulcer over the base of his left 5th metatarsal bone, which had healed with total contact casting, but once it was out of the cast it kept breaking down again, occasionally becoming infected (Figure 1), before healing again. He required fortnightly debridement to prevent reulceration and his insoles were altered by the orthortist to relieve pressure and prevent ulceration, but there was still some skin breakdown. The treatment plan was to use KerraPro (Crawford Healthcare) to protect the skin during the maturation phase of wound healing. KerraPro was applied to the area over the newly healed skin and kept in place with a blue line bandage (Figure 2).

This case study describes the management of 2 patients with recurrent skin breakdowns leading to ulceration. Patient 1 was a 45-year-old male lorry driver, who was overweight, but in good general health, and had suffered a back injury at work, which resulted in neuropathy in the lateral border of his left foot. Patient 2 was a 57-yearold male with well controlled type 2 diabetes who was in full time work, but had a neuroischaemic left foot.

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Patient 2 had recurrent foot ulcers and osteomyelitis on the lateral aspect of his left foot for 3 years, requiring regular debridement. The skin had been intact but the patient was getting superficial breakdown of the newly healed area every 2 to 3 weeks (Figure 3). He had required previous surgery for osteomyelitis of his 5th metatarsal bone and had shoes from the orthotist and total contact insoles remodified due to his foot shape changing. The patient also had psoriasis, which increased the fragility of his skin. The treatment plan was to apply KerraPro to the area daily with blue line, to protect the newly healed skin and prevent the breakdown of skin and subsequent reulceration.

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Results

The skin of patient 1 was monitored regularly and at
 8 and 16 weeks remained healed with no sign of extravastion within the tissues (Figure 4). The original KerraPro was also still intact with no split or wear even though the patient was weight bearing. KerraPro provided an extra layer of protection to a newly healed ulcer, which prevented skin breakdown. The patient found it easy to use, comfortable, and it reduced his time out of work to attend podiatry appointments.

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For patient 2, at 12 week and 20 week follow-up visits, there was no further breakdown and the condition of the surrounding skin also showed improvement (Figure 5). This was the longest period in the last 3 years that he had not had an ulcer on the plantar aspect of his foot. He did find it quite difficult to secure KerraPro appropriately without any creases or folds, but once it was in place it remained in situ for the whole day. Initially, he left it on overnight which caused the skin to macerate slightly, but this did not reoccur once he was advised to remove it at night.

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Discussion

It can take up to 2 years following injury for a healed wound to regain 80% of its original strength4. KerraPro is able to redistribute pressure to protect the skin on bony prominences allowing this process of skin maturation to continue without further stress or injury to the newly healed area. KerraPro pressure reducing pads are made from 100% silicone, a material that is flexible and hardwearing.

4.

Shai A, Maibach HI. Natural Course of Wound Repair Versus Impaired Healing in Chronic Skin Ulcers. In: Wound Healing and Ulcers of the Skin. Springer Berlin Heidelberg: 2005: 7-17

Conclusion

For both of these patients with recurrent skin breakdowns the use of KerraPro has helped protect skin prone to recurrent pressure ulcers and to remain healed for the longest period of time since initial ulceration. The condition of the surrounding skin has also improved and KerraPro remained intact despite the patients’ weight bearing on the affected areas.

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Agathangelou, C. (2015) Kerralite Cool for the treatment of a painful venous leg ulcer in a type 1 diabetic patient, Journal of Aging & Inovation, 4 (1): 40-43

ESTUDO DE CASO / CASE STUDY

MARÇO, 2015

KERRALITE COOL FOR THE TREATMENT OF A PAINFUL VENOUS LEG ULCER IN A TYPE 1 DIABETIC PATIENT KERRALITE COOL NO TRATAMENTO DE UMA ÚLCERA DE PERNA VENOSA DOLOROSA NUM PACIENTE DIABÉTICO TIPO 1 KERRALITE COOL EN EL TRATAMIENTO DE UNA ÚLCERA PIERNA VENOSA DOLOROSA EN UN PACIENTE DIABÉTICO TIPO 1 Autores Charalambos Agathangelou1 1 PhD,

Director of Dhali Community Geriatric Home, Dhali, Cyprus.

Corresponding Author: c.agathangelou@cytanet.com.cy

Introduction

The Wound

For almost two decades it has been proven that venous leg ulcers are painful, reduce quality of life, and affect daily activities and self image1-3.Hoffman et al 1997 studied 94 patients, 90% complained of pain, 64% of which reported unbearable pain that affected their sleep.

Previous treatments included a six-week regimen of cleaning the wound with 10% povidone iodine solution (Betadine) and covering with 10% povidone iodine ointment. This was unsuccessful, so hyaluronic acid and sliver sulphadiazine cream were used, again without improvement.

Early recognition and management of pain will encourage concordance with treatment, including compression, which may in itself be painful or uncomfortable. This case study outlines the care and interventions given to an 87-year-old male, with type I diabetes and mild heart failure, living alone, who developed a painful venous ulcer.

The Patient

Mr Peters* had been prescribed metformin 850mg twice daily and Frusemide 40mg daily; however, he did not adhere to his diet, and his diabetes was uncontrolled. His mobility was poor and he was incontinent of urine; as he was unable to afford ‘nappies’. Urine was affecting the ulcer situated on the medial aspect of the lower right gaiter. He was not concordant with treatments offered by the government hospital, partly because he had no one to escort him to appointments, so was referred to our voluntary Home for day care and wound management. JOURNAL OF AGING AND INOVATION (EM LINHA) ISSN: 2182-696X / (IMPRESSO) ISSN: 2182-6951

On assessment the wound (Figure 1):
 • measured 9cm x 3cm
 • had been present for six months
 • was covered with a hard, dark brown eschar, with some yellow slough in the centre; exudate was minimal
 • was malodorous and the patient complained of pain – scoring 10 on a visual analogue scale
 • was not infected as confirmed by clinical appearance and swab. The leg was swollen and painful to touch; dependent ankle oedema was present upon standing or sitting for a while, indicating that the veins were stretching and leaking fluid. Doppler assessment showed an ABPI of 0.9, so he was suitable for compression therapy. The patient refused surgical debridement as he had experienced this on three previous occasions, and he felt he could not cope with the pain; he also claimed that the wound always looked the same 72 hours after debridement.

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Treatment Plan

The initial goal was to control his diet, minimise pain, reduce odour and instigate autolytic debridement to clean the wound bed and give it a chance to heal. KerraLite CoolTM (Crawford Healthcare) was chosen as it facilitates painless debridement of the wound bed through a combination of autolytic and osmotic debridement4,5 (Ivins 2013, Denyer 2013). The eschar was lifted from the wound bed by a chemical pull created by the strong osmotic nature of the gel. Furthermore, this osmotic pull draws fluid into the wound bed from underlying tissues, thereby maintaining a moist wound healing environment. In addition, this dressing has the ability to maintain its gel consistency even if there is a reduction in the wound exudate, ensuring that it will not adhere to or dry the wound bed. Dressing changes were done every 48 hours; his pain fell from 9 to 6 after the first dressing change, dropping to 0 after ten days. Initially, he refused compression, but at the 4th dressing change, agreed to wear an elastic bandage; however, he kept removing this as he wanted to be able to see the wound. Therefore, we JOURNAL OF AGING AND INOVATION (EM LINHA) ISSN: 2182-696X / (IMPRESSO) ISSN: 2182-6951

provided him with below knee compression stockings. The patient was provided with ‘nappies’ to prevent the wound getting contaminated with urine and further dietary advice given.

Clinical Outcomes

A significant improvement could be seen after only 48 hours. The dry eschar was lifted from the wound bed and removed (Figure 2). After 10 days the patient reported no pain, the odour had diminished. The wound progressed to healing (Figure 3).

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Conclusion

KerraLite Cool not only debrided the wound bed, but continuously cleansed the wound until healing was reached. In regard to relieving pain, facilitating self- management of the wound and conformability, Mr Peters rated the dressing as excellent and easy to use. These results demonstrate that a regimen of KerraLite Cool and appropriate compression, promoted healing, managed light to moderate exudate well, preserved the integrity of the surrounding skin, reduced pain/ discomfort, and was easy to use. KerraLite Cool therefore is a suitable option for the management of dry/low exuding leg ulcers.

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Leitão, F., et al (2015) Negative pressure therapy: An alternative in the treatment of diabetic foot, Journal of Aging & Inovation, 4 (1): 44-58

REVISÃO SISTEMÁTICA/ SYSTEMATIC REVIEW

MARÇO, 2015

TERAPIA POR PRESSÃO NEGATIVA: UMA OPÇÃO NO TRATAMENTO DO PÉ DIABÉTICO NEGATIVE PRESSURE THERAPY: AN ALTERNATIVE IN THE TREATMENT OF DIABETIC FOOT? LA TERAPIA DE PRESIÓN NEGATIVA: UNA ALTERNATIVA EN EL TRATAMIENTO DEL PIE DIABÉTICO?

Autores Filomena Leitão 1; Mónica Elias 2; Neuza Tavares3 1,2,3

Enfermeira, Centro Hospitalar do Oeste, Caldas da Rainha, Portugal

Corresponding Author: menammleitao@gmail.com

RESUMO O estudo que apresentamos reporta-se a uma revisão sistemática da literatura cujo objetivo foi perceber quais as evidências da utilização da Terapia por Pressão Negativa (TPN) na cicatrização de feridas em doentes diabéticos. A pesquisa inclui documentos publicados entre 2004 e 2014 utilizando as bases de dados Scielo, Pubmed, Medline, Lilacs, B-On, pesquisa na internet através do motor de busca Google Académico e consulta documentada em revistas de especialidade de enfermagem e medicina. Dez artigos obedeceram aos critérios de inclusão e foram analisados utilizando a metodologia PICOD. Os estudos incluídos nesta revisão sistemática indicam que a TPN parece ser eficaz e segura no tratamento de feridas complexas, nos membros inferiores, dos doentes diabéticos. Quando comparada com as terapias convencionais aparenta ter benefícios sendo uma maisvalia para a sua aplicação. DESCRITORES: Tratamento de Feridas com pressão negativa; Terapia por vácuo; Cicatrização de feridas; Pé Diabético.

ABSTRACT The present study reports to a systematic review of literature whose aim was to understand what is the evidence of the use of Negative Pressure Therapy (TPN) in wound healing in diabetic patients. The research focused on documents published between 2004 and 2014 using the databases, Scielo, Pubmed, Medline, Lilacs, BOn, internet search through Academic Google and documented in nursing and medicine specialty journals. Ten articles met the inclusion criteria and were analyzed using the PICOD methodology. The studies included in this systematic review indicate that TPN appears to be effective and safe in treating complex wounds in the lower limbs, of diabetic patients. When compared with conventional therapies it appears to have benefits, being an asset to its application. KEYWORDS: Negative-pressure wound therapy; Vacuum therapy; Wound healing; Diabetic foot.

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Introdução

O desenvolvimento de abordagens novas

A Diabetes atinge mais de 382 milhões de

e eficazes no tratamento de feridas continua a

pessoas em todo o mundo, correspondendo a

ser uma área de interesse de investigação. O

8,3% da população mundial. Em 2013 a

aparecimento da TPN mudou sem dúvida o

Diabetes matou 5,1 milhões de pessoas e

tratamento de feridas e provou ter benefícios

estima-se que em 2035 o número de pessoas

numa variedade de situações4. Em 1997,

com Diabetes no mundo atinja os 592 milhões, o

Argenta e Morykwas, descreveram pela primeira

que representa um aumento de 55% da

vez a aplicação de uma sucção controlada

população atingida pela doença. Portugal

através de uma espuma porosa para criar um

posiciona-se entre os países Europeus que

ambiente capaz cicatrizar e formar tecido de

registam uma mais elevada taxa de prevalência

granulação5.

da Diabetes1.

A TPN é um sistema dinâmico não

Em 2013 a prevalência estimada da

invasivo que promove a cicatrização por

Diabetes na população portuguesa foi de 13,0%

aplicação de uma pressão negativa controlada

o que corresponde a mais de 1 milhão de

no leito da ferida. Proporciona também um

portugueses no grupo etário dos 20 aos 79

ambiente húmido e simultaneamente elimina o

anos2.

excesso de exsudado que inibe a cicatrização.

O compromisso dos tecidos nos membros inferiores, agravados pelos traumas e pela

Desta forma diminui o tamanho da ferida e acelera a cicatrização6.

vulnerabilidade do doente diabético às infeções,

Este tipo de tratamento está indicado para

gera quadros clínicos complexos geralmente

feridas resistentes ao tratamento convencional;

denominados de "Pé Diabético". Este consiste

feridas complicadas em que se prevê tratamento

em lesões cutâneas e de planos profundos

prolongado; feridas profundas e/ou com grande

relacionados com alterações neuropáticas,

produção de exsudado; como terapia para

vasculares, ortopédicas, infeciosas e funcionais

preparar o leito da ferida para enxerto ou como

do diabético. As complicações associadas a

terapia adjuvante à cirurgia para aplicação do

esta patologia estão entre as mais sérias e

mesmo6. Pode também ser utilizado em feridas

dispendiosas da diabetes, sendo muitas vezes a

agudas e traumáticas; úlceras por pressão de

solução final a

amputação3.

categoria III e IV; úlceras venosas; úlceras

Atualmente, o tratamento de feridas é um

diabéticas sem compromisso arterial;

grave problema de saúde pública que atinge

deiscências cirúrgicas; fístulas entéricas

diversas camadas populacionais, sendo um

exploradas e feridas pós-reconstrutivas que

grande desafio para os profissionais e para o

requerem drenagem7.

sistema de saúde, necessitando de recursos

Está contraindicada na presença de

humanos, materiais e financeiros para a

osteomielite sem tratamento; na existência de

resolução deste problema. O tratamento de uma

exposição de órgãos, vasos sanguíneos ou

ferida de difícil cicatrização aumenta o tempo de

nervos; presença de tecido necrosado;

internamento, os custos do tratamento,

existência de fístulas não exploradas e não

aumentando as taxas de morbilidade e

entéricas; anastomoses e feridas malignas6.

mortalidade.

Pode-se ainda acrescentar feridas de etiologia

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arterial severa e cavidades que não podem ser exploradas e devem-se ter

igualmente distribuída através da espuma e da gaze8.

precauções em doentes com problemas de

Os efeitos biológicos da TPN no leito da

hemóstase ou hemorragia ativa; doentes

ferida dependem do tipo de preenchimento

hipocoagulados, desnutridos e doentes não

utilizado e do ajuste da pressão negativa

colaborantes7.

aplicada. O preenchimento da ferida é

O mecanismo de ação exato ainda não é

normalmente uma espuma porosa de

totalmente conhecido, mas parece que a

poliuretano ou uma gaze embebida em solução

cicatrização de feridas agudas e crónicas é

salina, ou uma camada de contacto de baixa

melhorada através da combinação de alguns

aderência que é colocada por baixo do

componentes que incluem o interface com a

enchimento para cobrir o leito da ferida8.

ferida, o microambiente semioclusivo e o

As propriedades do interface determinam

mecanismo de forças incorporado na TPN. Os

a maior parte dos efeitos da TPN no leito da

eventos que conduzem a uma melhor

ferida e tanto a espuma como a gaze causam

cicatrização, observados com a TPN podem ser

um efeito mecânico na ferida. O tecido da

classificados como mecanismos primários e os

superfície da ferida é estimulado pela estrutura

seus efeitos secundários associados. No geral

do interface utilizado, isto irá estimular as

os mecanismos primários propostos são:

células a dividirem-se para reconstruirem e

macrodeformação ou contração dos bordos da

fortalecerem o tecido8.

ferida; microdeformação no interface com a

A função do preenchimento aplicado

superfície da ferida; remoção do exsudado e

(espuma ou gaze) é distribuir pressão negativa

estabilização do ambiente da ferida. Os efeitos

ao leito da ferida. A força de sucção gerada pela

secundários associados envolvem a

pressão negativa conduz a uma drenagem ativa

angiogénese, neurogénese, formação de tecido

do exsudado, o que conduz a uma redução de

d e g r a n u l a ç ã o , p r o l i f e r a ç ã o c e l u l a r,

vários componentes que inibem a cicatrização,

diferenciação e

migração5.

como

enzimas

proteolíticas

e

A TPN utiliza um sistema de drenagem

metaloproteinases. É importante colocar o

fechado para aplicar uma pressão controlada no

preenchimento diretamente em contacto com

leito da ferida. Esta é primeiro preenchida com

toda a área onde pretendemos aplicar a pressão

um interface (gaze ou espuma) que permite

negativa8.

distribuir uma pressão homogénea. A ferida é

Utiliza-se uma camada de contacto de

selada com um filme adesivo transparente e é

baixa aderência colocada por baixo do

conectado um dreno que se liga a uma bomba

preenchimento quando antecipamos

de vácuo. O exsudado é assim aspirado através

complicações, pois esta impede o crescimento

do dreno para um

reservatório8.

do tecido de granulação para dentro do

Para o preenchimento do leito da ferida e

preenchimento como pode acontecer quando se

distribuição equitativa da pressão pela totalidade

utiliza uma espuma. As complicações

da superfície existem dois tipos de materiais

associadas a este crescimento são: dor

principais, nomeadamente espuma e gaze.

associada à mudança de penso; interrupção do

Estudos experimentais indicam que a pressão é

tecido do leito da ferida e danos mecânicos no

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tecido quando é retirada a espuma; pedaços de espuma podem ficar presos no leito da ferida e atuar como objetos estranhos e atrasar a cicatrização8.

e contraia repetidamente sobre o tecido de granulação, causando dor ao doente8. As evidências mais recentes indicam claramente que o nível de pressão pode ser

Tanto o uso da espuma como da gaze

adaptado dependendo do risco de isquémia ou

promove o crescimento de tecido de granulação,

da dor que o doente sente e a escolha do

mas as características e a quantidade do tecido

interface pode ser baseada na qualidade do

formado podem ser diferentes. Com a espuma o

tecido de granulação que pretendemos8.

tecido é hipertrófico e espesso e com a gaze o

A TPN permite também adicionar contínua

tecido é menos espesso mas mais denso.

ou intermitentemente fluidos à ferida através da

Quando utilizamos a gaze não é necessária a

mesma ou de uma diferente tubuladura do

utilização da camada de contacto pouco

sistema de pressão negativa. É possível instilar

aderente8.

solução salina normal ou outros agentes para

O tipo de material usado também interfere

ajudar a ferida a cicatrizar como por exemplo

na frequência de mudança do penso, as

agentes antimicrobianos, betadine diluído,

recomendações são mudar o penso a cada 48

soluto de Dakin, entre outros5.

horas quando se usa espuma, para evitar o crescimento do tecido para dentro da espuma;

METODOLOGIA

quando utilizamos a gaze ou uma camada de

O presente estudo é uma revisão

tecido pouco aderente, as mudanças do penso

sistemática da literatura e tem como objetivo

podem ser menos frequentes, nomeadamente

principal perceber se a TPN é uma alternativa

duas ou três vezes por semana8.

eficaz ao tratamento convencional para o

Atualmente não existem recomendações para o ajuste do nível de pressão negativa

tratamento de feridas em doentes diabéticos com feridas nos membros inferiores.

adequado para cada ferida. A pressão

A recolha dos dados foi realizada nas

habitualmente utilizada é -125mmHg no entanto

bases de dados Scielo, Pubmed, Medline, Lilacs

esta pode variar entre -50 e -150 mmHg. Fora

e B-On permutando o uso dos descritores:

destes valores o impacto da pressão pode não

tratamento de feridas com pressão negativa;

ter efeito ou por outro lado provocar danos no

terapia por vácuo; cicatrização de feridas e pé

leito da ferida. A pressão pode também variar

diabético, devidamente validados para as

quanto ao tipo dividindo-se em contínua,

ciências da saúde. Foi também feita uma

intermitente ou variável. A contínua mantem-se

pesquisa na internet através do motor de busca

constante ao longo do tempo, a intermitente

Google Académico.

oscila períodos de pressão negativa com

A pesquisa incidiu sobre documentos

períodos sem pressão e a variável que oscila

publicados num período de dez anos

entre dois valores de pressão um mais baixo e

(2004-2014). Foi utilizada a metodologia PICOD:

um mais alto9. A modalidade intermitente não é

Participantes – doentes diabéticos com feridas

habitualmente utilizada pois a mudança súbita

dos membros inferiores; Intervenções –

da pressão faz com que o enchimento expanda

avaliação da utilização da TPN para o tratamento de feridas em doentes diabéticos;

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Comparações – comparação dos

Utilizando a estratégia de pesquisa

resultados obtidos nos diferentes estudos

anteriormente descrita foram identificados 522

analisados; “Outcomes” – perceber se o

artigos nas diferentes bases de dados, dos

tratamento de feridas por pressão negativa é

quais 354 foram excluídos pelo título, 58

uma mais-valia para o tratamento de doentes

excluídos por só apresentarem resumo, 8

diabéticos com feridas nos membros inferiores;

encontravam-se repetidos, 92 após leitura

Desenho do estudo – estudos primários10.

integral. Em síntese, 10 artigos foram incluídos

Os estudos foram considerados incluídos

nesta revisão da literatura.

se avaliassem os efeitos da TPN em doentes

Os artigos foram analisados por três

diabéticos com feridas nos membros inferiores e

investigadores que procederam à elaboração de

se comparassem o seu efeito com o tratamento

uma grelha de análise que permitisse a

convencional. Incluímos só estudos primários,

exploração do conteúdo dos artigos de forma a

nomeadamente estudos de caso, estudos

encontrar um padrão de informações relevantes

prospetivos e retrospetivos, estudos aleatórios

que reflitam as evidências e os avanços

controlados e um estudo multicêntrico.

científicos mais recentes.

Inicialmente, os artigos foram excluídos com base no título e resumo, se estes não mencionassem TPN, não seriam incluídos.

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE CRÍTICA DOS RESULTADOS

Foram também excluídos estudos realizados em laboratório e em animais. Todos os resumos

Após a análise dos artigos selecionados

foram analisados por três revisores e só foram

de acordo com os critérios referidos construiu-se

excluídos se os três revisores os classificassem

uma tabela especificando a informação relativa

como não relevantes ou se não estivessem

aos seus autores, anos de publicação, fonte e

disponíveis como artigos completos de acesso

país, tipo de estudos e metodologia;

gratuito. Foram incluídas todas as línguas.

participantes/amostra; objetivo e principais

Posteriormente foram analisados todos os

conclusões.

artigos completos, independentemente, pelos três revisores.

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Com base nos artigos acima apresentados

da TPN. Nather13 refere que esta terapia diminui

e noutros estudos também centrados na mesma

a dor dos doentes. Crainiceanu11 e Ferreira14

temática, que não obedeceram aos critérios de

concluem que a TPN tem benefícios no

inclusão estabelecidos mas que entendemos

tratamento de feridas crónicas, nomeadamente

darem um bom contributo, prosseguimos com a

o aumento do conforto do doente com a

discussão dos resultados.

diminuição da dor e diminuição de custos por ser necessário menor número de tratamentos,

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

menos dias de internamento e menos despesas com antibióticos. Dzieciuchowicz15 e Gregor21

Os artigos que obedeceram aos critérios

reforçam a ideia da diminuição dos custos

de inclusão estabelecidos, têm como países de

associada à menor frequência de mudança de

origem a Roménia, Brasil, Espanha, Estados

pensos e consequente diminuição significativa

Unidos e Singapura. Os seus autores são

dos custos com pessoal de enfermagem.

clínicos e investigadores que tiveram como

O tratamento de feridas deve seguir uma

participantes nos seus estudos doentes

sequência lógica de eventos para otimizar o

diabéticos com feridas dos membros inferiores

microambiente do leito da ferida em direção à

que foram tratados com TPN.

cicatrização sendo esta a remoção do tecido

Os principais objetivos destes estudos são

necrótico, controle do edema, redução do

avaliar a eficácia e segurança da utilização da

exsudado, diminuição da população bacteriana

TPN; comparar a eficácia deste tratamento com

e aumento da vascularização do leito da

a terapia convencional e apresentar os

ferida22.

resultados da utilização da TPN.

O desbridamento antes da introdução da

Os artigos foram analisados de forma a

TPN parece ser uma mais-valia no tratamento

identificar quais as evidências da utilização da

destas feridas. Não exclui, mas complementa

TPN na cicatrização de feridas dos membros

qualquer tipo de desbridamento aplicado no leito

inferiores de doentes diabéticos.

da ferida (cirúrgico, mecânico, autolítico,

Os resultados obtidos, após a leitura e

enzimático, químico e biológico)11 A TPN é muito

análise dos artigos selecionados permitem

útil como tratamento adjuvante para o pé

responder com algumas limitações à questão de

diabético avançado, contudo não deixa de ser

investigação, existindo, no entanto, consenso

necessário efetuar um desbridamento radial13,15.

entre os diferentes investigadores.

A TPN tem como vantagens diminuir o

Os estudos conduzidos por

desconforto e necessidade de mudança de

Dzieciuchowicz15, Sepúlveda16 e, Armstrong e

penso; acelerar a granulação e o fluxo

Lawrence18

mostram que a TPN é tão eficaz e

sanguíneo no leito da ferida, promover um

segura como a terapia convencional para o

aumento de fatores de crescimento, dos

tratamento de feridas de doentes diabéticos, já

leucócitos, fibroblastos, o equilíbrio de fluidos

Blume19 refere que a TPN é tão segura e mais

nos tecidos viáveis, o aumento da drenagem

eficaz.

linfática e venosa, a aproximação dos tecidos e

Em todos os artigos incluídos na nossa

a angiogénese; remover “resíduos” da ferida23.

amostra foram descritos benefícios da utilização JOURNAL OF AGING AND INOVATION (EM LINHA) ISSN: 2182-696X / (IMPRESSO) ISSN: 2182-6951

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A TPN consegue proporcionar um

Os achados mostram que a dimensão da

ambiente oclusivo no qual ocorre a cicatrização,

ferida diminui significativamente e a proporção

num ambiente húmido, estéril e limpo,

de melhoria na superfície das feridas é maior

estimulando a formação de tecido de

utilizando TPN comparando com o tratamento

granulação, incentivando a cicatrização e

convencional17.

reduzindo assim as dimensões da ferida

Apesar dos benefícios a TPN esta tem

comparado com os pensos convencionais13.

desvantagens para alguns autores pelo facto de

Esta técnica de tratamento remove o excesso

não ser hemostática, por esta razão deve ser

de líquido intersticial, aumenta a angiogénese,

assegurada a hemóstase antes de a utilizar,

diminui a colonização bacteriana e aumenta a

particularmente em doentes anticoagulados15.

formação do tecido de granulação16. No estudo realizado por

Dzieciuchowicz15,

Os aparelhos de TPN são volumosos,

a TPN mantém

limitadores da atividade do doente, dispendiosos

um ambiente húmido e protege contra

e demorados de aplicar e não se adequam a

potenciais infeções do exterior e também

feridas mais pequenas, como as normalmente

diminui o edema o que potencia a circulação

encontradas em doentes diabéticos12. Por estes

sanguínea a um nível microcirculatório,

motivos foi desenvolvido o sistema SNaP que

verificou-se também rápida formação de tecido

consiste na combinação da gaze com um penso

de granulação e uma melhor cicatrização

hidrocolóide com um sistema não elétrico de

quando comparado com o tratamento

TPN que permite a utilização deste tipo de

convencional. Ajuda também no controlo da

tratamento em feridas mais pequenas e

inflamação e infeção. A taxa de formação de

profundas e de difícil localização20. O tamanho,

tecido de granulação foi mais rápida com a TPN

configuração e a sua fácil aplicação tornam este

o que levou a um maior número de feridas

aparelho ideal para tratar as feridas dos doentes

cicatrizadas do que no grupo de controlo onde

diabéticos, permitindo o tratamento em

se utilizou o tratamento convencional, num

ambulatório12. Este sistema pode ajudar a

estudo realizado em 162 doentes18.

minimizar o impacto da TPN nas atividades

Um benefício adicional observado foi a

diárias e proporciona um meio prático e

capacidade da TPN de tratar a infeção

conveniente para a utilização deste tipo de

bacteriana na ferida. A TPN promove a remoção

terapia20.

de fluidos em excesso na ferida, reduzindo a

A TPN pode ser usada como alternativa

população bacteriana e o edema 13 . Esta

para o enceramento primário por segunda

redução leva a um aumento do nível de oxigénio

intenção ou para o encerramento secundário por

e nutrientes no leito da ferida, melhora a

preparar adequadamente o leito da ferida para

circulação sanguínea, facilitando a

aplicar enxertos de pele13,16. No tratamento de

cicatrização14,17.

feridas em doentes diabéticos demonstra-se que

No estudo realizado por

Blume19

não foi

com a utilização da TPN é necessário menos

observada diferença significativa nas

tempo para que o leito da ferida atinja boas

complicações relacionadas com as feridas,

condições para receber os enxertos de pele14.

como a infeção, celulite e osteomielite.

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CONCLUSÃO

Quanto à pressão a utilizar, -125mmHg parece ser a pressão negativa ótima. A escolha

A escolha desta temática surge da

do tipo de pressão entre contínua e intermitente

necessidade sentida de perceber quais os

ou variável também deve ser ajustada a cada

mecanismos de ação, indicações, opções e

ferida, pois embora a pressão intermitente ou

relação custo-benefício da TPN.

variável aparentemente favoreçam o

Através dos resultados obtidos conclui-se

crescimento do tecido de granulação, podem

que a TPN deve ser considerada da mesma

ocorrer inconvenientes como o desconforto para

forma que outro tipo de tratamento para a

o doente ou o extravasamento de exsudado

cicatrização de feridas. Por isso deve ser

quando não há pressão negativa.

selecionada se estiver indicada clinicamente e

A TPN é útil no tratamento de feridas, nos

se em termos de custos for o melhor método

membros inferiores, de doentes diabéticos

para atingir os objetivos terapêuticos definidos.

especialmente após a realização de

A TPN deve ser introduzida com um objetivo

desbridamento e revascularização se indicada,

definido e os resultados do tratamento

possibilitando o encerramento das feridas por

necessitam de ser continuamente reavaliados.

segunda intenção ou preparando-as de forma a

Esta deve ser interrompida quando se atingem

receberem enxertos de pele. Desta forma é

os objetivos propostos, quando não se atingem

encurtado o tempo de internamento e são

os objetivos dentro do tempo estimado ou

reduzidos os custos inerentes ao tratamento.

quando não é aceite pelo doente ou causa complicações.

Em relação ao custo-benefício a TPN parece ser uma mais-valia, pois reduz a

A maioria das evidências publicadas está

frequência da mudança de pensos, necessita de

relacionada com a utilização de espumas

menos intervenção dos enfermeiros, diminuindo

embora tanto a espuma como a gaze

o desconforto dos doentes e o tempo de

transmitam de igual forma a pressão negativa

internamento. A TPN pode ser também utilizada

ao leito da ferida. Em termos de resultados

em ambulatório com os novos aparelhos que

clínicos não existem diferenças significativas na

existem, sendo estes mais pequenos, portáteis,

redução do tamanho da ferida ou no tempo de

fáceis de aplicar e não necessitam de corrente

cicatrização, sendo ambas capazes de

elétrica ou de estarem ligados ao sistema de

proporcionar efeitos clínicos relevantes,

aspiração central.

devendo por isso ser escolhidas consoante a

A eficácia que a TPN tem na promoção da

facilidade de aplicação, experiência de quem

cicatrização de feridas tem sido amplamente

aplica, disponibilidade e custo. Não obstante, a

aceite pelos clínicos, no entanto, o número de

gaze está associada a uma experiência menos

estudos que demonstram a sua eficácia é

dolorosa para o doente. As características do

pequeno e podemos ainda aprender muito mais

tecido de granulação formado também diferem

sobre os seus mecanismos de ação.

consoante a utilização de gaze ou da espuma, o

Esta revisão apresenta algumas

que também pode influenciar a escolha de uma

limitações, pois os estudos utilizados, não são

em detrimento da outra.

uniformes quanto aos objetivos, tamanho da amostra, tipo de estudo e qualidade dos

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mesmos. Foram encontrados poucos

2.

Sociedade Portuguesa de

estudos realizados por enfermeiros e em

Diabetologia. Diabetes: Factos e Números

Portugal, referentes aos cuidados e

2014 – Relatório Anual do Observatório

monitorização desta terapia, grande parte das

Nacional da Diabetes. 2014. Disponível

publicações disponíveis são estudos de caso

em: http://www.dgs.pt/estatisticas-de-saude/

descritivos demonstrando a necessidade de

estatisticas-de-saude/publicacoes/diabetes-

estudos aleatórios com grupo de controlo para

factos-e-numeros-2014.aspx.

uma maior compreensão dos resultados e efeitos desta terapia.

3.

American Diabetes Association.

O conjunto de evidências que existem é

Peripheral Arterial Disease in People

ainda pequeno e insuficiente para mostrar

With Diabetes. Diabetes Care. Dezembro

claramente o benefício da TPN quando

2003; Volume 26, (12): 3333-3341.

comparado com a terapia convencional, a ausência de provas não prova no entanto a ausência de benefícios e a sua eficácia. No futuro, teremos a informação que nos permita selecionar os parâmetros ideais para

4.

Sood A, Granick M, Tomaselli N.

Wound Dressings and Comparative Effectiveness Data. Advance in Wound Care. 2014; Volume 3 (8): 511-529.

feridas específicas, incluindo o material de interface, a forma de aplicação e a quantidade de pressão a aplicar.

5.

Huang C, Leavitt T, Bayer LR, et al.

Effect of negative pressure wound

Como aspeto fundamental para a

therapy on wound healing. Current

resolução desta problemática é muito importante

Problems in Surgery. Julho 2014; Volume

continuar a incentivar e conduzir investigações e

51 (7): 301-331.

estudos sobre esta temática, de forma a identificar os melhores procedimentos de

6.

Brox-Jiménez A, Díaz-Gomez D,

atuação e apostar na formação e educação dos

Parra-Membrives P, et al. A vaccum

profissionais de saúde.

assisted closure system in complex wounds: a retrospective study. Cirugía Espanola. Maio 2010; Volume 87 (5):

BIBLIOGRAFIA 1.

Sociedade Portuguesa de

312-317. 7.

Smith-Nephew. Portugal. Disponível

Diabetologia. Diabetes: Factos e Números

em: http://feridas.smith-nephew.pt/pro-

2013 – Relatório Anual do Observatório

tpn.html.

Nacional da Diabetes. 2013. Disponível em: http://www.apdp.pt/index.php/diabetes/

8.

Malmsjo M, Borgquist O. NPTW

factos-e-numeros/diabetes-factos-e-

settings and dressing choices made

numeros-2013.

easy. Wounds Internacional. Maio 2010; Volume 1 (3): 1-6.

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Página 57

9.

Curatec Simex. Pressão Contínua e

Variável – Os Benefícios da Pressão

15. Dzieciuchowicz L, Espinosa G,

Variável. Brasil. 2015. Disponível em: http://

Grochowicz L. Vacuum assisted closure

w w w. c u r a t e c s i m e x . c o m . b r / p r e s s a o -

(VAC) in the treatment of advanced

continua-e-variavel/.

diabetic foot. Cirugía Espanola. Outubro 2009; Volume 86 (4): 2013-2018.

10. Ramalho A. Manual Redacção de Estudos e Projectos de Revisão

16. Sepúlveda G, Espíndola M, Maureira

Sistemática – Com e sem Metanálise.

M, et al. Negative-pressure wound

Coimbra: Formasau; 2005, ISBN:

therapy versus standard wound dressing

972-8485-54-9.

in the treatment of diabetic foot amputation. A randomised controlled

11. Crainiceanu Z, Olariu S, Bloanca V, et al. Continuous negative pressure wound

trial. Cirugía Espanola. 2009; Volume 86 (3): 171-177.

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17. Akbari A, Moodi H, Ghiasi F, et al. Effects of vacuum-compression therapy on healing of diabetic foot ulcers:

12. Lerman B, Oldenbrook L, Ryu J, et al.

randomized controlled trial. Journal of

The SNaP Wound Care System: a case

Rehabilitation Research & Development.

series using a novel ultraportable

2007; Volume 44 (5): 631-636.

negative pressure wound therapy device for the treatment of diabetic lower

18. Armstrong DG, Lavery LA. Negative

extremity wounds. Journal of Diabetes

pressure wound therapy after partial

Science and Technology. Julho 2010;

diabetic foot amputation: a multicentre,

Volume 4 (4): 825-830.

randomised controlled trial. Diabetic Foot Study Consortium. Novembro 2005; Volume

13. Nather A, Chionh SB, Han AY, et al.

366 (9498): 1704-1710.

Effectiveness of vacuum-assisted closure (VAC) therapy in the healing of

19. Blume P, Walters J, Payne W, et al.

chronic diabetic foot ulcers. Annals

Comparison of Negative Pressure Wound

Academy of Medicine. Maio 2010; Volume

Therapy Using Vaccum-Assisted Closure

39 (5): 353-358.

with Advanced Moist Wound Therapy in the Treatment of Diabetic Foot Ulcers.

14. Ferreira MC, Carvalho VF, Kamamoto F, et al. Negative pressure therapy

Diabetes Care. Abril 2008; Volume 31 (4): 631-636.

(vacuum) for wound bed preparation among diabetic patients: case series.

20. Nemes K, Robertson R. Treatment of

São Paulo Medical Journal. 2009; Volume

a diabetic hallux ulcer with ultraportable

127 (3): 166-170.

negative pressure wound therapy: a case

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20. study. Ostomy Wound Management Journal. 2011 [cedido na Internet a 4 de março de 2015]. Disponível em: http:// www.o-wm.com/content/treatment-diabetichallux-ulcer-ultraportable-negative-pressurewound-therapy-case-study. 21. Gregor S, Maegele M, Sauerland S, et al. Negative Pressure Wound Therapy – A Va c u u m o f E v i d e n c e ? A r c h S u r g . Fevereiro 2008; Volume 143 (2): 189-196. 22. Ferreira M, Paggiaro A. Terapia por pressão negativa-vácuo. Revista Medicina São Paulo. Julho-Dezembro 2010; Volume 89 (3/4): 142-146. 23. Magano A, Ferreira A, Ferreira C, et al. Qualidade dos Cuidados e Economia na Terapia de Feridas por Pressão Negativa (TFPN). Revista Nursing. Setembro 2011; Ano 23, nº273: 8-11. ISSN 0871-6196.

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