UniverCidade 105

Page 1

Bênção de Finalistas: Futuros trabalhadores querem “fazer a diferença” [p. 7] Fotografia: há vida para além do digital [p. 16] Núcleos: Ilha de Bruma mostram maravilhas dos Açores [p. 20] Desporto: equipas AAUAv não param! [p. 21]

[ p. 8, 9 e 10 ]

40 mil

na Semana do Enterro Cá em Casa Zé Pedro na Casa do Estudante: a vida dele dava mesmo um livro. [p. 15]

Entrevista Alexandre Cruz, Provedor do Estudante, promove defesa dos direitos legítimos dos alunos [p. 18 & 19]

Este suplemento faz parte da edição de 17 de Maio do Diário de Aveiro, não podendo ser vendida em separado.


2

aveiro ĂŠ nosso


Editorial

Editorial Tiago Alves Presidente da Associação Académica da Universidade de Aveiro

sucesso deste grande evento, foi extremamente importante para a sua viabilidade económica. No entanto, os estudantes não são os únicos a quem devemos agradecer por esta grande semana, dado que o público aveirense foi também presença assídua. Tudo isto aliado à compreensão dos aveirenses pelo impacto que a nossa grande festa tem na cidade permitiu promover a interacção entre o público universitário e a cidade de Aveiro, criando momentos de verdadeira coexistência. Car@ colega, O Enterro já lá vai, pelo que é altura de fazermos um balanço da festa que já deixa saudades. Foi uma semana cheia de divertimento e emoções fortes, desde as actividades diurnas, como a Corrida das Bateiras ou o Rally das Tascas, às noites preenchidas pelos concertos de grandes artistas. Não seria possível falar desta semana sem mencionar actividades tão tradicionais como a Serenata à Ria e o Desfile de Enterro que, mais uma vez, conseguiram cativar imenso público. No balanço geral desta semana, não podemos deixar de sublinhar a participação de todos os estudantes, que além de ter sido fundamental para o

Ainda durante os dois primeiros dias da Semana do Enterro, decorreu um evento organizado pela nossa Tuna Universitária de Aveiro, o XX FITUA, que juntou algumas das grandes tunas nacionais e internacionais. Aqui ficam os nossos parabéns para o FITUA pelo seu aniversário e à TUA pela organização de um evento de grande envergadura e projecção. Este final do ano lectivo é marcado também por aqueles que terminam o seu percurso académico e caminham para um novo ciclo das suas vidas, onde a entrada no mercado de trabalho deixa saudades da vida estudantil. Depois de uma Semana cheia de concertos e boa disposição é momento para, antes dos exames, fazer a Bênção

dos Finalistas, numa cerimónia cheia de história preparada para aqueles que estão prestes a despedir-se da nossa Universidade. Cerimónia esta que, mais uma vez, levou cerca de 1.200 estudantes e familiares ao centro do nosso campus. Para todos aqueles que estão de saída, resta-me desejar boa sorte para os exames que aí vêm e muitas felicidades para a nova fase das vossas vidas. Avançando o capítulo, entre os dias 4, 5 e 6 de Maio e a par com o Fórum 3E organizado pela UA, a tua Associação Académica preparou-te aquela que ficou conhecida por Semana do Emprego. Ao longo destes dias, tiveste a oportunidade de frequentar diversos workshops de desenvolvimento pessoal e conversas informais em que participaram professores e antigos alunos, que te proporcionaram uma visão mais concreta daquilo que poderás vir a fazer no futuro. Esperamos que tenhas gostado desta nova iniciativa e que tenha sido produtiva para ti. De realçar que teria sido completamente impossível organizar todas estas actividades sem o empenho dos elementos da comissão de trabalho para a Semana de Emprego, a quem aqui fica um grande obrigado.

Neste jornal encontrarás ainda uma entrevista ao Provedor do Estudante, Mestre Alexandre Cruz, onde ficarás a perceber melhor qual o objectivo desta figura que surge no novo modelo de gestão da Universidade de Aveiro. Há vários anos ao lado dos estudantes através do CUFC, o Mestre Alexandre Cruz foi escolhido para promover a defesa dos direitos legítimos dos estudantes da UA. Mas deixa a ressalva: “A figura do Provedor do Estudante não é um ‘queixódromo’”. Para terminar, não te esqueças que a Casa do Estudante continua recheada de actividades para ti. No passado dia 5 de Maio, o guitarrista dos Xutos & Pontapés, o Zé Pedro, passou no Bar do Estudante acompanhado pela sua Irmã, Helena Reis, onde apresentaram a biografia do músico, “Não sou o único”. Numa tarde descontraída, os dois conversaram com os estudantes e deram a conhecer muitos dos episódios que marcam o percurso do fundador da maior banda de rock portuguesa. Saudações Académicas

ficha técnica propriedade Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) Campus Universitário de Santiago 3810-193 Aveiro tel: 234 372 320 / fax: 234 372 329 www.aauav.pt coordenação SIM (Sector Informativo e Multimédia) assessoria de imprensa Soraia Amaro

colaboração Direcção da AAUAv Serviços de relações externas da UA

5% de desconto no traje quando acompanhado por 2 amigos*

design e paginação Plural Design tiragem 10.000 exemplares produção com o apoio do

equipa editorial Mário Fernandes Pedro Martins Sara Macedo Priscillia Rodrigues Diogo Teles 1. A Direcção da Associação Académica da Universidade de Aveiro não é responsável pelas ideias expressas em artigos assinados, sendo que os que não se encontram assinados são da autoria da Equipa Editorial. 2. A colaboração no Jornal UniverCidade está aberta a toda a Comunidade Académica.

traje completo feminino (traje, pasta e sapato): 210 euros

traje completo masculino (traje, pasta e sapato): 230 euros

traje académico e adereços bilhetes e inscrições nas actividades da aauav fotografias merchandising anéis de curso

*exclusivo para sócios

Catacumbas (Cantina de Santiago) tlm. 961 277 116 loja@aauav.pt

3


4

Notícias UA

Alunos da UA qualificados para o Graduate Programme 2009/10 Os projectos TagIT, MGStages e Weenit, da autoria de alunos da UA,

disputam um lugar na Competição Europeia Graduate Programme 2009/2010, que decorre em Julho, em Sofia, Bulgária. A competição nacional, a decorrer no mês de Maio, reunirá 10 projectos classificados das pré-selecções regionais e escolherá o projecto vencedor, que irá representar Portugal na competição Europeia. A TagIT – Identification Technologies actuará no desenvolvimento de soluções em RFID (Radio Frequency IDentification), com várias aplicações: controlo de acessos, inventário, segurança, linhas de produção ou gestão de património, tudo isto duma forma remota e automática. A aposta inicial da TagIT passa pelo desenvolvimento de sistemas RFID para quatro áreas

que julgamos estarem ainda subexploradas: gestão de património, promoção de produtos culturais, gestão de clientes em Centros Comerciais e aluguer de sistemas de controlo de acessos. A MGStages dedicar-se-á ao desenvolvimento e montagem de estruturas metálicas para eventos culturais e recreativos e à prestação de outros serviços que englobem a área dos espectáculos. Somos uma equipa com background em Gestão e Engenharia e possuímos ampla experiência na área de montagem e aluguer de estruturas metálicas para eventos culturais e recreativos. Já a WEENIT.COM é uma plataforma online de competição direccionada para os videojogos. Um local onde jogadores podem criar os seus próprios torneios,

participar em outros torneios e mostrar o seu próprio valor como uma imagem de marca. Ao contrário de outras iniciativas nesta área, weenit focar-se-á nos patrocinadores e publicidade sendo as actividades geradas pela comunidade e, como tal, gerando uma diferente parceria jogador\empresa. O Graduate Programme realiza-se pelo segundo ano consecutivo na UA e é uma iniciativa do labe - Laboratório de Empreendedorismo da UATEC. Fornece uma formação empreendedora a alunos universitários, através do desenvolvimento de seus próprios projectos empresariais e o aprendizado sobre a estrutura do sistema empresarial e os seus benefícios.

“Diagramas” Trinta corpos em tamanho real ilustram percepção do corpo humano A Livraria da UA tem patente, até 4 de Junho, uma mostra de 30 imagens em tamanho real de corpos, fotografados contra o mesmo fundo, com o mesmo enquadramento e à mesma distância da câmara. Os trabalhos resultam de uma sessão fotográfica realizada no Instituto Superior de Agronomia, com o objectivo de escalar e percepcionar as diferenças entre corpos. A exposição pode ser visitada entre as 9h e as 18h. Partindo do arquétipo do corpo humano, André Alves, Filipe dos Santos Barrocas, Isabel Correia e Maria João Soares, do Núcleo de Arte Fotográfica (NAF) do Instituto Superior Técnico, fotografaram individualmente alguns voluntários, de pé, sem roupa e de costas para a câmara, contra um fundo regrado de azulejos, com o ob-

jectivo de trabalhar o movimento numa imagem estática. O intuito, diz André Alves, é “anular a individualidade dos corpos e quebrar certas dicotomias relacionadas com o género (gordo, magro, feio...), percebendo os limites da androginia, a partir apenas das diferenças volumétricas, simetrias ou assimetrias. Pensar num corpo como um diagrama é ao mesmo tempo reconhecer a sua singularidade, como se as costas de uma pessoa revelassem traços da sua história de vida. Este conjunto de imagens permite-nos escalar e percepcionar as diferenças, oferecendo-nos também uma nova possibilidade de olhar a continuidade dos corpos adjacentes. Algo que nos é tão

próximo e comum, porém tão estranho e surpreendente”. Com estas imagens, os autores pretendem perceber como nos colocamos perante a imagem, como percepcionamos o outro, o distante ou o indivíduo e se achamos banal pela já mediatização do corpo em si ou atentamos ao pormenor, à proporção e ao movimento implícito. Este projecto, apoiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, a Universidade Técnica de Lisboa e P4 photography, passará por várias universidades do país durante o ano de 2010. Mais informações podem ser consultadas em http://perpetuummmobile.blogspot.com/

Concerto de encerramento do ano lectivo da UA a 18 de Junho

As Orquestras de Cordas e de Sopros do Departamento de Comunicação e Arte da UA e a Orquestra Filarmonia das Beiras darão um concerto de encerramento do ano lectivo, a 18 de Junho, pe-

las 21.30h, na Igreja do Carmo. As orquestras serão dirigidas pelo maestro Ernst Schelle e acompanhadas pela clarinetista Cândida Oliveira, e irão interpretar temas de Schumann, Arnold e Brahms.

SASUA sensibilizam para estilos de vida saudável Os Serviços de Acção Social da Universidade de Aveiro (SASUA) estão a promover, ao longo do mês de Maio, um conjunto de iniciativas que pretendem assinalar este mês como o mês do coração assim consciencializar a comunidade universitária para estilos de vida mais saudáveis. Durante todo o mês, a comunidade poderá fazer a medição da pressão arterial na Parafarmácia da UA, de forma gratuita, e encontrar vários conselhos sobre estilos de vida saudável no site dos SASUA Para além disso, no próximo dia 19 terá lugar uma mega aula de aeróbia na Pista de Atletismo, das 18.30 às 19.30h, também gratuita, e a 23 realiza-se a Regata Santa Joana Princesa Universidade de Aveiro, no Canal Central da Ria.

Nas várias unidades alimentares dos SASUA, a semana de 24 a 30 de Maio terá como mote “Alimentação Mediterrânica”, com refeições confeccionadas de acordo com a típica dieta mediterrânica. A doença cardiovascular mata, anualmente, cerca de 18 milhões de pessoas em todo o mundo. Tal equivale a uma morte a cada dois segundos. Na Europa, esta doença é a primeira causa de morte, sendo responsável por 4,35 milhões de óbitos em cada ano. Em Portugal, dados recentes dizem que mais de 30% das mortes ocorridas, anualmente, são devidas a doença cardiovascular. Associadas a esta doença estão hábitos sedentários, elevado consumo de gorduras e açúcares e tabaco. A Carta Europeia do Coração aconselha a não consumir tabaco, praticar uma actividade física pelo menos 30 minutos, cinco vezes por semana, ter hábitos alimentares saudáveis, controlar o peso, a pressão arterial, o colesterol e a glicose e evitar stress excessivo.

Investigadores e profissionais da pescas discutem na UA produtos inovadores No âmbito das comemorações do Dia Europeu do Mar, a UA e a Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro promovem, a 20 de Maio, na Sala de Actos Académicos, o workshop “Novos Produtos do Mar: Inovação e Valorização dos produtos da Pesca e Aquicultura”, que irá funcionar como um ponto de encontro entre investigadores e profissionais que pretendam trocar conhecimentos. A sessão de abertura, agendada para as 09h30, contará com a presença do Secretário de Estado das Pescas, Luís Medeiros Vieira. Estarão ainda presentes representantes da DRAPC e da UA e os dirigentes do Cluster da Econo-

mia e Conhecimento do Mar, António Nogueira Leite e Ribau Esteves. A manhã será dedicada à aquicultura e a tarde à indústria transformadora de pescado. Estudantes, investigadores e empresários irão expor as suas linhas de trabalho na área da inovação e valorização dos produtos da pesca e da aquicultura, sob a forma de posters e/ou produtos. Integrada no workshop, realiza-se também uma mostra de produtos que envolverá a exposição de novas espécies produzidas em aquicultura, como o linguado ou a corvina, e de produtos inovadores da indústria alimentar como conservas, linhas gourmet ou refeições pré-cozinhadas. Os participantes poderão ainda experimentar as especialidades frescas preparadas por um sushiman ou provar salsichas do mar.


Notícias Ensino Superior

5

Eco Veículo da FCTUC é o melhor português na Shell Eco-marathon 2010 Ao percorrer 2204,4 quilómetros com apenas um litro de gasolina sem chumbo 95, a uma velocidade média de 30 quilómetros, o Eco Veículo criado pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) conquistou o segundo lugar na categoria de Protótipos e o oitavo na classificação geral da Shell Ecomarathon Europe, revelando-se a melhor equipa portuguesa no Circuito de Lausitz, na Alemanha. O Eco Veículo, que ao longo dos

seus dez anos de vida já percorreu mais de 28 mil quilómetros, com apenas 18 litros de gasolina, é um projecto desenvolvido por uma equipa constituída por professores e alunos do Departamento de Engenharia Mecânica da FCTUC, em parceria com várias instituições. Considerada a mais prestigiada prova internacional de eficiência energética, a Eco-marathon Europe 2010 reuniu, este ano, mais de três milhares de estudantes de universidades europeias e escolas secundárias.

Futuro do Ensino Superior passa pelas redes sociais

O telemóvel, as redes sociais e as enciclopédias online como a Wikipédia vão exercer no futuro um maior impacto no ensino superior português, espanhol e latino-americano, defenderam os especialistas que trabalham no relatório Horizon Ibero-América 2010, reunidos no México numa iniciativa promovida pela Universidade Aberta da Catalunha, a primeira universidade online no mundo, e pela comunidade educativa New Media Consortium. A directora do Departamento de Inovação do Centro E-learning da

Politécnico de Castelo Branco quer baixar factura energética

Universidade Aberta da Catalunha, Iolanda García, adiantou que os participantes no projecto definiram, “numa votação unânime”, quais as tecnologias emergentes que têm mais possibilidades de revolucionar o ensino universitário na Península Ibérica e na América Latina. À cabeça surgem os telemóveis, apresentados como computadores que já cabem na mão e podem ser ligados à Internet a partir de qualquer lugar. Depois, os milhares de milhões de vídeos, fotografias e sons que os

cibernautas publicam diariamente nas redes sociais. Finalmente, os conteúdos enciclopédicos online de acesso O relatório Horizon Ibero-América 2010, que ficará concluído em Junho, pretende analisar o impacto real das novas tecnologias nos estudantes do ensino superior na Península Ibérica e na América Latina.

O Instituto Politécnico de Castelo Branco quer baixar a sua factura de electricidade, através de um programa para os 200 computadores dos laboratórios da Escola Superior de Tecnologia (EST). O EST Shutdown, programa que já foi instalado em metade dos computadores, desliga completamente os PC se estiveram inactivos durante 20 minutos. O objectivo é, até início do próximo, ano lectivo instalar a aplicação nas restantes máquinas, segundo explicou à Agência Lusa Pedro Gonçalves, docente e responsável pelo Centro de Informática da EST. “Esta medida justifica-se porque, muitas vezes, os alunos não desligam os postos de trabalho ou pensam que desligam, mas isso não acontece. Os relatórios dos seguranças indicam que há muitos computadores ligados durante a noite”.


6

Cultura

Vem aí novo

esti

F

de músicas do mundo, O Festim - festival intermunicipal e de cinco municípios está de volta. Assente numa red de geografias fascinantes e vizinhos, assume-se com palco improváveis descobertas. estar em palco – ou O mundo e as suas culturas vão Junho a 17 de Julho de melhor, em cinco palcos -de 2 de 2010.

!

m

O programa partilhado entre Águeda, Sever do Vouga, Estarreja, Ovar e Albergaria-a-Velha faz do Festim uma marca para a região de Aveiro. Depois da conquista cultural que foi a primeira edição, com nomes como Hermeto Pascoal e Kepa Junkera, entre outros, que fizeram deste um festival desde logo incontornável -, o Festim regressa com uma programação rica e promete uma nova viagem pelas músicas do mundo. Ao todo, serão 19 concertos, num cartaz que sobrevoa o planeta: do Pacífico ao Mediterrâneo, do Cáucaso ao Chifre de África, dos Balcãs à América Latina, imaginários sonoros de puro fascínio.

Dias 27, 28 e 29 de Maio

Festival CURVO traz música urbana à cidade

O Teatro Aveirense (TA) promove, a 27, 28 e 29 de Maio, a primeira edição do CURVO, festival de música urbana. Durante três dias o TA recebe concertos exclusivos, com nomes de prestígio internacional, dois deles em estreia absoluta em Portugal (as bandas americanas Warpaint e Here We Go Magic), num cartaz que inclui ainda Scout Niblett, Matt Elliott e as portuguesas Rita Braga e Mariana Ricardo. Para além dos concertos da melhor música urbana, haverá também cinema e dj sets, cada um encerrando uma noite do festival, cuja combinação confere ao CURVO o estatuto de festival de culto, dirigido a todo o país. Está já prometido que, a cada ano, se mantenha o espaço para a qualidade e para a ousadia, sem limitações de género. QUINTA 27 22h - IndieMusic – IndieLisboa’10 – extensão Aveiro

“All Tomorrow’s Parties”, de Jonathan Caouette (Reino Unido, 2009, doc., 82’) – Pelo realizador do filme de culto “Tarnation” chega-nos um documentá-

rio musical caleidoscópico que retrata um dos mais importantes festivais de música alternativa. Pelas imagens passam testemunhos e excertos de concertos dos Yeah Yeah Yeahs, Animal Collective, Gossip, Mars Volta, Portishead, Mogwai, Lightning Bolt, Stooges, entre muitos outros. 23h30 + dj set RUI MAIA (X-Wife) www.myspace.com/ruimaia SEXTA 28 21h45 - RITA BRAGA (pt)

Ainda é um segredo bem guardado, uma preciosidade da música alternativa-ou-chame-se-o-que-selhe-chamar-nacional. Rita Braga divide-se por originais e por canções esquecidas vindas das épocas e dos lugares mais distantes. Entre Bollywood ou Lee Hazlewood, tudo é possível. www.myspace.com/superbraguita 22h30 - MATT ELLIOTT (uk)

Com um grupo alargado de seguidores e os favores consensuais da crítica desde a sua estreia com “The Mess We Made”, Matt Elliott transforma cada concerto num momento de partilha a que se procura sempre regressar. Entre a electrónica e o folk, Elliott sabe exactamente como nos embalar com a sua voz e os seus sons delicadamente intrincados.

www.myspace.com/mattelliottmusic

23h45 - WARPAINT (us)

São uma das grandes revelações do ano passado, com o selo de garantia da insuspeita Rough Trade e o aplauso de nomes como John Frusciante, que se envolveu na produção do primeiro trabalho da banda. Músicas tecidas com guitarras e vozes hipnóticas, oscilando entre ritmos absolutamente contagiantes e melodias intimistas, num conjunto de canções pouco classificáveis mas arrebatadoras que desencadearam um culto em crescimento acelerado. Uma estreia absoluta que chega no momento certo para fazer história. www.myspace.com/worldwartour

+ dj set GIRLS IN THE BACK (após concertos) www.myspace.com/djgirlsintheback

SÁBADO 29 21h45 - MARIANA RICARDO (pt)

As canções estão lá, doces e munidas de um desencanto quotidiano, com uma maturidade que não se espera de um início. Talvez porque não o é. Passou uma década desde que Mariana Ricardo deixou marcas com os seus Pinhead Society. Mas nunca esteve melhor do que agora. www.myspace.com/marianaricardo 22h30 - HERE WE GO MAGIC (us)

O projecto psych-folk de Luke Temple é um caso sério: editados

Vamos ter três estreias absolutas em Portugal (Terem Quartet, Narasirato e Minyeshu), um regresso ao fim de mais de vinte anos (Serenata Guayanesa) e dois nomes habituais em Portugal (Rare Folk e Renato Borghetti). Um cartaz único mesmo que, no Festim, não haja oportunidades únicas: este é o festival em que os músicos do mundo tocam sempre mais que uma vez! Fica a saber mais em www.festim.pt.

pela excelente Secretly Canadian, passearam por muitas listas de melhores do ano e surgem agora com um novo álbum, “Pigeons”, onde se superam. São cinco mas parecem mais. Oferecem-nos um som cheio e encantado, com uma intensidade que em palco os torna arrasadores. www.myspace.com/herewegomagic 23h45 - SCOUT NIBLETT (uk)

A nossa senhora da solidão do rock, tão capaz das mais comoventes confissões dedilhadas à guitarra como de músicas enraivecidas, anda em mudança. Depois de um lindíssimo álbum em que contava com a colaboração de Bonnie ‘Prince’ Billy, mudou-se para a Drag City Records (a mesma de Joanna Newsom ou Bill Callahan) e entregounos o seu trabalho mais despojado até à data, um álbum absolutamente essencial. Como um recomeço. www.myspace.com/scoutniblett + dj set WAHWAH SOUNDSYSTEM (após concertos) www.myspace.com/wahwahsoundsystem

PREÇÁRIO Quinta 27 (cinema) – 2 euros Quinta 28 (concertos) – 15 euros Quinta 29 (concertos) – 15 euros Bilhete Geral (27 a 29) – 25 euros


Bênção dos Finalistas

7

Finalistas da UA querem “fazer a diferença” Cerca de 1.200 estudantes participaram, no passado dia 2 de Maio, na Bênção dos Finalistas, e prometeram, perante família e amigos presentes, que não vão deixar seus sonhos de parte na nova etapa que se aproxima

A Bênção de Finalistas, que em outras academias equivale à Bênção das Pastas, é uma cerimónia religiosa em que os finalistas são abençoados neste final do seu percurso académico e início da vida no mundo de trabalho. Ocorreu no passado dia 2 de Maio, e foi presidida por D. António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro. Na Bênção estão contemplados não só os finalistas da Universidade de Aveiro, como também das restantes escolas superiores de Aveiro: Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Aveiro (ISCAA), Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro (ESSUA), Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA), do Instituto Superior de Ciências da Informação e da Administração (ISCIA), do Instituto Português de Administração e Marketing (IPAM) e do Instituto Superior de Ciências Religiosas de Aveiro. Nesta cerimónia, cerca de 1.200 finalistas celebraram, perante os seus familiares e amigos, o final do seu percurso académico e formalizaram a sua gratidão a todos os que ajudaram na realização desse sonho. Um dos momentos mais importantes e simbólicos da Bênção é o compromisso feito pelos Finalistas, em que manifestam o seu empenho em contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna. Deixamos-te um excerto: “Reunidos na esperança, queremos fazer a diferença, não podemos ter medo da realidade que nos espera, não podemos deixar que nos obriguem a pôr os nossos sonhos de parte, porque o segredo para o amanhã está em não deixar de acreditar. (…) É nosso compromisso: (…) Dar o nosso melhor nesta nova etapa, conhecendo e vivendo o sentido da ética de responsabilidade, pondo em prática o que aprendemos na vida académica e exercitando com competência e rigor a utilização de todos os conhecimentos na promoção da dignidade da pessoa humana.”

E o que pensam os finalistas e os seus familiares? “A missa foi bastante interessante devido a uma boa organização e a uma forte adesão por parte do público. O momento mais marcante esteve associado aos “gritos” (não sei se tem um nome especifico) dos cursos e às ofertas de cada um. Esta cerimónia é o culminar de um ciclo de estudos e o ponto de partida para uma viragem na vida dos estudantes”. Ivo Silveira. - Mestrado de Comunicação e Multimédia, 1º ano. “Foi um momento bonito em que se revelaram sentimentos de orgulho e respeito pelos finalistas que, entre os possíveis e os impossíveis, estiveram presentes na cerimónia. O momento mais marcante foi, sem dúvida, os discursos dos diferentes cursos que se fizeram ouvir. Esta é uma data importante que deve ser vivida em pleno. É um círculo que se fecha mas que se manterá na memória dos estudantes e familiares destes enquanto a saúde assim o permitir. Significa também uma nova etapa na vida de cada um destes finalistas, a luta pelo seu “lugar” no mercado de trabalho”. Nelma Almeida - Licenciatura em Administração Pública, 3º ano.

“Foi uma cerimónia muito marcante, de grande peso emocional. Felizmente esteve bom tempo, o que permitiu desfrutar da cerimónia com tranquilidade. O momento mais especial, para mim, foi a oferta dos cursos. Notou-se o grande simbolismo que cada curso empenhou naquela cerimónia. A cerimónia significa, sem dúvida, um momento de fim, mas também de começo. É o culminar de uma etapa de crescimento, e o início de uma fase de enraizamento, digamos assim. Só desejo muita sorte e sucesso a todos os finalistas”. Susana Melo - Irmã de finalista

“Eu Não sou católico praticante, por isso a missa em si não é uma cerimónia que me toque particularmente. No entanto, foi uma cerimónia interessante, e é sem dúvida um momento importante para os finalistas. A cerimónia em si não tem grande significado para mim, mas é um momento simbólico de transição da vida universitária para a vida do mundo de trabalho, é sempre um momento importante”. António Sousa - Pai de uma finalista

No passado dia 2, cerca de 1.200 finalistas celebraram, perante os seus familiares e amigos, o final do seu percurso académico


8

Semana do Enterro 2010

Semana Académica conta

40 mil Boa música, bilhetes acessíveis e um S. Pedro generoso foi a receita mágica deste Enterro. E o resultado não ficou aquém das expectativas: quase 40 mil foram “enterrar” 2009/2010

O cartaz não deixava margem para grandes enganos, e o preço dos bilhetes também deu um empurrão. A somar a isto, até o S. Pedro ajudou e não deixou chover durante a Semana do Enterro. O resultado: quase 40 mil pessoas passaram pelo recinto, durante as sete noites de muita festa.

e pôs qualquer coisa como sete mil pessoas a cantar em uníssono, mesmo as músicas do novo álbum. Quanto aos Blasted Mechanism, a promessa recente do estrelado no Festival de Glastonburry não lhes toldou o jeito e a dedicação: o concerto foi brutal!

A noite mais movimentada foi mesmo a de Xutos&Pontapés, ou não fossem eles os nossos dinossauros do Rock. Mas Patrice não ficou atrás, e fez um brilhante concerto de abertura. David Fonseca também não desiludiu,

Quim Barreiros e a sua cabritinha também mostraram que, mesmo depois de dezenas de Festas Académicas, há sempre energia para mais. Não faltaram os grandes êxitos do Rei do Pimba, que também teve direito a casa cheia.

Na última noite o recinto aqueceu mais tarde, depois de um desfile animado pelas ruas da cidade. À chegada ao Estádio, foram mais de cinco mil os estudantes que fizeram a festa ao som dos grandes êxitos repetidos na voz dos Meidin.

à cidade de Aveiro. E o Rally das Tascas voltou a ser o “desporto” favorito dos nossos estudantes, que deram o seu melhor nesta interessante competição!

Com um lugar privilegiado mesmo ao pé dos teus artistas favoritos, o Jornal UniverCidade falou com Fora do recinto, a semana alguns deles e deixa-te as também foi animada. As actividades lúdicas cumpri- suas mensagens. Quanto ao Fernando Alvim, contiram a sua função, desde a nuamos a achar que foi corrida do caloiro ao torlevado por aliens antes da neio de paintball. A tradicional Corrida das Bateiras actuação, que nos deixaram este entrevistado. voltou a ser um sucesso, com um recorde de participantes e uma significativa mensagem de aproximação


powered by:

Patrice, 23 de Abril O que achas de Portugal, aos níveis cultural e humano?

Eu venho muitas vezes a Portugal, e até tenho alguns amigos cá, o que me faz ter a certeza de que gosto mesmo deste pais. Portugal tem lugares muito bonitos, é um país muito rico ao nível da natureza. Adoro a cultura portuguesa, principalmente a música e a comida. Quando estou cá, passo bastante tempo na praia também, até porque o clima de Portugal faz-me lembrar muito o clima de África. É sem dúvida alguma, um dos meus países favoritos!

Quais as maiores diferenças entre dar um concerto num ambiente “académico” em relação ao ambiente vivido num concerto dum grande festival de música?

Tal como referiste, um festival musical tratase dum ambiente onde as pessoas se conhecem melhor umas às outras porque são todas pertencentes ao mesmo estilo cultural, pertencentes à mesma comunidade. Já num ambiente académico sente-se uma atmosfera (“uma vibe”) mais familiar, algo menos comercial do que um grande festival musical onde, apesar de as pessoas se conhecerem melhor, a atmosfera é mais anónima e pouco familiar.

Quando escreves uma música, quais são as tuas maiores influências?

Quando escrevo uma música penso em experiências que já tive ou poderei ter, sempre influenciadas pelo meu estado de espírito na altura. Imagino uma imagem muito simples, como uma lata ou um frigorifico e penso como as pessoas podem obter diferentes interpretações dessa imagem. Mas para mim, o mais importante é mesmo transmitir o meu estado de espírito quando escrevi a música.

Linda Martini, 25 de Abril Quais foram as vossas influência no mundo da Musica?

Nós começámos por tocar desde os 14, 15 anos em bandas de punk e hardcore, logo, a influência mais comum a todos são bandas de punk/rock americanas e algumas bandas portuguesas da altura. Cada um de nós acrescentou à nossa música as suas influências, mas de facto a linha do “punk/hardcore” é comum a todos até porque, naquele tempo, a nossa zona tinha muitas bandas de garagem desse género.

Quais os conselhos que dão às bandas de garagem para conseguirem vingar no mundo da musica?

DJ Overule, 23 de Abril Já estiveste no Bar do Estudante no semestre passado. Como achas que irá ser a tua noite de hoje aqui no enterro?

Acho que vai ser muito boa, tendo em conta as experiências anteriores. Até porque o cartaz fala por si! Não é todos os dias que se tem a oportunidade de se actuar depois de Patrice. Penso que as pessoas vão corresponder ao vosso apelo, e vão estar aqui em massa, indicando assim que irá ser uma óptima noite! Como descreves o público aveirense?

O público aveirense é um público muito entusiasta. Reage muito bem às performances dos artistas e transmite um bom feedback para quem está do outro lado do palco a actuar. Tudo o que o artista faz, o público de Aveiro reage sempre de forma positiva. Por estas razões todas, é um público espectacular.

Qual a principal diferença entre actuar numa discoteca e actuar aqui no enterro?

Esta é uma boa pergunta! Por vezes, acaba por ser a mesma coisa, porque muitas vezes também se fazem festas académicas em muitas discotecas, e acaba-se por criar um ambiente académico dentro de uma discoteca, no fundo. Eu acho que a questão essencial é a diferença entre tocar numa cabine duma discoteca e num palco como este. Neste caso, as coisas tornam-se um pouco diferentes. Falando por mim, eu vejo a minha actuação hoje, aqui no enterro, quase como um concerto, como um espectáculo. Tenho um certo cuidado quando toco em palcos grandes, como este, porque quero dar um espectáculo não só musical, mas de certa forma também visual, enquadrando-se assim num ambiente maior do que uma cabine duma discoteca, ou uma discoteca em si.

Não existem muitos conselhos que possamos dar, mas o facto de nós termos começado a tocar num meio que nos trouxe algumas oportunidades no inicio, em pequenos concertos com um público quase certo permitiunos crescer enquanto banda. O facto de não

termos grandes expectativas, claro não querendo isto dizer que não levávamos o projecto a sério, mas nenhum de nós sonhava em tocar no estádio de Alvalade, também nos trouxe segurança. Se houver realmente um conselho é: Se gostas de fazer musica então faz, insiste e se realmente tiveres valor, de certeza que as oportunidades vão aparecer. Qual a diferença entre tocar no Enterro ou num concerto em nome próprio?

A principal diferença é que num concerto só teu estás cara a cara com o público e aqui, pelas condições, as pessoas parecem mais distantes, mas tenta-se que a entrega seja a mesma. Uma banda é um pouco como uma equipa de futebol, umas vezes toca bem, outras mal, mas se tiver o público do seu lado torna tudo mais fácil, até porque a banda dá mais de si. Hoje correu muito bem, até porque fechámos a noite, e normalmente num festival não o faríamos.

DJ Alvim Quais as tuas perspectivas para esta noite?

Não tenho nenhuma expectativa para a noite de hoje, embora acredite que esta seja a última noite em Aveiro, visto que o fim do mundo é amanhã ao meio-dia! Já estiveste também no Bar do Estudante e foste júri do CoDJ. Qual a imagem que tens das pessoas de Aveiro e dos estudantes aveirenses?

É uma imagem absolutamente singular. Acho que as pessoas de Aveiro deviam passar a ser todas património mundial! E todas elas enceradas! Eu sei que algumas pessoas podem não acreditar nisto, mas eu gostava que Aveiro se tornasse a primeira cidade “museu de cera”.

Qual é a imagem que o DJ Alvim tem de si próprio?

Tenho uma imagem de mim próprio horrível. Choro sempre muito quando olho para o espelho! Mas não há nada a fazer. É a vida! Os meus pais também sofrem bastante com isso. Os médicos, quando eu nasci, entregaram-me nos braços dos meus pais dizendo “Fizemos tudo o que podemos”.

Quais os projectos do Fernando Alvim para o futuro?

Não tenho projectos para o futuro! Só tenho projectos para o passado. Muito poucos para o futuro e muitos para o passado!


10

Semana do Enterro 2010

David Fonseca, 28 de Abril Como tem sido a adesão do público a este novo álbum “Between Waves”?

Tem sido incrível. Vejamos: o disco estreia em número um e logo em seguida tem dois singles de sucesso. E os concertos que tenho feito têm tido uma forte adesão, onde a reacção tem sido semelhante à que puderam ver aqui hoje em Aveiro, portanto, é um pouco difícil ser melhor do que aquilo que está a ser. Tivemos os Coliseus do Porto e Lisboa bestiais e espera-nos uma digressão muito longa à nossa frente e um caminho muito grande, mas tem sido brutal até aqui.

David Fonseca tem sido uma presença habitual em Aveiro. No entanto, a julgar pelo carinho com que o público te recebe, queremos saber qual é a sensação ao subires a palco para mais uma vez que não deixa de ser uma nova vez?

Quando há a ideia de que vamos repetir o mesmo sítio há muito a preocupação de não fazermos o mesmo espectáculo e apresentarmos coisas diferentes. É um desafio muito importante para mim continuar a fazer coisas que sejam interessantes para o público de Aveiro. Por diversas razões: já toquei com uma banda de Aveiro, já vivi em Aveiro, conheço muito bem a cidade e tenho uma grande relação com as ruas, com as lojas, com as pessoas, enfim, com a vida da cidade. Portanto, cada vez que venho cá sinto que é um bocadinho o voltar a casa. Além disso, é muito semelhante com a minha cidade natal (Leiria) e acaba por ter muitos cruzamentos com os quais me identifico muito rapidamente. Daí sentir um grande desafio sempre que cá volto.

Algum sonho especial que sintas que falta concretizar?

Existem muitos… Eu sou um optimista e acredito que o melhor está sempre por vir. Há projectos que eu ainda não realizei e que tenho de

descobrir. E penso que essa descoberta é provavelmente a parte mais interessante da minha carreira. Não será propriamente depois desta estar feita, mas o caminho que me faz chegar até lá. Nesse sentido, talvez tenha a ver com discos que eu ainda não fiz, com géneros musicais que eu ainda não explorei. Prefiro viver um projecto de cada vez não fazer planos a longo prazo. Tendo como base a tua formação (bacharel em cinema) e a forte aposta que fizeste para vingar no mundo da música, que mensagem queres deixar aos nossos colegas?

Eu tive uma vida de certa forma acidentada em termos de faculdade: estive dois anos nas Belas Artes, mas não gostei e acabei por ingressar na Escola Superior de Cinema (Lisboa), onde tirei o curso de cinema. Não segui música, no fundo até foi a música quem me escolheu um bocadinho a mim. Eu tinha uma banda na altura – os Silence 4 – e aquilo explodiu de uma forma brutal e no fundo puxoume para uma coisa que eu nunca pensei que viesse a fazer profissionalmente e desde então estou aqui! Portanto, eu acho que às vezes são as profissões que nos escolhem e quando é muito óbvio que essa profissão nos persegue, penso que nos devemos deixar levar um bocadinho. Não seguir apenas o que está estabelecido academicamente, mas seguir também o coração e a forma como a vida por vezes nos leva a encontrar o caminho certo.

Quim Barreiros, 27 Abril Quim Barreiros é música para todas as idades?

Eu acredito que sim. É bonito saber que o público mais novo chega ao carro e pede aos pais para ouvir Quim Barreiros. Este ritmo de cana verde e de malhão desperta a atenção da criançada para as minhas canções e no fundo talvez até haja uma explicação científica para isso. Gosto muito de contar uma história que se passou algures

no Japão, onde uma ama portuguesa tomava conta de duas crianças japonesas. A ama gostava de ouvir as minhas músicas, no entanto um dos meninos desatava sempre a chorar quando ela colocava o meu CD. Eu penso que isto tem um certo significado cultural, isto é, tem a ver com a própria cultura e as músicas de Quim Barreiros são feitas para os Portugueses. Quim Barreiros tem um fim previsto ou mantém-se a mesma energia para continuar?

Ora bem, eu não me quero andar a arrastar nos palcos e com a idade que tenho, há que começar a pensar que um dia terei de acabar, mas enquanto eu sentir que tenho faculdades para tal contem comigo. Contem com Quim Barreiros para mais uns trocadilhos e umas asneirolas em palco. O Jornal UniverCidade deixa-lhe a dica: para quando um tema com o trocadilho dos ovos-moles de Aveiro?

Tem piada! Não só os ovos-moles como a caldeirada de enguias, por exemplo. Aveiro também tem os seus predicados, as suas tradições… Nunca me ocorreu, mas pode resultar! E com a idade que tenho não há dúvida nenhuma de que são moles mesmo (risos). Que mensagem gostaria de deixar aos estudantes?

A mensagem que eu quero deixar é: divirtam-se na semana académica, divirtam-se na recepção ao caloiro, mas não se esqueçam que estão aqui para estudar e para tirar o curso, não é só farra. Um abraço para todos!


Suplemento BSI

11

Biologia Sob Investigação Crónica “Pulga-de-água ao serviço do Homem” Entrevista com a investigadora Maria Dornelas “A vida secreta dos corais” Reportagem com Ricardo Calado “Potencial medicinal dos corais”


12

Suplemento BSI

Editorial

COMUNICAR E DIVULGAR CIÊNCIA - Uma Missão do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro No âmbito da disciplina Comunicação e Divulgação em Biociências do mestrado de Biologia Aplicada, fomos desafiados pelo Professor Paulo Trincão a criar um meio de divulgação da produção científica do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro (DeBio). Com este pensamento em mente, criámos esta publicação que pretende informar e traduzir o conhecimento criado no DeBio para os alunos da UA e tecido empresarial de Aveiro, utilizando uma linguagem cientificamente rigorosa mas acessível a todos. Desta forma, criámos um meio

que proporciona aos estudantes da UA e aos empresários uma actualização no domínio da investigação no DeBio que possa viabilizar o desenvolvimento científico e tecnológico na região. Assim, esta publicação servirá de plataforma de ligação entre o laboratório e o público, ambicionando constituir-se como uma ferramenta útil para estudantes, investigadores, professores e empresários. Agradecemos que o leitor remeta as suas opiniões e sugestões para bsi. editorial@gmail.com. Com o encargo de comunicar e divulgar a Ciência produzida no

DeBio, a equipa editorial dedica esta edição à Biodiversidade. A diversidade de espécies apresenta um papel fundamental para a espécie humana, uma vez que aproximadamente 40% da economia mundial e 80% das necessidades dos povos dependem dos recursos biológicos. Com o passar do tempo e devido a inúmeros factores antropogénicos, verifica-se um empobrecimento da Biodiversidade. Numa tentativa de inverter esta tendência, várias organizações têm tentado consciencializar a população em geral para uma maior preservação e conservação das espécies.

Nós, enquanto biólogos, somos uma ferramenta fundamental para uma melhor compreensão da vida nas suas múltiplas formas, cooperando na preservação e conservação de inúmeras espécies. Com o crescente e incessante desenvolvimento industrial e urbano, os ecossistemas e as espécies que os compõem encontram-se cada vez mais ameaçadas. Exige-se, portanto, uma mudança de atitude global, fomentando um desenvolvimento sustentável e proporcionando um equilíbrio sustentável entre o Homem e a Biosfera.

Por César Monteiro, Clarisse Ferreira, Filipa Domingues, Tiago Pedrosa, Vânia Carvalho e Vera Ferreira Equipa Editorial do Suplemento BSI - Biologia Sob Investigação

CRÓNICA

A pulga-de-água ao serviço do Homem Desde a revolução industrial, vários compostos orgânicos estranhos aos sistemas biológicos têm sido libertados no ambiente, exercendo uma pressão constante sobre o ambiente, designados genericamente de xenobióticos (estranhos aos seres vivos). Face a esta problemática urge uma nova ciência, a Ecotoxicologia. Esta ciência tem como objectivo estudar os efeitos perniciosos dos poluentes nos ecossistemas. Nesta constante busca de informação e identificação de possíveis agentes causadores de stress, os testes ecotoxicológicos são ferramentas imprescicndíveis onde são utilizados organismos designados como Bioindicadores. Entre os

organismos bioindicadores mais utilizados em ecotoxicologia, encontra-se o microcustáceo Daphnia magna, vulgarmente designado de pulga-de-água, que fornece dados úteis sobre a toxicidade de substâncias químicas nos ecossistemas aquáticos e prevê o risco ecológico associado, uma vez que este organismo serve de base nas cadeias alimentares. Este tipo de ensaios ecotoxicológicos têm sido amplamente estudados no departamento de Biologia da Universidade de Aveiro e no Laboratório Associado CESAM. Recentemente os investigadores demonstraram que o efeito conjunto de dois poluentes - o cádmio (metal pesado com origem nos

efluentes das minas) e o carbendazim (pesticida ainda usado actualmente) - na Pulga-de-água, verificou-se que os efeitos dos poluentes eram potenciados, ou seja, o efeito destes dois poluentes em simultâneo é superior à soma dos seus efeitos em separado. Este, tal como muitos outros trabalhos de referência desenvolvidos no Departamento de Biologia da UA, são essenciais para alertar as populações para os perigos potenciais que estes e outros poluentes podem colocar para o Homem, uma vez que uma das melhores maneiras de determinar a saúde de um rio ou outro ecossistema passa pelo estudo dos seres vivos que lá vivem.


17 de Maio de 2010

13

Entrevista com Maria Dornelas

“A VIDA SECRETA

DOS CORAIS”

Maria Dornelas é licenciada em Biologia pela Universidade de Lisboa e, durante o doutoramento, investigou e modelou padrões de biodiversidade em recifes de coral do Indo-Pacífico. Actualmente, é investigadora auxiliar no CESAM e neste contexto foi convidada pelo DeBio para dar a apresentar uma palestra na “Biologia na Noite” intitulada “A Vida Secreta dos Corais”

O que mais a fascina nos corais?

A diversidade, quer em termos de número de espécies, bem como, da variabilidade de funções de uma mesma espécie, num ecossistema. São sistemas tão diversos, dos quais ainda se sabe pouco, mas cada vez mais se descobre a sua importância. Tanto na variedade das funções desempenhadas, como a falta que as várias espécies fazem. Há diferenças geográficas nos corais encontrados?

Existe imensa variedade e gradientes muito fortes, em termos de diversidade. Há uma zona entre o Índico e Pacífico, conhecida como “Triângulo de Coral”, onde se localiza a maior concentração de biodiversidade; depois, em todas as direcções desse triângulo de coral, a diversidade diminui. A zona mais pobre será a zona das Caraíbas, onde se encontram os recifes de coral mais recentes e mais isolados dos restantes, existindo uma grande fractura, em termos de espécies, de um local a outro, devido a barreiras geográficas.

Quais as condições que afectam o crescimento dos corais?

Os recifes de coral não conseguem crescer onde a luz não penetra. A turbidez da água, o crescimento de macroalgas e a forte sedimentação limitam, também o crescimento de corais.

E qual o local mais próximo da costa portuguesa onde se podem observar corais?

Há corais na costa portuguesa! Não há recifes de coral mas existem corais temperados na nossa costa.

Existe relação evolutiva entre corais de superfície e profundidade?

Pensa-se que sim, no entanto, isto é um trabalho feito por um colega meu, que combinou todas as árvores filogenéticas publicadas, tanto quanto sei, estão incluídos os corais de profundidade. No entanto, sabese muito menos de corais de profundidade do que corais de superfície.

Quais as principais aplicações dos corais?

Em zonas em que existem recifes de coral, eles são utilizados para di-

versas aplicações. Nas Maldivas as casas são construídas de corais. Há muitas populações que extraem o calcário e usam-no para várias aplicações. Depois toda a fauna associada aos recifes de coral pode ser explorada. A exploração de corais devido às suas aplicações biotecnológicas pode tornar-se um problema?

Sinceramente acho que não passa por aí, porque as quantidades retiradas para esses fins são relativamente pequenas. As ameaças têm outra origem, nomeadamente as mudanças climáticas globais, o aumento da sedimentação, a poluição, sobrepesca e pesca destrutiva.

Quais as consequências de um desaparecimento maciço dos corais?

Seriam dramáticas, nações inteiras a desaparecer! No Pacífico, existem inúmeras ilhas que são cons-

Reportagem com Ricardo Calado

Biotecnologia dos corais Desde sempre o Homem utilizou a natureza como fonte de compostos químicos. Hoje em dia, existem pesquisas centradas apenas na pesquisa de moléculas sintetizadas por seres vivos, com propriedades farmacológicas com interesse comercial. Actualmente, os corais são alvo de muitas empresas que procuram neles compostos com potencial comercial devido às suas propriedades antibacterianas, antivirais, anticancerígenas e outras não medicinais como colas. No LEME (Laboratótio de Ecologia Marinha e Estuarina) do DeBio e em colaboração com empresas de Biotecnologia, existem investigadores empenhados na

pesquisa destes compostos. Este laboratório é uma das linhas de investigação do CESAM (Centro de Estudos de Ambientes e do Mar), apoiado pela FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia). Actualmente existem vários projectos de investigação que pretendem avaliar os vários fenómenos ambientais que influenciam a produção de compostos bioactivos pelos corais. Em cooperação com a empresa BioAlvo, este laboratório está a sondar possíveis moléculas para o tratamento da doença de Alzheimer. Um dos investigadores do LEME é o Doutor Ricardo Calado, especializado em Ecossistemas Marinhos e Modelação. Este revela que na busca por

estes compostos é possível encontrar matéria interessante, “uma vez que se estima que, 1 em cada 10 000 substâncias com potencial terapêutico, é que pode eventualmente chegar ao mercado”. Instituições como a Universidade de Aveiro, através do DeBio, possuem o saber e a mão-de-obra especializada para se colocarem na fila da frente na descoberta de novos compostos. Mas acima de tudo, urge conservar esta fonte de biodiversidade, pois nunca se sabe o que a natureza nos reserva.

truções de coral. Eles funcionam como protectores da costa e como alimento de populações piscícolas. Há ainda, o aspecto da alimentação de muitas populações que, na falta de corais e da biodiversidade piscícola que eles albergam, sofreriam pela falta de alimento. Qual o maior desafio para as várias linhas de investigação no estudo dos corais?

As mudanças climáticas globais são o que está na ordem do dia. Mas isso não é apenas para recifes de coral, mas sim para ciência em geral.

Finalmente o que pensa acerca da iniciativa do DeBio, “Biologia na Noite”?

Acho que é uma iniciativa giríssima, por envolver os alunos e a comunidade local na investigação que realizada no departamento de Biologia.


Suplemento BSI

Cur tas

14

Buraco do ozono: 25 anos de descobertas Este ano celebram-se os 25 anos desde a descoberta do buraco do ozono sobre a Antárctida, que na época despoletou a preocupação internacional para o uso abusivo dos CFCs.. Para marcar esta data, a Nature publica este mês um artigo sobre a problemática e sobre as descobertas mais importantes conduzidas até hoje sobre o tema. In www.Nature.com

Investigadores italianos descobrem animais que vivem sem oxigénio Expedições a 200km da ilha de Creta e a 3,5km de profundidade revelaram três novas espécies do filo Loricifera – animais pequenos de corpo mole e com concha. Esta

descoberta reacende a discussão sobre a ausência de oxigénio e o aparecimento de vida anterior à fotossíntese. In www.Nature.com

Descoberta vacina contra o cancro da próstata A vacina contra o cancro da próstata está pronta a comercializar. Esta será “personalizada”: de cada paciente serão recolhidas células imunitárias que após expostas a uma proteína tumoral e são reimplantadas no paciente, permitindo uma aprendizagem de ataque ao tumor. Estima-se que o custo da vacina ronde os $100,000 por paciente. In www.Nature.com

Investigador do CESAM nomeado para Comité

As nossas análises indicam que estas águas estão contaminadas com metais pesados!

Português para Biodiversidade Henrique Queiroga, docente do DeBio da UA e investigador no Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, foi nomeado para o Comité Executivo do Comité Português para a Biodiversidade. Este comité tem por missão coordenar as actividades de sensibilização pública a desenvolver a nível nacional no âmbito do Ano Internacional para a Biodiversidade. In www.bio.ua.pt

Genoma do Homem Neandertal sequenciado Sequenciação do esboço do genoma do H.neanderthalensis por investigadores do Instituto Max Planck, produziu uma poderosa ferramenta para desvendar a evolução até ao Homo sapiens Com a comparação de genomas é agora possível concluir que Euro-

Isso eu náh sei. Só sei que agora temos que pescar com imans!

peus e Asiáticos possuem genes Neandertais, o que valida a possibilidade de cruzamento interespecífico., permitindo conhecer a origem de alguns dos nossos genes, principalmente os ligados a doenças. In www.SCIENCEmag.org

Descoberto gene que possibilita resistência ao HIV A análise do genoma de indivíduos resistentes ao HIV-SIDA trás à luz um gene que permite controlá-lo. Foi identificada uma mutação no gene HLA-B57 que confere aos linfócitos T capacidade para melhor reconhecerem o vírus. Isto habilita o organismo a uma maior pressão imune sobre o HIV. Este avanço abre novas perspectivas para a produção de vacinas eficazes no tratamento do HIV. In www.Nature.com


Cá em casa

15

Zé Pedro em “Não sou o único”

A vida dele dá mesmo

um livro

Como prometido, Zé Pedro e Helena Reis estiveram na Casa do Estudante a 5 de Maio, para apresen-

tar a biografia do músico e conversar com os estudantes da UA. Helena Reis foi logo avisando que “Não sou o único” era uma compilação de história, e não uma “biografia maçuda”. E nós, depois de ouvir algu-

mas dessas histórias e ver a cumplicidade entre o guitarrista dos Xutos&Pontapés e a irmã, autora do livro, só podemos acreditar. Sendo a biografia do Zé Pedro, a maior parte do percurso é indissociável da história da banda de que é fundador, e são muitos os pontos onde uma e outra se cruzam. Como

o dia em que conheceram o Kalu ou as 10 horas que demoravam para conseguir ir tocar a Bragança. “Assistimos à construção de todas as auto-estradas de Portugal… Quando começámos, só havia até Vila Franca de Xira”, brinca. A tarde, de gargalhadas, deixou ainda espaço para os dois irmãos

falarem da sua ligação a Aveiro, onde têm família. Filhos de pai militar, entre viagens passavam férias na cidade. “Aprendemos a nadar aqui ao lado, no Poço de Santiago, com o Atita”, recordam. E iam “seis ou sete para a praia, num Fiat 500, mais os guarda-sóis!”, riem-se. E para os que não vão perder pi-

tada do livro “Não sou o único”, fica um alerta: “A receita de panquecas do Tim está errada. É uma colher de sopa para cada ovo, e não uma caneca!”.

E o XX aconteceu… Como todos nós sabemos a vida académica não pára, inicia-se com o “Integra-te” e termina para muitos com o Enterro. No entanto, para alguns o culminar do ano académico denomina-se FITUA. Este festival de tunas iniciou-se há 20 edições atrás, e cada ano dá lugar a uma mescla de música, vivências, trajes nacionais e internacionais e de festa. Sim, porque se de alguma forma me pedissem para definir esse festival as duas palavras que empregaria seriam Festa e Magia… Depois de passar por vários locais, lá se voltou ao velhinho Teatro Aveirense, agora reconstruído e mais moderno, mas com a mística de sempre, aquela que uniu durante muitos anos os alunos desta Academia. Poucos serão os que se recordam dos vários FITUA’s ai realizados, mas como era o vigésimo, quase todos compareceram à chamada… As tunas convidadas começaram a aparecer e assim se deu inicio ao XX FITUA… O ponto de encontro foi a bela Praça do Peixe, onde a música começou a fluir e o convívio ganhou força. Isto porque o FITUA não é só

um palco, é o palpitar de um coração que renasce todos os anos e que alimenta de cultura a nossa cidade de Aveiro. É um sopro que ela vê por finais de Abril. Na sexta começam os ensaios, os últimos retoques das tunas que nessa noite actuaram, enquanto as outras traziam música e vida às ruas, aos habitantes e aos estudantes da cidade. E o teatro encheu, com as actuações da Tuna Feminina da Associação Académica da Universidade de Aveiro, da Copituna d’Oppidana, da Azeituna e da Tuna Universitária do Minho, da Tuna Universitária de Aveiro e da animação dos Jogralhos. Mas depressa se perceberam que nem só na sala de espectáculo as coisas aconteciam e à porta do teatro se fazia outra festa…a da família das tunas. O pano cai no palco, mas a magia continua pela madrugada fora na Praça do Peixe, em que público e Tunas se misturam numa alegria contagiante. A noite acaba, o sol nasce e é hora de descanso. Chega o sábado a tarde, e alguma azia que poderia existir é disfarçada

mal as pessoas se começam a aproximar da Praça. Os estômagos mais esfomeados foram logo acalmados por aquele cheirinho a sardinha assada e a porco no espeto. Mas nunca sem levarem instrumentos, pandeiretas e estandartes para animar a malta. De barriga cheia e baterias recar-

regadas, alguns encaminharam-se em direcção à Câmara Municipal de Aveiro para o tradicional Porto de Honra. Feito

isto, as serenatas começaram a ressoar na Rosa dos Ventos, no Fórum Aveiro, onde cada uma das Tunas convidadas encantou o público que se ia ali juntando. Mas a magia espalhava-se por outros pontos da cidade, tanto no Teatro como na Praça, ou qualquer outro local por onde os Tunos se lembrassem de passar. O sol põe-se e as portas do teatro voltam a abrir. Ao longo da noite ouvimos o Grupo de fados, a Tuna de Derecho Compostela, a Tuna Académica de Lisboa, a TUIST, a anTUNiA, a Tuna Universitária do Porto e os Jograis. E a festa arrasta-se noite fora tanto no palco como na rua, culminando com mais uma magnífica actuação da Tuna Universitária de Aveiro, onde se reencontraram as origens, membros que tinham pertencido à Tunga, que viram nascer a TUA, que a apoiaram sempre que puderam. Todos eles em palco a ajudar à festa. Os prémios foram entregues, e as palmas ainda demoraram a cessar. Entretanto, o público partilhava da euforia da TUA e das ou-

tras Tunas e subiu a palco. E foi assim que as portas se fecharam, no meio de palmas, risos, algumas lágrimas e palmadas nas costas de quem viu para quem trabalhou semanas para conseguir este espectáculo, ou melhor, esta magia. Porque aquele momento foi mágico em todos os sentidos. Seguiu-se rumo à Praça, onde a música continuou a fluir. Enquanto uns ficavam outros foram descansar e a saudade já começava a sentir-se. No domingo, deram-se os últimos abraços e derramaram-se as últimas lágrimas, ou gotas de suor para os que ainda ali estavam a trabalhar. O palpitar abrandou e o FITUA terminou. Quem não esteve não sabe o que perdeu, quem assistiu sente a Saudade e vive sabendo que para o ano há mais… E sempre com mais magia… Obrigado público por aparecerem, obrigado Tunas por animarem e o maior de todos os obrigados à TUA por organizem o FITUA e fazerem com que a magia se perpetue. Guia do Fitua


16

Fotografia

Há vida para além do digital Fica a saber que Lomografia é muito mais que um estilo, sem estilo, fotográfico. Lomografia é uma espécie de filosofia de vida e estes são os seus mandamentos: 01 . Leva a tua Lomo onde quer que vás. 02 . Usa-a a qualquer hora do dia ou da noite. 03 . A Lomografia não interfere na tua vida, torna-se parte dela. 04 . Aproxima-te o mais possível do objecto a fotografar, se assim o desejares. 05 . Não penses …… lomografa. 06 . Sê rápido. 07 . Não precisas de saber antecipadamente o que fotografaste. 08 . Nem depois. 09 . Fotografa a qualquer ângulo. 10 . Não te preocupes com quaisquer regras.

Há mais na vida do que a fotografia digital. Já sabemos que muitos de vocês nunca revelaram um rolo fotográfico ou tiraram fotos em outro formato, mas não estará na hora de experimentar? Ou vais deixar morrer o analógico? Aqui ficam dois exemplos da magia da fotografia old-fashion

Não desperdices a tua vida: Lomografa-a! Há muitos anos, na distante União Soviética, nasceu a primeira Lomo, vinda de uma empresa que produzia máquinas fotográficas com o objectivo de serem portáteis e resistentes. Estas máquinas foram uma das muitas formas que o ministro de propaganda Russo encontrou para documentar os costumes do seu país, de uma forma rápida e fácil. Não tardou muito até que estas máquinas se espalhassem pelos países com ligação à Rússia, tais como Cuba, Vietname e Alemanha do Leste, tornando-se assim mundialmente conhecidas. Passados muitos anos e, claro, depois da fábrica de Lomos estar extinta, eis que surgem dois fotógrafos profissionais apaixonados pela cor, focagem e efeitos que estas máquinas traziam às suas fotografias. Com esta paixão contagiaram os seus amigos que,

Os amantes da Polaroid podem voltar a sorrir A mítica Polaroid, uma das câmaras fotográficas mais idolatradas de sempre, regressa este ano às bancas. A marca foi salva pelo Impossible Project, um pequeno grupo composto por antigos trabalhadores da fábrica e outros entusiastas da fotografia instantânea, que decidiram comprar toda a maquinaria da Polaroid, com o intuito de a relançar no mercado em 2010. O novo dono da empresa, o austríaco Florian Kaps, deu assim resposta aos muitos clamores dos fãs que pediam o regresso da Polaroid. “O projecto é mais do que um plano de negócio; é uma batalha contra a ideia de que tudo o que não dá lucro tem de morrer”, diz. Os primeiros a sair serão os clássicos cartuchos para as câmaras SX-70 e para a série 600. A Polaroid parecia ter os dias contados quando, em Fevereiro do ano passado, a marca anunciou a paragem na produção dos cartuchos de papel instantâneo. Causa da extinção? As câmaras fotográficas digitais. O anúncio era já há muito esperado: a empresa tinha deixado de produzir câmaras fotográficas há mais de um ano. Desde então, multiplicaram-se homenagens, campanhas e petições para salvar a marca, e não é que funcionou mesmo?

posteriormente, formaram o primeiro movimento Lomográfico na cidade de Viena. Actualmente ainda se perpetua o movimento Lomográfico, composto por fotógrafos profissionais e alguns curiosos. Este é um

Magia Polaroid Só quem utiliza a Polaroid é capaz de descrever a sensação do “fotografa o momento!” que esta permite. Não há o peso da qualidade ou focagem, não há a obrigação do tema. A Polaroid retrata um momento, um instante, capta uma emoção. O entusiasmo da fotografia aumenta à medida que os contornos esbatidos ganham cor e forma, perpetuando o momento, emoldurado com o icónico plástico branco 4×4. Aqui, reserva-se espaço para rabiscos dos mais diversos humores. Descrições de lugares e tempos, observações criativas e anotações intemporais. O fotógrafo brasileiro António Barros diz: “A simplicidade de uso é incrível! Basta abrir a câmara e clicar. Cada cartucho contém apenas dez Polaroids, é preciso pensar bem antes de fotografar para não desperdiçar a foto. O número reduzido de tentativas ajuda a desenvolver a visão e criatividade do fotógrafo. Adoro ver a imagem a revelar-se nas minhas mãos e o melhor de tudo é saber que aquela foto é única. Só eu tenho a original. Quer tenha continuação ou não, a Polaroid já alcançou o lugar de lenda viva da história da fotografia. A sua tonalidade azulada e luminosidade esbatida imprimem, em cada imagem, um estatuto de memória e apelam a uma simplicidade e robustez intemporais”.

movimento que apoia a fotografia livre de complexos, sem planos, produção ou encenação. Devido à grande adesão que se foi acentuando com o passar dos anos foram reeditadas algumas das antigas Lomos, servindo como exemplo a Lubitel. Foram, também, criadas novas máquinas preparadas para este conceito inovador de fotografia tais como a Fisheye e a SuperSampler. Cada uma destas máquinas tem a sua identidade, trazendo às fotografias efeitos muito próprios como variações de cor e outros efeitos visuais. Para apoiar o movimento foram criadas Embaixadas Lomográficas, que se localizam nas grandes cidades mundiais. Portugal conta com apenas duas, uma no Porto e outra em Lisboa. Aí podes adquirir a tua máquina e obter todas as informações que necessitas, bem como participar em workshops e concursos que exploram a tuas capacidades lomográficas.

A Polaroid na História Andy Warhol foi um orgulhoso entusiasta da sua “Polaroid Big Shot” e utilizou a fotografia instantânea para concretizar muitas das suas criações. O cineasta russo Andrei Torkovsky não dispensava a SX-70 nas filmagens, como forma de captar detalhes importantes e encontrar inspiração. Sir Laurence Olivier e Vincent Price chegaram a promover a Polaroid antes da fama. Ali McGraw, a protagonista de “Love Story”, estreou-se em frente à objectiva num anúncio publicitário popular, quando “Cocas, o Sapo” e os “Marretas” eram a imagem da Polaroid, nos anos 80. No ano 2000, o aclamado thriller psicológico “Memento”, baseou-se na Polaroid para concretizar o seu material de promoção. No filme, que foi nomeado para dois Óscares, o protagonista sofre de amnésia, e utiliza séries de imagens Polaroid para guardar informação sobre si próprio e sobre os outros, a fim de conseguir encontrar o homem que matou a sua mulher. Mais recentemente, em 2003, no single dos Outkast «Hey Ya!», Andre 3000 exclamava “Shake it like a Polaroid picture!”.



18

Entrevista

ALEXANDRE CRUZ,

Provedor do Estudante

Alexandre Cruz tomou posse no passado dia 7 de Abril na função de Provedor do Estudante, função instituída pelo novo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES). O Jornal UniverCidade entrevistou o Provedor, no sentido de esclarecer sobre este novo órgão existente na Universidade de Aveiro. O Provedor do Estudante presta atendimento todas as quartas-feiras, das 9.30h às 13 horas, no seu gabinete (3.5.28), sito no 4.º Andar do Edifício III (antiga reitoria). Os contactos podem também ser realizados através de correio electrónico para o endereço provedor@ua.pt

Quais as principais funções do Provedor do Estudante?

Após a tomada de posse, vou tomando consciência da oportunidade e da necessidade deste cargo. Posso dizer com toda a transparência que, quando o convite veio, eu próprio tinha dúvidas sobre esta função, sobre a utilidade, a sua necessidade. Talvez, na sociedade ideal, estas funções não tivessem necessidade de existir, mas num olhar muito terreno, um olhar muito realista, vou concluindo a cada semana que passa a utilidade desta função, que está prevista no Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior. Depois, com o acompanhamento semanal que vou fazendo, vou eu próprio dissipando as dúvidas que tinha (é bom termos dúvidas, a estratégia de termos dúvidas: permite da nossa parte uma auto-crítica, uma equidistância, irmo-nos avaliando…). Eu estou, naturalmente, nesta função num espírito de serviço, tenho isso em mente e com o coração aberto ao espírito de serviço, numa visão crítica e auto-crítica em relação a este cargo e a esta função. À medida que vão passando as semanas, vou sentido eu próprio a oportunidade e a virtuosidade cooperante, colaborante que pode ser este cargo como função mediadora e geradora de equilíbrios. Uma função que “está entre”, e quem está entre tem de gerar e fomentar também a noção de rede. Por isto, e também por um argumento que julgo que é lógico: a pluralidade, a multiplicidade de elementos que estão

Este serviço é prestado aos estudantes no todo mas também nesta diferenciação positiva e acolhedora de cada situação em particular

presentes na vida estudantil hoje. Numa complexidade do social e cultural ao académico, desde as múltiplas proveniências de estudantes que vêm dos imensos programas de cooperação, desde a realidade da sociedade portuguesa, uma sociedade em crise social, desde questões de ordem até interpretativa, de uma multiplicidade imensa de orientações normativas. Enfim, numa harmonização daquilo que

são situações pessoais que ocorrem, um aprofundamento dessas questões, um confrontar à luz daquilo que são as orientações normativas globais, gerais, e depois uma análise, um aprofundamento e o ajudar num discernimento e encaminhamento de situações no sentido do serviço ao bem comum, do serviço à comunidade, do serviço à pessoa estudante. Este serviço é prestado aos estudantes no todo (a norma existe no todo) mas também nesta diferenciação positiva e acolhedora de cada situação em particular. Também desde já refiro isto: estamos numa fase inicial de profundo estudo, de profunda observação, de acompanhamento desta nova função. Já vão existindo tipologias de problemáticas, dificuldades que também exigem um foro de confidencialidade deste cargo absolutamente rigoroso, deontológico, mas depois poderão também existir situações tipológicas que merecerão mais um acompanhamento, um desenvolvimento no sentido até de plataforma, para se gerar mais estes laços de uma comunicação mais fecunda, mais eficaz. Todos nós temos presente que a comunidade universitária de Aveiro cresceu astronomicamente; é imensa, e nesta imensidão que é a Universidade de Aveiro há também, naturalmente, situações de problemática, de dificuldade, e é nessas que queremos ir procurando gerar linhas de contacto, linhas de aprofundamento, de modo a ser, enfim, uma vida universitária o melhor possível para todos e cada um.

COMPETÊNCIAS DO PROVEDOR DO ESTUDANTE - O Provedor do Estudante tem como função a defesa e a promoção dos direitos e interesses legítimos dos estudantes da Universidade, competindo-lhe apreciar as queixas e as reclamações que nesse âmbito lhes sejam apresentadas, e actuar por iniciativa própria, dirigindo, com base nos resultados apurados, as adequadas recomendações aos órgãos e entidades competentes. - O Provedor do Estudante exerce a sua actividade com total independência, isenção e liberdade. - O Provedor do Estudante é nomeado pelo Conselho Geral, por maioria de dois terços, de entre personalidades, sem vínculo à Universidade, de elevada reputação cívica e reconhecida aptidão para o exercício da função.

- O mandato do Provedor do Estudante é de três anos. - Todos os órgãos, unidades e serviços têm o dever de colaboração que o Provedor lhes requerer no exercício e para consecução das suas funções e o dever de se pronunciar e de dar conhecimento da posição que adoptem sobre as recomendações recebidas, ao Provedor e aos interessados. - O Provedor apresenta anualmente relatório circunstanciado da sua actividade ao Conselho Geral, que promove a divulgação e desencadeia as medidas que considere adequadas. Vê mais em www.ua.pt/provedordoestudante


17 de Maio de 2010

“Não interpreto o Provedor do Estudante

como um “queixódromo”

Que tipo de queixas ou reclamações dos estudantes deverão chegar ao Provedor do Estudante?

Logo desde o princípio houve um bocadinho esta noção de queixa, noção de reclamação, noção de participação, e logo inicialmente disse, em Setembro passado, a uma entrevista, que não interpretava o Provedor do Estudante como um lugar de queixa, como um “queixódromo”, vamos dizer assim (temos o “caloiródromo”, e isto seria o “queixódromo”!). Naturalmente que há, de facto, (e esse é o conceito jurídico), queixas, reclamações e participações. O e-mail do provedor tem sido muitíssimo utilizado, e a cada situação está a ser dado um acompanhamento, um tratamento, um encaminhamento e não posso, nem devo, nesta fase, criar aquilo que são as tipologias de que queixas, de que reclamações existem. Por um lado, há uma linha de confidencialidade restrita, rigorosíssima, por outro lado, poderão existir e vão existindo tipologias de reclamações, que, portanto, darão origem a processos próprios, e depois a reuniões com pessoas com serviços, com organismos, no sentido de aferirmos, porventura, pormenores que poderão significar o tirar areia da engrenagem, que existe sempre! Porque a perfeição absoluta não está naquilo que é a gestão possível de milhentas problemáticas, de milhentas soluções, pois que hoje, neste universo impressionante que é a instituição da Universidade de Aveiro, existem em todos os organismos.

Que mais-valias trará aos estudantes este novo órgão?

Poderemos sublinhar alguns aspectos. Traz mais-valias por os estudantes o sentirem dessa forma, e o sentirem com utilidade. Tenho sentido esse eco dos estudantes, esse eco muito positivo. Primeiro há um pressuposto: o Provedor do Estudante, na forma do Estatuto de Provedor do Estudante aprovado, tem como função a defesa e promoção dos direitos e interesses legítimos dos estudantes. Há aqui um conceito fundamental: o conceito de legítimo, a legitimidade. O que é a legitimidade? Se nos formos perguntar o que é a legitimidade, por vezes o estudante ABC pode ter no seu horizonte determinados objectivos que pensa ser de legitimidade mas que, se formos aprofundar as questões e lê-las à luz daquilo que são as linhas de orientação e os códigos de conduta, se calhar o estudante conclui depois “ainda não estou nessa legitimidade, pois lá chegarei proximamente”. Portanto, julgo que aqui há também um aprofundamento das questões, e depois um aspecto

O Provedor do Estudante, na forma do Estatuto de Provedor do Estudante aprovado, tem como função a defesa e promoção dos direitos e interesses legítimos dos estudantes. Há aqui um conceito fundamental: o conceito de legítimo, a legitimidade.

preendo que hoje, numa sociedade tecnológica, por vezes temos carência nesta dimensão de fundamentação filosófica, cultural, antropológica, educacional. Também aqui, até por formação pessoal, julgo que este aprofundamento, este procurar razões, argumentar, é importante. E não debater o pragmatismo “pela rama”. O provedor aqui tem, exactamente, que ajudar a repensar as questões à luz daquilo que são as linhas de orientação gerais. Tem acompanhado este órgão nas outras universidades? Como vê a implementação da figura do Provedor do Estudante a nível nacional?

que é este: nós sabemos que a sociedade tecnológica também nos conduz por vezes a este pragmatismo, a esta exactidão quase de física quântica, enfim, até ao milímetro, e temos de ser realistas a todos os níveis, docente, discente e organizacional, de que a pessoa do estudante, o ser humano, está muito acima daquilo que pode ser a lógica quantitativa, primeiro ponto. Segundo ponto, por vezes também pode existir da parte do estudante, um sentido pragmático, pragmaticista, em que ele próprio pode não ter a visão do conjunto, vamos dizer assim, que é uma função do provedor também: ajudar à leitura da visão do conjunto, em todos os níveis. Portanto, o estudante pode até querer algo que não está ainda no seu nível de competência, no âmbito das suas possibilidades, e nesse aspecto, por vezes se vem a reclamação sucinta, abrupta, objectiva, clara, a função do provedor do estudante também é esta – contribuir e ajudar para uma leitura profunda das coisas. Não parcial, não numa unifocalização, mas numa visão total. E ao próprio estudante também, ser-lhe dado a conhecer aquilo que existe como norma de orientação comuni-

tária; julgo que isto é muito importante. Por exemplo, para o estudante do curso X, habituado a uma exactidão matemática ou física, e que quer isto. E, bom, têm sido construídos caminhos muito interessantes de reflexão no sentido de aprofundamento daquilo que o estudante pretendia já, e temos dialogado, temos reunido, temos aprofundado à luz daquilo que são as orientações normativas da Universidade de Aveiro, à luz também daquilo que são em termos europeus e mundiais. Há um documento que prezo muito que é a Declaração Universal da Educação Superior do século XXI. Há aqui também uma certa jurisprudência, ou seja, lemos da realidade local à luz do horizonte hoje global, mundial, que nos ajuda a todos os níveis de participação, a repensarmos. Porque há determinados patamares em termos europeus, em termos de universidades de referência mundial que já estão lá. Patamares a que o provedor pode dar o seu contributo para podermos chegar lá. Julgo que esta visão comparativa, que nos enriquece a todos, faz com que não tenhamos uma visão unifocalizada, pragmática, mas que fundamentemos. Com-

Uma pergunta muito interessante. O primeiro passo, logo após o convite e a aceitação (do cargo) foi pesquisar o que é que vai por aí de “Provedor do Estudante”. Devo dizer que, naturalmente, o Estatuto de Provedor do Estudante que está na base de acesso no site da UA foi construído numa base cruzada, dialogal, não fotocopiada, como é evidente, mas foi fruto de meses de leitura cruzada daquilo que são as linhas de actuação do Provedor do Estudante e depois aplicadas a uma realidade, num sentido de inovação também da Universidade de Aveiro. Portanto, o Provedor do Estudante por essa Europa fora, por esse mundo fora, está bem presente e está numa ligação directa de sintonia com os estudantes. Nós temos estudantes de mais de 30 países do mundo, nós temos estudantes de um universo imenso, e cada pessoa no mundo, cada ser humano traz consigo uma experiência de vida, uma história, cada pessoa tem uma grelha de leitura até um horizonte mais amplo ou, por ventura, mas restrito daquilo que é a vida na sociedade, a vida cívica, a vida académica. Bom, nesta imensidão, o Provedor do Estudante deve ter um contributo positivo na integração harmoniosa de todos na vida universitária. Há mesmo um conceito que, entretanto, construímos, que é: o Provedor do Estudante criará sinergias oportunas e pode surgir como mediador em situações como, por exemplo, de problemáticas de gente de diferentes culturas. Intervém como mediador e zela pela sã convivência universitária de todos. É um aspecto importante num mundo global, nesta interculturalidade em que queremos que o mundo e também a própria universidade vá sempre fazendo esta passagem, digamos assim, de uma multi-culturalidade, de uma multiproveniência, da “multi” para a “inter”: inter-relação, inter-culturalidade, experiência de interacção uns com os outros.

19


20

Núcleos

NOVE maravILHAS O núcleo Ilhas de Bruma convida todos os estudantes a conhecer um pouco mais sobre as suas nove maravilhas. Nas próximas edições do UniverCidade, o núcleo irá mostrar a beleza das ilhas do Arquipélago dos Açores. Fiquem atentos!

“Ponha aqui o seu pezinho, devagar devagarinho se vai à Ribeira Grande… Eu tenho uma carta escrita para ti cara bonita não tenho por quem a mande” É através deste tema que iremos meter o pezinho até à bonita Ilha de São Miguel. Quem já não ouviu falar no tão afamado cozido das Furnas? Ou então da Festa do Sr. Santo Cristo dos Milagres? E na viagem de barco até ao ilhéu de Vila França? São estas algumas das muitas atracções que a ilha de São Miguel tem para oferecer a todos que a visitam. Situada no grupo oriental, São Miguel é a maior ilha do arquipélago dos Açores, descoberta por volta do ano 1432. Tal como as restantes ilhas, é de natureza vulcânica e está sujeita a alguma actividade sísmica e apresenta um relevo montanhoso,

sobretudo no seu interior. O fundo de crateras de antigos vulcões serve agora de leito às mais belas lagoas como a Lagoa das Sete Cidades (famosa pelas suas duas lagoas uma verde e outra azul), Lagoa do Fogo e Lagoa do Vale das Furnas (no qual existem as fumarolas, de águas e lamas quentes e medicinais). Se gostas de aventura a ilha ainda oferece numerosos trilhos pedestres nos quais podes partir a descoberta da natureza e estar em lugares como nunca imaginaste, como é exemplo o trilho à lagoa do Congro e ao Pico da Vara – ponto mais alto de São Miguel, cerca de 1100 metros de altitude. Gastronomicamente falando o povo micaelense oferece uma variedade de pratos doces e salgados aos seus visitantes. Começando pelo tão conhecido Cozido das Furnas, quei-

Santa Maria Dotada de uma beleza natural, a ilha de Santa Maria é conhecida pelas maravilhosas cores das suas paisagens, onde o

jo Terra Nostra, Bife na Caçarola, os bolos lêvedos, o ananás, a caldeirada de peixe , as queijadas de Vila Franca e asa fofas da Povoação. É em São Miguel onde se situa a maior fábrica de produção de chá da Europa – a fábrica de Chá da Gorreana. Realiza-se também todos anos em Ponta Delgada, no 5º Domingo após a Páscoa, a festa do Senhor Santo Cristo dos Milagres, no qual a imagem do Sr. Santo Cristo é venerada, o que já acontece há mais de 400 anos. Para além desta manifestação religiosa durante estes dias há também manifestações desportivas e culturais. Não ficaste convencido? Então damos-te outro motivo para nos vir visitar: A revista National Geographic Traveler elegeu o arquipélago dos Açores, como as segundas melhores ilhas do mundo. Vem comprovar! Pontos a visitar: Lagoa das Sete Cidades, Lagoa do Fogo, Lagoa do Congro, fumarolas e Lagoa das Furnas, reservas

amarelo e o ocre do solo e das culturas, verde dos campos e o profundo azul do oceano oferecem panoramas sem igual tendo, como as restantes ilhas, mito para conhecer e oferecer proporcionando as melhores condições para a prática de desportos e actividades da natureza. Ainda que resultante de uma actividade vulcânica, Santa Maria é a única ilha dos Açores com zonas de origem sedimentar, explicando assim, a presença de formações calcárias de fosseis marinhos. Caracteriza-se pelos núcleos habitacionais que mito fazem lembrar as regiões continentais do Algarve e do Alentejo com casas de alvenaria branca e faixas coloridas, uma vez que os primeiros colonos derivaram na sua maioria destas regiões. A ilha situa-se no sudeste do arquipélago dos Açores e faz parte, juntamente com a ilha de São Miguel, do grupo Oriental e foi a primeira ilha a ser descoberta, por volta de 1427. Serviu

* Por Daniela Pimentel

São Miguel naturais do Nordeste, Ilhéu de Vila Franca do Campo, Parque Terra Nostra, fábricas de chá da Gorreana e do Porto Formoso, Caldeira Velha, Vale das Lombadas, Pico do Carvão, Pico da Vara e as estufas de ananases.

também como ponto de paragem de Cristóvão Colombo a caminho da primeira viagem à América. Santa Maria apresenta um clima mais seco e solarengo quando comparada com as restantes ilhas, tornando-se assim uma óptima alternativa aos que procuram um lugar paradisíaco e relaxante para passar as suas ferias. Contam os antigos que Santa Maria era conhecida como a ilha encantada já que de 7 em 7 anos, a ilha surgia no Poente, podendo-se ver as pessoas às janelas das casas e as suas roupas a secar. Ao ir a Santa Maria não pode deixar de provar os deliciosos pratos gastronómicos que os marienses tem para oferecer como por exem-

plo o cavaco, as cracas e as lapas grelhadas, o caldo de nabos, o bolo na panela ou a caçoila. No Verão realiza-se um dos mais conhecidos festivais de música das ilhas - a Maré de Agosto, que conta com a atracção de nomes internacionais. Por todas estas razões Santa Maria cada vez mais torna-se um ponto turístico muito visitado sendo assim um destino obrigatório para todos os amantes da natureza. Vem comprová-lo! Pontos a visitar: Fábrica da baleia do castelo; baía da praia; farol de Gonçalo Velho; praia de São Lourenço; forte de São Brás de Vila do Porto; Igreja de Nossa Sra. da Puricação; monte Delgado; monte das Flores; covão da Mula.

que o contrabaixo está completamente preparado para servir de bote salva-vidas. Não tentem fazer isto em casa, visto que nos tratamos de profissionais treinados.

público presente. Este não deixou de participar no espectáculo com bastante entusiasmo, tendo proporcionado uma boa assistência naquele já velhinho teatro.

Cartola’s Band – 10 anos a Enterrar-te! No passado dia 27 de Abril, a Magna Tuna Cartola largou as guitarras clássicas e os bandolins e pegou nos amplificadores para se dirigir ao palco do Enterro na sua persona mais electrizante- Cartola’s Band. Após Quim Barreiros ter estimulado o público com os seus clássicos da música portuguesa , os Cartolas entraram com um sorriso nos lábios e vontade de encher a tenda de ROCK!, desta vez com motivação extra visto que era o 10º aniversário da Cartola’s Band. O entusiasmo a expirar do palco logo chegou ao público que estava ao rubro ouvindo os variados hits que se propagavam na tenda com uma muito boa assistência pela noite fora. Despedindo-se assim de

mais um Enterro, foram fazer juz à sua música e foram todos para a “Farra” socializar. A todos aqueles que nos têm vindo a acompanhar desde 2000, um muito obrigado. Pelo vosso apoio e saber que o nosso trabalho é reconhecido e apreciado é muito importante e reconfortante para o grupo. E claro prometemos que pro ano há mais! Serenatas à Ria

Em pleno dia 25 de Abril, a Magna Tuna Cartola, ao participar nas Serenatas à Ria, provavelmente bateu um record ao conseguir colocar uns 40 indivíduos num moliceiro, mais os instrumentos. Ninguém se lembrou de chamar o Guiness na

altura, senão já estavam todos fartos de beber e comer com os 10.000 euros de prémio. Relativamente à actuação, os Cartolas mostraram que também têm umas serenatas no seu arsenal, como “Recordações”, “Lindos”, “Serenata Nova” e “Macho Português”, esta última cantada com muito amor e suavidade. As raparigas, visivelmente desiludidas por tamanho corpo de água a separá-las do moliceiro, limitaram-se a aplaudir freneticamente. É sempre um prazer para a MTC participar nesta belíssima tradição, e para o ano certamente estará lá de novo para ajudar a prolongá-la. Avisa-se que nunca ninguém correu perigo de afogamento, visto

FITAS 2010

No dia 10 de Abril, a Magna Tuna Cartola dirigiu-se a Albergariaa-Velha para participar no festival Tunas 2010, graças ao convite do Sport Clube Alba que prontamente foi aceite, visto que temos vários compatriotas de Albergaria e sendo assim estaríamos a “jogar em casa”. Chegando a hora do apito inicial, a equipa reuniu-se para dar o grito de guerra para assim entrar em palco para animar um pouco a noite do

E os júris decidiram : Melhor Tuna: MTC 2ª Melhor Tuna: Tuna Medicina da Universidade de Coimbra Melhor Porta-Estandarte: MTC Melhor Serenata: Tuna Medicina da Universidade de Coimbra Melhor Pandeireta: MTC Melhor Solista: Tuna Medicina da Universidade de Coimbra Tuna mais Tuna: Tuna Medicina da Universidade de Coimbra


17 de Maio de 2010

Basquetebol/ AAUAv na meiafinal dos CNU O mês de Abril terminou com a fase final do Campeonato Nacional Universitário (CNU) de basquetebol.

A AAUAv marcou presença com as equipas masculina e feminina que, fruto de uma boa época, se conseguiram apurar directamente para a fase final. O formato da competição foi igual para rapazes e raparigas: dois grupos de quatro equipas, onde apuravam para a meia-final as duas melhores equipas de cada grupo. A fase de grupos realizou-se nos dois primeiros dias de competição, ficando o terceiro dia reservado para as meias-finais, e quarto e último dia para as finais. Nesta fase, as meninas de Aveiro, colocadas no grupo A, venceram a Universidade de Lisboa por 44-12 e a Académica de Coimbra por 33-20, tendo perdido apenas frente à equipa da casa, o IPPorto, por 44-21. O percurso dos rapazes, colocados no grupo B, foi feito apenas com vitórias. Venceram a Universidade do Minho por 39-37, a Universidade da Madeira por 42-25 e a FCT Lisboa por 41-31. Esta primeira fase da competição ficou marcada pelos muitos protestos da maioria das equipas presentes na competição, devido ao acumular de erros por parte da organização, em especial no que toca às regras de jogo. Tais erros levaram a que muitos atletas tivessem condutas menos próprias, o que em nada dignificou a prova.

No último dia, as duas equipas entraram novamente em campo, mas com objectivos diferentes. Os

rapazes jogaram para o terceiro lugar, onde defrontaram mais uma vez a equipa da Universidade do Minho. Desta feita o resultado pendeu para o adversário, que venceu por 60-61. As meninas jogaram a final, e novamente frente à equipa da casa, o IPPorto. Foi um excelente jogo, onde há a realçar a grande atitude de todas as atletas da AAUAv. A derrota por 51-59 é injusta para quem tudo deu dentro de campo.

meiro jogo colocou frente a frente a equipa feminina e a FMH de Lisboa. Até ao intervalo o jogo foi sempre equilibrado, e as nossas meninas chegaram a estar a perder por três pontos. Na segunda parte, e já com um forte apoio na bancada, a equipa aveirense deu a volta ao resultado, fruto de uma excelente atitude e exibição, e venceu por 55-40, garantindo um lugar na final. A meia-final dos masculinos foi frente à Académica de Coimbra. Num jogo menos conseguido, onde se jogou com mais coração que cabeça, os rapazes acabaram por ser pouco felizes, tendo perdido por 59-73.

AAUAv Sailing Team anima a Ria

Vela e Canoagem presentes na Semana Académica Foi no Domingo, dia 25 de Abril, a seguir à sempre sensacional Corrida das Bateiras, que reúne dezenas de participantes, que os estudantes puderam experimentar a arte de bem velejar a bordo de um Veleiro Escola, que aguardava os interessados logo após o Canal das Pirâmides, junto à ponte das eclusas. Neste mesmo dia, a Canoagem do Núcleo de Desportos Náuticos marcou igualmente presença no Canal Central no Rossio, e em que muitos estudantes tiveram a possibilidade de dar um passeio de Canoa pela Ria, uma experiência bastante agradável. Em suma, estas duas ac-

Apesar dos objectivos não terem sido cumpridos, ambas as equipas estão de parabéns. Os masculinos,

apesar de uma época um tanto ou quanto atribulada e com algumas baixas, podiam ter feito um pouco mais. Contudo, é de louvar a atitude de quem lutou até ao último segundo em prol das cores da AAUAv. As femininas conseguiram um excelente segundo lugar que, apesar de saber a pouco, em especial por tudo o que fizeram, é muito gratificante. tividades foram um verdadeiro sucesso, permitindo a cerca de 50 estudantes um primeiro contacto com os desportos náuticos na Ria de Aveiro.

Ultrapassada a fase de grupos, havia chegado a hora das meias-finais. O pri-

Um muito obrigado a todos os que apoiaram as equipas da AAUAv!

21

“Conversas à Vela” – 22 de Maio No próximo dio 22 de Maio, o Núcleo de Desportos Náuticos da AAUAv,em parceria com a Fábrica de Ciência Viva e com o Sporting Clube de Aveiro, promove o “Conversas à Vela”, no Hotel Moliceiro, pelas 21.30h, tendo como alvo o público jovem e adulto. Trata-se da primeira sessão de um ciclo de “Cafés da Ciência” em torno da temática da Vela, reunindo num ambiente informal e descontraído um painel de convidados do mundo universitário e da área desportiva, que terão a oportunidade de expor as suas ideias sobre a relação entre a Ciência e a Vela, um campo verdadeiramente interessante e por explorar. Nesta primeira sessão marcarão presença o Prof. João Veloso e o Prof. Abreu Freire da Universidade de Aveiro, estando igualmente presente o Prof. Luís Rocha, Director Técnico Nacional da Federação Portuguesa de Vela, numa sessão que se prevê animada e promissora. “Regata Universidade de Aveiro” – 23 de Maio É já a 23 de Maio que se realiza a Regata Universidade de Aveiro, integrada na Regata Santa Joana Princesa, que tem o seu início no dia 22 de Maio, constituindo a 2ª manga desta regata carismática da Ria

de Aveiro. São esperados mais de uma centena de velejadores das mais variadas classes de Vela. A recém-criada AAUAv Sailing Team marcará presença nesta prestigiada regata, uma organização da Escola de Vela do Sporting Clube de Aveiro e que tem a colaboração do Núcleo de Desportos Náuticos da AAUAv. AAUAv Sailing Team e ACDs de Vela AAUAv Sailing Team continua a procurar membros da academia universitária (estudantes ou docentes) que queiram vir fazer parte da nossa equipa, que já tem um total de 12 velejadores. Caso não tenhas experiência de Vela, podes igualmente vir a integrar a equipa, bastando para tal frequentares as ACDs de Vela às quartas-feiras à tarde ou aos sábados à tarde. Podes ainda, na primeria quarta-feira de cada mês, velejar a bordo de um Veleiro sem qualquer custo. Estamos também a planear para breve a realização de um “Torneio Inter-Residências à Vela” e Regatas de Match-Racing. Para mais informações contacta o email nautic@ aauav.pt Campeonato Nacional Universitário de Vela em Aveiro E não te esqueças de que a Ria de Aveiro vai ser palco da Vela Universitária Nacional, cujo campeonato decorre nos dias 26 e 27 de Junho e promete reunir dezenas de velejadores em Aveiro. Os treinos da equipa AAUAv têm início em meados de Maio e durante o mês de Junho, culminado com a participação no Campeonato Nacional Universitário de Vela, uma organização conjunta do Federação de Desporto Universitário, Federação Portuguesa de Vela e (FPVela), AAUAv e Sporting Clube de Aveiro. É, assim, forte a aposta da Universidade nos Desportos Náuticos, contribuindo desta forma para um carácter diferenciador e tirando partindo das potencialidades da Ria de Aveiro. Para mais informações contacta o email nautic@aauav.pt


22

Diz-se por aí...

cartoon_by_ritz

Do Fundo do Baú

Antes do UniverCidade, já os aluno s da Universidade de Aveiro davam a conhecer os seus pontos de vista atr avés de uma publicação chamada "O Bu raco", que ser via para "mostrar todos os bu racos da Universidade de Aveiro". Neste número, datado de Março de 1991, estão, entre outras belas pérolas de escárnio, as previsões dos astros do Professor Sabadeck, um dos ilustres elementos da equipa editorial d’O Buraco, a par com nomes como Júl io Isidro, Eddie Murphy ou António Sala.


Sugestões Culturais

23

Agora a secção cultural tem voz - e pode ser a tua! Se quiseres participar, envia as tuas sugestões de livro, cd e filme para univercidade@aauav.pt. João Ramos é aluno do Mestrado em Comunicação Multimédia e Mestre de Curso de NTC. Há quatro anos que é um Creative Designer a título individual e escreve regularmente em http:// joaoramos.org sobre Street Art e em http://musicodecadente.com sobre insólitos musicais. Tem uma paixão pela leitura e por Blues e um gosto especial por kebabs.

TOPS Livros:

1) O Fio da Navalha (Somerset Maugham) 2) Uma Grande Razão - Os Poemas Maiores (Mário Cesariny) 3) Gomorra (Roberto Saviano) 4) Banging Your Head Against a Brick Wall (Banksy) 5) Casei com um Massai (Corinne Hofmann) Filmes:

1) Pulp Fiction 2) Fight Club 3) Clockwork Orange 4) Le Fabuleux Destin d'Amelie 5) Big Fish CDs:

1) Live At Wembley (Queen) 2) No More Loud Music (dEUS) 3) Meet The Eels (Eels) 4) Tom Waits (Alice) 5) Jam Session (BB King & Jimi Hendrix)

EVERYTHING IS ILLUMINATED { Liev Schreiber }

Everything Is Illuminated (2005), de Liev Schreiber, tornouse numa ode étnica à cultura cigana da Europa de leste e numa das mais fascinantes obras de cinema, apenas pareados com os filmes de Kusturica e com as típicas sonoridades de Fanfare Ciocarlia e dos gypsy punks Gogol Bordello (cujo vocalista, Eugene Hutz, protagoniza a alma cigana deste mesmo filme). Everything Is Illuminated é um filme de coração indie e de raça cigana, absolutamente imperdível e delicioso, não só pelo elenco mas também pelo maravilhoso trabalho fotográfico que tão bem desvenda as maravilhas de uma Ucrânia ainda em luto pela caça alemã da Segunda Guerra Mundial.

SONG OF DISTANCE

GOMORRA

{ Mazgani }

{ Roberto Saviano }

Song of Distance está nas prateleiras desde o dia 26 de Abril e é a mais recente obra-prima do lusoiraniano Mazgani. Com uma voz texturada por um veludo hiperventilado e uma postura digna de um reconhecimento público pelo próprio Tom Waits, Mazgani justifica e reafirma os aplausos do antecedente Song of the New Heart e dos dois EPs do ano passado. É, sem sombra de dúvida, um álbum a ouvir daquele que é o ancião do Indie Rock português e que tão bem cultiva o orgulho nacional lá fora.

Gomorra é a maior e mais incendiária denúncia da Máfia italiana escrita pelas mãos de Roberto Saviano, um jornalista napolitano com o destino traçado e cuja vida lhe é reconhecida como a de um “herói nacional”, segundo as palavras de Umberto Eco. Infiltrado nas famílias de Nápoles, Saviano desvenda os negócios clandestinos, os crimes hediondos e mapeia a timeline e o alcance dos mais importantes Padrinhos da Gomorra, a máfia napolitana. Protegido 24h por dia pelos Carabinieri e pelo Ministério do Interior, Roberto Saviano vive numa solidão de ferro e na ameaça constante de uma morte prematura por ter desvendado um dos maiores braços económicos e criminosos da Europa.


17 de Maio de 2010

voxpop Como finalista, sentes que o teu curso te deixou preparado para o mundo do trabalho? Quais são as tuas expectativas?

{ Rita Pascoal, Biotecnologia }

Acho que não. Nós aqui na Universidade ficamos sem noção do que é o mundo lá fora, não me sinto preparada. É difícil ter uma noção concreta do que o mundo do trabalho necessita, do que nos espera. São realidades completamente diferentes, e estudar na Universidade ilude-nos um bocado relativamente às necessidades do mundo do trabalho. Esta noção só terei quando começar a trabalhar, mas duvido que tenha trabalho na área.

{ Pablo Ferreira, Gestão } { Teresa Costa, Música }

Eu sou finalista do Curso de Música e acho que o meu curso me preparou para o mundo da Performance – tal foi a vertente que escolhi do curso. As minhas expectativas como músico e como cantor é levar a minha performance a muitos palcos e partilhar um pouco do que sei pelas academias do país.

{ Catarina Fernandes, Design }

O meu curso é Design na área global, por isso sinto necessidade de tirar mestrado para acabar a minha formação. Mas, de um modo geral, acho que somos bem preparados para o mercado, e espero trabalhar na minha área.

Nos dias que correm, julgo que ficar por uma licenciatura não seja suficiente para enfrentar o mercado de trabalho cada vez mais competitivo. Como finalista do curso de Gestão vejo a empregabilidade no meu sector cada vez mais escassa. Não estou, com isto, a descredibilizar o meu curso, mas vejo ser um problema da generalidade dos cursos, pelo que optar por um mestrado é a melhor escolha.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.