Abapainforma Novembro/2017

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ASSOCIAÇÃO DE AGRICULTORES E IRRIGANTES DA BAHIA & ASSOCIAÇÃO BAIANA DOS PRODUTORES DE ALGODÃO

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Agricultura eficiente: uma realidade no oeste baiano

A integração entre tecnologia de precisão e a adoção de práticas conservacionistas é a fórmula para a produção sustentável

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CLIMA Especialista prevê fim da estiagem no oeste da Bahia

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INSEGURANÇA Vândalos invadem fazendas em Correntina e deixam rastro de destruição Vândalos invadem fazendas em Correntina e deixam rastro de destruição

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PLANTIO Fim do vazio sanitário marca início do plantio de algodão na Bahia


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NOTAS

INSTITUCIONAL

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Soja Plus

Horta na Escola

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papel do agricultor brasileiro na conservação ambiental foi destaque do Seminário Nacional Soja Plus 2017, que aconteceu no último dia 23, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O tema foi abordado pelo Chefe geral da Embrapa Monitoramento por Satélite, Evaristo de Miranda. Segundo ele, “ninguém preserva mais o meio ambiente do que o produtor rural”. A conclusão é baseada em dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR), cuja adesão comprova o papel único e decisivo dos agricultores na manutenção da vegetação nativa e da biodiversidade. O evento homenageou os melhores produtores inscritos no programa de gestão econômica, social e ambiental da propriedade rural.

Programa Fitossanitário

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rodutor, participe do Programa Fitossanitário da Soja e ajude a combater a ferrugem asiática na nossa região. Entre em contato pelo telefone (77) 3613-8000, cadastre-se e receba nossa equipe na sua propriedade. Mais informações nas reuniões nas comunidades.

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Aiba participa da Comissão de política agrícola da CNA e discute orçamento da União para 2018

Tapa-buraco

projeto Horta na Escola, parceria da Aiba com as secretarias de Agricultura e Educação, já é uma realidade na rede municipal de ensino de Barreiras. Quatro unidades já foram contempladas (escolas Cleonice Lopes, Octávio Mangabeira, Dr. Renato Gonçalves e Tarcilo Vieira de Melo). A ação visa despertar o interesse do aluno no cuidado com o meio ambiente, além de melhorar a qualidade da alimentação servida na escola. A previsão é que, até o final do ano, o projeto seja implantado em mais seis escolas.

Visita Secretário

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umprindo agenda no oeste da Bahia, o secretário estadual de Meio Ambiente, Geraldo Reis, esteve na sede da Aiba, em Barreiras, onde pôde conhecer a estrutura e as ações do Centro de Apoio à Regularização Ambiental, que oferece orientação adequada sobre as legislações vigentes e procedimentos para regularização ambiental da propriedade rural. O titular da Sema levou consigo exemplares da Cartilha sobre Regularização Ambiental das Propriedades Rurais; do Manual de Algodoeiras; folders sobre Gestão de Resíduos Sólidos e outras publicações da Associação.

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fim de melhorar o escoamento da Safra 2017/2018, os produtores rurais do oeste baiano, em parceria com o governo do Estado, por meio da SIT (Superintendência de Infraestrutura de Transportes da Bahia), iniciaram a operação “tapa-buraco” em dois dos principais corredores viários da região: Coaceral e Anel da Soja, por onde são transportadas a produção agrícola.

ANIVERSARIANTES DE DEZEMBRO DE 2017 01/12 01/12 01/12 01/12 02/12 03/12 03/12 03/12 03/12 04/12 04/12 07/12 07/12 07/12 07/12 07/12 09/12 10/12 11/12 11/12

CANDIDO HIDEOMI UEMURA MAXIMINO JOSE MINGORI PAULO CEZAR KRAUSPENHAR RENATE TUMELERO BUSATO ALFREDO JANKE AURI FRANCISCO NEVES BRUM JOAO ANTONIO GORGEN ODACIL RANZI ROQUE ALFONSO STRIEDER MEIRI TAKAHASHI UEMURA TEOFILO BOIKO AGROPECUARIA CHAPADA VERDE LTDA CARTHAGE BRASIL FARMS LTDA FABRICIO BERNARDI HERTZ BRAZIL FARM LTDA JOHN DANIEL CARROLL ANTONIO GRESPAN MILTON AKIO IDE JOAO VITOR DENARDIN SILVIA MANO SHIMOHIRA

& Publicação mensal pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia - Aiba

12/12 12/12 12/12 12/12 13/12 13/12 14/12 15/12 15/12 16/12 17/12 17/12 17/12 17/12 18/12 19/12 19/12 20/12 20/12 21/12

KIOSHI HOSHINO MARIA FRANCISQUINI MANFRON MATHEUS PUPPO KLIEMANN MOISES ALMEIDA SCHMIDT ARNALDO MAGARINOS JUNIOR NILO DELLA SENTA ANDRE GUSTAVO PEDROSA DE CARVALHO ALEX ANDER MENEZES CAPISTRANO DE ALCKMIN CLACI GORETE MALACARNE KUHN LEONILDO INACIO MARCHALL HENDGES CASSIANO ANTONIO CAUS CRISTIANO PAULS FLAVIO SILVA VIEIRA GONÇALVES MARCIA FRANCIOSI CERVIERI BUSATO SEVERINO GIARETTON CARINA FRANCIOSI ELIA MACHADO HOLNIK ANILDO ERNO WINTER CARLOS WINTER ALEXANDRE SIMAO SCHWINGEL

REDAÇÃO E EDIÇÃO: Catiane Magalhães - DRT-BA: 2845 APROVAÇÃO FINAL: Rosi Cerrato PROJETO GRÁFICO: Marca Studio de Criação EDITORAÇÃO: Gabi Corsasi - Design Gráfico IMPRESSÃO: Gráfica Irmãos Ribeiro TIRAGEM: 2.000 exemplares

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ANTONIO MARTINS MARINGONI APARECIDO JAIME NEGRI ARTUR JANZEN CLOVIS CEOLIN GILBERTO LEANDRO MAGERL OSVALDO HANISCH PAULO ROBERTO MAGERL ALBERTO QUESINSKI DOUGLAS ORTH MESSALA LEMOS SILVANA TRUFFA DE CARVALHO BERLATTO LUIZ FELIPE DA FONTE PARANHOS FERREIRA LUIZ CARLOS WAMMES GUIOMAR DE SOUZA KLEBER SOSNOSKI ANIVIO ARMANDO TIMM SELMO JOSE CERRATO ELTON WALKER ILTON WALKER TALITA RATHKE ZANINI

Av. Ahylon Macêdo, 919, Morada Nobre, Barreiras/BA | CEP: 47.810-035 Tel.: 77 3613.8000 | Fax: 77 613.8020 APOIO:

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ASSOCIAÇÃO DE AGRICULTORES E IRRIGANTES DA BAHIA

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ntidades do agronegócio nacional, entre elas a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), solicitou a revisão dos valores previstos para a agropecuária no Orçamento Geral da União (OGU) de 2018. Um ofício conjunto foi encaminhado à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), às Comissões de Agricultura do Senado Federal e da Câmara dos Deputados e ao relator geral do orçamento, solicitando ajustes em ações que afetam o setor. A proposta foi definida durante a reunião da Comissão Nacional de Política Agrícola da CNA, realizada no início do mês, em Brasília. Na avaliação dos integrantes da Comissão, o corte nos programas de política agrícola e de defesa agropecuária vai comprometer o desempenho da atividade. Em comparação com 2017, houve uma queda

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de 20,4% no orçamento, que passou de R$ 35,8 bilhões para R$ 29,7 bilhões. Os cortes mais significativos foram para a equalização da taxa de juros – 30% – e para a gestão de riscos na atividade agropecuária – 19,7%. Segundo o presidente da Comissão Nacional de Política Agrícola da CNA, José Mário Schreiner, o momento é “crucial”, pois o orçamento para o próximo ano está sendo definido pelo Governo. A CNA pedirá R$ 1,2 bilhão para subvenção ao prêmio do seguro rural, R$ 1,7 bilhão para apoio à comercialização e R$ 3,5 milhões para o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC). “A sinalização do Ministério do Planejamento é que venha um recurso extremamente estreito para o setor agropecuário. É oportuno e apropriado apresentar esta demanda para que a FPA peça

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a aprovação desses valores no orçamento. Os recursos solicitados são essenciais para contemplar o Plano Agrícola 2018/2019”, afirmou José Mário Schreiner. Além da Aiba, representada pelo seu vice-presidente David Schimdt, participaram da reunião e também assinam o documento a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), a Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Sindicatos e Federações do Brasil. Outros temas de destaque da reunião foram o Projeto de Lei 7740/2017, que estende o mecanismo de equalização de taxas de juros aos bancos privados e às confederações de cooperativas de crédito rural e a questão dos custos cartoriais.

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INSTITUCIONAL

MEIO AMBIENTE

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Especialista prevê fim da estiagem no oeste da Bahia

Potencial agro-ambiental do Brasil é ressaltado em painel na COP 23

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preservação dos recursos hídricos disponíveis na região oeste da Bahia foi pauta de um debate promovido pela Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Jaborandi, que reuniu, no final do mês passado, na Câmara de Vereadores daquele município, irrigantes, representantes de órgãos ambientais e da sociedade civil, além de prefeitos e vereadores de Jaborandi, Correntina e Coribe. O diretor de Águas e Irrigação da Aiba, Cisino Lopes, compôs a mesa de debate e defendeu o direito ao uso democrático da água, o que inclui a irrigação de forma eficiente e consciente. As palavras equilíbrio e sustentabilidade deram a tônica do seu discurso. Segundo ele, é possível continuar produzindo alimentos minimizando os impactos ambientais. “Acho pertinente essa preocupação com os recursos naturais, só não podemos ser radicais. A palavra-chave é fazer o uso racional daquilo que dispomos. As pessoas têm uma visão equivocada da agricultura e, sobretudo, da irrigação. E as veem como vilãs, mas esquecem de que foram elas que trouxeram desenvolvimento e progresso para a nossa região; que

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transformaram o cerrado em terra agricultável; que gerou emprego e renda para a nossa população. Basta comparar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos municípios onde há o agronegócio com os que não há para perceber que a atividade traz muitos benefícios”, argumentou o agrônomo, defendendo o uso consciente da água, sobretudo nesse período prolongado de estiagem. Para Cisino, o momento atual é de alerta, por conta do baixo volume dos rios, ocasionado pela falta de chuva, razão que tem levado a Aiba a orientar os seus associados a adotarem algumas medidas preventivas. No entanto, ele acredita que cenário deve mudar nos próximos dias. A previsão de chuva foi confirmada pelo meteorologista e pesquisador da Universidade Federal de Alagoas, PhD em Meteorologia e pós-doutor em Hidrologia de Florestas, Luiz Carlos Molion, que palestrou no evento. Segundo o especialista, as restrições hídricas enfrentadas não só no oeste, mas em outras regiões do País, têm mais a ver com o ciclo climático do que com a própria atividade de irrigação. O professor da Ufal é otimista quanto à

próxima safra. De acordo com suas perspectivas, a chegada do fenômeno la niña vai garantir a boa distribuição das chuvas, promovendo boa produtividade, bem como a normalização do nível dos rios. “Está previsto o fim de um ciclo e o começo de um outro, pois na natureza nada é definitivo. Vejo uma boa previsão para os próximos dez anos, mas a curto prazo posso adiantar que os anos de 2018 e 2019 serão melhores em termo de chuvas”, disse. O produtor rural Denilson Roberti classificou a iniciativa de “excelente oportunidade de informar, com embasamento científico, as reais causas para os longos períodos de seca que podem influenciam o regime de chuvas e a oferta de água pelos rios da região”. Em sua opinião, “encontros como esse são importantes para esclarecer as lideranças e a população de um modo geral, que geralmente colocam a culpas no agronegócio e ignoram os fatores cíclicos”, pontuou o agricultor, que está há 29 anos em Jaborandi, onde cultiva soja, milho e algodão, sendo 75% com o plantio de sequeiro, ou seja, cultivado somente com o regime das chuvas.

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agronegócio nacional foi bem representado na Conferência das Partes para Mudança do Clima (COP 23), realizada em Bonn, na Alemanha. O evento contou com o “Espaço Brasil”, onde foram apresentados painéis sobre os modelos de agriculturas praticadas em solo brasileiro. Em um deles, “a competitividade da agricultura de baixa emissão de carbono no país”, no qual representantes de instituições brasileiras abordaram os avanços do Plano ABC e os desafios ainda encontrados para expansão e reconhecimento interno e externo. O potencial do país no quesito agro-ambiental foi destacado pelos participantes do painel organizado pela Centro de Estudo em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas. De acordo com eles, o Brasil tem tudo para ser reconhecido mundialmente pela sua capacidade de conciliar a produção agropecuária com a preservação do meio ambiente, contribuindo não apenas para baixa emissão de carbono, mas também para uma agricultura carbono negativo. Avanços significativos já foram dados com o Plano ABC, Cadastro Ambiental Rural e o Código Florestal. Um exemplo é a adoção da integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) em 11,5 milhões de hectares, ultrapassando de maneira antecipada a meta voluntária estipulada pelo governo federal em 2009 para aumentar em 4 milhões a área com o sistema produtivo até 2020. “O Brasil é um ator fundamental no equacionamento da segurança alimentar no mundo. Mas tem que fazer isso de forma sustentável. E a www.abapa.com.br

agricultura de baixo carbono é uma introdução muito importante nesse cenário. Uma adição. Nós já temos uma coisa muito boa e é fundamental que a gente continue progredindo, melhorando. A Embrapa tem feito um esforço extremamente relevante. Na verdade a Embrapa é uma das razões do sucesso da agropecuária brasileira e precisa continuar contribuindo”, destacou o embaixador e presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex-Brasil), Roberto Jaguaribe. Para o embaixador, o Brasil precisa estar ainda mais presente nas grandes discussões sobre a agricultura no mundo e mostrar sua capacidade de produção sustentável. “O Brasil tem uma percepção muito menos positiva do que a realidade produtiva brasileira. E a gente está fazendo um esforço para trabalhar na redução dessa distância. As demandas ambientais são todas extremamente relevantes, para não dizer fundamentais. Mas existe um componente demagógico que a gente precisa superar. Para isso é preciso engajar outros atores fora do país que tenham uma visão mais realista, mais racional, mais lúcida sobre a realidade brasileira”, disse o embaixador se referindo à interesses comerciais que são ocultados em demandas ambientais internacionais. O pesquisador da Embrapa e presidente do Conselho Gestor da Rede ILPF, uma parceria público privada para fomento dos sistemas integrados de produção agropecuária, Renato Rodrigues, destaca a vanguarda do Brasil na produção sustentável quando comparado a ou-

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tros países produtores de alimentos no mundo. “O Brasil está muito à frente de todos os outros países, principalmente os grandes players da agricultura mundial, como Estados Unidos, Argentina e tantos outros. Nós temos uma tecnologia, um sistema de produção, uma política pública, instituições organizadas e articuladas buscando melhorar cada vez mais o sistema de produção. E é isso que a gente vem fazendo tanto pela Embrapa quanto pela Rede ILPF, buscando cada vez mais melhorar esse sistema de produção, oferecer mais benefícios ao produtor e também levar junto essa agenda ambiental”, afirmou.

DESAFIOS

Para que o país seja devidamente reconhecido como uma potência agro-ambiental entretanto, ainda é preciso avançar na ampliação do crédito às tecnologias de baixa emissão de carbono, facilitando o acesso aos pequenos e médios produtores, além de fortalecer a assistência técnica no país. Para os painelistas, um exemplo disso é a pequena participação do Programa ABC, linha de crédito para as tecnologias de baixa emissão de carbono, em relação ao total do Plano Safra. Porém, ressaltaram que as técnicas sustentáveis não são dependentes apenas da linha de crédito oficial. “Nem só via crédito tem havido o crescimento da adoção dessas tecnologias”, ressaltou o pesquisador da GV Agro Ângelo Costa Gurgel.

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INSEGURANÇA

INSEGURANÇA

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Vândalos invadem fazendas em Correntina e deixam rastro de destruição

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prejuízo causado pelos vândalos que invadiram uma propriedade rural pertencente ao Grupo Igarashi, no município de Correntina, pode ultrapassar os R$ 50 milhões, de acordo com informações divulgadas pela imprensa nacional. No episódio ocorrido no feriado de 2 de novembro, cerca de 500 pessoas chegaram a bordo de ônibus fretados e caminhonetes particulares e invadiram a propriedade, dando início a um ato de terrorismo ideológico, usando como pano de fundo “a defesa às águas do rio Arrojado”. Entre o patrimônio depredado estão: 32 pivôs, 2 colheitadeiras, 3 caminhões, 1 pá carregadeira, 1 retroescavadeira e uma patrol. Os autores do crime também atearam fogo em depósitos, tratores e destruíram a rede elétrica. A ação teria sido motivada pela insatisfação da população com a captação de água por parte de duas fazendas da empresa, apesar de o governo do Estado atestar a legalidade do processo, através da emissão de outorga concedida pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema). A fazenda era uma das maiores produtoras de feijão, tomate, batata, cenoura, cebola e alho, e era periodicamente fiscalizada pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). Indignados com tamanha violência, representantes das principais entidades do agronegócio baiano foram a Salvador solicitar uma intervenção do Estado, a fim de que os culpados sejam identificados e punidos. O caso é investigado por uma força-tarefa da Polícia Civil, que já ouviu mais de 30 pessoas para saber os autores e patrocinadores da destruição.

ENTIDADES DO AGRONEGÓCIO SE PRONUNCIAM SOBRE O CASO Aiba:

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Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) esclarece que apoia toda e qualquer manifestação de cunho ambiental, mas repudia veementemente ações violentas e atos de vandalismo contra o patrimônio, seja ele público ou privado. A Aiba classifica o manifesto de extremista e sem embasamento técnico-científico, onde os

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participantes atribuem o baixo volume dos rios exclusivamente aos pivôs utilizados na irrigação das lavouras, desconsiderando estudos recentes sobre a disponibilidade hídrica da região, fatores climáticos e o próprio ciclo da natureza. A Associação lembra que, para produzir alimentos, os agricultores irrigantes desempenham suas atividades dentro da lei e são acompanhados pelos órgãos fiscalizadores. Qualquer irregularidade praticada pela categoria é passiva de penalidades previstas na Legislação Ambiental, uma das mais severas do mundo. Por isso, toda a captação é feita de maneira racional e eficiente, com auxílio de tecnologias que ajudam a reduzir o desperdício. A entidade ratifica a pesquisa da Embrapa a qual revela que os produtores rurais da Bahia são os que mais preservam os recursos hídricos, bem como com todo o meio ambiente. Por fim, a Aiba externa a sua confiança na justiça e espera que a mesma seja feita, para que os culpados, bem como todos os que incitam tamanha covardia, sejam identificados e punidos.

Abapa:

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Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) lamenta o ato de destruição e vandalismo ocorrido na quinta-feira (2) na Fazenda Iragashi, no Distrito de Rosário, em Correntina. A entidade entende como legítima manifestações pacificas que não infrijam a legislação penal vigente com atos de invasão e depredação de patrimônio, sejam eles público ou privado. A entidade acredita que muito dos manifestantes podem estar sendo incentivados, de forma inconsequente, por lideranças que se recusam a dialogar ou se inteirar dos fatos científicos e das leis que autorizam os mais diversos usos das águas, incluindo para a irrigação, por meio da autorização do órgão ambiental, mais conhecida como outorga. O rio Arrojado, causa da manifestação e da violência na Fazenda em Correntina, está com a vazão normal para este período do ano e nunca teve risco de seca. Antes de levar os manifestantes ao ato de destruição, os representantes do movimento deveriam avaliar de forma objetiva qual o uso das águas dentre todos os usuários e se a possível redução da vazão estaria diretamente relacionado com a irrigação. Para a Abapa, o ato de vandalismo decorre do desconhecimento dos fatores climáticos e dos processos de produção agrícola no oeste da Bahia. Primeiro, em novembro, tem início as primeiras chuvas, retomando gradualmente o nível das águas, depois de longa estiagem, o que deixa naturalmente reduzida a vazão dos rios. Em segundo, nos meses de agosto, setembro e outubro, as fazendas www.abapa.com.br

estão em período de vazio sanitário, ou seja, sem produção agrícola. Somente com as primeiras chuvas que os agricultores começam o plantio das culturas de sequeiro, ou seja, sem uso de água. Do total de 2,2 milhões de área plantada, 160 mil são irrigados. Ou seja, somente 8% é irrigado. De toda forma, aqueles que utilizam sistemas de irrigação na produção passam por rigorosas concessões do uso da água pelos órgãos ambientais e por renovação da licença e fiscalização periódicas. Ao entender a importância da água e dos custos envolvidos na irrigação, os agricultores trabalham com equipes técnicas capacitadas que minimizam as perdas, utilizando a água de forma racional e eficiente. Pesquisas recentes da Embrapa Monitoramento de Satélite e por meio de informações do Cadastro Ambiental Rural (CAR), os agricultores vem respeitando a legislação e preservando 26% da área nativa de todo o território nacional. Na Bahia, segundo dados do Cadastro Florestal de Imóveis Rurais (Cefir), 9,1 milhões de hectares inseridos no bioma cerrado na região, 4,5 milhões estão conservados e 3,1 milhões são produtivos. Ou seja, existem mais áreas preservadas do que em produção. Da área nativa preservada estão principalmente a vegetação das margens de rio e nascentes. Mais do que respeitar a legislação, os agricultores estão mobilizados e estruturados para utilizar, quando necessário a água de forma racional, e proteger os recursos hídricos. De forma científica, os agricultores também estão empenhados em entender como funciona o Aquífero Urucuaia. Eles estão financiando uma pesquisa, realizada em parceria entre os pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV), de Minas Gerais, e da Universidade Federal de Nebraska, dos Estados Unidos, com o objetivo de quantificar a disponibilidade da água e sua importância para os múltiplos usos nas bacias do Rio Grande e Corrente, no oeste da Bahia, o que garante a segurança hídrica para manter a irrigação e, consequentemente, a produção sustentável de alimentos. Os agricultores baianos estão cientes das suas obrigações com o meio ambiente e vem inserindo a variável da sustentabilidade em toda as fases da produção. E, por isto, adota modelos que associam os desafios de produção, cumprimento legal e boas práticas agropecuárias, com manejo adequado do solo e da água e gestão de resíduos. A Abapa e demais entidades da agricultura estão abertas ao diálogo na tentativa de desconstruir preconceitos que de forma inconsequente e irresponsável vilanizam os agricultores e os colocam de forma errada em contraponto ao meio ambiente.

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Abimaq:

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sta é uma fazenda no Oeste da Bahia, tocada por descendentes de japoneses e cumprindo missão nobre de produzir comida (batata, cenoura, feijão, tomate, alho, cebola, soja, milho, entre outros) para o povo da Bahia, do Brasil e do mundo. Trabalha dentro da lei com todas as autorizações de funcionamento, outorgas e enfrentando as inúmeras dificuldades que o Brasil coloca para quem quer trabalhar e produzir com seriedade. Gera desenvolvimento, exportações, impostos e empregos onde antes nada existia. Nesta semana, liderados e provavelmente financiados por profissionais que precisariam ser descobertos, um grupo manipulado de pessoas se transforma em selvagens e invade e destrói toda a fazenda, sob olhar atônito de seus proprietários, funcionários e sem a defesa do Estado, no caso o aparato policial insuficiente e amedrontado pelas consequências midiáticas de seus esperados atos, mas vale lembrar, com seus salários pagos com os impostos gerados por este produtor. Muitos estão conhecendo esta triste história por esta postagem, pois esta destruição, como era de se esperar, gerou pouca cobertura da grande mídia, que provavelmente se interessaria muito mais se algo acontecesse a algum dos selvagens por uma reação da polícia ou de quem viu seu patrimônio destruído, dentro da ótica romântica, “coitadizadora” e “vitimizadora” que rege boa parte da nossa imprensa. O fim desta triste história é conhecido e provavelmente teremos apenas quatro punidos: 1) o empresário, 2) seus empregados, 3) o Brasil e 4) a minha, a sua e a nossa moral e auto-estima. Finalmente, sendo propositivo, acho que o Governador da Bahia deveria marcar e fazer uma visita à familia Igarashi, pedir desculpas em nosso nome a quem transformou pastagem degradada em pura produção de alimentos, verificar o tamanho do prejuízo, e oferecer, já que seu Estado não deu conta de proteger o patrimônio destes japoneses que lá investiram, isenção tributária estadual até que se atinja o valor da destruição econômica gerada pelos selvagens e seus líderes. A destruição moral desta família e de seus funcionários, não temos como pagar, resta então pedirmos desculpas a estes japoneses e lutar para que o Brasil do futuro, da geração de renda, seja de... “mais japoneses e menos selvagens”.

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Governo investiga invasões e reforça policiamento na região oeste

Fim do vazio sanitário marca início do plantio de algodão na Bahia Previsão é que agricultores plantem em área 33% maior do que na safra passada

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governador Rui Costa determinou que a Secretaria da Segurança Pública (SSP) apure rigorosamente as invasões de terras ocorridas no oeste da Bahia e reforce o policiamento na região. A decisão foi tomada após reunião com representantes de associações e sindicatos locais ocorrido no dia 6 de novembro, na Governadoria, em Salvador. Presente no encontro, o secretário da Segurança Pública, Maurício Barbosa, destacou que “a Polícia Militar se fez presente desde o primeiro momento. Agora, estamos reforçando as estruturas de segurança, tanto da Polícia Militar,

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como já fizemos com o envio de tropas especializadas, como também enviando reforços para a Polícia Civil, que ficará à frente das investigações. Equipes de inteligência da secretaria também estão envolvidas na operação”. Barbosa acrescentou que “a prioridade é evitar novas invasões e também identificar quais foram as pessoas ou grupos que financiaram a depredação de um patrimônio privado e de atentado às pessoas que estavam trabalhando”. O secretário do Meio Ambiente, Geraldo Reis, e a diretora-geral do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Márcia Telles, tam-

bém estiveram presentes. A reunião contou com a participação do secretário estadual da Agricultura (Seagri), Vitor Bonfim; e de representantes da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé), da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), da Associação Baiana de Produtores de Algodão (Abapa), Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja), do Sindicato dos Produtores Rurais de Barreiras (SPRB), do Sindicato dos Produtores Rurais de Luís Eduardo Magalhães (SPRLEM) e da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb).(Secom Ba)

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om o fim do período do vazio sanitário, encerrado nesta segunda-feira (20), os produtores de algodão da Bahia estão liberados para iniciarem o plantio da safra 2017/2018. A medida, estabelecida por meio da portaria Nº 213/2015, pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), determinou que durante dois meses (de 20 de setembro e 20 de novembro), os produtores de algodão do oeste da Bahia eliminassem as plantas vivas do algodoeiro do campo. Esta é uma das mais eficientes ações para a prevenção e combate às principais pragas na lavoura do algodão, www.abapa.com.br

principalmente o bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis). Diante dos ótimos resultados de produtividade na última safra, quando atingiu os 310 arrobas de algodão/hectare, a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) prevê o aumento de 33% da área plantada em relação à última safra, sendo estimados cerca de 268 mil hectares. Deste total, somente 36,3 mil hectares é irrigado. “Estamos apostando na regularidade das chuvas, que estão voltando à normalidade, e no trabalho desenvolvido em conjunto pelos agricultores e técnicos do programa fitossa-

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nitário para a prevenção e combate a doenças e pragas na lavoura”, explica o presidente da Abapa, Júlio Cézar Busato. Na safra passada, foram plantados 201,6 mil hectares, sendo colhidos cerca de 393,7 mil toneladas de algodão em pluma e 937,5 mil toneladas de algodão em caroço. “Com a normalização do clima, vamos retomar a nossa área plantada. Nos próximos três ou quatro anos, chegaremos à nossa capacidade instalada de 400 mil hectares, buscando de volta os agricultores para o plantio de algodão, gerando ainda mais riqueza e desenvolvimento para a região” afirma.

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Abapa recebe visita de grupo que propõe nova rota de exportação para o algodão baiano

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Abapa recebeu no mês de outubro a visita técnica de um grupo que estuda a viabilidade para implementar um nova rota de exportação do algodão baiano para os países da Ásia, em especial a China, por meio de um porto do nordeste brasileiro. Formada pelas empresas Star Logística, Suzuyo Gerenciamento Logístico, Alfatrans, Transparana e CMA/CGM do Brasil, que se reuniram para viabilizar a rota, os representantes conheceram as instalações da UBahia, Eisa Interagrícola, e do Centro de Análise de Fibras da Abapa, em Luís Eduardo Magalhães (BA). “Este é um estudo inicial de um novo modelo de exportação do algodão baiano para a Ásia e a China, com a possibilidade de otimizar a logística e reduzir os custos de operação. A ideia é conhecer como funciona o mercado e as condições de armazenamento, transporte e escoamento do produto para criar também uma operação atrati-

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va financeiramente para os produtores baianos”, explicou Érika Murata, diretora comercial da Suzuyo Gerenciamento Logístico. “Ficamos impressionados com toda a estrutura montada e os detalhes inerentes à venda do algodão. Agradecemos pela visita e informações sobre a matéria-prima e escoamento da produção. Neste estudo prévio, iremos entender também a capacidade de exportação para montar uma estrutura em um porto do Nordeste e disponibilizar navios para levar o produto até a Ásia”, reforçou Adeline Bellion, gerente de desenvolvimento de negócios da CMA/CGM. Ao representar a diretoria da Abapa na visita, o produtor do grupo Santo Inácio, Marcelo Kappes, acredita no potencial do algodão baiano, em específico, do oeste da Bahia, para que sejam oferecidas novas rotas, e de preferência com menor custo, para escoar a matéria–prima. “Além de

evidenciar a qualidade do nosso algodão, existe todo o trabalho desenvolvido pela Abapa para estabelecer alternativas aos produtores como forma de reduzir custo em logística”, afirma, ao garantir que a entidade está aberta para as empresas que queiram investir no setor. Durante a visita às instalações da Abapa, o diretor-executivo, Lidervan Mota Morais, e o coordenador do Centro de Análises de Fibras, Sérgio Brentano, ressaltaram a adequação dos produtores e da cadeia de algodão da Bahia às exigências de qualidade para fornecer matéria-prima para o mercado têxtil no Brasil e no exterior. Na UBahia, a beneficiadora foi apresentada por um dos sócios fundadores, Miguel Goldenberg, e na Eisa Interagrícola, pela gerente da filial em Luís Eduardo Magalhães, Márcia Enéias. Também integraram a comitiva, Carlos Vedovato da Transparana e Josias de Oliveira, da Alfatrans.

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Programa de combate a pragas do algodão recebe investimentos e se mantém estruturado para próximas safras na Bahia

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urante reunião do Conselho Gestor do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), no início de novembro, foram renovados investimentos nos próximos três anos para o Programa de Monitoramento e Controle de Pragas do Algodoeiro da Bahia. Deverão ser aplicados recursos no valor de R$ 925,051 mil para a safra 2017/2018, R$ 3,366,579,35 para a safra 2018/2019, e R$ 3.364.080,78 na safra 2019/2020. As verbas vão permitir a manutenção do Programa Fitossanitário do Algodão desenvolvido pela Abapa mantendo o suporte aos agricultores www.abapa.com.br

na prevenção e combate às doenças e pragas do algodão. “Com estes recursos, vamos trabalhar para nos mantermos como referência em monitoramento do bicudo e mobilização direta junto aos agricultores e técnicos que atuam nas fazendas”, explica o presidente da Abapa, Júlio Cézar Busato, que também integra o conselho gestor do IBA. Na última safra, os produtores de algodão atingiram uma produtividade média recorde de 310 arrobas/hectare. Além da regularidade das chuvas, os resultados também podem ser creditados ao Programa Fitossanitário.

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“Estamos, todos, fazendo o dever de casa e seguindo firmes no combate às pragas, estimulando o envolvimento de produtores, gerentes de fazendas, consultores e dos pesquisadores de defesa agropecuária”, explica Busato, ao mencionar que houve redução da quantidade de inseticidas no campo e dano zero com o bicudo do algodoeiro na maioria das lavouras de algodão na safra 2016/2017. Na década de 80, a praga destruiu cerca de 4 milhões de hectares e, desde então, é uma preocupação constante na cadeia produtiva do algodão.

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do solo e no manejo adequado do mesmo. A aplicação de fertilizantes, aquisição de equipamentos e, principalmente, a adoção de práticas conservacionistas compõem a “fórmula de sucesso” que tem garantido uma melhora significativa na qualidade das terras, aperfeiçoando o perfil do solo e transformando o cerrado em região agricultável. Adepto às boas práticas de conservação solo, o agricultor Luiz Pradella vê, ano após ano, os resultados positivos em sua propriedade. Na fazenda, ele realiza a descompactação do solo, através do plantio direto e da rotação de cultura. Segundo ele, a combinação dessas técnicas permite a estruturação dos solos (abertura dos poros), o que ajuda na melhora do seu nível. “Como ganho direto eu poderia citar a economia operacional, já que reduz os gastos com combustível, além da segurança de se obter uma produção média maior e mais estável, pois se tem um solo mais fértil e melhor em quantidade e perfil, comprovado por análises em laboratório”, elencou o produtor.

SEQUESTRO DE CARBONO

Agricultura eficiente: uma realidade no oeste baiano A integração entre tecnologia de precisão e a adoção de práticas conservacionistas é a fórmula para a produção sustentável

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om o advento da tecnologia, o homem do campo tem utilizado a modernidade a seu favor. Tratores computadorizados e máquinas de última geração compõem, hoje, o arsenal dos agricultores na hora de formarem suas lavouras. A mecanização e informatização, contudo, não se resumem apenas ao plantio e colheita, os produtores rurais têm investido cada vez mais em equipamentos que garantem informações precisas sobre clima, mercado, qualidade do solo, quantidade de água e fertilizantes a serem utilizados, entre outros subsídios que ajudam os agricultores e agrônomos a tomarem a decisão certa, no

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tempo certo, e, assim, diminuir custos e aumentar a produtividade nas fazendas. O uso dessas ferramentas aliado às boas práticas, como técnicas de conservação do solo e da água, resulta em benefícios não só para o produtor rural, mas principalmente para o meio ambiente. Se produzir mais com um custo menor é bom, elevar o volume produzido e de forma sustentável é ainda melhor. É a chamada agricultura eficiente, uma realidade visível nos campos do oeste da Bahia. Quando aqui chegaram, há pouco mais de 30 anos, os sulistas encontraram terras praticamente inférteis, e as transformaram em uma

das maiores áreas produtivas do País. É aqui que está situado, por exemplo, o maior produtor de algodão, segundo maior produtor de feijão e quarto maior produtor de soja do território brasileiro. O oeste baiano tem uma agricultura variada e papel de destaque não apenas nas safras de grãos e fibra, mas também de produtos como café e mandioca, além de ser o maior produtor de frutas como banana, mamão, manga, maracujá e coco. O agronegócio é a principal atividade da região e mola propulsora da economia local. Mas essa vocação agrícola se deve aos elevados investimentos, sobretudo na fertilização

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De acordo com Pradella, além dos ganhos diretos, há incalculáveis benefícios à natureza, já que tais práticas são ambientalmente favoráveis, por conseguirem aprisionar mais dióxido de carbono na terra. “A esse processo damos o nome de sequestro de carbono (CO2), pois percebemos um acréscimo de até 0,01% de matéria orgânica ao ano no solo”, explicou. Um estudo realizado recentemente por pesquisadores da Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob), Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e da Faculdade São Francisco de Barreiras (Fasb) comprova a tese do agricultor. A pesquisa analisou uma área de aproximadamente 1,98 milhão de hectares e o resultado desmistificou a ideia de que a agricultura é o principal contribuinte para o efeito estufa, mostrando que a atividade agrícola praticada no oeste da Bahia reduz a emissão do gás poluente, através da absorção e retenção do mesmo no solo. Segundo o diretor de Águas e Irrigação da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), o engenheiro agrônomo José Cisino Lopes, o aprisionamento de CO2 na terra favorece as plantas para que elas tenham mais acesso à agua e aos nutrientes, uma vez que desenvolvem um sistema radicular mais forte. “Com solo de maior qualidade e raízes bem desenvolvidas e mais profundas o resultado é uma lavoura mais saudável e com uma produtividade maior. Isso é bom para o produtor e melhor ainda para o meio ambiente”, explicou. www.abapa.com.br

EFICIÊNCIA

O agrônomo compartilha a “fórmula da eficiência”: fazer plantio na palha, monitoramento de pragas e de doenças, terraceamento e rotação de cultura. Ele defende que estas práticas não só melhoram o solo como ajudam a deter a água da chuva, evitando, assim, o escoamento de boa parte desta água que causa erosões, além de contribuir para a recarga dos aquíferos. “Mais recentemente os agricultores do oeste têm adotado o plantio de adubo em período seco (sem chuva), onde se coloca o adubo em linhas, e posteriormente, na época da chuva, se planta a semente na mesma linha. Isso só é possível porque os tratores são dotados de GPS, que identificam com precisão o local exato, usando sementes de altíssima qualidade, que frutificarão em sua totalidade, pois precisamos desse ganho de tempo na semeadura para garantir a boa produtividade e manter-se competitivo, já que, devido a fatores climáticos só temos uma safra por ano” explica, denominando o feito de “agricultura de precisão ou de eficiência”. Ao falar em boas práticas conservacionistas, o tema logo nos remete aos recursos hídricos. Esta também é uma preocupação dos produtores rurais do oeste baiano. A fim de praticar uma agricultura sustentável, muitos irrigantes da região adquiriram as próprias estações agrometeorológicas, cuja finalidade é garantir a eficiência na irrigação. As estações automatizadas e de baixa manutenção fornecem os

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dados climáticos necessários que, juntamente com informações levantadas, pelo produtor, sobre o solo, a cultura e o sistema de plantio, alimentam modernos softwares de gestão de irrigação que irão auxiliar o operador a tomar decisões assertivas ao estabelecer a lâmina d’água, momento adequado e tempo de irrigação, evitando desperdício, tanto de água quanto de energia elétrica. “São sistemas inteligentes que calculam o volume hídrico e o tempo a ser irrigado, para que não haja excessos nem uma sublâmina incapaz de atender a demanda mínima da planta, interferindo no seu desenvolvimento, ou seja, é um sistema de gerenciamento de irrigação que ajuda a minimizar as perdas hídricas”, pontuou o engenheiro agrônomo e membro do Conselho Técnico da Aiba, Orestes Mandelli. Segundo ele, os sistemas de irrigação mais modernos podem atingir até 98% de eficiência (aproveitamento da água). Contudo, ele ratifica que uma agricultura eficiente é resultado da combinação de tecnologia e decisões humanas, como o manejo do solo, construção de curvas de nível, plantio na palha, rotação de cultura e o escalonamento do plantio. “Escalonar as áreas de plantio em semanas diferentes, por exemplo, resulta na obtenção de plantas em diferentes fases de crescimento e demandas hídricas, o que permite otimizar a irrigação. Esse uso racional é bom para o agricultor e para os rios”, pontua.

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Abapa atinge marca de 1 milhão de análises que atestam a qualidade do algodão baiano para o mercado internacional

Representantes da Linha Amarela da John Deere se reúnem com entidades dos produtores baianos para fortalecimento das parcerias

ALGODÃO TEM RECORDE HISTÓRICO DE FATURAMENTO NA BAHIA

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esponsável pela classificação e por atestar a qualidade do algodão baiano, o Centro de Análise de Fibras da Abapa atingiu a marca de 1 milhão de análises na safra 2016/2017. A partir da colheita do algodão, no início de junho, os produtores começaram a encaminhar as amostras para a sede do Centro, em Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia, para serem classificadas e separadas conforme características essenciais para o uso do setor têxtil como comprimento, resistência, uniformidade, reflectância da fibra, dentre outras. Um dos maiores laboratórios de classificação da América Latina, o Centro da Abapa foi modernizado em 2013/2014 aumentando a capacidade instalada para analisar 18 mil amostras de algodão por dia, com entregas dos resultados em 24 horas. O gerente do Centro de Análises de Fibras da Abapa, Sérgio Brentano, explica que a classificação é essencial para especificar a qualidade amparando a decisão para onde e para quem a fibra será comercializada. “Para o produtor, o trabalho de classificação é o que vai determinar se um lote de algodão será comercializado para uma indústria que fabrica uma camisa com texturas mais ou menos finas, calças jeans, roupa de cama ou usos menos nobres como tapetes, estofados ou pano de chão”, explica. No período de pico das classificações desta safra, chegaram

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a ser realizadas até 12 mil análises por dia, operando em dois turnos. A previsão é que sejam analisadas até o final do ciclo desta safra, em novembro, cerca de 1,2 mil amostras de algodão. Em dezembro de 2016, o Centro da Abapa passou a integrar uma rede de 14 laboratórios de certificação de algodão espalhados pelo Brasil, coordenados pelo Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), inaugurado em dezembro de 2016, em Brasília. Em setembro deste ano, técnicos do CBRA realizaram visita técnica no Centro de Análise de Fibras da ABAPA afim de acompanhar os procedimentos operacionais e administrativos, comparando-os aos parâmetros do programa de qualidade Standard Brasil HVI (SBRHVI), desenvolvido pela Associação Brasileira dos

A produção agropecuária do Brasil em 2017, com base no resultado de outubro, já é de R$ 533,5 bilhões, 1,6 % acima do valor de 2016, que foi de R$ 525 bilhões. De acordo com pesquisa divulgada esta semana pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o valor segue superior ao do ano passado mesmo com as alterações dos últimos dois meses restantes, uma vez que a safra de 2016/17 está quase encerrada. O cálculo é baseado no valor bruto da produção agropecuária (VBP). O algodão é o produto que mais se destacou em termos de faturamento, aponta o ministério, com aumento real de 73,56% em relação ao mesmo período do ano passado. Na Bahia, o faturamento da lavoura de algodão de 2017 é histórica, a maior do período de 10 anos em que a pasta realiza este levantamento: R$ 4.813.238.637, ante 1.990.741.002 do ano passado. O faturamento deste ano da região Nordeste é de R$ 5.416.111.040. (Fonte: Jornal A Tarde)

Produtores de Algodão (Abrapa). A cada 200 amostras, uma é rechecada pelo CBRA para garantir o controle de qualidade do Centro de Análises da Abapa.

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diretoria da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) e da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) se reuniram no dia 13 de novembro com os representantes comerciais da linha amarela da John Deere, uma das maiores empresas do segmento de maquinário para construção que atuam no Brasil. O objetivo é fortalecer o relacionamento da empresa com as entidades de produtores, a exemplo da parceria já desenvolvida por meio das atividades do Centro de Treinamentos da Abapa, em www.abapa.com.br

Luís Eduardo Magalhães. Para o presidente da Abapa, Júlio Cézar Busato, a empresa já vem contribuindo com a capacitação da mão de obra na operação de máquinas como motoniveladoras e pá carregadeiras. “Trabalhar nesta capacitação é fundamental para que os funcionários das fazendas possam utilizar todos os recursos de segurança e tecnologia que estão à disposição nestas máquinas para executar o serviço de forma segura e eficaz. Ao saber da importância, nosso objetivo

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é dobrar a capacidade de atendimento e oferta de cursos do nosso Centro de Treinamentos”, afirma. Ta m b é m p a r t i c i p a r a m d a re u n i ã o o p re s i d e n t e d a A i b a , C e le s t i n o Z a n e l l a , v i ce - p re s i d e n t e d a A i b a , L u i z P r a d e l l a , o p re s i d e n t e d a A p ro s o j a , A l a n J u l i a n i , o d i re t o r exe c u t i v o d a A b a p a , L i d e r v a n M o r a e s , o co o rd e n a d o r d o C e n t ro d e Tre i n a m e n t o d a A b a p a , D o u g l a s Fe r n a n d e s , a l é m d o d i re t o r d e o p e r a ç õ e s d a Ve n e z a E q u i p a m e n t o s , A ss i s Ta v a re s .

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Prorrogada emergência fitossanitária para combate a Helicoverpa na Bahia

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Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) prorrogou o prazo de vigência de emergência fitossanitária no estado da Bahia, e em mais outros cinco estados – Goiás, Maranhão, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e Piauí. A me-

dida, publicada no dia 6 de novembro, por meio da portaria Nº 2.293, no Diário Oficial da União, prevê ações para a implementação do plano de supressão de praga e adoção de medidas emergenciais para o combate à Helicoverpa amigera, anteriormente previsto na portaria Nº 1.109, de 6 de novembro de 2013. O período da emergência fitossanitária nos seis estados fica estabelecido até o dia 30 de julho de 2018. Embora esteja sob controle na Bahia, a medida de estender é preventiva devido aos danos causados às culturas da soja, algodão e milho, quando a Helicoverpa trouxe, há cerca de cinco anos, prejuízos na safra. O estado de emergência permite aos produtores adotar medidas excepcionais de supressão à praga, com acesso legal a produtos como o Benzoato de Emamectina, ainda em processo de liberação definitiva para uso no Brasil. A Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), que mantém programa fitossanitário de

referência para combate a doenças e pragas do algodão, comemorou a prorrogação do prazo. “A emergência sanitária é essencial para que possamos consolidar a cultura de prevenção e combate à praga. A medida visa garantir que continue sendo utilizado o benzoato em caso de emergência contribuindo para eliminar as chances de prejuízos nas lavouras no oeste da Bahia com a Helicoverpa”, afirma o presidente da Abapa, Júlio Cézar Busato, que também preside a Câmara Técnica de Insumos Agropecuárias do Mapa, representando a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Na Bahia, a Agência Baiana de Defesa Agropecuária (Adab) emitiu a portaria Nº 408, em 23 de novembro de 2016, que amparava a decisão do Mapa, e que regulamenta e define as regras para o uso do Benzoato de Emamectina na Bahia, o que deve se manter com a prorrogação da emergência sanitária pelo Ministério da Agricultura.

Registro definitivo do benzoato de emamectina mais próximo de se tornar realidade

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a mesma semana em que foi publicada a portaria ampliando o período de emergência fitossanitária, os produtores de algodão receberam uma das notícias mais aguardadas pelo setor: a aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do inseticida Proclaim 50, da Syngenta, no Brasil, cujo princípio ativo é o benzoato de emamectina. Um parecer favorável do Ibama já havia sido expedido em outubro, faltando, agora, apenas a manifestação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o terceiro órgão da tríade responsável pelo registro de químicos agrícolas no país. Hoje, o produtor rural só pode utilizar o benzoato de emamectina em suas lavouras durante

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Abapa reforça aprendizado sobre beneficiamento de algodão em curso no oeste baiano

a emergência fitossanitária para a helicoverpa. A molécula se mostrou a mais eficaz no combate à praga e também para outras espécies do complexo de lagartas. Quando sair o registro definitivo do Proclaim 50, os cotonicultores pedirão um prazo de 12 meses ao Governo Federal para esgotar o estoque do benzoato importado, que, segundo estima a Abrapa, ainda seria suficiente para uma safra brasileira. “Esse produto não pode ser descartado. Teve um custo e precisa ser utilizado, antes da aquisição do novo insumo”, explica o presidente da entidade, Arlindo de Azevedo Moura, afirmando que a notícia do posicionamento da Anvisa foi muito bem recebida pelo setor. (Assessoria Abrapa)

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ara capacitar os funcionários da cadeia do algodão, o Centro de Treinamentos da Abapa promoveu ao longo do mês de novembro o Curso de Operador de Máquinas e Beneficiamento de Algodão. Com carga horária de 80 horas/aula, o curso abordou, de forma aprofundada, as etapas de beneficiamento do algodão, desde a separação da pluma e do caroço, até a análise que atesta a qualidade da fibra junto ao mercado consumidor. Formatado de forma pioneira na Bahia, o curso realizado em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), contou com cerca de 25 participantes que vão aproveitar a oportunidade para ingressarem ou se posicionarem melhor no mercado de trabalho. É o caso de Albertino dos Santos Souza, 19,

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que vê no treinamento uma oportunidade para começar a trabalhar na cadeia produtiva do algodão. “É o mundo novo para mim. Por meio do curso passei a conhecer como funciona o beneficiamento e o trabalho desenvolvido por uma algodoeira. Ao fim do curso, espero ter as qualificações necessárias e estar apto para buscar um emprego na área”, aponta. O treinamento também é uma oportunidade para quem já trabalha na área. Com a experiência de dez anos com trabalho desenvolvido em uma algodoeira, José Ailton Duarte, 31, está satisfeito com o conhecimento a mais adquirido no treinamento. “Este é o momento de aprender a teoria, questões ligadas à segurança no ambiente de trabalho e o que está sendo exigido pelo mercado para garan-

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tir a qualidade da pluma”, explicou ele, que trabalha como prenseiro em uma algodoeira, mas que já passou pelo setor de classificação visual. Um dos instrutores do curso, o coordenador do Centro de Análises de Fibras da Abapa, Sérgio Brentano, o treinamento é fundamental para atender a crescente exigência do mercado por fibra de qualidade. “Existe a necessidade de qualificação dessa mão de obra, o que vai proporcionar a médio prazo melhoria nos serviços oferecidos pelas usinas de beneficiamento instaladas na região”. Durante o módulo, os inscritos participaram de uma visita técnica à usina de beneficiamento da SLC Agrícola e ao Centro de Análise de Fibras, que classifica o algodão produzido na Bahia.

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Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa) visita instalações do Centro de Treinamentos da Abapa em Luís Eduardo Magalhães

Abapa patrocina atletas vencedores do Desafio das Serras de Mountain Bike, em Barreiras

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om o objetivo de incentivar o esporte local, a Abapa patrocinou cinco atletas que participaram do Desafio das Serras de Mountain Bike, realizado no domingo, 12 de novembro, em Barreiras. Destes competidores, três deles subiram ao pódio e os outros dois chegaram em quinto lugar. Leandro Menezes foi o campeão da categoria sub-30, David da Mata chegou em terceiro colocado na categoria Máster A-2, e Pacheco, ficou em terceiro na Master A-3. Os participantes apoiados pela Abapa vestiram a camisa da campanha Sou de Algodão, incentivando o uso do algodão principalmente em roupas de quem pratica atividade física. Cerca de 250 atletas entre profissionais, amadores e admiradores da natureza pedalaram por 58 quilômetros por trilhas, serras e estradas de cascalho. Foram premiados atletas nas categorias: elite masculino e feminino, júnior, sub 30, máster de 30 a 49 anos, veterano, dupla masculina, dupla mista e turismo, garantindo espaço para todas as idades. Diante do su-

cesso do evento, o organizador do Desafio das Serras, Marcos Ely, da Ciclo Bahia, acredita que novas competições possam entrar definitivamente no calendário oficial. “Agradecemos os agricultores baianos, por meio da Abapa, que apoiaram os nossos ciclistas e estão incentivando cada vez mais o esporte na região”. O presidente da Abapa, Júlio Cézar Busato, explica que as entidades ligadas aos agricultores baianos estão buscando incentivar boas práticas não somente para o campo, mas também na cidade. “A Abapa organizou no final de outubro a I Corrida do Algodão, de Luís Eduardo Magalhães, quando mobilizou cerca de 750 atletas competidores, ressaltando a importância da cadeia produtiva do algodão no oeste da Bahia. Aproveitamos a oportunidade para incentivar o uso do algodão, enfatizar a importância socioeconômica do agronegócio para quem também está na cidade e mostrar como os agricultores estão produzindo de maneira sustentável e responsável na região”, explica.

Abapa vence Copa Sesi de Futsal

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presidente da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Alexandre Schenkel, visitou no dia 17 de novembro as instalações da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), em Luís Eduardo Magalhães. Recepcionado pelo presidente da entidade, Júlio Cézar Busato, o principal objetivo do encontro foi o intercâmbio de informações sobre as atividades desenvolvidas no Centro de Treinamento da Abapa, que capacitou somente este ano cerca de 6 mil pessoas.

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“Temos um centro de excelência que vem trabalhando para capacitar os funcionários envolvidos na cadeia do algodão nas fazendas da Bahia. A diretoria da Ampa ficou muito interessada em implantar uma estrutura como a nossa e de começar futuras parcerias na promoção de cursos, a exemplo do que realizamos recentemente sobre o beneficiamento do algodão”, explica Busato. Ao longo este ano, foram promovidos mais de 200 cursos, ligados diretamente ao campo, como Movimentação Operacional

Abapa conquistou a Copa Sesi de Futebol, disputado no domingo, 12 de novembro, no Ginásio de Esportes da FASB, em Barreiras. O time venceu na final o Fribarreiras por 2 x 1, e na semifinal a Cargill por 3x1, ambos de virada. Esta foi a primeira vez que a entidade disputou uma competição de futsal oficial e a equipe já se sagrou vencedora. “Sempre jogamos e algumas pessoas que trabalham conosco já participaram de campeonatos, então decidimos nos inscrever e conseguimos vencer”, explica um dos líderes do time, o supervisor do laboratório, Renato Possato, que vai ficar atento para inscrever a equipe da Abapa nos próximos torneios. As duas primeiras partidas da primeira fase da Copa Sesi de Futsal foi realizada no domingo, 5 de novembro, quando a Abapa venceu o Nutriouro por 4 a 2, e Barboza & Barboza por 5 x 2.

de Produtos Perigosos (MOPP), Operação de Trator e Plantadeira, Desenvolvimento de Lideranças, Operador de Máquinas Beneficiadoras de Algodão e Implantação do E-Social Contábil e Jurídico. O Centro de Treinamento Parceiros da Tecnologia conta com apoio do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), Agrosul-John Deere, Veneza Equipamentos-John Deere, Senar, Senai, Sesi, Cieb, Oeste Pneus-Pirelli, Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Prefeitura de Luís Eduardo Magalhães.

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Balancete Prévio da Empresa: Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia CNPJ: 63.077.937/0001-85 Referente ao mês de Setembro de 2017

CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA: a composição destes ativos é dada conforme o quadro. As aplicações financeiras possuem característica de resgate imediato, sendo que parte destas, bem como dos saldos mantidos em conta corrente, são recursos recebidos para aplicação em projetos. CONTAS A RECEBER: refere-se aos valores a receber de instituidores e mantenedores por conta de contribuições com anuidades, mensalidades e operação safra, bem como, sobre os contratos firmados para execução do evento Bahia Farm Show. Os saldos reclassificados para não circulante tem origem em períodos anteriores e, com base em análises da Administração, ainda são passíveis de realização. IMOBILIZADO: tais ativos estão demonstrados conforme o quadro, detalhado por rubrica contábil e segregando os ativos da AIBA e os mantidos na Bahia Farm Show. A depreciação é calculada sobre taxas fiscais. FORNECEDORES: referem-se aos valores devidos decorrentes das atividades normais da Entidade. OBRIGAÇÕES FISCAIS E TRABALHISTAS: as contas mais relevantes são férias e salários a pagar. Salários são pagos dentro do mês da competência. Obrigações fiscais se refere a impostos retidos sobre serviços contratados. RECEITAS A APROPRIAR: as receitas de locação de stands da Bahia Farm Show são registradas a medida que os contratos

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são firmados, tendo como contrapartida o contas a receber e esta rubrica de receitas a apropriar no passivo. Tais saldos são apropriados ao resultado como receitas apenas no período de execução da feira, sendo que os ativos constituídos via de regra são realizados parceladamente ao longo do ano. Os recursos recebidos de convênio são também mantidos neste grupo e a medida que são executados, tais saldos são apropriados ao resultado do exercício. FUNDO SOCIAL: Os superavits e deficits apurados anualmente são movimentados à conta de Fundo Social, sendo incorporados ao mesmo no decorrer do exercício subsequente. RECEITAS LÍQUIDAS E CUSTOS DOS PROJETOS E OPERACIONAIS: as receitas operacionais sem restrição se referem as atividades operacionais da empresa, tais como anuidades e Bahia Farm Show. Na conta receitas diversas, está contido o valor de R$ 624.300,00 de Patrocínios da Bahia Farm Show e R$ 1.253.227,46 de Operação Safra, entre outros Em receitas operacionais com restrição são lançados as receitas realizadas com convênios (Projetos). Receitas financeiras se referem a ganhos com aplicações financeiras. DESPESAS GERAIS E ADMINISTRATIVAS / FINANCEIRAS: as despesas da Entidade são decorrentes de suas atividades operacionais, da Bahia Farm Show e Projetos Executados. Nas contas de Serviços em Publicidade e Marketing e Pulicidade estão contidas as despesas com o plano de mídia da Bahia

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Farm Show. A conta Serviços Diversos contém a conta analítica de Serviços de Reparação e Construção de estradas, com Saldo de R$ 2.455.089,44 que se refere aos custos para execução de projetos de infraestrutura de convênios com o Prodeagro, também contem a Conta Serviços Contratados BFS no valor de R$ 288.076,15 que são serviços contratados exclusivamente para execução da Bahia Farm Show, entre outras contas. A conta Consultorias e Assessorias é composta, entre outras, pelas contas Assessoria e Consultoria Jurídica no valor de R$ 205.780,00 e Assessoria e Consultoria Ambiental no valor de R$ 1.246.975,91, sendo estes custos de projetos, pagos com recursos de convênios (Projetos). Na conta alugueis estão inclusos materiais alugados para Bahia Farm Show As despesas financeiras são apropriadas em regime de competência, sua composição é principalmente descontos concedidos e tarifas bancárias. Em Outras Despesa está a conta Despesa com Contribuições com saldo de R$ 85.500,00 que são contribuições aos Instituto Pensar Agro (IPA). Celestino Zanella – Presidente Elio Rafael Engelmann – Contador CRCRS-088135/O-6 TBA

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Resumo dos balanços mundiais de oferta e demanda da soja e do algodão SOJA

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safra dos Estados Unidos se manteve no centro das atenções do mercado após ciclo 2016/17 de produção recorde ao redor do mundo. Apesar do clima mais seco e quente registrado em julho no país, período que concentra a formação das vagens da soja americana, o USDA estima uma safra recorde também em 2017/18. Esse cenário foi reforçado no balanço mensal de oferta e demanda de novembro, quando a produtividade foi mantida em 49,5 bushels/acre, o que fez com que os preços futuros da oleaginosa voltassem a ser negociados abaixo de US$ 10,00/bushel. Apesar da demanda aquecida, a tendência é de uma oferta confortável ao redor do mundo. No Brasil, houve atrasos no início do plantio, mas, pelo menos por enquanto, não são esperados maiores prejuízos para o desenvolvimento das lavouras. O plantio se encontra em nível avançado, com bom aproveitamento do período de chuvas ao longo de novembro. Mesmo assim, não se espera uma safra tão grande quanto a anterior. Apesar do aumento de área em mais de 1 milhões de hectares, a produtividade não deve ser tão elevada. Com isso, o balanço de oferta e demanda para 2017/18 deve ficar mais restrito, com estoques de passagem menores e exportações que podem superar 65 milhões de toneladas.

ALGODÃO

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mercado deve acompanhar nos próximos meses a finalização da colheita de algodão 2017/18 nos países do hemisfério norte, enquanto os países do sul adentram o ano-safra com o início do plantio. Os Estados Unidos, principal exportador da pluma, teve estimativa de produção elevada pelo USDA para 4,65 milhões de toneladas em novembro, representando avanço de 24% em relação à safra 2016/17. A projeção para a safra global, por sua vez, aponta um avanço de 14% na produção internacional, para 26,44 milhões de toneladas, superando o aumento de 4% esperado para o consumo. Apesar do aumento no estoque final, demanda aquecida, liderada principalmente por Bangladesh (+5%) e China (+1,3%), contribui para uma queda de 2% na relação estoque/uso global, estimada em 76,21%. No Brasil, as exportações de algodão acumularam 606,2 mil toneladas até a primeira semana de novembro, representando 88% da estimativa de 685 mil toneladas da Conab para 2016/17. Faltando 7 semanas até o fim da safra, apenas 79 mil toneladas são necessárias para que a projeção seja atingida, elevando a possibilidade de revisão do volume estimado, e, consequentemente, redução dos estoques no período entressafras.

Mercado do Produtor: um case de sucesso A integração entre tecnologia de precisão e a adoção de práticas conservacionistas é a fórmula para a produção sustentável

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Mercado do Produtor de Juazeiro é um ótimo exemplo para os demais municípios com potencial agrícola, que também possuem produção em projetos de irrigação de pequenas e médias empresas e, da agricultura familiar do município. Inaugurado em 1986 atualmente é considerado a segunda maior Ceasa do Brasil, são 1.200 comerciantes, 1.300 pontos de comercialização entre boxes, módulos, paletes, pedras e ainda, um grande número de produtores. Mensalmente cerca de 6 mil caminhões circulam no Mercado carregando 14 mil toneladas de produtos. Mais de 3 mil pessoas transitam diariamente por lá. A economia do município gira em torno da produção de frutas que se destaca com empreendimentos rurais, que contribuem diretamente para o crescimento da agricultura e principalmente do pequeno produtor. Essa união beneficia a geração de 6 mil empregos diretos e indiretos e, o crescimento do volume de negócios realizados - é o quinto maior entreposto do Norte e Nordeste em volume e valor de negócios. A comercialização chega a 80 mil toneladas/mês e em valores reais de R$70 milhões/mês. O presidente do Sindicato dos produtores Rurais de Barreiras (SPRB), Moisés Schmidt, acompanhado do diretor Jeová Lopes e do Coordenador de Projetos, Sunny Aaron, da instituição, visitaram o Mercado do Produtor e aprovaram o trabalho realizado. “O que vimos é o resultado da valorização do trabalho do produtor, que se inicia no campo com implantação de políticas públicas que incentivam a pesquisa, o aprimoramento da mão de obra, a modernização de técnicas de plantio, linhas especiais de crédito, até a sua comercialização”, disse Schmidt.

EXEMPLO A SEGUIR

Bons exemplos são inspiradores e Barreiras, uma das maiores cidades do oeste baiano, necessita de mudanças urgentes relacionadas ao Centro de Abastecimento (CAB), que já apresentava sérios problemas de infraestrutura e logística e, agora está parcialmente inutilizado devido ao grande incêndio que ocorreu no início deste mês. “Uma reforma rápida e eficiente é necessária e urgente para realocar os feirantes da cidade e de municípios vizinhos que comercializam sua produção aqui, mas é importante que a obra não pare por aí. Iniciar um projeto moderno

que atenda as necessidades dos mesmos é de extrema urgência para o desenvolvimento econômico”, pontuou Schmidt, que ressaltou ainda, as intenções do SPRB a favor ao agronegócio. “Barreiras é beneficiada pela sua localização geográfica favorável a logística no processo de distribuição e, pela qualidade e variedade da produção de frutas e isso só contribui para investir na expansão do setor. Pensando nisso, o Sindicato já protocolou duas intenções de implantação de uma Ceasa em Barreiras, junto ao Ministério da Agricultura visando à carência dos produtores rurais e comerciantes”, concluiu. (Ascom/SPRB)

Site de acesso: www.sprb.org.br

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Ana Luiza Lodi, analista de mercado da INTL FCStone

Rua Manoel Fernandes dos Santos, 51 – Morada Nobre – Barreiras – BA, 47810-115 – (77) 3611-4299

Gabriela Fontanari, analista de mercado da INTL FCStone

Endereço Correios: AC Barreiras – Caixa Postal 0469 – Centro – Barreiras – BA, CEP 47800-970

ASSOCIAÇÃO DE AGRICULTORES E IRRIGANTES DA BAHIA

www.aiba.org.br

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ASSOCIAÇÃO BAIANA DE PRODUTORES DE ALGODÃO

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NOVEMBRO|2017 . ANO 25 . Nº 263

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ASSOCIAÇÃO DE AGRICULTORES E IRRIGANTES DA BAHIA

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