Mercado de Trabalho
Andrea Martins
Crise e oportunidade A transformação digital e a perda de confiança dos cidadãos nas instituições mudaram as regras não só no mercado de comunicação, mas também no mundo dos negócios e da gestão das companhias. Empresas e clientes precisam de novos serviços e perspectivas. As propostas dos fornecedores tradicionais da área de comunicação já não são suficientes, e outros profissionais estão chegando de campos variados – consultorias de negócios, de tecnologia ou das disciplinas mais diversas – para atuar no setor. Além disso, os meios de comunicação abordam desafios globais em seu modelo de negócio que afetam o papel que desempenham. “Tudo isso supõe uma mudança disruptiva que, claramente, exige que diretores de comunicação, consultores e jornalistas se adaptem às mudanças”, diz Adolfo Corujo, sócio e diretor geral corporativo de Talento, Organização e Inovação da Lloren30 Comunicação Empresarial 101 | Aberje
te & Cuenca, consultoria espanhola de gestão de reputação, comunicação e assuntos públicos presente em 13 países, entre eles Brasil, Estados Unidos, Portugal e Argentina. Neste cenário de mudanças e transformações, discute-se se existe uma crise no mercado de comunicação. As opiniões se dividem, mas todos concordam em que o mundo digital, as redes sociais e os avanços tecnológicos tiveram papel fundamental na criação de um novo panorama do segmento. E que adaptação, assim como na natureza, é a chave para sobreviver, crescer e ampliar os negócios nesta nova realidade. “O fechamento de redações, como o Terra, cortes em jornais, revistas e até no mercado online mostram que o setor não está imune à crise. No ambiente corporativo não é diferente, porém acredito que esteja menos vulnerável”, reforça Fabrício Costa, gerente de co-
Inovações tecnológicas, queda de confiança do consumidor e uma concorrência cada vez mais voraz têm transformado rapidamente o mercado de comunicação. Entretanto, para os profissionais da área, se há dificuldades também há aspectos favoráveis nessas mudanças
municação da Baxter Hospitalar. Para Priscila Santana, gerente do departamento de Comunicação da Ajinomoto do Brasil, o mercado tem enfrentado momentos de turbulência, mas também de oportunidades. “Temos a crise do editorial, o desaparecimento de títulos importantes, o digital tomando cada vez mais espaço, as redações mais enxutas, a cobrança dos jornalistas cada vez maior, mas, por outro lado, temos mercados se abrindo e oportunidades de atuação”, conta. “Trata-se de um momento decisivo porque precisamos decidir de que lado ficaremos – do lado inovador ou do decadente”, dispara Paulo Andreoli, CEO da MSL Andreoli, empresa integrante do Publicis Groupe, quinto maior grupo de comunicação do mundo. Para o executivo, o mercado tem crescido nas receitas, mas dá sinais de decadência há algum tempo. A primeira delas, segundo