Apostila Minicurso de Atualização e Julgamento das raças Hereford e Braford

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Capacitação Regional Núcleo Jovem HB

Curso de Atualização e Julgamento das raças Hereford e Braford _____

XIV FENATRIGO

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29 de setembro Ministrado pelo Inspetor Técnico Emannuel Cabral ______________________

www.abhb.com.br Promoção da ABHB durante a XIV Fenatrigo em parceria com a Área de Produção Animal e curso de Veterinária da Unicruz

PARQUE INTEGRADO DE EXPOSIÇÕES: RODOVIA BR 158 KM 198 CRUZ ALTA / RS


Hereford Histórico A raça Hereford é originária do condado britânico de Herefordshire. É considerada uma das raças bovinas mais antigas do mundo, com indícios de sua existência desde desde 1562. Alguns relatos contam que nesta época, o britânico Lord Scudamore comprou alguns animais de Dunquerque, Holanda, com o objetivo de produção de leite em sua fazenda. Após a morte do lorde, que não possuía herdeiros, alguns destes animais soltaram-se, pelos campos da Inglaterra. Um estudo recente realizado pelo Departamento de Genética do Trinity College, da Irlanda, utilizando marcadores genéticos para estudo do DNA, mostrou uma grande afinidade genética do Hereford com a raça Holandesa. Esta afinidade foi comprovadamente maior do que com as outras raças britânicas como Aberdeen Angus ou Devon. O estudo deu veracidade aos relatos sobre as vacas “orelhanas” de Scudamore e também explica as manchas brancas que são comuns as duas raças. O melhoramento moderno do Hereford iniciou em 1742, desenvolvido por Benjamin Tomkins e seu filho homônimo, considerado o fundador da raça. Através de consaguinidade sucessiva, foi possível obter animais mais eficientes, possibilitando maior rusticidade, fertilidade e o abate precoce. Na época, a cor da pelagem não era importante. Alguns eram cinzentos, rosilhos, salpicados e vermelhos, até a produção de um touro importante de Tomkins chamado Silver Bull. Apesar do nome, era vermelho com a cara branca e extremidades brancas, característica que se estabeleceu como marca de pureza racial. Os touros do final de 1700 e início de 1800 pesavam mais de uma tonelada. Cotmore, um touro icônico da raça pesava 1960kg quando foi exposto no Royal Show em 1839.

Touro Hereford Cotmore


A expansão do Hereford pelo mundo deu-se na metade do século XIX, durante a Revolução Industrial. Nesta época houve um aumento na demanda de produção de carne com a comercialização de carne enlatada pelos britânicos. A grande eficiência produtiva do Hereford na conversão de pasto em carne de alta qualidade destacou a raça para compradores do mundo todo. Atualmente existem exemplares em todos os continentes. Os primeiros Hereford chegaram a América do Sul comprados em 1858 pelos pecuaristas argentinos Martín e Delia. No Uruguai, há registros da importação destes animais para o país em 1864. O Hereford foi introduzido no Brasil pelos países vizinhos. Em 1907, o criador Laurindo Brasil, de Bagé, inaugurou o HerdBook da raça no país através do registro do touro “Alfo”, importado da Argentina. Os primeiros ventres registrados foram importados do Uruguai por Antonio Costa & Cia, também de Bagé em 1910. O primeiro produto nacional nasceu neste mesmo criatório, o touro Lofty, importado in útero. Porém, antes das datas oficiais de registros, muitos “pampas” atravessaram as fronteiras sem cercas entre países povoando os campos gaúchos. O Hereford original é aspado. Sua variação mocha, o Polled Hereford, foi introduzido no Brasil pelo criador Olympio Guerra, de Quaraí, que importou um touro americano em 1928. Atualmente, pela facilidade de manejo dos animais mochos, cerca de 85% da população é composta por mochos. A Associação Brasileira de Criadores de Hereford e Polled Hereford foi fundada em 1958. Atualmente chama-se Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB), sendo responsável pela promoção das raças e pelo registro genealógico do Hereford dos livros PC (Puro Controlado) e LA (Livro Aberto). A cada ano são registrados cerca de 15.000 Hereford e Polled Hereford de todos os livros. Apesar de sua característica cosmopolita, no Brasil, os estados da região sul concentram a maior parte dos animais da raça devido ao clima mais favorável. O Hereford moderno traz consigo as suas características ancestrais de fertilidade, boa produção leiteira, precocidade de abate, prolificidade e capacidade de produzir carne de alta qualidade, sendo esta a sua característica sua principal.


Padrão Racial Aspecto Geral O Hereford deve apresentar vivacidade, com bom tonus muscular e facilidade de movimentos; nobreza no porte, tanto em equilíbrio, como ao caminhar; olhar vivo, mas dócil, com boa aceitação do trato humano. Físico: Porte médio à grande, segundo o Tipo Biológico buscado, em correlação com o meio criatório; de aparência forte, com boa massa muscular e equilíbrio entre os quartos traseiro e dianteiro. Esqueleto: Ossatura forte, sem excessos e bem coberta pela musculatura. Exterior Cor: Classicamente, o gado Hereford é conhecido pela cor vermelha, com a cabeça, extremidades e baixo ventre brancos. No biótipo brasileiro busca-se a predominância do vermelho claro – ressalvadas nos machos as variações de tons mais escuros do pescoço, paletas e costilhares, designativos de masculinidade – com menor percentagem de áreas brancas que o original inglês; à exceção da cabeça, o branco preferencialmente deve limitar-se à linha inferior do corpo, podendo apresentar ausência deste nas cruzes. Com a cor branca nas extremidades, os animais apresentam os cascos naturalmente brancos. Não são descartados, porém, animais com escassas áreas brancas nos aprumos, desde que isso não represente perda total das características, ou indivíduos sem o branco em sua totalidade, não excedendo à mais de um membro com essa coloração. Nesses casos, os cascos poderão ter coloração vermelha. Mucosa: Preferencialmente pigmentada. Na área periférica dos olhos e da boca, no nariz, úbere e testículos, será dada a preferência aos animais que apresentarem pigmentação, com vantagens para aqueles que tiverem mancha vermelha em cobertura aos olhos, desde que a cabeça permaneça com sua característica cor branca em superfície não inferior a 70%. Pêlo: Discreto, com facilidade de pelechar muito cedo na primavera, apresentando-o, quando pelechado, liso, brilhante e sentado no couro; exceção feita aos pêlos característicos (púbis, vassoura da cauda, orelhas) e dos diferenciais masculinos (pescoço e cogote).


Couro: Fino e solto nas regiões carnudas, mas aderido na cabeça e nas extremidades. Desde abaixo do queixo, para trás, apresenta pouca barbela; no pescoço a pele deve aderir, caindo naturalmente em direção ao peito, apresentando mínimas sobras nas axilas; ligado sob o tórax, até chegar ao prepúcio que não deve ser muito despegado. A equivalência do prepúcio dos machos é, nas fêmeas, o umbigo, que tampouco deve ser muito dilatado. A virilha deve Ter um desenho anguloso, desprezando-se as formas suaves e cheias. (*) Em qualquer caso, inexiste a possibilidade de cor preta nos animais da raça Hereford, no couro, pêlo, mucosa, cascos, ou chifres. Morfologia A raça Hereford apresenta indivíduos de físico equilibrado, com boa distribuição de marcadas massas musculares, de forma contínua, num corpo retangular, de linhas definidas por um lombo reto e nivelados, e patas aprumadas. Cabeça: Forte e expressiva nos machos; descarnada e leve nas fêmeas; chanfro de comprimento médio, plano, ou côncavo. Orelhas: de tamanho médio, providas de pelos internos de proteção, firmes, atentas e com boa mobilidade. Olhos: Olhar vivo, mas dócil. Chifres: Na variedade aspada, os chifres são simétricos e dirigidos em curva, para a frente e para baixo. Pescoço: De aspecto cilíndrico nas fêmeas, com a pele ligada; forte nos machos, cheio no cupim coberto este por pêlos diferenciais masculinos, mantendo economia de carnes no plano inferior e ligando-se, harmônico, às omoplatas. Dianteiro: Omoplatas harmonicamente desenvolvidas, em volume proporcional ao posterior, sem excessos musculares que as destaquem excessivamente do pescoço e do tórax, evitando-se excessiva abertura destas em sua visualização anterior. Tórax: Alongado e forte, com linha superior paralela ao solo; o bastante despegado do chão como para permitir, através dos membros, uma boa mobilidade do animal. Peito: Discreto volume nas fêmeas e pouco profundo nos machos, não ultrapassando a meia distância do comprimento do braço.


Costelas: Longas e arqueadas, dando volume ao tórax para abrigar os órgãos internos e um bom volume do aparelho digestivo; cobertas por musculatura definida, evitando-se cintura entre costelas e omoplatas. Matambre pouco profundo junto às virilhas. Lombo: Longo, nivelado e firme. Posterior: Quartos traseiros volumosos, com musculatura naturalmente alongada cobrindo os ossos longos, prevenindo-se contra a formação de “músculo duplo”. Quadris: Idealiza-se o animal que visto lateralmente, tenha bom comprimento do osso ilíaco, emprestando comprimento aos quartos; visto pela retaguarda, o animal deve mostrar sua maior largura de quartos a meio da musculatura, entre o garrão e a anca; a junção intermédia dos quartos será alta, a nível pouco abaixo dessa maior largura; visto de cima, os ossos das cadeiras devem mostrar tendência a Ter a mesma largura, tanto em sua proção anterior como posterior, embora não devam ser largos em demasia, pois deve aparecer mais o músculo do que o osso. Inserção de cauda: A cauda cai, desde a sua inserção nos quartos, naturalmente perpendicular ao dorso e a porção posterior do osso da bacia pélvica deve ser de nível inferior ao mesmo em sua porção anterior. Aprumos: Patas mediamente longas, de ossatura forte, com boa postura sobre o solo, emprestando segurança à sua sustentação e à sua aparência nobre; devem estacionar sobre o terreno em marcação retangular, perpendiculares ao corpo, sem serem excessivamente separadas, ou demasiadamente juntas. O ângulo doa garrões, por isso, não pode ser acentuado, desprezando-se no entanto os animais de garrão com ângulo raso. NOTA FINAL : Este padrão estipula características físicas para animais adultos, em completa formação, porém não demasiado avançados em idade.



Braford Histórico A raça Braford é originária da Flórida (EUA) e foi desenvolvida na década de 40. A cruza de Hereford com zebuíno adveio da necessidade de desenvolver um animal adaptado a diversos climas. No Brasil, a busca por pigmentação ocular foi um dos motivadores da criação da raça. O movimento iniciou-se no final da década de 60 e início de 70, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Em 1967, após 15 anos de experiência na criação de Polled Hereford, o criador Rubem Silveira Vasconcellos proprietário da fazenda Santa Clara, de Rosário do Sul, observou que era necessária maior adaptabilidade do gado para a sua região. A pastagem nativa era de baixa qualidade, havia alta infestação de parasitas e predisposição do gado a ceratoconjuntivite. Doença que pode causar um carcinoma ocular e cegueira no Hereford, devido à ausência pigmentação na mucosa ocular de alguns animais. Na mesma época, outros criatórios gaúchos também iniciaram os cruzamentos para a produção do futuro Braford. Em Uruguaiana, o proprietário da Estância Aurora, Fernando Fabricio Faria Correa, inseminou suas vacas Polled Hereford com sêmen Nelore, realizando cruzamentos alternados até chegar ao grau de sangue 3/8. A raça era chamada de Pampiana Braford, totalmente adaptada aos campos de basalto da fronteira oeste gaúcha, resistente ao forte calor e sol inclemente do verão. Em 1974, um grupo de criadores de Uruguaiana criou a Associação Pampiano, que mais tarde incorporou-se a Associação Brasileira de Criadores de Hereford e Polled Hereford, transformando-se na atual Associação Brasileira de Hereford e Braford. No início da década de 80, a Associação obteve o da Embrapa Pecuária Sul, na pessoa do pesquisador Joal Brazzale Leal, suporte técnico para iniciar o trabalho de unificação e controle dos cruzamentos em busca de um padrão para a nova raça. Nesta época, diversos criadores, técnicos e diretores da Associação tiveram importância fundamental no desenvolvimento inicial da raça. Entre eles os ex presidentes Luiz Carlos Velloso Brum e Geraldo Estrazulas Pereira de Souza, os criadores Pedro Genro Surreaux, José Antônio Marques Fagundes, Francisco Miguel Bárbara Gonzáles, Ricardo Pereira Duarte, Jorge Bastos, Ciro Manoel de Andrade Freitas, Rogério Estrazulas, Eurico Fagundes, Francisco Tellechea, João José Aranha Luderitz, Dr. Jacob Momn, Pedro Monteiro Lopes e os técnicos Luiz Rafael Lagreca, Pedro Brasil e Gustavo Isaacsson.


Com esta unificação, a raça passou a chamar-se Braford acompanhando o nome já utilizado em âmbito internacional. No ano de 1983 iniciou-se o controle dos registros de grau de sangue. Dez anos depois, O Ministério da Agricultura reconhece o Braford como raça em formação, delegando a ABHB o direito de realizar o registro genealógico da raça no país. Após mais 10 anos de intenso trabalho, em 2003, é reconhecida oficialmente no Brasil. O Braford moderno está presente em todas as regiões brasileiras, e é bastante utilizado no cruzamento industrial. O padrão chamado “camiseta”: corpo vermelho, cara branca e pigmentação ocular, associado ao grau de sangue final (3/8 Zebu e 5/8 Hereford) é o chamado “padrão Mercosul”, o mais procurado pelos produtores. Entretanto, a grande variabilidade de biótipos conferida pelos diferentes graus de sangue pode ser explorada de acordo com cada ambiente. Do zebuíno herdou a rusticidade e alta resistência aos ectoparasitas. Do Hereford veio a habilidade materna, alta fertilidade, bom temperamento, e a produção de carne de alta qualidade. As carcaças apresentam boa cobertura de gordura e marmoreio, que confere maciez a sua carne. Dependendo do tipo de alimentação, os novilhos podem ser abatidos entre 14 e 18 meses de idade. Atualmente existem cerca de 300 mil Braford registrados no país. A cada ano mais de 20 mil terneiros são inscritos no registro de nascimento, confirmando o constante crescimento da raça. O Brasil hoje é um dos maiores produtores, ao lado da Australia, Argentina e Paraguai. Em uma ação do programa de exportações da Associação Brasileira de Hereford e Braford, o Brazilian Hereford & Braford, recentemente foram exportadas doses de sêmen e embriões para o Quênia, com o objetivo de melhorar geneticamente o rebanho do país africano. O Braford brasileiro, uma raça que nasceu no Rio Grande do Sul e ganhou os campos do Brasil.

Padrão racial Considerações gerais O padrão racial Braford deverá seguir, de forma geral, tipos biológicos que externamente mostrem ser animais produtores de carne, bem estruturados, precoces e de boa musculatura, indicativa de alto rendimento de carcaça, adaptados às diferentes regiões climáticas do país.


Assim, em ordem de importância econômica, a fertilidade e desenvolvimento, a conformação e a pelagem, deverão ser observados. O peso relativo de cada característica será atribuído pelos inspetores de campo. O padrão racial e as características fenotípicas do Braford serão anualmente revisadas pelo Conselho Técnico da ABHB. Características externas

Machos Cabeça e corpo: De aspecto masculino. Não serão aceitos animais com desvio de septo. Boca: No caso de haver prega dianteira, esta não poderá exceder a boca, ao se visualizar o animal pela linha latero-horizontal. Mucosas internas com tendência a ficar expostas são indesejáveis. Pelagem: Curta e lustrosa, os que pelecham antes mostram adaptabilidade. Testículos: Devem mostrar, à simples vista, normalidade anatômica, bom tamanho (circunferência escrotal nunca menor do que a recomendada pelo Colégio Brasileiro de Reprodução Animal), desprovidos de prega testicular e bom desenvolvimento da cauda do epidímo. São desejáveis sacos escrotais bem pigmentados. Prepúcio: De tamanho médio ou curto. O ângulo não deve ser maior do que 45º, formado pela linha ventral e a parte anterior do prepúcio. O orifício prepucial deve ser voltado para frente e não para baixo. O prepúcio deve ser leve, sem excesso de pregas nem penduloso demais. Animais com prolapso prepucial não serão marcados.


Aprumos bem implantados, sendo indesejável a perna reta (garrões retos) ou joelhos tortos.

Fêmeas

Cabeça e corpo de aspecto feminino. Serão eliminados animais com desvio de septo. Pelo curto e lustroso, com as devidas variações conforme zona e época do ano. Vulva de tamanho adequado, com tetas de tamanho médio. Umbigo médio ou pequeno. Aprumos: avaliados da mesma forma que os machos.


Desenvolvimento e Conformação Em ambos os sexos, o desenvolvimento individual será avaliado sempre em relação a seus contemporâneos, obedecendo a um limite mínimo padrão da raça, e às condições ecológicas onde vivem (tipo de campo, clima). Nos machos se evidenciarão aqueles com melhor ganho de peso diário, buscando animais de maior comprimento e musculosidade, profundos no costilhar. Não serão marcados os animais muito altos, pouco profundos no costilhar, o que geralmente está associado com baixos ganhos de peso e pouca musculosidade. Pelagem Os Braford de grau de sangue 38 deverão apresentar cara branca e a chamada "capa vermelha" ou vermelho pinhão, herdada do Hereford, admitindose uma variação para o brasino (animais que apresentam finas listas verticais negras ou quase negras) em fundo bem avermelhado na sua pelagem. Nas composições raciais intermediárias de formação do Braford (grau de sangue ½, ¼, ¾ e 5/8) e nas primeiras gerações dos animais 3/8 z teremos o aparecimento de pelagens de cores e tonalidades variadas. Nos ventres base O.D., graus de sangue ½ – ¼ – ¾, igualmente deverá aparecer aporte de sangue Hereford (no mínimo 30% de branco na cara), sendo eliminadas as pelagens totalmente tapadas, excetuando-se o grau de sangue ¾, onde serão aceitas. Especificamente no que se refere à pelagens, a postura técnica recomenda ser mais liberal nas fêmeas do que nos machos. O mesmo procedimento é altamente recomendável, também no que se refere a utilização de genética de origem zebuína de outras raças, que não a Nelore, e permitidas pelo Regulamento. O aproveitamento de material genético considerado como superior nas avaliações genéticas da raça, que não esteja enquadrado nas características fenotípicas de pelagem, somente se dará via Relatório de Recursos Genéticos (item 8).


Obs. 1: A pelagem SALINA (pintas vermelhas nas partes brancas) poderá ser aceita desde que esta característica esteja presente nas partes brancas do Hereford e não avance para a capa vermelha. Obs. 2: Serão eliminadas as pelagens OVEIRA, JAGUANÉ e PRETA. Admite-se para fêmeas de grau de sangue 34 pelagens OSCAS. Obs. 3: Serão eliminadas também as pelagens BAIA CLARA e BAIA ESCURA sem diluição da cor, exceto para animais de grau de sangue 34. Pigmentação ocular Característica obrigatória no Braford por promover a proteção da conjuntiva contra os raios solares ultravioleta que causam sensibilização predispondo a doenças oculares como o carcinoma ocular. Todos os graus de sangue devem apresentar pigmentação ao redor de toda a mucosa ocular nos dois olhos.

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Temperamento Em ambos os sexos, dócil, porém alerta, levando em consideração a composição racial.

Parâmetros de peso Os pesos mínimos para marca são independentes do grau de sangue: Fêmeas 2 anos = 320kg de peso vivo; Fêmeas 3 anos = 400kg de peso vivo; Machos 2 anos = 450 kg de peso vivo; Machos 3 anos = 550kg de peso vivo. Estes pesos devem ser revistos anualmente, tomando-se como base um levantamento das inspeções dos técnicos. Considerações Finais Por entender-se que a raça BRAFORD não deverá evoluir aceitando problemas genéticos, é que reforça-se o conceito de que, principalmente nos reprodutores, a mucosa ocular totalmente despigmentada (albina) em um ou ambos os olhos, bem como prepúcios grandes ou mal conformados, deverão ser eliminados, independentemente de seus méritos genéticos estimados (DEPs) para ganho de peso, índices de seleção Braford ou grau de sangue. Exposições e julgamentos A organização de Exposições e Julgamentos se inicia muito antes do dia da entrada dos animais em pista. A organização começa na formulação de um regulamento onde constam todas as regras da Exposição, ou seja, local, finalidade, data de admissão e julgamento, inscrições, valores, categorias, premiações, etc. Todos esses itens devem ser estar presentes de forma clara no regulamento, para que todos os participantes tenham conhecimento dessas informações. Inscrições As inscrições devem ser efetuadas através de ficha padrão do organizador do evento, até o prazo estabelecido no regulamento. Na ficha de inscrição estarão todas as informações dos animais, tais como: nome, idade, tatuagem, filiação, dados genéticos, etc. Esses dados são de extrema importância para a formulação do catálogo da exposição, que estará disponível para todo o público.


ENTRADA DOS ANIMAIS E JULGAMENTO DE ADMISSÃO Durante a entrada no recinto de exposições deve ser realizado em todos os animais, o julgamento de admissão com o intuito de avaliá-los, verificando o: registro genealógico, tatuagem, peso, dentição, sanidade e biometria. No caso de exposições oficiais da ABHB é necessária a presença de um Inspetor Técnico Credenciado pela ABHB.

Os dados coletados na admissão são informados na planilha do jurado. Esses dados servem muitas vezes como suporte para o jurado tomar a decisão da escolha do animal campeão. Como auxilio, o jurado recebe uma planilha que contém normalmente: Box: localiza o animal no catálogo; Nascimento: prestar atenção para ver se está na categoria certa; Peso na exposição: comparativo entre individuo importante para decisões; GMD: ganho médio diário, do nascimento até a exposição; Altura de garupa: importante para chegarmos a um ideal da raça; Gordura e musculatura: com auxílio de ultra-som; Perímetro escrotal: importante na vida reprodutiva principalmente no congelamento de sêmen; CDP: peso ajustado nascer 205, 365 e 550 dias, importe para entender a evolução dos animais em julgamento; Comprimento: uniformidade. Dentição: aferição da idade.


Informações não disponíveis: a) Filiação do animal: evitar tendência. b) Proprietário e/ou cabanha: idem ao anterior. JULGAMENTO DE CLASSIFICAÇÃO E SUAS MODALIDADES O julgamento de classificação tem um padrão a ser seguido. A ordem dos animais entrarem na pista o modo de como são conduzidos pelos cabanheiros, a identificação através dos coletes, número de box, números de lotes. As modalidades de julgamentos são: Animais de Galpão/Argola: Os animais são conduzidos um a um, apresentando-se em categorias, sempre dos animais mais jovens aos mais velhos. Normalmente encontramos os seguintes campeonatos: Campeonato terneiro ou terneira (divido em categorias de acordo com o mês de nascimento); Campeonato Junior ou vaquilhona; Campeonato dois anos ou vaquilhona menor; Campeonato dois anos maior ou vaquilhona maior; Campeonato sênior ou vaca. Julgam-se as categorias que subdividem os campeonatos até findar o campeonato e chegar ao campeão da categoria. Os campeões de categoria retornam novamente e concorrem ao grande campeonato. Somente participam animais PO no Hereford e 38 no Braford. Animais Rústicos: Os animais são conduzidos em trio. Cada trio tem um número de lote, para identificação dentro de pista, tanto para o jurado, como para o público. Categorias também são divididas quanto a idade: Terneiro ou terneira; Dois anos (machos e fêmeas 2D); Três anos (machos e fêmeas 4 e 6D). Para fêmeas podem aparecer categorias com mais idade, depende do regulamento de cada exposição. A planilha de julgamento possui os mesmos itens da anterior com acréscimo do ganho genético.


No conjunto participam PO e PC no Hereford e todos os graus de sangue no Braford, sem cruzamento de julgamento entre os graus de sangue. PREMIAÇÕES As rosetas ou escarapelas para premiação tem uma sequência quanto a cor e ao número de cores que identificam os vencedores.


PUBLICAÇÃO DE RESULTADOS A publicação dos resultados é de extrema importância para terminar com chave de ouro uma exposição. O resultado das exposições é grande marketing de todas as Cabanhas e propriedades que participam das exposições e inventem para terem o retorno tão esperado. Isso reflete diretamente no valor de comercialização dos animais. ASPECTOS IMPORTANTES a) Público: é importante que o público entenda o que está acontecendo. b) Pistas: ordenar sempre os animais da mesma forma. c) Categorias, campeonato e grande campeonato: sempre esgotar um a um. d) As decisões do Jurado são inapeláveis: nem por meio judicial é possível reverter um julgamento. e) Animais de difícil condução: o Jurado pode eliminar. f) Agressão por proprietário ou preposto: 1 ano sem participar de certames oficiais. g) Comentários ao público: mostrar o que está buscando, elogiar o que é bom, não apontar defeitos maiores. Lembre-se: é festa e aquele é o melhor dos produtos. h) Prêmios especiais: são várias possibilidades criadas pelos Sindicatos, procurar entender a proposta de cada.

Editor: Zilah Cheuiche, Emannuel Cabral, Dhésika Vidikin e Ana Virgínia Guterres Revisão: Zilah Cheuiche Coordenação de Marketing: Jaqueline Teixeira Capa: Ana Virgínia Guterres Fotografias: Asociación Braford Argentina e Acervo ABHB Produção: Ana Virgínia Guterres e Dhésika Vidikin


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