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Pesquisadora acredita que tamanho da propriedade pode ser uma vantagem, já que permite maior controle sobre a produção

Rumo à excelência Programa auxilia na coleta do material genético de animais considerados “top”, que depois é repassado a produtores identificados com o auxílio da Emater

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falta de padronização do gado, decorrente do alto grau de mestiçagem, foi uma das principais características apontadas na pecuária de corte familiar pelo Polo de Excelência Genética em Raças Taurinas (PoloGen), iniciativa surgida em 2014, na Embrapa Pecuária Sul, de Bagé, com apoio da Emater. Desde então, o projeto tem trabalhado com o objetivo de transferir tecnologia e auxiliar o produtor no melhoramento genético. Os baixos índices de produtividade verificado entre os produtores refletiase nos preços de venda. “São produtores que têm um poder de barganha e uma representatividade menores no mercado”, explica a pesquisadora Bruna Sollero, da Embrapa. Neste contexto, a instituição busca levar a um grande número de produtores orientações sobre a sistematização dos cruzamentos. Em pauta estão temas como o descarte de fêmeas improdutivas, a raça mais indicada para cada propriedade e como identificar o potencial de cada criador. O trabalho é executado levando-se em conta programas de avaliação genética e centrais de inseminação, que pontuam quais são os animais considerados “top”. Por meio de recursos da própria Embrapa e do Ministério da Agri-

cultura, os touros têm o sêmen coletado e depois distribuído a produtores identificados com o auxílio da Emater. A iniciativa também prevê levar aos criadores orientações sobre inseminação artificial. De acordo com Bruna, muitos pecuaristas já tinham acesso a estas informações, mas nem sempre tinham condições de contar com o material genético. Em 2016, foram distribuídas 1.826 doses de sêmen em todo o Estado. Na primeira estação de monta, em 2014, o número havia sido de apenas 200 doses. O projeto monitora os dados de nascimento e desempenho de animais localizados em 16 propriedades. Embora a iniciativa seja recente, já é possível observar avanços. A variação é grande entre propriedades diferentes, mas segundo a pesquisadora chegou-se a verificar um ganho de peso diário de mais de 800g nas progênies de alguns destes touros. As propriedades abrangidas pela iniciativa conta com até 200 hectares, com um rebanho médio de 40 vacas. Para Bruna, o volume pequeno não chega a ser uma desvantagem, pelo contrário. “Se houver gestão e estruturação zootécnica, o pouco volume deles ajuda a monitorar se está havendo progresso ou não. Eles têm uma grande chance de fazer do limão uma limonada”, define.

FERNANDO GOSS / DIVULGAÇÃO / CP

18/12/2016 | CORREIO DO POVO RURAL | 3


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