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socializando o conhecimento
Entendendo a Avaliação de Desempenho de Organizações Econômicas
Desempenho é termo chave na avaliação de organizações e de produção de seus agentes, dominante em relatórios executivos e textos acadêmicos, normalmente associado à palavra performance originada da língua inglesa.
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Relatórios de desempenho mostram indicadores relacionados com faturamento, produção, lucratividade, rentabilidade e liquidez, entre outros, para sinalizar eficiência de processos produtivo e de competitividade. Na presente discussão, o emprego do termo é referenciado como ótimo da alocação dos fatores de produção, para suporte de reação de investidores, na precificação de títulos de firmas em mercados ativos.
A literatura consagra, de forma geral, para avaliar esta parte do desempenho, os modelos que definem o Grau de Alavancagem Operacional (GAO), sustentados no indicador da margem de contribuição (MC), que sugere a recuperação das despesas do negócio, tributos e remuneração do capital, como nos estudos realizados por O’brien and Vanderheiden (1987), Huo e Kwansa (1994), Li and Li (2004); Hodgin e Kiyamaz (2005), entre outros.
Pesquisas mais recentes, como as realizadas por De França (2012) e De França e Lustosa (2016), avaliam o desempenho ótimo de uma firma com GAO nas proximidades de 2, em função da melhor resposta do mercado na precificação de títulos patrimoniais, utilizando uma amostra de firmas listadas na B3, com dados de 1996 a 2008. O modelo utilizado pelos pesquisadores foi especificado como , cujo índice nas proximidades de 2, sob controle de vendas, sinaliza a melhor resposta de valor de uma firma pelo mercado, onde no último termo o numerador é o custo fixo total e o denominador é o lucro, ambos em uma mesma unidade de tempo.
O GAO em torno de 2, recepcionado pelo mercado, de forma pontual, sinaliza equilíbrio entre custo fixo e lucro. O ideal, talvez, fosse GAO tendendo a 1, mas isto significaria ausência de custo fixo, que tornaria a hipótese não plausível, pelo menos no segmento de manufatura. Outra visão é GAO maior do que 2 que implicaria redução de desempenho econômico, hipótese recepcionada pelo mercado com menor valia.
Como conclusão, esta breve discussão do termo desempenho não tem a finalidade de esgotar o assunto nem de generalizar o GAO, em torno de 2, como parâmetro da melhor resposta do mercado à precificação de ativos de uma firma, mas, sim, de estimular alguma reflexão da academia e do mercado, para o emprego deste importante e relevante indicador de desempenho, como instrumento auxiliar da gestão, avaliado pelo mercado, para a melhor precificação de uma firma.
Referência
De França, José Antonio. (2012). Eficiência da Firma: Compatibilização das visões da Economia e da Contabilidade. Tese (Doutorado em Ciências Contábeis, UnB, 2012) https://repositorio.unb.br/ handle/10482/742.
De França, José Antonio e Lustosa, Paulo Roberto Barbosa. (2016). Integração contabilidade e economia sobre a eficiência econômica da firma: Uma abordagem por meio da alavancagem operacional. Revista Espacios, v.37, n.26.
Hodgin, R. e Kiyamaz, H. (2005). Extending the Profit Elasticity Measure
of Operating Leverage. In: Managerial Economics Texts. Journal of Economics and Economic Research, v. 6. N.3.
Huo, Y.H. e Kwansa, F. (1994). Effect of Operating and Finaning Leverage on Firm’s Risk. Journal of the Academy of Hospitality Research, v.1, n.8.
Li, W. e L, M. (2004). Was there a Portfolio Effect of the Micro-economic Leverage? Some Empirical Evidence from the Chinese Stock Market. Chine Business Review, USA, v.3, n.1.(Serial n. 7).
O’brien, T.J. and Vanderheiden, P.A. (1987). Empirical Measurement of Operating Leverage for Growing Firms. Financial Management, v. 16, n. 2.
Professor José Antonio de França é Contador e Economista, Doutor em Ciências Contábeis e Doutor em Economia. Professor do Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais da Universidade de Brasília - UnB.