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Verde
Fortaleza-Ceará-Brasil Terça-feira, 3 de maio de 2011
ABC da
Caatinga
Conheça mais em: www.acaatinga.org.br
Ararinha-azul do filme Rio é da
Caatinga E
stá em cartaz nos cinemas o filme Rio, que tem como personagem principal uma ararinha-azul chamada Blu. No filme, Blu é contrabandeado ao exterior para viver em cativeiro. Mas o que as pessoas não sabem é que a ararinha azul do filme é uma espécie da caatinga. O Cyanopsitta spixii foi descoberto em 1832, seu ninho era construído em buracos, principalmente abertos nos troncos do pau d’arco (Tabebuia caraíba). Hoje só existem 73 aves no mundo, todas vivendo em cativeiro, estando 56 delas no Centro de Preservação Al Wabra, no Catar, considerado, hoje, como um local de excelência na preservação de animais de todo o mundo. Este ano as espécies serão trazidas do Catar para a Fazenda Concórdia, próxima à cidade de Curaçá, na Bahia, uma área de 2.380 hectares com o habitat natural da espécie para melhorar a procriação em cativeiro, que tem tido pouco sucesso. Outros oito indivíduos estão nas Ilhas Canárias, da Espanha, com a Fundação Loro Parque. A Associação para a Conservação de Papagaios Ameaçados (ACTP), na Alemanha, possui duas fêmeas e no Brasil só restam sete indivíduos: quatro no Zoológico de São Paulo e três com a Fundação Lymington, também em São Paulo. A espécie foi considerada extinta na natureza pelo IBAMA em julho de 2002
e é a arara mais rara do mundo. O último exemplar selvagem conhecido vivia na região de Curaçá, no sertão da Bahia e desapareceu em outubro de 2000. A ararinha-azul sumiu das matas da caatinga pelo contrabando indiscriminado da espécie e a redução de seu habitat devido ao desmatamento. A reprodução em cativeiro mostrou-se muito difícil, pois 69 das 74 espécies são da mesma origem genética. A Fundação Lymington conseguiu obter 13 ovos em 2006, mas nenhum deles foi chocado. O Ibama, para proteger a fauna brasileira, possui um número chamado Linha Verde para onde a população pode ligar e denunciar o tráfico de animais e outros crimes contra a natureza: 0800 61 8080.
BIODIVERSIDADE DA CAATINGA
Ararinha-azul
Sinônimos Populares: jacarandá-violeta, pau-violeta, pau-violete Nome científico: Cyanopsitta spixii
A Ararinha-azul é única na sua aparência. O azul das penas é de um tom diferente, chegando tornar-se cinzento. O bico é menor em relação às outras espécies e tem uma particularidade única: uma parte de pele nua de cor cinzenta escura que vai desde a parte superior do bico até ao olho, deixando sobressair a cor amarela da íris do olho. A ararinha-azul mede de 27 a 56cm, sua calda chega a ter 35cm, e pesa cerca de 350g. A ave atinge a maturação para reprodução depois de quatro a cinco anos. Põe entre três e quatro ovos por vez. Alimenta-se de sementes de pau d’arco, pinhão bravo, faveleira e braúna-do-sertão. Em cativeiro, alimenta-se de grãos, frutas, ração comercial, suplementação mineral e polivitamínico.
SINTA O CLIMA DA CAATINGA Hoje o Congresso Nacional analisará o projeto para a revisão do Código Florestal Brasileiro. A proposta prevê redução significativa das áreas de Reserva Legal (RL) e Áreas de Preservação Permanente (APP) nas propriedades rurais, e ser for aprovada, contribuirá significativamente para o aumento do desmatamento na Caatinga e em todos os ecossistemas brasileiros. O projeto No Clima da Caatinga irá contribuir para a recuperação da vegetação nativa ao redor de 10 nascentes e também irá ampliar a proteção das matas ciliares e áreas de Reserva Legal em 14 propriedades rurais no entorno da Reserva Natural Serra das Almas, em Crateús, contribuindo desta forma para o aumento das áreas especialmente protegidas na região. Essas áreas ajudarão no enfrentamento do aquecimento global através da fixação e emissão evitada de carbono.