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Verde
Fortaleza-Ceará-Brasil Terça-feira, 16 de agosto de 2011
ABC da
Caatinga
PLANTAS DA CAATINGA DE USO TERAPÊUTICO
É
da natureza humana buscar a cura de doenças e enfermidades na flora a sua volta. Inúmeras evidências arqueológicas indicam que as plantas medicinais já eram empregadas regularmente pelos povos pré-históricos. Na região Nordeste a presença das plantas medicinais faz parte da rotina dos nordestinos e as receitas mais comuns são repassadas de geração em geração. No Ceará, por exemplo, plantas medicinais da caatinga são comercializadas em feiras livres e até mesmo em grandes redes de supermercados de forma in natura, ao lado das hortaliças folhosas. Segundo a engenheira florestal, Maria da Penha Moreira Gonçalves, essa herança fitoterápica possui forte influência indígena e africana e a permanência nos dias de hoje pode estar relacionada não só ao apego típico da população nordestina as tradições, como também as condições socioeconômicas da população, já que tais me-
dicamentos são mais acessíveis do que os industrializados. Apesar das plantas medicinais, principalmente as da caatinga, terem sua eficiência prática comprovada no tratamento de doenças, a engenheira florestal alerta para a prática fitoterápica que deve ser feita com cautela, pois como já diz o sábio ditado “a diferença entre o remédio e o veneno é a dose”, e no caso das plantas medicinais não só a dose como também a mistura desorientada de plantas no tratamento das doenças. Sendo assim, na dúvida, procure a indicação de pessoas competentes no assunto.
Angico (Anadenathera colubrina) Utilizado para tuberculose, afecção das vias respiratórias.
Jucá (Caesalpinia ferrea var. ferrea) Usada para diarréias, cicatrizante, anemia, diabete.
Amburana (Amburana cearensis) Utilizada para tosse, cólicas, dor de dente, bronquite, coqueluches, expectorante.
A rica flora da caatinga precisa da sua ajuda! Algumas plantas medicinais estão entrando em extinção pelo seu uso de forma indiscriminada e sem reposição na natureza. Algumas plantas como a aroeira-do-sertão (Myracrodruon urundeúva), estão na lista de espécies da flora brasileira ameaçada de extinção. Suas cascas, utilizadas medicinalmente, é por onde é transportado “o alimento” para toda a planta, quando retirada de forma correta se regenera, porém se retirada em grande quantidade e em intervalos curtos, pode causar a morte da planta. Dessa forma, certifique-se que a planta, ou parte desta que você está utilizando, está sendo retirada de forma racional da natureza, para que essa espécie continue ofertando benefícios não só a você como também para as demais espécies que dependem dela na natureza e para as suas futuras gerações.
Aroeira-do-sertão (Myracrodruon urundeuva) Uma das plantas de uso ginecológico, mais antiga e mais frequente na medicina popular. Combate infecções ginecológicas através dos “banhos de assento”, no tratamento de úlceras pépticas, etc.
Mais informações:
www.acaatinga.org.br