ABC da Caatinga Nr. 6 - 1 de março

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Verde

Fortaleza-Ceará-Brasil Terça-feira, 1o de março de 2011

ABC da

Caatinga

Conheça mais em: www.acaatinga.org.br

BIODIVERSIDADE DA CAATINGA Jaguatirica Nome científico: Leopardus pardalis

Aquecimento global altera ciclo de chuvas

A

s previsões para as próximas décadas não são as melhores para a Caatinga. O processo de aquecimento global já está tendo grande impacto sobre a região. É perceptível a mudança no ciclo das chuvas, fator crítico para o reabastecimento dos corpos hídricos. Com o aumento da temperatura média, também se espera um agravamento no processo de desertificação que já ocorre, ampliando significativamente o nível de degradação. Isso afeta diretamente as atividades produtivas e as condições de vida da população. O que fazer para combater esse cenário? Contribuir para a proteção e recuperação das matas na Caatinga é fundamental para a regulação do clima, para assegurar a segurança hídrica das populações e também do bem-estar das comunidades. Também é preciso ampliar a capacidade de armazenamento de grãos e água. Essas medidas fazem parte de um conjunto de atividades chamadas de adaptação climática.

SINTA O CLIMA DA CAATINGA O projeto “No Clima da Caatinga” em execução pela Associação Caatinga está disseminando novas tecnologias sociais e ambientais junto a moradores da Caatinga que vivem na zona rural de Crateús. A adoção destas tecnologias contribui para a melhoria na qualidade de vida das comunidades e também combater algumas das principais causas do aquecimento global. A implantação de fogões ecoeficientes por famílias que utilizam o fogão a lenha, contribuirá para uma redução em até 40% do consumo de lenha. Além da redução da queima de lenha e da emissão de CO2, esse fogão reduz a exposição à fumaça dentro das casas diminuindo o risco de doenças respiratórias, pois canaliza toda a fumaça para fora da residência. Esse projeto é patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental.

Felino de médio porte, hábito solitário e territorialista, precisa de grandes áreas florestadas para sobreviver. A fêmea utiliza uma área de cerca de 15 km² e o macho de cerca de 46 km² para caçar e se reproduzir. A área que o macho ocupa engloba, normalmente, a área de duas a três fêmeas. De atividade predominantemente noturna, alimenta-se de ratos, cutias, tatus, macacos, répteis/anfíbios e aves. São bons nadadores e escaladores de árvores, vivem cerca de 20 anos e atingem a maturidade sexual aos três. O período de gestação varia entre 70 e 85 dias, após o qual nascem de um a quatro filhotes. A principal ameaça a esta espécie é o desmatamento e a fragmentação das áreas de florestas. Outra ameaça é a caça, por ser um possível predador de criações (avicultura), além da captura para comercialização como animal de estimação. Manter áreas florestadas e estabelecer conectividade entre áreas preservadas são importantes ações para proteger a espécie. A recuperação de áreas degradadas, o combate a caça e a comercialização também contribuem para a manutenção da espécie. Habita as matas do Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país. A espécie é considerada ameaçada de extinção pelo Ministério do Meio Ambiente. No Nordeste, Sul e Sudeste do Brasil algumas populações da espécie já desapareceram, enquanto outras se encontram isoladas em pequenas áreas naturais que restaram.


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