1
SUMÁRIO 1
Recepção e Adaptação de Reprodutores TOPIGS ................................................. 3 Objetivo........................................................................................................................ 3 Procedimentos gerais .................................................................................................. 3 Introdução de animais diretamente na granja ............................................................. 4 Praticando o quarentenário (Condição Ideal) .............................................................. 5
2
Treinamento dos Machos TOPIGS........................................................................... 7 Objetivo........................................................................................................................ 7 Sugestões gerais ......................................................................................................... 7 Treinamento dos machos para inseminação artificial.................................................. 8 Treinamento dos machos para monta natural ............................................................. 9
3
Preparação das Marrãs TOPIGS ............................................................................ 10 Objetivo...................................................................................................................... 10 Sugestões gerais ....................................................................................................... 10
4
Diagnóstico de Cio e Momento de Cobertura das Fêmeas TOPIGS................... 13 Objetivo...................................................................................................................... 13 Sugestões gerais ....................................................................................................... 13 Inseminação utilizando o reflexo de tolerância ao macho (RTM).............................. 14 Inseminação trabalhando com o reflexo de tolerância ao homem (RTH) ................. 15
5
Alimentação das Matrizes TOPIGS ........................................................................ 18 Objetivo...................................................................................................................... 18 Sugestões gerais ....................................................................................................... 18
2
1 Recepção e Adaptação de Reprodutores TOPIGS Objetivo Os animais TOPIGS são produzidos com rigoroso controle sanitário, razão pela qual são livres de patógenos específicos. Em granjas comerciais existem agentes microbianos na população que podem produzir efeitos negativos ou doenças aos animais recém adquiridos. O programa de adaptação tem por objetivo expor os animais de forma gradativa a estes agentes, estimulando a aquisição de imunidade celular e humoral. O período de quarentena também objetiva monitorar os animais, eliminando riscos de introdução de doenças pelo transporte.
Procedimentos gerais Manter condições de conforto aos animais, proporcionando áreas com adequado espaço físico. Para cachaços, alojar individualmente em baias de no mínimo 2,5 x 2,5 m. Para fêmeas, alojar em pequenos lotes de 4 - 6 animais por baia, com espaço físico de 2,0 m2 por fêmea. Verificar o funcionamento dos bebedouros (temperatura da água - ideal entre 18 a 23 ºC; vazão – 2 litros por minuto).
Evitar pisos irregulares, abrasivos, úmidos, escorregadios e grades cortantes que podem produzir lesões. Em casos de ferimentos tratar com soluções ou pomadas à base de antibióticos.
Tratar preventivamente os cascos com uma pasta (500 ml de formol comercial, 500 gramas de sulfato de cobre, 8 Kg de cal hidratada e 19 litros de água) 1 a 2 vezes por semana, para evitar rachaduras e possíveis infecções. Utilizar cama (palha ou maravalha) para proteger os cascos.
Arraçoamento: no dia da recepção fornecer apenas 1,5 kg por animal; na primeira semana fornecer ração à vontade e depois limitar em 2,0 a 2,5 kg por dia (ração reposição) até o momento do flushing. Assegurar que todos os animais tenham acesso à ração ao mesmo tempo.
Sempre consultar o Médico Veterinário responsável pela granja ou o fornecedor de vacinas e medicamentos para discutir as orientações propostas.
3
Introdução de animais diretamente na granja Antes da recepção
Antes da recepção dos animais as instalações deverão estar limpas e desinfetadas (formol, glutaraldeído, clorexidina, cloro ou outros).
De 0 à 3 dias
Imediatamente após a chegada medicar os animais por via injetável por 2 dias consecutivos. Usar princípios ativos permitidos pela legislação e de acordo com testes de sensibilidade.
De 0 à 21 dias
Fornecer ração medicada (dosagem terapêutica).
De 0 à 50 dias
Manter observação clínica e verificar a temperatura corporal. Em caso de estado febril (temperatura superior a 39,5 ºC) aplicar antitérmico associado à antibióticos de acordo com a orientação do médico veterinário responsável.
De 4 à 7 dias
Iniciar o programa de vacinações contra as enfermidades existentes na granja (Mycoplasma, Rinite Atrófica, Pleuropneumonia, Doença de Glasser, Streptococcus e outros).
De 25 à 28 dias
Repetir as vacinas contra as enfermidades existentes na granja.
Após utilizar a ração medicada
Introduzir fêmeas de descarte em boas condições físicas e de saúde nas baias das marrãs.
Aos 180 dias de idade
Iniciar o programa de vacinação contra enfermidades reprodutivas (Parvovirose, Leptospirose e Erisipela).
Aos 200 dias de idade
Repetir as vacinas contra enfermidades reprodutivas 3 semanas após a primeira dose e retirar as fêmeas de descarte dos lotes de marrãs.
A partir de 220 dias de idade
Não ocorrendo nenhum sinal clínico que caracterize enfermidade, os animais estarão aptos para a reprodução.
Para indicações mais específicas consulte seu médico veterinário ou a equipe técnica da TOPIGS do Brasil.
4
Praticando o quarentenário (Condição Ideal) Antes da recepção
Antes da recepção dos animais as instalações deverão estar limpas e desinfetadas (formol, glutaraldeído, clorexidina, cloro ou outros), cumprindo vazio sanitário mínimo de 7 dias.
De 4 à 7 dias
Iniciar o programa de vacinações contra as enfermidades existentes na granja (Mycoplasma, Rinite Atrófica, Pleuropneumonia, Doença de Glasser, Streptococcus e outros).
De 25 à 28 dias
Repetir as vacinações contra as enfermidades existentes na granja.
A partir de 42 dias
Introduzir 2 animais da granja em cada baia (fêmeas de descarte, em boas condições físicas e de saúde) para iniciar um primeiro contato.
Aos 45 dias
Efetuar a coleta de material (soro, swabs, ou outro) e envio ao laboratório de apoio para confirmar a ausência de enfermidades importantes para a granja.
Aos 70 dias
Introduzir os animais na granja. Fase crítica. Fornecer ração medicada (dosagem terapêutica). Usar princípios ativos permitidos pela legislação e de acordo com testes de sensibilidade.
De 0 a 84 dias
Manter observação clínica e verificar a temperatura corporal. Em caso de estado febril (temperatura superior a 39,5 ºC) aplicar antitérmico associado à antibióticos de acordo com a orientação do médico veterinário responsável. Em caso de medicação via água ou ração, as fêmeas de descarte deverão ser substituídas após o final do tratamento.
Aos 180 dias de idade
Iniciar o programa de vacinação contra enfermidades reprodutivas (Parvovirose, Leptospirose e Erisipela).
Aos 200 dias de idade
Repetir as vacinas contra enfermidades reprodutivas 3 semanas após a primeira dose e retirar as fêmeas de descarte dos lotes de marrãs.
A partir de 220 dias de idade
Não ocorrendo nenhum sinal clínico que caracterize enfermidade, os animais estarão aptos para a reprodução.
5
Certifique-se que a unidade de quarentenário tenha um bom isolamento do plantel e que todas as medidas de biossegurança sejam adotadas corretamente. Para indicações mais específicas consulte seu médico veterinário ou a equipe técnica da TOPIGS do Brasil. Quando praticar quarentenário, recomendamos a aquisição de marrãs com 120 dias de idade. Desta forma as mesmas serão introduzidas na granja com idade aproximada de 190 dias, propiciando um bom manejo de preparação após sua introdução.
6
2 Treinamento dos Machos TOPIGS Objetivo Ao receber um reprodutor na granja, estamos introduzindo animal de alta genética, alta sanidade e com a responsabilidade mínima de 5.000 leitões/ano (inseminação artificial) ou 500 leitões/ano (monta natural). Um bom treinamento do macho garante o sucesso desta aquisição.
Sugestões gerais
Praticar a recepção e adaptação corretamente (ver seção 1 Recepção e Adaptação de Reprodutores TOPIGS), pois a maior parte dos problemas reprodutivos dos machos são reflexos de uma má adaptação.
Colocar o macho de preferência em uma baia individual com o mínimo de 6 m2 com grades divisórias de ferro. Contato visual e físico com outros machos é importante para prevalecer o instinto de hierarquia e vigor sexual. Movimentos neste setor melhoram a libido dos machos.
Forneça de 2,0 a 3,0 kg/dia de ração específica para machos. Verificar a condição corporal do macho para adequar a quantidade a ser fornecida. Espessura de toucinho entre 14 e 17 mm é ideal (ponto P2). A água fornecida deve ser de boa qualidade e oferecida à vontade.
Seguir o esquema de vacinação adotado pela granja contra as enfermidades reprodutivas (Erisipela, Parvovirose e Leptospirose) e para demais enfermidades presentes, conforme a orientação do fornecedor de vacinas ou médico veterinário responsável.
Introduzir ficha individual contendo informações como: data de nascimento e recebimento, peso, idade da primeira monta, etc. Nesta ficha podem ser notificadas informações sobre medicações, vacinações, controles e outros.
Na rotina, verificar condição do aparelho locomotor. A utilização de cama (palha ou maravalha) é indicada para proteção de articulações e cascos. Evitar pisos com excesso de umidade, irregular, escorregadio ou muito abrasivo. Machos com problemas de locomoção apresentarão dificuldades na monta e uma pior qualidade de sêmen.
Tanto para inseminação artificial como monta natural a temperatura ambiente ideal para os cachaços é de 18 - 22 ºC e umidade relativa de 70%. Temperaturas superiores a 25 ºC e altas variações (superiores a 6 ºC) podem comprometer a qualidade do sêmen produzindo problemas de baixa fertilidade.
7
Treinamento dos machos para inseminação artificial
Iniciar o programa de treinamento, levando o manequim móvel até a baia do macho a partir dos 220 dias de idade. Este manejo deverá ser realizado uma vez por semana. Quando ocorrer a monta no manequim devemos proceder a coleta completa.
As primeiras 4 coletas deverão ter o intervalo de 7 dias e o sêmen não deverá ser utilizado.
A pessoa que trabalha com os machos deve ser paciente e cuidadosa, gostar do que faz e ter carinho pelos animais. Conhecer o comportamento sexual dos machos para estimular tal comportamento, é pré-requisito básico para o funcionário deste setor.
Para produção dos estímulos de monta se faz necessário ter um manequim adequado (tamanho e desenho), que não venha produzir traumatismos no pênis ou aparelho locomotor. Deverá ser confortável para o animal durante a monta, estar impregnado com cheiro de outros machos ou urina de fêmeas em cio. Este manequim deverá ser lavado e desinfetado diariamente. Coletar por completo todo ejaculado, evitando presença de sêmen no piso, o qual pode predispor ao crescimento bacteriano e conseqüente contaminação ambiental. Coletar o sêmen com as mãos bem limpas e secas. Também deverá ser utilizada luva adequada e descartável.
Analisar o sêmen coletado em microscópio após cada coleta, para avaliação de possíveis morfoanomalias, mesmo que não seja utilizado. Para isto deverá existir uma pessoa capacitada e um microscópio com contraste de fase na central. Em caso de não ter condições de realizar estas análises, enviar o sêmen para um laboratório de apoio, solicitando espermograma completo. Após 4 coletas realizadas na própria baia na fase de treinamento, passar a coletar o sêmen na sala de coleta. A partir deste período (240 dias de vida) iniciar a utilização do sêmen na central de inseminação artificial.
Até um ano de idade, não realizar mais de uma coleta por semana. A partir dos 12 meses de idade poderão ser realizadas até 2 coletas semanais com intervalos de 3 a 5 dias. A condição ideal é que sejam realizadas 3 coletas a cada 2 semanas, sendo muito importante a freqüência dos intervalos entre coletas. A indicação deste intervalo dependerá da produção e qualidade do sêmen.
8
Verificar regularmente a qualidade do sêmen (em microscópio) e os resultados reprodutivos (taxa de retornos ao cio, taxa de parição, média e variação dos nascidos totais).
Treinamento dos machos para monta natural
Iniciar o programa mantendo o macho próximo aos machos adultos presentes na granja para estimular a libido.
Iniciar as primeiras montas aos 220 dias de idade, verificando os órgãos genitais: anatomia e exposição do pênis, testículos e comportamento persistente na presença da fêmea.
Efetuar cobertura na própria baia. É importante levar uma fêmea em cio (marrã) até a baia do macho para estimular o comportamento de cortejo.
Até 240 dias realizar 1 monta por semana que servirá de ajuda para outros machos completando o ciclo de monta. A partir dos 240 dias, estarão liberados para exercer no máximo 2 montas por semana até 12 meses de idade. A partir dos 12 meses de idade o macho passará a cobrir 2 a 3 vezes por semana. Para melhor formação espermática, recomendamos coberturas com intervalos de 24 horas. Procurar utilizar os machos sempre nos horários mais frescos do dia (manhã entre as 6:00 e 7:00 horas e tarde depois das 17:00 horas). A pessoa que trabalha no setor de gestação com coberturas e machos deve ser um indivíduo tranqüilo, observador, que goste muito do que faz e acompanhe as coberturas uma a uma, verificando o comportamento da fêmea e do macho.
Verificar regularmente a qualidade do sêmen (no laboratório de apoio, solicitando espermograma completo) e os resultados reprodutivos por macho (taxa de retornos ao cio, taxa de parição, média e variação dos nascidos totais).
9
3 Preparação das Marrãs TOPIGS Objetivo Para uma boa longevidade com bons resultados reprodutivos é importante que as marrãs tenham um bom desenvolvimento fisiológico durante a fase de crescimento. Para uma marrã ser coberta necessita preencher os seguintes requisitos:
Idade mínima de 220 dias (ideal 230 dias); Apresentar peso entre 130 e 138 kg; Espessura de toucinho de 12 a 13 mm; Nunca cobri-las antes do terceiro cio; A partir de 14 dias após a aplicação da 2a dose das vacinas contra enfermidades reprodutivas.
Sugestões gerais Para uma adequada preparação, sugerimos o seguinte esquema de referência: - Até a idade de 100 dias a marrã deve comer ração recria a vontade; - De 101 a 120 dias receber de 1,8 a 2,0 kg ao dia; - Trocar a ração recria para ração reposição com 120 dias de idade (níveis nutricionais, vide tabela 1); - Fornecer 2,0 a 2,5 kg de ração reposição por marrã por dia a partir de 120 dias até o momento do flushing; - Flushing - Durante 10 dias antes da data prevista para cobertura as marrãs devem receber entre 3,0 kg a 3,2 kg de ração lactação, totalizando um consumo efetivo de 9.800 Kcal EM. A quantidade de ração diária fornecida (2,0 a 2,5 kg) dependerá (*): - Dos níveis nutricionais da ração; - Do escore corporal e peso das marrãs; - Da temperatura ambiente. Não esquecer das noites frias no inverno; - Do nível sanitário. Quanto melhor o status sanitário da granja, menor será o nível de energia requerido para a manutenção. * É muito importante que a quantidade de ração fornecida seja ajustada de acordo com o desempenho das marrãs e a expectativa padrão de crescimento (tabela 2).
10
Tabela 1- Níveis nutricionais sugeridos para dietas nas fases de recria e reposição. Ração Recria Ração Reposição (por kg) (por kg) Energia metabolizável
3.200 Kcal
3.000 Kcal
17,5 a 18,0 %
15,0 %
Lisina Total
1,00 %
0,80 %
Cálcio
0,70 %
0,70 %
Fósforo disponível
0,35 %
0,35 %
Proteína bruta
É recomendado avaliar o desempenho das marrãs durante a preparação e ajustar as quantidades de ração objetivando cumprir a curva de crescimento adequada (tabela 2). Tabela 2 – Expectativa padrão de crescimento das marrãs. Dias
Semanas
Peso
63
9
25 kg (25 – 27 kg)
91
13
47 kg (45 – 49 kg)
119
17
69 kg (66 – 72 kg)
147
21
89 kg (85 – 93 kg)
182
26
112 kg (108 – 116 kg)
217
31
128 kg (123 – 133 kg)
231
33
134 kg (129 – 138 kg) (12 a 13 mm toucinho)
Evitar que os animais passem dos pesos de referência com o risco de diminuir a taxa de seleção devido a problemas de aprumos e formação de aparelho mamário.
A condição corporal deve ser avaliada medindo-se a espessura de toucinho com ultrasom (Renco1, posição 2) no ponto P2, localizado a 5 cm da coluna vertebral, na altura da última costela (figura 1). Figura 1- Localização do ponto P2. P2
P2
5 cm
coluna
Última costela
Última costela 1
Renco é a marca de um dos aparelhos para medir espessura de toucinho.
11
A partir dos 150 dias de idade, as marrãs deverão ser estimuladas com o reprodutor por duas vezes ao dia, durante 10 a 15 minutos por vez. O macho utilizado deve apresentar as seguintes características: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.
Dominância e hierarquia sobre as marrãs; Salivação com liberação de feromônios; Ser maior que as marrãs e com idade reprodutiva acima de 300 dias; Urinar freqüentemente (impregnação do cheiro característico); Parar diante das marrãs possivelmente em cio; Não montar nas marrãs durante o manejo (para isto deve ser treinado); Respeitar e ser obediente aos sinais do tratador. Necessita ser um indivíduo calmo diante das fêmeas e do homem; Libido sexual diante das marrãs nos primeiros 5 minutos de manejo; Boa conformação corporal e não ter comprometimento de cascos e articulações.
Anotar toda ocorrência de cio em ficha específica e formar grupos de marrãs considerando a idade, peso e data da ocorrência do cio, facilitando o início do manejo do flushing e auxiliando a organização no setor de reposição. A idade ideal para inseminar as marrãs é 230 dias. Procurar conduzi-las 14 a 21 dias antes da data prevista para cobertura ao local onde serão alojadas. Marrãs normalmente apresentam um cio mais curto, devendo ser inseminadas quando demonstrarem o RTM (Reflexo de Tolerância ao Macho).
12
4 Diagnóstico de Cio e Momento de Cobertura das Fêmeas TOPIGS Objetivo O sucesso da inseminação artificial é determinado pelo conhecimento do exato momento em que devemos introduzir o sêmen no aparelho genital da fêmea. Por isso é importante que os indicadores do cio sejam bem conhecidos. O esquema seguinte pode ser aplicado tanto na inseminação artificial como na monta natural.
Sugestões gerais
As matrizes desmamadas devem ser observadas com a presença do reprodutor por duas vezes ao dia (após a alimentação), a partir do dia seguinte ao desmame. Fêmeas em gestação devem ser observadas duas vezes ao dia, a fim de identificar retornos ao cio e abortos. O diagnóstico de cio deverá ser realizado preferencialmente com intervalos de 12 horas (no mínimo a cada 10 horas).
O trabalho de observação do cio das matrizes deve ser realizado com muita atenção e sem correria. Passar o macho rapidamente em frente às fêmeas não resolve.
Quando se trabalha com gaiolas, organizar as fêmeas em seqüência, antes de inseminálas. No momento da inseminação, o rufião deve ficar na frente da fêmea para estimular a contração do útero e a absorção do sêmen (mantê-lo em frente a um grupo de no máximo 5 fêmeas).
As fêmeas TOPIGS (desmamadas e marrãs) demonstram um cio muito evidente. Ao passar o macho, observar atentamente as fêmeas que demonstram interesse, apresentando-se imóveis (paradas), com postura típica e orelhas erguidas, demonstrando comportamento típico quando pressionadas pelo lombo e flancos, na presença do macho. Neste momento a fêmea tem o reflexo de tolerância ao macho (RTM).
Considerar as alterações existentes quanto ao comportamento e o aspecto da vulva. Durante o período do cio a vulva apresenta-se rósea, úmida e quente.
Marcar as fêmeas que demonstram RTM. Sugerimos usar bastões com cores diferentes para facilitar o manejo de diagnóstico de cio, cobertura e confirmação de prenhez. Três cores são necessárias: uma cor por semana. As fêmeas com provável retorno de cio têm a mesma cor das fêmeas que serão cobertas na semana atual.
13
Após a cobertura as fêmeas não deverão ser transferidas de local até completarem no mínimo 30 dias de gestação.
Inseminação utilizando o reflexo de tolerância ao macho (RTM)
Considerando a desmama na quinta-feira pela manhã, após o diagnóstico com o macho, inseminar as fêmeas conforme o seguinte esquema:
Tabela 3- Momento ideal para inseminação considerando RTM. 1o momento RTM
1a Inseminação
2a Inseminação
Antes Segunda-feira
1o RTM + 24 horas
1o RTM + 36 horas
1o RTM + 48 horas
Terça-feira manhã
Terça-feira tarde
Quarta-feira manhã
Terça-feira tarde
Quarta-feira manhã
Quarta-feira tarde
Segunda-feira manhã Segunda-feira tarde Terça-feira manhã Terça-feira tarde
Depois de Terça-feira Momento do 1o RTM
1o RTM + 12 horas
3a inseminação (*)
1o RTM + 24 horas
(*) Fêmeas que não apresentam os sinais vulvares característicos de cio, não deverão receber a terceira dose.
Marrãs e matrizes que retornaram ao cio devem ser cobertas no momento do diagnóstico do 1o RTM, repetindo as inseminações com 12 e 24 horas após a 1a inseminação.
Se a fêmea não aceita bem a terceira (ou segunda) inseminação, ela não deve ser inseminada! Duas inseminações com sêmen de boa qualidade normalmente são suficientes. Uma terceira inseminação no momento errado causará mais problemas (contaminações e infecções) do que benefícios.
A tabela 3 mostra um esquema geral. Porém pesquisas demonstram que cada granja tem o seu próprio padrão de intervalo desmame-cio e intervalo desmame-ovulação. Consultar o Médico Veterinário responsável ou o técnico da TOPIGS do Brasil para adaptar o esquema apresentado para sua granja.
Granjas com plantel em condição corporal ajustada à ideal (conforme avaliação no Software Sow Condition – vide figura 3) poderão utilizar um programa de coberturas com 20 a 24 horas de intervalo entre as doses. Para a utilização deste esquema são imprescindíveis uma boa qualidade de sêmen e um bom manejo de detecção de cio.
14
Inseminação trabalhando com o reflexo de tolerância ao homem (RTH) É importante que os indicadores de cio sejam facilmente reconhecidos, para que o exato momento do cruzamento seja determinado, e como conseqüência bons resultados sejam obtidos. Para determinar o momento em que as fêmeas estão no cio, é necessário que se verifique duas vezes ao dia (manhã e tarde após o arraçoamento). O período em que as fêmeas apresentam sinais de cio na presença do macho (RTM) é, na maioria das vezes, mais longo do que o período em que as fêmeas apresentam sinais de cio sem a presença do macho reprodutor (apenas na presença do Homem - RTH). Por esta razão, primeiro verifique sem a presença do macho e após verifique novamente com o macho reprodutor ou rufião. O teste de cio com o reprodutor ou rufião pode ser realizado durante a inseminação das matrizes que já estão prontas para o cruzamento. Um esquema usado para determinar o correto momento da inseminação:
Esteja atento ao fato que existem diferenças de comportamento das matrizes de granja para granja e entre as genéticas, não apenas na demonstração do cio, mas também no intervalo desmame-cobertura, duração de cio e por conseqüência no momento da ovulação.
Deve-se verificar o cio não apenas das matrizes recentemente desmamadas e das marrãs a serem cobertas, mas também no grupo de matrizes que foram cobertas a 3 semanas atrás. Além disto, uma checagem diária das matrizes prenhes faz com que seja possível identificar abortos e outros retornos.
Dia 1 a 3 pós-desmame :
Verificar o cio com a presença do reprodutor. As fêmeas que apresentarem sinais claros de cio devem ser marcadas e inseminadas após 24 horas da identificação do RTM.
Dia 4 pós-desmame:
Verificar o RTH sem a presença do reprodutor. As fêmeas que apresentarem sinais claros de cio devem ser marcadas e inseminadas após 12 horas da identificação do RTH.
Verificar novamente o cio com a presença do macho, para identificar as matrizes que apresentam RTM. Marcar estas matrizes com bastão colorido. Sobre estas fêmeas deverá ser dada maior atenção durante o próximo diagnóstico do RTH.
Repita o mesmo procedimento à tarde. Matrizes mostrando sinais de cio com tolerância ao homem sozinho poderão ser inseminadas na manhã seguinte.
15
Dia 5 pós-desmame:
Verificar o RTH sem a presença do reprodutor. As fêmeas que apresentarem RTH deverão ser inseminadas pela manhã ou no final da tarde.
Verificar novamente com a presença do macho (enquanto insemina as outras fêmeas) para identificar fêmeas que estão entrando no cio. Novamente, marcar estas matrizes.
Repita os mesmos procedimentos à tarde. Matrizes demonstrando RTH deverão ser inseminadas na mesma tarde.
Dia 6 ou mais pós- desmame:
Verificar os sinais de cio com a presença do reprodutor. Fêmeas que apresentarem RTM deverão ser inseminadas na mesma manhã.
Repita o mesmo procedimento à tarde. As matrizes deverão ser inseminadas logo após a identificação do cio.
Utilizar este mesmo protocolo para fêmeas que estão retornando ao cio e para as marrãs.
As matrizes devem ser re-inseminadas a cada intervalo de 12 horas, quando ainda apresentarem sinais de cio (preferencialmente com tolerância ao homem).
Granjas com plantel em condição corporal ajustada à ideal (conforme avaliação no Software Sow Condition – vide figura 3) poderão utilizar um programa de coberturas com 20 a 24 horas de intervalo entre doses. Para a utilização deste esquema são imprescindíveis uma boa qualidade de sêmen e um bom manejo de detecção de cio.
16
Figura 2- Períodos de cio, indicações e momento ideal para inseminação.
Reflexo de tolerância
Vulva
Comportamento Duração Tolerância Inseminação
PRÉ-CIO EM CIO PÓS-CIO Aceita Aceita pressão pressão no no flanco e lombo. Negativo flanco mas Demonstra movimento não no nas orelhas lombo. Vermelha Rósea, menos inchada, Pálida, quase inchada e muco abundante (úmida) não inchada e pouco e quente. sem muco. muco. Inquieta. Tranqüila, Normal. Montando aceita ser montada outras. pelas outras. 2-5 dias 8-10 8-10 8-10 8-10 8-10 8-10 1 dia horas horas horas horas horas horas RTM RTH RTH RTH RTH RTM 1 1 2 3 4 2 Não
Não
Sim
Sim
Sim
Não
Não
Não
Pré-Cio
RTM 1
RTH 1
RTH 2
RTH 3
RTH 4
RTM 2
Pós-cio
Fertilidade Leitões leit/insem
70,2 9,8 6,9
80,0 10,6 8,5
84,2 11,2 9,4
81,8 12,6 10,3
58,3 9,7 5,7
30,8 8,4 2,6
O gráfico demonstra os leitões nascidos por inseminação aplicando somente uma inseminação em um período certo de 8 - 10 horas (RTM1 até RTM2). Os melhores resultados são conseguidos inseminando nos primeiros ¾ do período do reflexo de tolerância ao homem (RTH 1, 2 e 3). Inseminar mais cedo ou mais tarde resultará em piores resultados reprodutivos.
Para sugestões específicas recomendamos a utilização do Software TOPIGS – PIGSIS. Esta avaliação considera as variações individuais de cada granja, considerando o intervalo desmame-cobertura, a duração do cio e o momento da ovulação.
17
5 Alimentação das Matrizes TOPIGS Objetivo A matriz TOPIGS é muito fértil, com sinais evidentes de cio, produzindo leitões com alta vitalidade resultando em um maior índice de sobrevivência dos leitões. Além disso, apresenta fortes características quanto ao apetite, ganho de peso e conversão alimentar que são transferidos aos cevados. Facilmente ela consumirá mais ração do que o requerido para seu adequado desempenho reprodutivo e produção de leite. É muito importante manter um controle periódico do consumo das matrizes TOPIGS.
Sugestões gerais
Para a exploração do máximo potencial produtivo e econômico das fêmeas TOPIGS é fundamental ajustar a condição corporal das matrizes, adequando a quantidade de ração fornecida (tabela 4) e os níveis nutricionais das dietas nas fases de gestação e lactação (tabela 5). Tabela 4- Programa alimentar durante a gestação. Dias de Gestação 0 – 85 86 – 109 110 – Parto
Ração Gestação Gestação Lactação
Marrãs 1,8 a 2,0 Kg 2,8 Kg 1,5 Kg
Matrizes 2,0 a 2,3 Kg 3,0 a 3,2 Kg 2,0 Kg
A quantidade de ração fornecida as matrizes dependerá: -
Dos níveis nutricionais das dietas; Da temperatura ambiente. Normalmente 100 g/dia a mais por cada grau da temperatura média abaixo de 18 oC; Do nível sanitário. Quanto melhor o status sanitário da granja, menos energia será necessária para manutenção; Do estado corporal. Matrizes magras necessitam de uma quantidade acima da média (até 300 g/dia) e matrizes gordas, uma quantidade abaixo da média (até 200 g/dia), porém nunca inferior a 1,8 kg/dia.
Após 85 dias de gestação a quantidade diária de ração fornecida deverá ser incrementada, a fim de suprir a maior demanda de nutrientes para crescimento fetal e preparação do aparelho mamário.
18
Tabela 5- Níveis nutricionais sugeridos para dietas de gestação e lactação. Gestação Lactação (por kg) (por kg) Energia metabolizável
2.800 – 2.900 Kcal
3.200 – 3.300 Kcal
14,0 a 15,0 %
Min. 17,5 %
Lisina Total
0,70 %
1,00 %
Cálcio
0,85 %
0,90 %
0,30 a 0,35 %
0,40 – 0,45 %
Proteína bruta
Fósforo disponível
Existem três sistemas para avaliar o estado corporal das fêmeas. O ideal é que sejam utilizados de maneira conjunta: 1- Avaliação da Espessura de toucinho (ET) - A ET deve ser avaliada com ultra-som (Renco2, posição 2) no ponto P2, localizado a 5 cm da coluna vertebral, na altura da última costela (vide figura 1). - A TOPIGS dispõe do Software “Sow Condition” que avalia a condição corporal do plantel de fêmeas (figura 3). Para uma completa avaliação do seu plantel, contatar a equipe técnica da TOPIGS. Tabela 6- Parâmetros ideais de espessura de toucinho medida no ponto P2. Fase
Categoria Animal
ET C-40 e Avós B30
ET Avós B20
Cobertura
Marrãs
12 a 13 mm
13 mm
Matrizes
11 mm
11 mm
Marrãs
15 a 16 mm
16 mm
Matrizes
14 a 15 mm
15 mm
Parto
-
Observações relacionadas à espessura de toucinho:
2
Julgar os extremos: abaixo de 9 mm é perigoso, acima de 17 mm não é necessário. Comparar aos parâmetros ideais (tabela 6 e figura 3): a matriz deve ganhar 3 – 4 mm durante gestação e perder 3 - 4 mm durante lactação. Matrizes desmamadas magras (abaixo de 9 mm), devem ser recuperadas de maneira a apresentarem a condição normal até 85 dias de gestação. O ideal é que a matriz aos 85 dias de gestação já tenha atingido a condição ideal para o momento do parto.
Renco é a marca de um dos aparelhos para medir espessura de toucinho.
19
Figura 3- Variação da espessura de toucinho (ponto P2) ao longo da vida reprodutiva de uma matriz TOPIGS.
esp. de toucinho (mm)
20
15
10
5 1
2
3
4
5
6
7
8
ciclos em produção
2- Avaliação com esquema de pontuação por escore corporal visual (vide figura 5): - Após desmame 2 - No dia de parto 3 3- Avaliação da evolução do peso corporal (tabela 7): Tabela 7- Dinâmica de perda e ganho de peso sugerido durante os ciclos produtivos.
Partos
Peso na Cobertura (Kg)
Peso no Parto (Kg)
Marrãs
135
200
1º
170
225
2º
190
240
3º
210
250
4º
220
260
5º
230
265
6º
235
270
7º
240
275
20
A ração lactação deverá ser fornecida a partir dos 110 dias de gestação, de acordo com as quantidades descritas na tabela 4.
Para uma boa produção de leite, a disponibilidade de água na maternidade deve ser à vontade. A vazão do bebedouro deve ser de 2,5 a 3,0 litros/minuto.
Este programa alimentar deverá ser ajustado conforme as condições de cada granja, considerando os níveis nutricionais das rações utilizadas, a condição corporal de cada fêmea, a condição ambiental e o nível sanitário da granja. Na fase de lactação as fêmeas deverão ser alimentadas conforme o programa descrito na tabela 8.
Tabela 8- Alimentação na fase de lactação. até 10 leitões acima de 10 Dia lactentes leitões lactentes Dia do parto (1)
0,5 kg
0,5 kg
dia 2
2,0 kg
2,0 kg
dia 3
2,5 kg
3,0 kg
» dia do parto 0,5 kg se necessário.
» aumentar gradualmente 0,5 a 1,0 Kg por dia em função do número de
dia 4
3,0 kg
4,0 kg
dia 5
3,5 kg
5,0 kg
dia 6
4,0 kg
6,0 kg
dia 7
4,5 kg
7,0 kg
dia 8
5,0 kg
dia 9
5,5 kg
dia 10
6,0 kg
dia 11
6,5 kg
dia 12 – 21
2,0 Kg + 0,5 Kg/leitão lactente
2,0 Kg + 0,5 Kg/leitão lactente
21
leitões lactentes, até atingir o pico de consumo.
Após a desmama as fêmeas deverão ser alimentadas com ração de lactação, na quantidade de 3,0 a 3,5 Kg/fêmea/dia.
A figura 4 ilustra o programa alimentar para as fêmeas TOPIGS durante as fases de gestação e lactação.
Figura 4- Programa alimentar nas fases de gestação e lactação.
Q u a n tid a d e s d e p e n d e m d o ta m a n h o e d o p e so KG/
Durante Lactação Kg 0,5K gKg/leitão D u r aan te a L a c ta ç ã:o : 2,0 ± 2 K g ++0 .4 /L e itã o
D IA
6
> 3 º C ic lo C ic lo s 2 e 3
5
im íp a r a s 1Po rCiclo
4
3 2
1 COBERTURA
PARTO
DESMAM A COBERTURA
0
1
2
3
4
5
6
7
8
22
9
10
11
12
13
14
15 16 17 18 19 20 0 SEM A N A S A PÓ S A C O BER TU R A
Figura 5- Esquema de pontuação para avaliação da condição corporal das fêmeas. REGIÃO LOMBAR
PONTUAÇÃO
TRASEIRO
1 DEPAUPERADA
O osso está bem saliente. Depressão profunda ao redor da inserção da cauda.
Lombo muito estreito. Ângulos salientes nas vértebras. Flanco vazio
2 MAGRA
O osso aparece porém levemente encoberto. Depressão ao redor da inserção da cauda.
Lombo estreito. Vértebras levemente encobertas. Flanco bastante vazio
Coluna dorsal visível.
Costela menos visível. Dificilmente se observa costelas individuais demarcadas.
3 IDEAL
O osso traseiro está coberto.
Vértebras cobertas e arredondadas.
Coluna dorsal visível só na paleta(ombro).
Costelas cobertas mas possíveis de serem sentidas.
4 OBESA
5 MUITO OBESA
ESPINHA DORSAL
COSTELA
Coluna muito Costelas visível. individuais são Espinha aparece facilmente visíveis. fortemente demarcada em toda a extensão.
O osso é sentido A borda das A coluna dorsal só Costelas não apenas se apalpar vértebras só é é sentida se podem ser vistas. com força. sentida se apalpar apalpar com Difícil sentir uma Não há depressão com bastante bastante força. costela ao toque. ao redor da força. inserção da cauda.
Não se sente o osso traseiro à palpação. Muita gordura ao redor da inserção da cauda.
Impossível de sentir os ossos. Flanco arredondado.
23
Impossível de sentir a coluna dorsal ao toque.
Impossível sentir as costelas ao toque.
TOPIGS do Brasil Rua Francisco Otaviano nº 60, sala 74 CEP 13070·056 — Campinas — SP — Brasil PABX +55 (19) 3743-4100 genetica@topigs.com.br www.topigs.com.br
24