Catálogo da exposição fotográfica Nô Djunta Mon
Catálogo da exposição fotográfica Nô Djunta Mon Sentir o NDM ISU Faro
Catálogo da exposição fotográfica Nô Djunta Mon Direito autoral © 2013 This book was produced using PressBooks.com, and PDF rendering was done by PrinceXML.
Conteúdos Sentir o Nô Djunta Mon O que é o Nô Djunta Mon O que é o ISU Faro O que nos inspira A viagem 1. Renascer 2. Sentido 3. Partilha 4. Capacitação 5. Perspectiva 6. União 7. Genuíno 8. Crescimento 9. Caminhos 10. (Des)construir 11. Abensonhar 12. Entrelaçar 13. Essência 14. Transformação
v vi vii viii ix 1 2 3 5 7 9 11 13 14 16 18 20 22 23
Agradecimentos
25
iv
Sentir o N么 Djunta Mon
14 Palavras 14 Imagens 14 Significados
v
vi Catálogo da exposição fotográfica Nô Djunta Mon
O que é o Nô Djunta Mon
O NDM (Nô Djunta Mon) é um projeto de voluntariado para a cooperação e um processo de formação e aprendizagem intercultural: uma oportunidade para reaprender a estar no mundo. Num país africano, integramo-nos numa comunidade e, durante dois meses, vivemos e trabalhamos com parceiros locais de acordo com as necessidades e potencialidades com eles identificadas. Aprendemos juntos o que significa Solidariedade, Respeito e Cooperação. O ISU (Instituto de Solidariedade e Cooperação Universitária) Faro desenvolve, desde 2006, o NDM em São Tomé e Príncipe, capacitando e formando nas áreas de animação infantil e comunitária, gestão de projetos e associativismo juvenil.
vi
O que é o ISU Faro
O ISU Faro é um núcleos regionais do ISU (Instituto de Solidariedade e Cooperação Universitária) onde só trabalham voluntários. O ISU é uma Organização Não-Governamental para o Desenvolvimento (ONGD) que tem como missão a promoção de processos participativos para o desenvolvimento de pessoas e comunidades, integrando a diversidade dos atores envolvidos, tendo por base uma cultura de voluntariado. Nesse sentido, atua em 4 áreas basilares: o Voluntariado, a Cooperação para o Desenvolvimento, a Educação para o Desenvolvimento e a Inclusão Social, dinamizando e apoiando diversos projetos em Portugal e nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) onde, por via da formação e do voluntariado, intervém numa ótica de capacitação e consciencialização cívica. O ISU foi fundado em 1989, tem a sua sede em Lisboa e além do núcleo de Faro tem um núcleo no Porto e outro emViseu.
vii
viii Catálogo da exposição fotográfica Nô Djunta Mon
O que nos inspira
Atitude horizontal perante parceiros de projectos Pessoas enquanto autores do seu próprio (des)envolvimento Voluntariado como instrumento de transformação social
viii
A viagem
“Sentir o Nô Djunta Mon” é o resultado de um desafio lançado às e aos voluntários que já presenciaram e vivenciaram o NDM em São Tomé e Príncipe. Pretendíamos um TESTEMUNHO… UMA MARCA INTERIOR… UM SIGNIFICADO PESSOAL Parece fácil e simples….mas foi um desafio exigente! Exige muito de quem participou, testemunhar sobre um projecto onde a teia entre o TANTO, o TUDO, o PARA SEMPRE não se traduz com facilidade e de forma perceptível a quem nos ouve e nos sente. Assim, cada voluntário traduziu o NDM numa única PALAVRA e atribuiu-lhe o seu SIGNIFICADO PESSOAL. Depois… bem, depois precisávamos da cor e da ilustração que “iluminasse” o testemunho… tornando-o ainda mais claro. Precisávamos então da “imagem” – atribuir uma fotografia a cada significado. Mas, seis anos de projecto originaram uma amostra de 1600 fotografias. Assim, no processo de escolha das fotografias envolveram-se TODAS E TODOS OS VOLUNTÁRIOS – que, identificando-se com o projecto, o suportam e são responsáveis pelo seu desenvolvimento desde 2006.
ix
1
Renascer
Porque quando nascemos somos puros…tal como o branco… e ao longo da vida e experiências de vida vamos criando tonalidade…o que descobri foi simplesmente o que estava escondido em mim… no fundo renasci! E essa felicidade encontrei em STP num simples momento de lua cheia ao caminhar pela roça Água-Izé. No final desta experiência pergunteime: porquê complicar quando a vida é simples? Inês
Equipa de voluntários do NDM 2011 – Pôr-do-Sol na Baía Ana Chaves (Cidade de São Tomé) 1
2
Sentido
“Sentido”, por ter vários significados, por ser uma palavra com vários “sentidos” e isso traduzia bem a amalgama de sentimentos que abarcam o NDM, difícil portanto de ser traduzido numa única palavra. “Sentido” então no sentido de “fazer sentido”, “dar sentido”, “criar sentido”, “despertar sentido(s)”, “ser sentido”… é isso que senti do NDM! Laura
Menina fotografada num momento na Casa da Sopa do Bairro do Riboque.
2
3
Partilha
Para mim, os 2 meses de NDM foram momentos de uma constante partilha. Partilhámos sentimentos, valores e cultura. Partilhámos ideias, ideais e sonhos. Partilhámos formas de estar, de ser e de viver. Partilhámos sabores (era eu a cozinheira de serviço!) Partilhámos conhecimento. Partilhámos amor e carinho. Partilhámos a casa e a vida. Partilhámos experiências de vida e histórias. Partilhámos abraços, medos, o silêncio e tantas gargalhadas… Partilhámos lágrimas e momentos de muita Felicidade. Partilhámos. Marta
3
Partilha 4
Mulheres SĂŁo-Tomenses a aguardar a chegada de ĂĄgua numa fonte Ă beira da estrada em Santana, Distrito de Cantagalo.
4
Capacitação
Sim… traduzo o NDM como capacitação!! É uma palavra… um processo… um formato…“a nossa forma” de trabalhar no ISU com os parceiros locais de São Tomé e Príncipe. Capacitação… que envolve parcerias… que nos envolve em parcerias… em trabalho conjunto… nivelado… em perfeita horizontalidade. Capacitação… onde nenhum modelo é imposto e tudo é discutido!! Capacitação… envolvendo análise conjunta das necessidades e capacidades existentes… potenciando e integrando (sempre!) os recursos locais! Processo de capacitação… habilitar… tornar possível… tornar capaz!!… aptidão contínua… progressiva… respeitando o contexto local… compreendendo os diferentes ritmos… dando tempo ao tempo…e… implicando-nos… responsabilizando-nos…orgulhando-nos! Capacitação… processo de superação verdadeiro (e sendo verdadeiro com futuro)… de transformação sustentável!! Nuno
5
Capacitação 6
Reunião entre 3 entidades: ISU, parceiro local da Roça Água-Izé e MOVE, no futuro Centro Comunitário na Roça Àgua-Izé.
5
Perspectiva
“Tudo o que se consegue ver ao longe; aquilo que os olhos alcançam desde um certo lugar; panorama. Aquilo que se percebe externamente”; “Representação das coisas tais como as vemos.” “A experiência humana é relativizada de acordo com o ponto de vista de onde ela é vivenciada.” “Costumase chamar uma visão de mundo como a perspectiva com a qual um indivíduo, uma comunidade ou uma sociedade enxergam o mundo e seus problemas em um dado momento da história, reunindo em si uma série de valores culturais e o conhecimento acumulado daquele período histórico em questão.” Mais que tudo isto … Perspectiva, do meu eu, da minha vida, do mundo, dos outros, do que encontro, do que espero, do que levo, do que procuro, do que deixo … Perspectiva como uma possibilidade de pairar sobre a vida, observá-la de um ponto de vista que permite não estar, e sentir, sentir apenas … Colocar em perspectiva, redimensionar, reequilibrar, recolocar, priorizar, enquadrar, trazer para mais perto, chegar a mim, aquilo que finalmente sou … Mais do que o que os olhos alcançam desde um certo lugar, o que o coração alcança e vive como essencial. Eu em São Tomé e Príncipe … Eu no NDM … O NDM em mim …
7
Perspectiva 8
Sofia
Menina transportando o irm達o, num momento na Casa da Sopa do Bairro do Riboque.
6
União
Para mim o NDM é… UNIÃO, pois…: Quando foi feito este pedido, por mais momentos que possam ter passado pela minha mente (e todos eles igualmente especiais e significativos), desde que conheci o ISU, à passagem pelo NDM no terreno e até ao momento atual… aquele que fez com que instintivamente lançasse a palavra UNIÃO, foi quando recordei todos os momentos que passei rodeada por todas as pessoas que contribuíram para a realização do NDM 2011. Todo o processo das formações… da angariação de fundos… e um outro muito especial: o fim de semana residencial, naquela casa com uma vista fantástica, o pôr do sol de tirar a respiração, o cheiro das laranjeiras… todos os presentes em UNIÃO sentados nas almofadas com a chávena de chá nas mãos a discutir, a comunicar, a esclarecer e a desmistificar a essência do NDM… Este foi para mim um grande momento de revelação e, principalmente de certezas, pois foi quando pensei “Eu quero MESMO fazer parte disto!” Leonor
9
União 10
Grupo da Formação Específica do ano de 2011, num momento do fim-de-semana residencial.
7
Genuíno
O NDM para mim é essencialmente Genuíno. Porquê? Porque todas as fases deste projeto são profundas e verdadeiras. São genuínas todas as motivações que nos levam a acreditar neste projeto de cooperação para o desenvolvimento. E, meu motivo de orgulho, é um projeto genuinamente construído com pessoas, lado a lado com cada parceiro local estabelecendo um enorme respeito mútuo. É genuíno cada sorriso que recebemos enquanto voluntários do ISU em São Tomé e Príncipe. É genuíno todo o crescimento pessoal que cada equipa trás consigo de regresso a casa! Cristel
11
GenuĂno 12
Grupo de crianças num momento de brincadeira na Casa da Sopa do Bairro do Riboque.
8
Crescimento
Crescimento NDM: sinónimo de crescer em vivências, crescer em experiências, crescer na alma!!! Romana
Meninos na praia …
13
9
Caminhos
No NDM procurei um caminho… Porquê? Para quê? descubro em cada degrau da vida novas respostas, novos sentidos… Mas a experiência trouxe-me não um caminho mas caminhos. Nos atalhos dos caminhos encontrei a essência, o sentido da estrada da vida! Descobri que todos os caminhos estão abertos e nos calçam, basta estarmos dispostos a pisar o chão! Já agora… Porque é que a bússola aponta sempre para norte? Felizes loucos aqueles que perdem o norte e caminham para sul… Eunice
14
15 Catálogo da exposição fotográfica Nô Djunta Mon
Cristel, um dos membros do grupo da Roça Água-Izé, na “prau” quando regressava de um dia do seu ofício, a pesca.
10
(Des)construir
Desconhecido; desconforto; descoberta… de como sou…para onde vou… sem os limites e pressupostos de sempre. Vestir uma pele que desconhecia ser minha e questionar…e sentir… viver cada dia desafiando o desconforto viciante de me (Des)construir hoje, amanhã e sempre… Marlene
16
17 Catálogo da exposição fotográfica Nô Djunta Mon
Voluntária do NDM 2011 num momento de pausa e reflexão no alpendre da casa do Bairro do Riboque.
11
Abensonhar
Abensonhar, enfim, é um neologismo que casa duas belas palavras: abençoar e sonhar. Ora abençoar significa bendizer, proteger e tornar feliz. O sonho vem como desejo, utopia ou fantasia; então surgiume esta palavra relembrada das leituras de Mia Couto, que se enraíza num projecto que, desde o princípio, trabalha o sonho com o fito de melhorar, esclarecer e desenvolver as relações de compreensão, educação e tolerância entre mundos. Sempre recordarei aquela sensação de estar acordado justamente quando mais sonhava e mais acontecia estar vivo. André
18
19 Catálogo da exposição fotográfica Nô Djunta Mon
Esboço do que viria a ser o Centro Comunitário de Água-Izé, pelas mãos do líder local do grupo, Sanu.
12
Entrelaçar
Entre – indica uma situação ou estado num período de tempo daquele que se assinala o princípio e o fim = o processo. Processo este que conteve essencialmente tudo entre o momento de chegar e partir… Um tudo de entrega total e descoberta inigualável da essência da vida… Um tecer constante de laços com tudo o que nos rodeia e que a partir desse momento ficará connosco para sempre… Rita
20
21 Catálogo da exposição fotográfica Nô Djunta Mon
Voluntárias do NDM 2008 com o grupo da Roça Água-Izé.
13
Essência
São vários os caminhos que me levam para dentro de mim mesma, mas este foi direto ao centro, à minha essência. A essência do meu ser, aquilo que é o mais genuíno e verdadeiro em mim. Descobri-me… Se hoje sei mais quem sou conscientemente, foi por ter feito este projeto. Milai
Mulheres São-Tomenses num percurso de “Hiace” (o transporte público local).
22
14
Transformação
A transformação não se mede apenas na viagem. A transformação não se resume à mudança mensurável da chegada. A transformação é o processo sempre inacabado de consciencialização – acção – pensar o mundo, a que nos propomos desde que, voluntariamente, nos permitimos ser vulneráveis ao outro. Neste caminho, somos capazes de transformar, na medida em que nos deixamos transformar pelo outro – transformando o mundo. Vanessa
23
Transformação 24
Processo de pintura da casa da Sopa, iniciativa do grupo de voluntários da Formação Geral para o Voluntariado, após a conclusão da mesma. O grupo orgulhosamente mostrando os diplomas.
Agradecimentos
A todos os voluntĂĄrio do ISU Faro e amigos do projeto NĂ´ Djunta Mon que jĂĄ tiveram a felicidade e a oportunidade de presenciar, vivenciar e apoiar este projeto.
25