Meu encontro com pelé

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ESTE FOLHETO É PARTE INTEGRANTE DO ACERVO DO BEHETÇOHO EM FORMATO DIGITAL, SUA UTILIZAÇÃO É LIMITADA. DIREITOS AUTORAIS PROTEGIDOS.


INFORMAÇÕES SOBRE O PROJETO O Acervo Eletrônico de Cordéis do Behetçoho é uma iniciativa que pretende dar consequências ao conceito de (com)partilhamento dos artefatos artísticos do universo da oralidade, com o qual Behetçoho e Netlli estão profundamente comprometidos.

INFORMAÇÕES SOBRE A EQUIPE A equipe de trabalho que promoveu este primeiro momento de preparação e disponibilização do Acervo foi coordenada por Bilar Gregório e Ruan Kelvin Santos, sob supervisão de Edson Martins.

COMPOSIÇÃO DA EQUIPE Isabelle S. Parente, Fernanda Lima, Poliana Leandro, Joserlândio Costa, Luís André Araújo, Ayanny P. Costa, Manoel Sebastião Filho, Darlan Andrade e Felipe Xenofonte


PEDRO BANDEIRA

MEU ENCONTRO COM PELÉ



No dia quatro de quatro De setenta e quatro o ano No Juazeiro do Norte Jesus aumentou o plano De dois astros luminosos Num dos encontros famosos Que houve no gênero humano Sou poeta Parnasiano Quase intelectual Que me debarei conhecer O rei de fama mundial Numa feliz conferência Na mais nobre dependência Do Hotel Municipal Naquele nobre local Pelé estava hospedado Com toda equipe do Santos Clube querido afamado Guarnecido por jornais Reporteres policiais Para não ser sequestrado


Depois que ali fui chegando Logo me identifiquei Disse o sentinela: entre Pelo direito da lei Um homem do seu talento Não precisa documento Pra pegar na mão da Rei. Meu muito obrigado dei Aquele policial Pedí licença ao dono Do Hotel Municipal Que disse: tome café Depois espere Pelé Ali naquele local Um repórter social Já estava ali presente Com o dedo na Kodak E equlibrio na mente Olhando de instante instante Só esperando o flagrante Pra fotografar a gente


Pelé todo sorridente Chegou; o cumprimentei Vi alguem pedir silencio E outra voz escutei Dizendo: comportamento Que agora é o momento Do Principe abraçar o Rei Foi ali quando eu peguei Na mão do “Craque Café” Disse, eu sou Pedro Bandeira Ele disse: eu sou Pelé Às suas ordens estou Voce já sabe eu quem sou Eu já sei voce quem é Passamos um pouco em pé Mas o rei o grande amigo Disse: vamos nos sentar Que quero falar consigo Nessa importante entrevista Tenho uns conselhos de artista Que só com calma lhe digo


Eu forte pensei comigo Que conselho é que ele tem? Se vier interrogar-me Eu lhe interrogo tambem Eu não tenho anel no dedo Mas tambem não tenho medo De conversar com ninguem Disse Pelé: muito bem De nome eu lhe conhecia Soube que num movimento Que tem raiz na Bahia Com apôio de Jorge Amado E senhor foi aclamado A “Principe da poesia” Naquela hora eu sorria E respondia num verso: Pelé voce é que é grande No dinheiro e no sucesso De gols já fez mais de mil Eu sou Principe do Brasil E voce rei do Universo


Disse Pelé: eu confesso Seu nome ao Brasil encanta Ganhei a vida no pé Você na voz da garganta A verdade eu digo logo Eu sou Rei aonde jogo Você é Principe onde canta Naquela alegria tanta Crianças jogavam flores Eu perguntei: Rei Pelé Orgulho dos jogadores Diga se nesse capitulo Você assina meu titulo De Principe dos Cantadores Disse Pelé: seus valores São como as aguas dos mares Esse seu titulo de Principe Dos Poetas Populares Por mim será assinado Pra ficar perpetuado Entre seus familiares


No mar, na terra e nos ares O titulo é seu ninguém toma Porque eu sou conhecido Até do Papa de Roma Não faço papel de bôbo Em qualquer parte do globo Pode mostrar o diploma Disse Pelé: isso soma Amor e compreensão Apenas estou endossando Sua documentação Num título já assinado Por Cascudo e Jorge Amado Gonzaga e Frei Damião Chianini e Theo Brandão Assinaram com prazer Todos os bons cantadores Lhe ajudaram crescer, Inclusive Pinto e Dimas Você é Principe das rimas Nem que não queira mais ser


Você nasceu para ser Não adianta confusão Roberto é da juventude Gonzaga é Rei do Baião Isso é um plano divino Traçado pelo destino Só Deus é quem bota a mão Ele disse Pelé: meu irmão Eternamente obrigado Vamos mudar de assunto O título está assinado Eu quero lhe perguntar Se você não quer voltar Para o selecionado. Disse Pelé: meu prezado Nem quero nem me abalo São tantas as cousas que Em muitas delas nem falo Artista para ter louvo Precisa deixar o povo Antes do povo deixá-lo


Elogiou a Zagalo E a toda comissão Disse: adoro meu Brasil Morro por esta Nação Sou rei e escravo da raça Só não conheço é quem faça Eu voltar pra Seleção Eu a Pelé dei razão E ao leitor dou a prova O público que nos corôa É o mesmo que cava a cova Só se é o que Deus quer E artista é como mulher Só tem graça enquanto é nova

FIM



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