Mulher, amor não rima com aids

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ESTE FOLHETO É PARTE INTEGRANTE DO ACERVO DO BEHETÇOHO EM FORMATO DIGITAL, SUA UTILIZAÇÃO É LIMITADA. DIREITOS AUTORAIS PROTEGIDOS.


INFORMAÇÕES SOBRE O PROJETO O Acervo Eletrônico de Cordéis do Behetçoho é uma iniciativa que pretende dar consequências ao conceito de (com)partilhamento dos artefatos artísticos do universo da oralidade, com o qual Behetçoho e Netlli estão profundamente comprometidos.

INFORMAÇÕES SOBRE A EQUIPE A equipe de trabalho que promoveu este primeiro momento de preparação e disponibilização do Acervo foi coordenada por Bilar Gregório e Ruan Kelvin Santos, sob supervisão de Edson Martins.

COMPOSIÇÃO DA EQUIPE Isabelle S. Parente, Fernanda Lima, Poliana Leandro, Joserlândio Costa, Luís André Araújo, Ayanny P. Costa, Manoel Sebastião Filho, Darlan Andrade e Felipe Xenofonte


SALETE MARIA

MULHER, AMOR Nテグ RIMA COM AIDS

JUAZEIRO DO NORTE 2000



Minha amiga, camarada Ouça o que tenho a dizer A AIDS é coisa ruim Faz muita gente sofrer Não tem cura, é fatal Chega sem dar um sinal Depois é só perecer Tem atingido pessoas De faixa etária qualquer Não é uma “peste gay” Persegue também mulher Seja solteira ou casada “Solta” ou de vida regrada Não interessa quem é E como não há vacina Que previna esta danada A mulher que já padece De tantas outras ciladas


Precisa se informar Para que possa transar E não ser contaminada O amor é coisa boa E ninguém pode negar Mas a vida é preciosa Devemos dela zelar Portanto, tome cuidado Com marido ou namorado Camisinha é pra usar A AIDS já anda solta Por essas bandas de cá Cresce muito no Nordeste Se alastra no Ceará Alcança o cabra da peste Seja de Leste a Oeste Não podemos bobear


Se você se julga “santa” Diz que o marido é fiel “AIDS é coisa de quenga Que trabalha num bordel” Tá se enganando coitada A AIDS chega calada E leva você pro céu Mulher, cuida do que é teu Não te deixa ser lesada Quem vê cara, não vê AIDS Sem camisinha é “mancada” Pensa que sabe demais Hoje sai com um rapaz Amanhã será finada Sexo faz bem à saúde Deixa a pele mais bonita E seguro é mais gostoso Todo mundo acredita


Com camisinha há gozo Para o jovem e o idoso Sem ela tu se complica Não quero ser moralista Clamando abstenção Faço um alerta ao governo Não basta dizer que NÃO “Mate a AIDS, mostre o pau” Dê camisinha afinal Pra educar o povão A mulher fala demais E isto é bom nesta hora Pois antes de começar Ela dirá sem demora: “Amor, põe a camisinha, Do contrário, eu agorinha Visto a roupa e vou embora!”


Companheira, gente boa Este verso é pra ajudar Na luta que travaremos Para a vida melhorar Sem AIDS, sem violência Elevando a consciência Temos direito de amar Que seja lido na rua Ou recitado na feira Passado de mão em mão Por alguma sacoleira O verso não será vão Se houver meditação Antes de fazer besteira. FIM



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