ESTE FOLHETO É PARTE INTEGRANTE DO ACERVO DO BEHETÇOHO EM FORMATO DIGITAL, SUA UTILIZAÇÃO É LIMITADA. DIREITOS AUTORAIS PROTEGIDOS.
INFORMAÇÕES SOBRE O PROJETO O Acervo Eletrônico de Cordéis do Behetçoho é uma iniciativa que pretende dar consequências ao conceito de (com)partilhamento dos artefatos artísticos do universo da oralidade, com o qual Behetçoho e Netlli estão profundamente comprometidos.
INFORMAÇÕES SOBRE A EQUIPE A equipe de trabalho que promoveu este primeiro momento de preparação e disponibilização do Acervo foi coordenada por Bilar Gregório e Ruan Kelvin Santos, sob supervisão de Edson Martins.
COMPOSIÇÃO DA EQUIPE Isabelle S. Parente, Fernanda Lima, Poliana Leandro, Joserlândio Costa, Luís André Araújo, Ayanny P. Costa, Manoel Sebastião Filho, Darlan Andrade e Felipe Xenofonte
FRANCISCO CORREIA LIMA
NO PAÍS DE ZÉ LIMEIRA
CRATO-CE 2001
Ao bom Deus eu peço ajuda Pra nesta rima ligeira Eu descrever absurdos Tão comuns na terra inteira Pois quem tem mais condição As vezes vira ladrão Nesta pátria Brasileira Brasil, terra dos meus sonhos Minha terra alvissareira Onde existe em toda parte Corrupção, roubalheira Você meu país amado Pode ser intitulado O País de “Zé Limeira” Os maiores absurdos É o que a gente vê Rico rouba, não vai preso Pois pode se defender A própria lei lhe acoberta E um bom jurista na certa Logo vai lhe defender
Ladrão que rouba milhão Não sabe o que é cadeia O pobre rouba um pão Só falta morrer na pêia É tanta desigualdade Na nossa sociedade Que a coisa fica fêia Neste mundo em que vivemos Tem velhaco, marreteiro Tem enrolão, esquecido Vigarista, trambiqueiro Desonesto tem demais Que promete e nada faz E adora ser caloteiro Me faz lembrar a estória De um rapaz aqui no Crato Que não paga nem promessa E nunca cumpriu um trato Se alguém lhe vender fiado Ou lhe dar algo emprestado Não vê mais nem o retrato
É grande a variedade Que existe de ladrão Tem o ladrão de galinha De tostão e de milhão Agora com o progresso Tem os ladrões do congresso Roubando nossa nação Nossa nação uma óva Pois o Brasil, é a gente Quem rouba o Brasil está Roubando o povo carente Que sofre tudo calado Sem alimento, coitado E muitas vezes doente Tem político que deseja Ver o povo analfabeto Pra não poder enxergar Meio de vida correto Ficando escravisado A vida toda a seu lado Como simples objeto
Outro grande absurdo O que se faz à criança Não sabem que ele é Do futuro, a poupança Sem alimento e escola Na rua pedindo esmola É uma triste esperança Se houvesse assistência Para nosso adolescente Uma orientação correta Feita sistematicamente Por gente capacitada Esta nossa pátria amada Crescia futuramente A mocinha que é pobre Sem trabalho e educação É muito discriminada Ninguém quer lhe dar a mão Tem que lutar pra viver Para mais tarde não ser Vítima da prostituição
A falta de um apoio Ao nosso trabalhador Pra que ele satisfeito Seu trabalho dê valor Produzindo suficiente Que seja equivalente Ao salário que ganhou Sem ter um salário digno Que o homem possa viver Vem a desonestidade E ele vai se corromper Pois o homem, nosso estêio É um produto do meio Com ladrões a conviver Um dos grandes absurdos É a ociosidade Se não há ocupação E um trabalho de verdade O homem a tudo se joga Ao roubo, ao crime, a droga Destruindo a sociedade
Alguém cometer um crime Muito disfarçadamente E em seu lugar ficar presa Uma pessoa inocente E o verdadeiro culpado Em vez de encarcerado Solto palitando o dente Crianças que são geradas De casais desajustados Tornam-se crianças de rua Sem apoio, despresados Pedindo o pão por esmola Bebendo e cheirando cola Por todos ignorados Outro absurdo que dói A prostituição infantil Um câncer que nós sabemos Que sempre, sempre existiu Gerando promiscuidade Por passar necessidade Se prostitui no Brasil
Hoje em dia não existe Respeito pelo idoso Que lutou a vida toda No futuro esperançoso Achando que a previdência Pudesse dar assistência Que pensamento enganoso O que o trabalhador Contribuiu para a Nação Parar gerar benefício Vai pro bolso do ladrão Por exemplo “Georgina” Hoje existe em cada esquina Roubando sem compaixão Nosso código penal Deve ser reformulado Hoje a realidade é outra Diferente do passado Que para o reincidente A lei seja diferente Para punir o culpado
Tem político mentiroso Que engana o eleitor Promete mundos e fundos Se dizendo benfeitor Depois vai roubar de novo O patrimônio do povo Que o povo lhe confiou Isto é um grande absurdo Para o qual castigo eu peço Deputados, Senadores Roubam dentro do congresso Vejam quanta autoridade Vivem em desonestidade Atrasando o progresso Quem não já ouviu falar Em um Juiz “Nicolau” Que quando virou ladrão Todos lhe chama “LALÁU” Que roubou nosso dinheiro E mandou pro estrangeiro Na maior cara de pau
Quando é um ladrão podre Tudo dele é confiscado Mais quando o ladrão é rico Tudo seu é respeitado A nossa lei acoberta Seu patrimônio na certa É um direito privado Absurdo é a violência Que existe a toda hora Mesmo para o crime bárbaro O acusado vai embora Vai cumprir em liberdade Pois a primariedade Lhe acoberta sem demora Vejam agora quantas vidas Ceifadas pelo terror Homens, mulheres, crianças Numa manhã de horror Foram milhares de vida Em uma ação desmedida De desespero e dor
Só por um simples capricho Milhares de gente inocentes Tiveram um amargo fim Sucumbidas tristemente No atentado terrorista Pra todo ponto de vista O mais vil e deprimente Telma, Alexandra e Eliane Também vítimas da crueldade Três crimes mais que hediondo Que abalou nossa cidade E a falta de respeito É que o principal suspeito Já se encontra em liberdade Estamos na nova era Que as escrituras prevê Deus queira que a catástrofe Não venha a acontecer Destruindo em segundo Provocando o fim do mundo É o que vai suceder
Em toda parte do mundo Só existe violência Não respeitam mais a vida Não tem ordem nem decência Só quem poderá conter O absurdo que se vê É a divina providência Eu não sou dente por dente Nem também “ôlho por ôlho” Entre o certo e o errado O certo eu escolho Se vejo orelhas ardendo Bem ligeiro vou correndo Botar as minha de molho
FIM