Palavras de um repentista

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ESTE FOLHETO É PARTE INTEGRANTE DO ACERVO DO BEHETÇOHO EM FORMATO DIGITAL, SUA UTILIZAÇÃO É LIMITADA. DIREITOS AUTORAIS PROTEGIDOS.


INFORMAÇÕES SOBRE O PROJETO O Acervo Eletrônico de Cordéis do Behetçoho é uma iniciativa que pretende dar consequências ao conceito de (com)partilhamento dos artefatos artísticos do universo da oralidade, com o qual Behetçoho e Netlli estão profundamente comprometidos.

INFORMAÇÕES SOBRE A EQUIPE A equipe de trabalho que promoveu este primeiro momento de preparação e disponibilização do Acervo foi coordenada por Bilar Gregório e Ruan Kelvin Santos, sob supervisão de Edson Martins.

COMPOSIÇÃO DA EQUIPE Isabelle S. Parente, Fernanda Lima, Poliana Leandro, Joserlândio Costa, Luís André Araújo, Ayanny P. Costa, Manoel Sebastião Filho, Darlan Andrade e Felipe Xenofonte


PEDRO BANDEIRA

PALAVRAS DE UM REPENTISTA



Depois de ouvir diversos Oradores eloquentes Folcloristas exponentes Quero agradecer em versos; Tantas palavras bonitas Aplaudidas e escritas Sinceras como o luar, Termos profundo que folgam Que enaltecem, que empolgam Um trovador popular Desde o primeiro orador Com psicologia e bases Eu sentir nas suas frases A profundeza do amor Noto aqui em cada amigo A sombra de um grande abrigo Numa comunhĂŁo completa Todos numa sĂł mensagem VĂŞm prestar homenagem Ao mais humilde poeta.


A minha humilde pessoa Nada fez nada merece Se não fazer uma prece Para tanta gente boa Diploma, cetro e corôa Nada disso eu merecia Meu peito sente euforia Me emociono e me controlo E recebo em nome de Apolo O grande Deus da poesia É de arrepiar cabelos Fala saliva no lábio Quem me dera ser um sábio Pra melhor agradecê-los Invoco a alma de Dantes Gutemberg, outros distantes Pitáguras e Galileu Rômulo e Remo, toda a Roma E agradeço o diploma Que o Brasil me ofereceu.


Invoco todos Jornais Que a milenos morreram Mas como eu também viveram Semeando amor e paz Chamo Tales de Mileto Para fazer um sonêto Saudando esta multidão Que andou de metro em metro Para oferecer o cetro A um cantador do sertão. Ouvi com tanta emoção Frases sinceras e nobres Que as minhas palavras pobres Jamais as compensarão; Minha pequena oratória Não pode ficar na história Porque nada projeta Mas se um poeta falando Só presta falar rimando Para provar que é poeta


Ah! se eu tivesse os arranjos De Antonio Gonçalves Dias De Bilac e de Tobias E do grande Augusto dos Anjos De Catulo e Rui Barbosa Zé da luz e Noel Rosa Viessem dar-me assistência Se aquele coral descesse Talvez eu agradecesse Com muito mais eloquência Quem me dera ter o plano De Alberto Nepomuceno Nosso Juvenal Galeno De Olegario Mariano Castro Alves e Rogaciano Tomás e Zé de Alencar Ah! se eu soubesse falar Discursar e fazer graça Para saudar quem abraça Um cantor popular


Eu desejaria ter A luz do sol da esperança A meiguice da criança E as côres do amanhecer As horas do entardecer Nos beijos dos namorados Os bugaris perfumados A constancia das vertentes Para ofertar de presentes A todos meus convidados Se a alma de Canhotinho Manoel Galdino Bandeira Inácio da Catingueira Aderaldo e Zé Pretinho Zé Duda, Antonio Marinho Chegasse aqui neste instante Me tornaria um gigante Na palavra e na poesia E melhor agradeceria A Rodolfo Cavalcante


Quem me dera possuir A voz alta das cascatas O emaranhado das matas Quando o vento as faz sorrir O agrupado dos montes O cristalino das fontes A flor serena da gruta O campo virgem que enfolha Para agradar quem me olha Que me aplaude e quem me escuta De Lucrécia a poesia De Felipa o principado Para num simples recado Agradecer a Bahia De castro à Academia E o Grêmio dos Trovadores Aos poetas cantadores Autores dos diademas Eu ofereço um poema Alcatifado de flores


Agradeço a Jorge Amado A Chianini, a Cascudo Que depois dum grande estudo Me confiaram o reinado O meu mais alto obrigado A Rodolfo Cavalcante Nobre poeta vibrante Orgulho do nosso solo Que por ser irmão de Apolo Nunca achou nada distante Quero agradecer de perto A um vulto de valor O Vice-Governador Nobre Coronel Humberto Leandro, Adauto e Ivan Mauro que é outro fã Orlando um amigo forte Desde o velho ao mais novo Agradeço a todo povo Do Juazeiro do Norte


Louro, Otacilio e Dimas Doçuras de mel silvestre Ao Pinto velho que és mestre Das aulas brancas das rimas A todos outros poetas Cancioneiros profetas Venancio e Pedro de Aquino Daudeth Irinha e Helena Santa Agripina falena Castiçal do meu destino Agradeço aos vereadores Mais de perto a Eliseu Ao prefeito que deu Hospedagem aos trovadores Leões e Rotarianos Camara Junior onde meus manos Me ajudaram tambem Todo Nordeste de apreço Onde eu canto e não esqueço O valor que o povo tem


Agradeço aos cronistas Barbosa e Souza Menezes Desejaria mil vezes Abraçar aos jornalistas Radios Iracema e Progresso Responsáveis do sucesso Que o nosso encontro teria Araripe e Educadora Antena divulgadora De festa da poesia Atravesso mil pináculos Para dar palmas de flores A todos os diretores Desta casa de espetáculos Todos padres de Juazeiro Ao turista, ao romeiro Ao juiz que foi gentil Neste festival sem engôdos Devulgado em quase todos Jornais do nosso Brasil.


Othon Costa enviou Saudações, feitas, gravatas Palavras tão sublimadas Que meu coração chorou Guimarães Martins mandou O seu grêmio cultural A grande Lusy Sayal Enviou cartas e fitas Com muitas frases bonitas Dos vates de Portugal. A minha mãe carinhosa Eu agradeço a bondade E a grande fraternidade Do amigo João Barbosa Enéias, Chudu, Batista Geraldo Alves radialista João Eudes, Wellinton Amorim Unidos de face a face Bons companheiros de classe Que trabalharam por mim


Aos poetas cearenses Do sertão a capital De João Pessoa a Natal Cantadores campinenses Alagoanos, recifenses Piauienses e mineiros Cariocas condoreiros Agradeço com emoções Todas contratulações Dos poetas brasileiros Ao grande Olivio Novaes A Arimetéia Tito Com Carvalho Nelo cito Osmar Carvalho inda mais Eduardo Cavalcante Luis Otavio um gigante Raul Vicente e Paulina Guimarães Barreto e Helvecio Poetas como Lucrécio Na força da mão divina.


Nati e Dona Maria Manelito e César Coêlho Filgueiras Sampaio, espelho Do folclore e da poesia Adauto e Grégório Pinto César Cals, homem distinto Governador do estado Mas, que me deixa altaneiro E o nosso Juazeiro Lugar santo, ebençoado. Cidade da promissão Sonhos de lutas e glórias Das mais verídicas histórias Do Padre Cícero Romão Teu nome no mundo é sério E agora no novo império Cresce mais tua euforia Lugar por Cristo indicado Para séde do reinado Do príncipe da poesia


Cheguei aqui em sessenta E no decorrer dos anos Trabalhei fazendo planos Pra ver se a cidade aumenta Nem que eu mesmo não cresça Porem suspendo a cabeça Num sentimento profundo Para te ver terra amada Promovida e badalada Em toda história do mundo Agradeço a Deus que soube Me dá tão simpático empenho E vou ver se desempenho O galardão que me coube Liderar com consciência Humildade e paciência Prudencia e dedicação Amor e brasilidade Dando valor a cidade Do Padre Cicero Romão


Desta noite para frente Jesus me dando saúde Minha primeira atitude É falar com o presidente Vou gritar em toda altura Dizer folclore é cultura! Depois fazer uma prece Para vê os trovadores Repentistas e cantadores Pagando I.N.P.S. Outro ponto de partida Que o meu coração já soma É ver se o poeta toma Um novo padrão de vida Se tornar mais social Mais intelectual Mesmo sem usar anel Lutar para as editoras Se tornarem protetoras De quem escreve cordel


Vou pedir a quem tem pôsto Na política brasileira Pra ninguem cobrar imposto De folhetista de feira O folheteiro sem nome Passa sono, sede e fome Vendendo canções e motes Virado num passarinho Cantando em redor do ninho Pra defender os filhotes Desculpe se tive culpas No meu discurso é verdade Choro pedindo desculpas Se houve ingenuidade Se eu quisesse falaria Com outra sinonimia Tirada do dicionario Mas gosto de conversar No meu proprio linguajar Do nosso vocabulario


Obrigado as criancinhas Familias e autoridades As simples palavras minhas Jamais deixaram saudades Brasil no meu coração Meu nordeste meu torrão Mundo que agora me vê Ceará terra da luz Muito obrigado, Jesus Quem é o príncipe é você

FIM



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