Daqui para a frente Existem muitos caminhos possíveis quando a pergunta é como políticos e administradores podem estabelecer boas parcerias com cidadãos, e vice-versa. O ponto de partida é a procura de cidadãos que desejam envolverse em processos de decisão e gestão de seus bairros. Eles querem fazer parte de mudanças positivas, e apenas serem consultados já não é o suficiente — desejam interação. Considerando estes valores, a governança urbana de hoje em dia não deveria se basear na autoridade. Um caminho possível está na simplificação e facilitação da cooperação entre as administrações públicas municipais e os cidadãos, permitindo que estes últimos transformem os espaços públicos em ambientes acessíveis, democráticos e comuns. Permitir que os espaços públicos sejam plataformas para a espontaneidade e o encontro contribui para o direito à cidade e expande as possibilidades legais, sociopolíticas e culturais dos usos desses espaços. Estas ideias têm ecoado em várias administrações públicas municipais que contam com indivíduos de perfis inovadores, ansiosos por abrir novos horizontes para a cooperação em suas cidades. Um bom nível de coesão social e “cultura cívica” é um importante aspecto de iniciativas lideradas pelos cidadãos — é mais fácil desenvolver iniciativas em um ambiente favorável, onde as pessoas se conectam com as outras e podem compartilhar dos mesmos objetivos, saberes e atitudes; onde os espaços públicos e organizações estão dedicados a espalhar ideias e criar redes. No entanto, é sabido que envolver toda a administração pública municipal é um desafio. Algumas questões necessitam de consciência e abertura à inovação cívica, e não apenas conformidade com a rotina burocrática. Portanto, é preciso que os métodos de trabalho sejam transformados de uma forma que permita o envolvimento da sociedade civil nos processos. Mesmo sendo desafiador, esta publicação baseia-se no entendimento de que um dos grandes objetivos deveria ser a absorção de práticas inovadoras promovidas por cidadãos e a criação e disseminação de uma inteligência democrática que ajude a avaliar e ampliar as experiências de governança. Para que isto aconteça, é fundamental que os processos de aprendizado sejam registrados — aqueles que resultam de constantes negociações entre 62