Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Unochapecó . Quinta-feira, 14 de novembro de 2019 . ANO 18 . N. 57
é nota
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Enade
Apenas quatro cursos de bacharelado em Jornalismo de Santa Catarina alcançaram notas acima de 4 no Enade 2018, o que coloca o curso da Unochapecó entre os melhores do estado. Além disso, Jornalismo teve a maior nota da universidade entre as opções de graduação presenciais. Página 6
Foto: Alana de Bairros
Conheça histórias que sustentam a esperança e resistência agroecológica no Oeste Catarinense O número de unidades de produção orgânica no país cresceu de modo contínuo de 2013 a 2017, último ano em que os dados foram disponibilizados pelo Mapa. Em dezembro de 2012, a quantidade de produtores orgânicos era de 5.934, e em novembro de 2017 já chegava a 17.451. Páginas 4 e 5
MMC: A luta do Movimento das Mulheres Camponesas no Oeste Catarinense A missão em 40 anos de consolidação, é a libertação das mulheres trabalhadoras de qualquer tipo de opressão e discriminação. Página 3 Foto: Alana de Bairros
OPINIÃO
Oito meses de falsas prioridades O governo de Jair Messias Bolsonaro (PSL) completa oito meses de gestão em setembro. Neste período, uma pesquisa realizada pela Folha de São Paulo avaliou 87 dos 90 indicadores nacionais. Foi verificado que 48 pioraram, 15 permanecem estáveis e 28 apresentaram melhora. Entre as estáticas que apresentam queda no desempenho, estão saúde e educação, dois itens que no plano de governo do atual presidente foram apresentados como prioridades. Mas aos poucos, as ideias reais do governante vão aparecendo e ganhando espaço para debate. Durante esse período de administração do governo, as prioridades com maior repercussão e discussão foram a flexibilização do acesso a armas, a reforma da Previdência e o comércio exterior. Em relação à saúde, Bolsonaro e sua equipe encerraram o Programa Mais Médicos. Esse projeto foi criado em 2013 pelo Governo Dilma Rousseff (PT), para levar médicos às áreas mais distantes e vulneráveis do país. Os contratos foram rompidos, os médicos regressaram para Cuba e uma crise na saúde dos pequenos municípios foi gerada, logo no início da atual administração. Para contornar a situação, o governo afirmou que irá criar um programa, que incluirá um plano de carreira que torne essas regiões de difícil provimento mais atrativas aos profissionais. Mas é apenas isso, uma ideia que não saiu do papel em oito meses, mesmo que a saúde seja prioridade do governo e que das 8.500 vagas do programa, 1.462 permaneçam sem profissionais. A área da educação foi marcada por orçamentos reduzidos e ideias malucas. Bolsonaro defende o ensino fundamental à distância para crianças da área rural, a diminuição de cotas raciais em universidades e concursos públicos, a mudança nos métodos de ensino e a reimplantação das disciplinas de Educação Moral e Cívica e Organização Social e Política Brasileira nas escolas. Ao invés de investir na educação, o governo Bolsonaro congelou mais de R$ 1 bilhão, o equivalente a 30% do orçamento que seria destinado para as despesas das universidades e institutos federais. Segundo o Ministério da Educação (MEC), a medida foi tomada porque a arrecadação de impostos está menor do que o previsto. Os investimentos federais para bolsas de alfabetização e apoio à educação integral foram zerados, R$ 5.8 milhões foram bloqueados e causaram sérios impactos da educação infantil à pós-graduação. Para o atual governo, a educação é prioridade no papel, mas na prática está esquecida e é o principal ponto de corte do governante. A suposta equipe perfeita de Bolsonaro se mostrou ineficaz e as falhas de comunicação geraram diversas demissões e dúvidas, até mesmo nos eleitores mais fiéis. O país precisa de reformas capazes de darem consistência e solidez aos indicadores nacionais, a fim de retomar o crescimento e o desenvolvimento do Brasil. Para isso, é preciso inovar e se reinventar todos os dias, com entusiasmo e dedicação, aliados à percepção e estudos. Com diálogo e a experiência daqueles que compõe o Governo Bolsonaro é possível reverter esta situação de descaso e esquecimento na qual o Brasil se encontra.
Jair Bolsonaro foi eleito com 55,13% dos votos. (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)
EXPEDIENTE
Jornal Laboratório do curso de Jornalismo Área de Ciências Sociais e Aplicadas Universidade Comunitária da Região de Chapecó - Unochapecó Servidão Anjo da Guarda, nº 295-D, Bairro Efapi Componente curricular: Planejamento Gráfico em Jornalismo Orientação: Alexsandro Stumpf Diagramação e textos: Alana de Bairros, Alexsandra Zanesco, Deise Agnoletto, Isabel Bevilacqua e Lucas Liston
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Segunda-feira, 14 de novembro de 2019 . ANO 18 . N. 57
119 leilões para mais de R$ 1,3 trilhões
Por: Isabel Bevilacqua
O governo está criando exageradamente projetos de privatizações para movimentar a economia do país. Dentre os bens ofertados estão serviços de aeroportos, rodovias, ferrovias, portos, entre outros ativos. O que acontece é que esta visão, tratada pelo governo como forma fundamental para aumentar o nível de investimentos no país e também para a liberação de recursos públicos, na verdade, nos deixa à mercê do retrocesso econômico. Um longo e árduo processo para o desenvolvimento da economia no país, se fez quando, um princípio constitucional conquistado com muita luta pelos movimentos dos trabalhadores foi conquistado: o de que serviços fundamentais como transportes, saúde e educação são responsabilidades do Estado. Mas isso já não importa mais, pois o governo violou este princípio quando começou a decretar a historinha da privatização que está em andamento com 119 ‘projetos federais’ na qual prevê 1,3 trilhões de investimentos em 30 anos. Os defensores da privatização querem transformar esses direitos sociais em bens de consumo, mercadoria, para serem vendidas sob as regras do mercado, e promovendo lucros para os empresários que investirem nisso. Ta aí, uma grande demonstração de como a privatização significa um retrocesso, além de meter no povo altos preços e taxas, que antigamente não se pagava. Além de tudo isso, outro custo que nós sociedade pagamos, por um serviço não desejado, é a incompetência dos políticos.
Utopia da meritocracia
Por: Alana de Bairros
Sem aumento real do salário mínimo para 2020. A decisão foi aprovada ontem (09/10) pelo Congresso. O valor passará a ser R$ 1.039,00 mas representa apenas a correção pela inflação projetada para o próximo ano. Ou seja, mantém o mesmo nível atual. Um descaso com dois terços da população brasileira que ganha até três salários mínimos. E ainda fica pior: a estimativa é que em 2021 e 2022 a situação se repita. E quanto ao trabalhador menos favorecido, que pega várias linhas de metrô ou ônibus até chegar no trabalho e tem que sacrificar o lazer com os filhos para fazer bicos e pagar todos os boletos? Que faça milagre para fazer seu salário chegar até o fim do mês nos próximos três anos. Mas é claro, se ele está nessa situação é porque não se esforçou o suficiente. E a pequena parcela da população que está no alto patamar “porque mereceu”, para quem Bolsonaro governa, não preocupa-se com os cinquenta reais a menos ou a mais. Enquanto isso, o reajuste real, uma das ferramentas para diminuir a gritante desigualdade social no país, é chamado pelo vice-presidente de “vaca sagrada que precisa mudar”. Entre as brasilidades a se colocar na vitrine do país, com o futebol e carnaval: o salário mínimo que não assegura o mínimo disposto na Constituição.
Economia sem credibilidade
Por: Deise Agnoletto
O otimismo com a economia que empresários mostraram no final de 2018 despencou em nova pesquisa feita no último mês. A queda foi de 19,3 pontos. Diretores de 29 médias e grandes empresas brasileiras acompanhadas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), participaram da pesquisa Panorama Global de Negócios feita em parceria com a Duke University. Em dezembro de 2018 havia sido registrado 68,5 pontos em relação ao otimismo sobre a economia, em setembro o número passou para 49,2 pontos. O cenário se dá pelas incertezas, pela demanda fraca e poucos resultados de um governo que propagava a melhoria, especialmente no âmbito econômico. O fato é que ficou na falácia e em promessas que ainda não foram mostradas na prática. O que na verdade, também tem sido feito em outros setores. E os empresários que depositaram otimismo e confiança nas palavras do presidente durante sua campanha, acabaram frustrados e desesperançosos. Pois, os resultados que tanto esperavam e haviam aplicado suas expectativas não chegaram até o momento. O governo, por vezes, parece esquecer que as coisas não acontecem sozinhas, e indícios indicam que tirar os planos do papel tem se apresentado um desafio e tanto. Será que esse será vencido? E a economia, será como prometido?
CULTURA
Voluntárias da luta lilás clamam por amparo “Onde a luta é forte, o movimento não pode morrer e se acabar como acabou aqui”, diz Genilei, uma das dirigentes do Movimento de Mulheres Camponesas no Oeste Catarinense
Por: Isabel Bevilacqua
Em uma narrativa ausente, com 50 anos de idade, ela mantém perceptível na face, uma luta de 28 anos de existência. Genilei Terezinha Sartori foi uma das pessoas que aprendeu a “ser mais ela” com o Movimento da Mulheres Camponesas. Em defesa aos direitos da mulher, com apenas 15 anos de idade a agricultora já participava das reuniões e encontros do MMC, ela foi uma, das pessoas que engajaram a causa e o fizeram ao menos existir, no município de Jardinópolis SC. Foi no ano de 1985, que no pequeno município de 1.625 habitantes, o Movimento Roxo se glorificou. Ela conta que conheceu o movimento através de um grupo de mulheres que engajaram a causa no município. “Elas me convidaram a fazer parte do movimento das Mulheres Camponesas no intuito de defender a classe feminina e conseguir conquistas que até então não se tinha. Comecei a participar dos encontros vagarosamente, e após um certo período passei a fazer parte da diretoria do movimento aqui no município”, destaca Genilei. Genilei foi Secretária e Dirigente do movimento no município por 6 anos. Segundo ela, os encontros serviam para conquistar uma vida melhor, lutar contra a violência e discutir os direitos, além de passar conhecimento sobre a terra e a agricultura familiar. Também eram feitos diversos abaixos assinados com todas as mulheres do grupo, para conseguir benefícios como o Salário Maternidade. “Era um tempo corrido para mim, precisava de todas as assinaturas das mulheres, então eu tinha que ir em todas as casas”, frisa. Existia a presidente, vice e secretárias na qual faziam as atas. Aproximadamente 50 pessoas do município participaram nos anos iniciais do movimento, que com o passar do tempo começou a enfraquecer, ficando apenas as lideranças a sua frente. Nesta época, Genilei já não fazia mais parte da liderança e foi uma das pessoas que desistiu do movimento. “A desmotivação do grupo e o enfraquecimento da participação das mulheres foi culminante para mim ter deixado de participar, além de ter diversas funções em casa para se dedicar. A política também fazia o movimento se desconstituir, pois ali existiam mulheres com diversos partidos políticos, então em época de eleição, o movimento sofria, causando em muitas mulheres a desistência pelo movimento”, salienta a agricultora. A agricultora destaca que todas as mulheres do movimento trabalhavam de graça e sem contribuição de instituições ou governo municipal. “O poder público não colabora com nosso movimento aqui no município, não ajudava nas ações e não nos ouviam. As lideranças políticas, quando cobrados para apoiar nosso movimento diziam: Vão pra casa! Vão trabalhar!”, lembra. Os encontros em Jardinópolis pararam de acontecer no ano de 2012. A agricultora destaca que se a maioria das mulheres não tivessem deixado de participar e se o poder público ajudasse mais o movimento, continuaria firme na luta, mas que do jeito que estava, não era mais vantagem. “Ficar dentro do movimento para mim era estar lutando pelas mulheres”. Genilei argumenta que se um dia o movimento renascer em Jardinópolis, estará disposta a continuar lutando, e deixa seu recado: “É uma causa que faz a gente aprender com todas as mulheres que participam. Por isso onde a luta é forte, o movimento não pode morrer, e se acabar como acabou aqui”, diz, abaixando a cabeça.
Libertação, o pilar Impulsionado pela necessidade de mudanças, a organização do Movimento teve início em 1982, quando ainda era chamado de Movimento de Mulheres Agricultoras. Mais tarde, o nome foi alterado, para Movimento de Mulheres Camponesas, para que pudesse abranger uma quantidade maior de beneficiárias. Com a vitória da chapa de oposição nas eleições para o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Chapecó, no final do ano de 1982, o movimento começou a ganhar forças. Conforme explica Clementina Dalchiavon, uma das fundadoras do movimento em Nova Itaberaba, foi a partir dessa reunião que o Movimento começou a se expandir para o Município de Chapecó, sendo dividido em sete setores. Cada setor, na época, era representado por duas coordenadoras. “A organização trouxe bons resultados. No dia 08 de março de 1984 – quando é comemorado o Dia Internacional
Por seis anos, Genilei pôde conhecer uma perspectiva diferente no movimento. Foto: Isabel Bevilacqua
da Mulher, cerca de 500 mulheres participaram do Primeiro Encontro do Movimento de Mulheres Agricultoras, e no ano seguinte, em Chapecó, mais de 3 mil mulheres se reuniram no encontro, pelo mesmo objetivo”, lembra Clementina. Mas nada disso impediu a luta e a determinação de todas. O movimento continuou criando forças e se expandindo para toda a região. Com o tempo, tomou conta do Estado e hoje, é reconhecido nacional e mundialmente. Entretanto, muitos movimentos se acabaram, como é o caso do município de Jardinópolis. Histórias como a de Genilei permeiam espaços entre o movimento e as que desistiram, as que não conseguiram forças para continuar, as que não obtiveram apoio, as que morreram e as que são ativas onde ainda existe o movimento, as que seguem na luta pelos direitos não somente os delas, mas de todos.
O clamor O MMC sempre esteve preocupado com a situação enfrentada pelas mulheres camponesas e suas famílias, mas nos últimos anos esta mesma preocupação se amplificou. Conforme explica uma das Coordenadoras do Movimento das Mulheres Camponesas, no estado, Noemi Krefta, atualmente a situação no campo tem se tornado cada dia mais difícil. “São cortes nas políticas públicas, seleção das unidades integradas e nas agroindústrias, o que exige cada dia, mais produtividade. E isso significa altos investimentos sem garantias de absorção da produção e muito menos garantia de renda para que possam se manter na atividade”, salienta. A Coordenadora destaca que o estado tem anunciado algumas posições em relação aos agrotóxicos, mas não mantém uma postura firme de implementação, pois cede aos argumentos do agronegócio e isso, segundo ela, traz grandes prejuízos a saúde e ao ambiente. “As unidades de produção que buscam produzir de forma saudável não tem incentivo de uma política pública que lhes garanta o direito de produzir sem ter sua produção contaminada”, diz Noemi. Segundo a representante, é por estes motivos citados acima que o movimento tem enfrentado diversos declives e que em muitas cidades até perdeu força. “A luta do movimento tem sido árdua, quando conseguimos dar um passo para frente, perdemos muitos outros direitos. Mas não podemos parar! Nossa luta continua por uma agricultura saudável, com cuidado do ambiente e da biodiversidade, bem como, a luta pelas mulheres, pela dignidade e pela força feminina no campo”, completa. Entre as conquistas do Movimento até o momento, pode-se destacar: Regularização dos documentos pessoais das mulheres, RG e CPF; Direito de utilizar o bloco de notas de produtor rural, em conjunto com o marido ou de forma individual; Regulamentação dos direitos garantidos pela constituição brasileira de 1988; Aposentadoria para as mulheres aos 55 anos e para os homens aos 60 anos; Aposentadoria por invalidez; Pensão por morte; Auxílio doença; Auxílio maternidade e o auxílio maternidade para filhas de agricultores com 16 anos.
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MEIO AMBIENTE
Liberados 239 novos agrotóxicos Agrotóxicos, insumos agrícolas, pesticidas e praguicidas. Muitas são as denominações para designar aos produtos químicos, físicos ou biológicos usados na agricultura. Trata-se de produtos e agentes utilizados em lavouras, na produção e no armazenamento de alimentos e pastagens. Os agrotóxicos alteram a composição da fauna e da flora, a fim de exterminar os seres vivos que podem ser nocivos às plantações. São classificados em três principais categorias: os inseticidas, destinados ao combate de insetos, formigas e larvas; os fungicidas, que combatem fungos; e os herbicidas, que exterminam as ervas daninhas. Além dessas, existem também outras categorias: raticidas, acaricidas, nematicidas, molusquicidas, fumigantes, desfolhantes e dessecantes. Atualmente, o agroquímico deve passar pela avaliação de três órgãos do governo federal para obter a liberação: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Cabe ao Mapa avaliar a eficiência e o potencial uso na agricultura. Ao Ibama é atribuída a responsabilidade de medir o potencial poluidor do produto, e a Anvisa examina o quão tóxico é para a população. O Brasil, que em 1990 consumia 3% dos volumes de agrotóxicos no mundo todo, hoje lidera o ranking de consumo mundial em números absolutos. Em relação à área plantada e à quantidade de alimento produzido, fica atrás do Japão, União Europeia e Estados
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Unidos. Em uma década, de 2006 a 2016, o aumento na liberação dos agentes cresceu 251%, mas foi nos últimos três anos que as autorizações foram desenfreadas. O governo Temer (MDB) fortaleceu o crescimento do mercado de agrotóxicos com um volume gigantesco de liberações, que continua sendo alavancado pelo governo Bolsonaro (PSL), devido às demandas favoráveis ao agronegócio. Em 2018, foram liberados 450 novos agrotóxicos, o que corresponde a um aumento de 323% referente a 2015, quando 139 agrotóxicos foram liberados durante todo o ano. Entre o dia 1º de janeiro a 30 de junho de 2019, a autorização de agrotóxicos bateu recorde: no primeiro semestre do ano, foi publicada a aprovação de 239 novos produtos agroquímicos, o que corresponde a 1,3 agentes liberados todos os dias. O mês com maior liberação foi fevereiro, com o total de 48 agrotóxicos autorizados, seguido por abril (45), junho (42), janeiro (38) e março (35). Maio foi o período de menor quantidade, com a permissão de 31 novos agrotóxicos para serem comercializados e chegarem até a mesa dos brasileiros. Em junho de 2019, eram 2.305 agrotóxicos autorizados no país e a comercialização aumenta todos os anos. Segundo dados do Ibama, em 2011 a quantidade de agrotóxicos vendidos no Brasil chegou na casa das 400 mil toneladas, e permaneceu até 2013. Desde 2014, mais de 500 mil toneladas de produtos agroquímicos são usados no país, e chegou a 539,9 mil toneladas em 2017, último ano em que os dados foram disponíveis.
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Semente de esperança: agroecologia e agricultura orgânica como alternativas de produção saudável O uso abusivo e constante de agrotóxicos apresenta riscos gigantescos às pessoas e ao meio ambiente. Afeta a saúde dos consumidores, dos trabalhadores expostos aos venenos e também de quem mora no entorno das áreas onde os produtos são utilizados. Conforme os dados oficiais, entre 2007 e 2017, foram notificados cerca de 40 mil casos de contaminação aguda por agrotóxicos, e 1.900 pessoas morreram em razão deles. A saúde ambiental também é prejudicada. Os agrotóxicos deixam resíduos na terra, pois o solo retém grande quantidade de veneno com o passar dos anos, o que reduz sua fertilidade e diminui seus nutrientes. Os produtos chegam aos rios, alcançando águas subterrâneas. A contaminação também fica no ar, quando os produtos ficam em suspensão e são disseminados pelo vento. Nas últimas duas décadas, a preocupação das pessoas sobre a procedência dos alimentos que consomem passou a aumentar cada vez mais. Além disso, uma parcela da população despertou para a conscientização ambiental. Por essa razão, a produção orgânica e agroecológica tem ganhado força, pois apesar de serem sistemas diferentes, ambos têm um cuidado especial com os alimentos que chegam às mesas dos indivíduos. A produção orgânica diz respeito a um processo comprometido com a sanidade dos alimentos, no qual não são usados agrotóxicos, transgênicos e fertilizantes sintéticos em nenhum estágio da produção, o que leva a preservação do meio ambiente, além da saúde de quem consome. A agroecologia surge com objetivos em comum mas com questões mais amplas. Vai de encontro com o que o próprio nome já diz: agricultura ecológica. É uma ciência que vai além de não usar venenos, diz respeito a um movimento social e prático. Possui dimensões tecnológicas, sociais, políticas e econômicas que realizam o manejo sustentável, valorizam sementes tradicionais e cultivam alimentos em harmonia com a natureza. A prática agroecológica é uma forma de geração de trabalho e renda no campo, e a produção é majoritariamente feita por famílias, em pequena escala e com diversidade de culturas. Está alicerçada em três pontos: o ambiental, o social e o econômico. O sistema ajuda na recuperação do solo e permite o aumento e a conservação da biodiversidade, além de construir autonomia de conhecimento e recursos para os produtores. O Brasil foi o primeiro país a criar uma política de estado específica para o incentivo da atividade agroecológica e orgânica, com o lançamento da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Pnapo), em 2012. O projeto tem por objetivo integrar, articular e adequar políticas, programas e ações que incentivem a transição do modo tradicional de produzir alimentos, para os sistemas que contribuem com o desenvolvimento sustentável e possibilitam melhoria da qualidade de vida. É importante ressaltar que nem todo produto orgânico é agroecológico, pois a produção orgânica pode conter alguns valores contrários aos que constituem a agroecologia, como a produção mecanizada, em larga escala e de monocultura, visando o lucro elevado. Na agroecologia, o uso sustentável dos recursos naturais e a preservação de todas as espécies de seres vivos são valorizados.
em 181 dias de governo no Brasil Por: Alana de Bairros e Deise Agnoletto
Respeito e sintonia com o meio ambiente No quilômetro 63 da SC 157, é possível avistar a propriedade agroecológica Cordazzo, do seu Zelito e da dona Marli. Fica na linha Bergamini, em Quilombo, onde o casal mora há mais de 24 anos e escolheu a agroecologia como opção de vida da família. Em 4,3 hectares de terra, são cultivadas frutas, verduras e hortaliças. Há uma grande variedade de cerca de 50 alimentos, como alface, chicória, couve-flor, brócolis e beterraba. Também são plantadas mandioca, feijão, arroz e batata, além de frutas como laranjas, bergamotas, morangos, banana, entre outras. Os produtos, além de destinados para o consumo da família, são comercializados diariamente na feira do Sindicato dos Trabalhadores de Quilombo e entregues nas escolas municipais de Águas Frias, Jardinópolis, Quilombo e Santiago do Sul. Além da plantação de alimentos, na propriedade Cordazzo também são criados animais para alimentação, como bovinos, aves e porcos. Produtor e aposentado, seu Zelito sempre morou no interior e aprendeu desde cedo o manejo com o solo, cultivo de alimentos e criação de animais. Juntamente com sua esposa, dona Marli, puderam transmitir um pouco do conhecimento para os filhos Daniela, Ederson e Jeferson. O casal sempre buscou participar de palestras e debates promovidos pelas organizações sindicais e estar envolvido nos movimentos sociais. O conhecimento sobre a agroecologia foi adquirido há mais ou menos duas décadas, em um curso no Centro Ecológico em Ipê, no Rio Grande do Sul. Lá, ambos puderam aprender sobre a produção, o processamento e a comercialização de produtos agroecológicos. Desde então, os ensinamentos são colocados em prática e produtos químicos e agrotóxicos não são utilizados na propriedade Cordazzo. O cuidado também é constante com o solo e com a água. Além disso, é realizada a separação dos lixos e a captação da água da chuva, para aproveitar de maneira consciente os recursos naturais. Sentado na área de sua casa e com o bom chimarrão na mão, o produtor afirma: “O produto agroecológico vem com o sabor da natureza”. O maior desafio na propriedade, segundo ele, é buscar alternativas para o controle dos insetos que são nocivos aos alimentos, como lagartas, formigas e pulgões. O objetivo é espantá-los, para que não infestem as plantações. Conforme seu Zelito, falta debate e informação para incentivar e fomentar a agroecologia na sociedade, a fim de que as pessoas possam conhecer e valorizar a atividade. Cuidado e persistência são os grandes alicerces da atividade. Muito além de uma fonte alternativa de renda, a satisfação é de levar saúde para a mesa das pessoas. Ter a certeza de estar fazendo sua parte em pró do meio ambiente e dos recursos naturais supera os obstáculos. “É prazeroso, pois todo dia aprendemos algo novo”, finaliza.
A propriedade do seu Zelito é localizada na linha Bergamini, em Quilombo (SC). Foto: Alana de Bairros
A variedade que vem do campo
A propriedade da dona Edel é localizada na linha Santa Terezinha, em Palmitos (SC). Foto: Alana de Bairros
Edel Schneider, de 70 anos, cresceu sendo alimentada pelas plantas cultivadas no quintal da casa de seus pais. A tradição do cultivo dos alimentos veio de berço e segue como uma de suas atividades principais até hoje. Com muito prazer, transmitiu seus conhecimentos e saberes à filha, Débora, de 45 anos, que apesar de formar-se na graduação e experimentar a vida na cidade, escolheu acompanhar sua mãe na luta e na vida no campo. Muito além de produtoras rurais, Edel e Débora são também defensoras da agroecologia e veem no zelo com o meio ambiente e com os seres vivos, razões diárias para a felicidade. Plantações de grãos, hortaliças, frutas e plantas medicinais compõe a paisagem da propriedade localizada na Linha Santa Terezinha, em Palmitos (SC), onde moram há quarenta anos. Flores também embelezam o local, onde são plantadas orquídeas, cactos e suculentas, entre outras espécies. Dentro de sua estufa, com a mistura do cheiro das ervas e do aroma das flores, Edel declara: “As plantas são a maior arma que as mulheres podem ter”. Dona Edel e Débora investem e cultivam quintais produtivos, que compreende a produção de alimentos, em menor quantidade e maior diversidade, além da criação de pequenos animais. Na propriedade, além da criação de algumas aves e bovinos, a variedade de culturas é grande, entre elas batata, arroz, feijão, milho, soja, trigo e mandioca. Também são cultivadas cebola, pepino, chuchu, temperos e uma grande variedade de plantas medicinais. Os produtos são destinados ao consumo da família e também são vendidos aos vizinhos e conhecidos, tornando-se uma renda extra. Toda a produção segue os princípios agroecológicos, sem o uso de agrotóxicos para melhorar a saúde e preservar a natureza. Dona Edel passou a conhecer e aprender sobre a atividade agroecológica por meio de palestras e oficinas promovidas pelo Movimento das Mulheres Camponesas (MMC), o qual faz parte desde 1985. No MMC, Edel pode compreender seu espaço e sua missão: intensificar a agroecologia, levar saúde às pessoas por meio do horto medicinal e colaborar na recuperação de sementes crioulas. Na propriedade de 24,8 hectares, o cuidado com o meio ambiente é intenso. As árvores nativas foram preservadas e formam uma verdadeira floresta, onde com muito planejamento Edel e Débora estruturaram uma trilha ecoturística, que recebe turistas e visitantes. Os recursos naturais são utilizados de maneira consciente, a adubação do solo é feita de maneira sustentável e a água da chuva é reutilizada para os afazeres do cotidiano. Dona Edel procura transmitir seus conhecimentos agroecológicos a fim de que a atividade seja mais valorizada e as pessoas se conscientizem em preservar o meio ambiente enquanto há tempo. “Eu pratico e ensino o cuidado com as pessoas, com a terra e com os animais”, complementa a produtora.
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ESPECIAL
Jornalismo na Unochapecó está entre os 4 melhores de Santa Catarina O curso de Jornalismo da Unochapecó surgiu em 1998 e comemora seus 21 anos com conceito 4 no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). O exame avalia o ensino das universidades a partir do desempenho dos estudantes em uma prova. A avaliação foi realizada em novembro de 2018 e teve o resultado divulgado neste ano pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Apenas quatro cursos de bacharelado em Jornalismo de Santa Catarina alcançaram notas acima de 4 no Enade 2018, o que coloca o curso da Unochapecó entre os melhores do estado. Além disso, Jornalismo teve a maior nota da universidade entre as opções de graduação presenciais. Este desempenho positivo é um importante indicador de qualidade do ensino superior, pois na prova, foram avaliadas as competências e habilidades fundamentais ao aperfeiçoamento da formação geral e profissional. Karina Echer, uma das egressas que realizou a prova, lembra que no período do Enade havia uma expectativa muito grande da turma em relação ao bom rendimento na avaliação. “Nossa intenção era realmente demonstrar a qualidade técnica e profissional
que desenvolvemos durante os quatro anos de curso”, comenta. Karina ainda salienta a orientação e incentivo para a realização da prova por parte da coordenação do curso e do corpo docente. “Sentimos que estes incentivos iam além da busca por um bom resultado, mas também serviam para que nós acadêmicos fôssemos valorizados por estar neste processo junto a universidade. O sentimento é de felicidade em fazer parte deste resultado”, complementa. Para Tuanny de Paula, participar deste processo também foi muito importante. “Acho que fica um sentimento de dever cumprido agora que estou formada”, destaca.
O curso de Jornalismo integra a Área de Ciências Sociais e Aplicadas da Unochapecó. Foto: Alana de Bairros
Por: Alana de Bairros
Nota 4 na avaliação do MEC Além do bom resultado no Enade, o Jornalismo na Unochapecó também carrega a nota 4 na avaliação do Ministério da Educação (MEC). Esta avaliação possui nota máxima 5 e observa a qualidade do ensino oferecido, as pesquisas conduzidas na instituição, os cursos de extensão, a responsabilidade social, as instalações físicas, a eficiência da gestão e os docentes. Para o coordenador do curso, professor Alexsandro Stumpf, estes resultados representam o comprometimento com a qualidade do ensino e o compromisso com a formação de profissionais capacitados para atuar no mercado de trabalho. “O corpo docente do curso busca promover o senso crítico dos estudantes desde o primeiro período até a conclusão do curso, o que garante que o conhecimento em todos os componentes curriculares sejam reflexo nas notas que o Jornalismo carrega”, finaliza. Já passaram pelo curso 12 turmas, que hoje ocupam espaços de referência no mercado de trabalho. Atualmente, 108 estudantes dos três estados do Sul do país estão matriculados.
Consuma como uma garota
Por: Alexsandra Zanesco
A vida das mulheres passou por diversas transformações nos últimos 40 anos, hoje além de cuidar da casa e dos filhos, elas trabalham fora, são estudantes e são responsáveis por tomar decisões em todos os espaços. Mas ainda é possível observar diversos comportamentos machistas e a publicidade utiliza muito desse preconceito. Cada vez mais as empresas vêem as mulheres se tornarem consumidoras importante na conjuntura socioeconômica do Brasil. Ao longo do século XX, a população feminina se constituiu como consumidora, não apenas de produtos do lar, mas de itens que eram prioritariamente consumidos por homens. Para compreender a situação, é preciso entender que o marketing e a propaganda são parte da cultura da sociedade e não apenas um reflexo. Ambas são forças poderosas, que se alimentam da produção cultural de uma região, refletindo os valores e o momento vivido por essa sociedade, essa mesmo agrupamento social é influenciado pelos produtos culturais. No momento atual da história, as pautas femininas têm ganhado destaque e são cobradas das empresas. Isso se deve pelas lutas desta classe, que foram historicamente ignoradas, mas mesmo assim, não deixaram de buscar seus direitos. Esse novo ciclo, não permite mais que a demanda das mulheres não seja ouvida pelas marcas. Ao longo da história, as reivindicações da classe feminina foram ignoradas e diminuídas, mas nos dias de hoje, esse comportamento tornou-se intolerável. A chegada da internet foi um dos propulsores da disseminação de conceitos feministas, para empoderar e dar um basta a situação. Desta maneira, surge uma nova relação de consumo, na qual elas rejeitam, denunciam e boicotam marcas que não respeitam a classe feminina. Essa luta das mulheres abriu os olhos do mundo para outras pautas de extrema importância, como racismo, pluralidade, população negra, diferenças salariais, desafios da maternidade, diversidade de corpos, assédio, homofobia, objetificação e violência. Em 2010, a Organização das Nações Unidas (ONU) publicou os Princípios do Empoderamento das Mulheres, um conjunto de práticas que orienta as empresas a forma correta de promover a igualdade de gênero no ambiente corporativo e social. Até 2017, 150 empresas brasileiras assinaram este acordo e tornaram público o compromisso com a causa.
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O feminismo na publicidade Mesmo diante do pacto por igualdade, o mercado publicitário brasileiro, assim como o de muitos outros países, têm associado a imagem feminina à utilização de produtos de higiene pessoal, cosméticos, moda e dietas malucas. Ao mesmo tempo, muitas marcas revolucionaram a forma de fazer propaganda e estão transformando a comunicação. Os outdoors da marca americana Calvin Klein ganharam modelos de todas as cores e formas, deixando o padrão de mulher magra e loira no século passado. Não é preciso ir longe para encontrar exemplos de mudança no mercado publicitário, a campanha da cerveja Skol, produzida para o carnaval de 2018, mostra de forma objetiva e bem humorada, a diferença entre uma cantada e o assédio. A chegada da internet levou o feminismo para mulheres de todos os cantos do mundo. A classe despertou e se uniu em prol dos seus direitos, de uma forma íntima e profunda. A conexão criada com o auxílio da internet simplificou, memetizou, aproximou e realizou as ideias das mulheres. Mas o mercado publicitário acredita que a onda de respeito e empoderamento feminino é apenas uma fase, Maíra Liguori integrante do núcleo de inteligência feminino Think Eva, comentou a situação, “O fato da publicidade encarar o empoderamento feminino como uma modinha passageira é um mecanismo do próprio patriarcado. Não estamos pedindo permissão para sentar na mesa dos adultos só por hoje. Estamos aqui para ocupar um lugar que é nosso”. As mulheres são a maioria do público consumidor. Mas quando se trata de papel principal nas propagandas, em apenas 34% das campanhas o espaço de destaque é concedido a uma mulher. Em 73% dos casos, elas são as coadjuvantes. É fato que campanhas estereotipadas perderam força e eficácia, o que leva muitas marcas que querem conquistar a classe feminina, a repensarem sua forma de fazer marketing e revolucionaram a comunicação. O mercado já percebeu a importância do público feminino e da representatividade, itens que precisam ser transmitidos através das propagandas para gerar o engajamento de maneira que a empatia e o respeito não sejam deixados de lado.
SAÚDE
Novembro Azul:
a importância de quebrar preconceitos e se cuidar Por: Alexsandra Zanesco e Deise Agnoletto O movimento Novembro Azul, que é conhecido mundialmente como Movember, teve origem em 2003, na Austrália, com o objetivo de chamar a atenção para a prevenção e o diagnóstico de doenças que atingem a população masculina. No Brasil, desde 2008 existe o Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL), que tem intuito de promover a mudança de comportamento dos homens em relação a saúde. No entanto, somente em 2011 foi lançada a campanha Novembro Azul no país, com foco na conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata. De acordo com o Ministério da Saúde (MS) e o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de próstata é o tipo de tumor que mais tem afetado os homens. Foram 68.220 casos registrado em 2018, o que resulta em 31,7% dos casos no país. Em 2013, o número de mortes chegou a 13.772. A campanha também engloba o encorajamento de homens para consulta médica, realização de exames regulares, autoexame e o tratamento da doença. Ao longo do mês, são inclusas ações como palestras, distribuição de panfletos, eventos para arrecadação de fundos e iluminação de monumentos com a cor azul, como o Cristo Redentor, o palácio do Congresso Nacional e o Monumento às Bandeiras, entre outros locais que incentivam o movimento. No estágio inicial a doença não apresenta sintomas. Quando os sinais começam a aparecer, cerca de 95% dos tumores estão em estado avançado, o que dificulta a cura. Na fase mais avançada, os principais indicativos são: dor óssea, vontade frequente e dores ao urinar, além da presença de sangue nas fezes e no sêmen. Histórico de câncer de próstata na família e obesidade são fatores de risco. A forma de garantir a cura do câncer de próstata é o diagnóstico precoce. Mesmo na ausência de sintomas, homens a partir dos 45 anos com fatores de risco devem ir ao urologista para conversar sobre o exa-
O diagnóstico precoce é a melhor forma de curar o câncer de próstata. Foto: Deise Agnoletto
me de toque retal, que permite ao médico avaliar alterações da glândula, como endurecimento e presença de nódulos suspeitos, e sobre o exame de sangue PSA (antígeno prostático específico). Cerca de 20% dos pacientes com câncer de próstata são diagnosticados somente pela alteração no toque retal. A indicação da melhor forma de tratamento vai depender de vários aspectos, como estado de saúde atual, estadiamento da doença e expectativa de vida. Em casos de tumores de baixa agressividade há a opção da vigilância ativa, na qual periodicamente se faz um monitoramento da evolução da doença, intervindo se houver progressão.
Se ajuste ou morra enquanto tenta
Por: Alexsandra Zanesco
Por muito tempo, falar sobre suicídio era quase proibido, mas o tema sempre esteve à espreita. Como era de se esperar, o silêncio não fez os casos cessarem, nem mesmo diminuírem. Para tentar reduzir os danos causados pelo silêncio e desinformação, campanhas de prevenção foram criadas. O mês de setembro é uma dessas invenções, o período é conhecido como Setembro Amarelo e é dedicado à prevenção, conscientização e mobilização da sociedade sobre suicídio. Apesar da preocupação existente, a temática sofre estigma e isso gera desinformação na população em geral. Os profissionais da saúde não ficam para trás na desinformação. Por vezes, aqueles que deveriam ser peritos no assunto, não sabem detectar os sinais de alerta ou lidar com eles, quando são perceptíveis. O Brasil é o 106º no ranking global de 2016, com taxa de 6,5 suicídios por 100 mil habitantes, mas, logicamente não é um dado que deve ser comemorado, já que mesmo com todos os avanços da saúde, essa taxa é 60% maior do que em 1980. Em 36 anos, o progresso da medicina não conseguiu superar a destruição causada pelo desenvolvimento da tecnologia, já que as pessoas vivem em uma era onde precisam mostrar que tem a vida perfeita nas redes sociais, têm a necessidade de receberem muitas curtidas e acu-
mularem milhares de seguidores. Aqueles que se atrevem a não seguir esse padrão, são excluídos, e é aí que mora o perigo. Ser descartado gera problemas incalculáveis para a autoestima e a maioria dos indivíduos não lida muito bem com isso.
Uma forma de encontrar auxílio é no disque 188, número pertencente ao Centro de Valorização da Vida (CVV), que realiza apoio emocional e trabalha na prevenção do suicídio. Foto: Deise Agnoletto
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada ano 800 mil pessoas tiram a própria vida em todo o mundo, 3,6% delas por transtornos de ajustamento. A maioria das vítimas, são jovens entre 15 e 29 anos. Na teoria, esses jovens deveriam estar preocupados em ir a festas, estudar, fazer amigos, até namorar. Mas na prática estão assolados pela tristeza da exclusão social, pela pobreza causada por instabilidade econômica do país, pela
sobrecarga da vida acadêmica associada a rotina de trabalho descompensada, além problemas psicológicos, pessoais e familiares, que assolam tantas pessoas no país. Os jovens que deveriam estar vivendo, estão morrendo porque não têm mais força para tanta luta. Uma atitude como essa não é covarde, pelo contrário, exige coragem, que não pode ser mensurada. O suicídio é uma mal silencioso, rodeado de tabus e preconceitos. A prevenção começa por ouvir a pessoa que está, de diversas formas, pedindo ajuda. Uma conversa aberta sobre o tema com alguém confiável, incluindo sentimentos e fatores relacionados é o primeiro passo para ajudar. Nada daquelas conversas ineficazes com frases clichês, onde a pessoa afirma que é só uma fase e logo fica tudo bem, mas uma conversa onde efetivamente o indivíduo possa ser ouvido. Mas a conversa sozinha não vai fazer milagre nenhum, é necessária a criação de políticas efetivas de prevenção e acompanhamento, além de informação, para a população e para os agentes de saúde. É necessário que os indivíduos aprendam que suicídio não é drama, não é para chamar a atenção, não é frescura e muito menos falta de Deus. O suicídio é uma realidade que não deve ser negada, e sim tratada como um problema de saúde pública.
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ESPORTE
Chape Futsal em grande fase A equipe da Chapecoense Futsal disputou mais uma decisão nos playoffs da Liga Catarinense. Após vencer a equipe da AGN Capinzal por 8 x 3 no jogo de ida, realizado em Chapecó, o Verdão das Quadras foi decidir a vaga na casa do adversário. A Chape Futsal entrou em quadra no Ginásio Dileto Bertaioli na vantagem do empate, mas não deixou barato. O placar de 4 x 1 para a AGN Capinzal no tempo normal levou o jogo para a prorrogação, e os guris de Chapecó se recuperaram fechando o jogo em 4 (1) x (3) 1, conquistando a classificação para a fase semifinal/play-offs do returno. O próximo desafio pela Liga Catarinense será diante da Pinhalense Futsal, no dia 2 de novembro, em Chapecó. Do outro lado, enfrentam-se ADAF Saudades e Curitibanos/Beralanda, já na próxima semana. Neste ínterim, a Chape Futsal viajou para a cidade de Salvador/ BA, onde irá representar a Unochapecó nos Jogos Universitários Brasileiros. A equipe já detém os títulos da fase estadual (JUCs) e regional (Conferência Sul - JUBs), e agora busca o título da fase nacional. Na primeira fase, integrando a Chave A, a Unochapecó irá encarar o IFRR/RR e a UNIME/BA. Outras nove equipes também estão na batalha. Os jogos já iniciaram no dia 21 e seguem até o dia 28 na capital baiana.
A equipe universitária da Chape Futsal posa com as taças do JUCs e JUBs-Sul. Foto: Assessoria
Decisão na Copa Oeste: Chapecó Badger’s encara a equipe do Indians Desafio, conforme dicionário online, é um substantivo masculino, ato de desafiar. No esporte é considerado um chamado para qualquer modalidade de jogo, peleja ou competição. No domingo, dia 10 de novembro, é dia de desafio para o time de Futebol Americano Chapecó Badger’s. A equipe de Chapecó entra em campo contra o São Miguel Indians, equipe de São Miguel do Oeste. O jogo será às 14h30 no Estádio Guarani em São Miguel do Oeste. Essa é a partida decisiva da Copa Oeste, uma competição que reúne clubes do oeste catarinense e da região norte do Rio Grande do Sul. A primeira edição da competição está em aberto, afinal nos dois jogos que já ocorreram, duas equipes saíram vitoriosas. No primeiro confronto quem levou a melhor foi o Coroados, equipe de Erechim (RS), que venceu o Badger`s por 26 X 0. Já na partida seguinte, o Indians venceu por 14 X 6 a equipe de Erechim. No próximo jogo todas as equipes têm possibilidade de vitória, tudo depende do saldo de gols. Se o Indians vencer por qualquer placar ele é o campeão, em função de acumular uma vitória e nenhuma derrota. Já o Badger’s se torna campeão ao vencer por 34 pontos de diferença. Se a equipe chapecoense vencer por qualquer placar menos que 34 pontos, o título vai para o Erechim Coroados. Para o presidente da equipe, Rafael Demarco, a expectativa para o jogo contra o São Miguel é melhorar os fundamentos que a equipe falhou na última partida. “Nossa defesa jogou muito bem e se nosso ataque conseguir produzir teremos grandes chances de sair com a vitória. É claro que a pressão acaba sendo maior, em um campo que não temos familiaridade, pegando a estrada, tudo acaba saindo um pouco do comum, mas temos grandes atletas. Acredito que eles saberão lidar com qualquer tipo de pressão que venha a ocorrer”, comenta. O coach da equipe, Lucas Oliveira, destaca que essa Copa é a oportunidade da equipe ganhar experiência e ver o que precisa ser melhorado. “Cada jogo a gente tem em mente tirar algo para melhorar, e assim no futuro estar muito mais forte e com muito mais experiência”, comenta. O coach ressalta também, que em função da vasta experiência do Indians, esse jogo representa uma oportunidade de aprendizado melhora da equipe e dos atletas.
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Por: Lucas Liston
Por: Valeria Cenci
A equipe de Futebol Americano conta com um treinador e os coordenadores de defesa e ataque. Cada um é responsável por trabalhar de maneira específica cada setor. O coordenador de defesa do Badger’s, Jean do Prado, explica que em função do primeiro jogo, a equipe apresenta alguns desfalques. “Em contrapartida, agora o pessoal sabe como é o calor de um jogo e sabe se organizar como uma defesa mais sólida e agressiva”, conta. Jean explica que ainda há um certo nervosismo por ser a primeira competição que a equipe está jogando. Jean comenta também que os dois times são jovens e estão em busca de experiências para competições futuras. “É importante destacar que o futebol americano é muito técnico e essas trocas de experiências só ajudam os jogadores e as equipes”, conclui. Para o jogo contra o Indians, o Chapecó Badger’s conta com alguns novatos oriundos da última seletiva feita pela equipe. Um deles é Gustavo Sales, ele relata que resolveu jogar futebol americano por ser um esporte que está aberto aos diferentes biótipos e trabalha na inclusão de quem quiser praticar. Em relação ao jogo, está com muita expectativa e confiante no bom desempenho da equipe.
Chapecó Badger’s participa da primeira edição da competição. Foto: Valeria Cenci