Passe a Folha - Edição 47

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Duas mortes por semana na BR 282

Mais vereadores Fernanda Moro

Estudo da Fiesc sugere a implantação de terceiras faixas, readequação dos trevos de acesso, restauração de pavimentos, melhora da sinalização e melhores condições de trabalho para a Polícia Rodoviária Federal.

Câmara Municipal de Chapecó aprova aumento no número de vereadores. O número de representantes no legislativo deve passar de 12 para 21 a partir do dia primeiro de janeiro de 2013.

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Sabrina Basso

Está sobrando crédito

A ascensão da Chapecoense no Brasil

O artesanato esquecido Sabrina Basso

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Esta é a primeira vez que o Plano Safra da agricultura familiar repete o mesmo valor de liberação de crédito do ano anterior. Dados apresentados pelo governo federal apontam que em 2010 a agricultura familiar utilizou somente 11 bilhões de reais dos 16 bilhões disponibilizados em linhas de crédito. Pag: 06

De nariz vermelho O Clown usa um método nada convencional para encantar o público, empregando a personificação do eu interior na sua forma mais divertida. O método permite ao ator se expressar de uma forma mais real. Pag: 12


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Editorial

Desafio para os próximos anos Luan Diego Vosnhak Chapecó - Falta de vagas, regalias de sobra, punição que não acontece. O que era para ser um projeto de reabilitação e inclusão de adolescentes infratores junto à sociedade, acaba se tornando uma “colônia de férias”, em que o adolescente que cometeu o crime volta para o dia a dia e segue agindo sem punição. O Centro Educacional Regional (CER) de Chapecó, responsável por receber menores de 18 anos, conta atualmente com 20 vagas disponíveis para abrigar jovens envolvidos com o crime. Isso porque uma das alas que o centro possuía está em reforma, o que diminui para dez o número de quartos disponíveis. Se a falta de estrutura já é um problema, a falta de profissionais também preocupa. Em apenas sete meses, um jovem foi detido pela Polícia 10 vezes. Em todas elas ele fugiu e voltou a praticar furtos e ter envolvimento com o tráfico de drogas. No primeiro período deste ano foram 152 ocorrências somente com envolvimento de menores de idade, uma média de 21,7 jovens por mês. Destes, 80% são reincidentes, ou seja, já tiveram algum delito praticado anteriormente. O que mais preocupa em meio ao cenário é que o tráfico é o carro chefe que move

Professor Francesco Silva

todas as outras infrações, sejam furtos, homicídios ou assaltos a mão armada. Há dez anos Santa Catarina era referência em recuperação de menores. Hoje presenciamos um crescimento substancial em casos que envolvem adolescentes e que não há soluções. De janeiro a julho de 2011, 34 homicídios foram registrados no município. Mais da metade deles com a participação de menores de idade. Isso se justifica justamente pelos cabeças do tráfico saberem que se o menor for pego pela polícia, existe uma dificuldade enorme em mantê-lo retido. Conforme a gerente administrativa do CER, Simone Muller, a estrutura não demanda mais o atendimento das ocorrências, que hoje é responsável por atender toda a região Oeste do estado. “Estamos com 23 adolescentes abrigados, sabendo que só temos 20 vagas disponíveis”, comenta. São 24 agentes que trabalham na vigilância do centro educacional. Destes, apenas cinco estão diariamente na estrutura, o que facilita a fuga dos jovens. Faltam também psicólogos, que seriam responsáveis pelo acompanhamento dos menores. É preciso, antes de tudo, aumentar a estrutura física dos centros de recuperação

de jovens em Chapecó. Apenas 20 vagas disponíveis no Centro Educacional Regional são insuficientes para atender o município e toda a região Oeste. Não basta somente o intensivo trabalho da Polícia no combate ao crime organizado e ao tráfico no município. Se um dos setores responsáveis pela segurança pública falhar, todos os demais estarão comprometidos. São em média, três assaltos por dia na cidade, sendo que na maioria das vezes por jovens menores de idade e já reincidentes na polícia. Não há como manter a ordem sabendo que daqui a pouco eles estarão soltos novamente por falta de vagas. É como colocar os policiais numa ação de combater o tráfico de drogas para prender os jovens infratores e imediatamente soltá-los por não ter onde deixá-los presos. Enquanto persiste a falta de vagas, a Polícia Militar e Civil de Chapecó intensifica as ações para combater o tráfico e o envolvimento de menores. Embora seja uma forma de inibir a ação do infrator, mais tarde ele estará solto e, nós, enquanto cidadãos, ficaremos sujeitos a uma segurança falha e a um sistema que, literalmente, não deu certo.

Jornalismo na pele

A edição de número 47 do Jornal Laboratório Passe a Folha representa um fragmento das reportagens produzidas pelos acadêmicos do 6º período do curso de Jornalismo da Unochapecó. As notícias, bem como esta edição, foram produzidas durante o segundo semestre de 2011, seguindo os principais fatos apontados pelos alunos no tempo decorrente. Para os acadêmicos, foi a oportunidade de

avaliar e registrar, jornalisticamente, alguns dos principais fatos correspondentes à época. Dentro da proposta pedagógica de oferecer aos alunos ferramentas e condições para a produção de um jornal impresso, a disciplina de Produção e Edição de Jornal Impresso I proporcionou também liberdade na escolha dos assuntos e das abordagens. Imbuídos da responsabilidade que irão exercer após a

conclusão do curso, a edição 47 representou aos acadêmicos a oportunidade de lidar com os desafios e dilemas da vivência jornalística. Portanto, este é o produto final de uma série de discussões e ações, fruto do olhar acadêmico sobre o mundo dos fatos e das notícias. Uma experiência laboratorial completa, por trazer acertos e equívocos, observados atentamente pelos alunos nesta edição.

Jornal laboratório do curso de Jornalismo Reitor: Prof.Odilon Luiz Poli Vice-reitora de Ensino, Pesquisa e Extensão: Prof ª. Maria Luiza Lajus Vice-reitor de Planejamento e Desenvolvimento: Prof. Cláudio Alcides Jacoski Vice-reitor de Administração: Prof. Sady Mazzioni Diretor da Área de Ciêncis Sociais Aplicadas: Prof. James Antônio Antonini Coordenadora do curso de Jornalismo: Prof ª. Mariângela Torrescasana. Rua Attílio Fontana 591-E, Bairro Efapi Cx. Postal 1141, CEP 89809-000, Cha pecó/SC Fone (49)3321-8254 passeafolha@unochapeco.edu.br / www.unochapeco.edu.br

Disciplinas: Edição Jornalismo Impresso Professor/editor responsável: Franscesco da Silva(Mtb/sc02782-JP) Redação: Aline de Menezes, Ana Bourscheid, Ananda Buttenbender, Augusto Zeiser, Daniel Cavagnoli, Fernanda Moro, Gesélio Catalan, Gilberto Bortese, Luan Vosnhak, Marcelo Fassbinder,Sabrina Basso, Suellen Santin e Rafael Miotto. Tiragem: 2.000 Editoração eletrônica: Camila Veloso/ ACIN Jornalismo Coordenação ACIN Jornalismo: Aline Dilkin (Mtb/SC004074 JP) Impressão: Jornal Voz do Oeste


Política

Mais vereadores Aprovado aumento no número de representantes no legislativo

Fernanda Moro

A Câmara Municipal de Chapecó aprovou o aumento no número de vereadores a partir das próximas eleições. De acordo com a nova Lei Orgânica número 34, aprovada em dezembro de 2011, o número de representantes no legislativo municipal deve passar de 12 para 21 a partir do dia primeiro de janeiro de 2013. A mudança gera mais representatividade civil no governo, mas também aumenta para cerca de 8 milhões por ano as despesas do município com a Câmara. Até o ano de 2004, Chapecó possuía 19 vereadores, e devido a um ato do Supremo Tribunal Federal reduziu esse número para 12. Agora, com a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição, PEC333, conforme estipula a Emenda Constitucional 058 de 2009, pode recompor o número de cadeiras na casa, e reajustar conforme o atual número de moradores, o número de representantes no poder legislativo. O município de Chapecó se enquadra no critério que prevê até 21 vereadores em cidades que possuem de 160 mil a 300 mil habitantes. De acordo com o presidente da Câmara de Chapecó e presidente da União dos Vereadores de Santa Catarina (Uvesc), Itamar Agnoletto (PSDB), o aumento no número da população justifica a necessidade de mais representatividade. Com relação ao aumento de gastos no orçamento público devido ao reajuste, o presidente da Câmara afirma que a projeção de despesas não vai ultrapassar os 6% de recursos do orçamento destinados ao poder legislativo.

“O aumento de vereadores aumentará os gastos, mas reitero que faremos adequações e não será gasto mais que o previsto”, afirma o presidente. Atualmente os gastos mensais da câmara atingem 3% do orçamento, o que representa o valor de 5 milhões e 800 mil reais. Com o reajuste está sendo projetado um gasto de até 8 milhões de reais por mês, atingindo de 4.5% a 5% da receita municipal. Hoje o gasto mensal com aluguel é de 18 mil e 600 reais Segundo o presidente, a atual sede do poder legislativo garante espaço para acomodar mais vereadores, mas a possibilidades de aquisição dessa estrutura ou até mesmo construção de um espaço próprio já está sendo negociado. O salário base dos legisladores é de R$ 7.238,45 reais, desse valor é descontada a restituição do INSS e do Imposto de Renda. O presidente da Câmara recebe 50% a mais do valor pago aos demais vereadores. Segundo o vereador do Partido Progressista Luiz Agne, a adequação no número é legítima e benéfica ao município:

“Seria possível evitar essa ampliação revendo despesas com os carros, números de assessores, aluguel da casa, diárias e passagens. Hoje eu sinto que muitos setores da sociedade não estão representados”. Vereadora Angela Vitória - PT

A vereadora destaca que dessa forma seria possível compatibilizar melhor a representatividade com o número de vereadores com controle de gastos. A Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC) já se reuniu com os vereadores, e defende a proposta de criação de um canal de diálogo com a sociedade para discutir a decisão e também um estudo para obter uma revisão de custos. Para o presidente da ACIC, João Carlos Stakonski, o aumento deveria ser escalonado. “Deveria ser um reajuste conforme a proporcionalidade de habitantes da cidade, afinal o limite de 21 vereadores é para uma cidade de 300 mil habitantes. Aqui poderíamos “Nosso sistema de governo é iniciar o processo com reajuste, passando, por representativo e acredito que o exemplo, para 16 vereadores”, afirmou. aumento de vereadores reforça Como a emenda constitucional é uma lei a democracia”. eleitoral, a atualização da lei orgânica dos Vereador Luiz Agne - PP municípios tinha prazo até dia 5 de outubro, ou seja, exatamente um ano antes das próximas Para a vereadora Angela Vitória (PT), existe eleições para estar aprovada e publicada. A uma preocupação da sociedade com os gastos lei de Chapecó já foi aprovada e publicada do legislativo que é legítima. oficialmente no dia 2 de setembro deste ano.

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Cidade

Trânsito nas mãos dos pedestres Recurso não é usado regularmente

Gesélio Catalan Para proteger pedestres, dar tranquilidade aos motoristas e aumentar a trafegabilidade nas ruas mais movimentadas de Chapecó, foram instaladas no início de 2011, em quatro pontos da cidade, as botoeiras. Estes equipamentos são compostos por um suporte vertical na entrada de cada lado da faixa de pedestre e possuem uma tecla. Ela pode ser usada pelo pedestre quando deseja atravessar a via pública.

“Para deixar as famílias tranquilas é necessário construir uma passarela no local” Porém estes equipamentos não estão sendo usados regularmente por pedestres e motoristas, como foi idealizado pela Secretaria de Defesa do Cidadão. A informação é do Secretário Sergio Wallner e confirmado pela nossa reportagem no local. As botoeiras foram instaladas na av. Irineu Bornhausen no bairro Palmital, av. Leopoldo Sander próximo ao ginásio de esportes da GER Sadia e duas na av. São Pedro, nas proximidades do Supermercado Popiolski e rotatória da Sadia. A falta de paciência dos pedestres em aguardar a mudança dos sinais luminosos e a

ausência do costume dos motoristas, faz com que os equipamentos sejam pouco usados, observa o secretário. Para ele, os equipamentos poderiam ser melhor utilizados, com uma perfeita harmonia entre motoristas e pedestres. “Até o momento não foram registrados acidentes com vítimas nestes locais, mesmo com o pouco uso das botoeiras”, enfatiza. Os estudantes Lucas Ferronato e Eduardo Arruda, ambos de 15 anos, moradores no bairro Jardim América, confessam que utilizam a botoeira somente quando não visualizam o veículo próximo à faixa de pedestres. Lucas considera uma boa iniciativa a instalação das boteiras. “Acho bom, antes não paravam. Agora com as botoeiras alguns motoristas continuam a não respeitar o sinal. Mesmo com o sinal vermelho alguns condutores não param. Todos deveriam respeitar a sinalização, tanto os pedestres e motoristas”. “Já vi frenagens bruscas quando o movimento de veículos é intenso, os motoristas não param no comando da botoeira” diz Eduardo. Para eles, antes da botoeira funcionar, presenciaram muitas situações de perigo eminente. Com a instalação do equipamento, isso não ocorre mais frequentemente. Passarelas: uma das soluções Luciane Geremia, mãe de Vitor e Ayla, de nove e doze anos, fica apreensiva durante o período de trabalho, ao pensar que os filhos têm que atravessar a av. São Pedro para ir à escola. ”Não adianta ter a botoeira, ninguém respeita, para solucionar o problema e deixar as famílias tranquilas é necessário construir uma passarela no local”, clama, a preocupada frentista de um posto de combustíveis. O representante da prefeitura, responsável pelo trânsito da cidade, ressalta que uma solução está a caminho. “Será refeito todo o sistema semafórico de Chapecó. Serão construídos um viaduto na rotatória da Sadia e duas passarelas para substituir as botoeiras da av. São Pedro. E serão mantidos os atuais equipamentos da av. Irineu Bornhausen e av. Leopoldo Sander”, informa o secretário Wallner. A substituição das botoeiras por passarelas na av. São Pedro será pela falta de cumprimento das leis de trânsito por parte de motoristas e pedestres. “Fizemos diversas campanhas de conscientização para o uso da botoeira, mas infelizmente não conseguimos o objetivo. Continuamos preocupados com a segurança da

população, por isso que mudaremos a estratégia, com a construção das passarelas. Esperamos que elas sejam bem utilizadas. Acreditamos não ter a necessidade de construir protetores de tela para coibir a travessia dos pedestres pela via pública. E assim utilizarem as passarelas corretamente”, concluiu Sergio Wallner.

Utilizando as botoeiras A pedestre Maria Barbosa, dona de casa de 59 anos, foi flagrada pela reportagem ao atravessar a via com o sinal verde (aberto para veículos). Ao ser indagada do porquê de se arriscar para atravessar a rua com o sinal fechado para os pedestres, ela se defendeu: “eu apertei a botoeira! Agora estou com pressa para ir para casa, ela demora muito para mudar o sinal.” O proprietário de um pequeno comércio de lanches, próximo a uma das botoeiras, Alcemar Iltchenco, 50 anos, diz que “é somente imprudência dos usuários.”


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Cidades

Tradição que se tornou lazer Palha de trigo é utilizada para fazer bolsas, chapéus e enfeites

Sabrina Basso Dona Eva abre as portas de sua humilde casa e apresenta, com cuidado, todas as produções artesanais. Com um toque especial, a casa entra em harmonia com a vida simples do casal Eva Bernardi e Pedro Angelo Bernardi. O casal vive na comunidade de Linha Tarumã, interior do município de Nova Itaberaba há mais de sessenta anos. O casal é dono de uma cultura artesanal rara. Os dois produzem tranças de palha de trigo, um artesanato muito praticado na região há 40 anos. Dona Eva, conta que quando menina, “todas as famílias faziam este artesanato, mas com o tempo o gosto e a dedicação foi se perdendo. A juventude de hoje já não se interessa”. Na comunidade onde mora Eva, apenas mais duas mulheres e o marido trabalham com as tranças de palha. Segundo as pesquisadoras Mirian Carbonera, responsável pelo Centro de Memória do Oeste Catarinense (CEOM/Unochapecó) e doutorando em Arqueologia, e Denise Argenta, Educadora Patrimonial e mestranda em Patrimônio Cultural, o artesanato com a palha de trigo pode se tratar de um aspecto da cultura de um ou mais grupos culturais, sendo uma cultura dinâmica e não algo estático.É natural que alguns elementos se percam com o tempo, assim como outros vão surgindo. O ensino do trançado veio das mães. Na família de dona Eva todos os irmãos aprenderam a arte, as 5 meninas e os 2 meninos. Na família de seu Pedrinho não foi diferente. A mãe passou o aprendizado aos 3 irmãos. Dona Eva diz: “tudo o que eu sei, aprendi com minha mãe e com ele (Pedrinho). Nunca fiz nenhum curso”. A gerente de Relações Comunitárias da Fundação de Ação Social de Chapecó (FASC),

O ensino do trançado veio das mães Leila Didomenico, relata que em Chapecó não existe nenhum curso ou entidade que trabalhe e desenvolva este artesanato cultural. Segundo Eva podem ser feitos, com a trança de palha de trigo, chapéus, bonecas, enfeites e bolsas. “Tem que saber passar a trança, para fazer o enfeite”, afirma seu Pedrinho ao se referir as peças diferenciadas, como as bolsas. O casal reserva os horários do meio-dia, da noite e as folgas do domingo para se dedicar à arte das tranças de palha. Para Eva é um divertimento, “gosto muito de fazer as tranças,

também faço crochê, mas o crochê me dá sono e as tranças não”. Seu Pedrinho e dona Eva vendem chapéus apenas por encomenda, pois não dependem desta renda para sobreviver. Mesmo assim a procura é grande. “Se eu fosse passar nas casas das comunidades vizinhas, venderia todos os chapéus que tenho,” afirma Pedrinho. E ele ainda ressalta: “não gosto de usar boné para ir para a roça. Só uso chapéu”. Segundo Eva 15, braçadas de trança de palha são suficientes para fazer um chapéu. E num ano ela chegou a fazer 1020 braçadas.

Braçadas é o equivalente a medida de uma mão à outra. A atividade está relacionada aos saberes e fazeres de grupo, podendo ser classificado como patrimônio imaterial. Segundo as pesquisadoras o artesanato com a palha de trigo está ligado ao cultivo de trigo na região, que fazem com que os grupos pratiquem e disseminem esse saber, mas faltam dados mais detalhados sobre o tema na região. Antigamente em Chapecó o cultivo de trigo era bastante comum, além disso, esse saber fazer era bastante praticado pelos diversos grupos, hoje a prática esta em desuso pela substituição por produtos industrializados.


Agronegócio

Está sobrando crédito Em 2010 a Agricultura Familiar utilizou somente 11 bilhões de reais dos 16 bilhões disponibilizados em linhas de crédito

Desde 1990 o setor da agricultura familiar sobrevive e faz o país sobreviver, com base em planos de incentivos financiados pelo governo federal. Representada por pequenas propriedades, formadas pela mão-de-obra da própria família, a agricultura familiar representa a maioria dos produtores do Brasil. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) existem cerca de 4 milhões de pequenas propriedades em todo país. Essas propriedades são responsáveis pela produção de 70% de feijão, 31% de arroz, 84% de mandioca, 49% de milho e 40% de ovos de toda produção brasileira. Conforme o IBGE a agricultura familiar é responsável por 70% dos alimentos consumidos no Brasil. O Estado de Santa Catarina está entre os seis principais produtores de alimentos do Brasil. A grande participação nesses resultados vem da agricultura familiar. Cerca de 180 mil famílias são responsáveis por mais de 70% do valor da produção agrícola do estado catarinense. Em julho deste ano, na cidade de Francisco Beltrão, no Paraná, a presidente

da República, Dilma Rousseff, lançou o Plano Safra 2011/2012 da agricultura familiar, com a liberação de 16 bilhões de reais em crédito. Além do Plano Safra, outras linhas de crédito e incentivo foram criadas ao longo dos anos para incentivar a permanência do agricultor no campo. Os mais conhecidos são: a redução das taxas de juros nas linhas de crédito, a liberação de recursos para reforma agrária e crédito fundiário, investimentos em saneamento e habitação rural, adequação do Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária, Programa de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) e o Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf). Segundo Dilma, esta é a primeira vez que o plano da agricultura familiar repete o mesmo valor de liberação de crédito do ano anterior. Dados apresentados pelo governo federal apontam que os recursos disponibilizados para a agricultura familiar não são utilizados. Para o gerente de relacionamento da agência do Banco do Brasil de Chapecó, Aguimar Giolo, os incentivos liberados pelo

Ana Paula Bourscheid

Ana Paula Bourscheid

Sabrina Basso

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governo federal não são totalmente utilizados pelos agricultores, devido a falta de documentação adequada para a liberação do crédito. ”Hoje o agricultor que não estiver com a sua propriedade legalizada, não consegue aderir as linhas de crédito”, avalia Giolo. O agricultor deve estar com seu Cadastro de Pessoas Física (CPF) legalizado e com a questão ambiental da propriedade em dia. Para aderir às linhas de crédito, o agricultor deve procurar o Sindicato Rural da sua cidade. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Chapecó, Edegar Kramer, a entidade orienta cada agricultor para as linhas específicas de crédito a que tem direito. “Para ter direito as linhas de crédito o agricultor além de estar com o CPF regularizado, deve estar livre de dívidas”, explica. Em 2010 o governo disponibilizou para agricultura familiar os mesmos 16 bilhões de reais e a estimativa é que, desse valor, 5 bilhões de reais tenham sobrado”, ressaltou a Presidente Dilma no ato de lançamento do Plano Safra. Para que a situação não se repita, o governo vai simplificar as operações de crédito rural, começando pela redução das taxas anuais de juros, que na safra atual variam de 1% a 4%. Pelas novas regras serão 1% para empréstimos destinados a investimentos até 10 mil reias e 2% para valores acima de 10 mil reais.


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Economia

Salário mínimo terá um aumento de 75 reais Orçamento prevê, para o próximo ano, salário mínimo de 620 reais

Ana Paula Bourscheid Criado para suprir as necessidades básicas do individuo e de sua família, como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário e higiene, o salário mínimo surgiu no Brasil na década de 30. A Lei nº 185 de janeiro de 1936 e o Decreto/Lei nº 399 de abril de 1938 regulamentaram a instituição do salário mínimo.

O salário mínimo é o menor valor que um empregador pode legalmente pagar a seu funcionário. Conforme o IBGE, atualmente o salário mínimo serve de referência para o salário de 47 milhões de trabalhadores no país. Para o orçamento de 2012, o governo prevê que o salário mínimo terá um

aumento de 13,61%. O valor dos atuais 545 reais aumentaria para 620 a partir de janeiro de 2012, com pagamento em fevereiro. Um aumento real de 75 reais. De acordo com números do governo federal, o aumento de 1 real no salário mínimo equivale a uma elevação de gastos de 306 milhões de reais aos cofres públicos. Conforme o economista Angelo Zanela, o aumento do salário mínimo gera, como consequência negativa, o aumento do déficit público ligado à previdência social. Porém, o ponto positivo do aumento é o crescimento do poder de compra da população. “O aumento do salário mínimo faz o consumo aumentar e o mercado permanecer aquecido”, ressalta Zanela. Segundo o economista, a proposta de correção do salário mínimo para 2012 é feita com base em fórmula já acordada com os sindicatos. O reajuste contempla a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de 2010, que foi de 7,49%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Propriedade Rural, Centro Empresarial Rafael Miotto

Crescimento da Cultura Cooperativista

Um dos métodos mais utilizados pelas famílias que moram no campo em Santa Catarina é a cooperação, pois se constitui em uma ação de interesses comuns, estabelecendo um empreendimento. O cooperado, produtor rural, trabalhador urbano tem uma atividade sócioeconômica de participação livre para execução de atividades e serviços ligados à uma cooperativa. O crescimento da cultura cooperativista é constante. Hoje não existe mais produção rural e sim empresas rurais. O primeiro órgão representativo do setor foi a Associação das Cooperativas de Santa Catarina (Ascoop), fundada em 1º de agosto de 1964, em Blumenau. Em 1971, entretanto, o governo federal promoveu a

estruturação legal-institucional, editando a Lei nº 5.764, de 16/12/1971, que definiu a política nacional do cooperativismo e instituiu o regime político das cooperativas No Brasil, o sistema cooperativista, consolidado em 1971 pela organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), integra hoje cerca de 6,7 milhões de cooperados, ligados a mais de 7,5 mil cooperativas de 13 ramos de atividade econômica. O cooperativismo, a cada dia, passa a ocupar espaço maior no cotidiano dos cidadãos e das empresas. Essas empresas são regidas por uma série de normas que regulamentam o seu funcionamento e orientam como será o relacionamento entre a cooperativa e os cooperados.Segundo presidente do Sindicato e Organização das

Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc) Marcos Zordan, o cooperativismo é uma das formas mais justas de distribuição de renda. Um exemplo de cooperativista é Edson Toniolli, produtor rural da cidade de Palmitos. Para ele o campo é uma empresa, os alimentos produzidos têm alta tecnologia de produção e qualidade como qualquer outra empresa, mas sempre com a essência do campo. “ Vejo que hoje não existe separação entre o Urbano e o rural. Hoje o mundo é globalizado. Temos acesso a tudo que a cidade possui”, afirma o produtor. Edson ainda ressalta que a motivação para investir no campo é qualidade de vida e garantia e segurança de renda que esta sendo proporcionada.


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Geral

Fiesc sugere investimento de R$ 320 milhões na BR 282 Gilberto Bortese

As estradas catarinenses tornaram-se uma perigosa arma que mata sem parar. Todo mês, toda a semana o saldo de acidentes de trânsito nas rodovias federais e estaduais chama a atenção. Só na BR 282 são 569 mortes de janeiro de 2007 a julho deste ano. Os números foram levantados num estudo feito pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), divulgado no mês de setembro. O levantamento revela que no período uma pessoa morreu a cada três dias na rodovia nesse período. Foram mais de 10 mil acidentes. Uma média de seis por dia. O trágico saldo fez com que a entidade pedisse providências urgentes a lideranças políticas. Os valores para desafogar e melhorar as condições de segurança da BR 282 são de R$ 320 milhões, como mostrou o levantamento. O estudo da Fiesc sugere a implantação de terceiras faixas, readequação de trevos de acesso, restauração de pavimentos, melhora da sinalização e melhor condições de trabalho para a Polícia Rodoviária Federal. O engenheiro da Fiesc, Ricardo Saporiti, autor do trabalho, “Rotula de espinha dorsal do sistema

rodoviário de Santa Catarina, a BR 282, destaca que esse é um dos grandes aliados para mobilizar as lideranças em reformar a rodovia com urgência. “A rodovia liga a capital do Estado à Argentina e, por isso, 23% da população de Santa Catarina é atendida através da BR 282”, relata o engenheiro. Saporiti afirma ainda que somente a atividade agroindustrial do Oeste, que abrange o transporte de carnes e insumos, movimenta mais mil carretas de 30 toneladas por dia. Segundo ele, essas obras não exigiriam um investimento elevado como seria a duplicação total da rodovia. O vice-presidente da Fiesc para a região Oeste, Waldemar Schimitz, enfatiza que as obras de melhorias são de suma importância, especialmente no trecho entre Ponte Serrada e São Miguel do Oeste onde o índice de acidentes é o dobro do registrado em outras partes da rodovia. “Queremos aproveitar bem esse estudo para mobilizar nossos políticos que atendam as nossas sugestões de melhorias”, propõe Shimitz que quer o envolvimento de toda a região e o Estado. O representante da Fiesc no Oeste lembra ainda que a rodovia foi projetada há 60 anos e até agora não recebeu melhorias para atender

o desenvolvimento e o grande aumento do fluxo de veículos. Além da perda de vidas, a má conservação da BR 282 oferece outros prejuízos. “Cerca de 40% do faturamento de um caminhão é gasto com manutenção”, calculou o engenheiro Ricardo Saporiti. Para o empresário Flavio Knakiewcz, sócio proprietário da indústria moveleira de Nova Erechim, além dos prejuízos em caminhão, há outros danos. “O tempo de viagem é bem maior porque é preciso ter cautela para não ter mais prejuízos no caminhão. Além disso, o balanço no veículo, provocado pelos buracos, acaba estragando os móveis”, comenta o empresário.

“Para minimizar as estatísticas elevadas dos acidentes, é necessário dar prioridade a obras de pequeno porte como terceiras pistas e melhorias de intercessões de acessos, por exemplo”, sugere Saporiti.

Aumenta o número de casos de HIV em Chapecó A prevenção e o diagnóstico precoce continuam sendo as principais ferramentas para o combate à AIDS

Sabrina Basso O número de pessoas infectadas pelo vírus HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) cresce em Chapecó a cada ano. Segundo dados do Hospital Dia, desde 1984 até o primeiro semestre de 2011, foram registrados 1.162 casos de infecção com o HIV. A enfermeira do Hospital Dia, Edeltraud Hepp Alba, alerta: “podemos garantir que existem mais pessoas infectadas que não sabem que são portadoras do vírus do que aquelas que já sabem”. A eclosão da doença ocorreu na década de 1980, e em seguida foi identificada como a Síndrome de Imunodeficiência Humana Adquirida (AIDS). De acordo com a enfermeira Edeltraud, “existe diferença entre a infecção por HIV, quando a pessoa porta o vírus, e a Aids, que é quando a doença já se instalou”, explica. Em Santa Catarina desde 1984 foram notificados 25.950 casos de AIDS em adultos, 929 em crianças e 4.756 em gestantes. Além

disso, desde 1994 foram notificados 139.271 casos de algum tipo de doença sexualmente transmissível, que é a porta de entrada para o HIV e suas conseqüências. O primeiro caso da doença em Santa Catarina aconteceu em Chapecó, em 1984, e, conforme a enfermeira, até agora 146 pessoas morreram em decorrência da AIDS no município. A faixa etária mais atingida pela doença é de 20 a 49 anos, que representam mais de 80% dos casos notificados de AIDS em Santa Catarina. Conforme a Edeltraud “ninguém está imune ao HIV. Só há uma forma segura para escapar do vírus, a prevenção, que se trata de uma questão de atitude, pois só a informação não gera mudança de comportamento”. Para a enfermeira, dois momentos são considerados muito difíceis para o paciente: ao receber o diagnóstico, quando o paciente entra em pânico, e ao receber o tratamento, quando ele fica em desespero. “Isso

ocorre pelo fato dos portadores sentirem medo de enfrentar o preconceito e a discriminação” explica ela. Segundo o diretor do Grupo de Apoio e Prevenção a AIDS (GAPA), Dirceu Hermes, o conceito sobre a AIDS ainda é muito banalizado. “Quando se fala em AIDS, logo se refere a prostitutas e homosexuais, porém todas as pessoas que fazem sexo estão inclusas no grupo de risco a doença” ressalta Hermes. No dia 24 de agosto foi criada uma Frente Parlamentar de AIDS Hepatites Virais, com o objetivo de ampliar e articular as informações sobre essas doenças. Conforme o diretor do GAPA, “as pessoas sabem da existência, mas ainda não se previnem”. Edeltraud destaca que esta ação é importante para “atingir outros grupos e a educação é uma das melhores formas para combater a doença.Além disso, quanto mais parcerias melhor para a sociedade”, complementa.


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Geral

Venda de ações da Casan está liberada Com o investimento privado, 198 municípios poderão expandir suas redes de esgoto

Marcelo Fassbinder Foram trinta votos favoráveis e oito contrários à venda de 49% das ações da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento – Casan. A votação ocorreu no plenário do parlamento catarinense e motivou inúmeras manifestações de parlamentares. As bancadas de oposição ao governo foram contra a matéria, por entenderem que haveria a privatização da Companhia. Segundo o deputado Dirceu Dresch (PT), a bancada do Partido dos Trabalhadores propôs uma emenda para que somente empresas públicas pudessem comprar ações da Casan, porém a emenda foi rejeitada. Segundo ele, a venda para empresas públicas seria justamente para não perder a característica social. O deputado Dirceu Dresch argumenta, que como, as empresas privadas visam lucros e a grande maioria dos municípios de Santa Catarina são de pequeno porte, não serão bem atendidos, pois não geram lucros iguais as grandes cidades. O deputado aponta ainda que o mais grave não é a privatização, mas sim, o artigo quinto da lei aprovada, onde todas as decisões devem ser tomadas por consenso com os acionistas. “A avaliação aqui é que, em Santa Catarina as empresas públicas não funcionam, e com a privatização da Casan, o caminho está

Casan

aberto para a privatização de outras empresas públicas” afirma Dresch. O deputado Mauro de Nadal (PMDB) considera que com a abertura de capital, mais investimentos poderão ser feitos nos municípios do Estado. Ele apresenta dados da própria Casan, onde mostra que apenas 13%

das residências catarienses são atendidas com saneamento da empresa. contudo é um índice muito baixo. “Para que o Estado possa fazer os investimentos necessários, é preciso haver uma contrapartida privada. Acredito que só dessa forma poderemos fazer as melhorias necessárias” disse o deputado.

O que vem pela frente

As ações da estatal poderão ser negociadas por leilão público ou através da bolsa de valores de São Paulo e empresas públicas e privadas poderão participar. O presidente da Casan, Dalírio Beber afirma que os recursos obtidos com a venda de 49% das ações serão usados como contrapartida de financiamentos nacionais e internacionais que já foram contratados. Esses financiamentos são para o projeto de universalização do atendimento da rede de esgoto nos 198 municípios atendidos pela Casan. Conforme

Beber, já estão assegurados aproximadamente R$ 1,5 bilhão para ampliação das instalações da rede de esgoto, passando dos 16% existentes para 45% nos próximos três anos. Em declaração oficial, o presidente da Casan, Dalírio Beber, salientou que o projeto não representa privatização, pois o Estado ainda detém 51% das ações da empresa. “Quem detém a maioria do capital social, detém o controle da gestão.” A estimativa é que a venda das ações renderão aproximadamente R$ 500 milhões que serão investidos na própria empresa.


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Retrato

Faces de Ferro Aline Cristiane de Menezes

Artista Paulo Siqueira

Escultura inspiradora da logomarca do XIII INTERCOM , que será realizado no mês de maio de 2012 em Chapecó - Santa Catarina

Aline Cristiane de Menezes

O Intercom Sul 2012 vai homenagear Paulo de Siqueira, um dos mais consagrados artistas plásticos regionais. A Logomarca do evento é uma das homenagens realizadas através de uma releitura da escultura “Novas Metas”, localizada em frente à biblioteca da universidade. O monumento significa “o esforço deste campus no rompimento de todos os verticalismos que massacram a busca do saber”, frase transcrita na placa de homenagem ao artista, no dia 10 de maio de 1996. Paulo de Siqueira, nascido em Soledade, no Rio Grande do Sul, em 1949, desde jovem demonstrava habilidades para a escultura, muralismo, pintura e decoração. Em 1968 Siqueira mudou-se para Chapecó, onde recebeu incentivo de lideranças locais e a incumbência de criar uma escultura em homenagem aos pioneiros na colonização da região. O monumento “O Desbravador”, além de ser a obra mais conhecida do artista, completou 30 anos em 2011 e é considerado um dos cartões de visita da cidade.

INSCRIÇÕES De 01/03 a 17/04/2012

De 18/04 a De 05/05 a 04/05/2012 14/05/2012

Não Sócio

R$ 180,00

R$ 204,00 R$ 240,00

Sócio da Intercom

R$ 60,00

R$ 72,00

R$ 84,00

Estudante de graduação e recém graduado (2011/2012)

R$ 36,00

R$ 48,00

R$ 60,00

Categorias

Períodos

Para saber mais acesse www.unochapeco.edu.br/intercomsul ou entre em contato pelo e-mail intercomsul@unochapeco.edu.br

A obra “Novas Metas”, está localizada em frente a biblioteca da Universidade Comunitária da Região de Chapecó - Unochapecó. O monumento no campus é uma homenagem da universidade ao artista plástico Paulo Siqueira, inaugurada no dia 10 de maio de 1996.


Esportes

A ascenção da Chapecoense no Brasil

Daniel Cavagnoli

A história do clube começou em 10 de maio de 1973, passo inicial de uma trajetória responsável pelo estabelecimento de uma gama de interrelações pessoais e oficiais que oportunizaram a presença constante da Chapecoense em jogos no âmbito regional, estadual e mesmo nacional. A Associação Chapecoense de Futebol traz consigo um resultado importante nas campanhas realizadas. Hoje, a agremiação é reconhecida pela posição alcançada, fruto de suas vitórias, do desempenho de centenas de atletas, do investimento da iniciativa privada, da presença de sócios e colaboradores, da capacidade dos dirigentes, e principalmente, da sua torcida e apoio da imprensa. Nestes quase 40 anos de existência, muitas competições importantes, a equipe disputou. Uma das principais foi a aparição, pela primeira vez, na Copa do Brasil. A Chapecoense esteve representando a cidade nesta competição em duas oportunidades e fez bonito. A primeira participação ocorreu em 2008 e a estréia se deu diante da equipe do Guarani/SP em SC, e o placar foi de 3 a 1 para os Chapecoenses. No jogo da volta, empate em 0 a 0 em Campinas. Na segunda fase a equipe verde e branca enfrentou a equipe do Internacional/RS e acabou eliminada em casa, pelo placar de 2 a 0. O time, neste ano, era comandado pelo técnico Luiz Carlos Cruz. Já a segunda participação ocorreu em 2010. A estréia foi contra o Brasiliense, com vitória por 3 a 0 em SC e derrota por 2 a 1 em Brasília. Na segunda fase, a equipe enfrentou o Atlético Mineiro. Na ida, a Chapecoense venceu por 1x0 em casa, gol de Sagaz. Na partida seguinte, no Mineirão, o Galo goleou

por 6x0 e o time era comandado pelo professor Guilherme Macuglia. A terceira participação já esta certa para 2012, pois a equipe conquistou o título estadual este ano e assim garantiu a chance de disputar mais uma Copa do Brasil. Em estaduais, a equipe é tetracampeã catarinense de futebol. Os anos que a equipe sagrou-se campeã foram em 1977, 1996, 2007 e 2011. O campeonato de 2011 foi muito significativo, principalmente para esquecer o ano anterior, que culminou com a queda do time para a segunda divisão do estadual. Para esquecer 2010, a Chapecoense começou o ano com um único objetivo: fazer bonito e sagrar-se campeã estadual. Cadu Gaúcho afirma: “Pensamos em fazer um campeonato disputado, esquecer do que aconteceu, e por isso trouxemos novamente o técnico Mauro Ovelha, e ainda reforçamos a equipe com algumas contratações”. Embalada com o título estadual, a Chapecoense começou

mais um campeonato, ou seja, o Brasileirão da Serie C. A chave em que a equipe caiu, foi chamada de grupo da morte. Faziam parte deste as equipes do Caxias/RS, Brasil/RS, Joinville/ SC e Santo Andre/SP, além da Chapecoense. Foram disputadas oito partidas nesta primeira fase: quatro partidas em casa e quatro fora. Dos 24 pontos disputados, a equipe verde e branca conquistou 16, ficando em primeiro lugar na sua chave. Foram 5 vitórias, 1 empate e 2 derrotas. Dos vinte times que participavam da primeira fase, a equipe do verdão acabou em terceiro lugar na classificação geral, com um aproveitamento de 68%, atrás apenas de Ipatinga/MG e America/RN. O pensamento da diretoria, comissão técnica e jogadores é unanime: “Fazer uma boa campanha, sempre respeitando os adversários, mas subir para a Série B está nos planos de todos que fazem parte deste grupo”, afirma Mauro Ovelha.

Em busca da realização de um sonho Na busca para realizar seu sonho, a paratleta da equipe de Goalball Feminino de Chapecó, Mileni da Silva Oliveira, treina todas as terças e sextas no ginásio da Unochapecó. Além de representar o município, a paratleta pretende participar da próxima Paraolimpíada, que ocorrerá no Rio de Janeiro entre 7 e 18 de setembro de 2016. A paratleta já foi observada por olheiros da Seleção Brasileira de Goalball e possui grandes chances de ingressar na equipe. O sonho teve início em 2007, quando a atual treinadora da equipe, Deise Domingues da Rocha, apresentou o Goalball à Mileni. Na época, Deise ainda era acadêmica de Educação Física e fazia parte de um projeto de extensão, onde trabalhava com deficientes visuais. Ela se especializou na modalidade e atualmente é a única treinadora de Goalball de Chapecó. A avaliação inicial, que determinará se a atleta irá ou não fazer parte de Seleção Brasileira, ocorrerá em dezembro com o atual técnico da equipe, Paulo Sérgio de Miranda. O doutor em Fisiologia do Exercício e coordenador do treino de Mileni, professor Clodoaldo de Sá, afirma que o trabalho realizado com a paratleta é voltado especialmente para a preparação física e avaliações, e que para

Andressa Nascimento

Ananda Buttenbender

isso é usado o ginásio de esportes, a academia e o laboratório de fisiologia bioquímica do exercício. Mileni, hoje com 21 anos, nasceu com a doença de Stargardt, que se manifestou aos 9 anos, e agora possui somente 25% de visão periférica. Um dos sintomas da doença é a oscilação da visão, que ocorre espontaneamente, de um dia para outro, sem motivo aparente. O problema influencia na hora da classificação para as competições, que alterna entre baixa visão e cega total. Embora isso incomode no dia a dia, até hoje, esse problema não impediu a jovem de participar de competições, já que todos os competidores utilizam vendas durante a partida.

Atualmente, Mileni divide seu tempo entre os treinos e o curso de Educação Física. Ela viu no esporte uma motivação para lutar por seus objetivos. Para a treinadora, Deise Domingues da Rocha, o Goalball é o esporte com que os deficientes visuais se identificam mais, pois é uma modalidade exclusivamente criada pensando neles. Neste ano, as principais competições de Mileni foram as duas etapas do Catarinense de Goalball, as Paraolimpíadas Escolares e o Parajasc. As próximas competições serão o Internacional de Goalball, de 7 a 9 de outubro, em Lages, a 3ª etapa do Catarinense de Goalball, de 14 a 16 de outubro e a Copa de Esporte da Fecadesc (Federação Catarinense de Desporto para Cegos e Baixa Visão), em novembro. O que é o goalball O goalball é um esporte baseado no tato e na audição, por isso é necessário que não seja feito barulho no ginásio durante a partida, exceto no momento entre o gol e o reinício do jogo. As partidas duram 20 minutos, com dois tempos de 10, e a quadra tem as mesmas dimensões da de vôlei (9m de largura por 18m de comprimento). Cada equipe é composta por três titulares e três reservas.

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Cultura

De nariz vermelho

Clowns usam máscara de palhaço para extravasar e divertir as pessoas Suellen Santin

O clown é um método teatral, porém nele, não há interpretações. No clown, o palhaço representa a personificação do artista, ou seja, é como se a pessoa exteriorizasse sua personalidade, seus desejos, sua natureza humana, através da imagem do palhaço. Diferente do teatro dramático, em que a literatura se transforma em encenação, o clown não é um personagem que nasce da ficção, mas sim alguém real, que se manifesta através de uma pesquisa de iniciação realizada pelo ator. Na iniciação, o ator passa por um processo de aceitação de si mesmo. Uma forma de autoconhecimento que procura revelar o que cada um esconde da sua própria personalidade, para ser aceito na sociedade. A atriz Inajá Neckel é a Mickahdjicka como clown. Ela já passou por três iniciações, e não parou por aí, pois sempre gosta de pesquisar e desenvolver seu conhecimento sobre a técnica. “Não é meu trabalho principal como atriz, mas adoro o clown”, afirma Inajá. De

acordo com a atriz, na iniciação, o ator vai trabalhar a partir de uma perspectiva, técnica corporal ou vai evidenciar o que é ridículo em si, portanto é algo que nasce do próprio ator e por isso não há interpretações. O ator Daniel Henrique Sagave trabalhou durante um ano com a técnica, fez uma iniciação e duas oficinas para se aperfeiçoar. Para ele, o clown representa a possibilidade de contato com as pessoas. “Como palhaço eu posso chegar nelas e, não importa como eu serei recebido, de qualquer maneira vou ter algum contato com o público”, afirma. Nesse método o ator trabalha fora dos padrões, com a inversão de situações, a transformação de fatos corriqueiros em algo novo com a intenção de provocar nas pessoas, pelo menos, alguns segundos de riso. “Quando o ator pratica o clown, ele tem uma liberdade única, pois é como se protegesse atrás da máscara de palhaço”, acrescenta Inajá.

A atriz acredita que o clown é um jogador, que não deixa nada passar despercebido e cria situações cômicas com tudo. Ela complementa: “Se você fala para um clown passar o arroz que está na mesa, ele vai realmente pegar um ferro e passar o arroz”. Algumas performances envolvem intervenções, são as apresentações na rua, em espaços públicos, mas há também grandes espetáculos em salas de teatro. De acordo com o ator Daniel, o espetáculo WWW para Freedom é um exemplo deles. O diretor Esio Magalhães utiliza a linguagem de palhaço para narrar a história de soldados que tem a missão de libertar o povo de um ditador. Além de divertir o público, o clown desempenha um papel importante no sentido de proporcionar, a qualquer pessoa, o acesso à cultura. Como conta Daniel, existem espetáculos maravilhosos de clown, mas o teatro, apresentado na rua, sem dúvida alguma, é importante no contexto social e cumpre um papel democrático também por representar um canal de comunicação com a sociedade. Segundo o ator, “O clown surge em muitos momentos como uma figura extremamente politizada, que levanta questionamentos”. Ele ainda brinca: “Quem sabe não seja levado a sério, mas a questão sempre vai ficar na cabeça das pessoas”.


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