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Nas minúcias do pleito Especialistas analisam o resultado das eleições à prefeitura e câmara de Chapecó
“Quem está em maioria aprova e o resto se resigna, esta é a democracia.” É o que diz Sergio Migliorini, comentarista de eleições na Rádio Super Condá há 16 anos. No contraponto, Licério de Oliveira, colunista e cientista político, afirma que “às vezes, ser oposição é mais importante que ser situação”. Ambos foram convidados a expor suas análises do resultado do pleito eleitoral ao jornal Passe a Folha Especial. Segundo os especialistas, o prefeito eleito José Caramori não terá grandes problemas no seu mandato. “Quando o prefeito tem uma oposição de minoria ele fica mais tranquilo”, relata Licério. Entretanto, Sergio adverte: “A oposição tem uma responsabilidade imensa, principalmente pelo fato de ser minoria”. Os sete vereadores eleitos da coligação “Aliança pela Vida” terão a missão de fiscalizar, investigar e apontar possíveis falhas que possam surgir nesses próximos quatro anos. Conforme Licério, com 1/3 da câmara é possível fazer audiências públicas e até mesmo instituir CPIs. Pondera também que, com os outros 2/3, pode-se mudar a lei. A disparidade no número de candidatos a vereador nas duas coligações foi fator determinante para a decisão. “Quanto maior o número de candidatos, maior o número de votos”, diz Sergio. No entanto, Licério explica que cerca de 30, dos 194 candidatos, estavam efetivamente concorrendo: “Há candidatos viáveis politicamente e candidatos que só emprestam o nome. Muitos deles funcionam como uma espécie de cabo eleitoral. E se o prefeito for eleito, ele tem um espaço no executivo”. Os dois analistas concordam que as pesquisas, encomendadas pelas coligações, foram mal estruturadas. “Erro estatístico é muito raro. Uma pesquisa não queria que o Pedro Uczai subisse, mas ele fez muito mais votos do que ela apontou. Por outro lado, a outra pesquisa forçou a barra para dizer que o Caramori não tinha os votos que, no entanto, possuía”. Já Sergio alerta que pesquisa, por si só, não ganha eleição, e acrescenta: “quando a pesquisa tem erros tão imensos como as que se apresentaram, não contribui e confunde o eleitor”. Ambos ressaltam que a pesquisa é a representação de um momento específico e nem sempre denota a realidade atual. Quando questionados se a ausência de um terceiro candidato à prefeitura limitou a escolha do eleitor, os analistas entram em desacor-
Fotos Vinicius Eduardo Schneider
Leonardo Drews Montibeller
Sergio Migliorini considera que as pesquisas eleitorais, muitas vezes, confundem o eleitor
do. Sergio acredita que um terceiro candidato iria modificar totalmente a configuração deste pleito. Licério é categórico: “temos basicamente dois partidos em Chapecó. Você tem a direita, PSD, e a esquerda, PT, o papel do centro seria o do PMDB. O PMDB tem voto, mas tem um diretório que não produz e não contribui na eleição do Caramori. O PMDB foi muito mal. Os votos do PMDB e mais um pouco foram para o PT. Pedro Uczai fez 42% e, na eleição passada, o Fritsch fez 28%”. Afirma também que a decisão da coligação “O Povo de Novo”, em colocar Luciano Buligon como vice, foi tomada por medo de o PMDB acabar unido ao PT. Licério chamou atenção para o alto índice de abstenção e votos brancos e nulos. De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), as abstenções em Chapecó foram de 12,88%. Dos 131.561 eleitores, 16.942 não compareceram às urnas, número que representa, aproximadamente, o dobro dos eleitores de um município como Coronel Freitas. Votos brancos e nulos somaram 6,17% dos votos apurados. “Esses votos somam um bom número de eleitores”, releva Licério. Votos que, talvez, poderiam mudar o rumo de uma eleição.
Licério de Oliveira destacou o número elevado de votos brancos e nulos no pleito
Djoni de Moraes
Guilherme Rachelle
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Por todo
Pricila Lira
Il창n Gavin
Julia Pallaoro
Il창n Gavin
Guilherme Rachelle
Djoni de Moraes
Vinicius Eduardo Schneider
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Suellen Santin
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A nova face do Legislativo Adão Valcir Teodoro (PR) tem 42 anos. É comerciante. Defende a bandeira da saúde e da segurança na região da Efapi. Eleito com 1.666 votos (1,53%).
Américo do Nascimento Junior (PSD) tem 36 anos. É advogado e consultor de empresas. Quer melhoria no serviço público, principalmente na saúde, segurança, educação e na geração de emprego. Eleito com 3.365 votos (3,10%). Aristide Fidelis(PMDB) tem 49 anos. Ocupa atualmente o cargo de vereador. Pretende continuar trabalhando e defendendo o esporte e a saúde. Eleito com 1.854 votos (1,71%).
Astrit Maria Savaris Tozzo (PSD) tem 50 anos. É professora de Ensino Fundamental. Quer defender a bandeira da educação e dos profissionais da área. Eleita com 2.253 votos (2,07%).
Cesar Valduga (PC do B) tem 51 anos. É bancário. Pretende trabalhar para que os recursos sejam bem aplicados. Eleito com 3.502 votos (3,22%).
Cléber Ceccon (PT) tem 34 anos. É professor. Tem a educação como prioridade, e coloca que o investimento nela reflete na segurança e saúde. Eleito com 1.666 votos (1,53%).
Cleiton Fossá (PT) tem 33 anos. É advogado e professor. Pretende trabalhar na defesa dos professores, e na busca por uma nova matriz econômica para Chapecó. Eleito com 1.772 votos (1,63%). Delvino Dall’Rosa – Dino (PMDB) tem 65 anos. Ocupa atualmente o cargo de vereador. Pretende melhorar o sistema de saúde e fazer um novo cadastro para priorizar as pessoas que moram no município, além de investir nas estradas do interior. Eleito com 1.731 votos (1,59%).
Diego Fernando Alves (PDT) tem 27 anos. É empresário. Defende a criação de uma Secretaria da Juventude, voltada a preparar os jovens para o primeiro emprego, e de unidades de saúde, além de ampliar e reformar as já existentes. Eleito com 995 votos (0,92%). Dirceu Cecchin (PPS) tem 57 anos. É empresário. Prioriza a mobilidade urbana, a acessibilidade, com propostas de melhoria do trânsito, transporte coletivo, vias públicas e passeios. Eleito com 1.366 votos (1,26%).