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Desenvolvimento rural, processos sociais e produtos agroecológicos
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DESENVOLVIMENTO RURAL PROCESSOS SOCIAIS E PRODUTOS AGROECOLÓGICOS - 2014
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Figura 1 - Módulo de sombra com cultivo de banana e cupuaçu – Foto: Leopoldo Oliveira de Lima
A partir destas experiências, várias propostas de crédito do PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) foram contratadas na Agência do Banco da Amazônia de Conceição do Araguaia-PA. Entre 2010 e 2013, foram efetivadas 38 (trinta e oito) operações de crédito rural do PRONAF-A para agricultores familiares do Projeto de Assentamento Pecosa. Todas as operações de crédito possuíam como elemento e proposta de desenvolvimento a implantação de SAF’s e/ou sistemas de fruticultura consorciados, totalizando um valor de R$ 761.478,85 em investimentos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Existem alguns desafios para implantação dos SAF’s na região Sul doEstado do Pará: o primeiro consiste na dificuldade para realizar a irrigação dasmudas de espécies florestais e frutíferas na primeira estação seca após o plantio
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das mesmas. Muitas vezes por haver carência de rede de energia na zona rural da região, ou por não haver recursos financeiros para aquisição dos equipamentos de irrigação (canos, bombas). Assim, a irrigação é feita de cova em cova com regadores manuais, demandando muito tempo e esforço físico das famílias. Muitas vezes, os Módulos não se desenvolvem de forma satisfatória, chegando, algumas plantas, a morrerem por deficiência hídrica (Figura 2).
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Figura 2- Frutífera morta devido a déficit hídrico- Foto: Leopoldo Oliveira deLima
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Outro desafio, difícil de ser superado e que desestimula muitas pessoas que desejam trabalhar com SAF’s, são as queimadas descontroladas que geralmente, ocorrem todos os anos no período de julho a setembro, matando e destruindo pomares, casas (Figura 3), animais silvestres e domésticos, pastagens, matas, além dos módulos de Sistemas Agroflorestais.
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Figura 3- Moradia destruída pelo fogo- Foto: Leopoldo Oliveira de Lima
É necessário, também, que os profissionais de ciências agrárias, a maioria formada para trabalhar e difundir tecnicamente os conceitos da chamada Revolução Verde, principalmente os envolvidos com a Assistência Técnica e a Extensão Rural (ATER), mudem suas mentalidades, transformando o paradigma de desenvolvimento que possuem e passem a incentivar a implantação de SAF’s aos agricultores familiares campesinos, como instrumento para transição agroecológica dos sistemas agrários.
Apesar destas dificuldades, já existem agricultores familiares com experiências bem sucedidas de SAF’s na região Sul do Pará, onde os mesmos, além de produzirem frutos, lenha, óleos essências, madeira, também fazem a integração de seus sistemas de produção vegetal com a criação de abelhas, peixes, bovinos e suínos, gerando renda, trabalho e segurança alimentar para as famílias.
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foi estimada em 4.728 habitantes e sua área territorial é de aproximadamente 33 Km 2 . A amostra foi composta por 40 pessoas que estavam em uso da Morinda citrifolia (Noni), maiores de 18 anos, independente de sexo. Os dados foram coletados através de entrevistas individuais na residência do entrevistado, utilizando um questionário semiestruturado, elaborado para esta pesquisa. Para análise dos dados utilizou-se como ferramenta auxiliar uma planilha eletrônica. Os resultados obtidos seguem apresentados, com as ilustrações de gráficos e tabelas.
Em relação à faixa etária, das 40 pessoas que compuseram a amostra, 35% eram maiores de 60 anos, com predominância de pessoas do sexo feminino, 67,5%, conforme apresentados nos Gráficos 1 e 2.
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fofa. O chão é nivelado a uma profundidade de cerca de 20 cm e uma camada de cascalho e areia grossa é colocada debaixo da camada de concreto.
Para a construção dessa cisterna é preciso colocar papelão em volta da mesma para que se possa rebocá-la.
A cisterna em destaque (Figuras 1 a 4) foi construída, dentro de um enfoque pedagógico, nos Assentamento Margarida Maria Alves I, Maria da Penha I e Vazante, onde foi dado início com a montagem da estrutura de ferro em formato tubular, fixação da tela e do papelão em toda estrutura. Feito isso, a armação recebeu uma camada de cimento na parte externa para isolar e garantir que o material a ser colocado não vaze. A parte interna também foi rebocada, constituindo-se, desta forma, um produto final de alta qualidade e de baixo custo. O valor da cisterna alternativa de ferro e cimento com capacidade para 12 mil litros é em torno de R$ 750,00.
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Figuras 01 a 04. Construção da cisterna alternativa de ferro e cimento
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de porão varia de R$ 60,00 a R$ 240,00, dependendo da vazão que se quer chegar.
Recentemente a AGEMTE desenvolveu, através de seu Diretor Técnico, Flavio Luna, um kit móvel com painel solar e bateria recarregável adaptado a um carro de mão para que o agricultor possa locomover esta tecnologia da residência da família até o lote onde trabalha, facilitando o manuseio e o seu trabalho. Este kit custa em torno de R$ 1.800,00. A iniciativa oferece ao agricultor um novo meio de produção a partir de energia renovável e contribui para a melhoria da qualidade de vida das famílias do campo e sua inclusão no mundo das novas tecnologias.
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11 12Figuras 09 a 11 – Oficina de Construção de painel solar fotovoltaico
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convivência com a seca, tais como as cisternas de captação de água da chuva e os plantios alternativos. Uma das entidades envolvidas no trabalho/projeto foi a CAMEC, organização que atua no município de Cacimbas-PB e em outros municípios da região do semiárido, mais especificamente no médio sertão paraibano, desenvolvendo ações que fomentam o desenvolvimento rural sustentável. Suas ações capacitam agricultores/as para o desenvolvimento de tecnologias sociais, sustentáveis, capazes de facilitar a convivência com o semiárido. A comunidade conta com um acervo de tecnologias sociais sustentáveis, entre tantas observamos quintais produtivos de hortaliças e vários projetos de convivência com semiárido, dos quais destacamos o de Estocagem de Alimentos para Período de Estiagem. Para intervenção na comunidade de Monteiro, buscamos conhecer mais detalhadamente a plantação de Mandacaru existente na área de experimento da CAMEC e nas propriedades vizinhas.
Na Figura 1, pode-se observar o porte e quantidade de mandacarus existentes na área de experimento da CAMEC.
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Figura 1 – Levantamento das plantas de Mandacaru existentes na área deexperimento da CAMEC.
Como ferramenta de coleta de informações, realizaram-se coletas de dados por meio de entrevistas e observações e registros das participações/intervenções dos entrevistados durante quatro encontros/oficinas com os criadores. No primeiro encontro, apresentou-se o projeto e realizou-se uma breve explanação sobre o uso do Mandacaru como forragem animal. Levantamos, através de rodas de conversa, os conhecimentos prévios dos mesmos quanto ao uso sustentável do Mandacaru para forragem e deixamos como tarefa para cada criador planejar uma forma de implantar ou manter em
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sua propriedade uma área de cultivo de Mandacaru, bem como representar através de desenho seu campo de Mandacaru atual.
Na Figura 2, pode-se observar o envolvimento dos participantes interagindo e contextualizando as questões levantadas.
Figura 2 – Encontro com os criadores na Central das Associações no SítioMonteiro, município de Cacimbas-PB
No encontro seguinte, cada criador apresentou seu projeto de campo de Mandacaru, e foram observadas as distâncias e áreas de plantio existentes a serem implantadas, além de orientarmos quanto à forma de plantio para que não se torne uma monocultura de mandacaru. Na oportunidade, foram levantados alguns questionamentos em relação ao valor nutricional do Mandacaru.
Na Figura 3, pode-se observar que os criadores têm uma visão de monocultura para constituir seus campos de mandacarus, onde fizemos a interferência.
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Figura 3 – Plantio e manejo do mandacaru de forma simples
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se da proibição ao uso de adornos (anéis, alianças, brincos, relógio, pulseira, colar, piercing, etc.).
Algumas diretrizes devem ser explicadas aos ordenhadores objetivando oferecer qualificação em matéria higiênico-sanitária e de higiene pessoal,
conforme serão mostradas na sequência.
Figura 4: Procedimento Correto para Realização da ordenha. FOTO: JOÃO MARIA SOARES DA SILVA (2013)
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Figura 5: EPI´s utilizados na prática da ordenha.
FOTO: JOÃO MARIA SOARES DA SILVA (2013)
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Figura 6: Ordenhador praticando atos errados: comer, beber, fumar, Manusear cédulas no ambiente passível de contaminação dos alimentos. FOTO: JOÃO MARIA SOARES DA SILVA (2013)
Normas Higiênico-Sanitárias dos Ordenhadores
A ordenha é a atividade oriunda da obtenção do leite, realizada em animais lactantes. Esta pode ser realizada manual e/ou mecanicamente. Para realização desta atividade, existem normas funcionais que permitem a correta e adequada manipulação higiênico-sanitária do leite obtido e comportamento higiênico dos ordenhadores, fatores que originam as Boas Práticas de Higiene
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metropolitana. É nos grandes centros urbanos que se encontra o maior mercadoconsumidor de produtos agroecológicos.
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Figuras 1 a 4 - Feira de produtos Agroecológicos de Bananeiras/PB.Foto: Antonio Cardoso – AGEMTE
Mobilização e Formação da Associação
Na formação da feira de produtos agroecológicos os “agentes envolvidos” devem ser os primeiros a ser mobilizados e convocados para as reuniões e debates acerca da implantação da feira. Entende-se aqui por agentes envolvidos: os agricultores familiares, os mini pecuaristas, os pecadores artesanais, os artesões rurais e de modo geral os mini produtores rurais. O sindicato, os associados e cooperados de comunidade rurais devem se fazer presentes; sendo aconselhável que o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS), conduza os encaminhamentos para a formação da
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