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3.7 – A importância da família e das relações sociais

Afamília e as relações sociais foram apontadas como um fator preponderante para que as mulheres negras pudessem acessar os espaços de educação. Seja no apoio econômico e social, seja nas formas de organização interna dos pais e demais familiares. Todas as entrevistadas, sujeitos de nosso estudo, relataram a importância do apoio familiar e das relações sociais como elementos fundamentais de acolhimento e de força nos períodos mais difíceis em suas vidas.

Há relatos de que, em alguns casos, os pais tiveram que abrir mão de algumas coisas para que a filha pudesse dedicar-se integralmente aos estudos. Casos em que os pais tiveram que se desdobrar para conseguir arrumar o dinheiro para pagar a faculdade da filha.

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Todas destacaram a base familiar como um dos principais fatores para a sua formação acadêmica e para a formação como ser humano. É no espaço familiar onde aprendemos as primeiras lições da nossa vida. A família é um espaço privilegiado de aprendizado e de preparação para a vida externa, a comunidade, a escola, entre outros espaços sociais. A família foi considerada pela maioria delas como um alicerce, um porto seguro.

A relevância da família é considerada pela possibilidade que ela tem de produzir cuidados, proteção, aprendizado, afetos, contribuir na construção da identidade individual, desenvolver vínculos relacionais de pertencimento, capazes de promover qualidade de vida a seus membros e efetiva inclusão social na comunidade e sociedade em que vivem (GUERRA, 2006, p. 57).

E todas aliaram a educação ao apoio familiar, e algumas, de amigos, como elementos fundamentais de acolhimento e força nos seus momentos mais difíceis. Revelando a importância da família e o sentimento de pertencimento e ainda, relações a partir do processo de sociabilidade que corroboram no processo de fortalecimento.

Meu pai não queria que eu fosse empregada doméstica (como a mãe)... minha mãe trabalhava e eu cuidava dos meus irmãos e da casa... toda nossa história é uma história de lutas (Maria de Lourdes).

De uma família de sete irmãos, fui a única que fiz faculdade. Tive muito apoio da família e dos amigos em várias situações na minha vida. Iniciei no trabalho aos 13 anos de idade como patrulheira (Maria Antonieta).

As falas das entrevistadas revelaram a importância da família em sua trajetória e o sentimento de pertencimento e ainda a importância dos seus amigos na construção da sua realização profissional. Apesar de todas as dificuldades apresentadas posteriormente, foi a partir do processo de sociabilidade que as nossas Marias conseguiram se fortalecer como cidadãs. Este fato é constatado pela nossa entrevistada Maria Antonieta:

Tive muito apoio da família e dos amigos em várias situações na minha vida.

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