ISSN 1679-0189
o jornal batista – domingo, 27/10/13
?????
Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira
Fundado em 1901
1
Ano CXIII Edição 43 Domingo, 27.10.2013 R$ 3,20
Investimento nas Cristolândias
Diante da grande quantidade de vidas ainda presas a drogas é necessário a ampliação do trabalho que ajude no resgate de dependentes químicos. Por isso Missões Nacionais inaugurou mais uma Cristolândia, dessa vez em Salvador, Bahia. No Rio de Janeiro os cariocas festejaram pela inauguração das novas instalações do prédio da Missão Batista Cristolândia, que esteve em reforma (pág. 07).
PIEB Ponte dos Carvalhos celebra centenário servindo ao Senhor A Primeira Igreja Evangélica Batista em Ponte dos Carvalhos, no município do Cabo (PE), dirigida pelo Pr. José Herberth Dias e Silva, celebrou o centenário de organização com cultos evangelísticos e cultos de louvor e adoração, no seu templo. A Igreja foi organizada a 13 de julho de 1913, por iniciativa da IB do Cabo, e 21 membros formavam a Congregação naquela época (pág. 10).
2
o jornal batista – domingo, 27/10/13
reflexão
EDITORIAL O JORNAL BATISTA Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Luiz Roberto Silvado DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIA DE REDAÇÃO Arina Paiva (Reg. Profissional - MTB 30756 - RJ) CONSELHO EDITORIAL Celso Aloisio Santos Barbosa Francisco Bonato Pereira Guilherme Gimenez Othon Avila Sandra Natividade EMAILs Anúncios: jornalbatista@batistas.com Colaborações: editor@batistas.com Assinaturas: assinaturaojb@batistas.com REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Caixa Postal 13334 CEP 20270-972 Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557 Fax: (21) 2157-5560 Site: www.ojornalbatista.com.br A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Jornal do Commércio
31 de outubro: Dia da Reforma Protestante
N
o dia 31 de outubro é comemorado por evangélicos de todo o mundo o dia da Reforma Protestante. O dia em que Martinho Lutero, em 1517, pregou publicamente as 95 teses, na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, na Alemanhã. As 95 teses, todas com embasamento, eram um protesto que desafiou os ensinamentos da Igreja Católica Romana, colocando em questionamento principalmente a natureza da penitência, a autoridade do Papa e da utilidade das indulgências. Seu apelo era por mudanças significativas, e para alguns é considerado um herói, por resgatar a pregação do verdadeiro Evangelho, bem como o resgate da Bíblia e do verdadeiro Salvador, Jesus. Tal atitude de Matinho Lutero repercurtiu em toda Europa, mudou a Igreja e deu origem às igrejas cristãs, que se espalharam por todo o mundo. Por isto estas igrejas, posteriores a Reforma Protestante, são conhecidas como igrejas protestantes, assim como a batista. É preciso comemorar a Reforma Protestante, que foi o pivô de uma mudança significativa na forma de adorar e conhecer a Deus e ao Salvador
Jesus Cristo. Mas essa comemoração precisa ser consciente, buscando entender o que foi, como foi, o que significa, o que é preciso voltar às origens, o que é preciso renovar. Aqui estão algumas das 95 teses, mas veja na íntegra no site da Convenção Batista Brasileira (www.batistas.com): 1. Ao dizer: “Fazei penitência”, etc. [Mt 4.17], o nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo quis que toda a vida dos fiéis fosse penitência. 2. Esta penitência não pode ser entendida como penitência sacramental (isto é, da confissão e satisfação celebrada pelo ministério dos sacerdotes). 3. No entanto, ela não se refere apenas a uma penitência interior; sim, a penitência interior seria nula se, externamente, não produzisse toda sorte de mortificação da carne. 4. Por consequência, a pena perdura enquanto persiste o ódio de si mesmo (isto é a verdadeira penitência interior), ou seja, até a entrada do reino dos céus. 5. O papa não quer nem pode dispensar de quaisquer penas senão daquelas que impôs por decisão própria ou dos cânones. 6. O papa não tem o poder de perdoar culpa a não ser
declarando ou confirmando que ela foi perdoada por Deus; ou, certamente, perdoados os casos que lhe são reservados. Se ele deixasse de observar essas limitações, a culpa permaneceria. 7. Deus não perdoa a culpa de qualquer pessoa sem, ao mesmo tempo, sujeitá-la, em tudo humilhada, ao sacerdote, seu vigário. 8. Os cânones penitenciais são impostos apenas aos vivos; segundo os mesmos cânones, nada deve ser imposto aos moribundos. 9. Por isso, o Espírito Santo nos beneficia através do papa quando este, em seus decretos, sempre exclui a circunstância da morte e da necessidade. 10. Agem mal e sem conhecimento de causa aqueles sacerdotes que reservam aos moribundos penitências canônicas para o purgatório. 11. Essa cizânia de transformar a pena canônica em pena do purgatório parece ter sido semeada enquanto os bispos certamente dormiam. 12. Antigamente se impunham as penas canônicas não depois, mas antes da absolvição, como verificação da verdadeira contrição. 13. Através da morte, os moribundos pagam tudo e
já estão mortos para as leis canônicas, tendo, por direito, isenção das mesmas. 14. Saúde ou amor imperfeito no moribundo necessariamente traz consigo grande temor, e tanto mais quanto menor for o amor. 15. Este temor e horror por si sós já bastam (para não falar de outras coisas) para produzir a pena do purgatório, uma vez que estão próximos do horror do desespero. 16. Inferno, purgatório e céu parecem diferir da mesma forma que o desespero, o semidesespero e a segurança. 17. Parece necessário, para as almas no purgatório, que o horror devesse diminuir à medida que o amor crescesse. 18. Parece não ter sido provado, nem por meio de argumentos racionais nem da Escritura, que elas se encontrem fora do estado de mérito ou de crescimento no amor. 19. Também parece não ter sido provado que as almas no purgatório estejam certas de sua bem-aventurança, ao menos não todas, mesmo que nós, de nossa parte, tenhamos plena certeza disso. 20. Portanto, por remissão plena de todas as penas, o papa não entende simplesmente todas, mas somente aquelas que ele mesmo impôs.
o jornal batista – domingo, 27/10/13
reflexão
3
bilhete de sorocaba Julio Oliveira Sanches
O
que tens nas mãos? Perguntou Deus a Moisés. Nas mãos Moisés tinha um cajado que servia para apascentar o rebanho de Jetro. Ao lançá-lo ao chão foi transformado em serpente. Ao segurá-la volta a ser cajado. A mão no seio se transforma em mão contaminada pela lepra. Nova ação, ei-la normal, como a outra. Deus usa as mãos do seu servo para tirar o seu povo do Egito e conduzi-lo pelo deserto em demanda à Terra prometida. Tempos depois eis Moisés, com as mãos estendidas, a segurar a vara de pastor, enquanto Josué lutava contra os amalequitas. Mãos pesadas. Não conseguiam permanecer estendidas por muito tempo. Arão e Hur fizeram-no sentar sobre uma pedra e passaram a manter erguidas as mãos de Moisés. Ao pôr do sol a vitória é alcançada. Deus ordena a Moisés escrever o ocorrido para servir de memória às futuras gerações. Claro que o poder em si não estava nas mãos de Moisés, mas em Deus que as manteve estendidas.
Nas ofertas pelo pecado cabia ao sacerdote colocar as mãos estendidas sobre a cabeça do animal a ser sacrificado. O pecado era confessado e perdoado. Quando da execução pelo pecado de blasfêmia, as testemunhas colocavam as mãos sobre o acusado testificando ter ouvido a blasfêmia. O povo o apedrejava confiando no testemunho dos acusadores e testemunhas. Jesus impôs as mãos sobre as crianças ao abençoá-las. Há, portanto um significado especial no ato de imposição de mãos sobre alguém. Paulo ao oferecer orientações práticas a Timóteo, sobre os dons recebidos no momento de sua consagração ao ministério, escreve: “Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério” (I Tm 4.14). O apóstolo testifica que o ato de imposição de mãos sobre o consagrando, significa o reconhecimento que o candidato foi vocacionado a servir na causa do Mestre.
Esse reconhecimento se processa mediante exame acurado do candidato, feito pelo presbitério. Tamanha a responsabilidade do presbitério que o apóstolo acrescenta: “A ninguém imponhas precipitadamente as mãos...” (I Tm 5.22). A precipitação em ordenar alguém ao ministério, sem que ocorra o devido preparo do candidato e acurado exame das qualidades exigidas para a função pastoral se constitui em pecado gravíssimo. As exigências para o ingresso no ministério pastoral são claras nas pastorais. Não basta dizer-se chamado por Deus, há que ocorrer provas visíveis da vocação, inclusive dos não salvos (I Tm 3.7). O apóstolo relembra ao jovem Timóteo que ao participar de sua ordenação ao ministério o fez com elevado grau de responsabilidade. “Por cujo motivo te lembro que despertes o dom de Deus que existe em ti pela imposição das minhas mãos” (II Tm 1.6). Não apenas o consagrou, mas continuava acompanhando o desenrolar
do ministério exercido por Timóteo. Havia mentoria, inexistente hoje. Hoje não há preocupação com o candidato ao ministério e os concílios não assumem a devida responsabilidade de seus atos. Os que impõem as mãos não acompanham o nóvel pastor em suas lides. Entregues à própria sorte o novo pastor não sabe o que fazer e como fazer. Alguns após longos anos de ministérios fracassados dividem Igrejas, separam famílias e excitam o ódio entre as ovelhas do Senhor. As igrejas se multiplicam por divisões e não por gestação normal. Acresce a todos os desatinos a imposição de mãos de todos os presentes ao ato consagratório. O dirigente convoca todos os presentes a erguer as mãos em direção ao candidato, como forma de aprovação. Tal proceder é comum nas Assembleias estaduais e na brasileira. Nas denominadas “noites missionarias” há o momento em que se destacam aqueles que serão enviados aos campos. Todo o auditório é
convidado a impor as mãos sobre os novos missionários. Claro que há no auditório pessoas que não possuem experiência salvifica com Cristo. Há adúlteros, alguns bêbados e outros pecadores não perdoados. Eles podem participar de ato tão solene e de elevado significado espiritual? Muitos dirão que sim. Que o ato em si é apenas simbólico e o erguer as mãos significa que todos concordam com decisão anterior que examinou os candidatos. Desde quando pecador não perdoado pode transmitir ou comprovar os dons divinos de um vocacionado? São os ranços da ausência de conhecimento bíblico e da doutrina que ditam tal proceder. Já é tempo de devolver ao ato de imposição de mãos o seu verdadeiro significado bíblico. O proceder atual nas Igrejas e assembleias convencionais nada tem a ver com a recomendação bíblica. Portanto, sem valor espiritual. São esses pequenos deslizes que enfraquecem a Igreja de Jesus Cristo. www.pastorjuliosanches.org
4
o jornal batista – domingo, 27/10/13
reflexão
GOTAS BÍBLICAS NA ATUALIDADE
OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia
Antonio Sérgio de Araújo Costa Doutor em Teologia; Lic. em Filosofia; Bel. em Direito Pastor da IB Bethléem em Vitória da Conquista, Ba “... Mas, o justo viverá da fé” (Romanos 1.17 b).
A
no 496 da Reforma Protestante do Século XVI. No primeiro século, Jesus organiza a sua Igreja (Mc 3.16-18) em Jerusalém, seguida por perseguição, mas, também, por grande expansão da Igreja de Cristo (Atos). Perseguição estatal e, posteriormente, união da igreja com o Estado sob Constantino, 313 a.D., Edito de Milão. Em 869 a.D., ocorre o primeiro grande cisma no contexto do Catolicismo romano e, assim surge a Igreja Católica Ortodoxa Grega. Portanto, seis séculos depois, dada a extrema corrupção da Igreja na Europa, eclodiu a reforma no auge da Idade Média. Sem dúvidas, um fato que mudou para sempre não apenas a história da igreja, mas também a história do mundo. A Reforma Protestante, ainda que inseparável de seu contexto - histórico-político, sócio-econômico e, sobretudo, intelectual. Neste, destaca-se a Renascença, especialmente, o humanismo cristão no norte da Europa, influenciado por Erasmo de Roterdam e seu novo Testamento Grego, 1516. Todavia, a Reforma era profunda e essencialmente religiosa na sua motivação - jamais um movimento sectário -, cujo objetivo principal buscava reformar a Igreja de Jesus Cristo, trazendo-a de volta às suas origens neotestamentária. Os reformadores de um modo geral – Lutero, Calvino, Melancton e Farel, entre outros -, eram piedosos, eruditos, peritos nas línguas originais e, acima de tudo, fundamentados nas fontes bíblicas e patrísticas, além de humanistas. A Reforma Protestante do Século XVI, alcançou seu ápice sob a liderança de Martin Lutero, monge agostiniano com a publicação das 95 Teses posta na porta da Igreja do
castelo de Wittenberg no dia 31 de outubro de 1517. Ele se posicionou contra a venda das indulgências - usadas pela Igreja Católica Romana para financiar a construção da basílica de São Pedro em Roma -, pelo dominicano João Tetzel (01.10.1517), na Alemanha. A Reforma, porém, fora precedida de vários movimentos que tentaram ‘reformar’ a Igreja Católica Medieval, por exemplo: os Valdenses, nas regiões alpinas, Wycliff e Lolardos na Inglaterra e os Hussitas na Boêmia. Entretanto, qual a verdadeira questão levantada pela reforma e, por outro lado em que sentido somos seus herdeiros? Para J. Senarclens, “a questão da fidelidade da igreja ao seu fundamento, fundamento que é auto-doação de Deus em Cristo (...). Assim, a Igreja reiterará essa questão em todas as épocas não somente pelo dever de velar pela verdade de sua pregação e ensino, mas também porque é da própria natureza da Igreja obedecer a Cristo e, portanto, deixar-se renovar constantemente pelo Espírito de Deus. Longe de ser abstrata ou meramente acadêmica, a questão é essencial para a vida e missão da Igreja já que diz respeito à verdade de sua fé, à comunicação do Evangelho a nossa geração envolta em sua história peculiar”. Mas, afinal, qual foi o ponto de partida de sua ação reformadora? Esta foi precisamente a questão que eles endereçaram à Igreja de seu tempo: “És, na verdade, na tua fé, no teu ensino e nas tuas atividades, testemunha e, consequentemente, herdeira do Evangelho dos profetas e dos apóstolos?” Evidentemente, a questão apresentada pelos reformadores além de alarmante para a Igreja da época, exprime, a um só tempo, uma inquietude, um desejo de obediência e uma necessidade de ser autêntico e, portanto, a vontade decorrente de não se deixar aprisionar nas tradições. Estas, ainda que respeitáveis, não são e jamais serão garantia de estar de acordo com a mensagem do Evangelho do Deus vivo, como a história da Reforma comprova amplamente e, assim, também, a história
da Igreja atual. Para cumprir a sua missão no mundo hodierno, a Igreja não deve ajustar a mensagem cristã às categorias de pensamento do homem secularizado, antes, pelo contrário, deve expor a mensagem de tal modo que o homem moderno seja trazido a Cristo e ao seu Evangelho e seja renovado pela transformação de sua mente tornando-se filho do Pai celeste. Contudo, será que o ponto de partida da teologia moderna se assenta sobre a base da auto-revelação divina, isto é, Deus-Escrituras (João 1.1; 5.39; 1 Jo 1.1-3)? Em segundo lugar, é preciso que se pergunte: a teologia em suas diversas construções atuais está de acordo com a doutrina central do cristianismo, isto é, Deus-Cristo? Esta reflexão não é uma peça especulativa ou abstrata. Antes, pelo contrário, trata-se de uma inquietude pastoral: que estamos pregando a este mundo transtornado? Que imagem de Jesus Cristo lhe damos a ver? De onde vimos como povo de Deus? Que dizer ao homem pós-moderno diante de tantas práticas contrárias ao ensino de Cristo? E, principalmente, onde nos encontramos como Igreja de Cristo, sobretudo, diante da obra prodigiosa que Deus realizou em nosso favor, obra que pode aliviar, consolar, fortalecer – salvar, sim – todos os homens? Jesus afirmou: “Vinde a mim, e eu vos darei vida abundante”. Nestes tempos de apostasia no contexto da Igreja de Cristo, vale ressaltar a afirmação de J. Senarclens (1970, p. 15), em sua notável obra, Herdeiros da Reforma: “As Igrejas cristãs não estão divididas por causa de sua fidelidade, e sim de sua infidelidade”. Mas, infidelidade a quê? A quem? Sem dúvidas, no que diz respeito à vida total da Igreja - no que tange a sua doutrina e missão evangelizadora no mundo -, pode-se afirmar que trata-se de infidelidade a “Revelação Bíblica” (ponto de partida da fé); e, a Jesus Cristo, o Senhor (Cristologia; o centro vital de sua fé). O grande legado da Reforma é a centralidade das Escrituras e de Jesus Cristo nas Escrituras, na vida de cada crente, especialmente
A Bíblia perdida no templo
P
arte da reforma espiritual promovida pelo rei Josias foi a reconstrução do Templo. Para surpresa de todos, ao limparem alguns rolos manuscritos, descobriu-se que aquele achado era o Livro da Lei, a Bíblia de então. “Hilquias disse ao secretário Safã – Encontrei o Livro da Lei no templo do Senhor” (II Crônicas 34.15). Uma das razões da decadência religiosa do povo judeu, antes de Josias foi, exatamente, a desobediência da Bíblia. Em função disso, a vida do povo adoeceu, cheia de imortalidade, de desonestidades, de traições, de
famílias destruídas, de religião paganizada. Em matéria de religião, o povo estava seguindo de tudo, menos a Bíblia. Observadores do povo cristão hoje em dia descobrem muitas semelhanças entre o período anterior ao avivamento do rei Josias e o nosso tempo atual. O fato de que muitas igrejas estão pregando todo tipo de mensagem, menos a bíblica, explica o destempero espiritual do nosso povo. É urgente descobrir a Bíblia em nossos templos. E entronizá-la no seu lugar devido. Acima de tudo, entronizar a Bíblia em nosso coração.
na vida da sua Igreja. Hoje, a Igreja precisa reafirmar o fundamento de sua origem e vida, isto é, Jesus Cristo, o único Salvador e Senhor (João 3.16; Atos 4.11,12). Sim, a Igreja atual, herdeira do grande legado da Reforma Protestante do século XVI, necessita rever, preservar e difundir o Evangelho de Cristo como plenamente suficiente para a salvação de todos os homens (Romanos 1.16.17; Efésios 2.19). Destarte, que o lema da Reforma: “Igreja reformada, sempre reformada” pela fé (Sola Fide), pela graça (Sola
Gratia), pelas Escrituras (Sola Escripturae), seja também o nosso, pois “ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo. Assim, edificados sobre o fundamento dos Apóstolos e dos Profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra de esquina” (I Coríntios 3.11; Efésios 2.20), rendamos glórias a Deus, pois a Reforma é obra de suas mãos. Que o legado espiritual, educacional e social da Reforma continue sendo uma perene fonte de inspiração para todos os cristãos de hoje. Amem.
o jornal batista – domingo, 27/10/13
reflexão
Pr. Luiz Sayão Diretor do Seminário Teológico do Sul do Brasil
N
ão é difícil andar pelo trânsito das grandes cidades brasileiras e ver diversos adesivos no vidro dos veículos de evangélicos com o slogan tirado de Filipenses 4.13: Posso todas as coisas naquele que me fortalece. A pergunta surge espontaneamente: Por que tanta gente divulga tal mensagem bíblica? Qual é o seu significado? Por que tornou-se tão popular? Isso afeta as igrejas batistas do nosso país? Infelizmente, este é um dos versículos mais mal compreendidos das Escrituras nos dias de hoje. Por incrível que pareça, neste artigo veremos que o texto paulino é entendido exatamente no sentido contrário ao pretendido pelo autor. A grande maioria dos testemunhos e mensagens que citam o referido no texto nos meios de comunicação atuais estão atrelados à teologia popular triunfalista de nossos dias. De modo geral, acredita-se que “posso todas as coisas naquele que me fortalece” significa “vencerei todos os obstáculos que estão à minha frente” ou “posso alcançar tudo o que quiser”, ou ainda, “comigo ninguém pode”. Muitos pensam que podem comprar aquilo que não têm como pagar, outros acham que podem fazer aquilo para o qual não têm dom ou preparo, sem falar em absurdos ainda maiores sugeridos (posso dever, posso pedir a queda do meu inimigo, etc) por quem nem faz ideia do que Deus quer nos ensinar neste versículo. Todo leitor da Bíblia tem a responsabilidade de buscar o sentido correto do texto sagrado. Não há dúvida de que este sentido é aquele que o autor original quis transmitir quando escreveu o texto. A ideia de que se pode “descobrir” algo especial, “escondido” no texto é falsa e deve ser abandonada, principalmente entre os batistas que historicamente ressaltam a centralidade das Escrituras. O que Paulo tinha em mente quando registrou
tais palavras? Qual foi sua intenção, ao escrever para os irmãos filipenses? A leitura das palavras gregas do texto não trará maior luz à interpretação do verso neste caso específico. A tradução quase que literal da maioria das versões em português expressa com suficiência o conteúdo do verso em grego. Vale mencionar que “fortalece” vem de dynamis que significa poder, força, o que intensifica o fortalecimento dado por Cristo no versículo. Devemos considerar o aspecto contextual. Antes de tudo, é necessário observar que Filipenses é uma das epístolas da prisão. Juntamente com Efésios, Colossenses e Filemom, trata-se de uma carta escrita quando Paulo estava preso por causa do Evangelho. Os textos de 1.7, 13, 14 e 17 deixam muito claro o contexto de encarceramento do apóstolo. Todavia, não se sabe com certeza onde Paulo está. Tradicionalmente, os intérpretes clássicos sugeriam que Paulo está preso em Roma, por volta de 60-61, principalmente por causa de 1.13 que cita “a guarda do palácio”, isto é o Pretório. Tal percepção colocaria a carta no mesmo contexto das demais “cartas da prisão”. Outros intérpretes sugeriram que Paulo poderia estar preso em Éfeso (I Co 15.32); outros entendem que a prisão em Cesareia (57-59) seria o cenário ideal para a elaboração da epístola. Independentemente das minúcias cronológicas, o importante é que Paulo está “em cadeias”. Surpreendentemente, Filipenses é uma das epístolas mais pacíficas do Novo Testamento. Paulo quase não apresenta nenhuma censura à igreja nova da Macedônia. Além disso, um dos temas de encorajamento que marca a epístola é “alegria”. O verbo “alegrar-se” (chairo) aparece em 1.18, 2.17, 18, 28, 3.1, 4.4 e 4.10; “regozijar” (synkairo) está em 2.17 e 18. O imperativo plural é contundente, aparecendo em 2.18 e 4.4, o famoso texto que diz (NVI) “Alegrem-se no Senhor. Novamente direi: Alegrem-se!” É impressionante ver um
preso exortando os demais à alegria. É neste contexto de alegria, particularmente por uma oferta dos filipenses em favor de Paulo, que o texto de 4.13 está inserido. A perícope inicia-se no versículo 10 e tem como desfecho o verso 13. Não será tão difícil entender o versículo final se prestarmos atenção ao texto imediatamente anterior. Os versículos 11 e 12 dizem: “Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente com toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade” (NVI). Depois de afirmar isso, Paulo diz que “tudo pode em Cristo”. Afinal,
o que Paulo pode (no sentido de ser capaz de suportar)? É muito simples: Pode passar necessidade, pode passar fome, pode ser preso. Isto quer dizer que Paulo pode enfrentar qualquer situação difícil, pois Cristo lhe dá força suficiente para suportar as agruras do seu ministério. Todavia, deve ficar claro que Paulo também diz que pode estar bem alimentado, pode ter muito e pode ter fartura. No entanto, “pode” aqui não significa “tenho capacidade para conseguir”, muito menos quer dizer “tenho direito a isso”. Ao contrário, “poder” aqui significa que a fartura também não permite que Paulo sirva menos a Deus. A essência de tudo é “aprendi
5
o segredo de viver contente com toda e qualquer situação”. Se tenho fartura, louvado seja Deus. Que ela não me impeça de servir ao Senhor. Se enfrento problemas, louvado seja Deus. Que eles não me desanimem no ministério cristão. É muito importante ler a Palavra de Deus e entendê-la corretamente. Até mesmo o histórico personagem da literatura brasileira, o Padre Vieira, mesmo sem ser batista ou evangélico disse com razão, ao mencionar a citação que o Diabo faz do Salmo 91 no episódio da tentação de Jesus (Mateus 4): “As palavra de Deus, ditas no sentido em que Deus não as disse, são palavras do Diabo”.
Esteja entre os melhores! Estude no Seminário do Sul.
Cursos Reconhecidos pelo MEC em: Graduação em Teologia. Licenciatura em Música. Convalidação em Teologia. Pós-Graduação. MBA em Teologia. Cursos Livres e Ministeriais em: Teologia Ministerial. Liderança de Ministério com Juventude. Liderança de Crescimento Cristão.
e Mestrado m Doutorado . Professores co e áreas afins a sic Mú , em Teologia ssores:. ofe pr os ss Alguns dos no Pr. Luiz Sayão ira Lúcia Cerque s Ferreira Pr. João Marco il Teresa Ak randa Pr. Valtair Mi de Oliveira Pr. Delambre
www.seminariodosul.com.br| (21) 2157.5577
6
o jornal batista – domingo, 27/10/13
D
ia 21 de setembro, no templo da Igreja Batista Missionária do Maracanã, aconteceu o casamento do nosso neto Daniel com a jovem Dianne. Por sugestão do pastor da Igreja, da qual são membros, Pr. Alexandre Aló, os noivos decidiram celebrar suas núpcias pela manhã, precedidas de um lauto café para cerca de 300 pessoas. A noiva tinha dito à tia do noivo, ela é sua cliente, que desejava uma cerimônia nupcial que fosse um culto. E foi um culto. Rarissimamente uso o superlativo “maravilhoso”, mas não encontro outro adjetivo para qualificar aquele culto. Os noivos escolheram um texto bíblico que jamais usei em cerimônia de casamento e que calhou muito bem, aplicado aos mistérios do amor conjugal, um amor que para ser verdadeiro e
fazer um casal feliz, tem que ser o amor que vem de Deus, I Coríntios 2.9: “Mas, como está escrito: As coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam”. O pastor Alexandre foi poderosamente usado pelo Espírito Santo e transmitiu uma comovente mensagem, não somente aos noivos, exortando-os a buscarem realizar a vontade de Deus na sua vida conjugal, mas também aos visitantes não crentes para que abrissem seus corações para Jesus a fim de poderem experimentar uma salvação da qual ouvidos humanos nunca ouviram nem humanos olhos enxergaram, mas que Deus preparou para os que são despertados pelo seu amor revelado na cruz do Calvário. Foram cantados pela congregação três hinos que
reflexão
falam ao coração do pecador, inclusive aquele que já foi o hino de Missões Nacionais e que declara que Jesus “Move as montanhas e tem poder prá salvar”. Os votos matrimoniais foram lidos pelos noivos em um celular discretamente manuseado por eles, com lindas palavras de amor e compromisso. O noivo, visivelmente emocionado, declarou: “Você não é a mulher que eu pedi a Deus”. Fez uma pequena pausa de suspense e completou, sob aplausos: “Você é mais do que eu pedi porque Deus nos dá sempre muito além do que pedimos”, em alusão ao texto básico do culto. O pai do noivo, Pr. Carlos Henrique Falcão, ao entregar as alianças aos noivos, não deixou de dizer uma palavra do evangelho da graça. Chamado para invocar a bênção nupcial, subi à plataforma e orei pelos noivos e pelos seus parentes e
amigos não crentes, para que Deus lhes desse a compreensão e aceitação do evangelho a fim de que possam ser chamados às bodas do Cordeiro na glória. Quando fui descer da plataforma, meu filho Carlos Henrique desceu os dois degraus à minha frente e me amparou pela mão. Foi quando, ao pisar no chão, escorreguei, perdi o equilíbrio e teria me esparramado no solo, se meu filho não me tivesse amparado com toda a sua força. Ao voltar para o meu lugar ao lado da Zênia, não tive como conter as lágrimas ao pensar na felicidade que é, aos 83 anos de idade, ter um filho que pode me segurar pela mão e impedir minha queda. Minha emoção foi acionada por um turbilhão de lembranças de gratidão ao meu Deus pelo cuidado extremo que os nossos três filhos, as duas
noras e o genro têm tido para com minha esposa e para comigo. Aliás, nossos sete netos, sem exceção, são extremamente carinhosos para conosco. Isso é graça! A maravilhosa graça de Deus que vai muito além da nossa pobre compreensão. Realmente, temos tido a feliz experiência da realidade de que as coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram em nossos corações, foram as que Deus preparou para nós a partir da graça de nos permitir que o amemos. Felizes e abençoados sejam todos os pais que têm filhos que deles cuidam com zelo e amor, que receberam a graça do perdão perdoando os erros cometidos por seus pais e buscando a graça do perdão divino para suas próprias almas porque a bondosa mão do Filho de Deus tem sido sobre eles.
Sonhos alcandorados são hoje notável realidade!
Othon Ávila Amaral Membro do Conselho Editorial de OJB
(A propósito da inauguração do Edifício Pastor João Teixeira de Lima no dia 29 de setembro de 2013, na Igreja Batista Betel de Mesquita).
N
esta data testemunhamos diante de Deus, diante da Igreja, diante da Denominação, diante dos evangélicos, diante da comunidade, diante dos céticos e incrédulos, que a Igreja Batista Betel de Mesquita conduzida pelo pastor Judicley Silva Santos alcançou o ápice de seus sonhos alcandorados ou (de outrora). Quem viu o início, quem acompanhou o processo, quem chegou até aqui, traz no coração lembranças plenas de emoções e saudades. Os sonhos singelos de um velho pastor, os cuidados excessivos de um filho que o sucedeu, transbordaram com toda intensidade nos ombros daquele que, diante do Deus Único, diante do Deus Trino, abraçou com toda ternura e coragem aquela causa que herdara e que soube conduzí-la, mercê da graça
abundante, até se tornar notável realidade. O tempo passou e com ele muitos dos que sonharam e viram surgir a Igreja Batista Betel de Mesquita não tiveram a sensível percepção divina para descortinarem pela fé, as grandiosas bênçãos de Deus para os dias atuais. A inusitada alegria de que somos possuidos é uma decorrência da fé exposta e concretizada pela ação do líder que nos conduz.
A beleza da visão global é também a beleza da visão dos detalhes. Somos privilegiados! Vimos a primeira casa, vimos a segunda casa e agora somos testemunhas da terceira casa! Somos gratos a Deus pela vida dos nossos instrutores do passado, pastor João Teixeira de Lima e pastor Iranyr Teixeira de Lima. E somos gratos a Deus pela vida de nosso preceptor atual, pastor Judicley Silva Santos.
Coube ao pastor Judicley concluir as obras do Edifício de Educação Religiosa cuja construção foi autorizada pela Igreja em maio de 1996, no pastorado do pastor Iranyr Teixeira de Lima. O santuário foi construido no pastorado do pastor João Teixeira de Lima. A presença do pastor Judicley na reformulação da aparência arquitetônica do templo e do prédio foi tão acentuada que o encanto de ontem foi
superado pela notoriedade do presente. A tríade pastoral que o Senhor preparou para a Igreja Batista Betel de Mesquita desfruta do amor fraternal do rebanho inicial, do rebanho transitório e do rebanho atual. Diante de Deus nos prostramos para agradecer a Ele a vida de tais homens. Numa digressão oportuna a Igreja Batista Betel de Mesquita é grata a Deus pela vida de dois pastores: Jess Carlos Monteiro Costa e Euclides Schwartz Lima, respectivamente da Primeira Igreja Batista de Jequié, Bahia, e Igreja Batista do Jardim Botânico, Rio de Janeiro. O primeiro foi o pastor da infância, adolescência e mocidade do pastor Judicley e, o segundo, foi o pastor que o acolheu fraternalmente e investiu recursos financeiros para que ele pudesse estudar no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil e qualificar-se intelectualmente para ser o homem de Deus que hoje ele é. Dois servos do Senhor, duas agências do Reino de Deus, que incutiram no coração e na mente do pastor Judicley princípios que até hoje e para sempre norteiam a sua vida.
o jornal batista – domingo, 27/10/13
missões nacionais
7
Investimento nas Cristolândias Redação de Missões Nacionais
D
bros de várias igrejas, missionários, alunos da Cristolândia e funcionários da sede de Missões Nacionais participaram da manhã de gratidão ao Senhor. Também esteve presente a diretoria da Convenção Batista Carioca, como Pr. Nilton Souza, diretor executivo da CBC, e o presidente da CBC, Pr. Josué Andrade. A diretora executiva da União Feminina Missionária Batista do Brasil (UFMBB), Lucia Margarida Brito, também esteve presente ao culto, uma vez que a União
Feminina de todo o Brasil é parceira de Missões Nacionais em todos os seus projetos, especialmente apoiando as Cristolândias. “Para mim foi um banquete de adoração a Deus estar presente no culto de reinauguração. A Cristolândia é uma prova da Glória de Deus – vermos pessoas no mais baixo nível da degradação humana resgatadas por Cristo. Também fiquei encantada com a reforma das instalações do prédio. Agora com o lugar pronto, que o Espírito Santo,
através dos missionários e voluntários, trabalhe com mais facilidade”, declarou. O pregador do culto foi o Pr. Franco Albano, pastor de evangelismo e missões da Primeira Igreja Batista do Recreio, que é a igreja mãe da Cristolândia Rio de Janeiro. Ele define a Cristolândia como o projeto de missões que atende ao maior clamor urbano da pós-modernidade, a dependência química, visando ao socorro dos marginalizados. “É um privilégio para o povo batista poder
iante da grande quantidade de vidas ainda presas a drogas como crack, é necessário que ampliemos o investimento em trabalhos que ajudem no resgate e libertação de dependentes químicos. Além das Missões Batistas Cristolândias em São Paulo, Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Espírito Santo (ES), Belo Horizonte (MG) e Distrito Federal, recentemente Missões Nacionais inaugurou uma Cristolândia em Salvador (BA). Para o culto de celebração pela inauguração do projeto na capital baiana, cerca de 800 pessoas estiveram presentes na Igreja Batista Dois de Julho. Foram momentos de gratidão ao Senhor por mais essa conquista e também pelas vidas já alcançadas. “Ser igreja-mãe da Cristolândia Salvador é obedecer à missão dada por Jesus em Mateus 28.19-20. Além disso, é sair do discurso para prática. Nossa visão é fazer discípulos de Jesus e cuidar muito bem de cada um deles”, afirmou o Pr. Marcos Panisset, da IB Dois de Julho. A sede da Cristolândia está localizada na região central de Salvador, no coração de uma cracolândia. Uma semana antes de sua abertura, foi realizada a Trans Cracolândia Salvador, que contou com a participação de 100 voluntários e recolheu 15 pessoas dispostas a não apenas deixar as ruas, mas também iniciar uma nova caminhada com Culto de inauguração da Cristolândia Salvador na IB Dois de Julho Cristo. Essas pessoas estavam no culto de inauguração e receberam oração dos pastores presentes. Ex-dependentes químicos, recuperados em outras Cristolândias, também estiveram no culto e deram testemunhos. Entre eles estava a jovem Josiane, que tem se dedicado ao trabalho missionário e irá atuar na Cristolândia em Salvador. Com emoção, ela afirmou: “Sou uma pessoa transformada que veio para Salvador para tirar pessoas das ruas”. O Pr. Fernando Brandão, que foi o mensageiro da noite, afirmou que o mais importante não é dar ênfase ao passado dos que foram resgatados das cracolândias, mas sim ao que Cristo está fazendo em suas vidas agora. No Rio de Janeiro também houve celebração. Os cariocas festejaram pela inauguração das novas instalações do prédio da Missão Batista Cristolândia, que esteve em reforma desde maio. Mem- Momentos de gratidão durante a reabertura da Cristolândia Rio de Janeiro
servir a Deus resgatando vidas das ruas. Nossa igreja tem a visão de socorrer o dependente químico e por isso tem alegria em ser parceira de Missões Nacionais na Cristolândia”, disse ele. O investimento nas instalações possibilitou uma significativa melhora no atendimento aos dependentes químicos recebidos pela Missão. Missões Nacionais agradece a cada parceiro que contribui e intercede por este projeto que tem se expandido para a glória de Deus.
8
o jornal batista – domingo, 27/10/13
notícias do brasil batista
PÉS NO ARADO Comunicação da JBB
J
aneiro se aproxima e a Juventude Batista Brasileira já começou a movimentar os jovens de todo o país para doar 11 dias de suas férias e irem para Santa Catarina. O projeto missionário Pés no Arado, acontecerá de 03-13/1/14 em SC, seu foco básico é impactar a vida de nossos voluntários levando-os a fazer missões urbanas e servir a comunidade em que estarão. No Pés, são realizadas atividades como EBFs, festa da família, cinema, dia da beleza, abraço grátis, evangelismo pessoal, serviço a comunidade local, oficinas, e muito, muito mais. A ideia é executar tudo o que Deus sonhou para aquele local, para esse projeto, para essas pessoas e voluntários. Não há dúvida de que Deus trata e fala profundamente ao cora-
F
ção de todos que tem a oportunidade de participar. Deus tem feito coisas incríveis em todos esses anos de projeto e nossos voluntários têm testemunhado que quando voltam para sua realidade local experimentam a transformação que Deus fez em suas vidas, mentes e ministério. Pequenas atitudes podem mudar tudo. Um sorriso pode mudar a vida de alguém. Ele demonstra que a vida pode ser leve e que nada é insuperável. Ele aquieta o coração e quebra barreiras. O Pés no Arado traz como tema para o próximo ano “Pra você sorrir...”, buscando mostrar que a alegria do Senhor é a nossa força. Um sorriso faz toda diferença. Pense em muitos sorrisos juntos... Venha e junte-se a JBB neste projeto!
TEEN BRASIL
érias, muito sol, calor, diversão e uma ótima oportunidade para reunir a galera é o que terá no próximo mês de janeiro no Teen Brasil 2014. O congresso tem sido um ajuntamento de “adoles” do Brasil inteiro, que se reúnem para celebrar a vida com Jesus de uma maneira bem descontraída e divertida, bem “teen style” (jeito adolescente). Viver com Jesus é uma vida de aventuras, bravura e relacionamento. Os adolescentes sabem muito bem como é estar junto com o Mestre, seguir seus passos e obedecer-lhe em tudo. Nessa nova temporada o Teen Brasil estará tratando sobre a unidade com Cristo, com a galera e a igreja, falando que “Quando juntos dá sempre certo”.
Nesses últimos anos de congresso, a JBB tem buscado dialogar e mostrar que pode-se viver uma vida radical com Jesus, sendo um adolescente que ama Cristo e quer viver a cada dia junto Dele. Sabemos que é a cruz de Cristo que nos une. É o amor de Deus, revelado em Jesus que nos concede um novo coração e nos faz viver em comunidade, tendo relacionamentos que demonstrem este grande amor. Nos dias 15 a 18 de janeiro, vamos contar com a presença do pastor Walter Júnior trazendo mais sobre a Palavra de Deus e nos ensinando sobre a comunhão. Também estarão conosco a Bruna e o Erik da PIB de Curitiba, que fazem esquetes no canal “Caia na Real” no YouTube. Não poderia
faltar o pessoal que vai animar o Teen e promete não deixar ninguém parado: Os Locomotions! O Teen Brasil vai rolar em Serra Negra – São Paulo! O sítio, carinhosamente escolhido, foi a Pousada Estância Turística Rafaela, que conta com chalés para acomodação, piscina, campo de futebol e salão de jogos, além de uma grande área verde! Cremos que lá foi o lugar que Deus separou para tratar conosco mais intimamente sobre nosso relacionamento com Ele. Avisa a sua galera deste grande ajuntamento de adolescentes, pois quando eles se juntam com suas risadas, histórias, alegria, testemunhos, “zueiras”, brincadeiras, comunhão e adoração... dá sempre certo! Não fique de fora, curta essa ideia e compartilhe.
o jornal batista – domingo, 27/10/13
notícias do brasil batista
9
Jonas Vieira de Lima é homenageado ao completar 50 anos de ministério pastoral
P
astor Jonas Vieira de Lima foi homenageado no dia 17 de agosto de 2013 por seu Jubileu de Ouro de Ministério Pastoral. O evento festivo aconteceu no templo da Primeira Igreja Batista de Itaguaí, RJ, liderada pelo pastor Azair Corrêa, que foi o anfitrião. O culto contou, entre outras, com participação especial do coral da Associação Batista Verdes Mares. O pregador foi o pastor Jônatas Farizel. Pastor Jonas recebeu homenagens e placas comemorativas da Ordem dos Pastores Batistas - Seção Fluminense, entregue pelo Secretário Geral da Ordem, pastor Jônatas Almeida Farizel, e da Associação Batista Verdes Mares, entregue por seu Secretário Executivo, pastor Valter Ferreira. Histórico Nascido em 26 de agosto de 1939, na cidade do Rio de Janeiro, chegou à Primeira Igreja Batista de Marechal
de Novembro, promoveu o Concílio Consagratório que teve na sua presidência o pastor Altino Vasconcelos e sendo o orador ocasional o pastor Antônio Marcelino de Oliveira que pregou sobre o tema “Navios para Tarsis”.
Pr. Jônatas Farizel entregando a placa ao pr. Jonas, ao lado a esposa Rosemary e Pr. Azair Corrêa
Hermes com três meses de idade, trazido por sua mãe, a diaconisa Regina Vieira Lima (de saudosa lembrança). Nesta Igreja recebeu toda formação cristã, tendo sido batizado em 31 de dezembro de 1951, pelo pastor Silas de Brito Lopes. Aos dezoito anos, sentiu sua chamada para o ministério pastoral e no tempo próprio foi recomendado pela Primeira Igreja Batista de Marechal Hermes ao Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, no pastorado do pastor Altino Vasconcelos.
Durante o seu curso no Seminário do Sul, recebeu o convite da Igreja Batista XV de Novembro, em Guadalupe, RJ, para ser seminarista daquela Igreja, então pastoreada pelo pastor Antonio Marcelino da Oliveira. Exerceu, nesta, entre outras funções, a Presidência da Comissão de Evangelismo. No ano de sua formatura no Seminário do Sul, em 1963, recebeu o convite da Primeira Igreja Batista de Tatuí, no Estado de São Paulo, para ser o seu pastor. E no dia 17 de agosto de 1963, a Igreja Batista XV
O pastor Jonas exerceu o ministério pastoral nas seguintes igrejas: Primeira Igreja Batista em Tatuí, SP; Primeira Igreja Batista de Vila Mariópolis, RJ; Igreja Batista Parque Flora, Nova Iguaçu, RJ; Igreja Batista Gardênia Azul, RJ; Igreja Batista Ponte Preta em Queimados, RJ; Igreja Batista Pau dos Ferros, RN; Missão Batista Sete Riachos, em Santíssimo, RJ; Igreja Batista Nova Mangaratiba (atual pastorado). Pastor Jonas é licenciado em Filosofia, sendo professor de História, Sociologia e Filosofia. Possui curso de piano (sete anos) e durante os seus estudos no Seminário do Sul, fez especialização em Regência e órgão eletrônico.
Na denominação exerceu as seguintes funções: Convenção Batista Carioca - Presidente das Associações Nordeste e Jacarepaguá. Foi membro das três Juntas existentes na época - Executiva, Ação Social e Educação. Convenção Batista Fluminense - 2° Vice-Presidente da Associação Iguaçuana e membro da Junta de Evangelismo. Atualmente, Presidente da Associação Batista Verdes Mares, Presidente da Subseção Verdes Mares da Ordem dos Pastores, membro do Conselho Deliberativo da Convenção Batista Fluminense e do Conselho Diretor da Seção Fluminense da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil. Convenção Batista Norte Rio-grandense - 2° Vice-Presidente da Convenção, Relator da Comissão de Educação, membro do Conselho Deliberativo da Convenção, Presidente da Associação Batista do Oeste, Presidente da Subseção Oeste da Ordem dos Pastores e Presidente da Seção RN da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil.
Homens do Oeste Carioca realizam ação evangelística e social em parceria com os Missionários com Alegria Marcio Ministério Missionários com Alegria
N
o dia 24 de agosto, as 8 da manhã, a UHMBOC (União de Homens Missionários Batistas do Oeste Carioca) fez uma investida missionária no bairro Guandu do Sena, sub bairro de Bangu, RJ. O trabalho teve a participação de vários membros, diáconos e pastores das Igrejas Batistas da área, onde se realizou um grande trabalho evangelístico. Tiveram barracas com corte de cabelos, aplicação de flúor, bazar gratuito, aferição de pressão, aferição de glicose, atendimento jurídico e orientação pastoral. Em meio as saídas pelo bairro para evangelizar, nós íamos convidando a participar do evento, fomos distribuindo dois mil convites, e ainda teve apoio do som montado na praça Jacarta, onde vários pastores e pregadores tiveram a oportunidade de pregar a palavra e enviar mensagens ao bairro.
Tivemos a devocional do início da programação com o diácono Weber, membro da PIB de Guandu do Sena, e o pastor Sérgio Vilela da PIB do Guandu do Sena, que fizeram a diferença no local. Os Missionários com Alegria começaram então a divulgação, entram em ação por volta das 10 horas manhã, trouxeram o carro de som dirigido pelo Pedro Paulo, e com os irmãos, Rosana Fuly, Rosiane, Alexandre, Andressa, Márcia, Marcela, Deilze, Rosane Lima, Ronaldo Junior, Pastor Ronaldo, Josué e Marcio Silva. Ornamentaram a Igreja, encheram bolas, colocaram painel, e saíram para os trabalhos de rua, convidaram as crianças para que às 15 horas estivessem na Igreja para ouvir mais um pouco da Palavra de Deus. Foram cantadas músicas, histórias e por fim muitas mãozinhas se levantaram para aceitar Jesus como salvador de suas vidas. Enquanto isso a programação continuava, o som ia sendo utilizado, até que por fim foi passado o filme “Entre a cruz e o Punhal”, e a comu-
nidade pôde assistir a mais uma mensagem de pregação da Palavra. Enquanto esses serviços sociais estavam sendo desenvolvidos por irmãos na área da Igreja, das 9h até 14h, outros no trabalho da alimentação, lanches etc; outros envolvidos com a evangelização e distribuição de folhetos e testemunhando do amor de Deus nas ruas próximas ao templo. Das 10h até às 17h, irmãos de diversas Igrejas se envolveram na evangelização e distribuição de aproximado de 2000 convites e folhetos evangelísticos no bairro e convite para crianças através do ministério “Missionários da Alegria”. Muitas igrejas participaram do evento, dentre elas: Batista Central de Realengo; de Bangu; de Santa Cruz; Gouveia; Memorial Jardim Maravilha; da Cancela Preta; do Piqueróbi; PIB Vila Kennedy; Jardim Catiri; Memorial de Sulacap; De Betânia; da 2ª de Padre Miguel; do Guandu do Senna; do Cachambi; do P. S. Basílio; PIB do Oiticica; B Jardim Paraíso; AD de
Realengo; de Inhoaíba; de Copacabana; do Golveia; Memorial Jardim Maravilha; Central de Areia Branca; de Campo Grande. Totalizando 82 irmãos participantes, 200 atendimentos, e 50 crianças participantes de atividades e ouvintes de histórias bíblicas. Ao final o pastor Sérgio Vilella agradeceu a todos e orou a Deus pelos favores recebidos do dia onde a UHMBOC e os Missionários da Alegria, tiveram a opor-
tunidade de participar na Evangelização do Bairro. Em todo momento a Igreja local participou de forma entusiasmada e ativa, quase na sua totalidade, 32 irmãos. Estamos ajudando com esse ministério em muitas igrejas, e é a primeira vez que vimos uma Igreja tão pequena, mais com muitos membros envolvidos. Graças a Deus, e toda honra e toda Glória seja dada ao Senhor. Nosso muito obrigado àqueles que nos apoiaram e oraram conosco.
10
o jornal batista – domingo, 27/10/13
notícias do brasil batista
PIEB Ponte dos Carvalhos celebra centenário servindo ao Senhor
Pr. Pedro Falcão, fundador e primeiro pastor (1913-1915)
Pr. João Jose Alves, segundo pastor (1915-1958)
Pr. Jonatas da Cunha Braga, terceiro pastor (1959-1979)
Pr. José Herberth Dias (atual pastor)
Pr. Ney Silva Ladeia, pregador
Francisco Bonato Pereira Pastor e membro do Conselho Editorial de OJB
de graças foram celebrados no dia 13, sendo orador o Pr. Ney Ladeia (IB Capunga, presidente CBPE) e no dia 14, sendo orador o Pr. Samuel Trindade (IB Moreno). Os cultos evangelísticos atraíram grande número de visitantes, desejos de ouvir a mensagem do Evangelho de Cristo, oportunidade em que ouviram músicas de adoração ao Senhor, por grupos musicais da Igreja e de igrejas irmãs. Os cultos de louvor e adoração foram momentos de gratidão a Deus pela existência da Agência do Reino denominada Primeira Igreja Evangélica Batista em Pontes dos Carvalhos, que comemora cem anos servindo ao Senhor da Seara. O culto do centenário, no dia 13 de julho de 2013, contou com a presença de pastores, entre os quais Roberto Santos (missões IB Capunga), Ivanildo Batista Santana (IB Calumbi), Francisco Bonato Pereira (IB Cordeiro), este úl-
timo oferecendo as fotografias dos pioneiros Pr. Pedro Falcão e do Pr. João Jose Alves, para a galeria de ex-pastores. O Coro dos Diáconos Batista de Pernambuco e o Ministério de Louvor da Igreja entoaram inspirativas músicas sacras. O mensageiro do culto foi o Pr. Ney Ladeia (PIB Capunga), presidente da CBPE, trouxe inspirativa mensagem, destacando a tarefa executada pela Igreja e os desafios que apresentam para o presente e para o futuro, de servir como sal e luz para a geração que vive sob sua influência. O culto em ação de graças, celebrado no dia 14 de maio, teve a participação do Vocal Renascer e do Coro do Centenário, enlevando os presentes com divinas melodias. O mensageiro foi o Pr. Samuel Trindade (PIB Moreno), destacando a responsabilidade da Igreja em transmitir a mensagem de Cristo para as novas gerações da comunidade.
Histórico A Primeira Igreja Evangélica Batista em Ponte dos Carvalhos, no Cabo (PE), foi organizada a 13 de julho de 1913, por iniciativa da IB do Cabo, 21 membros que formavam a Congregação, em concílio formado pelo missionário David Luke Hamilton e o pastor Pedro Falcão. O Pedro Falcão foi eleito pastor e o João José Alves eleito diácono (O Jornal Batista, de 21.08.1913).
O Pr. João Jose Alves exerceu o pastorado da IB Ponte dos Carvalhos, de 1915 a 1958, no mais longo pastorado (43 anos) da Igreja. João José Alves nasceu em Pontes dos Carvalhos, Cabo, e se converteu ao Evangelho a 10 de julho de 1910, quando lhe pregou uma senhora. Tornou ardoroso divulgador da mensagem de Cristo, reunindo pessoas em sua residência, para ouvir a leitura do Evangelho. Batizado por Pedro Falcão a 1º de maio de 1910, consagrado ao diaconato a 11 de julho de 1913. Demonstrando capacidade de liderança e para pregar o Evangelho foi consagrado ao ministério pastoral a 20 de setembro de 1914, em concílio formado por David Luke Hamilton e Pedro Falcão. Era empresário de construção civil e tabelião. Exerceu o mais longo pastorado da PIB Pontes dos Carvalhos. O Pr. Jonatas de Cunha Braga sucedeu a João José Alves (1958). A PIEB de Pontes dos Carvalho gerou três igrejas: (a) a IB da Muribeca, em Jaboatão (1917); (b) a IB de Boa Viagem, no Recife (1926); e a (c) IB Santo Estevão, no Cabo (2004). A Igreja conta atualmente com 260 membros (2013).
A
Primeira Igreja Evangélica Batista em Ponte dos Carvalhos, no município do Cabo (PE), dirigida pelo Pr. José Herberth Dias e Silva, celebrou o centenário de organização com cultos evangelísticos e cultos de louvor e adoração, no seu templo. As comemorações foram iniciadas com cultos e conferências evangelísticas, nos dias 6 a 12 de julho de 2013, sendo oradores: dia 6 - Pr. Sandro Rosendo (PIB Cabo); dia 7 Pr. Marcos Valério Souza (IB no JK, Arcoverde); dia 8 – Pr. Davi Magalhães; dia 9 – Pr. Carlos Alberto Gomes (IB Vitória em Cristo); dia 10 – Pr. José Altair Silva; dia 11 – Pr. João Marcos Florentino Souza (Executivo CBPE); dia 12 – Pr. Alderi Dantas (Presidente OPBB-PE). Os cultos de louvor e adoração em ação
O fundador O Pr. Pedro Falcão nasceu no Recife (1863). Convertido ouvindo a pregação de William Entzminger, tornou-se um dos seus primeiros auxiliares (1898). O Pr. Falcão dirigiu a Igreja até 2 de maio de 1915, quando esta consagrou João José Alves ao ministério e o empossou no pastorado. A Igreja (1922) já tinha 101 membros e sete congregações ativas (O Jornal Batista, de 7.09.1922).
Pastores presentes
Templo da PIEB de Ponte dos Carvalhos, Cabo (PE)
Pr. José Herberth Dias, ladeado pelos Prs. Ney Ladeia, Francisco Bonato e Ivanildo Batista
Visão da congregação
A Galeria de Pastores A PIEB em Pontes dos Carvalho foi dirigida ao longo do centenário, pelos pastores: Pedro Falcão (1913-1915); João José Alves (1915-1958), Jonathas da Cunha Braga (1959-1979), Daniel Araújo de Almeida (1980-1984), José Cariolando de Oliveira (1985), Carlos Alberto Gomes (1986-1989), Manoel José Correia (1990-1993), Amaro Gomes da Rocha (1994), Hildebrando Pereira da Silva (1995-1997), Carlos Alberto Gomes (1998-2004), Samuel Trindade Gomes (2004-2008), Marcos Valério de Souza (2008-2010), Vagner Manoel da Silva (20102011), José Herbert Dias da Silva (2012-2013).
o jornal batista – domingo, 27/10/13
missões mundiais
11
Portas abertas para o evangelho no Equador Marta do Carmo Missionária da JMM em Manta, Equador
S
into uma grande alegria em meu coração por tudo o que o Senhor nos tem mostrado e feito aqui no Equador. Estamos progredindo em nosso objetivo, pois Deus tem aberto portas e dado pessoas que Ele mesmo já havia preparado para ouvir o evangelho. Em Manta, estamos apoiando a Igreja Batista Maranata
na organização Mulher Cristã em Ação (MCA) com oficinas de trabalhos manuais, visitas e discipulados. Em Porto Viejo (outra cidade), um pastor nos pediu ajuda para capacitação de líderes e também para abrir uma nova missão em uma localidade próxima. No entanto, também temos dificuldades. Nossos irmãos aqui precisam de muita oração, pois suas igrejas estão fechando e se dividindo por falta de amor e de comunhão com Deus. As poucas igrejas
Marta do Carmo
daqui – pequenas e muito frágeis – estão vivendo momentos complicados de desunião, isolamento, separação e divisões. Precisamos muito de pastores e missionários aqui. O Equador enfrenta uma crise de pastores já há algum tempo. Das pessoas que estão pastoreando as igrejas, pelo menos metade é leiga ou
com pouca base doutrinária. Além disso, muitas não aceitam que mulheres preguem ou ensinem. O seminário em Quito está sem alunos! Oro pedindo ao Senhor que dê direção e estratégias para com os pastores e líderes daqui. Enquanto oro, trabalhamos com as portas que o Senhor nos tem aberto e esperamos o tempo dele e
o seu agir nos corações. Estamos trabalhando com alegria, pois o Senhor nos tem dado prova do seu agir, e por isso esperamos inteiramente nele confiando na sua soberania. Todos os dias me coloco nas mãos de Deus, pois quero fazer a diferença neste lugar, trazendo a graça de Jesus e seu amor maravilhoso, que transforma o coração humano.
Missionária Marta do Carmo atua no Equador
Culto reúne mais de 150 não crentes no Níger Há quase um mês, a aldeia Marcia Pinheiro Redação de Missões Mundiais estava na expectativa para ver como os crentes em Jesus ceoi com uma canção lebram o nascimento de uma em zarma que diz criança. Na tradição local, “Este é o dia que o todo recém-nascido, ao oitavo Senhor nos fez, nos dia de vida, deve passar por alegremos e exultemos nele” um batismo animista-islâmi(Sl 118.24) que o casal mis- co, durante o qual um animal sionário Josué e Kely Pache- é sacrificado e, só então, eles co iniciou um culto com dão um nome para a criança. “O casal de obreiros tamcerca de 150 não crentes em uma aldeia no Níger onde bém se programou muito para anunciam a Palavra de Deus. este dia. Eles queriam que fosO culto foi realizado para se um testemunho para esse apresentar ao Senhor o filho povo sem quase referência do casal de obreiros da al- alguma do Evangelho”, diz o missionário Josué Pacheco. deia de Kirtache.
F
Foi a primeira vez que os missionários puderam falar abertamente de Cristo para um grupo tão grande de nigerinos. Eles louvaram ao Pai, falaram sobre gratidão, leram a Bíblia e pregaram sobre a vida de Salomão. “Incentivamos o povo a pedir ao Deus Todo-Poderoso sabedoria e direção para, assim, conhecer a Verdade que liberta”, revela Kely. Durante uma hora e meia, todos ficaram atentos em sinal de concordância com a mensagem. Os missionários esclareceram que respeitam
suas tradições, mas que algumas coisas são diferentes para aqueles que seguem a Jesus. Assim, apresentaram a pequena Jamima a Deus e à comunidade, reforçando o quanto uma mulher é especial aos olhos do Senhor. “Éramos, ao todo, 15 cristãos no primeiro culto a Deus daquela comunidade. Tudo isso aconteceu no local onde funciona o projeto Educando para a Vida. Só pudemos contar com esta abertura da população por causa do agir de Deus e da forma como Ele nos direciona para compar-
tilhar o Seu amor com essas pessoas”, conta o Josué. O casal missionário segue nos últimos preparativos para iniciar mais uma turma diurna deste projeto na área da alfabetização. Para a noite eles pretendem dar aulas de inglês, francês e informática aos jovens. “Contamos com suas orações para que Deus fale aos corações daqueles que têm ouvido e visto sobre o Evangelho. Clame para que Ele se manifeste a estas pessoas e nos use, se necessário for”, pede Josué.
12
o jornal batista – domingo, 27/10/13
notĂcias do brasil batista
o jornal batista – domingo, 27/10/13
notícias do brasil batista
13
Pastor Isaltino: presente na memória Devido a tantos e-mails recebidos após o fechamento da edição anterior de O Jornal Batista, referentes a homenagens ao pastor Isaltino Gomes Coelho Filho, a equipe de O Jornal Batista entendeu que seria de grande valia mais uma página com tais palavras enviadas.
lmente o conheci pessoa Pastor Isaltino, eu io semôn aranhão. Eu e Apol em São Luís do M do lin , vê-lo muito. Como era pre o admiramos sa Meacir. o com sua precio no celular, faland os estudos to contribuiu com Pastor Isaltino mui iliares da os Pequenos Fam semanais dos grup acessava punga. Eu sempre Igreja Batista da Ca era atual e ra ler seu artigo, qu o Jornal Batista pa D a eus pela izado. Agradeço e bem contextual o na minha ande contribuiçã sua vida e pela gr nominação. família, igreja e de ti uimarães Cavalcan Cássia Virginia G em a ng pu a da IB da Ca Ministra da Famíli Recife, PE
iduamente o nosso Simplesmente, lendo ass ssível não procurar O Jornal Batista era impo do pa sto r Isa ltin o e de im ed iat o a co lun a nas palavras divinas me encher da sabedoria mem de Deus que por ele transmitidas... Ho (imagino sua própria abençoou muitas vidas nos órgãos locais e família, igreja, sem falar rte, console toda a Convenções). Deus confo contraremos no céu! família. Certamente nos en França Pastor Moacir Corrêa de de, RJ da Pie Membro na PIB em
Nessas pequenas frases você encontrará gradidão e reconhecimento da grandeza de quem foi o pastor Isaltino. E que tudo seja inspiração positiva para uma vida de busca em ser o melhor para Deus. Comunicação de O Jornal Batista
u um teólogo práO cenário evangélico perde as um pastor, mestre, tico e transparente, os batist fundível. Rogo a Deus amigo e conselheiro incon re sua família. as consolações divinas sob acaju Sandra Natividade, de Ar
Eu não conheci o pa stor Isaltino Gomes Coelho Filho de perto, para que estar perto se os livros nos aproximav a, tenho alguns. Apre ciava sua forma de escrev er, porque havia coer ência bíblica daquilo que procedia de sua lav ra. É sem dúvida, uma pe rda para o povo batis ta. Pr. Antonio Carlos de
Fiquei muito triste ao ler o e-mail de minh a igreja comunicando-m e o falecimento do Pa stor Isaltino. Tive o pr evilégio de fazer parte de seu rebanho, na IB de Parque Edu Chaves. Ho mem de Deus, nós ba tistas ficaremos sem su as maravilhosas mensag ens que só este profeta sabia pregar, falava do am or de Deus Verdadeir o sem obstáculos. Tivem os a honra de ouvir a su a conversão num culto ao ar livre, ainda menin o, no Rio de Janeiro. Foi muito emocionante! E tenho certeza que a pa rtir daquele momento , os anjos já estavam entoa ndo o nome deste servo bom e fiél. A esposa Meacir e filhos os no ssos sentimentos... pela pe rda deste grande mestr e. Orlanete Almeida Gu
Lima
Conheci p e OPBB, seç ssoalmente o Pr. Is altino, qua ão de Ron n dônia, rea Pastores e lizou o reti do a Líderes no ro dos Acampam Bell Cox, ento Batist em aO de conferê Porto Velho, RO. Depois em nna ncias na IB séri última pud Central de emos com Cacoal, n e er pizza n ele contou esta oT várias cha radas aos m oldus, quando tínhamos co eu alguns de rrespondências por s filhos. Manseus bons e-mail e te livros. nho
el um e m I s r a 38b). u i Servidor Pú Jo a c e j 3. blico e me aquim Cerqueira C q u e h o ” ( I I S a m u e l s pros m i ésa bro da PIB e b a ? de Cacoal, r “ N ã o s u m G r a n d e ” das palavra eus. RO e e D p e e ci Príncip o foi o “Prín no da parte d sor da n i n s ti Pr. Isal cheias do en e Árduo defe os faz e n e d á a j s a d u r d é fun oc a Ve á d a r o a t p u a a r anecer Foi o A ina. Sua partid legado perm tr u Sã Dou lta. Mas, o se s. nvenção Batista e a f õ ç a a t nheci o Pr. Isaltino na Co i r Co u o c m s a r o i s . A sua simplicidade, nos e Olive Norte-rio-grandense, 2013 vivo em Almir d , Paraná m cativantes. forma mansa de falar era este sua a O o d o o” parece que é Cruzeir do leio o “Fruto do Espírit an Qu m e B I us abençoe e conforte da P ele quem está falando. De Pastor a sua família. Isaltino Gomes Coelh o, combinava erudição e piedade. Arguto pens ador. Servo da Igreja. Um homem que nunca bu scou a fama e os holof otes. A igreja brasileira perde. Os amantes da s Escrituras também. Ele tinha um carinho mu ito grande por minha pe ssoa. Tive o privilégio de conhecê-lo em um Co ngresso Batista aqui em São Paulo. Posteriorm ente, ele me honrou prefaciando meu livro so bre Cultura Judaica. Pastor Marcelo de Olive ira da AD Caucaia do Al to Membro da Academia Ev angélica de Letras do Br asil
admiradespertava grande e m no lti Isa r sto Pa as simples traduzir em palavr de m do lo pe o çã ra e seu sua profunda cultu espio, sin en ao s ta ap e em to teológico. Hom vasto conhecimen pregação do Evangelho, e na ritual, sábio, firm que contivivência cristã e a su em te en er co família. A ava seu amor pela ar cl de te en am nu o mundo o de Deus torna rv se e ss de da rti pa e honrem e de pastores qu nt re ca s ai m a nd ai o lindo na história batista ca Fi o. çã ca vo a su exemplo de vida. ues Jacqueline Rodrig M , - BH G IB Cidade Jardim
imarães do Nascimen to IB de Jardim Brasil, SP
Seminarista João Batista tal, RN Diácono da IB Sinai – Na
Re ce bi a no tíc ia do fa le ci m en to do Pr Isaltino Gomes Co . elho Filho com prof undo sentimento de gran de perda. Só o conh eci através de seus text os na coluna do Jo rnal Batista. Sempre ap reciei muito seus te xtos, sentia-me profunda mente identificado com seu labor nas lides batistas. Gosto mui to do seu zelo pela autent icidade bíblica e de nom in ac io na l. Se nt ire m os sa ud ad es de su as preciosas mensage ns semanais em O Jornal Batista. A partida do Pr. Isaltino as mançõ es celestiais deixa um a lacuna entre os ba tistas brasileiros; que dific ilmente será preenc hida. Carecemos de pasto res com a formação ,a valentia e o compr omisso em que desta cou esse homem de Deu s. Ficou-nos o exem plo e o clamor para a co ntinuidade dessa m issão, proclamar a verdad e com pureza e exati dão sem concessões polít icas devassaladoras como muitos procedem. Rogo ao Bom e Su premo Deus que console os corações de seus fam liares e irmãos em Cr iisto. José Carlos da Matta Nova Iguaçu, RJ
stor, te homem, pai, pa es e br so r ze di e povo O qu o dos pastores e do ria ig am e l ve tá no r escrito ainda se is sobre ele, tudo de Deus? Pouco, po adolescência quando me inha escritos pouco! Desde a m igo através de seus m co o nh te o ti er conv mpo, tão s e, ao mesmo te do un of pr , is ve itamennotá dem entender perfe po s do to e qu es livros, simpl através dos seus ou ul ip sc di e m e te. El as a mim, EBD; e, não apen da s õe liç e os o de 30 artig igrejas que ao long s trê as m bé m ta mas clusive, a tenho servido, in io ér ist in m de anos ha oração em. Assim, a min lé th Be ta tis Ba ja Igre o por sua a vida, bem com su r po ão id at gr é de ente com o (oramos), juntam or al qu la pe a, íli fam console e que o Senhor os ra pa ja re Ig a ss a no batista em de dizer; “Eis um po se e el D . te or conf !”. quem não há dolo de A. Costa Pr. Antonio Sérgio a, Bahia tória da Conquist Vi em em lé th Be IB
Isaltino me abalou, A notícia da partida do Pr. seria ainda mais útil penso humanamente que raíso, aguardando a na terra do que estar no Pa or Jesus. Mas a sobevolta triunfante do Senh e quem sou eu para rania de Deus é excelente ita falta neste planeta, avaliar. Contudo, fará mu o, como pai e como como esposo apaixonad esar de não ter tido ministro do evangelho. Ap foi sempre um dos o prazer de conhecê-lo, e nunca vi, influenpastores da minha vida qu s da Bíblia, me fez ciou em seus ensinos atravé autor e consumador seguir olhando para Jesus, o haverá nenhuma da fé. No Lar Celestial, nã r como verdadeiro dificuldade de reconhece o seja Deus. servo do Senhor. Louvad Louriberto P. Oliveira
Tenho em minhas m ãos o último livro es crito pelo querido Pr. Isaltino intitulad o “O Fruto do Espírito”, autografado pelo m esmo na Assembleia da Convenção em Arac aju. Seus artigos “Da fo z do Grande Rio” no Jornal Batista nos farã o muita falta. O Se nhor na Sua Soberania o tomou para si. Que Deus continue confortan do toda a família ba tista espalhada pelo nosso Brasil. Roberto Bonadio
14
o jornal batista – domingo, 27/10/13
T
emos muita dificuldade em aceitar as pessoas. Somos muitas vezes tendenciosos e preconceituosos em nossos relacionamentos. Quantas vezes projetamos nos outros as nossas frustrações e somos implacáveis na sua condenação. Isto significa dizer que agimos com legalismo. Precisamos de cura. Esquecemo-nos de que precisamos amar as pessoas como elas são. Na verdade, desejamos que elas atendam às nossas expectativas. Tenham atitudes de acordo com o nosso padrão. Formamos o nosso grupo com base nos interesses pessoais e não com base no valor do outro. A nossa percepção do próximo é muito tacanha.
A
o fazer o levantamento de informações sobre a saúde ministerial e pessoal de pastores batistas em 2000 e 2011, o objetivo principal foi obter alguns indicadores que pudessem nortear caminhos a serem seguidos para ajudar pastores batistas no Brasil a obterem maior perspectiva ministerial e de vida. No artigo de hoje estamos levantando uma preocupação ligada à dinâmica da vida pessoal do pastor considerando, entre outros itens, que 28% (em 2000 eram 38%) não têm desenvolvido uma perspectiva de vida para daqui cinco anos. Um dos pontos essenciais para que a pessoa se sinta animada no presente com sua vida e se engaje em ações e empreendimentos, além de desenvolver vida pessoal estimulante, é como ela considera a sua perspectiva de vida. Isso tem a ver com o sentimento de segurança em relação ao futuro, segurança em descobrir caminhos e alternativas para a vida e para o trabalho que desenvolve. É saber que, ainda que existam dificuldades no dia a dia, há perspectiva por dias melhores e futuro promissor.
ponto de vista
O olhar com graça O nosso olhar é legalista, imediatista e tendencioso. Observamos muitas pessoas sendo alijadas, excluídas de grupos. Os escribas e fariseus eram religiosos e legalistas de carteirinha. Agiam sem misericórdia com aqueles que erravam e pensavam de forma diferente deles. Jesus os chamou de sepulcros caiados – bonitos por fora e podres por dentro. Viviam de aparência. O exterior com base no tradicionalismo religioso era tudo para eles. Era o seu padrão de aferição. É bom lembrar que a religião mecânica valoriza muito a aparência em detrimento do interior, do coração. O olhar com graça, porém, é o olhar de Jesus. Um olhar
a partir do amor que tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta (I Co 13.4-8). Um olhar de misericórdia e para o coração. Esta perspectiva é real a partir da manifestação da graça de Deus em nossas vidas. Fomos aceitos no Amado. Jesus é o nosso modelo de olhar as pessoas com amor. Ele tinha um olhar cheio de compaixão. Entendia as pessoas. Não as preconceituava e nem as alijava. O Seu coração estava aberto e, por isso, os Seus braços se abriam para receber as pessoas. Enquanto escribas e fariseus rejeitavam os párias da sociedade, o Senhor Jesus os buscava com amor. Todos os Seus diálogos ocorreram a partir do
Seu profundo e incomparável amor pelas pessoas com todas as suas mazelas. Jesus olhava detidamente para as suas entranhas, para os porões do subconsciente com a intenção de restaurar nelas a imagem do Pai. Ele sabia das reais intenções do coração. Percebia com graça porque era a graça do Pai encarnada, feita carne, que habitou entre nós (João 1.14). Jesus nos ensina a olhar para as pessoas com o desejo de vê-las transformadas e comprometidas com o Seu evangelho. Os relacionamentos pautados na manifestação da graça de Deus em Cristo Jesus (Tito 2.11-14), são terapêuticos. Assim deve ser a comunidade dos que foram
alcançados pela graça do Pai. Valoriza o ser e não o ter. É direcionada para pessoas e não para as coisas. As pessoas são mais importantes. Uma comunidade assim é geradora de vida saudável. Aglutinadora e dinâmica. O seu compromisso é com o bem estar do próximo, com o seu crescimento em todas as dimensões. Quando agimos com graça podemos discordar na mente, mas não no coração. Promovemos a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. Caminhamos na mesma direção, pois pensamos concordemente no Senhor. Que o nosso olhar, como membros do Corpo de Cristo, seja gracioso para a Glória de Deus Pai.
Tenho sido informado que a média de “turnover” (período do tempo de atuação) ministerial numa igreja é cerca de 3 a 5 anos. Isto é, a cada 3 ou 5 anos o pastor muda de igreja, muda de cidade, muda de ambiente. Isso tem implicações sérias, pois cria instabilidade nos filhos que não conseguem ter amizades estáveis, necessitam mudar de escola e passam a ter dificuldades em sua formação pessoal e futura; as esposas de pastores precisam se reambientar em nova moradia, rearranjar tudo na nova residência, buscar por novas amigas por ter perdido as do ministério anterior. Sem contar com os novos problemas ministeriais que vão surgir, busca pela compreensão de nova cultura da igreja ou organização que vai assumir, etc. Em resumo, a instabilidade não é apenas na vida do pastor, mas também na vida da família do pastor. O que leva um pastor a não ter perspectiva de vida para daqui a cinco anos? Uns responderiam que cinco anos é muito tempo. Sem dúvida é impossível saber o que vai acontecer daqui a cinco minutos em nossa vida, mas estou falando de perspectiva de vida e não de “vidência de
futuro”. Quais são seus planos para daqui cinco anos, é isso! Há quase 40 anos atuando no ministério batista, seja na vida da igreja, seja na vida denominacional e institucional, tem me levado a crer que são diversos fatores que acabam minando as perspectivas de vida do pastor e sua família. Entre elas é possível citar, por exemplo, a formação ministerial e teológica. Os 4 anos em geral que um pastor passa para obter a sua formação são fundamentais pois vão lhe dar não apenas conteúdo, mas ligação com a prática ministerial e de vida no ministério. Fui relator de Comissão de Ética na Ordem de Pastores em São Paulo e notei que os casos que tivemos de tratar envolveram pastores que não tiveram o privilégio de ter durante a sua formação apoio mentorial de outro pastor. Agradeço a Deus pela vida do Pr. Raini Raimundo Peterlevitz que foi meu pastor quando estudava teologia, também a vida do Pr. Plínio Moreira da Silva e Pr. Tiago Lima que participaram de minha formação pessoal e ministerial. Seminaristas precisam ser pastoreados, mentoreados para que possam não apenas
ter as “arestas” aparadas, mas para que possam entender a sua missão no reino de Deus, para que possam aprender a ter “fibra” na formação pessoal e ministerial. Além disso, a formação acadêmica é fundamental para dar ao futuro pastor conteúdo para suas mensagens, para suas palestras, para o aconselhamento, para o seu exercício de liderança. Fomos assaltados por líderes que, no passado, exigiam dos seminários que formassem pastores e não teólogos, vejam o resultado. A maioria destes líderes já está com o Mestre, mas vejam que prejuízo sua visão pragmática equivocada causou. Hoje muita gente procura o curso de formação teológica e ministerial olhando apenas para o custo, esquecendo-se que aquele pequeno tempo nos bancos do seminário serão também fundamentais para o restante da vida. Economizam na formação e provocam prejuízo no investimento da vida e ministério de jovens que poderiam ter perspectiva de futuro. Mas, além disso, outra causa que observo é uma empobrecida visão do reino de Deus e do ministério. Necessitamos de completa
e urgente revisão em nossa compreensão do que seja a mensagem central da Bíblia (já escrevi sobre isso nesta coluna) que é além do que apenas salvar almas perdidas. Necessitamos ampliar a compreensão de nosso papel no plano de Deus para o mundo e para a criação – que é mais do que preparar as pessoas para a eternidade. Necessitamos ampliar a nossa compreensão do que seja o discipulado – que é mais do que dar estudos bíblicos para novos convertidos. Ser ministro, ser pastor é mais do que gerenciar uma igreja local, tem a ver com o plano global de Deus na restauração do ser humano para levá-lo a viver para as quatro perspectivas de vida para as quais foi criado – viver em harmonia e comunhão com Deus, consigo mesmo, com o próximo e com a natureza criada – isso é viver para a glória de Deus de que tanto os teólogos falam. Ser pastor é pastorear, é cuidar de vidas de modo que possam cumprir estes quatro propósitos. Quando olhamos para as pessoas e para sua perspectiva de vida, que é recuperada pelo evangelho, começamos a ter novas perspectivas de vida também. Até o próximo artigo.
o jornal batista – domingo, 27/10/13
ponto de vista
Jair Fernandes*
E
u sou um corrupto. Todos somos corruptos. Esta corrupção remonta ao Éden. Adão e Eva se corromperam. Todos nós fomos afetados - inclusive o Brasil. Brasil - ainda - é terra de corrupção. Será? Se sim: e daí? Não me julgue. Escrever sobre esta temática pode criar celeuma, barulho, preconceito, discriminação. Todavia, não posso me negar a escrever estas poucas linhas. Não consigo me calar após notícias (já antigas) como: 30% de R$ 14 bilhões pagos pelo SUS foram relativos a fraudes; ou “Ministério do Trabalho é investigado por desvio de R$ 400 milhões”. Ou sobre a acusação de que corruptos usavam mulheres bonitas (ou vistosas, como uma apresentadora de telejornal fez questão de mencionar) para seduzir prefeitos a aplicarem dinheiro público em fundos de investimentos que sabidamente davam prejuízos. Lendo o profeta Isaías, na minha devocional, me deparei com situação semelhante. Israel não somente adorava a ídolos, abominação terrível aos olhos de Deus. Idolatria não era somente às imagens construídas por mãos humanas, mas, pior ainda, também às criadas e guardadas no coração, na mente, nos olhos... Afinal de contas, tudo que ocupa lugar de Deus é ídolo. Sim, Isaías descreve uma sociedade onde a corrupção era generalizada – pior, nos tribunais de justiça. Ostentação de ricos era adquirida a partir de corrupção das mais toscas. O seguinte verso, data venia, não fazia sentido algum para eles: “Felizes são as pessoas honestas, pois
tudo dará certo para elas, e elas ficarão satisfeitas com aquilo que ganharem com o seu trabalho” (Isaías 3.10). Povão, povinho (e até o mesmo o “não-povo”, a “elite”, como se houvesse distinção diante do Criador de pobres e ricos) vivia em orgias e bebedeiras. Os pobres não viam esperança alguma de melhorar de vida, pelo contrário, eram vítimas de exploração. Qualquer semelhança seria mera coincidência? Chamado de Deus Diante das notícias no Brasil, e as de ontem, nas páginas da Bíblia, o Santo Deus de Israel sempre age. Ele não se deixa escarnecer. Ele honra e protege os Seus. Ele castiga, disciplina, pune. Ele é justo. E ele usa profetas para alertar Seu povo e o povo, antes que seja tarde demais. “A quem enviarei? E quem há de ir por nós?” (Isaías 6.1). Isaías foi. Homem de impuros lábios, morando no meio de um povo que também tinha lábios impuros, ainda assim ele foi chamado por Deus para fazer a diferença. Ele teve sua corrupção limpa pela brasa do altar. Continuamente. Hoje, Jesus - a Brasa Viva que se apagou na cruz mas se reacendeu ao terceiro dia e reina no céu com o Pai - é a solução para a corrupção em nossa nação. Sim, Ele é a única solução para a corrupção no coração do homem. Queremos, sim, melhor justiça, saúde, educação, tudo. Todavia, tudo isso será em vão sem perdão de pecados pessoais, meus e seus; sem confissão e perdão de pecados comunitários, conjuntos, do povo de Deus, do povo que compõe a igreja de Cristo, de todos nós. Sem uma nova vida, no poder do
Espírito Santo, não haverá aviamento nem transformação no Brasil. Sem o Santo Espírito habitando e reinando em nós, as obras da carne, ou seja, o pecado, a corrupção, continuam presentes. Ele pode até mudar de nome, vestir outras roupas, adquirir outros sotaques... Mas continuará sendo corrupção. O que você pensa? Valerá algo termos um “novo” Brasil (como a Suécia, Dinamarca e etc.), livre de injustiças, desigualdades e vergonhas, se a corrupção original continuar aninhada no coração? Talvez, seremos mais infelizes, pois o que tanto desejamos e lutamos não satisfaz a sede de Deus, do Deus que nos criou. Ele sabe a solução e fez acontecer. Jesus veio, se fez carne, se “traduziu” para nós, ensinou como viver, morreu na cruz, ressuscitou ao terceiro dia, e está voltando para buscar aquela que é perfeita, mesmo com homens e mulheres imperfeitos dentro dela - a igreja de Cristo. Imbatível Da Igreja de Jesus, ninguém pode falar mal. A igreja de José, Maria, Ademir, Silva ou até mesmo sem nome, os homens podem até criticar. A Igreja de Jesus, não, contra esta ninguém pode. A Igreja é o canal para anúncio desta solução. E eu e você somos a Igreja. Devemos buscar o perdão e restauração pela Brasa Viva. Assim, poderemos fazer a diferença. Para efeito de ênfase, repito: nossa corrupção precisa ter um encontro transformador com a Justiça de Deus, que se chama Jesus Cristo. O Brasil pode passar por essa transformação também. Jesus transforma. Jesus, transforma o Brasil!
Vanguarda Por fim, me pergunto, e pergunto a você: por que os cristãos se calam diante de tanta iniquidade, sim, iniquidade institucionalizada, como colocou um de nossos líderes batistas, não só em um partido, mas em todos, nas diversas esferas de poder e da vida? Iniquidade personalizada e institucionalizada... Para que 32 ou 33 partidos, se os outros que existem pouco fazem? Não precisamos somente de Reforma Política. Precisamos de Reforma Espiritual, de Reforma em nossa igreja, e, primeiramente, em minha vida, na nossa vida. O exemplo do pastor batista Martin Luther King Jr. - que liderou o movimento que pôs fim à divisão cruel e desumana entre brancos e negros nos EUA - deve nos inspirar a sermos líderes da mudança no Brasil. Onde estão estes líderes de coragem e fé? Será que vamos continuar dando margem para que palavras como as de Gandhi sejam ditas hoje: “Eu gosto de Cristo. Eu não gosto de vocês, cristãos. Vocês cristãos são tão diferentes de Cristo”? Estou cansado. Imagino que você também: da corrupção, do roubo, do pecado que permeia as entranhas de nossa nação. Basta. E basta de a igreja buscar apoio político somente por interesses próprios, muitas vezes legítimos. Em grande escala, basta de mensalão, de propina, de “cotização” nos partidos políticos e Câmaras de Vereadores Brasil afora. Vou confrontar você, pois estou confrontando a mim mesmo também. Creio que, nós, cristãos e batistas, sob a liderança do Espírito Santo, podemos fazer acontecer um movimento pacífico - mas incansável, resistente, consis-
15
tente e persistente - contra a corrupção. Sim, uma tomada de posição pública e de proporções nacionais contra o pecado, que assim se chame, pelo nome devido - até que mudanças concretas e profundas aconteçam em nosso Brasil. Devemos ir às ruas. Sem máscaras - do pecado, da hipocrisia ou do puro discurso. Devemos fazer algo, sem o desejo de apenas mostrar ao mundo que somos contra um País que investe bilhões na Copa, mas maltrata os filhos seus, que não fogem à luta. Vamos às arenas do poder. Até que mudanças concretas aconteçam. Senhor, ajuda-nos. Antes de tudo, porém é preciso ficarmos diante de Deus de joelhos, no coração ou de fato. Vestir pano de saco. Jejum. Confissões coletivas de pecado. Marchas. Vigílias. Caminhadas. Resistências pacíficas. Senhor, ajuda-nos a mostrar que Deus, que não é exclusivo de nossa nação, desejamos que Ele seja nosso Senhor. Te nha m os Je s us c om o nosso general nessa guerra. Ajuda-nos, Deus, a sermos agentes de mudança, anunciando Jesus como a solução para a corrupção - individual, de todos, que penaliza a muitos aqui. Por um novo Brasil, com Jesus. “Em seguida, ouvi o Senhor dizer: Quem é que eu vou enviar? Quem será o nosso mensageiro? Então, respondi: Aqui estou eu. Envia-me a mim!” (Isaías 6.8-9). *Casado com Letícia, esperam bebê. Mestrando em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sudoeste (Southwestern), em Fort Worth, TX, EUA. Serve como ministro de adolescentes da IB Brasileira Central em Bedford. Jornalista.