Torre dos clérigos_250 anos

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250 anos:

Torre dos Clérigos o que pode consultar no arquivo distrital do porto

n.º 04.2013 | Tema do mês

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TORRE DOS CLÉRIGOS documentada Classificada como monumento nacional desde 1910, a Torre dos Clérigos é uma torre sineira que faz parte da Igreja dos Clérigos e está situada na cidade do Porto. É um monumento considerado por muitos o ex libris da

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250 anos: Torre dos Clérigos n.º 04.2013 | Pág. 02

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A TORRE DOS CLÉRIGOS "Do conjunto de obras concebidas pelo arquiteto toscano Nicolau Nasoni no Norte de Portugal, a igreja e torre dos Clérigos é, não apenas a sua obra documentada mais antiga, mas também aquela que maior projeção conheceu. Facto que se deve, em grande medida, ao impacto do conjunto, à sua complexidade e à estranheza das formas, no sentido em que eram pouco comuns à arquitectura da época, e em particular ao Norte do país. A documentação subsistente permite-nos acompanhar o andamento dos trabalhos, que tiveram início em 1732, ou seja, no ano seguinte à aprovação do plano de Nasoni pela Irmandade dos Clérigos. Esta, existia desde 1707, com sede na Igreja da Misericórdia, resultando da fusão de três confrarias (ALVES, 1989, p. 122). Nesse ano, era presidente o deão Jerónimo de Távora e Noronha, protector de Nasoni, o que terá favorecido a escolha deste arquitecto. Como responsáveis pela obra encontramos nomes próximos do artista toscano - António Pereira (responsável pelo traçado de São João Novo e cuja obra se confunde com a de Nasoni), o entalhador Miguel Francisco da Silva e, por fim, já na última fase, Manuel António de Sousa. As obras da igreja foram bastante demoradas (com uma interrupção entre 1734 e 1745). Neste último ano, foi necessário proceder a uma vistoria dos alicerces da fachada, destruindo-se o que existia para se levantar de novo, com bases seguras. Por este facto, o templo estaria totalmente concluído somente em data próxima a 1750, muito embora a escadaria de acesso ao portal principal remonte aos anos de 1750-53/1754 (e posteriormente alterada em 1827). Se na fachada observamos uma composição cenográfica (que encobre o corpo da igreja), que se desenvolve na vertical e tira partido de um amplo leque de elementos decorativos de cariz tardo-barrocos (comuns à formação pictórica de Nasoni) (SMITH, p. 89), o espaço interior é marcado pelo desenho elíptico da sua planta, que recorda modelos de arquitectura romana, como a igreja de Santa Maria in Campitelli, de Carlo Reinaldi (WOHL, 1993; SERRÃO, 2003, p. 268), ou a igreja de Santiago de

Valeta, em Malta (ALVES, 1989, p. 123). Por sua vez, a galeria que percorre a nave, de origem toscana, constituiu uma novidade na arquitectura do Norte, razão pela qual foi utilizada como modelo em muitas das igrejas construídas posteriormente (SMITH, 1966, p. 91). A monumentalidade do espaço interno acentua-se através do retábulo marmóreo (colorido) da capela-mor, executado entre 1767 e 1780 pelo arquitecto Manuel dos Santos Porto. As representações das virtudes da Virgem enquadram-se na iconografia da igreja, dedicada, desde a fundação, a Nossa Senhora da Assunção. Por sua vez, o projecto da torre e da Casa dos Clérigos é mais tardio, tendo sido aprovado em 1754. A enfermaria e a secretaria, atrás da igreja, estavam concluídas em 1759, e a Torre, com os seus 240 degraus e 75 metros de altura, foi terminada entre 1757 e 1763, constituindo a "síntese do estilo de Nasoni", onde os valores estruturais imperam sobre os decorativos que, no entanto, se vão intensificando à medida que nos aproximamos do topo da torre (FERREIRA ALVES, 1989, p. 125). [...] Nesta medida, a igreja e torre dos Clérigos é considerada o ex-libris do Porto, uma das primeiras igrejas barrocas da cidade ("onde este estilo se apresenta organizado e estruturado em função da planimetria, do espaço, da decoração e da escala" (FERNANDES, 1995, p. 72)), e a primeira grande obra de Nasoni, cujas arquiteturas marcaram tão fortemente a paisagem urbana do Norte do país nas décadas centrais do século XVIII. (RC)" disponível em: http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/detail/70401/

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Alguns documentos que pode consultar no ADP alusivos à Torre dos Clérigos: :: PT/ADPRT/NOT/CNPRT08/001/0258 Escritura de distrato e quitação, 1759-10-26, tabelião João de Sousa Tavares Pina :: PT/ADPRT/NOT/CNPRT08/001/0247 Obrigação de uma obra, 1755-01-17, tabelião João de Sousa Escritura de obrigação entre os mestres pedreiros Domingos da Costa, Manuel António de Sousa, Manuel Bento da Silva e Caetano Pereira e a Irmandade, relativa à construção do edifício de casa de despacho e enfermaria ou hospital, e da torre sineira. :: PT/ADPRT/NOT/CNPRT06/001/3109 Obrigação, 1753-08-24, tabelião António Mendes de Matos Escritura de obrigação que a Irmandade faz de pagar à Câmara Municipal do Porto, para além do foro que já impendia sobre aquele terreno, um outro adicional de 50 réis. :: PT/ADPRT/NOT/CNPRT01/001/0284 Doação, 1752-05-19, tabelião Anacleto Teixeira Doação do terreno conhecido como Adro dos Enforcados, junto à igreja, por Luís de Almeida Barbosa em favor da Irmandade, para que esta possa “ampliar a sua sacristia e fazer casa de fábrica”. :: PT/ADPRT/NOT/CNPRT01/001/0249 Adição à escritura anterior, 1732-04-03 :: PT/ADPRT/NOT/CNPRT01/001/0248 Contrato e obrigação, 1732-02-21 Escritura de “contrato e obrigação” da obra de edificação da igreja, feita entre a Irmandade e o mestre pedreiro António Pereira. :: PT/ADPRT/NOT/CNPRT01/001/0247 Doação, 1731-05-15, tabelião António da Silva Santiago Doação de um terreno localizado à Cruz de Caçoa, com vista à edificação da igreja da Irmandade, feita pelos padres Bento Freire da Silva e Manuel Mendes Machado à Irmandade. :: PT/ADPRT/NOT/CNPRT06/001/3021D Prazos de 8, 24 e 24 de Julho de 1723, nas notas do tabelião António Mendes de Matos :: PT/ADPRT/CON/ICSNSASPSFN/001/0001 Cópia de 1825 dos estatutos de 1782 da Irmandade dos Clérigos Pobres

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PT/ADPRT/NOT/CNPRT08/001/0258 Escritura de distrato e quitação, 1759-10-26, tabelião João de Sousa Tavares Pina Escritura de distrate e quitação entre os mestres pedreiros e a Irmandade, relativo à obra do edifício de casa do despacho e enfermaria. Faltava concluir a obra dos níveis superiores da torre, que só ficou encerrada em 1763.

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PT/ADPRT/NOT/CNPRT08/001/0247 Obrigação de uma obra, 1755-01-17, tabelião João de Sousa Escritura de obrigação entre os mestres pedreiros Domingos da Costa, Manuel António de Sousa, Manuel Bento da Silva e Caetano Pereira e a Irmandade, relativa à construção do edifício de casa de despacho e enfermaria ou hospital, e da torre sineira. Estas obras, que já tinham começado à data desta escritura, ficaram concluídas em 1758 (casa do despacho e enfermaria) e 1763 (torre). Manuel António de Sousa ficou responsável pela edificação da torre.

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PT/ADPRT/NOT/CNPRT01/001/0284 Doação, 1752-05-19, tabelião Anacleto Teixeira Doação do terreno conhecido como Adro dos Enforcados, junto à igreja, por Luís de Almeida Barbosa em favor da Irmandade, para que esta possa “ampliar a sua sacristia e fazer casa de fábrica”. Encontrava-se nesse terreno uma capelinha, que teve de ser desmontada e transferida para outro local do mesmo adro (o que motivou uma querela entre a Irmandade e a Santa Casa da Misericórdia do Porto).

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PT/ADPRT/NOT/CNPRT01/001/0249 Adição à escritura anterior, 1732-04-03 O mestre carpinteiro Pantaleão da Fonseca adere ao disposto na escritura anterior, à qual não pudera estar presente, na qualidade de “fiador e principal pagador”

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PT/ADPRT/NOT/CNPRT01/001/0248 Contrato e obrigação, 1732-02-21 Escritura de “contrato e obrigação” da obra de edificação da igreja, feita entre a Irmandade e o mestre pedreiro António Pereira. O contrato prevê a supervisão por parte do arquiteto: “Ao abrir os alicerces há de assistir o architeto pera notar os moldes, e em todo o mais tempo que for necessária a sua assistência, e achando que na obra vai alguma coisa contra a forma do risco e planta, sera o mestre obrigado a po lo na forma delle e pelo que dicer o architeto (etc.)”.

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PT/ADPRT/NOT/CNPRT01/001/0247 Doação, 1731-05-15, tabelião António da Silva Santiago Doação de um terreno localizado à Cruz de Caçoa, com vista à edificação da igreja da Irmandade, feita pelos padres Bento Freire da Silva e Manuel Mendes Machado à Irmandade. O direto senhorio desse terreno era o Senado da Câmara Municipal do Porto, sendo o padre Bento Freire da Silva o enfiteuta e o padre Manuel Mendes Machado o subenfiteuta.

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n.º 04.2013 | Ficha Técnica

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PROJETO TEMA DO MÊS :: Arquivo Distrital do Porto :: publicação digital n.º 04 | 2013 coordenação: Maria João Pires de Lima Imagem e textos: Jorge Ferreira, Olinda Cardoso e Rui Esperança

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