Jornal aduff junho 2018 internet

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Associação dos Docentes da UFF Jornal da ADUFF

Seção Sindical do Andes-SN Filiado à CSP/Conlutas

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Projeto “Memória Aduff” terá acervo e depoimentos de docentes Lançamento será no dia 7 de junho, com homenagem a todos os professores e professoras que integraram as direções e os conselhos de representantes da entidade

App Aduff Aduff lança aplicativo gratuito próprio, que terá acompanhamento da carreira docente, notícias, comunicados, agenda e calendário acadêmicos e chat para falar com a seção sindical Veja mais em www.aduff.org.br

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Greves de caminhoneiros e petroleiros expõem insatisfação popular e põem em xeque privatizações Política do governo Temer de preços atrelados ao mercado externo para combustíveis leva tensão e reação, em dimensões inéditas, às estradas do país e estava voltada para a privatização por etapas da Petrobras. Andes-SN defende a unificação das lutas para deter e revogar projetos de Temer que atacam a classe trabalhadora Página 2 Professores da UFF e de outras instituições no ato na sede da Petrobras na rua Henrique Valadares, no Centro do Rio

Reportagem especial percorre os dois anos da atual gestão da Aduff Das assembleias descentralizadas, encontros docentes, plantões jurídicos no interior, lançamento de aplicativo e projeto Memória Aduff à participação nas campanhas que impediram a reforma da Previdência de Temer, denunciaram as ameaças de retrocessos e os cortes na Ciência e Tecnologia, na pesquisa e nas universidades e que defenderam as liberdades democráticas, de cátedra e a autonomia universitária, um resumo da gestão Democracia e Luta (Biênio 2016-2018) Páginas 4 a 10

Marcha a Brasília, em 24 de maio de 2017, da qual a Aduff participou: campanha deteve votação da PEC da Previdência


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Editorial

Nos 40 anos da Aduff, homenagens e preservação da memória

Jornal da ADUFF

Andes-SN e Aduff apoiam mobilizações de petroleiros e caminhoneiros e defendem unificação das lutas

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Associação de Docentes fechar a sua gestão iniciando da Universidade Fede- as comemorações pelos 40 ral Fluminense completa este anos da Aduff, pois sabemos ano 40 anos da sua fundação. que somos tributários de váComemoraremos juntos esse rias gerações que souberam importante marco no dia 7 construir esse sindicato com de junho, quando realizare- solidariedade, combatividamos homenagem de e firmeza de a centenas de proprincípios na fessores que parautonomia em A diretoria do ticiparam do morelação aos gobiênio 2016-2018 tem vimento docente, vernos e reitodo conselho de re- orgulho de fechar a rias, pautandopresentantes e da sua gestão iniciando as -se sempre pedireção do sindi- comemorações pelos los interesses cato nessas quatro 40 anos da Aduff, pois da categoria. décadas. Nesse últisabemos que somos Nesse cenário mo jornal da tributários de várias de golpes contra a nossa gestão gerações que souberam democracia, a au“Democracia tonomia universi- construir esse sindicato e Luta”, prestária e os direitos com solidariedade, tamos também sociais, lembrar da combatividade e conta das nostrajetória da Aduff firmeza de princípios na sas ações, que é, por si só, um ato se pautaram autonomia em relação de resistência. Na pelos princíocasião, lançare- aos governos e reitorias, pios do nosso mos também o li- pautando-se sempre sindicato, mas vro “Atitudes de pelos interesses da que trouxeram Rebeldia”, produ- categoria também imzido pelo nosso portantes inoGrupo de Trabavações como lho de História do Movimen- o Encontro de Docentes da to Docente, que resgata a luta UFF, as assembleias descende servidores e alunos da UFF tralizadas e o plantão jurídico durante o período de ditadu- fora de sede, entre outras inira militar. A publicação é uma ciativas para aproximar ainreafirmação dos nossos com- da mais os docentes da Aduff. promissos democráticos dianNos despedimos da direte do avanço reacionário das ção, com a convicção de que censuras nas escolas e univer- a Aduff terá ainda muitos sidades e da proposta de inter- anos de existência como insvenção militar. Um país sem trumento relevante de mobimemória é terreno fértil para lização dos professores e proo arbítrio e o autoritarismo. fessoras da UFF. A diretoria do biênio 20162018 tem muito orgulho de Diretoria da Aduff

Bandeiras do Andes no ato em frente à Petrobras na rua Henrique Valadares, no Centro do Rio

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ossa tarefa neste momento é contribuir para unificação das lutas”. Quem afirma é a professora Eblin farage, presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior, o Andes-SN, diante das mobilizações de caminhoneiros, que praticamente paralisaram o país por mais de uma semana, e da greve de três dias aprovada por petroleiros de todo o país. Na última semana de maio, docentes participaram, no Rio e em outros estados, dos atos em apoio aos petroleiros e caminhoneiros, contrários à intervenção militar e que levaram às ruas a defesa da Petrobras estatal e voltada para a realidade e as necessidades da sociedade e não do mercado, o fim da política de privatizações e a redução nos preços dos combustíveis – diesel, gasolina, álcool e também do gás

de cozinha. “A situação atual tem muitas contradições. Temos acordo com uma parte da pauta dos caminhoneiros e, por outro lado, em meio às justas reivindicações, aparece o pedido de ‘intervenção militar’, que repudiamos”, disse Eblin. “Nesse momento de forte crise nossa tarefa é contribuir para juntar caminhoneiros, educação básica, petroleiros e buscar a mobilização das demais categorias. Construir dias de luta e mobilização rumo a uma nova greve geral. Nesse processo é necessário que todas as categorias pressionem as grandes centrais a se mobilizarem”, disse à reportagem do Jornal da Aduff. As mobilizações, que paralisaram o país e ganharam imenso apoio popular, expuseram e colocaram em xeque a política de preços de mercado, que levou a aumentos quase diários nos combustí-

veis, e o projeto de privatização de algumas das principais refinarias da Petrobras. A queda do então presidente da Petrobras, Pedro Parente, é reflexos dessas mobilizações e do questionamento às privatizações. Ela ocorre em meio às denúncias dos sindicatos de petroleiros de que o governo Temer vem reduzindo o volume de produção das refinarias, exportado petróleo bruto e importado gasolina e diesel. O desafio agora seria unificar as diversas categorias profissionais e mobilizá-las para combater essa política, rechaçar o governo Temer e exigir a revogação das medidas já aprovadas e em vigor que retiram direitos e atacam os serviços públicos e as políticas sociais, como a reforma trabalhista e a Emenda Constitucional 95, e o fim das privatizações e dos cortes orçamentários em áreas como educação e saúde.

Presidente: Gustavo França Gomes • 1º Vice-Presidente: Gelta Terezinha Ramos Xavier • 2º Vice-Presidente: Juarez Torres Duayer • Secretária-Geral: Kate Lane Costa de Paiva • 1º Secretário: Douglas Ribeiro Barbosa • 1º Tesoureiro: Carlos Augusto Aguilar Junior • 2º Tesoureiro: Edson Teixeira da Silva Junior • Diretoria de Comunicação (Tit): Kenia Aparecida Miranda • Diretoria de Comunicação (Supl): Marcio José Melo Malta (licenciado) • Diretoria Política Sindical (Tit): Adriana Machado Penna • Diretoria Política Sindical (Supl): Bianca Novaes de Mello• Diretoria Cultural (Tit): Renata Torres Schittino • Diretoria Cultural (Supl): Ceila Maria Ferreira Batista • Diretoria Acadêmica (Tit.): Antoniana Dias Defilippo Bigogmo • Diretoria Acadêmica (Supl): Elza Dely Veloso Macedo

Junho/2018 Biênio 2016/2018 Gestão: Democracia e Luta: Em Defesa dos Direitos Sociais, do Serviço Público e da Democracia Interna

Editor Hélcio L. Filho Jornalistas Aline Pereira Lara Abib

Revisão: Renake das Neves Projeto gráfico e diagramação Gilson Castro

Imprensa imprensa.aduff@gmail.com Secretaria aduff@aduff.org.br

Sítio eletrônico www.aduff.org.br Facebook facebook.com/aduff.ssind

Rua Professor Lara Vilela, 110 - São Domingos - Niterói - RJ - CEP 24.210-590 Telefone: (21) 3617.8200

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Ataques ameaçam a autonomia universitária na UFF multicampi Docentes da UFF de Campos e de Rio das Ostras relatam tentativas de intervenções externas na universidade Lara Abib, enviada a Rio das Ostras Da Redação da Aduff

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Experiências sustentáveis Criado em 2011, o projeto “Terra, Saúde e Direitos: Extensão Popular Junto a Movimentos Sociais” trabalha com a consolidação de experiências comunitárias rurais pautadas pela agroecologia e por princípios socioprodutivos sustentáveis, na perspectiva de defesa e materialização de direitos sociais. O trabalho de assessoria e acompanhamento técnico de comunidades rurais também foi deturpado em postagens nas redes sociais, com mensagens que incitavam ao ódio e à violência. “Por motivos evidentes, ficamos extremamente preocupados com os precedentes de abuso de autoridade e intimidação que esta situação possa significar para o trabalho da universidade pública. Cabe lembrar que o nosso trabalho de extensão vem sendo fundamental na garantia do acesso a um conjunto de direitos de comunidades rurais, como as do Assentamento

Detalhe de prédio na UFF em Campos

Osvaldo de Oliveira, em Macaé”, afirmam, em carta, os docentes que integram o projeto. O documento também foi acolhido e referendado pelo Colegiado de Unidade do Instituto de Humanidades e Saúde (IHS) da UFF Rio das Ostras. “Terra, Saúde e Direitos: Extensão Popular Junto a Movimentos Sociais” é um projeto interdisciplinar que conta com a participação de docentes e estudantes dos cursos de Serviço Social, Enfermagem, Psicologia e Produção Cultural da UFF de Rio das Ostras.

Fotos: Luiz Fernando Nabuco

governo que assumiu o poder a partir do golpe de 2016 e acelerou as políticas que eliminam direitos dos trabalhadores também tem como alvo a universidade pública. Intervenções do Ministério Público e da Polícia Federal estão se proliferando nas universidades pelo país. Ao mesmo tempo, cresce a tentativa de interferência nas universidades de movimentos com características conservadoras, reacionárias e de divulgação de discurso de ódio e intolerância. Na UFF não é diferente. Em Rio das Ostras, um comandante da Polícia Militar foi ao campus da universidade questionar uma atividade de extensão realizada com famílias sem-terras acampadas no município. De acordo com documento escrito pela equipe de docentes do projeto de extensão, o comandante da PM foi ao campus da universidade levando fotos do ônibus da UFF na ocupação do MST e a ordem de despejo do acampamento, que tramitava na Justiça de Macaé. Na universidade, ele teria afirmado que tomaria “as devidas providências na Justiça Federal”. O fato aconteceu no final de abril.

Denúncias anônimas Em Campos dos Goytacazes, também em abril, o Ministério Público Federal pediu à gestão local da universidade que entregasse nomes, funções e matrículas de docentes, estudantes e técnicos que integravam suposta ‘Comissão Permanente de Festas’. O pedido foi feito depois de denúncias anônimas tentarem criminalizar eventos realizados no espaço universitário. A professora Elis Miranda conta que essa comissão permanente nunca chegou a existir. “Nunca existiu a comissão permanente. O que existiu, até julho de 2016, foi uma comissão provisória criada para formular resolução interna que regulamentasse o uso dos espaços da UFF Campos para realização de eventos, festas e outras atividades artísticas culturais”, diz a docente. Por integrar a comissão provisória, a professora do Instituto de Ciências da Sociedade e de Desenvolvimento Regional da UFF-Campos teve o nome encaminhado à revelia,

Feira orgânica na UFF em Rio das Ostras: interação com trabalhadores rurais

pela direção do Instituto, ao Ministério Público. “Resguardar a autonomia universitária tem sido minha grande preocupação. Muitos na universidade ainda não compreendem a importância disso e estão permitindo esses ataques quando aceitam as intervenções ou não respondem à altura. É muito importante que a gente se proteja internamente, resguardando sempre nossa autonomia para criar disciplinas, eventos, pesquisa e extensão e reafirmando a universidade como espaço público e de pensamento livre”, ressalta Elis. A Constituição Federal brasileira de 1988 garante, no Artigo 207, que “As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão".

“Apagaram tudo, pintaram tudo de bege” A docente também problematiza o que ela chama de um ataque muito expressivo às manifestações artístico-culturais no espaço universitário. “Expressões promovidas pelos nossos estudantes estão sendo ou inibidas, ou proibidas, ou apagadas. As festas e os encontros acadêmicos estão sendo dificultados e proibidos e todas as marcas – pichações, grafites, lambes que os estudantes promovem no espaço universitário – estão sendo apagadas. Toda a nossa história do Reuni na UFF Campos foi apagada; as datas de promessas de construção dos nossos prédios, de 2009 até agora, as referências aos contêineres nos muros e paredes, a expressão 'filhos do Reuni' dentro da lata de sardinha. Apagaram tudo, pintaram tudo de bege”, lamenta.

“As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão" Constituição Federal de 1988, no Artigo 207


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ADUFF GESTÃO DEMOCRACIA E LUTA - Biênio 2016 - 2018

‘Multicampia’ na organização sindical amplia participação dos docentes Luiz Fernando Nabuco

Com assembleia descentralizada, encontro de docentes, Sindicato Itinerante e plantões jurídicos em oito cidades, Aduff avança de forma inédita na multicampia na organização sindical

Assembleia descentralizada na UFF em Campos, em novembro de 2017

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implantação da multicampia, de fato e na prática, é hoje uma reivindicação central dos docentes e da comunidade acadêmica em geral da Universidade Federal Fluminense. No campo da organização sindical, essa descentralização deu um salto inédito na história da entidade nos últimos dois anos. A gestão da Aduff-SSind, cujo mandato se encerra agora em junho, convocou, pela primeira vez, assembleias descentralizadas, compostas de etapas que transcorrem em todas as cidades nas quais há campus da UFF. A iniciativa, no entanto, não é resultado de uma ação restrita à atual diretoria - gestão “Democracia e Luta: em Defesa dos Direitos Sociais, do Serviço Público e da Democracia Interna”. Decor-

re de um debate travado ao longo de assembleias, de dois encontros dos campi fora da sede, estes anteriores à atual gestão, ocorridos em 2015, e que culminou com o 1º Encontro de Docentes da UFF, realizado em abril de 2017, em um hotel-fazenda à margem da estrada que liga Teresópolis a Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio. Foi nesse encontro que se consolidou a compreensão de que era preciso reinventar o formato das assembleias, descentralizando-as e ampliando as possibilidades para que mais professores participem dos debates e resoluções sindicais da categoria. O resultado foi imediato. De novembro de 2017 para cá, quatro assembleias descentralizadas já foram convocadas - sendo que uma de-

las ainda está em curso. Em pouco mais de seis meses, terão sido 32 duas reuniões descentralizadas, das quais mais de 300 docentes terão participado.

Pauta única em todas etapas Na assembleia descentralizada, reuniões são convocadas para cada uma das cidades nas quais a UFF possui campus: Niterói, Pádua, Friburgo, Volta Redonda, Rio das Ostras-Macaé, Angra dos Reis e Campos. A participação dos professores é livre: pode-se participar de quaisquer das reuniões com direito a voz – sendo que em apenas uma delas se poderá votar. Os resultados das discussões e eventuais votações em cada etapa são somados e chega-se ao resultado final da assembleia descentralizada.

“As assembleias descentralizadas ampliam a possibilidade de participação dos docentes que já gostariam de se aproximar do movimento, principalmente entre os que moram na localidade dos campi, e abre um canal de diálogo fundamental entre sindicato e docentes da UFF no interior”, ressaltou, à época de implantação da novidade, a professora da UFF de Nova Friburgo Priscila Starosky. Em Campos dos Goytacazes, os docentes propuseram uma moção de apoio à iniciativa da diretoria da Aduff-SSind de lançar as assembleias descentralizadas. “Ficamos extremamente felizes não só de a gente conseguir se reunir e discutir e debater, mas também de o nosso voto valer nas assembleias decisórias, sejam elas

para quais assuntos forem”, disse a professora Érica Almeida, do curso de Serviço Social da UFF em Campos. “Sou uma professora de 1990, venho acompanhando a Aduff há quase três décadas. Para mim, a assembleia descentralizada é uma conquista imensa, de sentir que as nossas discussões e as nossas posições aqui têm um peso tão importante quanto as da sede. Nós não queremos pólos autônomos, nós queremos uma UFF multicampi, unida por um projeto de unidade. A assembleia descentralizada foi, sem dúvida, um passo para a construção da democratização das decisões entre nós docentes”, concluiu a professora, sintetizando uma avaliação coletiva sobre algo que, parece não haver dúvidas, chegou para ficar.


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ADUFF GESTÃO DEMOCRACIA E LUTA - Biênio 2016 - 2018

O professor Fernando Penna fala no 2º Encontro de Docentes da UFF, tendo ao lado Gustavo Gomes, Adriana Penna e Carlos Walter

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aio de 2017. Pela primeira vez, um encontro organizado pela seção sindical da categoria reúne professores e professoras por três dias para pensar a universidade, a educação pública e a situação política e econômica do país. No ano seguinte, acontece o segundo encontro de docentes, reunindo 65 professores de mais de duas dezenas de unidades da universidade, e a data consolida-se como parte integrante do calendário anual de atividades da Aduff-SSind, a Associação Sindical dos Docentes da UFF. Quem participou de uma ou das duas edições do evento festeja a iniciativa. O professor Francisco Palharini, diretor do Instituto de Psicologia da Universidade Fede-

ral Fluminense, disse considerar a iniciativa “brilhante”. "Esses encontros permitem pensar as principais questões da universidade, pensar as principais questões do movimento docente. No nosso cotidiano de trabalho, a gente é consumido no dia a dia por uma infinidade de tarefas e não consegue sentar com nossos colegas para dar conta das necessidades do nosso sindicato, das políticas que estão sendo implementadas na universidade e no país”, observou, logo após o 2º Encontro, ocorrido de 27 a 29 de abril deste ano, num hotel-fazenda próximo à estrada que liga Teresópolis a Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio. Para o professor Matheus

Thomaz, do Departamento de Serviço Social do Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional da UFF em Campos, os debates transcorridos no 1° Encontro de Docentes da UFF foram determinantes para que as assembleias descentralizadas fossem implantadas pela primeira vez na organização sindical da categoria. Já o 2º Encontro, avalia, ocorrendo em um momento marcado por ataques reacionários dentro e fora da universidade, buscou construir formas de resistência e de enfrentamento em defesa das liberdades democráticas. “Eu acho que esse encontro traz tudo isso, traz do global ao local, para que a gente possa sair com mais um salto qua-

litativo, um acúmulo organizativo, político, de resistência e de enfrentamento para um período onde o conservadorismo cresce”, disse. A professora Eblin Farage, da Escola de Serviço Social da UFF e presidente do Sindicato Nacional da categoria, acredita que a iniciativa de realização do encontro de docentes deve ser saudada por todos. “No momento em que a gente vive uma conjuntura de graves retrocessos, de muitos ataques à universidade pública, e, em especial, de muitos ataques aos professores, ao próprio exercício da docência, reunir os professores é fundamental”, disse. “Pensar a saída para essas questões tem que ser pensar coletivamente. E pensar coletivamente é estar junto. Então, neste sentido, o encontro de docentes tem que ser uma experiência que se reproduza, e que talvez se reproduza em um período até menor de tempo, para que os docentes possam se encontrar e possam pensar juntos as alternativas para o seu cotidiano. E mais: que possam pensar juntos que sindicato querem e que universidade querem”, assinalou.

A professora Janie Garcia, do Laboratório Horto-Viveiro da UFF, destacou a importância para quem passa boa parte da sua vida na universidade de ter um momento para parar e refletir sobre ela sem as cobranças e correria do dia a dia. “Nós passamos muito tempo na universidade, uma parte grande de nossa vida. E, muitas vezes, na rotina de trabalho, no dia a dia, nós não temos essa oportunidade de conhecer pessoas, de reunir pessoas, de trocar ideias, de repensar momentos. Então, eu acho que uma das coisas mais importante desse encontro, é essa troca de conhecimento e reflexão”, disse. Luiz Fernando Nabuco

Luiz Fernando Nabuco

Encontro de docentes entra para o calendário anual da Aduff

Detalhe do 1º Encontro, em 2017

Publicação mensal de balancetes busca dar mais transparência à gestão sindical A Aduff-SSind passou a publicar, mensalmente, no seu jornal impresso, balancetes financeiros da entidade. O objetivo é dar mais transparência à gestão sindical, facilitando o acesso dos sindicalizados à prestação de contas da diretoria. Os balancetes também podem ser acessados diretamente na página da seção sindical na internet (www.aduff.org.br).

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Plantão jurídico da Aduff-SSind funcionava semanalmente na sede da entidade, em Niterói. Todas as sextas-feiras, os advogados que assessoram a entidade atendem aos docentes que procuram o sindicato para tirar dúvidas ou entrar com ações judiciais. Esse plantão continua acontecendo. Mas, desde o final do ano passado, uma novidade entrou em funcionamento: os plantões jurídicos

descentralizados. A assessoria jurídica da Aduff agora percorre os campi da UFF fora da sede, em Niterói, indo mensalmente a uma das cidades. A mudança é parte da proposta do Sindicato Itinerante, que busca aproximar a entidade e a direção sindical da base da categoria. As datas de cada plantão são informadas por meio da página da Aduff na internet e pelo boletim eletrônico enviado aos

sindicalizados por e-mail. Caso o docente deseje receber todas as informações do jurídico com mais rapidez, inclusive com a indicação da sala em que o atendimento ocorrerá, basta se inscrever no AduffZap, novo serviço de notícias da seção sindical. Para isso, o docente deve adicionar o número do celular da Aduff a sua lista de contatos (21-97276-2018) e enviar a mensagem ‘SIM’ pelo Whatsapp.

Luiz Fernando Nabuco

Plantão jurídico agora percorre todos os campi fora da sede

Plantão jurídico na UFF em Friburgo


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ADUFF GESTÃO DEMOCRACIA E LUTA - Biênio 2016 - 2018

Campanha detém reforma da Previdência, mas luta não para A Aduff participou da campanha que reuniu dezenas de movimentos contrários à PEC 287; segue a luta em defesa da aposentadoria e para derrubar a EC 95 e a reforma trabalhista

e o congelamento, em novembro de 2016, e nos sucessivos protestos que marcaram o primeiro semestre de 2017. O governo de Michel Temer anunciou a suspensão da tramitação da PEC 287 no dia 19 de fevereiro deste ano, quando aconteciam manifestações em defesa do direito à aposentadoria em quase todos os estados do país. A justificativa – a impossibilidade legal de aprovar emendas à Constituição durante intervenções federais – tentava mascarar a realidade: Temer não conseguira os votos necessários de deputados e senadores para aprovar a reforma, cuja impopularidade e rejeição, sem dúvida, deveu-se muito à intensa campa-

Valcir Araujo Luiz Fernando Nabuco

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oram dois anos de disputas em torno de projetos decisivos para a educação, a universidade, os docentes e a classe trabalhadora em geral. Não foram dias fáceis - resistir era a palavra de ordem -, mas houve uma vitória contundente dos trabalhadores: a suspensão da reforma da Previdência Social e a perda de eficácia da medida provisória que adiava reajustes e majorava o valor da alíquota previdenciária paga pelos servidores. A Aduff-SSind teve participação expressiva nesta luta, que também contestava a reforma trabalhista, que o governo acabou aprovando, e o congelamento dos orçamentos das áreas públicas por 20 anos. Seja na greve geral de 28 de abril de 2017, um marco nas lutas recentes dos trabalhadores e considerada por muitos fundamental para a derrocada da reforma da Previdência, seja na marcha que levou mais de 150 mil pessoas a Brasília, no dia 24 de maio do mesmo ano. Ou na marcha contra a PEC 55

A Aduff participou da marcha contra as contrarreformas de Temer, que levou mais de 150 mil a Brasília, em 24 de maio de 2017

Docentes no ato contra os projetos que retiram direitos, em março de 2017, no Rio

nha dos movimentos contrários a ela. Para a atual direção da Aduff-SSind, que encerra sua gestão em junho, a derrocada da reforma, tratada pelo pre-

sidente Michel Temer como prioridade, é uma vitória e deve ser festejada. Mas sem que se esqueça que a ameaça segue presente e precisa ser combatida todos os dias –

assim como a já em vigor reforma trabalhista e a Emenda Constitucional 95, maior golpe da história do país nos serviços públicos e nas políticas sociais.

Ao longo desses últimos dois anos, a Aduff-SSind se empenhou em combater os movimentos reacionários – que tentam amordaçar as escolas e as universidades – e em defender a liberdade de cátedra, a autonomia universitária e as liberdades Frente contra Mordaça em Niterói, em 2016 democráticas. Isso se expressou, em setembro de do Gragoatá. Poucos meses antes, 2016, na criação da Frente Contra a Aduff-SSind já havia participado a Mordaça em Niterói, com uma do lançamento da Frente Nacional expressiva manifestação no campus Contra a Mordaça, marcada por um

Fotos: Luiz Fernando Nabuco

Contra o ‘golpe de 2016’ e em defesa da autonomia universitária e da liberdade de cátedra

Aula-ato ‘Golpe de 2016’, em 2018

ato no auditório nobre do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ. Já a denúncia do governo de Michel

Temer, caracterizado como ilegítimo e golpista, iniciada desde que o então vice-presidente assumiu a Presidência da República, em agosto de 2016, teve como momento marcante a realização da aula-ato “O Golpe de 2016 e o Futuro da Democracia”, em maio último, no ICHF, no Gragoatá, com a presença dos professores Luís Felipe Miguel (UnB) e Carlos Zacariais (UFBA).


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ADUFF GESTÃO DEMOCRACIA E LUTA - Biênio 2016 - 2018

Campanhas deram mais visibilidade às lutas docentes Do combate aos cortes na Ciência e Tecnologia à ‘Escola Sem Mordaça’, passando pela vitoriosa luta contra a reforma da Previdência: campanhas defenderam direitos, a universidade, a pesquisa e as liberdades democráticas

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Publicações: Aduff lança nova cartilha sobre a carreira docente e livro sobre a UFF e a ditadura

‘Apagão na UFF’, em dezembro de 2017, e camiseta da Aduff contra os cortes

A Aduff-SSind acaba de lançar uma nova cartilha sobre as carreiras docentes. Foram impressos 3.500 exemplares – todo sindicalizado receberá uma em sua residência. A publicação, de 48 páginas, traz ainda anexos sobre a Funpresp e acerca de direitos, benefícios e legislações relacionados ao docente.

Ao

longo dos últimos dois anos, a Aduff-SSind investiu em campanhas que ajudaram a dar visibilidade às lutas das quais os docentes da UFF decidiram participar. Camisas, adesivos, faixas, banners, cartazes e vídeos foram produzidos para as mobilizações contra a PEC 55, que congela o orçamento primário da União por 20 anos, pela escola e universidade sem mordaça e com liberdade de cátedra, contra os cortes na educação, na pesquisa e na Ciência e Tecnologia. Ao final do ano passado, a Aduff participou da mobilização contra o ‘Apagão na UFF’, que associava a crítica ao corte no fornecimento de

Livro energia na universidade pela Enel à defesa do fim dos cortes orçamentários promovidos pelo governo, com o intuito de economizar recursos para, principalmente, pagar juros das dívidas públicas ao mercado financeiro. A participação da Aduff na vitoriosa campanha contra a

PEC 287, referente à reforma da Previdência, merece especial destaque. Além das paralisações, da greve geral, dos debates e das caravanas a Brasília, foram produzidas camisas, faixas e um adesivo que fez sucesso nas manifestações, com a frase: “Temer sai, a Previdência fica”.

Incentivo à cultura, à arte e ao debate de ideias

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gestão, que encerra seu mandato em junho, teve especial atenção com a cultura, a arte e o incentivo ao debate, sempre associadas às lutas docentes e da classe trabalhadora. No ano passado, um edital apoiou iniciativas de professores referentes aos 100 anos da Revolução Russa. Mais de dez iniciativas – como debates e exibição de filmes – foram contempladas. Na rea-

Cartilha sobre a Previdência foi ferramenta na luta vitoriosa para impedir a reforma de Temer

lização do 62º Conselho do Andes-SN (Conad), em 2017, em Niterói, a atenção à arte também esteve presente: foi apresentada uma versão reduzida da peça “Os Dez Dias Que Abalaram o Mundo”, dirigida por Fernando Lobo, que antecedeu a festa de confraternização embalada pela Sinfônica Ambulante. Pouco depois, na Festa do Dia do Professor, foi a vez do cantor

e compositor João Donato se apresentar.A Aduff também promoveu palestra e debates sobre os cortes nas áreas de Ciência, Tecnologia e Pesquisa, sobre a ameaça movimento ‘Escola Sem Partido’, sobre a autonomia universitária, o golpe de 2016, a carreira docente, os direitos previdenciários, a reforma trabalhista e a precarização da carreira, entre outros.

Em 2018,ano em que a Aduff-SSind comemora 40 anos de existência e que o Ato Institucional - AI 5 completa 50 anos no Brasil, o Grupo de Trabalho de História do Movimento Docente (GTHMD) da Aduff-SSind lançou livro sobre a ditadura na UFF e a resistência dos professores na universidade. “Atitudes de Rebeldia: as formas da universidade tecnocrática, o aparato vigilante/ repressivo e as resistências dos professores da UFF durante a ditadura", com 303 páginas e edição inicial de mil exemplares, já teve lançamento em Rio das Ostras e agora terá em Niterói, na atividade prevista para acontecer no dia 7 de junho, no Clube Português.

Cartilha sobre Previdência Social No primeiro semestre de 2017, a Aduff lançou uma car-

Você sabia que a pensão por morte irá diminuir consideravelmente de valor?

Você sabia que a reforma afeta a todos os trabalhadores do serviço público e da iniciativa privada?

Você sabia que o trabalhador terá que contribuir para a Previdência por 49 anos para que a sua aposentadoria não seja reduzida?

Não à reforma da Previdência (PEC 287) Março de 2017

tilha sobre a Previdência Social, na qual apresentava detalhes sobre a reforma que o presidente Michel Temer pretendia fazer no sistema previdenciário brasileiro. A publicação foi ferramenta na campanha vitoriosa para impedir que a PEC 287 fosse aprovada no Congresso Nacional.


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ADUFF GESTÃO DEMOCRACIA E LUTA - Biênio 2016 - 2018

‘Assembleia descentralizada veio para ficar e deve ser aperfeiçoada pelas próximas gestões’

Gustavo Gomes, presidente da Aduff-SSind, faz uma avaliação dos dois anos da gestão que se encerra em junho de 2018

O professor Gustavo Gomes, presidente da Aduff-SSind,fala sobre os dois anos da gestão “Democracia e Luta: Em Defesa dos Direitos Sociais, do Serviço Público e da Democracia Interna”, cujo mandato, iniciado no final de maio de 2016, se encerra em junho de 2018. Extraída do depoimento que deu à jornalista Aline Pereira para o projeto Memória Aduff, nesta entrevista o professor da Escola de Serviço Social da UFF fala sobre as iniciativas das assembleias descentralizadas, dos encontros docentes, da busca de uma maior participação dos professores e professoras e da organização sindical em meio à multicampia precarizada. Discorre ainda sobre o que aconteceu no país com o impeachment da presidente Dilma em 2016, as ameaças reacionárias às liberdades democráticas e as mobilizações e campanhas que detiveram a reforma da Previdência de Temer e enfrentaram, porém sem conseguir deter, a reforma trabalhista e o congelamento por 20 anos dos orçamentos dos serviços públicos. Aborda ainda o papel da Aduff nestas lutas e critica a quebra da unidade no movimento sindical, que, em 2017, após a greve geral de abril e a marcha que se constituiu no maior protesto da história de Brasília, impediu a continuidade de uma reação da classe trabalhadora que poderia ter jogado o governo Temer na lona e impedido o assalto aos direitos trabalhistas. A íntegra dessa entrevista poderá ser acessada na página da Aduff na internet (www.aduff.org.br). O desafio das assembleias descentralizadas Um dos maiores desafios da nossa gestão no sindicato é responder a essa realidade da multicampia. A Universidade Federal Fluminense foi uma que realizou uma das grandes expansões e hoje está presente em nove municípios do Rio de Janeiro. Então, vamos integrar os professores,

vamos levar os debates, democratizar os debates, considerando que todo professor, seja ele de Volta Redonda, de Pádua, de Friburgo, de Angra dos Reis, de Rio das Ostras, de Macaé, são professores como os professores que atuam em Niterói. Então, essa era uma questão fundamental para nós. E tivemos a ousadia de arriscar tentar um processo

de assembleia descentralizada, na qual as decisões são todas para os professores de todos os campi, não só da sede, mas também fora da sede, nos municípios onde a UFF está presente. É um processo difícil, pela estrutura, por realizar tantas assembleias em mais de sete cidades, algumas conjuntas como a de Rio das Ostras e Macaé. Mas conseguimos ser bem-sucedidos na implementação dessa proposta, a receptividade dos professores foi muito boa, era uma reivindicação antiga, a participação ampliou exponencialmente. A gente estava com a participação aqui na sede de algumas dezenas de professores e professoras, e com a assembleia descentralizada a gente viu multiplicar o número de participantes das assembleias, chegando a quase duas centenas de docentes participando do processo de discussão, de reflexão e de deliberação. Então, eu acho que é um mecanismo democrático que veio para ficar e vai ser aprimorado pelas próximas gestões.

Encontros docentes: reflexão conjunta Outra experiência muito interessante na nossa gestão foi a implementação dos en-

Creio que o Encontro de Docentes da UFF talvez tenha sido uma das melhores experiências que nós conseguimos realizar na nossa gestão

contros de docentes da UFF. Na greve de 2015, os professores no Comando de Greve, nos seus locais de trabalho, sentiram necessidade de realizar encontros para discutir a realidade da Universidade Federal Fluminense, da conjuntura nacional, de uma forma com mais tempo do que nas assembleias, que muitas vezes não nos permitem realizar a discussão com a devida profundidade. Então, foram realizados, na greve de 2015, os encontros do interior. Daí surgiu uma proposta nova no sindicato, da realização do primeiro encontro de


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ADUFF GESTÃO DEMOCRACIA E LUTA - Biênio 2016 - 2018 docentes da Universidade Federal Fluminense. Não é um espaço deliberativo da Aduff, mas é um espaço peculiar nas suas possibilidades de agregar professores de diversas áreas, diversos institutos e departamentos, que não se conhecem. Às vezes, os professores atuam um do lado do outro, mas nunca pararam, nunca tiveram a oportunidade de conversar sobre a sua realidade, sobre as suas pesquisas, sobre as suas dificuldades. O encontro de docentes é então realizado em três dias, começa na sexta-feira e dura ao longo do final de semana, há uma possibilidade de encontro, de troca de experiência, de reflexão conjunta, que muito acumula nas relações de solidariedade que são necessárias para a gente enfrentar a conjuntura tão adversa. Realizamos, em 2017, o primeiro encontro de docentes, discutimos a multicampia, discutimos a carreira docente. Fizemos um relatório sobre as atividades, e, dessa primeira experiência, tivemos a proposta das assembleias descentralizadas, o sindicato itinerante com o plantão jurídico fora de sede.

2º Encontro de Docentes: consequência natural O êxito do primeiro evento fez com que se realizasse em 2018, quase como uma consequência natural, o 2º Encontro de Docentes, onde quase 70 professores ficaram, ao longo desses três dias, debatendo o que significa universidade pública no século 21, os ataques que ela tem sofrido, discutindo nos grupos de trabalho do sindicato. E a opinião daqueles que participaram é que foi uma iniciativa muito positiva, porque distensiona… às vezes aquelas divergências que nós temos na assembleia, um ponto que tem que ser deliberado com pressa. No encontro de docentes, nós estamos ali com tempo, há a possibilidade de levar os seus filhos pequenos, porque tem espaço para recreação, a família pode estar junto, enfim, tranquilidade para que o professor e a professora possam estar lá duran-

Atitudes de Rebeldia”: “A gente tem que relembrar as atrocidades da ditadura para não repetir a história como farsa, como tragédia. Publicarmos esse livro nos 40 anos da Aduff é uma satisfação para gente te esses três dias, de fato, refletindo junto e acumulando. Embora não seja deliberativo, os acúmulos que são realizados nos encontros docentes, geralmente, são levados pela diretoria, pelas assembleias, como encaminhamentos necessários para o sindicato. Creio que essa talvez tenha sido uma das melhores experiências que nós conseguimos realizar na nossa gestão.

O golpe de 2016 e a defesa de direitos O golpe de 2016 e o impeachment da Dilma foi algo marcante para o movimento social brasileiro como um todo, marcante pelo que ele significou, marcante pelas contradições, e que dividiu opiniões. A diretoria da Aduff se pronunciou imediatamente soltando uma nota contrária ao impeachment,

contrária ao golpe parlamentar disfuncional que estava em curso. Mas pelo que significou o governo de conciliação de classes do PT, Lula e Dilma, pelos ataques desferidos contra a categoria dos servidores públicos, contra os docentes, a Funpresp, a implementação da reforma previdenciária para os servidores públicos, a discussão foi muito intensa e polêmica dentro do sindicato. De toda forma, a Aduff, que tem uma história em defesa das liberdades democráticas, repudiou o golpe parlamentar institucional e entendeu que não é um golpe só contra o governo do PT e a proposta de conciliação de classes, é uma proposta política de retirada dos direitos dos trabalhadores e de brutal repressão dos movimentos.

Greve geral, marcha e as reformas de Temer A aprovação da Emenda Constitucional 95 [que congela o orçamento dos serviços públicos e das políticas sociais] foi seguida por uma retomada, aos poucos, da mobilização popular no Brasil. Essa retomada foi chamado de Primavera das Mulheres, as mulheres tiveram um protagonismo na retomada das ruas pelos movimentos sociais, e nós começamos a perceber novamente os movimentos populares, os movimentos sindicais, tomarem de forma massiva as ruas do país. Então, pela primeira vez se tornou, nesse período, possível a construção de uma greve geral. A greve geral de 28 de Abril surpreendeu não só o governo, mas, em grande

Sem dúvida, a marcha a Brasília e a greve de 28 de Abril foram momentos decisivos para impedir a aprovação da reforma previdenciária. Infelizmente, o governo atua para dividir o movimento e a unidade não existiu mais na greve geral de 30 de junho

medida, até nos surpreendeu, pela força que ela tomou, ocupando milhares e milhares de pessoas. Milhões de trabalhadores pararam e cruzaram os braços, atividades massivas ocorreram em várias capitais. E, aqui em Niterói, professores que não estão muito habituados a essa forma de luta mais direta, estiveram presentes: às cinco horas da manhã já tinham dezenas e dezenas de professores daqui da UFF, tomando as ruas, parando junto com os movimentos sociais e populares. Pela primeira vez, o governo Temer teve uma resposta à altura aos ataques que ele estava desferindo sobre os trabalhadores. E isso mudou a situação política naquele momento. Pouco depois, uma marcha em Brasília reuniu tanta gente que não se conseguia enxergar o fim da passeata, era uma multidão, que as pessoas chegaram a falar em 200 mil trabalhadores.

Faltou unidade aos movimentos Sem dúvida, essa marcha e a greve de 28 de Abril foram momentos decisivos para impedir a aprovação da re-

forma previdenciária que o Temer disse que aprovaria no primeiro trimestre; com ela, a gente já teria a retirada do direito de aposentadoria, dos outros benefícios previdenciários para a maioria dos trabalhadores. Infelizmente, o governo Temer atua para dividir o movimento social, dividir os sindicatos, acenou para alguns sindicatos com a negociação do imposto sindical, e isso, essa divisão, o fim da unidade verificada na greve geral do dia 28 de Abril, que era a chave pro sucesso daquela mobilização, não existiu mais na greve geral do dia 30 de Junho, já não conseguimos mover os trabalhadores brasileiros para impedir a reforma trabalhista e as outras propostas de retrocesso do governo Temer.

‘Atitudes de Rebeldia’, o livro Há uma conjuntura de agravamento da repressão, da criminalização dos movimentos sociais, como [presenciamos] na execução de Marielle e Anderson, e dos movimentos docentes. Nesse cenário, é muito importante a publicação da pesquisa do Grupo de Trabalho História do Movimento Docente da Aduff sobre a repressão da ditadura civil-militar, seus reflexos dentro da Universidade Federal Fluminense e a resistência empreendida pelos docentes da época. É uma satisfação estarmos publicando esse trabalho de pesquisa do GT de diversos docentes, do professor Rafael Vieira, do professor Wanderson, de Virgínia Fontes, de Ludmila e outros professores que trabalharam nessa pesquisa e se reflete na publicação do livro, agora não só como memória do que foi esse passado autoritário, que hoje se expressa com força em certa candidatura e nos pedidos de intervenção militar. A gente tem que relembrar as atrocidades da ditadura para não repetir a história como farsa, como tragédia. Publicarmos esse livro nos 40 anos da Aduff é uma satisfação para gente.


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Após reformular site, Aduff lança aplicativo e terá portal para preservar memória Sem abandonar a publicação do jornal impresso, Aduff investe na comunicação voltada para a multicampia e o fortalecimento das lutas docentes

A

reformulação da página da Aduff na internet foi o primeiro projeto na área de comunicação implantado, no primeiro ano da gestão, pela atual direção em conjunto com os profissionais do setor. Com as mudanças, a página recebeu não apenas um visual novo, como mais recursos e facilidades para o usuário.

AduffZap

App Aduff O app, especialmente desenvolvido para a Associa-

Comunicação Aduff (2016 - 2018) ção dos Docentes da UFF, oferece um serviço de notificações, que vai acompanhar as progressões na carreira de cada docente, notícias e comunicados com acesso mais fácil e rápido, um calendário acadêmico, que, em breve, terá também a função de agenda, e um chat que inaugurará mais uma ferramenta para o professor contatar a sua seção sindical.

TV Aduff Outra novidade nesses dois anos foi a inauguração da TV Aduff, com produção de vídeos e início das transmissões ao vivo de debates e palestras.

Energia solar passa a assegurar 80% do consumo de eletricidade da sede da Aduff

A

Aduff-SSind instalou, no final de maio, 56 placas fotovoltaicas, com geração de aproximadamente 1400 quilowatt (kW) de energia solar, e a possibilidade de economia de mais de 80% do consumo em eletricidade na sede da Aduff, em São Domingos. Com a iniciativa, a Aduff-SSind quer, além de economizar recursos e contribuir para geração de energia limpa, fomentar o debate na

Até o final da atual gestão, terão sido produzidos pelo menos 68 vídeos - algo inédito na história da seção sindical.

Memória Aduff Nos 40 anos da Associação dos Docentes da UFF, está sendo lançado o projeto “Memória Aduff ”. Trata-se de um acervo que deverá preservar documentos, fotos, publicações, vídeos, e ainda trará depoimentos de docentes que participaram dessa história. Tudo isso ficará abrigado em um portal na internet, que já está pronto e terá o acesso disponível a partir do dia 7 de junho.

Luiz Fernando Nabuco

Os projetos nesta área ganharam ainda mais corpo no segundo e último ano da gestão. Ao site na internet, ao boletim eletrônico enviado semanalmente aos sindicalizados e ao Jornal da Aduff, publicação impressa mensal da entidade, foram associados o serviço AduffZap – que fornece notícias, comunicados e informações do jurídico diretamente aos docentes pelo celular – e o Aplicativo da Aduff, que está sendo lançado e tende a ter grande impacto na comunicação do sindicato.

universidade em torno do assunto. Em dezembro de 2017, a UFF viveu um 'apagão' com o corte de Colocação das placas na Aduff energia por parte da distribuidora, que justifi- torno de R$ 83 mil) estejam pacou que a medida decorria de gos, e que, ao longo de 25 anos, dívidas da universidade com a a seção sindical economize R$ empresa. 1,3 milhão – cálculo que leva Com a captação de energia em consideração a redução no solar,a previsão é que,em quatro valor das contas de energia e a anos, os custos do projeto (em projeção da inflação energética.

Novo site Lançamento do App Aduff AduffZap TV Aduff (68 vídeos) Boletim eletrônico semanal Jornal da Aduff - impresso mensal (24 edições) Projeto Memória Aduff (portal na internet) PEC 241 Ela pode acabar com a UFF pública, gratuita e de qualidade Associação dos Docentes da UF F

Camisetas, cartazes, banners, agendas, calendários de mesa, faixas, adesivos.

Seção Sindical do Andes-SN Filiado à CSP/C onlutas

Com a assembleia descentralizada, atenção da comunicação à multicampia ganha mais força A atenção dada pela área de comunicação da Aduff à multicampia não chega a ser uma novidade: há um bom tempo, essa preocupação vem pautando a atuação da Associação dos Docentes da UFF. Nos últimos dois anos, porém, com a implantação das assembleias descentralizadas, do encontro de docentes, dos plantões jurídicos fora da sede e com o Sindicato Itinerante, ganhou uma dimensão provavelmente jamais alcançada na história da seção sindical. Nos últimos dois anos, a reportagem da Aduff esteve em todos os campi da UFF fora da sede, e acompanhou muitas das etapas das assembleias descentralizadas realizadas. Tendência natural para um sindicato que defende a implantação da multicampia acadêmica e administrativa de fato.


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Aduff divulga balancetes A diretoria da Aduff-SSind divulga, nesta edição, os balancetes referentes a janeiro e fevereiro de 2018, como parte da política de transparência na gestão da entidade. O balancete vem sendo divulgado mensalmente também na página da Seção Sindical na internet (www.aduff.org.br).

Balancete de janeiro de 2018

Balancete de fevereiro de 2018

Contribuição de Associados

349.369,45

Contribuição de Associados

345.932,85

Receita Operacional

349.369,45

Receita Operacional

345.932,85

Receita Financeira

9,41

Resgate de Investimentos

Receita Financeira Resgate de Investimentos

Saldo bancário anterior

2.726,10

Saldo bancário anterior

Devoluções

2.347,43

Devoluções

RECEITAS Ordenados

354.452,39 46.136,98

13º salário INSS

24.151,26

FGTS

5.825,00

Vale-transporte Férias Assistência médica

1.991,09

Contribuição sindical Despesas com pessoal Despesas tributárias (IRF, PIS, etc.) Despesas bancárias Honorários advogado Honorários contador Custas processuais Outros prestadores de serviços por PF Despesas com veículo

78.104,33 12.143,97 720,56 12.500,00 955,74

100,00 1.276,60 450,00

Seguro veículo 4.985,73

Imprensa (divulgação, assinaturas, diagramação, jornais, gráficas, etc.)

29.982,10

Correios

17.474,40 532,79 6.266,84

Material de consumo copa/cozinha Desp.com material permanente (imóvel, computadores, ar, telefonia, etc.)

Participação da Aduff em reuniões da Andes, SPF (diárias, passagens, etc.) e com o 37º Congresso do Andes-SN Caravana a Brasília - Ocupa Brasília de 28/11/2017 (reembolso de passagem rodoviária) Outras Despesas Outras despesas Andes

6.639,33 76.276,70

178,37 44,85

Despesas com pessoal Despesas tributárias (IRF, PIS, etc.) Despesas bancárias Honorários contador Outros prestadores de serviços por PF Seguro veículo Telefone, água, luz, internet Imprensa (divulgação, assinaturas, diagramação, jornais, gráficas, etc.)

5.874,60 720,56 973,08 2.899,20 1.853,81 5.052,37 37.756,95

Desp.com material permanente (imóvel, computadores, ar, telefonia, etc.)

6.958,73

Reuniões e eventos promovidos pela Aduff

5.589,91

17.112,06

Participação da Aduff em reuniões do Andes, SPF (diárias, passagens, etc.)

11.013,86

II Encontro de Docentes da UFF

15.000,00

Outras despesas

107.981,67

Andes

69.186,57

Fundo Único Andes-SN

5.534,93 6.680,00

Apoio - Projetos 100 Anos da Revolução Russa

Apoio - Projetos 100 Anos da Revolução Russa

1.567,34

37º Congresso do Andes-SN (hospedagens, passagens aéreas e diárias da delegação)

Conlutas

Repasse a Entidades

104.780,61

Repasse a Entidades

TOTAL GERAL DAS DESPESAS

353.412,92

TOTAL GERAL DAS DESPESAS

13.560,57

265,13 95.227,20 345.670,83

Disponibilidades

Disponibilidades

Valor aplicado

142.461,96

1.199,11

13.695,28

Saldo em Conta Corrente conta FGTS /Obra

13.724,92

Material de consumo copa/cozinha

Conlutas

Valor aplicado

4.127,60 17.127,84

Correios

Doações a Entidades e Movimentos Sociais

Saldo em Conta Corrente conta Greve

24.594,68 6.399,39

Despesas com veículo

15.621,53

Valor aplicado

21.850,24

Custas processuais

Doações a Entidades e Movimentos Sociais

Saldo em conta corrente (conta movimento)

346.312,50 54.637,29

Honorários advogado

170.527,98 69.873,89

Fundo Único Andes-SN

Férias Assistência médica Contribuição sindical

375,00

AG descentralizada

AG descentralizada Reuniões e eventos promovidos pela Aduff

RECEITAS Ordenados 13º salário INSS FGTS Vale-transporte

1.039,47

Material de escritório

Material de escritório Telefone, água, luz, internet

4,65

1.039,47 999.006,11 0,00 608.296,76 0,00 289.032,94

Saldo em conta corrente (conta movimento) Valor aplicado Saldo em Conta Corrente conta Greve Valor aplicado Saldo em Conta Corrente conta FGTS /Obra Valor aplicado

1.681,14 1.002.758,89 0,00 608.296,76 0,00 290.052,59


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Mães e pais ‘abraçam’ luta e greve da educação municipal de Niterói Andrew Costa/SEPE Niterói

Pais e responsáveis declaram apoio à mobilização da categoria e, pelas redes sociais, abordam problemas que se repetem nas diversas escolas

Detalhe durante manifestação na greve dos educadores municipais de Niterói Aline Pereira Da Redação da Aduff

A

mobilização dos profissionais da Educação da rede municipal de Niterói, após 15 dias de greve, tem o apoio de pais, que vêm se comunicando por meio das redes sociais. É o caso de Eliane Peçanha, mãe do pequeno Gabriel, de três anos, que estuda em uma Unidade Municipal de Educação Infantil – Umei, no Largo da Batalha. “Meu filho está sem uniforme e material didático; existe uma promessa

de entrega desse material para julho, tempo de férias e já no meio do ano letivo”, disse. Ela conta que a escola em que Gabriel estuda é muito bem organizada, mas que eles estão sem material de recreação. “De vez em quando, meu filho sai mais cedo por falta de merenda. Há mais profissionais contratados do que concursados efetivos”, complementou Eliane, ao defender a justeza das reivindicações desses trabalhadores. “Em Niterói, há problemas tanto para esses profissionais quanto para os alunos e suas

famílias”, disse, lembrando a dificuldade de muitos pais em conseguirem vagas nas creches e nas escolas da cidade.“A greve tem a função de também chamar a atenção da sociedade, de maneira geral, para o desmonte da Educação, sobretudo na rede básica”, avaliou. O discurso de Eliane é mais comum do que se imagina. Renata Carvalho, mãe de Joaquim, também de 3 anos, que estuda em uma Umei, na Região Oceânica, revela que o filho também não recebeu uniforme.“Ele ganhou duas cami-

sas, há dois anos, quando entrou no berçário. E só”, disse. Entretanto, o problema que considera mais grave é a falta de trabalhadores efetivos qualificados.“Na turma do Joaquim, falta profissional especializado para trabalhar na mediação com uma criança portadora de autismo; ano passado, não havia orientadora pedagógica na escola”, problematiza.

“Achocolatado e biscoito de maisena" Além disso, Renata aponta que alguns trabalhadores são

constantemente deslocados de função. Devido à falta de professores, por exemplo, os trabalhadores da limpeza tomam, muitas vezes, conta das crianças do maternal, em eventuais contra turnos. “Até ao banheiro, essas crianças vão sozinhas, sem acompanhamento, sem supervisão”, complementa. “Há um professor que cuida das questões de secretaria, e um número significativo de contratados que provavelmente podem não estar mais na escola a partir de julho, quando vencem esses contratos precarizados”, revela. Segundo Renata, desde o final de março, a merenda não está regular e nem é oferecido o que está no cardápio feito pelas poucas nutricionistas da rede. “No café da manhã, todos os dias, é achocolatado com biscoito de maisena; não há variedade de frutas, legumes e verduras para o almoço”, disse. “A situação é muito contrária à que o Rodrigo Neves apresenta como propaganda”, critica a mãe de Joaquim, defendendo a legitimidade da greve. De acordo com ela, os pais criaram um grupo no Whatsapp para debater a situação da rede e viram que esses problemas são muito comuns em várias escolas. Por isso, eles têm acompanhado os trabalhadores da Educação nas diversas manifestações em prol de melhores condições para o setor.

Servidores pressionam para que Rodrigo Neves negocie Profissionais da Educação de Niterói seguem mobilizados na cidade administrada por Rodrigo Neves (PDT). A categoria, em assembleia realizada no dia 30 de maio, decidiu pela suspensão da greve que havia sido iniciada dia 15. Entretanto, está em “estado de greve”, aguardando os desdobramentos da possível abertura de negociações com o prefeito – uma reunião estava prevista para 5 de junho, data também de uma audiência sobre a educação na Câmara de Vereadores. De acordo com Diogo Oliveira, dirigente do Sepe/ Niterói, foram enviados seis ofícios ao governo em 2018, que só marcou audiência com os trabalhadores na véspera da paralisação (9 de maio) e sem resultados significativos. Ele lembra que o Plano de Carreira é fruto da luta da categoria, da greve realizada em 2013, que se estendeu por 45 dias, e é alvo de ataques sistemá-

ticos. "Nossa memória não é curta e (...) o plano do governo para e educação sempre foi uma expansão precarizada e segmentada da rede e uma falsa valorização salarial por meio de avaliação externa, ranking de escolas e bonificação por resultado de competição", disse, em vídeo divulgado na página do sindicato no Facebook. Os profissionais da Educação querem recuperação de perdas salariais (9,39% de reajuste); incorporação de adicionais ao salário (inclusive para os aposentados); enquadramento por formação; criação dos cargos e convocação dos concursados, de acordo com a demanda real da rede, que carece de profissionais. Reivindicam que o prefeito se comprometa com a gradativa substituição dos contratos temporários pelos concursados; com a mudança de nomenclatura de Merendeiras para Cozinheiras Escolares,

garantindo as 30h, e com as melhorias nas modulações de trabalho; o pagamento de todos os direitos do Plano de Carreira (quinquênios, Classes, Níveis, Formações Continuadas), incluindo os retroativos.

#Negocia, Rodrigo! A hashtag '#negocia,Rodrigo' vem ganhando visibilidade nas redes sociais, desde a deflagração da greve, com pessoas de diferentes ocupações demonstrando apoio aos trabalhadores que ainda tentam dialogar com o prefeito de Niterói. Um grupo de profissionais da rede chegou a ocupar a sede administrativa da cidade por mais de seis horas, no dia 21, à espera do governante, que não apareceu para dialogar com a categoria. No dia seguinte, a guarda municipal agiu com truculência ao reprimir a manifestação dos grevistas nos portões do Teatro Popular Oscar Nieymaer. (AP)


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