Jornal da ADUFLA - agosto 2015

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IMPRESSO

INFORME ESPECIAL DE GREVE

Jornal da ADUFLA Nº 80 - AGOSTO/2015 - ASSOCIAÇÃO DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - ADUFLA SEÇÃO SINDICAL - LAVRAS - MG

Intensificar a luta para avançar nas negociações A greve dos docentes das Instituições Federais de Ensino completou 60 dias no dia 28 de julho. Nesse período de dois meses e duas semanas, o movimento tem esbarrado na negativa sistemática do governo em negociar efetivamente a pauta específica da categoria. Até aqui, as únicas propostas concretas foram aquelas referentes ao percentual de reajuste para o conjunto dos servidores, dividido em quatro parcelas, além da proposta de reajuste dos valores de auxílios (alimentação, saúde, creche) dos servidores do Executivo. O Ministro da Educação permanece em sua atitude de omissão diante da greve e não recebeu o Comando Nacional de Greve em nenhum momento, delegando ao Secretário de Ensino Superior o recebimento dos representantes do CNG e a participação na mesa setorial com as entidades da área da Educação e o MPOG. E, após reuniões em 22/05 e 23/06, além da participação dos representantes da SESU e da Sentec na mesa setorial com o MPOG em 22/07, nenhuma resposta concreta foi apresentada à pauta de reivindicações construída no último Congresso do Sindicato Nacional e sistematizada em cinco eixos, quando reapresentada ao MEC no início da greve. Diante desse quadro e dos resultados da última rodada de assembleias gerais, o

Comando Nacional de Greve discutiu a necessidade de ampliar a pressão sobre o MEC para que este apresente respostas concretas a nossa pauta. A campanha “#DialogaJanine”, a Caravana Nacional pela Educação, a Marcha Unificada dos Servidores Públicos Federais e os atos nas IFE para cobrar das reitorias a explicitação dos impactos dos cortes orçamentários fazem parte desse esforço. Além disso, acreditamos que é necessário constranger o governo a sair de sua posição de intransigência evasiva e transferência de responsabilidades para as reitori-

as/instituições administrarem as conseqüências da política de austeridade seletiva. Uma política que corta recursos do ensino público, procura empurrar as instituições públicas para a captação de recursos pela via privada e garante as transferências do fundo público para o setor privado. Além disso, no contexto da greve, há uma avaliação do CNG de que o governo vem apresentando uma série de novas ameaças ao caráter público das instituições e às condições de trabalho e ensino, tais como: a ampliação dos cortes orçamentários; as afirmações de que o governo prioriza a tramitação de projetos de lei que “flexibilizam” o financiamento público das instituições (como o PL 2177/2011, agora PLC 77/2015 – Código Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação), entendendo como “autonomia” das Universidades pela via da privatização; a forma vaga como se afirma que continuarão acontecendo os concursos públicos pelo RJU sem negar efetivamente que pretenda contratação via OS. O CNG considera fundamental exigir do governo respostas efetivas às questões objetivas de nossa pauta específica e encaminha para avaliação das assembleias gerais a sistematização dessas questões. Por certo, sempre que for pertinente, tais questões serão trabalhadas em conjunto com as representações do Sinasefe e da Fasubra. (ANDES/SN)


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Pauta específica do movimento docente Valorização salarial de ativos e aposentados Nos marcos da discussão da pauta unificada apresentada pelo Fórum dos Servidores Públicos Federais, compromisso com o reajuste em uma única parcela, com vigência a partir de janeiro de 2016. O percentual negociado unificadamente deverá ser aplicado à carreira docente, garantindo a paridade entre ativos e aposentados, tendo em vista avançar em relação aos princípios e à concepção de reorganização da Carreira, na forma acima mencionada.

clusão das obras de infraestrutura já iniciadas e projeção para as novas obras e equipamentos necessários diante da expansão das IFE. Garantia de autonomia Revogação da Lei 9192/95 e do parágrafo único do artigo 56 da Lei 9394/96 (LDB), que ferem os preceitos constitucionais da democracia e da autonomia (composição dos conselhos superiores e a escolha dos dirigentes); Manifestação por parte do MEC de seu apoio à retirada de pauta ou rejeição do PLC 77/2015; Manutenção dos saldos do exercício financeiro na instituição, para livre execução no exercício seguinte.

Condições de trabalho Reestruturação da carreira Ocupação dos cargos de docente existentes e criação de novas vagas (incluindo as unidades de educação básica), exclusivamente através do RJU e em regime de Dedicação Exclusiva, com definição do cronograma para os concursos; Liberação de verbas para a con-

dramento dos docentes aposentados e instituidores de pensão, em posição de equivalência em relação ao topo da estrutura da carreira.

Compromisso do Governo em retomar a negociação a partir do acordo com a Sesu/MEC em 2014, sobre os pontos conceituais iniciais a serem definidos em Lei para a reestruturação da carreira docente; Reenqua-

Defesa do caráter público da universidade Não adoção nas IFE da forma mercantil de gerenciamento e contratação, através das OS ou formas equivalentes; Reversão dos cortes no orçamento, com a garantia dos valores previstos na Lei Orçamentária de 2015, com suplementações para garantir a manutenção, investimentos, a qualidade do trabalho, estudo e a assistência e permanência estudantil; Garantia da gratuidade, com o apoio do MEC à retirada de pauta ou rejeição da PEC 395/2014 (taxas aos estudantes de cursos de aperfeiçoamento e especialização); Retomada de cargos extintos (que passaram a ser terceirizados, como serviços de limpeza, segurança, etc), com calendário de liberação de novos códigos de vagas para estes cargos.

Como resultado da reunião do Fórum Nacional das Entidades dos Servidores Público Federais (SPF), no dia 21 de julho, foi destacada uma comissão de entidades (SINAL, ASSIBGE-SN, SINASEFE, CONDSEF e ASFOC-SN) para elaborar um estudo de contraproposta para ser avaliado pelas bases das entidades e posteriormente levado para o Fórum dos SPF com a intenção de avançar no processo de negociação da Campanha Salarial Unificada com o governo na mesa estabelecida entre Fórum dos SPF e MPOG. Na reunião do Fórum dos SPF do dia 27 de julho, a comissão apresentou o resultado do estudo, em que foi apresentada contraproposta apenas para o ponto da pauta que se refere ao índice de reajuste salarial, tendo em vista que o governo somente apresentou proposta para este ponto. Apesar do governo apresentar contraproposta de reajuste dos benefícios (alimentação, auxílio creche e auxílio saúde) a compreensão do Fórum é manter a defesa da isonomia entre os poderes (executivo, legislativo e judiciário) para os benefícios, conforme a pauta unificada original da Campanha Salarial Unificada dos SPF. A proposta original do Fórum dos SPF, em relação ao índice linear de 27,3%, levou em con-

sideração a inflação acumulada desde 1º de julho de 2010 (data da vigência da última parcela do reajuste trienal concedido em 2008 para algumas categorias) até janeiro de 2015, agregando ainda a projeção de inflação até dezembro de 2016 e ainda 2% de aumento real, em uma parcela única para 2016, descontando o reajuste de 15,8% concedido no acordo de 2012, em três parcelas, para algumas entidades. Na mesa de negociação realizada no dia 25 de junho, entre o Fórum dos SPF e MPOG, foi apresentada a contraproposta do governo de um índice de reajuste de 21,3% parcelado em 4 anos, sendo 5,5% em 2016; 5,0% em 2017; 4,75% em 2018 e 4,5% em 2019. Nesta proposição, o governo desconsidera as perdas inflacionárias do período anterior à 2016 e aponta projeções de inflações futuras, mas sem nenhuma reposição dos indicadores de inflação para os 4 anos seguintes. Tendo em vista que, na sequência, o governo reafirmou, nas duas mesas de negociação com o Fórum dos SPF, a sua contraproposta e que as mesas setoriais somente avançariam nas pautas específicas condicionadas à assinatura do acordo, o Fórum elaborou um estudo

próprio de contraproposta para avaliação das entidades. Este estudo aponta uma contraproposta de índice de reajuste linear de 19,7% em uma única parcela para 2016. O cálculo feito levou em consideração a inflação acumulada desde 1º de julho de 2010 até junho de 2015 (data do último índice de inflação real), descontando o reajuste de 15,8% concedido no acordo de 2012, em três parcelas, para algumas entidades dos SPF. Portanto, o estudo de contraproposta mantém a defesa do acordo anual e de reposição das perdas inflacionárias do último período. Cabe ressaltar que os demais pontos da pauta unificada dos SPF se mantém na forma como foi protocolada em fevereiro de 2015. Importante destacar que este estudo trata da mesa geral de negociação com as entidades nacionais dos SPF, portanto, não está vinculada à pauta específica da greve nacional dos docentes federais. Ainda, em relação à pauta do ANDES-SN, reafirma-se que qualquer índice de reajuste salarial e impacto orçamentário proveniente poderá ser utilizado, na mesa de negociação setorial, para a restruturação da carreira docente conforme nossa concepção de carreira.

Jornalista responsável: Adriano Salgado (JP 06962)

Contraproposta dos SPF’s


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Intransigência do governo emperra as negociações A expectativa de respostas efetivas por parte do governo durante reunião entre os representantes do MPOG, do MEC e do Fórum das Entidades Nacionais dos SPF, no dia 20 de julho, não se confirmaram. O governo manteve a proposta de reajuste salarial de 21,3%, parcelado em quatro anos, apresentando como único dado novo o reajuste dos benefícios, ao qual o governo não atendeu integralmente, apresentando uma proposta de reajustes dos auxílios – alimentação, saúde (22,8%) e pré-escola (317%) – que não garantem a isonomia com os outros poderes e excluem os aposentados. As entidades que compõem o Fórum reafirmaram sua rejeição à proposta salarial plurianual e abaixo dos índices inflacionários, reiterando a reivindicação de estabelecimento de data-base de 1º de maio e a negociação de uma política salarial com reposição das perdas decorrentes da inflação. A possibilidade de inclusão de uma cláusula de revisão do acordo plurianual em 2017, apresentada pelo governo, na verdade não passa de um engodo. Ao ser questionado sobre a garantia legal dessa cláusula, o governo respondeu negativamente, reduzindo-a à assinatura de um acordo, sem inclusão em lei. O Fórum recusou a proposta apresentada e solicitou uma nova audiência, defendendo a mesa central como único espaço para negociação do índice de reajuste salarial, numa referência à tentativa do governo de fragmentar o movimento a partir da proposta de negociações setoriais de índices. Por força de reivindicação do ANDES-SN e SINASEFE, a mesa setorial ocorreu com a presença das duas entidades e, da parte do governo, representantes do MPOG/SRT e do MEC (SESu e SETEC) e de seu braço sindical, o PROIFES. Os representantes do CNG/AndesSN questionaram a ausência de respostas à pauta específica por parte da SRT/MPOG e

reafirmaram os cinco eixos da pauta específica, reivindicando o cumprimento do acordo assinado em 2014 sobre a reestruturação da carreira, rompido unilateralmente pelo governo. A expectativa de que a reunião setorial, realizada no MPOG com a presença do MEC, avançaria na negociação efetiva da pauta específica foi frustrada frente à negativa do MPOG em se posicionar sobre os pontos de pauta, acompanhada pela intervenção do MEC, que só reafirmou os elementos apresentados pela SESu na reunião realizada em 23 de junho. O Secretário de Ensino Superior, Jesualdo Pereira Farias, considerou os cortes orçamentários inexoráveis, minimizou seus impactos e não reconheceu a crise nas instituições federais de ensino, transferindo a

administração da escassez de recursos para os reitores, no âmbito da “autonomia universitária”. Em relação à realização de concursos públicos, reafirmou a existência de nove mil vagas docentes nas universidades, responsabilizando novamente os reitores pelo não preenchimento destas. A reivindicação reapresentada pelo CNG/ANDES-SN da planilha com a distribuição destas vagas por universidade foi novamente negada. Ficou claro que objetivo do governo é, sim, negociar setorialmente o índice de reajuste, o que, na avaliação do CNG/ANDES, busca fragilizar o movimento unificado e não negociar de fato a pauta específica da categoria. Os momentos finais da reunião, no entanto, foram marcados pela pressão dos representantes do CNG/ANDES-SN e SINASEFE para que uma nova reunião setorial fosse agendada para tratar efetivamente dos pontos referentes à pauta específica, com destaque para a reestruturação da carreira e a revisão dos cortes orçamentários na educação, resultando no compromisso por parte do governo de agendar nova reunião. A construção do Fórum de Entidades Nacionais dos SPF em 2014 e a deflagração da greve docente forçaram o governo abrir negociação. Portanto, enfrentar a postura de seus representantes nesse momento requer a intensificação da greve docente, a manutenção da unidade com os SPF e a defesa de um processo que combine o tempo e o conteúdo da negociação geral dos SPF com o processo de negociação setorial.

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Proposta ADUFLA METODOLOGIA DE TRANSIÇÃO DA ATUAL CARREIRA DOCENTE DAS IFES PARA A CARREIRA DE PROFESSOR FEDERAL DO ANDES-SN 1. Antecedentes e Justificativa A pauta do Setor, aprovada no 34º Congresso e protocolada no Ministério da Educação (MEC) e Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), no início de 2015, solicitava audiência com o Ministro da Educação, tendo como eixos centrais: defesa do caráter público da educação, condições de trabalho, garantia da autonomia universitária, reestruturação da carreira docente e valorização salarial de ativos e aposentados. A SESU, em nome do Ministério da Educação, reunira-se com o Andes-SN em 23 de abril de 2014, tendo na mesa o projeto de carreira docente do Andes-SN, e acordara o primeiro patamar de conceitos, nos seguintes termos: a) Fixar como conceito no texto da Lei: estruturação em degraus constantes desde o início até o final; percentuais definidos para a valorização de cada uma das titulações; relação percentual constante entre regimes de trabalho, com valorização da dedicação exclusiva; (a combinação destes três elementos estará integrada, compondo o vencimento de cada professor, segundo sua situação particular quanto ao nível na carreira, articulação e o regime de trabalho). b) Definir como conceito no texto da Lei: que o piso organizador da malha de vencimentos, estruturadaem decorrência do item anterior, seja o valor fixado para o nível inicial da carreira, do graduado em regime de 20 horas. c) Reconhecer como conceito no texto da Lei: autonomia das Instituições para os critérios de desenvolvimento dos docentes na carreira sejam definidos no âmbito do Plano de Desenvolvimento Institucional, resguardada a supervisão pelo Ministério da Educação. Com base nos níveis salariais, é possível comparar as diferentes carreiras docentes, como as doGoverno e do Andes-SN, e com isso auxiliar na organização das nossas reivindicações. No entanto, além dos salários, existem vários outros aspectos que precarizam a atual carreira docente, tais como o regime de aposentadoria, estrutura da carreira (degraus de todos os níveis da carreira docente, nível inicial de entrada, etc). Na atual carreira docente, a partir da Lei 12.772 de 2012, as distorções aumentaram ainda mais, tal como o ingresso na carreira em nível rebaixado, o de Professor Auxiliar I, mesmo quando o ingressante possui mestrado ou doutorado. Assim, para um doutor ingressante, em 2015, o seu salário é inferior ao de 2012, corrigido pela inflação. Esse ingresso rebaixado na carreira provocou também um atraso na progressão funcional, pois demora-se 3 anos a mais para chegar ao mesmo nível quando compara-

do com a carreira de antes de 2012. No caso do professor Associado, na carreira atual, o seu nível salarial também é inferior ao nível de 2012, corrigido pela inflação. Assim, os níveis de Professor Auxiliar I e Associado I tiveram as maiores perdas em relação ao salário de 2012. É importante ressaltar que o reajuste linear dos atuais níveis salariais não corrige as distorções da carreira docente. Desta forma, é necessário elaborar uma estratégia metodológica de permita uma transição gradual entre a atual carreira para a carreira do Andes-SN. 2. Metodologia de Médias Ponderadas A proposta metodológica de transição é a de negociar médias ponderadas ao longo dos anos, entre os níveis salariais da atual carreira e os níveis da carreira do Andes-SN, para reduzir as distorções e convergir gradualmente em direção à carreira docente que reivindicamos. Podemos negociar o número de etapas da transição, bem como o seu prazo, mas não devemos negociar o aspecto qualitativo, como a ideia central de que o salário seja indexado ao piso nacional

do DIEESE e de que a carreira tenha níveis e steps constantes. (Quadro 1) Existem diversas possibilidades de negociar a transição quanto ao número de etapas, os valores das médias ponderadas, bem como o prazo das etapas. Uma possível alternativa é escolher uma etapa (uma média ponderada) em que o nível salarial seja próximo da contraproposta do Fórum dos SPF. Por exemplo, caso seja negociado e acordado com sucesso um índice de reajuste linear de 19,7%, para 2016, seria possível empregar a média ponderada de 50% do nível salarial da carreira atual, mais 50% do nível da carreira do Andes-SN. O reajuste nos níveis salariais, usando esta média ponderada, é bem próximo do reajuste linear, como se pode verificar na Figura 1, no entanto já começando a corrigir as distorções da carreira. As etapas seguintes de transição entre as carreiras poderão ser discutidas, negociadas e realizadas posteriormente, por meio de um projeto de lei, para se convergir gradualmente até à carreira de Professor Federal do Andes-SN, em que a curva da contraproposta atingirá a carreira do Andes-SN (Figura 1). Quadro 1

Greve de 2015

1a etapa) 2a etapa) 3a etapa) 4a etapa) 5a etapa) 6a etapa) 7a etapa) 8a etapa) 9a etapa) 10a etapa)

Nível salarial Nível salarial Nível salarial Nível salarial Nível salarial Nível salarial Nível salarial Nível salarial Nível salarial Nível salarial

= = = = = = = = = =

90% salário carreira Governo + 10% salário carreira Andes-SN 80% salário carreira Governo + 20% salário carreira Andes-SN 70% salário carreira Governo + 30% salário carreira Andes-SN 60% salário carreira Governo + 40% salário carreira Andes-SN 50% salário carreira Governo + 50% salário carreira Andes-SN 40% salário carreira Governo + 60% salário carreira Andes-SN 30% salário carreira Governo + 70% salário carreira Andes-SN 20% salário carreira Governo + 80% salário carreira Andes-SN 10% salário carreira Governo + 90% salário carreira Andes-SN 0% salário carreira Governo + 100% salário carreira Andes-SN

Greve de 2015

Contribuição dos professores Júlio S. de S. Bueno Filho (ADUFLA), José Monserrat Neto (ADUFLA), Marcelo de Carvalho Alves (ADUFLA), Daniel Augusto Pereira (ADUFLA).

Figura 1


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UNIDOS PELA LUTA: ADUFLA - SindUFLA - SINTSPREV/MG

O movimento grevista em Lavras segue a unidade nacional em defesa dos Servidores Públicos Federais, integrando ações entre os docentes e os técnicos-administrativos da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e os servidores da Previdência Social, sem se esquecer dos técnicos do Centro Federal de Educação Tecnológica de Nepomuceno. O ato conjunto realizado no dia 21 de julho, na Praça Dr. Jorge, teve

como objetivo conscientizar a população sobre as razões do movimento, as reivindicações da categoria e o descaso do Governo Federal no desmonte do serviço público no país. Portando faixas, distribuindo panfletos e falando direto ao público, os servidores tomaram os pontos estratégicos da praça e levaram as suas reivindicações. Em outra ação conjunta, na manhã do dia

CLG se reúne com o reitor

No dia 22 de julho, o comando local de greve (CLG) esteve reunido com o Magnífico Reitor da UFLA, José Soares Scolforo. Estiveram presentes os professores Marcelo de Carvalho Alves, José Monserrat e Júlia M. Amâncio, do CLG, a Pró-Reitora Soraya Alvarenga Botelho e a assessora Ana Carla. Profa. Júlia relatou a preocupação do ANDES-SN em relação à situação atual dos docentes e sobre os cortes no orçamento, solicitando detalhamento do problema, o que põe em dúvida a qualidade dos serviços prestados à comunidade. Segundo o Scolforo, crise política atual está potencializando a crise econômica e a austeridade fiscal deve ser aplicada a todos. De acordo com o reitor, a terceirização consome 60% do custeio e o ajuste fiscal aumenta a crise. Outros pontos são os altos valores da energia elétrica e a necessidade de manutenção permanente. Ele informou que foram feitos cortes possíveis, como a devolução de veículos alugados e reno-

vação de contratos com vigilantes. Sobre a Universidade Aberta do Brasil (UAB), Scolforo relatou que no ano passado houve o primeiro corte e que agora a redução foi ainda maior. Como há 1.470 alunos nesse programa, a UFLA deverá manter esta modalidade até 2018. Em relação ao calendário, o reitor informou que a UFLA retomará as atividades somente após o movimento grevista, assumindo o compromisso absoluto da reitoria e da direção executiva de que o calendário será retomado após o término da greve. A reitoria também se prontificou em manter as atividades que vão de encontro com a pauta do movimento, como por exemplo, os processos de progressão funcional. O reitor manifestou o apoio à pauta dos docentes, especialmente sobre a carreira, e por fim, deixou claro sua preocupação diante dos cortes realizados pelo MEC, conforme ofício 500/2015/ GAB/UFLA.

28 de julho, os servidores realizaram uma assembleia conjunta para discutir propostas e avaliar o movimento. O “Café com Luta” reuniu mais uma vez docentes, técnicos-administrativos e servidores do INSS. Na pauta, a proposta do governo de um reajuste de 21,5%, dividido em quatro anos, e também dos benefícios, como auxílio alimentação, auxílio Saúde e préescola.

O QUE QUEREMOS? - Qualidade do serviço público para a população. - Defesa da universidade pública contra o desmanche promovido pelo Governo Federal. - Recomposição de 27,3% referente às perdas salariais dos últimos anos, salvaguardando o direito aos reajustes anuais na data base. - Abertura de concurso público para ampliar e melhorar a qualidade do atendimento à população. - Garantia de acesso à Universidade Pública para toda a população. - Garantia da aposentadoria integral, com isonomia entre ativos e aposentados, contra o fator previdenciário e a cobrança da contribuição dos aposentados. - Impedir a precarização de direitos dos trabalhadores e a terceirização. - Acabar com a corrupção. - Garantir 10% do PIB em investimentos em Saúde e 10% em Educação. - Impedir os cortes e os desvios de recursos da Educação, Assistência Social, Saúde e Previdência Social. - Impedir a privatização dos serviços de Previdência e Saúde. - Valorizar os profissionais da Saúde e lutar pela reestruturação do SUS. - Garantir o acesso pleno e integral à pensão por morte, auxílio doença, seguro desemprego e abono salarial. - Garantir o pagamento de insalubridade e periculosidade.


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ADUFLA marca presença nas mobilizações em Brasília

Professoras Catarina Dallapicula e Júlia Amâncio

A greve dos docentes das IFE completou 70 dias numa semana de intensas atividades em Brasília e nas redes sociais. A realização da campanha “#DialogaJanine”, com chuva de e-mails, as ações dos CLG e CLGU no “Abre as contas, Reitor(a)!” em mais de 40 IFE e a Marcha na Esplanada dos Ministérios no dia 6, dentre outras ações, demonstram que os docentes ampliam a mobilização e a disposição para a luta. A ADUFLA se faz presente junto ao Comando Nacional de Greve através de seus delegados, participando dos debates e discussões em torno da pauta dos SPF e do ANDES-SN, nas manifestações na esplanada dos ministérios, pelas redes sociais. Os professores Gustavo Costa de Souza (DAE) , Catarina Dallapicula (DED) e Júlia Moretto Amâncio (DAE) vêm se revezando na capital federal nas últimas semanas. Como resultado destas ações o governo foi

Professora Catarina

Professor Gustavo Costa de Souza

forçado a reconhecer que a sua estratégia para dividir os SPF nas mesas setoriais com o MPOG não surtiu os efeitos por ele esperado. Após ter a propostas de reajuste de 21,3% parcelado em quatro anos e dos índices de revisão dos benefícios rejeitada por unanimidade pelo Fórum dos SPF, o Secretário de Relações de Trabalho do MPOG, Sérgio Mendonça, deu início à primeira rodada de mesas setoriais, onde insistiu na manutenção da proposta original de reajuste parcelado, mas a rejeição a ela se manteve. Já na manhã do dia 06 de agosto, em reunião com a FASUBRA , admitiu “que sua posição não é imutável sobre discutir o índice econômico”. Para o Fórum dos SPF, o governo informou que deverá analisar o resultado das mesas e dar início a nova rodada de discussões a partir de 17 de agosto. Nas mesas no MPOG, em julho, o CNG/ANDES-SN deixou claro que somente as

negociações salariais não resolverão a greve em curso e que precisa haver soluções para as condições de trabalho e de funcionamento das IFE, com reversão dos cortes que estão impostos pelo ajuste fiscal. O Ministro da Educação continua omitindose e, além de não apresentar nenhuma proposta sobre a pauta específica, não recebeu o CNG, o que demonstra que o mesmo caminho de pressão realizado sobre o MPOG deve ser seguido no caso do MEC. A possibilidade de sinalização de outra proposta pelo governo sobre a pauta única exige manter as ações conjuntas e ampliar as mobilizações para que o MEC efetivamente se coloque à mesa de negociação. Nossa força e unidade serão fundamentais para que consigamos reverter os cortes e alcançar nossas reivindicações junto ao governo.

Quadro atual da greve nas IFE 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

ADUFAC ADUA SINDUFAP ADUFRA ADUFPA SINDUNIFESSPA SINDUFOPA ADUNIR SESDUF-RR SESDUFT SINDIFPI ADUFERSA ADUFAL ADUFS ADUFPB SINDUNIVASF APUB APUR ADUFOB APRUMA ADUFCG ADUFCG-PATOS ADUC

Universidade Federal do Acre Universidade Federal do Amazonas Universidade Federal do Amapá Universidade Federal Rural da Amazônia Universidade Federal do Pará Univ. Fed.l do Sul e Sudeste do Pará Universidade Federal do Oeste do Pará Universidade Federal de Rondônia Universidade Federal de Roraima Universidade Federal de Tocantins Instituto Federal do Piauí Universidade Federal Rural do Semiárido Universidade Federal de Alagoas Universidade Federal de Sergipe Universidade Federal da Paraíba Universidade do Vale do São Francisco Universidade Federal da Bahia Universidade do Recôncavo da Bahia Universidade Federal do Oeste da Bahia Universidade Federal do Maranhão Univ. Federal de Campina Grande Univ. Federal de Campina Grande/Patos Univ. Fed. CampinaGrande/Cajazeiras

24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47

ADUFMAT ADUFMAT CAMPUS GOIÁS ADCAJ ADCAC ADUFDOURADOS ADUFMS SESDIFMT ADLESTE ADUFF ADUFRJ ADUFLA CLG – UFSC ADUFOP APESJF APESJF ADOM ADUFVJM UFRGS CLG – UNILAB APUFPR SINDIF-PB ADUFPI ADUFSJ

Universidade Federal do Mato Grosso Univ. Fed. do MGrosso/Rondonópolis Universidade Federal de Goiás Universidade Federal de Goiás – Jataí Univ. Federal de Goiás – Catalão Univ. Federal da Grande Dourados Univ. Federal de Mato Grosso do Sul Instituto Federal do Mato Grosso Univ. Fed.do MGros. do Sul/Três Lagoas Universidade Federal Fluminense Universidade Federal do Rio de Janeiro Universidade Federal de Lavras Univ. Federal de Santa Catarina Universidade Federal de Ouro Preto Universidade Federal de Juiz de Fora Instit. Federal Sudeste Minas Gerais Univ Fed/Jeq./Mucuri/Campus Mucuri Univ. Fed. Jeq./Mucuri/Diamantina Univ. Federal do Rio Grande do Sul Univ. Int.Lusofonia Afro-Brasileira Universidade Federal do Paraná Instituto Federal da Paraíba Universidade do Piauí Universidade Federal de São João del-Rei

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