Revista Conceitos | nº 28 | Dezembro 2021

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in Colonial Brazil (500-1822), in which we highlight the women of Tejucupapo and the importance of Dandara do Quilombo dos Palmares; (ii) Women in Brazil Empire, in which we discuss the trajectory of Chiquinha Gonzaga, a vanguard Brazilian composer, pianist and conductor, and Nísia Floresta Brasileira Augusta, the first woman to publish texts in newspapers; and, finally, (iii) Women in Brazil Republic, a moment in which we outline considerations about the history of some women who played a prominent role in the struggle for universal suffrage, for the freedom of their bodies, and in the fight against the military regime (1964 -1985). Keywords: International Women’s Day; Feminism; Women in struggle.

INTRODUÇÃO Senti-me honrada em participar, como palestrante, na I Semana de Mulheres em Resistência da ADUFPB — para comemorar o dia Internacional de luta das mulheres, 8 de março — com o tema “Memória do Movimento de Mulheres no Brasil”. Foi possível trazer um breve resgate da história de várias mulheres que serviram de inspiração para as lutas tanto no espaço urbano, como no espaço rural brasileiro ao longo dos anos1. Por se tratar de memória, dividimos o tema em três tópicos, tentando sempre o recorte dos direitos humanos (civis, políticos, econômicos, sociais e culturais) reconhecidos pelos Tratados Internacionais e pela Constituição Brasileira de 1988. No primeiro tópico, Mulheres no Brasil Colonial (500-1822); no segundo tópico, Mulheres no Brasil Monárquico (1822-1889); e no terceiro tópico, Mulheres no Brasil República. Ao traçar a linha do tempo, preferimos não nominar os movimentos feministas, nem os numerar, que são muitos. Preferimos destacar a participação das mulheres em diferentes momentos históricos, com suas experiências singulares e vozes distintas. No final, apresentamos as mulheres que, no período da ditadura militar no Brasil, destacaram-se nos movimentos políticos e sociais, e as mulheres que tiveram participações importantes, a maioria delas ficaram no anonimato, enquanto seus maridos, amores e amantes sobressaíram na história, registrada, na maioria das vezes, por homens. Para Le Goff (1990), a memória, como propriedade de conservar certas informações, remete-nos em primeiro lugar a um conjunto de funções psíquicas, graças às quais a pessoa pode atualizar impressões ou informações passadas, ou que ela representa como passadas. Segundo o autor: “[o] estudo da memória social é um dos meios fundamentais de abordar os problemas do tempo e da história, relativamente aos quais a memória está ora em retraimento, ora em transbordamento2”.

1. Neste trabalho optamos pela transcrição da oralidade para garantir a originalidade da conferência realizada no dia internacional da luta das mulheres em março de 2020. 2. Le Goff, Jacques. História e Memória. São Paulo: Unicamp, 1990, p. 368. 28

Conceitos — N. 28 - Dossiê: Mulheres em Resistência (Dez 2021)


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