Com organização do IFCS e da Comissão da Verdade da UFRJ, será realizada a palestra:
“A universidade brasileira e a ditadura militar: os impactos na UFRJ” Professor Rodrigo Patto Sá Motta (UFMG) Dia 9 de outubro (quarta-feira), 14h
Salão Nobre IFCS-UFRJ; Largo de São Francisco, nº1 - Centro
Reunião do Conselho de Representantes da Adufrj-SSind 8/10 (terça-feira) 18h30 Lembramos que as reuniões do Conselho de Representantes são abertas Auditório da Escola de Serviço a todos os professores sindicalizados. Social, campus da Praia Vermelha Pauta: 1 – Informes; e 2 - Gestão dos Hospitais Universitários.
www.adufrj.org.br Jornal da Seção Sindical dos Docentes da UFRJ
Andes-SN Ano XII no 820 7 de outubro de 2013 Central Sindical e Popular - Conlutas
Um milhão pela Educação
Neste dia 7 de outubro, segunda-feira, está sendo organizado um ato de solidariedade aos profissionais de Educação, massacrados pela polícia militar e pelas políticas dos governos Eduardo Paes e Sérgio Cabral. A concentração está marcada para 18h, na Candelária. O movimento docente da UFRJ irá se encontrar no IFCS, às 16h30, antes de rumar para a Candelária.
Hospitais Universitários
Ebserh em suspenso na UFRJ Reitor Carlos Levi, apesar da grande manifestação da comunidade acadêmica no último Conselho Universitário, ainda não descarta a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares para gestão dos HUs da universidade. Contudo, ele garante que não irá levar o tema ao Consuni, enquanto não finaliza o estudo de uma possível proposta autônoma. Página 3 Marco Fernandes - 02/10/2013
Adufrj-SSind dá boas-vindas a novos servidores da universidade Silvana Sá - 30/09/2013
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Um racismo dissimulado
Aluna de intercâmbio fala sobre preconceito encontrado no Brasil Página 6
Ex-diretores do Andes-SN serão homenageados em Brasília Atividade reuniu mais de 500 pessoas de diversos movimentos sociais, sindicais e estudantis em auditório da Uerj, dia 2
Violências do Estado são denunciadas em ato Páginas 4 e 5
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PAINEL ADUFRJ
Prefeito Eduardo Paes revela sua face conservadora Página 7
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sEGUNDA pÁGINA
Luta pela democracia Estudantes da USP entram em greve para tornar diretas as eleições para reitor Fotos: Marcelo Camargo/ABr
Atual dirigente foi escolhido mesmo sem ser o líder da lista tríplice
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s estudantes da Universidade de São Paulo (USP) deflagraram greve no dia 1º de outubro e decidiram ocupar o prédio da reitoria por tempo indeterminado. O objetivo é exigir a realização de um debate democrático sobre a estrutura de poder e as eleições para reitor com toda a comunidade acadêmica. A deliberação foi tomada em assembleia que contou com a presença de mais de mil alunos da instituição. O movimento reivindica o fim da lista tríplice, eleição direta e paritária para reitor e a paridade na composição de todos os conselhos da universidade.
A versão impressa do Jornal da Adufrj é enviada pelos Correios aos aposentados. Para os demais professores, a publicação fica disponível em locais espalhados pela UFRJ. Por dificuldades de distribuição, também recebem em casa os sindicalizados ativos do polo de Xerém e do campus Macaé. A versão online pode ser lida no site www.adufrj.org.br. Mas ao docente interessado em receber o jornal em casa, basta escrever para secretaria@adufrj.org.br.
Agenda
11 e 12 de outubro 3ª edição do Curso de Formação Sindical do Andes-SN Florianópolis (SC)
Unimed: breve interrupção nas adesões
Ato pela democratização
Estudantes, funcionários e professores paralisaram as aulas e realizaram um ato em frente à reitoria, no próprio dia 1º, onde o Conselho Universitário da USP estava reunido para discutir a democratização das estruturas da universidade, como as regras para eleição de reitor, composição dos conselhos e lista tríplice. Os sindicatos dos docentes (Adusp-SSind) e dos funcionários (Sintusp), junto do Diretório Central dos Estudantes (DCE), por meio um protocolo, tentaram acompanhar as discussões no Conselho e solicitar que a audiência fosse aberta. O pedido das entidades foi recusado e a reunião ocorreu com portas fechadas. Representantes dos funcionários no Conselho sequer puderam retornar à sessão, depois que a deixaram por alguns minutos. Diante destes episódios, os estudantes resolveram ocupar a reitoria. Segundo informações do DCE, os representantes discentes no Conselho Universitário já protocolaram uma
Aos leitores
Movimento estudantil deflagrou greve e ocupou a reitoria local desde 1º de outubro proposta exigindo o cancelamento imediato da sessão do Conselho de 1º de outubro, a convocatória imediata de uma nova reunião do colegiado, dessa vez aberta a todos, e a convocação de um plebiscito oficial da Universidade a respeito das eleições diretas na USP. O atual reitor da USP, João Grandino Rodas foi escolhido em 2009 pelo então governador José Serra (PSDB), mesmo sem ser o líder de votos da lista tríplice. O mandato de Rodas termina em 25 de janeiro do próximo ano.
Audiência de conciliação
A Justiça de São Paulo marcou para terça-feira (8) uma audiência de conciliação entre estudantes e representantes da reitoria da USP. A decisão foi tomada após a universidade entrar com uma ação para a reintegração de posse do prédio da reitoria. (Fontes: Andes-SN e Folha de SP. Edição: Adufrj-SSind)
SEÇÃO SINDICAL DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO DO SINDICATO NACIONAL DOS DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR
Sede e Redação: Prédio do CT - bloco D - sala 200 Cidade Universitária CEP: 21949-900 Rio de Janeiro-RJ Caixa Postal 68531 CEP: 21941-972
Em novembro, não haverá adesões ao convênio firmado entre a Unimed e a AdufrjSSind. Trata-se do mês de aniversário da operadora de saúde, quando, tradicionalmente, não há ingressos nos contratos do tipo empresarial (apenas são aceitos planos individuais). Como contrapartida, está sendo negociado junto à Unimed que as adesões para o mês de dezembro aconteçam com carência zero.
Plantões
Os plantões especiais de atendimento (para adesão a partir de dezembro) voltam em 16 de outubro (Fundão), 17 de outubro (Praia Vermelha), 18 de outubro (Fundão) e em 22 de outubro (Praia Vermelha). Agende o plantão da sua unidade com antecedência pelo telefone 9969-1348 (Solange) ou pelo e-mail solangejm-1957@hotmail. com. Errata Diferentemente do publicado na edição anterior do Jornal da Adufrj, Camila Damasceno não participa do Centro Acadêmico da Medicina da UnB. Ela é estudante daquele curso e integrante do Movimento Honestinas.
Tel: 2230-2389, 3884-0701 e 2260-6368
Diretoria da Adufrj-SSind Presidente: Mauro Iasi 1º Vice-Presidente: Luis Eduardo Acosta 2ª Vice-Presidente: Maria de Fátima Siliansky 1º Secretário: Salatiel Menezes dos Santos 2ª Secretária: Luciana Boiteux 1º Tesoureiro: José Henrique Sanglard 2ª Tesoureira: Maria Coelho CONSELHO DE REPRESENTANTES DA ADUFRJ-SSIND Colégio de Aplicação Letícia Carvalho da Silva; Renata Lucia Baptista Flores; Simone de Alencastre Rodrigues; suplentes: Maria Cristina Miranda da Silva; Mariana de Souza Guimarães; Rosanne Evangelista Dias; Escola de Belas Artes Beany Guimarães Monteiro; Patricia March de Souza; suplentes: Cláudia Maria Silva de Oliveira; Rogéria Moreira de Ipanema; Escola de Comunicação Eduardo Granja Coutinho; Escola de Enfermagem Anna Nery Walcyr de Oliveira Barros; Marilurde Donato; Escola Politécnica José Miguel Bendrao Saldanha; Escola de Serviço Social Rogério Lustosa; Janete Luzia Leite; suplente: Marcos Paulo O. Botelho; FACC Vitor Iorio; Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Cláudio Rezende Ribeiro; Eunice Bomfim Rocha; suplentes: Luiz Felipe da Cunha e Silva; Sylvia Meimaridou Rola; Faculdade de Educação Claudia Lino Piccinini; Rosa Maria Corrêa das Neves; Roberto Leher; suplente: Vânia Cardoso da Motta; Faculdade de Direito Mariana Trotta Dallalana Quintans; Faculdade de Letras Gumercinda Nascimento Gonda; Vera Lucia Nunes de Oliveira; Faculdade de Medicina Romildo Vieira do Bomfim; IESC Regina Helena Simões Barbosa; EEFD Alexandre Palma de Oliveira; Luís Aureliano Imbiriba Silva COPPE Vera Maria Martins Salim Instituto de Economia Maria Mello de Malta; Alexis Saludjian; Instituto de Física José Antônio Martins Simões Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional Cláudia Ribeiro Pfeiffer; suplente: Cecília Campello do Amaral Mello; Coordenador de Comunicação Luiz Carlos Maranhão Editor Assistente Kelvin Melo de Carvalho Reportagem Silvana Sá e Elisa Monteiro Projeto Gráfico e Diagramação Douglas Pereira Estagiários Darlan de Azevedo Junior e Guilherme Karakida Tiragem 4.000 E-mails: adufrj@adufrj.org.br e secretaria@adufrj.org.br Redação: comunica@adufrj.org.br Diretoria: diretoria@adufrj.org.br Conselho de Representantes: conselho@adufrj.org.br Página eletrônica: http://www.adufrj.org.br Os artigos assinados não expressam necessariamente a opinião da Diretoria.
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Hospitais universitários
Reitor diz que deliberação sobre Ebserh está suspensa Carlos Levi informa que Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares ainda não foi descartada como opção para gestão dos HUs, mas se compromete a não levar o tema ao Consuni enquanto estuda uma “solução autônoma” Elisa Monteiro - 03/10/2013
Informes foram prestados em reunião com movimentos, dia 3
Plebiscito
O reitor Carlos Levi rechaçou a proposta de realização de uma consulta ampla à comunidade sobre a Ebserh. Em sua visão, ela seria “antagônica aos esforços para encontrar uma maneira concreta realista de encontrar soluções para pelo menos quatro dos hospitais (da UFRJ) em situação mais preocupante”.
Elisa Monteiro
elisamonteiro@adufrj.org.br
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epois de a comunidade universitária expressar sua majoritária posição contrária à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, no último Consuni (dia 26 de setembro), o reitor Carlos Levi chamou as entidades representativas da UFRJ para uma reunião, no último dia 3. Nesse encontro, o dirigente anunciou que, por ora, está suspensa uma definição sobre contratar ou não a Ebserh para gestão dos HUs da instituição. Isso não quer dizer, no entanto, que a administração abandonou a ideia da empresa: o dirigente afirmou que não irá “descartar nenhuma opção”, sem verificar a “viabilidade de uma solução autônoma”. A “solução autônoma” seria resultado de grupos de trabalho internos à universidade que teriam por objetivo a recuperação das condições de bom funcionamento das unidades de saúde da UFRJ: “A prioridade é garantir funcionamento dos hospitais com nossas próprias forças”. Apesar das evidências que a Ebserh não é uma boa alternativa aos HUs, como relatado em preocupante depoimento de estudante de medicina da UnB (onde a empresa já atua na gestão) no último Consuni (conforme noticiado no edição anterior do Jornal da Adufrj) e, mais ainda, a sua incompatibilidade com o Complexo Hospitalar, o reitor admite, surpreendentemente, que a Ebserh “está no horizonte”: “Se (o quadro de dificuldades) for intransponível, considero legítimo levar em conta a Ebserh”, afirmou Carlos Levi. “A Ebserh continua no horizonte, embora hoje o horizonte não seja buscar a Ebserh”, completou, ainda, a pró-reitora de Gestão e Governança, Aracéli Cristina de Sousa. A Adufrj-SSind, o Sintufrj, o DCE Mário Prata e a Associação de Pós-graduandos (APG)
Eleição no HUCFF
Reunião entre reitoria e movimentos ocorreu dia 3, na sala dos colegiados superiores foram convidados a participar dos GTs. Eles teriam como tema “estrutura” e “pessoal”, sendo compostos por representações dos quatro segmentos e coordenados pelas pró-reitorias de Gestão e Governança (PR-6) e de Pessoal (PR-4), respectivamente. O prazo para finalização dos trabalhos seria 31 de dezembro. Segundo a administração central, seria a data limite estipulada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para substituição dos atuais extraquadros, um grande número de funcionários dos hospitais, sem vínculo empregatício regular e direitos trabalhistas mínimos. O reitor avaliou o momento como “oportuno” e se disse otimista sobre a superação das dificuldades. Ele e o vice, Antônio Ledo, garantiram que o tema não volta à pauta do Conselho Universitário, antes da conclusão desse processo interno.
Debate delicado
As entidades Adufrj-SSind, APG, DCE e Sintufrj levaram, para a reunião com a reitoria, a proposta de imediato e permanente afastamento da Ebserh da UFRJ. Também propuseram
a realização de um plebiscito para a comunidade se manifestar sobre o assunto. O movimento docente questionou a indefinição em relação à empresa. Pela Adufrj-SSind, Luciana Boiteux destacou que a mobilização no último Conselho Universitário (dia 26 de setembro) “deixou claro que a comunidade universitária é majoritariamente contrária à Ebserh”. Para Boiteux, “uma posição ambígua da universidade” dificulta as ações de concordância comum, como a realização de concursos. “Ao não deixar claro o ‘não’, como fez a UFPR, se agravam as pressões do governo pela adesão”, ressaltou Boiteux. Os estudantes também criticaram a sinalização enviesada da universidade. “O que a universidade precisa fazer é deixar claro o que quer para o governo federal”, disse Gabriela Celestino, pelo DCE. O argumento do limite em 31 de dezembro também foi alvo de críticas: “A responsabilidade é do governo e não da universidade. Já debatemos isso muitas vezes, esse tipo de ruído é o que não precisamos”, disse Boiteux. A administração respondeu que o prazo se trata de uma referência para os
trabalhos. Nelson Souza e Silva, da Faculdade de Medicina e diretor do Instituto do Coração, destacou o que a UFRJ “deve ser a única universidade do Brasil com projeto próprio de Complexo Hospitalar” e criticou o afastamento do hospital de ensino da universidade, via Ebserh. O presidente eleito da Adufrj-SSind, Cláudio Ribeiro, também reivindicou a perspectiva institucional do problema: “O plano diretor da UFRJ coloca a necessidade de acabar com a fragmentação acadêmica, espacial e administrativa. E a Ebserh necessariamente cria uma fragmentação - inclusive espacial, (com a sede) funcionando em Brasília. As universidades que assinaram estão enfrentando hoje problemas com o não funcionamento desta empresa, e terão mais graves problemas, se um dia essa empresa vier a funcionar”.
Próximo encontro
Um novo encontro para negociação foi agendado para quinta-feira seguinte, 10, também na sala dos Conselhos.
A eleição para direção do Hospital Clementino Fraga Filho (HUCFF) entrou no debate. O mandato da atual gestão, pró-Ebserh, encerra-se em 16 de dezembro. Pelo Sintufrj, Francisco de Assis sublinhou a importância da manutenção do calendário eleitoral regular e repudiou qualquer possibilidade de prorrogação da atual diretoria. Romildo Bomfim (diretor recémeleito da Adufrj-SSind), que é da Medicina, observou que o pleito pode “mudar completamente o figurino do hospital”. Bomfim também reivindicou que a eleição seja realizada nos devidos prazos. A pró-reitora Aracéli destacou que a eleição do HUCFF está dentro do prazo.
Reunião com Diretores
A decana do centro de Ciências da Saúde, Maria Fernanda, informou que as direções de todas as unidades hospitalares da UFRJ se reuniram na mesma tarde com a Pró-reitoria de Pessoal para discutir o problema de mão de obra, em especial extraquadros. Segundo a decana, serão realizadas reuniões semanais sobre o tema, sempre às quintas-feiras.
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7 de outubro de 2013
Movimento Evento ocorreu no último dia 2 Silvana Sá
Auditório 51 da Uerj foi totalmente tomado
silvana@adufrj.org.br
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o último dia 2, mais de 500 pessoas lotaram um auditório da Uerj no “Ato contra as violências do Estado” promovido por diversos movimentos sociais e sindicais. Representantes do Andes-SN e de suas Seções do Rio de Janeiro prestigiaram o evento (diretores e militantes da Adufrj-SSind marcaram presença). Os professores municipais, mais recentemente atingidos pela repressão policial, foram aclamados como heróis. Bombeiros, que também travaram um duro embate contra o governo estadual, em 2011, se somaram à atividade no 5º andar da universidade. A atividade político-cultural começou no hall dos elevadores do 1º andar, conhecido como Hall do Queijo. Lá, os participantes confeccionaram cartazes contra as diversas formas de violência policial. As inscrições “Onde está Amarildo?” e “Educação em luto” eram as mais comuns.
“Cabral, bandido, cadê o Amarildo?”
Ao som do batuque dos blocos “Nada” e “Canjerê”, este da Maré, os manifestantes subiram as escadarias do prédio da Uerj com palavras de ordem. Dentre elas: “Cabral, bandido, cadê o Amarildo?”. Segundo informações da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), de 2007 até agora, desapareceram 35 mil pessoas só no Rio de Janeiro. Em linhas gerais, todos os discursos mostraram solidariedade aos professores da rede municipal. Também cobraram a desmilitarização da PM e de outros organismos de segurança, como a Guarda Municipal do Rio; além de fortes críticas às Unidades de Polícia Pacificadora, na cidade. O 1º vice-presidente do Andes-SN, Luiz Henrique Schuch, enfatizou a importância daquele encontro: “Este ato é importante não só para o Rio de Janeiro, mas para todo o país. É uma demonstração de força e de que não nos calaremos diante da covardia do Estado”. Ele fez uma saudação aos docentes municipais: “A Educação parou para ensinar. É uma derrota para este governo ter que colocar o policiamento ostensivo na rua contra os professores. Eles (governantes) agem de maneira dissimulada. Escondem-se atrás da máscara de bons moços. Cabral e Paes não querem que sua fotografia seja a do caveirão, como vem ocorrendo”. Mauro Iasi, presidente da Adufrj-SSind, representou o PCB no ato. Ele criticou duramente a existência de um Estado que serve ao capital: “Talvez a maior de todas as violências do Estado seja o Estado. Dez por cento da população detêm 73% das riquezas do país”. Além de Mauro, também manifestaram-se representantes
Ato denuncia violências do Estado Arbitrariedades praticadas pelos diversos governos provocam a unidade de movimentos sindicais, estudantis e populares, em ato na Uerj. Ação brutal da PM contra os professores grevistas é a mais criticada
do PSOL e do PSTU. O evento foi organizado pela CSP-Conlutas, Andes-SN, AduffSSind, Adufrj-SSind, Asduerj, MST, Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Sintuff, Sintufrj Vermelho, AduniRio, Sepe, Rede de Desenvolvimento da Maré, Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre, Grupo Tortura Nunca Mais-RJ, Favela Não se Cala, mandato do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), mandato do vereador Renato Cinco (PSOL) e pelo CRESS-RJ.
Escola de Música foi atingida No dia 1º de outubro, quando os professores da rede municipal de ensino foram atacados pela PM, acontecia a XX Bienal de Música Contemporânea da Funarte, na Escola de Música da UFRJ, nas imediações da Câmara Municipal. O prédio funciona na Rua do Passeio. Um grupo de professores
buscou refúgio na Unidade, mas a polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo, inclusive na entrada do prédio. Segundo mensagem divulgada pelo professor Leonardo Fuks, as pessoas que acompanhavam o concerto passaram mal pelos efeitos dos gases. O evento precisou ser interrompi-
do por 40 minutos. “Devemos nos lembrar de que uma grande parte dos licenciados egressos de nossa Escola de Música são professores de Música dos sistemas de ensino municipal e estadual”, diz um trecho do texto, que pede “firme ação da UFRJ” e a tomada de “todas as medidas cabíveis” contra a ação da PM.
7 de outubro de 2013
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Movimento Fotos: Marco Fernandes - 02/10/2013
Tomaz Silva/ABr - 1º/10/2013
Em vez de diálogo, os professores da rede municipal foram recebidos com balas de borracha e gás lacrimogêneo, no dia 1º
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Faculdade de Educação, CAp-UFRJ, IFCS e IH repudiam ação policial
Faculdade de Educação da UFRJ divulgou moção de repúdio contra o que classificou como “covardia, autoritarismo e completo desrespeito à dignidade profissional e humana”, no episódio que marcou o dia 1º de outubro. A Unidade forma diversos profissionais de educação, muitos que já atuam nas redes municipal e estadual do Rio. De acordo com a nota, “os atos de agressão gratuita cometidos pela corporação policial são a expressão da forma como as duas esferas (estadual e municipal) tratam seus profissionais”. As direções do IFCS e do Instituto de História também se manifestaram sobre o assunto. Marco Aurélio Santana, diretor do IFCS, observou que docentes da rede municipal, “muitos
nossos alunos e ex-alunos” buscaram abrigo no prédio do Largo de São Francisco, diante da repressão da PM: “Impressionou, uma vez mais, a truculenta ação policial contra professoras e professores, muitos dos quais brutalmente atacados. Esta, certamente, não é a melhor maneira de se lidar com tema tão candente para nossa sociedade. Transformouse questão social em questão de polícia. Uma postura que precisa ser sonora e veementemente repudiada”, diz um trecho da nota. A diretoria do Instituto de História condenou a discussão e aprovação de um plano de carreira para o magistério municipal sem a participação da categoria. E também não perdoou os ataques aos professores: “O Instituto de História (IH) da Universidade Federal do Rio
de Janeiro, instituição que forma muitos dos professores de História que trabalham na rede pública do Município do Rio de Janeiro, repudia com veemência a proibição dos professores ocuparem as galerias da Câmara Municipal para acompanhar a votação do Plano de Carreira para o Magistério, além da brutal e desmedida repressão sofrida pelos docentes nos arredores da Câmara Municipal que se espalhou, ontem à noite , pelo centro da cidade do Rio de Janeiro”. Os professores do Colégio de Aplicação da UFRJ solidarizaram-se com a greve dos colegas das redes municipal e estadual e repudiaram a violência do Estado: “Nós, professores do Colégio de Aplicação da UFRJ, atuamos em conjunto com a Faculdade de Educação e diversos Institutos da
Encerramento na Aldeia Maracanã
“Sem hipocrisia”
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Dez por cento da população detêm 73% das riquezas do país Mauro Iasi Presidente da Adufrj-SSind
Grupos de hip-hop compostos por jovens artistas alertaram para a massacrante realidade vivida pelos moradores de favela. Suas músicas relataram agressões de policiais contra a população negra e pobre. Na música “Papai Noel de Favelado”, o rapper PH Lima, de São Gonçalo, conta que, na noite de Natal, o caveirão entrou na comunidade e os policiais, com sacos nas mãos, colocaram jovens no veículo blindado para serem torturados e executados. “No alto um besourão / Lá embaixo mais cinco blindados / Mais de 50 mortes foi o número total / Que foram batizadas de presente de Natal”, diz um trecho da canção. O grupo O Levante, de hiphop, e o rapper Fiel, do Santa Marta, também levaram a expressão da rebeldia, nas suas letras, para o ato. Fiel, conhecido nos movimentos sociais
UFRJ para a formação de professores. A cada ano acolhemos jovens ávidos pelo saber e comprometidos com a educação como instrumento fundamental para as melhorias sociais e econômicas dos brasileiros. Na qualidade de copartícipes da formação inicial e continuada de professores e como professores da educação básica, vimos, por meio desta, manifestar nosso total repúdio às recentes ações violentas, injustificadas e injustificáveis, perpetradas por policiais contra os professores manifestantes, a mando do Presidente da Câmara de Vereadores, do Governador e do Prefeito do Rio de Janeiro”. As notas completas das Unidades podem ser encontradas na página eletrônica (www.adufrj. org.br) e nas redes sociais da Seção Sindical.
O encerramento do evento não poderia ser em local mais apropriado: aconteceu na Aldeia Maracanã, nas proximidades da Uerj. Os indígenas que lá residem lutaram com todas as suas forças contra o governo do estado para impedir a demolição do prédio.
Atividades culturais também passaram a mensagem política contra as violências do Estado, no ato do último dia 2 por ter feito uma cartilha sobre abordagem policial assim que a UPP foi instalada em sua comunidade, em 2008, observou que foi preso por causa disso. “Fui arrastado pelas ruas do morro, porque eles não admitiam que alguém pudesse questionar o Estado”, disse. Ao fim das apresentações,
os participantes do ato saudaram os artistas populares e, aos gritos, repetiram as palavras de ordem dos moradores da Maré, no ato que fechou a Avenida Brasil, em julho, quando dez pessoas foram assassinadas pela PM: “Sem hipocrisia, essa polícia mata pobre todo dia”.
Apoio aos educadores Haverá uma manifestação de apoio aos educadores do Rio, com concentração às 16h30 no IFCS e 18h na Candelária, nesta segunda-feira, 7.
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7 de outubro de 2013
UFRJ
Quando o racismo se revela Aluna de intercâmbio diz ter que responder constantemente a questões preconceituosas sobre a África Ela foi trazida de Cabo Verde pelo Programa Estudante Convênio de Graduação Darlan de Azevedo Estagiário e Redação
D
esde a promulgação da Carta Constitucional de 1988, o racismo é declarado como crime inafiançável. No entanto, resquícios histórico-culturais presentes na sociedade brasileira mantêm vivo, mesmo que de forma velada, um intenso preconceito racial por parte da elite branca dominante. Em um caso recente envolvendo a UFRJ, o estudante negro Delmar Lopes Siga, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), foi autuado pela Polícia Militar em Jacare-
paguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro, por um suposto assalto de celular. De acordo com depoimento apresentado na delegacia, Delmar, natural de Guiné-Bissau (país cuja língua oficial é o francês), pediu informação a uma mulher, que fugiu assustada. Ao passar pelo local, um policial achou que se tratava de um roubo e prendeu o aluno. Atualmente, o guineense responde ao processo em liberdade. A estudante do 8º período da Escola de Comunicação da UFRJ, Rossana Ribeiro, de 22 anos, cursa Jornalismo desde 2010, quando veio para o Brasil através do mesmo programa que trouxe Delmar, o PEC-G (Programa Estudante Convênio de Graduação). Ela engrossa as críticas ao racismo, por vezes dissimulado, que encontrou no Rio de Janeiro. Natural de Cabo Verde, país localizado na costa ocidental da África, Rossana observou que a chamada “hos-
Darlan de Azevedo - 26/09/2013
Rossana escolheu o Rio após receber boas indicações de tios, formados na UFF pitalidade brasileira” não passa de um mito. Rossana diz que a integração entre os estudantes de países africanos e os brasileiros não é tão aprofundada: “Vejo na verdade maior integração entre os estudantes de origem africana do que propriamente com os brasileiros. É recorrente sairmos juntos e termos amizades mais próximas com
quem vivia por lá e acredito que isso não é o propósito de um intercâmbio”, completa. Para ela, é comum a necessidade de desconstruir muitos dos estereótipos dados ao continente africano, como responder se existem prédios em Cabo Verde. Também nota olhares estranhos quando relata a alguém seu país de origem.
Sonho de estudar no Rio
Apesar dos problemas, Rossana conta que sempre sonhou em morar no Rio de Janeiro e após receber boas indicações de tios, ambos formados na Universidade Federal Fluminense (UFF), escolheu a cidade. “Desde criança eu via o Rio de Janeiro nas novelas e quando descobri a qualidade da UFRJ não pensei duas vezes antes de vir para cá”, confessa.
Programa objetiva criar mão de obra qualificada para países da África e América Latina Há cerca de 90 alunos com matrícula ativa no PEC-G O Programa Estudante Convênio de Graduação (PEC-G) atrai estudantes de países da América Latina e do continente africano após completarem o equivalente ao Ensino Médio brasileiro, em seus respectivos países. Ele atende universidades federais, estaduais e até mesmo particulares, porém não cobre nenhum tipo de gasto dos alunos. Eles devem receber bolsas de seus países para se sustentarem aqui durante o curso. Para estudantes de países não lusófonos, também é necessário
realizar um curso de proficiência de língua portuguesa durante um ano chamado Celpe-Bras. Segundo dados do programa, dos países que mais exportam estudantes, destacam-se na África: Cabo Verde (possui português como língua oficial), além de Togo, Congo e GuinéBissau (todos possuem o francês como língua oficial). Já pelo continente americano, alunos de países como Paraguai, Colômbia e Bolívia aparecem com mais frequência. Em relação aos cursos, os mais tradicionais como Direito, Engenharia e Medicina são majoritariamente os mais procurados. Contudo, outras graduações como Arquitetura, Comunicação Social, além de outros cursos da área
de saúde também demonstram grande demanda. Atualmente o programa atende um total de aproximadamente 90 alunos dentro da UFRJ, sendo contabilizados apenas os que possuem matrícula ativa. Chefe da Seção de Seleção e coordenador do PEC-G, Carlos Celano ressalta que muitos desses estudantes estrangeiros vêm para o Brasil com uma educação de base deficitária, o que acarreta em dificuldades para concluírem a graduação. “Notamos que cursos das ciências exatas, por exigirem muito de Matemática e Física nas suas cadeiras, como cálculo e álgebra, dificultam o domínio por parte desses estudantes. Isso ocorre, em outras proporções, também na área de
humanas”, afirma. Além disso, o alto custo de vida nas grandes capitais do país, isto é, no eixo da Região Sudeste, inviabiliza muitas vezes um bom aprendizado. Celano explica que o programa pretende estender essa parceria com universidades de regiões fora dos grandes centros, pelo custo de vida menor: “Convênios com universidades da região Nordeste devem ser firmados para evitar o elevado número de desistências”.
Dificuldade em arcar com os custos no Rio de Janeiro
Morar na cidade não está fácil. Mesmo estagiando na Coordenadoria de Comunicação da UFRJ, Rossana Ribeiro
destaca que os altos preços dos aluguéis dos imóveis aliados à histórica dificuldade de mobilidade urbana dificultam o acesso à moradia. Principalmente para quem vem de fora, pois outro empecilho é a necessidade de um fiador. Inicialmente, ela se instalou numa república de cabo-verdianos, porém ressalta que rapidamente o local tornou-se insustentável (o imóvel era dividido com mais nove pessoas). Atualmente, vive no bairro da Tijuca, Zona Norte do Rio, junto de mais duas amigas brasileiras, uma das quais conseguiu a mãe como fiadora. “Sempre me disseram que o Rio de Janeiro era caro, só não imaginei que fosse tanto”, completa.
Movimento docente
Ex-diretores do Andes-SN serão homenageados Osvaldo Maciel e Edmundo Fernandes vão ganhar placas na sede do Sindicato
O
s professores Osvaldo de Oliveira Maciel e Edmundo Fernandes Dias serão homenageados durante o VII Encontro Intersetorial do Andes-SN, que acontece em Brasília, de 25 a 27 de outubro.
No dia 26, será feito o descerramento das placas que darão o nome dos docentes ao Centro de Documento e à sala de reuniões da entidade, conforme decidido em encontros anteriores do Sindicato Nacional. Segundo circular enviada às Seções Sindicais, a diretoria do Andes-SN optou por prestar a deferência durante o VII Intersetorial, uma vez que a atividade reunirá um grande número de docentes.
Kelvin Melo - 2007
Edmundo Fernandes, durante o 26º Congresso
História
Osvaldo de Oliveira Maciel foi o primeiro presidente do Andes-SN, em 1982, além de ter sido um dos fundadores da Associação dos Professores da Universidade Federal de Santa Catarina, da qual também ocupou a presidência. Maciel faleceu em 12 de dezembro de 2005. Edmundo Fernandes Dias também teve participação ativa na criação e construção do Andes-SN, tendo ocupado, por di-
versas vezes, cargos na diretoria da entidade: 3º Vice-presidente (1992-1994); Secretário-Geral (1994-1996 e 2000-2002); 3º Secretário (2004-2006), destacando-se com suas contribuições corajosas na construção de um movimento sindical independente e de classe, comprometido exclusivamente com os trabalhadores. Edmundo faleceu no dia 3 de maio deste ano. (Fonte: Andes-SN. Edição: Adufrj-SSind)
7 de outubro de 2013
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Painel Adufrj Questão
Eduardo Paes faz aquele gênero boapraça, garoto da zona sul que bebe chope no subúrbio, desfila na Portela, discute futebol, perfil de sujeito que se deu bem na vida mas que, digamos, não rejeita relações mais horizontais. Por trás dessa imagem pública se manifestam as entranhas de um conservadorismo sombrio que expele ódio e preconceito de classe. O massacre em curso dos professores municipais rasga a máscara do prefeitinho de alianças obscuras com setores ativos das elites, entre os quais, a família Marinho, da TV Globo e da Fundação Roberto Marinho – instituição que, segundo o vereador Renato Cinco, recebe arcas de dinheiro desviado da educação pública.
No olho do furacão A convulsão política na área da saúde na UFRJ tem outra agenda explosiva. A sucessão na direção do Hospital do Fundão já incendeia os bastidores. A instituição tem que iniciar dezembro com novo diretor.
LIVROS
O geógrafo e ambientalista Elmo Amador está lançando os livros Baía de Guanabara e Bacia da Baía de Guanabara. Elmo foi professor e diretor do Instituto de Geociências da UFRJ. Entre 1993 e 1995, foi diretor da Adufrj-SSind.
Secchin: uma vida em letras, organizado por Maria Lucia Guimarães de Faria e Godofredo de Oliveira Neto, expõe a obra do professor e membro da Academia Brasileira de Letras, Antonio Carlos Secchin. O livro será lançado pela Editora UFRJ nesta quarta-feira, 9, às 18h, no Colégio Brasileiro de Altos Estudos da universidade. Na mesma ocasião, o imortal receberá o título de emérito da UFRJ, em sessão solene do Consuni.
Vida de Professor
DA REDAÇÃO
O dono da máscara
Quando a Prefeitura Universitária irá retomar os estacionamentos nas cercanias do CCS?
O lançamento, no dia 16 de outubro, está sendo organizado pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro: às 17h30 no auditório da entidade – Rua Buenos Aires, nº 40, no 5º andar.
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High-tech Um robô foi instalado no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do IPPMG para auxiliar os médicos no tratamento das crianças. A máquina tem vários programas e dois técnicos foram chamados para treinar o pessoal para o seu uso.
Contrassenso Ao mesmo tempo, o instituto acaba de fechar mais uma enfermaria. Com a palavra, a direção.
Bilionários
Internet
No ranking de bilionários brasileiros da revista Forbes Brasil, barões das corporações familiares da mídia privada no país se destacam. Isso revela que o reacionarismo expresso no conteúdo dos veículos de comunicação cumpre a sua centralidade estratégica no campo ideológico. Mas também tem a sua funcionalidade ao propiciar muito dinheiro ao setor da burguesia que domina o negócio.
Roberto Irineu Marinho
A revista publicou a relação de 124 super-ricos brasileiros. Nessa lista dos afortunados deste país de desigualdades profundas, logo na terceira, quarta e quinta posições surgem, respectativamente, Roberto Irineu Marinho, João Roberto Marinho e José Roberto Marinho. No 14º lugar aparece Giancarlo Civita & família. Trata-se da família dona da empresa que, entre outras revistas, publica a Veja. Diego Novaes
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7 de outubro de 2013
Universidade
Os novos rostos da UFRJ
Trinta docentes e 12 técnicos-administrativos tomam posse, no último dia 30, em cerimônia na reitoria Fotos: Silvana Sá - 30/09/2013
Adufrj-SSind dá boasvindas aos servidores Silvana Sá
silvana@adufrj.org.br
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rinta professores e 12 técnicos-administrativos ingressaram formalmente na UFRJ, no dia 30 de setembro. Eles irão compor os quadros dos campi do Rio de Janeiro e Macaé, além do polo avançado de Xerém. A cerimônia de posse foi realizada no 7º andar do prédio da reitoria. Dela participaram o pró-reitor de Pessoal, Roberto Gambine; o superintendente de Pessoal, Agnaldo Fernandes; e o decano do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Marcelo Corrêa e Castro. A 2ª Secretária da AdufrjSSind, Luciana Boiteux, e o presidente eleito da Seção Sindical, Cláudio Ribeiro, deram as boas-vindas aos novos professores. E também os alertaram para os desafios que o movimento docente enfrenta em defesa da carreira e pela melhoria das condições de trabalho.
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“A integração de vocês na nossa luta, em termos de melhorias da atual carreira, é fundamental”
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Luciana Boiteux Diretora da Adufrj-SSind
Carreira docente
Luciana pediu que os recémingressos se somassem à luta travada pelo Sindicato Nacional e suas Seções Sindicais: “A integração de vocês, novos professores, na nossa luta em termos de melhorias da atual carreira, é fundamental”, afirmou. Ela os convidou para a posse da próxima diretoria da Adufrj-SSind (biênio 2013-2015), dia 15 de outubro, na Casa da Ciência. Cláudio, por sua vez, disse que a presença dos novos professores na UFRJ é desejada, esperada e de extrema importância: “Inclusive porque são mais pessoas para nos ajudarem a lutar por melhorias tanto da carreira, quanto dos direitos de aposentadoria”. Ele chamou os professores para um debate sobre a car-
A sala, no prédio da reitoria, ficou pequena para acomodar os novos servidores, além de amigos e familiares reira da categoria, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. A atividade vai acontecer em 16 de outubro (o horário e o local serão divulgados na próxima edição do Jornal da Adufrj): “Vamos focar também no assédio moral, que é muito vivenciado especialmente por quem está em estágio probatório, que é a realidade de vocês a partir de agora. Eu ingressei na universidade em 2011, ainda estou em estágio e sei as dificuldades”, argumentou.
Serviço público
O pró-reitor de Pessoal, Roberto Gambine, afirmou que a decisão de realizar uma cerimônia de posse se devia à necessidade de marcar a retomada da capacidade da UFRJ em receber novos servidores: “Aprendi isso com meu antecessor, o professor Luiz Afonso Marins (pró-reitor de Pessoal nas gestões do ex-reitor Aloísio Teixeira). Na década de 90 e até terminar o governo FHC, a universidade ficou completamente desprovida de concursos. O mínimo que podemos fazer é recebê-los da maneira mais solene possível. É um reconhecimento público da importância de vocês”. Gambine enfatizou a necessidade de novos servidores para a sobrevivência da instituição: “Se eu entendo a importância de uma estrutura pública de ensino, eu preciso de pessoas que toquem a missão dessas instituições. É preciso garantir continuidade para que o conhecimento não se perca”.
Chegando com disposição
Jovens, os docentes recémingressos querem contribuir para o fortalecimento da instituição pública
A média de idade dos professores recém-ingressos na UFRJ não chega a 40 anos. Muitos acabaram de sair do doutorado. Outros, do mestrado. O que têm em comum? O desejo de construir uma carreira na universidade pública. E o sonho de atuar na instituição que os formou. Fernanda Costa, de 27 anos,
resume o sentimento: “É emocionante estar aqui”. Ingressou em 2004 na graduação da UFRJ, seguiu os estudos no mestrado e em seguida no doutorado. Ela assume vaga na Faculdade de Farmácia, no Fundão, como professora Auxiliar. “Sempre tive certeza de que queria seguir a carreira acadêmica”. A docente se diz ansiosa e aberta para “todas as possibilidades que a universidade lhe oferecer”. Sergio Augusto Ibarra, de 29 anos, veio ao Brasil fazer doutorado: “Sou da Colômbia e me identifiquei muito com o Brasil”. Ele foi aprovado como professor Adjunto do campus Macaé, em Matemática/Cál-
culo. “Fiz uma visita à cidade e gostei. Logo depois surgiu a oportunidade do concurso. Dei sorte de conseguir passar. É uma incrível oportunidade”, afirma. Depois de uma “maratona de estudos”, como definiu a professora Giovana Xavier, Adjunta, veio a recompensa: ser aprovada no concurso. Ela tem 34 anos e atuará na Faculdade de Educação, na Praia Vermelha. “Fui aluna da UFRJ e espero contribuir para o fortalecimento da universidade pública, gratuita e de qualidade. Espero com meu trabalho continuar acreditando e formar quem acredite numa universidade crítica”.
Fernanda Neves: “É emocionante estar aqui”
Sérgio Augusto: “Uma incrível oportunidade”
Giovana Xavier levou, para a posse, o filho Peri