Jornal da Adufrj-SSind - Edição 825 - 11/11/2013

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18 de novembro (segunda-feira) - 17h Auditório da Escola de Serviço Social campus da Praia Vermelha

Pauta

Reunião do Conselho de Representantes da Adufrj-SSind

1 - Informes; 2 - Atividades nas Unidades; 3 - 33º Congresso do Andes-SN; 4 - Segurança e Mobilidade, e 5 - Assuntos gerais.

Lembramos que as reuniões do Conselho de Representantes são abertas a todos os professores sindicalizados.

www.adufrj.org.br Jornal da Seção Sindical dos Docentes da UFRJ

MARXISMO EM ALTA Fotos: Marco Fernandes - 01/11/2013

Sala cheia para José Paulo Netto e Gaudêncio Frigotto Pagína 4

Andes-SN Ano XII no 825 11 de novembro de 2013 Central Sindical e Popular - Conlutas

Eleição agita HUCFF Dos dois candidatos que disputam a direção do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, só Eduardo Côrtes assumiu claramente posição contrária à Ebserh. Luiz Augusto

Feijó, o candidato da situação, foi vago ao responder sobre a questão no primeiro debate da campanha. As eleições estão previstas para os dias 25, 26 e 27 de novembro. Na

terça-feira, dia 5, um ato em defesa do hospital reuniu representantes dos três segmentos da UFRJ, além de entidades da área da saúde Páginas 2 e 3

Silvana Sá - 08/11/2013

Diretor manda barrar estudantes O diretor da Escola de Educação Física, Leandro Nogueira, mandou seguranças impedirem a entrada de estudantes que queriam realizar um ato de protesto contra o autoritarismo da direção. O fato aconteceu na tarde de sexta-feira 8. A direção da Adufrj-SSind disse que o direito de manifestação deve ser respeitado. Página 6

Barrados. Estudantes não puderam entrar no prédio da EEFD Elisa Monteiro - 05/11/2013

Boas-vindas Mais 58 professores tomaram posse na UFRJ na terça-feira 5. Entre eles, Carolina Mesquita, que deixou a UFMG. Página 8

PAINEL ADUFRJ

Atas com o registro de sessões do Conselho Universitário no período da ditadura estão sumidas. Página 7

CAp define eleições Página 5

Unimed: carência zero Página 2

Seminário Internacional discute obra de Carlos Nelson Coutinho Página 5


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Eleições no HUCFF

Primeiro duelo da campanha

Candidatos à direção do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Eduardo Côrtes e Luiz Augusto Feijó começaram a mostrar seus programas em debate direcionado aos professores que atuam naquela Unidade Próximo encontro dos dois será com os estudantes, dia 13

Fotos: Marco Fernandes - 07/11/2013

Silvana Sá

silvana@adufrj.org.br

O

primeiro debate entre os dois candidatos à direção do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) aconteceu no último dia 7. E nele começou a ficar mais claro para a comunidade acadêmica o que cada um pensa sobre a proposta da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), modelo de gestão que o governo federal tenta impor aos HUs federais Luiz Augusto Feijó, chefe da Divisão Médica, foi escorregadio ao responder sobre sua postura diante de eventual contratação da Ebserh. Afirmou apenas que seu “posicionamento com relação à empresa é acatar o que for decidido no Conselho Universitário da UFRJ”. Já Eduardo Côrtes, chefe do Núcleo de Pesquisa em Câncer, embora tenha afirmado que não desrespeitará o colegiado superior da universidade, foi enfático nas críticas à empresa: “Temos a proposta da Ebserh de um lado e, do outro, a autonomia universitária. Não podemos aceitar que uma universidade como a UFRJ não faça proposições para administrar-se”.

Desafios administrativos

Côrtes e Feijó expuseram os principais pontos dos programas das chapas e responderam a perguntas da plateia. A mediação foi realizada pelo professor da Faculdade de Medicina e presidente da comissão eleitoral, Hélio Rocha. Além da Ebserh, os candidatos também foram inquiridos sobre os desafios administrativos do hospital e a política de pessoal. Eduardo Côrtes afirmou ser candidato de oposição “a tudo aquilo que levou a instituição a essa derrocada”. Luiz Feijó, embora faça parte da atual gestão, afirmou que não existe “continuísmo”, mas está disposto “a mudar a realidade” do Clementino Fraga Filho. Nas apresentações, Eduardo Côrtes falou sobre o grupo de estudo criado no HUCFF para tentar solucionar a “mais profunda crise” vivenciada pelo hospital desde sua criação. Relatou ações em Brasília, junto ao Tribunal de Contas da União, ao Ministério

O auditório Alice Rosa, no 12º andar do hospital, será palco de mais três debates da campanha eleitoral para a direção Público da União, ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, entre outros órgãos da administração pública. Luiz Feijó contou sobre sua experiência à frente da Divisão Médica do hospital e suas ações junto à reitoria para ajudar a solucionar os problemas do HU. Ele informou que realiza estudos e projetos em parceria com a Coppe.

Levi teria, ainda, concordado em disponibilizar um administrador para cuidar das áreas de compras e licitações. Eduardo Côrtes alimentou a perspectiva de aproximadamente 400 leitos, número indicado pela pró-reitora de Gestão e Governança, Araceli Cristina Ferreira, em recentes apresentações sobre os planos de reestruturação do HU.

Aumento de leitos

Transplantes

Feijó disse trabalhar para que haja um aumento imediato de 235 para 257 leitos, mantendo-se os extraquadros. E a ampliação dos leitos de UTI de dez para 24. Também previu a reativação da Ala D do hospital e do 11º andar. Segundo o candidato, o reitor Carlos Levi garantiu que os terceirizados não serão “demitidos da noite para o dia”.

O HU, um dos maiores hospitais do Brasil, e o mais importante no Rio em alta complexidade vê dia após dia o número de transplantes ser reduzido. Com poucos leitos de UTI em funcionamento, o hospital fica sem suporte para realizar esses procedimentos, além do fato de a emergência, fechada à noite e aos fins de semana, segundo

afirmações dos dois candidatos, não oferecer a segurança necessária para o atendimento a um paciente que eventualmente apresente complicações. Sobre essa questão, ambos os candidatos se demonstraram bastante sensíveis. “É feito um transplante de fígado por mês no HU, enquanto outras instituições fazem 50. É uma exigência da alta complexidade que o hospital tenha uma emergência em funcionamento. Somente recuperando essas áreas do hospital conseguiremos reativar essa parte tão importante para o HU e para a população”, afirmou Côrtes. Feijó informou que de janeiro a outubro desse ano foram realizados 21 transplantes renais, oito hepáticos e três de córnea e que tem muito interesse em melhorar a área: “O objetivo de qualquer

hospital é ampliar seus programas de alta complexidade”.

Considerações finais

Nas considerações finais, Côrtes deixou claro que não é candidato dos sindicatos. Observou ainda que o HU precisa modernizar suas práticas e atuar de forma articulada com as diversas Unidades de Saúde que desempenham atividades no hospital, além da Faculdade de Medicina (FM). Feijó disse que os problemas do Clementino Fraga Filho são antigos, que a responsabilidade não é da atual gestão. Segundo ele, não se deve atacar a imagem do atual diretor, Marcus Eulálio, “que é comprometido com o HU, com a FM e com a universidade”.

Campanha eleitoral Início em 04/11. Término em 22/11. Debates: No Auditório Alice Rosa - 12º andar - às 10h 13/11 - para alunos 14/11 - para técnico-administrativos 18/11 - todos os segmentos Votação: 25, 26 e 27/11 Apuração: 28/11. Posse: 19/12.

Urnas

As urnas estarão localizadas no saguão dos elevadores, no subsolo do HUCFF. Serão três mesas de Consulta por dia de votação nos seguintes horários:

Eduardo Côrtes

Luiz Augusto Feijó

Mesa 1- para os docentes, das 7h às 17h; Mesa 2- para os funcionários técnicoadministrativos, das 7h às 19h; Mesa 3- para os alunos, das 7h às 17h.


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HUCFF

A Ebserh aqui não tem vez

Representantes dos três segmentos da UFRJ, além de entidades da Saúde, promovem ato em defesa do maior HU da universidade e contra a adesão à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, proposta pelo governo Fotos: Marco Fernandes - 05/11/2013

Manifestação ocorreu no último dia 5 Silvana Sá

silvana@adufrj.org.br

A

Jorge Darze Presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro

Manifestantes seguiram em passeata da porta principal do HU até a entrada do ambulatório de Janeiro, destacou a importância do HU para a população carioca e afirmou que a Ebserh age de maneira autoritária: “Dinheiro público tem sido usado para comprar equipamentos antes mesmo de a empresa administrar os hospitais. Equipamentos

que ficam estocados nos corredores por não terem condições de serem instalados”, disse.

Tradição de luta

Sidnei Ferreira, professor do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira

(IPPMG) e presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremerj), também criticou a tentativa de privatização da Saúde e afirmou que a UFRJ resistirá: “Temos uma tradição de luta. Sou médico do IPPMG há 35 anos e nunca vi ataques

Apenas seis universidades em todo o Brasil aderiram à Ebserh, ao contrário das 36 anunciadas pela empresa e pelo governo federal

manhã de 5 de novembro foi agitada em frente ao Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF). As entidades representativas de segmentos da UFRJ (Adufrj-SSind, DCE Mário Prata e Sintufrj), além de organizações ligadas à Saúde, como o Conselho Regional de Medicina do Rio, o Sindicato dos Médicos e o Sindsprev, participaram de um ato público em defesa daquela Unidade. A maior preocupação é o discurso da atual diretoria do hospital que prevê o fechamento do HUCFF, caso os problemas de infraestrutura, financiamento e de pessoal não sejam resolvidos. Os segmentos da universidade consideram que esta postura representa uma pressão para que seja aprovada, pela UFRJ, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), proposta de gestão privatizante do governo federal. No início de outubro, o reitor Carlos Levi anunciou que a discussão a respeito da empresa está suspensa na UFRJ, enquanto a administração central estuda uma possível solução autônoma. No entanto, os setores pró-Ebserh continuam atuando de maneira a forçar uma futura adesão. Essa foi a avaliação de Francisco Carlos, coordenador do Sintufrj. Jorge Darze, presidente do Sindicato dos Médicos do Rio

Dinheiro público tem sido usado para comprar equipamentos antes mesmo de a empresa administrar os hospitais

Romildo Bomfim Diretor da Adufrj-SSind

como esses”. Romildo Bomfim, diretor da Adufrj-SSind, lembrou que apenas seis universidades em todo o Brasil aderiram à Ebserh, ao contrário das 36 anunciadas pela empresa e pelo governo federal. “Na verdade o que há é uma intenção de adesão. Todas as universidades precisam que seus Conselhos Universitários aprovem a empresa, para só então o contrato definitivo ser assinado”. O atual processo eleitoral também foi lembrado: “A gestão do professor Raso (José Marcus Raso Eulálio) teve como estratégia a sabotagem do hospital. Precisamos ter uma nova gestão que potencialize as condições de atendimento e funcionamento do HU”, afirmou Carol Barreto, dirigente do DCE Mário Prata.

Apenas um candidato respondeu ao Jornal da Adufrj O Jornal da Adufrj procurou os dois nomes que disputam a direção do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho para que fizessem uma apresentação inicial de seus programas. Eduardo Côrtes, de oposição à atual gestão, falou; Luiz Feijó, insistentemente procurado e contatado (inclusive antes e depois do primeiro debate da campanha eleitoral) não respondeu às perguntas da reportagem até o fechamento desta matéria.

Quais serão suas primeiras ações à frente do HUCFF, caso eleito?

Côrtes: “São várias as prioridades. Fica difícil enumerá-las, porque há carências importantes em várias áreas, que, inclusive, se sofrerem uma pane, param todo o hospital. Mas o que vamos atacar em primeiro lugar é a área de recursos humanos, muito cara para nós. Devemos investir nessas pessoas, fazer um grande trabalho de resgate. Essas pessoas precisam voltar a ter esperança e a acreditarem na instituição. Os recursos humanos são nos-

so bem maior e é com eles que conseguiremos reerguer nosso hospital. São duas frentes de atuação: uma é conseguir as pessoas, resolver o problema dos extraquadros; outra é a conquista de vagas, cobrando a responsabilidade do governo federal, que precisa dar as condições de pleno funcionamento para a universidade. Estamos falando de hospital, de vida. É inacreditável que um país como o Brasil tenha chegado a esse ponto”.

O senhor considera a Ebserh uma solução para resol-

ver os atuais problemas do hospital?

Côrtes: “Com relação à Ebserh, eu acredito que o governo encontrou uma saída muito ruim. Não é possível que uma estatal centralizada em Brasília seja melhor do que uma administração descentralizada, com estabelecimento de metas feitas pelas próprias universidades. O governo quer flexibilizar a legislação para a Ebserh, mas não quer flexibilizar para as universidades. Vamos trabalhar muito, dentro da lei, do espírito universitário, para que a gente resolva os problemas dos hospitais

universitários de uma vez por todas sem esse paliativo que é a Ebserh. Tecnicamente, inclusive, ela é muito ruim. Pouco propositiva, sem história, sem histórico, pretensiosa, querendo assumir todos os hospitais ao mesmo tempo sem nenhuma experiência para isso. E do ponto de vista político e social, a Constituição delegou às universidades autonomia. Temos que respeitá-la e segui-la. Ela diz que a universidade tem autonomia e que não se pode dissociar ensino, pesquisa e extensão. Portanto, estamos também defendendo a Constituição”.


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ideias

“Luta de classes” encerra seminário na P.Vermelha Quase uma centena de jovens lotaram o auditório da ESS para acompanhar o debate marxista sobre o tema A crise do capitalismo recoloca socialismo na agenda de debates Da Redação

O

posto de observação de José Paulo Netto para analisar o mundo é o marxismo. É noite de sexta-feira e um auditório lotado de jovens da ESS na Praia Vermelha acompanha o professor emérito da UFRJ desconstruir os mecanismos que a sociedade burguesa lança mão para mascarar os antagonismos entre classes sociais. Os argumentos do professor parecem convincentes pela atenção que desperta na plateia, e ele está à vontade no tema “Luta de classes: um conceito superado?” José Paulo Netto tem ao seu lado Gaudêncio Frigotto, professor, filósofo, vigoroso crítico do capitalismo. “Se o capitalismo não tem classe, o capitalismo acabou”, ironiza Frigotto. O evento fecha o instigante seminário “Criminalização da Pobreza”, organizado pelo CFCH. Falou-se de capitalismo, do drama dos trabalhadores do campo, do oligopólio da mídia, das manifestações que sacudiram o Brasil em junho. Um olhar marxista sobre a realidade – presente durante o seminário – em debates no interior da universidade tem a sua relevância. Para esta semana está programado, também no campus da Praia Vermelha, um evento internacional que traz como tema “a Renovação do Marxismo”. Vai tratar do pensamento do intelectual comunista Carlos Nelson Coutinho (veja programação na página ao lado). Durante alguns anos o debate em boa parte das áreas das Ciências Sociais sofreu influência do discurso único, coincidindo com a força da ideologia neoliberal. O questionamento do neoliberalismo e o ingresso do capitalismo em nova crise internacional mudaram o cenário.

suas relações com os meios de produção. Em tom quase didático, José Paulo Netto provoca. “A questão agrária, a violência contra sem-terra, o massacre de índios, os jagunços dos fazendeiros não se explicam pela psicologia social”, ele diz. “Não é a antropologia social que me explica a obscena estrutura tributária dos EUA, a crise europeia, a sociedade de consumo”. É a luta de classes, ou melhor, “as lutas de classes” (segundo ele, a expressão usada por Karl Marx) é que explicam e põem a nu a dinâmica dos conflitos sociais. Além de Karl Marx (18181883), o professor cita dois

outros autores –– “donos do pensamento fundante das Ciências Sociais” – que formularam teorias sobre as classes ainda no século XIX: Émile Durkheim (1858-1917) e Max Weber (18641920). “Todos eles apresentam uma análise da sociedade em que eles viviam. Reconheceram que a sociedade dispunha de um sistema de estratificação social”, diz. Netto observa que os primeiros a perceberem a estrutura de classes na sociedade burguesa nascente foram os românticos franceses. Ele mostra que Durkheim e Weber apresentam entendimentos diferentes de Marx sobre o tema. Durkheim usava a expressão

“sociedade moderna” (e não “burguesa”) e sustentava que o sistema de estratificação social, “com origem em relações desiguais”, era insuprimível. Já Weber não tinha a visão “positivista, naturalista” de Durkheim, admitia o “conflito” entre classes, mas falava em uma “racionalidade para disciplinar esses conflitos”. Para formular suas teorias, José Paulo Netto diz que Karl Marx bebeu na fonte dos franceses do início do século XIX e de economistas ingleses, “especialmente (David) Ricardo (1772-1823)”. O conceito de luta de classes, segundo Netto, não está expresso na principal

obra de Marx, o Capital, dividido em três volumes – o último foi editado depois da morte do autor. Mas em inúmeros textos elaborados por ele a partir de 1848. O professor cita, especificamente, “O 18 Brumário de Napoleão Bonaparte”, sobre a revolução de 1848 na França. “Vocês não vão encontrar muita coisa” nos livros didáticos “sobre esta revolução, porque ela trazia como protagonista um novo ator com projeto autônomo, que era o proletariado”. José Paulo Netto é enfático: “Toda a experiência histórica até hoje é a comprovação cabal da existência da luta de classes”, diz. Marco Fernandes - 01/11/2013

O 18 Brumário

Na sexta-feira em questão, porém, como indica o título do debate, a conversa é sobre a sociedade constituída de classes e como elas se formam nas

Pauta marxista. Sala cheia para a análise da barbárie capitalista posta a nu pela ótica da luta de classes, na UFRJ


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Leonardo Aversa/Infoglobo

Seminário Internacional Carlos Nelson Coutinho

Nos dias 11, 12 e 13 de novembro, o Salão Pedro Calmon vai receber o “Seminário Internacional Carlos Nelson Coutinho e a Renovação do Marxismo”. As inscrições são gratuitas no local, até o limite do auditório.

Confira a programação: 11 de novembro 9h - Abertura:

PR-4/UFRJ, Decania CFCH, Direção da ESS/ UFRJ, Direção Adjunta de Pós, Nepem, CASS JPN, Adufrj-SSind, ESS/UniRio, Expressão Popular

10h30 às 12h30

Conferência Inaugural Carlos Nelson Coutinho e a renovação do marxismo Guido Liguori – Itália Michael Löwy – Brasil/França Mediação: Roberto Leher Mesa redonda 1:

15h às 18h

Carlos Nelson Coutinho e a renovação do marxismo no Brasil Carlos Nelson e o marxismo brasileiro - Antonio Carlos Mazzeo O marxismo de Carlos Nelson Coutinho - Marcelo Braz O debate sobre Gramsci no Brasil e o legado de Coutinho - Giovanni Semeraro Mediação: Expressão Popular

19h às 20h Grande homenageado do evento, Carlos Nelson faleceu em setembro do ano passado

Lançamento da Revista Praia Vermelha – Número dedicado a C. N. Coutinho Debatedores: Maria Lucia Duriguetto Rodrigo Castelo Maria Helena Rauta Ramos Mediação: Rosana Morgado Paiva

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12 de novembro

13 de novembro

Mesa redonda 2:

Mesa Temática 2:

Carlos Nelson Coutinho e o Brasil A contribuição de Coutinho para pensar a formação social brasileira - Haroldo Abreu

Carlos Nelson Coutinho: influência na Educação e no Serviço Social Gaudêncio Frigotto Ivete Simionato Debatedores: Marilda Iamamoto e Lucia Neves Coordenação: Cezar Maranhão

9h às 12h

Carlos Nelson Coutinho: intérprete do Brasil - Virginia Fontes O “nacional popular” na cultura brasileira - Eduardo Granja Coutinho Mediação: Agnaldo Fernandes Mesa redonda 3: 15h às 18h - Carlos Nelson Coutinho e o Brasil: a crítica da cultura O lugar de Carlos Nelson na cultura brasileira contemporânea - Celso Frederico Coutinho e a crítica literária - Ranieri Carli A atualidade de “O estruturalismo e miséria da razão” para a crítica do pósmoderno - Mavi Rodrigues Mediação: Henrique Wellen Mesa Temática 1:

19h às 21h

As ideias de Coutinho e a estratégia da revolução brasileira: ontem e hoje Mauro Iasi Milton Temer Debatedor: Neuri Rosseto - A contribuição histórica do MST Coordenação: Marcos Botelho

Apoio:

ESS/UFRJ; PR-4/ UFRJ; ESS/Uni-Rio; Adufrj-SSind; Editora Expressão Popular; Edital de Eventos UFRJ

9h às 12h

Mesa Temática 3:

14 às 17h

A crise mundial, as lutas de classes e o papel dos intelectuais Marcos Del Roio Marildo Menegat Milton Pinheiro Debatedor: Cristina Bezerra Coordenação: Representante da turma de Assentados da Reforma Agrária da ESS/ UFRJ – Turma Carlos Nelson Coutinho.

18h

Conferência de Encerramento Jose Paulo Netto Francisco Louçã - Portugal Mediação: Luis Acosta

19h

Homenagem a Carlos Nelson Coutinho e a Aloísio Teixeira Convidados: Entidades, partidos e familiares dos homenageados. Coordenação: Rodrigo Martins

20h

Encerramento: Direção da ESS/UFRJ

Promoção:

Nepem (Núcleo de Estudos e Pesquisas Marxistas), ESS/UFRJ - Projeto Integrado de Pesquisa “Sincretismo e Serviço Social”

UFRJ

Falta de concursos afeta eleição do CAp Quadro efetivo muito reduzido é considerado principal obstáculo Elisa Monteiro

elisamonteiro@adufrj.org.br

A

falta de concursos para o Colégio de Aplicação causa diversos problemas: um deles, menos óbvio, manifesta-se no período eleitoral para a diretoria da Unidade. Desde agosto, quando o primeiro prazo de inscrições foi aberto (o mais recente foi estendido até este dia 11 de novembro), não surgiu nenhuma candidatura. E o quadro de efetivos muito reduzido é o principal obstáculo para o processo deslanchar, na opinião da professora Alessan-

dra Carvalho, integrante da comissão que organiza o pleito. “É uma direção grande: além da direção geral e do vice, são mais seis nomes para Direção Adjunta de Ensino (DAE) e Direção Adjunta de Licenciatura e Pesquisa e Extensão (Dalpe). Como estamos há muito tempo sem concurso e sem reposição dos aposentados e das exonerações, acaba que ficamos com um quadro de efetivos muito reduzido (para as candidaturas)”, afirmou Alessandra. Vale lembrar que, diferentemente do que ocorre para a carreira de magistério superior, não existe a reposição automática pelo dispositivo do banco de professores equivalentes para a carreira de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT).

Douglas Pereira - 14/05/2008

Desde agosto, nenhuma chapa se candidatou à direção

Outras dificuldades

Além disso, houve outros percalços no processo de 2013. A Comissão Eleitoral propôs mudanças que, inicialmente,

“restringiram as participações tanto dos docentes quanto dos técnicos-administrativos nas chapas”. “No caso dos professores, não poderiam estar nenhum

membro que tivesse composto a direção por dois mandatos. No caso dos técnicos, nenhum que não estivesse em cargo de nível superior”, explicou Alessandra. Sem candidaturas (mais uma vez), a comissão flexibilizou as normas: agora é permitido que docentes já integrantes da direção anterior concorram ao pleito (em cargos distintos dos ocupados anteriormente). Também poderão candidatarse técnicos-administrativos em função de nível médio na universidade, desde que diplomados pelo ensino superior em Pedagogia ou Licenciatura. Na avaliação da integrante da comissão eleitoral, a revisão das regras permitirá a composição de chapas. “Estamos na expectativa de que a escola supere as dificuldades e consiga realizar o processo”, observou Alessandra.


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UFRJ

Diretor da EEFD cerceia direito de manifestação Estudantes foram impedidos de entrar na Unidade para realizar ato político. Os que entravam eram revistados por seguranças para não permitir o acesso de alto-falantes, caixas de som, microfones e instrumentos de percussão Silvana Sá - 08/11/2013

Até a PM foi chamada pelo administrador da Escola Silvana Sá

silvana@adufrj.org.br

N

a tarde do dia 8, estudantes da Escola de Educação Física e Desportos foram impedidos de entrar na Unidade para realizar um ato político-cultural contra o diretor Leandro Nogueira. Por ordens dele, o portão principal foi fechado com cadeado e, por um acesso lateral conhecido como “varanda”, as pessoas só passavam após uma revista dos seguranças. Quando a reportagem do Jornal da Adufrj chegou ao local, o administrador da EEFD, Luiz Henrique Drummond, barrava todos os estudantes que portavam instrumentos de percussão, caixas de som, alto-falantes ou microfones. O ato “Fora, Leandro!” acabou sendo realizado do lado de fora da EEFD, junto ao portão lateral. O estudante Rian Ferreira Rodrigues informou que havia autorização da Prefeitura Universitária para realizar a atividade política, que ocorria desde a parte manhã, com calouros. “Está claro que essa atitude de fechar as portas da Unidade é para impedir a livre manifestação do movimento es-

Cartas

Em atenção à matéria publicada na edição nº 824 do Jornal da Adufrj, esta Próreitoria gostaria de informar que a Faculdade de Farmácia conta, em seu quadro de servidores, com 75 (setenta e cinco) docentes e 95 (noventa e cinco) Técnicos-Administrativos. Desde julho de 2011 (início da gestão do Professor Carlos Levi), a Faculdade de Farmácia aumentou seu quadro de

No portão lateral da EEFD, a restrição ao acesso dos alunos tudantil. Ele (Leandro) fechou a Escola minutos antes do horário em que estava marcada a concentração do nosso ato”.

Histórico complicado

Há quase um ano, o diretor e o movimento estudantil local vivem em conflito. O professor Leandro chegou a chamar a polícia militar para retirar o aluno Rian que, segundo ele, não estaria regularmente inscrito (mas estava) na Escola. E, ainda no primeiro semestre deste ano, decidiu não reconhecer a legitimidade do Centro Acadêmico local para a escolha de representantes discentes para a Con-

servidores, tanto docentes como técnicos administrativos, só tendo diminuição do quadro em 5 (cinco) cargos: Almoxarife; Assistente em Administração; Técnico de Laboratório/ Área; Técnico em Assuntos Educacionais e Técnico em Contabilidade, sendo que para os cargos de Almoxarife; Assistente em Administração e Técnico de Laboratório/ Área a redução foi em consequência da movimentação de

gregação. Na tarde deste dia 8, a PM foi novamente chamada. Dessa vez, pelo administrador, que foi à delegacia prestar queixa contra um estudante por “crime de desobediência”, como ele mesmo afirmou ao Jornal da Adufrj.

Adufrj-SSind cobra respeito ao movimento estudantil

A Seção Sindical esteve representada na atividade pelos diretores Cláudio Ribeiro e Luciano Coutinho e pela conselheira Vera Salim. Cláudio afirmou que o movimento estudantil deve ser respeitado “para aprofundar a democracia na

servidores, que foram colocados à disposição da Reitoria pela Direção da Faculdade de Farmácia. A Pró-reitoria de Pessoal reconhece a necessidade de pessoal da Faculdade de Farmácia, assim como das demais unidades da UFRJ, e tem buscado prover, dentro dos limites de vagas do Quadro de Referência dos Servidores Técnicos-Administrativos (QRSTA), as demandas de todas.

universidade”. E que atitudes antidemocráticas, como o fechamento da EEFD, não serão toleradas pela entidade. Gregory Costa, pela Associação dos Pós-Graduandos da UFRJ (APG) reforçou o apoio aos estudantes da Educação Física. Ele informou que a APG levará ao Conselho Universitário um manifesto exigindo a saída do diretor da Unidade. Pelo DCE Mário Prata, falou Julio Anselmo. “O que assistimos é uma arbitrariedade sem tamanho”, declarou. Prefeito universitário e decana estiveram no local O prefeito da Cidade Universitária, Ivan Carmo, e a decana do Centro de Ciências da Saúde, Maria Fernanda Quintela, estiveram na EEFD durante a confusão e foram direto ao gabinete do diretor. A reportagem tentou contato com eles, mas, até o fechamento desta edição, não conseguiu declarações sobre o episódio.

Diretor tenta se justificar

Em nota, o diretor Leandro Nogueira informou que a Unidade fecharia suas portas porque os estudantes convidam “indivíduos e grupos estranhos à unidade para apoio ao referido ‘ato político’, o que abre, entre outras perigosas possibilidades, a invasão da EEFD por elementos ligados ao movimento bad block (sic) ou outros de mesma inspiração neofascista”.

Por fim, a Pró-reitoria de Pessoal informa que está à disposição para os esclarecimentos que se fizerem necessários. Roberto Gambine Pró-reitor de Pessoal

Para comentar temas das reportagens do Jornal da Adufrj, os interessados podem enviar contribuições para o endereço eletrônico comunica@adufrj.org.br. Os textos enviados, por causa da limitação de espaço, poderão ser resumidos aos seus trechos mais relevantes.

SEÇÃO SINDICAL DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO DO SINDICATO NACIONAL DOS DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

Sede e Redação: Prédio do CT - bloco D - sala 200 Cidade Universitária CEP: 21949-900 Rio de Janeiro-RJ Caixa Postal 68531 CEP: 21941-972

Seminário internacional Carlos Nelson Coutinho Nos dias 11, 12 e 13 de novembro, o Salão Pedro Calmon vai receber o “Seminário Internacional Carlos Nelson Coutinho e a Renovação do Marxismo”. As inscrições são gratuitas no local, até o limite do auditório. A programação completa pode ser vista na página eletrônica da Adufrj-SSind.

Unimed: carência zero em janeiro As adesões para o convênio firmado entre a Unimed e a Adufrj-SSind vão acontecer para o mês de janeiro com carência zero. As inclusões (para janeiro) serão feitas até 19 de dezembro. Plantões Os plantões especiais de atendimento aos professores interessados em aderir ao plano voltam a ocorrer em: 12 de novembro (terçafeira), na sala de administração da decania do CCJE, no campus da Praia Vermelha, de 10h às 15h; 13 de novembro (quartafeira), na sede da AdufrjSSind (CT, Bloco D, sala 200), no Fundão, de 10h às 16h; e 18 de novembro (segunda-feira), novamente na sala de administração da decania do CCJE, de 15h às 18h. Nova tabela A nova tabela, com o reajuste anual da operadora, pode ser conferida em http://migre.me/g4qXL. O próximo aumento só vai ocorrer em dezembro de 2014. Agendamento Para mais informações sobre o plano de saúde, entre em contato com o telefone 99691348 (Solange) ou pelo e-mail solangejm-1957@ hotmail.com. Correções No Jornal da Adufrj anterior, saiu sem o “e” final o nome da Agence FrancePresse”. Também na última edição, houve a repetição de um trecho inteiro, no primeiro e no terceiro parágrafo da matéria da página 6. Agenda

12 e 13 de novembro Seminário Internacional “O Sistema da Dívida na Conjuntura Nacional e Internacional” Brasília (DF)

Tel: 2230-2389, 3884-0701 e 2260-6368

Diretoria da Adufrj-SSind Presidente: Cláudio Ribeiro 1ª Vice-Presidente: Luciana Boiteux 2ª Vice-Presidente: Cleusa Santos 1º Secretário: José Henrique Sanglard 2º Secretário: Romildo Bomfim 1º Tesoureiro: Luciano Coutinho 2ª Tesoureira: Regina Pugliese CONSELHO DE REPRESENTANTES DA ADUFRJ-SSIND Escola de Serviço Social Mauro Luis Iasi; Luis Eduardo Acosta Acosta; Henrique Andre Ramos Wellen; Lenise Lima Fernandes Faculdade de Educação Claudia Lino Piccinini; Andrea Penteado de Menezes; Alessandra Nicodemos Oliveira Silva; Filipe Ceppas de Carvalho e Faria; Roberto Leher Escola de Comunicação Luiz Carlos Brito Paternostro Faculdade de Administração e Ciências Contábeis Vitor Mario Iorio Instituto de Economia Alexis Nicolas Saludjian Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional Cecilia Campello do Amaral Mello Faculdade Nacional de Direito Mariana Trotta Dallalana Quintans; Vanessa Oliveira Batista Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Eunice Bomfim Rocha; Luciana da Silva Andrade; Sylvia Meimaridou Rola; André Orioli Parreiras Escola de Belas Artes Patrícia March de Souza; Carlos de Azambuja Rodrigues; Rogéria Moreira de Ipanema Faculdade de Letras Gumercinda Nascimento Gonda; Vera Lucia Nunes de Oliveira Escola de Educação Física e Desportos Luis Aureliano Imbiriba Silva; Alexandre Palma de Oliveira; Marcelo Paula de Melo; Michele Pereira de Souza da Fonseca Escola de Enfermagem Anna Nery Walcyr de Oliveira Barros; Gerson Luiz Marinho Coppe Vera Maria Martins Salim Escola Politécnica José Miguel Bendrao Saldanha; Coordenador de Comunicação Luiz Carlos Maranhão Editor Assistente Kelvin Melo de Carvalho Reportagem Silvana Sá e Elisa Monteiro Projeto Gráfico e Diagramação Douglas Pereira Estagiários Darlan de Azevedo Junior e Guilherme Karakida Tiragem 4.000 E-mails: adufrj@adufrj.org.br e secretaria@adufrj.org.br Redação: comunica@adufrj.org.br Diretoria: diretoria@adufrj.org.br Conselho de Representantes: conselho@adufrj.org.br Página eletrônica: http://www.adufrj.org.br Os artigos assinados não expressam necessariamente a opinião da Diretoria.


11 de novembro de 2013

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Painel Adufrj A CVM-RJ diz que o sumiço desta documentação se constitui em desfalque importante para o registro da história da universidade no período.

DA REDAÇÃO

Jornal Correio da Manhã, acervo do Arquivo Nacional

22 de setembro de 1966: Estudante foge pela janela do prédio da Faculdade de Medicina, invadida pela polícia

Em relação à questão, a comissão vai analisar “os contextos em que estes desfalques ocorreram”. Anuncia, também, que vai iniciar uma campanha para tentar recuperar a documentação. A CVM-UFRJ pretende ouvir pessoas que “possam esclarecer o destino de qualquer documentação referente à universidade no período”. O mapeamento da documentação da universidade disponível já está sendo feito.

Entre esses acervos, estão a base de dados do Arquivo Nacional e o Arquivo Público do Rio de Janeiro. Um pedido de informações será encaminhado ao Ministério da Educação. -Um dos arquivos de grande interesse da comissão é o que foi produzido pela Assessoria Especial de Segurança e Informação (AESI), excrescência que funcionou entre 1971 e 1985 na UFRJ, como em outras universidades. A CVM-UFRJ já identificou um dos nomes responsáveis pelo setor. Trata-se de um agente que trabalhou durante 14 anos ocupando uma sala instalada no prédio da reitoria. -A comissão – instalada em 10 de julho de 2013 – está organizando listagens com nomes de

Vida de Professor

integrantes da comunidade da UFRJ atingidos por atos do regime militar. Além de buscar ampliar informações relacionadas aos levantamentos já existentes sobre mortos e desaparecidos, a CVM-UFRJ trabalha em outra frente. Ela elabora uma lista com os nomes atingidos por expulsões, cassações, aposentadorias forçadas nos diferentes períodos de duração dos governos militares. --

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Acervos externos que possam conter documentação relacionada à universidade também estão sendo consultados.

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Ditadura: atas do Consuni estão sumidas

Estão desaparecidas atas com o registro de sessões do Conselho Universitário durante alguns anos do período da ditadura civil-militar (1964-1985). O sumiço dos documentos foi constatado pela Comissão da Memória e Verdade da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CVM-UFRJ). Estão faltando as atas dos anos 1967 (a partir de abril), 1968, 1969, 1972, 1975, 1976, 1978 e 1979. Em setembro de 1966 (portanto, seis meses antes do início do perí-

odo sobre os quais os registros do Consuni não foram localizados) deu-se a invasão, pela polícia, da Faculdade de Medicina que funcionava num prédio na Praia Vermelha. Foi um dos episódios mais traumáticos da presença da ditadura no campus da UFRJ. E 1968, outro ano do qual não se encontrou os registros do conselho, terminou com a decretação do Ato Institucional nº 5, para muitos analistas “um golpe dentro do golpe”.

Segundo a comissão, esse procedimento já permitiu, segundo a comissão, obter informações sobre expulsões de alunos por medidas internas (expulsões de abril e julho de 1964, e suspensões de junho de 1966) baseadas no regimento da universidade, quanto às medidas que tiveram o arbítrio do Decreto nº 477 (de 1969) como fundamento. A comissão informa que, no caso do decreto nº 477, estão sendo verificadas informações sobre professores cassados em abril de 1969. -A CMV-UFRJ está preparando um calendário de testemunhos com professores, estudantes e servidores sobre o período do regime militar. Esses testemunhos, que já estão agendados, serão intinerantes, percorrendo todos os Centros da UFRJ. A Comissão da Memória e Verdade da UFRJ tem mantido contatos regulares com outras Comissões da Verdade em reuniões, atividades, trocas de experiência, grupos de trabalhos e eventos. Além disso, está sendo construída uma articulação entre as Comissões da Verdade existentes em universidades brasileiras. A CMV-UFRJ está propondo uma reunião dessas comissões para o primeiro semestre de 2014. Diego Novaes


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11 de novembro de 2013

universidade

Adufrj-SSind recepciona os 58 novos professores da UFRJ

Campus de Macaé recebe o maior número de profissionais (24) desta entrada, seguido pela Farmácia (com sete)

Fotos: Elisa Monteiro - 05/11/2013

Cerimônia ocorreu no auditório do CT 2 Elisa Monteiro

elisamonteiro@adufrj.org.br

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quadro de professores da UFRJ foi reforçado, no último dia 5, com a posse de 58 profissionais. A cerimônia, organizada pela Pró-reitoria de Pessoal (PR-4), foi realizada em auditório do CT 2. A Adufrj-SSind deu as boas-vindas: “Para nós, é uma alegria recebê-los. E, ao mesmo tempo, uma responsabilidade, pois os desafios na universidade são muitos e as condições ainda mais duras para os que ingressam hoje”, disse Cláudio Ribeiro, presidente da seção sindical. “As regras previdenciárias de vocês não são as mesmas que as minhas. Nós realizaremos o mesmo trabalho, mas o tratamento será distinto. É preciso que, o quanto antes, vocês busquem se informar para compreender as mudanças em curso na universidade”, afirmou, sobre a nova carreira do magistério superior, imposta pelo governo federal ao fim da greve de 2012. Cláudio ainda falou aos colegas sobre a privatização da previdência dos servidores federais (via Funpresp). E informou sobre a luta da comunidade universitária contra a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). O dirigente distribuiu kits com materiais informativos relacionados a esses temas e estimulou a participação dos novos em uma plena vida universitária: “Precisamos que o tripé ensino, pesquisa e extensão ganhe uma perna a mais, que é a luta em defesa da universidade”. O superintendente da PR-4, Agnaldo Fernandes, destacou aspectos da saúde do trabalhador que atingem os docentes da universidade. E, convidada ao evento, a professora Libânia Nacif Xavier apresentou o programa de apoio à docência que, resultado de uma parceria entre decania do CFCH, Faculdade de Educação e a reitoria, busca “valorizar o trabalho de sala de aula”. O objetivo, exposto pela professora, é “promover reflexões sobre o ensino” e “romper com a cultura de que só o desempenho científico (de pesquisa) é importante”.

Renovação. Pela Adufrj-SSind, presidente Cláudio Ribeiro fala sobre desafios do magistério superior aos novos colegas

Entre os recém-consursados, o primeiro professor de cavaquinho

Inclusão. Intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras), à dir., atendeu a um professor surdo recém-ingresso durante a cerimônia

O campus de Macaé foi o lugar que recebeu o maior número de professores dessa entrada (24 dos 58), seguido pela Faculdade de Farmácia (7). Dentre os novos integrantes da carreira do magistério superior, está Henrique Cazes, o primeiro professor do bacharelado de cavaquinho, iniciativa aprovada pela Escola de Música em 2011. “O primeiro curso deste tipo, no mundo, não poderia ser em outro lugar”, observou, em referência à inovação da UFRJ. Músico há 37 anos, Cazes confessou a emoção: “É muito bom saber que toda essa experiência agora poderá ser passada adiante”. Carolina Mesquita deixou a família e o empre-

go na UFMG e na Católica de Minas (PUC-MG) para se dedicar “a fundo na carreira de ensino e pesquisa do Direito Coletivo do Trabalho”. “A expectativa é muito grande e a alegria também”, completou.

Henrique Cazes


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