Jornal da Adufrj-SSind - Edição 830 - 16/12/2013

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(quinta-feira )

13h

FAU

Auditório Archimedes Memória, 3º Andar Reitoria

Pauta

19 de dezembro

Local

Assembleia Geral

- Informes; - Formação de grupos de - 33º Congresso do Andes-SN; trabalho da Adufrj-SSind; a) Discussão do Caderno de Textos - Campanha de filiação. b) Delegação para o 33º Congresso

www.adufrj.org.br Roberto Stuckert Filho/PR

Jornal da Seção Sindical dos Docentes da UFRJ

PAINEL ADUFRJ

Andes-SN Ano XII no 830 16 de dezembro de 2013 Central Sindical e Popular - Conlutas

Considerações sobre esta foto Página 7

2014: Conselho Universitário muda calendário acadêmico

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Marco Fernandes - 10/12/2013

Direitos Humanos

Silvana Sá - 13/12/2013

Lixo aterrador. A universidade não consegue dar conta dos resíduos que chegam da baía

Praia agoniza no Fundão

Aderson Bussinger, vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, participou da atividade em 10 de dezembro

Ato no IFCS acusa violência de Estado Página 5

Nos fundos da EEFD e bem perto do centro de pesquisas da Petrobras, a Praia do Catalão, no Fundão, é a imagem da agressão ambiental. Há dois anos, o Jornal da Adufrj publicou ensaio fotográfico mostrando o lixo acumulado na areia da praia às margens da Baía de Guanabara. No dia 13 de dezembro,

Comissão da Verdade da UFRJ faz balanço Página 3

a reportagem retornou ao Catalão e a situação era a mesma. A Prefeitura Universitária, por meio da assessoria de imprensa, alega que a limpeza “do entorno” da praia é feita quinzenalmente por uma empresa terceirizada. Mas que esta empresa não se responsabiliza pelos resíduos que chegam da baía.

A questão racial na luta anticapitalista Página 8

Mural destaca luta pela educação pública Página 2


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16 de dezembro de 2013

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sEGUNDA pÁGINA Kelvin Melo - 09/12/2013

Senado adia votação do PNE

O Senado adiou para o dia 17 a votação do projeto que aprova o Plano Nacional de Educação (PLC 103/2012). Depois, o texto deverá retornar para a Câmara do Deputados. O PNE em discussão não atende às reivindicações da classe trabalhadora, de destinação imediata de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação pública.

Reitor da UniRio quer aprovar Ebserh

O reitor Luiz Pedro San Gil Jutuca, da UniRio, apostando em um esvaziamento da universidade na última semana letiva, convocou uma sessão extraordinária do Consuni local para 9h30 do dia 16 de dezembro, no Hospital Gaffrée e Guinle (HUGG). O objetivo é aprovar a adesão à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), proposta privatizante do governo federal para a gestão dos HUs. “É absurdo que se marque uma reunião extraordinária, na última semana do semestre letivo, fora do espaço ordinário no qual as reuniões acontecem, tratando de um assunto com impactos estruturais sérios, como se fosse uma questão restrita”, critica Viviane Narvaes, diretora da Adunirio.

Que 2014 seja o ano da Educação Pública

Mobilização

A comunidade acadêmica já se mobiliza para barrar a Ebserh na UniRio. Estudantes criaram uma página na internet convocando para um ato público no anfiteatro do HUGG, no mesmo horário do Consuni extraordinário. (Fonte: Adunirio/Edição: AdufrjSSind).

Aluna da UFRJ ajudou a fazer o cartaz que ilustra o mais novo outdoor da Adufrj-SSind “Luta fundamental”, diz Taís Lara Guilherme Karakida Estagiário e Redação

O

mais novo painel instalado pela AdufrjSSind na lateral do ex-Canecão, na Zona Sul do Rio, destaca um ponto que precisa mobilizar toda a população brasileira em 2014: a defesa e ampliação da Educação Pública. Completa o mural uma imagem de cartaz que reivindica a aplicação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB)

no setor, de forma imediata. O detalhe foi capturado pelas lentes do fotógrafo Samuel Tosta, durante os atos que sacudiram 2013. Um registro sobre o outdoor fez sucesso no site e nos perfis da Seção Sindical nas redes sociais. E, entre as pessoas que “curtiram” a imagem, uma ficou bastante satisfeita com o que viu: Taís Lara, aluna de Gestão Pública para o Desenvolvimento Econômico Social, e outros colegas de curso pintaram aquela cartolina no dia 30 de agosto (então escolhido como Dia Nacional das Paralisações): “Achei muito bom a Adufrj escolher

o cartaz, porque ele representa uma luta fundamental tanto para os trabalhadores como para os estudantes”, explica. Ela enfatizou a gravidade do problema, uma vez que apenas 5% do PIB são destinados à educação no país atualmente. “A campanha dos 10% do PIB é urgente, pois a razão do estado vergonhoso em que se encontram algumas escolas de ensino básico é o subfinanciamento da educação”, afirma.

Motivos para protestar não faltam

De acordo com Taís, outros absurdos quase diários, no entanto, devem motivar

as pessoas aos protestos que devem se intensificar no próximo ano. Em pesquisa de iniciação científica realizada pela aluna, por exemplo, fica demonstrado que mais de 19 mil famílias foram removidas apenas pelo prefeito Eduardo Paes: “Não podemos ficar calados enquanto milhares de famílias são removidas para dar espaço a empreendimentos privados para os ricos”, afirma. “Nós vamos para as ruas mais fortes ainda em 2014 para denunciar esses absurdos e lutar por uma sociedade mais justa e democrática”, completa.

SEÇÃO SINDICAL DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO DO SINDICATO NACIONAL DOS DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

Sede e Redação: Prédio do CT - bloco D - sala 200 Cidade Universitária CEP: 21949-900 Rio de Janeiro-RJ Caixa Postal 68531 CEP: 21941-972

Unimed: carência zero em janeiro As adesões para o convênio firmado entre a Unimed e a Adufrj-SSind no mês de janeiro terão carência zero. As inclusões (para janeiro) serão feitas até 19 de dezembro. Nova tabela A nova tabela, com o reajuste anual da operadora, pode ser conferida em http://migre.me/g4qXL. O próximo aumento só vai ocorrer em dezembro de 2014. Informações Faça seu agendamento e tire suas dúvidas sobre o plano de saúde pelo telefone 97686-6793 ou pelo e-mail convenio.unimed@ adufrj.org.br.

Tel: 2230-2389, 3884-0701 e 2260-6368

Diretoria da Adufrj-SSind Presidente: Cláudio Ribeiro 1ª Vice-Presidente: Luciana Boiteux 2ª Vice-Presidente: Cleusa Santos 1º Secretário: José Henrique Sanglard 2º Secretário: Romildo Bomfim 1º Tesoureiro: Luciano Coutinho 2ª Tesoureira: Regina Pugliese CONSELHO DE REPRESENTANTES DA ADUFRJ-SSIND Escola de Serviço Social Mauro Luis Iasi; Luis Eduardo Acosta Acosta; Henrique Andre Ramos Wellen; Lenise Lima Fernandes Faculdade de Educação Claudia Lino Piccinini; Andrea Penteado de Menezes; Alessandra Nicodemos Oliveira Silva; Filipe Ceppas de Carvalho e Faria; Roberto Leher Escola de Comunicação Luiz Carlos Brito Paternostro Faculdade de Administração e Ciências Contábeis Vitor Mario Iorio Instituto de Economia Alexis Nicolas Saludjian Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional Cecilia Campello do Amaral Mello Faculdade Nacional de Direito Mariana Trotta Dallalana Quintans; Vanessa Oliveira Batista Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Eunice Bomfim Rocha; Luciana da Silva Andrade; Sylvia Meimaridou Rola; André Orioli Parreiras Escola de Belas Artes Patrícia March de Souza; Carlos de Azambuja Rodrigues; Rogéria Moreira de Ipanema Faculdade de Letras Gumercinda Nascimento Gonda; Vera Lucia Nunes de Oliveira Escola de Educação Física e Desportos Luis Aureliano Imbiriba Silva; Alexandre Palma de Oliveira; Marcelo Paula de Melo; Michele Pereira de Souza da Fonseca Escola de Enfermagem Anna Nery Walcyr de Oliveira Barros; Gerson Luiz Marinho Coppe Vera Maria Martins Salim Escola Politécnica José Miguel Bendrao Saldanha; Coordenador de Comunicação Luiz Carlos Maranhão Editor Assistente Kelvin Melo de Carvalho Reportagem Silvana Sá e Elisa Monteiro Projeto Gráfico e Diagramação Douglas Pereira Estagiários Darlan de Azevedo Junior e Guilherme Karakida Tiragem 4.000 E-mails: adufrj@adufrj.org.br e secretaria@adufrj.org.br Redação: comunica@adufrj.org.br Diretoria: diretoria@adufrj.org.br Conselho de Representantes: conselho@adufrj.org.br Página eletrônica: http://www.adufrj.org.br Os artigos assinados não expressam necessariamente a opinião da Diretoria.


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Entrevista/Memória, Verdade e Justiça Marco Aurélio Santana/diretor do IFCS

Os primeiros passos da Comissão da Verdade da UFRJ CMV ainda não tem informações sobre as atas do Consuni desaparecidas durante a ditadura militar, mas já foi identificado funcionário do regime no interior da universidade

Foram frutíferas as pesquisas em arquivos públicos externos à universidade?

O professor Marco Aurélio Santana, diretor do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) e componente da Comissão da Memória e Verdade da UFRJ, explica como estão os trabalhos da CMV, instituída em maio deste ano pela reitoria (mas somente instalada em julho). A entrevista foi respondida por e-mail. Da Redação

Na UFRJ, os trabalhos da Comissão da Memória e Verdade foram divididos em dois grupos: a comissão propriamente dita e o GT de assessoramento. Quais são as atribuições de cada um?

Sim. Acabamos de receber do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro (Aperj) materiais referentes à primeira lista de estudantes expulsos em abril de 1964. Já iniciamos a demanda pela segunda, contendo documentos de alunos expulsos em junho de 1964. No caso do Arquivo Nacional, também. Com todos estes elementos, esperamos, entre outras coisas, fazer um mapeamento que desvende as formas de ação dos órgãos de segurança e informação no interior de nossa universidade, bem como sua articulação com o sistema de repressão vigente na época. Este trabalho é feito por apenas uma pesquisadora sob minha orientação. Por isso, estamos em busca

de ampliar a equipe de pesquisa. Já foi identificado o funcionário que trabalhou na Assessoria Especial de Segurança e Informação (Aesi), dentro da UFRJ? Que ações a comissão pode tomar sobre o caso?

Sim, este foi um grande achado da comissão, com o apoio de pessoas internas e externas à UFRJ. Já temos o nome, data de entrada e saída da universidade, período de atuação, indicações de viagens para cursos de “atualização” em Brasília, bem como pedidos de que ele fizesse análises sobre as movimentações políticas no interior de nossa universidade. Ele é peça-chave neste processo. Agora, vamos aprofundar a investigação de suas ações, com testemunhos de pessoas que podem atestar suas ações. Depois, temos de analisar as possibilidades de ação sobre o caso. É importante saber que tipo de documentação ele produzia, sobre quem e que efeitos isso teve no sentido da violação dos direitos humanos na UFRJ e fora dela.

Já contatamos outros cassados, que deverão dar seus testemunhos ao longo dos trabalhos de 2014

A CMV-UFRJ participa também de uma tentativa de articulação das comissões da verdade universitárias

sões e suspensões de alunos, aposentadorias forçadas, banimentos etc. A ideia é consolidar os dados para este subperíodo. Depois, prosseguiremos para as décadas de 1970 e 1980.

Marco Fernandes - 10/07/2013

Jornal Correio da Manhã/acervo do Arquivo Nacional

O Grupo de Trabalho e Assessoramento, composto, entre outros, por especialistas, seja nos temas de ditadura militar e direitos humanos, seja em arquivo e documentação, auxilia a CMV-UFRJ de diversos modos. Por exemplo, propõe iniciativas e auxilia na sua execução. Ajuda a pensar estratégias de ação. Muitos dos pontos analisados, discutidos e votados pela CMVUFRJ, passaram pelo GT. Como está o mapeamento dos atingidos pelos governos militares?

Até aqui já levantamos os alunos e professores que sofreram punições no período que vai do golpe de estado de 1964 até o Decreto 477 (conhecido como o AI-5 das universidades), de fevereiro de 1969. Isso inclui expul-

Vladimir Palmeira, em ato estudantil de inauguração da “Rua Autonomia Universitária”, em outubro de 1966, nas imediações da então chamada Faculdade Nacional de Medicina. A Unidade, localizada na Praia Vermelha, havia sido invadida um mês antes pela polícia da ditadura

Há informações sobre o paradeiro das atas do Consuni desaparecidas no período da ditadura (notícia do Jornal da Adufrj nº 825)?

Não, ainda estamos tentando verificar o que ocorreu. O lapso é extenso e preocupante, tendo em vista a importância desta documentação para nossa história. Já houve coletas de testemunhos para a comissão? Quem prestou o primeiro testemunho? Esses testemunhos são públicos?

Sim, os testemunhos são parte importante das atividades da CMV-UFRJ. Eles podem ser públicos, mas, caso haja solicitação dos convocados, pode-se optar pelo modelo de testemunho apenas para a comissão. Definimos que começaríamos cobrindo a primeira lista de professores cassados pelo AI-5. Iniciamos com a professora Sarah Barbosa, da Física. Já contatamos outros cassados, que deverão dar seus testemunhos ao longo dos trabalhos de 2014. A CMV-UFRJ tem mantido contatos regulares com outras Comissões da Verdade. Já foram formalizados os termos de cooperação anunciados no relatório?

Sim. A CMV-UFRJ tem se envolvidos em várias atividades propostas por outras comissões. Nossa articulação mais estreita tem sido com a Comissão Estadual da Verdade do Rio – CEV-Rio. Temos três termos de cooperação tramitando pelos órgãos superiores. Eles são: da Comissão da Anistia, da Comissão Nacional da Verdade e da CEV-Rio. Estamos aguardando esta tramitação. A CMV-UFRJ participa também de uma tentativa de articulação das comissões da verdade universitárias. Ainda em dezembro, estas comissões se reunirão com a Comissão Nacional da Verdade, em São Paulo. Creio que será um passo importante, já proposto pela CMV-UFRJ, no sentido de estreitar os vínculos e o intercâmbio entre estas comissões.


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16 de dezembro de 2013

UFRJ

Calendário acadêmico do próximo ano sofre alteração Mudanças têm relação com os novos prazos do Sistema de Seleção Unificada (SiSU/MEC) em 2014 Elisa Monteiro 12/12/2013

Elisa Monteiro

elisamonteiro@adufrj.org.br

P

ara a maioria dos cursos de graduação da UFRJ, o segundo semestre letivo de 2014 terá início uma semana após o inicialmente previsto. A mudança ocorreu na última sessão do Conselho Universitário, em 12 de dezembro. De acordo com Marcelo Corrêa e Castro (decano do CFCH), da Comissão de Ensino e Títulos, o atraso responde às “necessidades de mobilidade (acadêmica)” e aos “novos prazos do Sistema de Seleção Unificada (SiSU)”. Com isso, as aulas do segundo período letivo para os cursos de graduação em geral, inclusive Nutrição (Macaé) e Enfermagem e Obstetrícia (também de Macaé), além dos ingressantes pelo Concurso de Acesso 2014, começam em 4 de agosto e terminam no dia 12 de dezembro (antes, seriam de 28 de julho a 5 de dezembro). Já os alunos de Medicina (Rio de Janeiro), Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Medicina (Macaé) retornam às aulas em 28 de julho e fecham o período também no dia 12 de dezembro (antes, ficariam de 28 de julho a 5 de

O atraso responde às “necessidades de mobilidade (acadêmica)” e aos “novos prazos do Sistema de Seleção Unificada” dezembro). Aqueles que ingressarem nesses mesmos cursos pelo concurso de acesso de 2014 ficarão de 4 de agosto até 12 de dezembro (de 28 de julho a 5 de dezembro, no calendário original).

Núcleo de Estudos Internacionais é extinto

O Núcleo de Estudos Internacionais (NEI), que estava sob intervenção da reitoria há três anos, foi extinto. Em 2010, o então reitor Aloisio Teixeira (falecido ano passado) atribuiu

Por solicitação da professora Mônica Pereira dos Santos, o Conselho Universitário do último dia 12 aprovou ainda uma moção de solidariedade às comunidades atingidas pelas fortes chuvas no estado e de repúdio ao descaso do poder público a medida a uma crise entre os professores do NEI. Os conselheiros, porém, aprovaram um conjunto de resoluções para preservar os cursos de graduação (Defesa e Gestão Estratégica Internacional, Relações Internacionais) e de pós-graduação (Pós-Graduação em Economia Política Internacional, PEPI) relacionados ao Núcleo. Os encaminhamentos, com pequenas alterações, seguiram as indicações do parecer da Comissão de Ensino e Títulos (CET) sobre o tema. Dentre elas, a redistribuição dos 11 professores concursados do NEI.

Medalhas e títulos

A última sessão do ano do Consuni aprovou emerências aos professores Nelson Maculan Filho (Instituto de Matemática/Coppe, ex-reitor da UFRJ entre 1990-94), Takeshi Kodama (Instituto de Física) e Antônio Constant Rodrigues da Cunha (Faculdade de Educação).

O Consuni concedeu ainda a Medalha Minerva do Mérito Acadêmico para Samuel Berg Maia, da Escola de Química. O professor Leoncio Lara Sáenz, da Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM) foi agraciado com o título de Doutor Honoris Causa. Sáenz, que tem uma larga produção a respeito de autonomia universitária, foi convidado pela universidade para um evento sobre o tema, ainda sem data definida.

Os conselheiros, porém, aprovaram um conjunto de resoluções para preservar os cursos de graduação e de pós-graduação relacionados ao NEI.

Reposicionamento garantido Fica mais clara a regra para docentes de outras Ifes permanecerem no mesmo estágio da carreira, após concurso para a UFRJ

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Consuni do dia 12 acolheu uma mudança de redação da resolução nº 05/2013 do próprio colegiado sobre o reposicionamento dos professores concursados da UFRJ, oriundos de outras Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes). A modificação foi solicitada pela Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD) da universidade, para atender às normas da lei nº 12.772 deste ano, que modificou a lei das carreiras docentes: “Na realidade, é uma alteração do artigo 1º que introduz a palavra ‘classe’ na redação”, relatou Segen Estefen (repre-

sentante dos Titulares do CT e integrante da Comissão de Legislação e Normas do conselho). “A alteração responde à solicitação da Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD) para que os professores que vêm de outras universidades (federais) possam ser reposicionados corretamente na mesma classe em que estavam, seguindo as normatizações da nova carreira”, completou o reitor Carlos Levi. Confira como ficou a modificação: “Art. 1º O docente admitido na UFRJ através de concurso público, quando já for docente de outra IFES, será reposicionado na classe e nível a que pertencia na instituição anterior (...), devendo, para isso apresentar requerimento na Unidade em que estiver lotado, acompanhado de prova de sua situação funcional na instituição anterior.”


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DIA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS

Muito pouco a se comemorar

Em ato no salão Nobre do IFCS, entidades criticam o aumento da violência de Estado contra a população Fotos: Marco Fernandes - 10/12/2013

Evento ocorreu no último dia 10 Elisa Monteiro

elisamonteiro@adufrj.org.br

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os 65 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, completados em 10 de dezembro, os brasileiros têm pouco para comemorar. O aumento da violência de Estado contra as diferentes formas de contestação popular, nos últimos tempos, pelo contrário, indica uma conjuntura bastante negativa. Foi a constatação de um ato organizado pela Plenária dos Movimentos Sociais do Rio, no Salão Nobre do IFCS, para marcar a data. O vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio, Aderson Bussinger, esteve no evento. Segundo ele, as prisões ocorridas durante as manifestações que sacudiram o país este ano representam uma prova desta situação difícil dos trabalhadores: “As prisões demonstram que os direitos mais básicos discriminados na Declaração Universal de Direitos Humanos estão longe de poderem ser considerados uma realidade brasileira”, afirmou.

Direito aos direitos

Carlos Eduardo, do Instituto de Defensores de Direitos Humanos (IDDH), observou que o conceito de direitos humanos “pressupõe o reconhecimento do outro como sujeito de direitos, e portanto, de alguém que está sob a mesma proteção jurídica”. Para ele, o tratamento dispensado aos manifestantes a partir de junho delimita uma “cidade-mercado” onde apenas os “negócios” têm direitos (patrimoniais ou de circulação) assegurados. “Não podemos admitir violações de direito cujo objetivo é neutralizar segmentos sociais, silenciar vozes, debilitando a democracia”, disse, sobre as prisões de militantes. A desmilitarização da polícia, aliás, era uma das bandeiras do ato: “A gente sabe que aqueles que torturaram Mário Prata estão hoje atuando sobre a formação da PM”, ressaltou Luiza Foltran Aquino, pelo DCE da UFRJ que leva o mesmo nome do estudante assassinado pela ditadura civilmilitar de 1964. “O que mais se viu em 2013

das Nações Unidas, sugere um genocídio racial, segundo destacou Julio Condaque do Movimento Social Negro Quilombo Raça e Classe. Julio falou sobre a “institucionalização do racismo” por meio da ocorrência policial conhecida como auto de resistência: “Quando um jovem coloca as mãos sobre a cabeça para atender a policiais e é alvejado em seguida”.

Saúde e alimentação

Na plenária, avaliou-se que 2014 será um ano de muitos conflitos com os governos foi que todas as vezes que fomos às ruas, mesmo por indignação diante dos péssimos serviços, como o transporte, ou contra o leilão do petróleo, fomos recebidos com bombas, gás e balas. O que mais se viu foram direitos desrespeitados”, disse Gualberto Tinoco, da Central Sindical e Popular - Conlutas. Pior: na avaliação dele, os ataques às manifestações devem ser ampliados por parte dos governos, em 2014, ano de realização da Copa e das eleições no país. E a combinação do cenário de conflito com a crise econômica, observou Gualberto, criará um ambiente ainda mais explosivo: “O prefeito já anunciou aumento da passagem de ônibus. É claro

que a coisa vai se acirrar”. Pelo Grupo Tortura Nunca Mais do Rio, Sérgio Moura destacou que a transição para o regime democrático, no Brasil, “foi conservadora”. O novo arcabouço legal absorveu referências herdadas do regime de exceção, como a Lei de Segurança Nacional. Segundo Carla Hikt, do Comitê Popular da Copa e Olimpíadas do Rio, 80 mil famílias foram removidas de seus locais de moradia em função de obras para os megaeventos esportivos. Um dossiê elaborado pelo Comitê denuncia a ampliação em larga medida da privatização dos espaços públicos: “Praticamente toda a cidade está sendo privatizada”, disse Carla,

citando como exemplo mais significativo a região portuária.

Lutas históricas

Representantes de movimentos quilombolas e indígenas criticaram o retrocesso legal em relação às demarcações de territórios originários e denunciaram o recrudescimento da violência naquelas áreas. “Já perdi a conta de quantas lideranças foram assassinadas só em 2013”, disse Urutau Guajajara, da Aldeia Maracanã, que, localizada nas imediações do estádio, se tornou famosa pela vitoriosa luta de resistência à remoção. O número de negros assassinados no Brasil, pelos parâmetros das Organizações

Respiro. Encontro teve espaço para música e poesia. O grupo Apafunk e o Bloco do Nada encerraram a atividade no Largo de São Francisco

Pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Marcelo Durão chamou atenção para o tema da soberania alimentar: “Para além do direito à produção no campo, o MST está há muito na luta pelo direito a uma alimentação saudável, não envenenada. Nós, do MST, defendemos uma produção que respeite a vida (humana) e a biodiversidade”, completou.

“Faísca” para novas manifestações?

Partidos de esquerda fizeram suas saudações à atividade e destacaram a importância da unidade entre todos os movimentos e segmentos nas lutas de 2014. A leitura geral é de recrudescimento da repressão e violência policial. E que o aumento da passagem de ônibus, anunciado para janeiro, servirá como um marco para medir a temperatura das disputas no próximo ano. Compareceram ao ato: Eduardo Serra (PCB), Cyro Garcia (PSTU) e Rogério Alimandro (PSOL).

Soberania e alimentação saudável. MST distribuiu alimentos de produção familiar no evento


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16 de dezembro de 2013

Identidade e Raça

Na luta contra o preconceito Professora explica a importância do ensino de História da África, obrigatório no país há dez anos Internet

Palestra ocorreu no auditório do CT, dia 28

Em 2003, o governo editou lei sobre o ensino de história e cultura afro-brasileira

Guilherme Karakida Estagiário e Redação

P

rofessora do Instituto de História da UFRJ, Mônica Lima e Souza entende que o ensino da cultura africana no Brasil, obrigatório por lei (veja quadro), apresenta uma série de problemas. No dia 28 de novembro, ela participou de uma das palestras do seminário “Identidade e Raça”, organizado pela Pró-reitoria de Pessoal (PR-4), no auditório do CT. Mônica apontou que as universidades precisam oferecer mais formação para os professores sobre o tema. Relatou a carência de material didático nas escolas e criticou o modo como o continente africano costuma ser ensinado: “Existe uma tendência às simplificações, maniqueísmos e idealizações dentro da sala de aula quando o assunto é a África”. Apesar de tudo, a professora

Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert substituíram casal negro considera fundamental a contínua aplicação da lei que, desde janeiro de 2003, estabeleceu a obrigatoriedade do ensino de História da África no currículo oficial. Para ela, é um importante instrumento na luta contra o preconceito racial ainda existente no Brasil. Cujo exemplo mais recente, de acordo com Mônica, foi a substituição do casal responsável pela apresentação do sorteio das chaves da Copa do Mundo: Lázaro Ramos e Camila Pitanga, atores negros, por Fer-

nanda Lima e Rodrigo Hilbert, brancos. “O preconceito está vivo diante dos nossos olhos. Devemos pensar em como enfrentá-lo. Este é um grande desafio”, afirmou Mônica.

Intolerância religiosa

Alexandre Carvalho dos Santos, professor do Departamento de Arte Corporal da Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ, completou a mesa. Ele observou que a intolerância no que diz res-

No imaginário comum, a África é o lugar da miséria, das doenças e das guerras. Ou da fauna e flora exuberantes. Os estereótipos evidenciam a falta de informação sobre o continente e suas múltiplas realidades. Para desconstruir esta visão, o governo federal instituiu a lei 10.639, em 9 de janeiro de 2003, que prevê

a obrigatoriedade do ensino de “História e cultura Afrobrasileira” nas redes de ensino do país (em 2008, a legislação foi ampliada com a inclusão do estudo dos povos indígenas). Em 2010, a Unesco e o MEC chegaram a lançar uma coleção especial sobre a história da África para ajudar na implantação da norma.

peito à África também se manifesta no campo religioso. Para combater a discriminação dentro dos espaços públicos, ele criou o Pade (Núcleo de Estudos Pesquisa em Africanidade, Dança e Educação). O grupo pretende institucionalizar e ampliar a aproximação da universidade com as comunidades terreiras da nação ketu – locais de culto ao candomblé. “Nós queremos com o projeto evidenciar a importância das comunidades

terreiras na cultura popular brasileira”, explicou. Atualmente, o núcleo de estudos conta com 19 membros ativos e busca integrar docentes e estudantes com o universo cultural do candomblé. Alexandre, porém, critica a falta de reconhecimento da UFRJ à iniciativa. “Apenas em 2013, após três anos de existência, nós entramos para a extensão da Universidade”. Na página 8, movimento negro quer ampliar sua pauta.

criminalização dos movimentos sociais

Agora é a hora de reação dos trabalhadores Marco Fernandes - 01/11/2013

“E

stávamos calados há muito tempo. A hora de enfrentar as barbaridades feitas aos trabalhadores chegou. E a organização de todos em torno de um objetivo, o fim da exploração, é muito importante”, afirmou o professor Roberto Leher, da Faculdade de Educação, durante o seminário “Criminalização da pobreza e dos movimentos sociais”. O evento foi organizado pela decania do CFCH (e noticiado em edições anteriores do Jornal da Adufrj). Na ocasião, ganhou destaque a greve dos professores das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro. Os palestrantes ressaltaram que a organização dos educadores na reivindicação por melhores condições de trabalho é o primeiro e mais importante passo para a valorização da educação no país. “Vimos durante a greve do que

Roberto Leher, Titular da Faculdade de Educação, foi um dos palestrantes do seminário o Estado é capaz, caso não aca- dente do Sindicato dos Profes- dores Desempregados (MTD); temos sua política de desvalori- sores do Município do Rio de e o diretor e coordenador do Dieese (Departamento Interzação do ensino. A opressão aos Janeiro (Sinpro-Rio). Também compuseram a sindical de Estatística e Estuprofessores, em greve legítima, é apenas mais um exemplo”, mesa: Renato Prata, militante dos Socioeconômicos) no Rio, disse Wanderley Quedô, presi- do Movimento dos Trabalha- Renato Lima.

“Estávamos calados há muito tempo. A hora de enfrentar as barbaridades feitas aos trabalhadores chegou. E a organização de todos em torno de um objetivo, o fim da exploração, é muito importante

Seminário discute formas de organização das lutas

Roberto Leher Professor da Faculdade de Educação


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Painel Adufrj

A foto

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DA REDAÇÃO Fotos: Internet

Roberto Stuckert Filho/PR

Médici e Marighella

As escolhas do PT são claras. Não é segredo pra ninguém que elas estão a anos-luz do projeto político que fundou o partido no começo da década de 1980 – a ditadura já caminhando para os estertores. Mesmo assim é quase inescapável o choque que esta foto produz a contemporâneos mais atentos da recente história do país. Muito

mais do que expressar uma atmosfera de “civilidade”, como tentou induzir a mídia das elites, a imagem traduz o ambiente gelatinoso que dilui antagonismos e impede mudanças estruturais no Brasil. Para conforto do projeto conservador. Lula ao lado de Sarney, FHC e Fernando Collor. Sarney, como se sabe, é político de extenso prontuá-

rio: serviu e serviu-se da ditadura e, há quase 50 anos, é patriarca da família que saqueia o Maranhão. FHC é o sujeito do Estado mínimo, o homem da privataria que aprofundou o neoliberalismo iniciado por Collor. Este último (parece incrível que esteja por aí livre, leve e solto), corrupto até o pescoço, foi apeado do Planalto em 1992. Internet

2014 promete...

Estudantes do ensino médio do Colégio Estadual Emílio Garrastazu Médici, em Salvador, fizeram uma exposição sobre o conterrâneo Marighella. Batizaram-na “A vida em preto e branco: Carlos Marighella e a ditadura militar”. A recente biografia de Marighella escrita pelo jornalista Mário Magalhães serviu de inspiração para o trabalho dos estudantes. Há um movimento para mudar o nome do colégio para Carlos Marighella. Médici era o ditador cujo governo torturava e matava seres humanos. Foi no seu mandato que ao menos 29 agentes da ditadura, armados até os dentes, assassinaram Marighella, desarmado.

Enquanto isso.... O link de datas históricas que integra o conteúdo do site da UFRJ inexplicavelmente reverencia a ditadura com informações do tipo: “Setembro de 1972: o presidente Médici inaugura a rodovia Transamazônica (1972)” “24 de Janeiro de 1967: dia da Constituição de 1967” (carta ilegítima baixada pelo regime militar). Em compensação, não traz uma única referência ao 24 de setembro de 1966, o dia no qual a polícia invadiu a Faculdade de Medicina da UFRJ, que funcionava num prédio na Praia Vermelha.

Vida de Professor

Diego Novaes


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16 de dezembro de 2013

BRASIL

Anticapitalismo na pauta do movimento negro Professora defende ampliação da luta antirracista no país para uma perspectiva de classe Da Redação

N

a semana da morte de Nelson Mandela, a professora Francilene Car-

O seminário foi organizado pelo Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais (Laeser), coordenado pelo professor do Instituto de Economia/UFRJ, Marcelo Paixão. Na mesa, além de Francilene, que ali representava a Adufrj-SSind, e o próprio Paixão, estavam Francisco Carlos, coordenador do Sintufrj, e Lílian Barbosa, pelo DCE Mário Prata. O dirigente sindical chamou atenção para o “racismo institucional” que se manifesta em situações na universidade. Lílian Barbosa traçou o quadro pouco favorável enfrentado pelos estudantes “pretos e pobres” na UFRJ. O professor Luciano Coutinho, diretor da AdufrjSSind, uma das entidades que apoiaram o evento realizado no auditório da Escola de Serviço Social, em rápida intervenção, disse que a Seção Sindical está cada vez mais empenhada em trazer para o debate “questões temáticas essenciais” da vida da universidade, relacionadas a gênero, raça e diversidade sexual. O Laeser, organizador do seminário, é uma das referências acadêmicas de investigação da situação do negro na sociedade brasileira. O coordenador do laboratório, Marcelo Paixão, teve atuação de destaque no Conselho Universitário na defesa da implantação de políticas afirmativas na UFRJ. Em debate recente, Paixão afirmara que a universidade aderiu com atraso às políticas afirmativas – o que aconteceu em agosto de 2010. Apesar da ressalva, no seminário da Praia Vermelha Paixão disse que nos últimos três anos já é possível registrar algumas mudanças na universidade. O professor afirmou que o país já vive um período signi-

doso (Biblioteconomia/UFRJ) defendeu a ampliação da pauta do movimento negro no Brasil para uma perspectiva de luta anticapitalista. Francilene – em exposição

no seminário Cor e Classe na sociedade brasileira – invocou Malcolm X (líder do movimento negro nos EUA de inspiração socialista) e Clóvis Moura (jornalista mili-

Fotos: Marco Fernandes - 04/12/2013

tante e autor de O Negro na historiografia brasileira) como nomes que devem ser lembrados como referência da luta antirracista na sociedade brasileira.

ficativo de “democracia com distribuição de renda”, mas que é preciso construir uma outra universidade e uma sociedade que incorpore na agenda acadêmica de pesquisa, por exemplo, as questões relacionadas ao papel do negro na sociedade brasileira. E uma sociedade sem exclusão, autoritarismo e desigualdade.

Espelho da sociedade

Francilene Cardoso, da Biblioteconomia, representou a Adufrj-SSind no debate

Francisco Carlos (Sintufrj): há “racismo institucional” na UFRJ

Marcelo Paixão observou que há mudanças na universidade nos últimos três anos

Lílian Barbosa, do DCE, e o drama dos alunos negros e pobres

Internet

Abdias substitui ditador

O nome do Colégio Estadual Presidente Costa e Silva (general que comandou o segundo governo da ditadura instaurada em 1964), em Nova Iguaçu (RJ), será substituído pelo fundador do Teatro Experimental do Negro, Abdias Nascimento (1914-2011). A escolha foi feita por meio de votação de alunos e professores.

No seminário, a professora Francilene Cardoso destacou que a UFRJ reflete a realidade da sociedade. Observou que a universidade possui mais de três mil professores, mas que entre estes, são pouquíssimos os que são negros. Os negros são encontrados na UFRJ em funções subalternas, registrou. Francilene, que também é militante do movimento “Favela não se cala”, criticou as UPPs que, na sua opinião, não constituem “uma política de segurança pública”, mas uma ação voltada para organizar a cidade de acordo com “os interesses do mercado”. Francilene atacou o governo do PT em relação à realidade enfrentada pela população negra. “O PT faz a gestão da barbárie”, acusou. A professora disse que é preciso ampliar a agenda da luta do movimento negro, dentro de uma perspectiva de classe. Depois de citar Malcom X, para enfatizar a linha anticapitalista na luta dos negros, ela lembrou do significado da luta no Quilombo dos Palmares, o maior movimento de contestação da ordem escravista da época colonial. O Quilombo dos Palmares não era um aglomerado onde se encontravam negros fugidos. Era muito mais do que isso, ela informa. Tratava-se de um projeto político, econômico e social, onde não existia propriedade privada e que tinha o objetivo de contestar e de frear a economia colonial.


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