18 de novembro (segunda-feira) - 17h Auditório da Escola de Serviço Social campus da Praia Vermelha
Pauta
Reunião do Conselho de Representantes da Adufrj-SSind
Lembramos que as reuniões do Conselho de Representantes são abertas a todos os professores sindicalizados.
1 - Informes; 2 - Atividades nas Unidades; 3 - 33º Congresso do Andes-SN; 4 - Segurança e Mobilidade, e 5 - Assuntos gerais.
Jornal da Seção Sindical dos Docentes da UFRJ
Andes-SN Ano XII no 826 18 de novembro de 2013 Central Sindical e Popular - Conlutas
Eleições no HUCFF
Os dois candidatos à direção do hospital foram questionados pelos estudantes. Nesta segunda, dia 18, o debate será com os três segmentos da UFRJ.
Elisa Monteiro - 13/11/2013
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Durante três dias, a obra de Carlos Nelson Coutinho – um dos mais importantes pensadores marxistas da segunda metade do século XX no Brasil – foi revisitada em seminário que reuniu convidados do país e do exterior. Tradutor de Antônio Gramsci, Carlos Nelson, que morreu em 2012, traduziu mais de 60 livros e também esteve próximo da produção intelectual de Georg Lukács. Página 4
Fotos: Marco Fernandes - 11/11/2013
Obra revisitada
Informal. Michel Löwi quebra a formalidade fotografando a plateia ao lado do italiano Guido Liguori (no canto esquerdo da foto) e Roberto Leher, na abertura do seminário
EEFD
Consuni condena arbítrio de diretor Kelvin Melo/Arquivo
O Conselho Universitário aprovou uma moção de repúdio ao autoritarismo do diretor da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD), Leandro Nogueira. Na sexta-feira, 8 de novembro, o diretor mandou fechar as portas do prédio da EEFD para impedir que os estudantes da Escola realizassem um ato contra a sua gestão. A decana do Centro de Ciências da Saúde, Maria Fernanda Quintela, informou que foi aberto um Processo Administrativo Disciplinar contra Leandro. O presidente da AdufrjSSind, Cláudio Ribeiro, disse que as ações do diretor agridem não só os estudantes da Educação Física, mas toda a universidade. Pagina 3
Marco Fernandes - 14/11/2013
Silvana Sá - 08/11/2013
Repúdio. Ato no Conselho Universitário denunciou autoritarismo de Leandro (no detalhe, à esquerda) que mandou seguranças barrarem estudantes da EEFD (no alto)
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sEGUNDA pÁGINA
HUCFF: estudantes questionam candidatos Côrtes e Feijó foram confrontados com questões sobre reabertura de leitos e da emergência Votação ocorre nos dias 25 a 27 deste mês Elisa Monteiro
elisamonteiro@adufrj.org.br
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o último dia 13, durante a campanha eleitoral para direção do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, os dois candidatos dialogaram com os alunos que utilizam a Unidade como campo de prática (um primeiro debate, voltado para os docentes, foi noticiado na edição anterior do Jornal da Adufrj). Luiz Feijó e o professor Eduardo Côrtes foram confrontados com perguntas sobre representação estudantil nas instâncias deliberativas internas, reabertura de leitos e a emergência local. Feijó, que é o chefe da Divisão Médica, afirmou que os estudantes são a “essência” da instituição,
mas não respondeu sobre a demanda de representação discente no Conselho de Administração do HU. Côrtes (chefe do Núcleo de Pesquisa em Câncer), por sua vez, explicitou ser favorável à participação: “Até o Conselho Universitário (Consuni) tem representação estudantil. Sou claramente favorável a uma representação dos alunos no Conselho de Administração”. Os dois ainda citaram a Coordenação de Assuntos Educacionais (CAE) como um possível canal de ligação entre os alunos e a direção. A ampliação do atual número de leitos ativos (de 237 para 257) foi apresentada pelo candidato Luiz Feijó: “Não é a situação ideal, mas é a proposta possível e realizável”, argumentou. Côrtes, por sua vez, reivindica 470 leitos no curto prazo. Ele afirmou que o número é compatível com a reforma elétrica em curso, realizada pela reitoria, e com “um hospital de ensino de alta complexidade como o HUCFF”. Ele
destacou que seriam necessários 800 para cumprir uma adequada relação com o número de alunos que atuam na Unidade. Questionado por um dos estudantes, Feijó refutou o fechamento da emergência do HU: “Temos registro de 1.233 atendimentos no período de agosto a outubro de 2011. Entre agosto e outubro de 2013, com 70% da força de trabalho, foram 678 pacientes atendidos. O que houve foi a diminuição das equipes de cirurgia”, disse. Côrtes afirmou ser objetivo de sua chapa a abertura da emergência: “Realmente, o fato é que se chegar agora na emergência, ela está fechada. Temos pacientes de tratamentos de alta complexidade que só poderiam encontrar o que precisam em uma internação, no Rio de Janeiro, no HUCFF”.
Ebserh
Perguntados a respeito da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), proposta
privatizante do governo federal, os candidatos mantiveram os posicionamentos já divulgados no debate anterior: Feijó afirmou que a decisão cabe ao Consuni; Côrtes manifestou ser contrário à implantação da empresa na UFRJ e afirmou que o diretor do HU precisa se posicionar ativamente sobre o tema.
Próximo duelo da campanha
Além de um debate em 14 de novembro (dia do fechamento desta edição), voltado para os técnico-administrativos, os dois candidatos voltam a se encontrar neste dia 18 (esta discussão estará aberta a todos os segmentos). Além das questões mais gerais que envolvem o HUCFF, os técnico-administrativos têm suas questões específicas e um interesse especial para saber o destino das centenas de funcionários extraquadros lotados na instituição. A votação ocorre entre 25 e 27 de novembro. A posse está marcada para 19 de dezembro. Elisa Monteiro - 13/11/2013
Ainda sem resposta As quatro entidades representativas da UFRJ (Adufrj-SSind, Sintufrj, DCE e APG) seguem aguardando, há quase um mês, resposta da reitoria sobre as comissões de trabalho relativas ao projeto autônomo de gestão dos hospitais universitários. Agenda
22 e 23 de novembro Encontro do Coletivo Jurídico do Andes-SN Brasília (DF)
22 a 24 de novembro Reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas São Paulo (SP)
22 a 24 de novembro Encontro Nacional do Setor das Particulares do Andes-SN São Paulo (SP)
29 e 30 de novembro II Seminário de Mulheres do Andes-SN Recife (PE)
Unimed: carência zero em janeiro As adesões para o convênio firmado entre a Unimed e a Adufrj-SSind no mês de janeiro terão carência zero. As inclusões (para janeiro) serão feitas até 19 de dezembro. Plantões Os próximos plantões especiais de atendimento aos interessados em aderir ao plano acontecem: 18 de novembro (segundafeira), na sala de administração da decania do CCJE, de 14h às 18h, no campus Praia Vermelha. 19 de novembro (terça-feira), na sede da Adufrj-SSind (CT, Bloco D, sala 200), no Fundão, de 10h às 14h; 21 de novembro (quarta-feira), na sede da Adufrj-SSind (CT, Bloco D, sala 200), no Fundão, de 10h às 16h; Nova tabela A nova tabela, com o reajuste anual da operadora, pode ser conferida em http://migre.me/g4qXL. O próximo aumento só vai ocorrer em dezembro de 2014.
Democracia. Alunos da Faculdade de Medicina cobram ampliação da participação do segmento nas decisões sobre o HUCFF SEÇÃO SINDICAL DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO DO SINDICATO NACIONAL DOS DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR
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Diretoria da Adufrj-SSind Presidente: Cláudio Ribeiro 1ª Vice-Presidente: Luciana Boiteux 2ª Vice-Presidente: Cleusa Santos 1º Secretário: José Henrique Sanglard 2º Secretário: Romildo Bomfim 1º Tesoureiro: Luciano Coutinho 2ª Tesoureira: Regina Pugliese CONSELHO DE REPRESENTANTES DA ADUFRJ-SSIND Escola de Serviço Social Mauro Luis Iasi; Luis Eduardo Acosta Acosta; Henrique Andre Ramos Wellen; Lenise Lima Fernandes Faculdade de Educação Claudia Lino Piccinini; Andrea Penteado de Menezes; Alessandra Nicodemos Oliveira Silva; Filipe Ceppas de Carvalho e Faria; Roberto Leher Escola de Comunicação Luiz Carlos Brito Paternostro Faculdade de Administração e Ciências Contábeis Vitor Mario Iorio Instituto de Economia Alexis Nicolas Saludjian Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional Cecilia Campello do Amaral Mello Faculdade Nacional de Direito Mariana Trotta Dallalana Quintans; Vanessa Oliveira Batista Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Eunice Bomfim Rocha; Luciana da Silva Andrade; Sylvia Meimaridou Rola; André Orioli Parreiras Escola de Belas Artes Patrícia March de Souza; Carlos de Azambuja Rodrigues; Rogéria Moreira de Ipanema Faculdade de Letras Gumercinda Nascimento Gonda; Vera Lucia Nunes de Oliveira Escola de Educação Física e Desportos Luis Aureliano Imbiriba Silva; Alexandre Palma de Oliveira; Marcelo Paula de Melo; Michele Pereira de Souza da Fonseca Escola de Enfermagem Anna Nery Walcyr de Oliveira Barros; Gerson Luiz Marinho Coppe Vera Maria Martins Salim Escola Politécnica José Miguel Bendrao Saldanha; Coordenador de Comunicação Luiz Carlos Maranhão Editor Assistente Kelvin Melo de Carvalho Reportagem Silvana Sá e Elisa Monteiro Projeto Gráfico e Diagramação Douglas Pereira Estagiários Darlan de Azevedo Junior e Guilherme Karakida Tiragem 4.000 E-mails: adufrj@adufrj.org.br e secretaria@adufrj.org.br Redação: comunica@adufrj.org.br Diretoria: diretoria@adufrj.org.br Conselho de Representantes: conselho@adufrj.org.br Página eletrônica: http://www.adufrj.org.br Os artigos assinados não expressam necessariamente a opinião da Diretoria.
18 de novembro de 2013
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UFRJ
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Consuni repudia ações do diretor da Educação Física Colegiado considerou inaceitável a postura autoritária do professor Leandro Nogueira. Histórico já tem um ano Fotos: Marco Fernandes - 14/11/2013
Silvana Sá
silvana@adufrj.org.br
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colegiado máximo da UFRJ aprovou uma moção de repúdio contra as ações do diretor da Escola de Educação Física e Desportos, Leandro Nogueira (leia quadro). O episódio do dia 8 de novembro foi relatado pela bancada estudantil do Consuni, pelo representante do Centro Acadêmico de Educação Física (CAEFD), Rian Rodrigues, pela representante da Associação dos Pós-Graduandos da UFRJ, Leila Leal e pelo presidente da Adufrj-SSind, Cláudio Ribeiro. Naquela ocasião, o diretor mandou fechar as portas da Unidade para evitar que os estudantes realizassem um ato político contra sua gestão no interior da Escola. Ribeiro demonstrou a desaprovação da Seção Sindical com ações que agridem não só os estudantes da Educação Física, mas a universidade como um todo: “Vimos estudantes terem que abrir mochila para acessarem a Unidade. Foi um ato extremamente arbitrário e que só teve maior destaque porque nossa equipe de comunicação estava presente. Nem assim, com as lentes da nossa câmera, os funcionários se intimidaram, mesmo sabendo que o caso estamparia o jornal. Não se pode admitir a naturalização da perseguição política como prática universitária”. Maria Fernanda Quintela, decana do Centro de Ciências da Saúde, que acompanha de perto (e há um ano) a crise e esteve na EEFD no dia 8 de novembro, afirmou que há um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) já concluído, faltando apenas findar o prazo de dez dias para defesa do acusado (Leandro Nogueira) e quatro sindicâncias abertas. “A situação é extremamente grave! Os procedimentos adotados pelo professor Leandro não são adequados dentro da estrutura da universidade. Precisamos demonstrar isso aqui”, disse.
Ameaças de morte
Leila Leal, da APG, chamou a situação de estarrece-
Estudantes se manifestaram no Conselho exigindo a saída imediata do diretor da Escola de Educação Física e Desportos dora e insustentável. “Há um CA oficialmente cassado pela direção da Unidade. Hoje temos estudantes sendo ameaçados de morte. A Congregação daquela Unidade tem um sistema policialesco, que coloca seguranças na porta e impede o acesso democrático de estudantes”. O reitor, sem entrar em detalhes, afirmou que ações no âmbito administrativo já estão sendo tomadas para garantir a institucionalidade e evitar ações que atentem contra a democracia na UFRJ.
Moção de Repúdio
Cláudio, da Adufrj-SSind
O Conselho Universitário manifesta seu repúdio à manutenção dos procedimentos antidemocráticos do diretor da Escola de Educação Física e Desportos, professor Leandro Nogueira, incluindo a convocação da Polícia Militar para intervir em questões político-acadêmicas.
Reitoria apoia estudantes A reitoria da UFRJ se reuniu com representantes do movimento estudantil da UFRJ (Centro Acadêmico da Escola de Educação Física e Desportos, DCE Mário Prata, APG), da AdufrjSSind e do Sintufrj. A pauta foi o episódio do dia 8 de novembro, noticiado na edição nº 825. Inclusive, Leandro Nogueira, diretor daquela Unidade, lançou nota na última semana insultando o Jornal da Adufrj e a diretoria da Seção Sindical, por considerar a abordagem da matéria “parcial” e “mentirosa”.
Na reunião com a reitoria, da qual participaram o reitor Carlos Levi, o vicereitor Antônio Ledo, e o pró-reitor de Pessoal, Roberto Gambine, ficou claro o posicionamento da administração central em favor da democracia e do respeito à institucionalidade. Levi informou que se reuniu, no dia 12, com o diretor da EEFD e deixou claro para Leandro a “incompatibilidade das atitudes do diretor com o espaço acadêmico que precisa garantir o diálogo, a negociação e a livre manifestação”.
Luciano Coutinho, diretor da Adufrj-SSind, salientou, no episódio da sexta-feira (8), o tratamento antidemocrático e a explícita perseguição ao movimento estudantil: “Havia uma revista ocorrendo na porta da Unidade, no mesmo dia em que era realizada uma filmagem. Nada contra a filmagem, mas eram pessoas estranhas à universidade que tinham total liberdade de ir e vir, enquanto os estudantes estavam sendo impedidos de circular sem que suas mochilas e bolsas fossem revistadas”.
Alojamento: novas decisões
Na sessão do Consuni do dia 14 de novembro, o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento, Carlos Rangel, levou ao colegiado as ações discutidas a respeito do acesso e das obras da Residência Estudantil. O Consuni aprovou que o acesso dos estudantes a casa se dará por meio de cartão magnético (com identificação e controle por catraca). Esta deliberação foi contrária à decisão da assembleia dos estudantes alojados, que havia indicado o controle por cartão de identificação, sem tarja magnética. Com relação à reforma, a universidade tentará entrar em contato com os últimos ocupantes dos quartos vagos que permanecem trancados até o dia 21 de novembro. Não havendo resposta até essa data, a UFRJ fica autorizada a abrir os quartos, com a presença da Superintendência Geral de Políticas Estudantis (SuperEst) e da Comissão de Acompanhamento do Alojamento. Da mesma forma, os ocupantes irregulares terão até a data de 21 de novembro para saírem dos quartos. A UFRJ entrará com pedido de liminar para reintegração de posse para os casos de os ocupantes se recusarem a sair.
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18 de novembro de 2013
Renovação do Marxismo
Seminário discute Carlos Nelson Coutinho
Fotos: Marco Fernandes - 13/11/2013
Audiência: auditório Pedro Calmon lotado acompanha conferência de José Paulo Netto, à esquerda, observado por Francisco Louçã (economista português do Bloco de Esquerda) à direita, e Luis Acosta, mediador da sessão
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arlos Nelson Coutinho, que morreu em 2012, traduziu mais de 60 livros, é a principal referência no país quando o assunto é Antônio Gramsci, quando jovem trocou correspondência com Georg Lukács, fez estudos sobre Lima Barreto e Graciliano Ramos e é autor de um ensaio que sacudiu o pensamento da esquerda brasileira, “A democracia como valor universal”, de 1979. Durante três dias, um seminário internacional tentou interpretar os pontos centrais da obra desse intelectual marxista identificado como um reformador revolucionário, e que punha a centralidade da democracia como caminho decisivo para o socialismo. A jornada de conferências e debates, com a participação de convidados internacionais, discutiu os esquemas teóricos do autor. O resultado foi um vasto painel que refletiu sobre as estratégias para o socialismo, a renovação do marxismo e a realidade brasileira. É claro que a “matriz gramsciana” e os conceitos nela contidos, estiveram presentes, mas como ponto de partida para se expor a complicada equação que move a luta de classes, a hegemonia capitalista e como enfrentá-las na prática. A “práxis” foi outro ponto destacado nos debates, e não por acaso: um traço marcante na vida de Carlos Nelson é que ele era
um intelectual orgânico, que se servia do conhecimento para pensar a luta revolucionária e que buscou em formas partidárias o caminho para se colocar no dia a dia do enfrentamento político.
Eurocomunismo
Guido Liguori, diretor da Sociedade Internacional Antônio Gramsci, dividiu a mesa de abertura do seminário na segunda-feira (11) com Michael Löwi, do Centre National de la Recherche Scientifique. Liguori recuperou a trajetório
de Carlos Nelson na Itália e reproduziu os primeiros contatos do professor com a obra de Gramsci, a influência que o eucomunismo e o pensamento Enrico Berlinguer passou a ter na obra do autor brasileiro. Carlos Nelson traduziu e editou a obra de Gramsci no Brasil, além de produzir vários ensaios sobre o revolucionário pensador italiano. Löwy, um professor marxista brasileiro que vive na França desde a década de 1960, relembrou dos encontros com Carlos Nelson e também referiu-se ao
texto do brasileiro sobre o valor universal da democracia. A diferença na abordagem de Michael Löwy é que ele identificou influências de Rosa Luxemburgo no polêmico texto. “Acho que se Carlos Nelson estivesse aqui, ele negaria essa influência. Mas ela existe”, defendeu Löwy, que também destacou o interesse de Carlos Nelson por Georg Lukács, apesar das diferenças entre Lukács e Gramsci. Na próxima edição, a cobertura de momentos importantes do seminário
Adufrj-SSind na abertura
A professora Cleusa dos Santos, 2ª vice-presidente da AdufrjSSind, representou a Seção Sindical na abertura do seminário. Ao lado das instituições que apoiaram a realização do evento organizado pela Escola de Serviço Social da UFRJ, Cleusa destacou “o legado da obra de Carlos Nelson para a reflexão sobre a transformação da sociedade brasileira e capitalista”. A dirigente da Adufrj-SSind também salientou a contribuição de Carlos Nelson para se pensar o papel de partidos e sindicatos na mediação de conflitos e interesses e invocou a experiência da Adufrj-SSind na luta em defesa dos trabalhadores e de bandeiras específicas da categoria a qual representa. Citou a briga do Andes-SN contra a precarização do trabalho docente, a resistência às tentativas de mercantilizar a saúde, por meio da Ebserh, a denúncia contra o projeto que privatiza a previdência e a defesa da educação pública.
Marco Fernandes - 11/11/2013
Da Redação
Homenagens. O seminário foi encerrado com uma homenagem a Carlos Nelson Coutinho e ao professor Aloísio Teixeira, amigo de Carlos Nelson e ex-reitor da UFRJ, que também morreu em 2012. Andréa Teixeira, viúva de Carlos Nelson, e dona Iracema Teixeira, mãe de Aloísio, receberam flores. As homenagens foram precedidas de uma manifestação de membros do MST que acompanharam os debates.