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Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia

S e te m b ro 2 01 2

Primeiro as Famílias

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Em

Meio

Tempestade

à

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Só Um Cristão

Quando é

Tudo Significa Tudo Mesmo ? 26


S e te m b ro 2 01 2

A R T I G O

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D E

C A P A

14 Quando Só Um é Cristão V I D A

Famílias Fortes = Igrejas Fortes

Por Karen Holford

Ajudando lares em que só um cônjuge é adventista.

Por Willie e Elaine Oliver

Conviver exemplarmente com pessoas que melhor nos conhecem é o verdadeiro teste do que significa ser cristão.

8 Forte no Seu Poder V I S Ã O

M U N D I A L

A D V E N T I S T A

Amor é Paciente, 22 oOAmor é Bondoso C R E N Ç A S

F U N D A M E N T A I S

Por David e Doris Lumpi Haveria melhor lugar para demonstrar essas virtudes cristãs do que em casa?

Por Ted N. C. Wilson

Recebendo força de Deus e compartilhando um com o outro.

24 Amor, Luz e Alegria E S P Í R I T O

12 Em Meio à Tempestade D E V O C I O N A L

D E

P R O F E C I A

Por Ellen G. White

Raramente alcançamos o ideal de Deus. Mas ainda podemos almejá-lo.

Por Gerald A. Klingbeil

Mantendo a família longe das rochas.

SEÇÕES 3

NOTÍCIAS

DO

MUNDO

3 Notícias Breves 6 Notícia Especial 10 Igreja de Um Dia

11 26

SAÚDE

NO

MUNDO

Assunto de Família RESPOSTAS A PERGUNTAS BÍBLICAS

Tudo Significa Tudo Mesmo?

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ESTUDO

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TROCA

BÍBLICO

A Promessa do Reavivamento DE

IDEIAS

www.adventistworld.org Online: disponível em 13 idiomas

Tradução: Sonete Magalhães Costa

Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. V. 8, Nº 9, Setembro de 2012.

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C A PA

F O T O :

B E N J A M I N

E A R W I C K E R


V

NOTÍCIAS DO MUNDO

Herbert Blomstedt,

D E

A R Q U I V O

P O R

L A R R Y

B E C K E R

Maestro Adventista, é Homenageado por Monarca Sueco

F O T O

ocê somente reconhece o valor e a importância de algo quando sabe que é especial. Desde que a primeira edição da Adventist World, setembro de 2005, chegou às mãos dos leitores em todo o mundo, das 85 edições publicadas até agora, apenas duas foram “temáticas”. A maior parte da edição de janeiro de 2011 foi dedicada ao chamado para reavivamento e reforma pela liderança da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Milhões de adventistas, em mais de 140 países, leram o solene apelo para buscar ao Senhor com um coração aberto e sincero e se preparar para a promessa do derramamento do Espírito Santo. Esta edição do sétimo aniversário da Adventist World é dedicada a um assunto igualmente vital: a família adventista. Ao folhear estas páginas, você encontrará o foco inconfundível: a equipe editorial da revista e os líderes mundiais da Igreja destacam enfaticamente a coluna mais importante na construção de congregações saudáveis e produtivas. Mais uma vez pedimos a Deus que milhões de irmãos guardem essas palavras no coração e, orem e trabalhem por famílias adventistas fortes, estáveis e nutridas. Famílias saudáveis já foram a pretensão básica de nações, comunidades e igrejas. Mas, pensamos ingenuamente que a virtude, a formação, o compromisso e a força social, que são as características de uma família forte, resistiriam sem educação e muito trabalho. A própria família cuidaria dessas coisas. Mas as ferramentas roubadas pela guerra, pobreza, doença, mídia, cultura e urbanização desgastaram os laços sagrados da família divinamente ordenada. Hoje, como nunca antes, precisamos do apoio e incentivo de outros crentes para manter nossos casamentos fortes, educar nossos filhos com sabedoria e construir caráter consistente com a vida no reino eterno de Deus. Ore durante a leitura das páginas a seguir. Não importa em que circunstâncias você se encontra agora, ouça o apelo para amar e servir aos que são seus parentes de sangue – e às milhares de famílias de irmãos que são seus parentes pelo sangue de Jesus.

LÍDER CLÁSSICO: Herbert Blomstedt (esquerda), que foi homenageado com a Medalha Serafim, da Suécia, por sua contribuição musical e cultural ao país, recebe também o Prêmio Weniger por Excelência, na Igreja da Universidade de Loma Linda, EUA.

■ A Suécia, país natal do Maestro Herbert Blomstedt, reconheceu o músico veterano por sua notável carreira como regente sinfônico. O Rei Carlos Gustavo XVI condecorou recentemente a Blomstedt com a Medalha Serafim. No dia 15 de junho de 2012, o Palácio Real da Suíça declarou que Blomstedt foi reconhecido pela “excelência de sua contribuição para a música sueca”. A medalha é uma das mais altas honrarias civis do país. Conferida pelo próprio rei, ela reconhece os “excelentes serviços de natureza humanitária ou de benefício geral para a sociedade”, informou a Corte Real Sueca. “É claro que estou muito feliz”, disse Blomstedt à União Sueca da Igreja Adventista, acrescentando que embora ele minimize tal reconhecimento, dessa vez foi uma exceção. Blomstedt regeu a Orquestra Filarmônica Royal pela primeira vez em 1954. Durante sua carreira, ocupou os cargos de maestro titular da Orquestra Sinfônica Norrköping, das Orquestras Rádio Sinfônicas

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Para ler o artigo de capa de Herbert Blomstedt na Adventist World, visite a página: www.AdventistReview.org – Informa Rainer Refsback/TED

Treinamento de Líderes Adventistas em Gestão de Riscos ■ Líderes representando 18 países da África, Ásia e Europa se reuniram em junho, na Cidade do Cabo, África do Sul, para compartilhar maneiras mais eficientes no gerenciamento dos recursos da Igreja.

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F O T O :

Dinamarquesa e Sueca, Dresdner Staatskapelle, e da Orquestra Sinfônica de São Francisco. Ao longo dos anos, Blomstedt contribuiu generosamente com o cenário da música da Igreja Adventista e com seu sistema educacional. Blomstedt também usou seu reconhecimento público para compartilhar sua fé em Deus. “Nós, que conhecemos Herbert pessoalmente, também sabemos como ele sempre encarou a música como uma maneira de glorificar a Deus e como testemunho da graça e da majestade de nosso Criador”, disse Bertil Wiklander, presidente da Divisão Transeuropeia. “Ele já testificou mais de uma vez que o segredo do seu sucesso é sua fé cristã e, em particular, a bênção do sábado, que lhe trouxe descanso e recriação”, acrescentou. Blomstedt não pode comparecer à cerimônia de entrega da medalha no Palácio Real em Estocolmo devido a compromisso anteriormente assumido. O maestro, 85 anos, continua mantendo uma carreira ativa regendo a Orquestra Sinfônica Nacional em Washington, D.C. (EUA), numa série de concertos neste ano, entre outros compromissos.

A R M

NOTÍCIAS DO MUNDO

GESTÃO DE RISCO: Bob Kyte, presidente da Adventist Risck Management, fala aos delegados do seminário na Cidade do Cabo, África do Sul.

Coordenados pelo Adventist Risk Management (ARM – Gestão Adventista de Risco), de propriedade da IASD, os 250 participantes abriram diálogo e discussão durante os seminários de administração prática sobre seguro dos obreiros, voluntários e atividades; assim como, riscos de transporte, controles internacionais e seguro contra incêndios. A liderança do ARM também tratou de temas especiais, tais como, assuntos legais, o profissional médico e governança em responsabilidades executivas. As palestras técnicas foram dirigidas por R. Clifford Jones, diretor associado do Seminário Teológico Adventista, centradas na liderança cristã e integridade. “O objetivo de toda a conferência esteve focado na liderança cristã em administrar os recursos da Igreja”, disse William Chunestudy, especialista do ARM em educação de recursos e organizador da conferência. “Houve uma forte ênfase nos recursos humanos da Igreja – como todos os ministérios podem trabalhar juntos para cumprir a missão.” Bob Kyte, presidente do ARM, incentivou os líderes durante seu discurso de abertura, intitulado “Tudo

a Ver com o Ministério”, a se esforçarem para encontrar alternativas mais sábias de administrar os recursos da Igreja e descobrir melhores caminhos para cuidar mais apropriadamente de seus funcionários e propriedade. “Vivemos em tempos difíceis. O clima é imprevisível. Os problemas nos desafiam de várias maneiras. Devemos aproveitar sempre as oportunidades de aprender como melhor proteger os recursos da Igreja Adventista do Sétimo Dia”, disse Kyte. Ele informou que a função do Adventist Risk Management é proteger os ministérios da Igreja Adventista por meio de recursos como os da conferência internacional da administração de risco.

Universidade Babcock Inaugura Escola de Medicina ■ A nova escola adventista de medicina na Nigéria é a primeira da denominação na África. A Escola de Medicina Benjamin S. Carson e o Hospital Escola da Universidade Babcock foram inaugurados em


U N I V E R S I T Y

A liderança do Departamento de Educação trabalhou unida ao Departamento do Ministério de Saúde da AG para estabelecer o nível da escola de medicina. O diretor do Departamento do Ministério de Saúde, Allan Handysides, que há décadas tem apoiado a obra médico-missionária na África, confirmou o endosso de Beardsley-Hardy. “Raramente tenho visto, em qualquer de nossas instituições, um progresso tão extraordinário em tão curto período de tempo. A equipe da Babcock seguiu com seriedade as sugestões e diretrizes, obtendo excelente resultado”, disse Handysides. Iheanyichukwu Okoro, vice-presidente da UB e diretor da Faculdade de Saúde e Ciências Médicas, liderou todo o processo. Dentre os convidados, honrando a assembleia com suas palavras de apreço e confirmando o compromisso de conti-

B A B C O C K

junho, durante culto especial na Igreja da Universidade Babcock (UB), em Lagos, Nigéria. A Educação Adventista e os diretores do Ministério da Saúde dizem que a nova escola sinaliza um comprometimento crescente dos africanos em construir sua autossuficiência, priorizando os vários desafios da saúde pública enfrentados pelo continente. O lançamento de uma escola de medicina na Nigéria, embora não seja a solução imediata, é “o claro começo” em direção ao “sistema de assistência de saúde até agora inexistente na África”, disse o presidente James Makinde, presidente da UB. A Escola de Medicina funciona nas faculdades de Saúde e Ciências Médicas da Universidade Babcock, que também inclui a escola de Enfermagem e Saúde Pública. Os administradores informam que as escolas de Farmácia e de Odontologia também já estão planejadas. A escola concederá diplomas de Bacharel em Medicina e em Cirurgia. O diploma profissional pode ser recebido pelo estudante de medicina que estuda na universidade que segue o modelo britânico de ensino do terceiro grau. Os 37 alunos atuais que se matricularam no curso estão estudando desde janeiro, quando os administradores da Universidade Babcock requisitaram a oficialização da recém-criada escola de medicina. Mas, na época, o lançamento oficial foi impedido por não haver preenchido alguns requisitos de credenciamento e, após o governo nigeriano suspender o subsídio ao combustível, disse Lisa Beardsley-Hardy, diretora do Departamento de Educação da AG. “Era necessário verificar se os requisitos [credenciamento] haviam sido preenchidos. Agora estão todos corretos. A infraestrutura para a escola de medicina está quase completa”, acrescentou Beardsley-Hardy.

nuar como parceiro, estava Kabiyesi Oba Michael Olufemi Mojeed Sonuga, rei de Ilishan, que doou o terreno onde hoje se encontra a escola de medicina. Manifestando o total apoio da Comissão Nacional da Nigéria para a nova realização da UB, estava Julius Okojie, secretário executivo da comissão. Seu reconhecimento foi uma confirmação do excelente relacionamento e cooperação com seu público variado, mais tarde demonstrado pelos cumprimentos recebidos do governador Femi Adeniyi; a presença do secretário do ministro do trabalho e produtividade, Chief Wogu; além dos representantes de outros estados e universidades privadas de toda a República Federativa da Nigéria e de todo o continente Africano. – Informam Lael Caesar, editor assistente da Adventist World, Elizabeth Lechleitner e Ansel Oliver, da Rede Adventista de Notícias

CERIMÔNIA DE DEDICAÇÃO: Dr. Ben Carson, à esquerda, e sua esposa, Candy, na cerimônia de dedicação da Escola de Medicina Benjamin S. Carson e do Hospital Escola da Universidade Babcock, Lagos, Nigéria.

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NOTÍCIAS DO MUNDO

A

conferência bíblica internacional ofereceu oportunidade a 304 líderes e eruditos adventistas de visitar lugares importantes, em Israel, durante dez dias no mês de junho. Esses participantes, no entanto, levaram da Cidade Santa para casa muito mais do que souvenirs e fotografias: eles voltaram com uma compreensão ampliada da terra de Jesus e da natureza do ser humano. “Comprometidos com a visão bíblica, teólogos e administradores de todo o mundo, reuniram-se para explorar a perspectiva bíblica, teológica, histórica, missiológica e científica da antropologia; para promover unidade entre teólogos e administradores; e, para estar mais preparados para servir ao Senhor e à Sua igreja”, diz a declaração consensual aprovada pelos delegados. Por meio do estudo, debate e unidade oferecidos pela conferência, espera-se que os participantes desfrutem de um senso renovado que os estimule a contribuir para a Igreja mundial nas salas de aulas e no ministério. Os delegados disseram que “a compreensão da natureza humana e a negação do dualismo (corpo e alma) estão profundamente enraizados e sustentados pela antropologia bíblica”. O texto completo da declaração está disponível na página http://bit.ly/MkxpBQ. Eles se reuniram ao norte de Israel para iniciar um período de debate teológico e visitas de estudo numa terra que muitos estavam visitando pela primeira vez. “A esperança que temos é o que faz com que esta conferência seja tão especial”, disse Ted N. C. Wilson, presidente da Associação Geral, em breve discurso durante uma sessão plenária na praia da Galileia, conhecida em hebraico como Kenneret. Analisando o “ressurgimento do espiritualismo” no mundo de hoje,

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Humanidade como umTodo

Terceira Conferência Internacional da Bíblia debate antropologia bíblica Por Mark A. Kellner, editor de notícias, informa de Jerusalém, Israel, com a equipe da Adventist World.

Kwabena Donkor, diretor associado do BRI (Instituto de Pesquisa Bíblica) da AG, disse que “a natureza do homem”, doutrina também conhecida por antropologia bíblica, é “um assunto muito importante” para o movimento adventista. “A epistemologia gira em torno desse tema”, mencionou. Artur Stele, diretor do BRI e também vice-presidente da AG, abriu a conferência numa palestra plenária. “Explorar a natureza do dualismo antropológico deveria ser nosso trabalho”, afirmou Stele, acrescentando que “a compreensão correta da natureza do ser humano atinge a relação entre homem e mulher, e o relacionamento dos seres humanos com a tecnologia moderna.” Stele disse ainda: “Precisamos explorar o significado da antropologia bíblica e como ela impacta nossas doutrinas”. Ele lembrou aos participantes que os adventistas são chamados a enfrentar “o desafio do mundo religioso que é, basicamente, dualista” em sua visão humana. Os devocionais pela manhã foram realizados à beira do lago da Galileia. O presidente da Divisão Euro-Asiática, Pr. Guillermo Biaggi, e o presidente da

Divisão do Sul do Pacífico, Barry Oliver, motivaram os participantes a desenvolver comunhão pessoal com o Senhor que um dia andou por aquelas praias. Oliver lembrou aos delegados que Deus, na pessoa de Jesus, “foi um conosco e [foi] um de nós. Para experimentarmos Sua presença, dependemos de buscar Sua Pessoa, o que só pode ser feito por meio do Senhor Jesus Cristo.” No dia 16, falando para uma congregação acima de trezentos educadores e administradores, o Pr. T. Wilson apelou aos educadores para “liderar uma revolução positiva em seus campi – uma revolução de volta à interpretação da Bíblia, com posição historicista e com uma abordagem bíblico-histórica.” Sua mensagem (veja texto do sermão na página http://bit.ly/L2ERQj) abordou também a importância da compreensão adventista do ritual do santuário, o qual, disse ele, mantém a resposta definitiva para duas teologias distorcidas da fé cristã: o “legalismo” e a “graça barata”. Os delegados da conferência apoiaram, com convicção, o desafio do presidente. “Creio que seu apelo é oportuno”, disse Leslie Pollard, presidente da Oakwood University, em Hustsville,


M A R K

A .

K E L L N E R / A D V E N T I S T

R E V I E W

A N T H O N Y

K E N T

REUNIÃO DOS DELEGADOS (esquerda): Alguns dos mais de 300 teólogos, eruditos e administradores que se reuniram em Jerusalém, Israel, para a Terceira Conferência Internacional da Bíblia, em junho. IRMÃOS EM CRISTO (à direita): Ted Wilson, presidente da Associação Geral cumprimenta Raji Qumsiyah, um lojista adventista do sétimo dia, na Praça da Manjedoura, na velha Belém.

Alabama. “Em todo campus temos a oportunidade de causar impacto na vida das pessoas. A Oakwood University aceita o desafio.” Frank Hasel, diretor do Departamento de Teologia no Seminário Schloss Bogenhofen, na Áustria, comentou: “A mensagem de Ted Wilson não visou correção de posicionamento, mas o sentimento de alguém que se importa profundamente com a saúde espiritual da Igreja em todo o mundo. Como teólogo, professor e diretor fui incentivado a ser alguém que precisa ter profundo amor pela Bíblia, iniciando uma revolução espiritual positiva que recebe seu poder da Palavra de Deus.” Segundo Cindy Tutsch, diretora do Patrimônio Literário Ellen G. White, o sermão de Wilson tocou uma questão importante: “Apreciei o desafio de Ted Wilson para buscarmos as Escrituras, a fim de encontrar nelas respostas autorizadas para as questões de cosmologia”, disse ela. “Sua ênfase no santuário como a chave para desvendar uma compreensão mais profunda de Jesus, incluindo a relação entre o santuário e outras doutrinas centradas em Cristo, necessitam de uma proclamação mais ampla.”

Gilbert Wari, presidente da Divisão Centro-Oeste Africana, destacou a continuidade histórica da mensagem de Wilson com as declarações adventistas clássicas: “Esse sermão, baseado na doutrina do santuário, reposicionou a Igreja Adventista do Sétimo Dia em sua missão no mundo como foi compreendida e pregada pelos adventistas pioneiros.” Após o culto matinal com os delegados da conferência, Wilson e sua esposa, Nancy, atravessaram a cidade de Jerusalém para cumprir outro compromisso especial: centenas de adventistas israelenses que estavam ansiosos para se encontrar com o líder mundial da Igreja. “É um privilégio estar nesta maravilhosa cidade”, disse Wilson a cerca de cem adventistas que vieram para o culto de adoração. A congregação era composta de israelitas, etíopes, russos, moldávios, filipinos e outros, uma filial das “nações unidas de crentes”, ali reunidos. Assim que falou aos teólogos e estudiosos sobre a necessidade de uma “revolução” na educação adventista, baseada na Bíblia, Wilson garantiu à congregação que, embora estivesse lá para participar da conferência, “enquanto isso, queria

me encontrar com vocês também”. O culto do sábado pela manhã seguiu o modelo de muitos outros cultos adventistas ao redor do mundo, com um sabor adicional das canções hebraicas, anúncios e sermões traduzidos para o russo, falado por muitos na congregação. Tanto o Pr. Wilson como Júlio Mendez Jr., secretário-tesoureiro do campo de Israel, confiaram a Oleg Elkine a tradução do inglês para o russo, muito embora, Wilson que serviu por dois anos como presidente da Divisão Euro-Asiática, tenha falado várias sentenças no idioma. Representando mais de 17 milhões de adventistas, Wilson se encontrou com o digníssimo ministro do Exterior de Israel, Danny Ayalon, no dia 18. A sessão incluiu a apreciação de mais de 300 teólogos adventistas, estudiosos e administradores em visita a Israel para a conferência bíblica. “Já conhecemos os Adventistas do Sétimo Dia há muito tempo e penso que, sem dúvida, compartilhamos da mesma herança, crença e destino também”, disse Ayalon, que serviu por quatro anos e meio como embaixador de Israel nos Estados Unidos. ■

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V I S Ã O

M U N D I A L

Por Ted N. C. Wilson

Forte no Seu

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Poder

B O T T N E R

As famílias fortalecem a igreja e a comunidade

D A N I E L

fato da revista Adventist World dedicar a edição de setembro à família me alegrou muito. A família é a espinha dorsal da sociedade e da igreja. As famílias ajudam a dar estabilidade e incentivo, além de prover forte fundamento para o cumprimento da obra que Deus nos incumbiu de executar. Esse forte alicerce é construído sobre a Palavra de Deus, como ilustrado por Jesus no Sermão do Monte: “Eu lhes mostrarei com quem se compara aquele que vem a mim, ouve as minhas palavras e as pratica. É como um homem que, ao construir uma casa, cavou fundo e colocou os alicerces na rocha. Quando veio a inundação, a torrente deu contra aquelacasa, mas não a conseguiu abalar, porque estava bem construída” (Lc 6:47, 48, NVI). A Bíblia é o firme alicerce da instrução de Deus para a família a fim de enfrentar os desafios da vida. Quando temos uma forte conexão com Cristo, somos levados a Ele como o centro de todas as coisas boas e que nos aproximam como família. A ênfase espiritual do culto familiar, cantando e orando juntos, resulta em união espiritual que capacita toda família a superar qualquer coisa que possa enfrentar. Mais que somente frase surrada: “A família que ora unida, permanece unida”, é realmente verdadeira! Além disso, somos abençoados com conselhos espirituais inspirados por meio dos escritos de Ellen White. “Deus quer que nossa família simbolize as famílias do céu”, escreveu ela. “Que pais e filhos mantenham isso em mente, todos os dias, ao se relacionarem uns com os outros como membros da família de Deus. Assim sua vida será de tal caráter que dará ao mundo uma lição objetiva de como podem ser as famílias que amam a Deus e guardam os Seus mandamentos. Cristo será glorificado; Sua paz, graça e amor permeiam o círculo familiar como

TRÊS GERAÇÕES: Ted e Nancy Wilson num momento especial com uma das três filhas e um dos netos.


precioso perfume” (Advent Review and Sabbath Herald, 17 de Novembro de 1896). Respeitando Um ao Outro

Devemos também ter em mente a importância de maridos e esposas mostrando grande amor e respeito de um para com o outro. “Cada marido deve amar a sua esposa como ama a si mesmo, e cada esposa deve respeitar o seu marido”, menciona o apóstolo Paulo em Efésios 5:33 (NTLH). Devemos tratar nosso cônjuge com o amor e respeito descritos nas Escrituras. Isso só é possível quando submetemos nossa vida ao Senhor e ao Seu poder, e pedimos a Ele que nos ajude como indivíduos a guardar o relacionamento de uns para com os outros. Quando a teoria religiosa encontra aplicação prática demonstra isso nos relacionamentos, nas atividades de trabalho e fora de casa. A conexão com Cristo tem um novo significado, muito mais que uma ideia teórica, ela se torna a base da vida da família que busca apoio no poder de Deus. Tendo a Cristo como fundamento a família está segura. A Importância da Comunicação

A comunicação é vital para a saúde dos relacionamentos e o incentivo que vem de se conversar em família tem poder restaurador. Enquanto os membros da família conversam juntos, trocando ideias, é importante que cada pessoa se sinta segura e confortável discutindo os diversos assuntos da vida. Forte lealdade e amor de um para com o outro será fonte de força. Mesmo agora, quando nossas três filhas já estão casadas, ainda mantemos relação próxima com elas e com suas famílias. Hoje, em algumas partes do mundo, os telefones celulares e outros aparelhos eletrônicos oferecem maneiras de permanecermos em contato com os membros da família, especialmente

Quando a teoria religiosa encontra aplicação prática . . . , a conexão com Cristo tem um novo significado. quando moramos distantes. As tradições familiares e o comprometimento de passar tempo juntos também é importante. Caminhadas e escalar montanhas são tradições que continuam em nossa família. Gostamos de ficar juntos durante os feriados, como as celebrações do Dia de Ação de Graças, em novembro, nos Estados Unidos e o Natal, em dezembro. E nos esforçamos para arrumar espaço em nossas agendas complicadas para algum tipo de férias familiares durante o verão. As Famílias e a Igreja

As famílias são importantes porque são a lembrança do grande amor de Deus por nós e do maravilhoso privilégio que temos de pertencer à grande família de Deus. A riqueza das bênçãos que resultam de nutrirmos famílias que são parte integral da igreja local é incalculável. As famílias unidas, centradas em Cristo e sendo parte da família da igreja local se tornam a poderosa espinha dorsal do funcionamento da igreja no seu evangelismo. Por outro lado, a igreja pode nutrir a família espiritual e socialmente oferecendo grande auxílio à vida familiar para que seja uma grande bênção. É por isso que a igreja mantém o Departamento do Ministério da Família, o qual oferece suporte valioso para apoiar as famílias. A igreja local oferece apoio de várias maneiras, tais como: grupos familiares de oração, atividades que incentivam

famílias e orientação pastoral e de outros líderes da igreja. Também auxilia com aconselhamento e educação as famílias necessitadas, mulheres abusadas, pais lutando com os desafios de criar seus filhos e outras situações desafiadoras. Podem ser organizados grupos de jovens para o incentivo dos membros mais jovens das famílias da igreja. Os membros mais antigos podem adotar famílias mais jovens para aconselhar e incentivar. Os membros da igreja podem aprender os nomes dos jovens da igreja e animá-los ao se referir a eles pelo nome, dizendo-lhes que estão orando por eles. A igreja é também um lugar de refúgio para aqueles que experimentaram o esfacelamento do relacionamento familiar. Quando a família da igreja se oferece para levar alento e esperança, ocorre a cura e atrai àqueles que passaram por experiências dolorosas para mais perto da família de Cristo. Os Solteiros e a Igreja

Se a família da igreja for acolhedora e hospitaleira também pode ser um maravilhoso lugar para os solteiros adorarem, socializarem e se sentirem em casa – esteja o casamento em seus planos ou não. Entretanto, se você está procurando por um companheiro para a vida toda, a igreja é o melhor lugar para estar. Eu sei, porque foi ali que encontrei a minha esposa! Quando eu estava terminando o Mestrado em Saúde Pública, na Universidade de Loma Linda, costumava frequentar a igreja da universidade. Um sábado eu entrei na igreja com uma senhora de mais idade, que encontrara no dia anterior no hospital e, que convidara para ir à igreja. Ao entrarmos, vi um espaço vazio próximo à uma linda moça, Nancy Vollmer e sua avó, Sra. Marion Vollmer, conhecida de nossa família há vários anos, pois ela e seu esposo, Dr. H. W. Vollmer, eram bons

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V I S Ã O

M U N D I A L

Igreja de Um Dia

As Famílias e a Sociedade

No mundo de hoje o modelo bíblico de família está sendo atacado cada vez mais. Enquanto a sociedade pressiona por outros modelos, como adventistas do sétimo dia, devemos ser os primeiros a defender os aspectos e as bênçãos do casamento orientado pela Bíblia – heterossexual, em um ambiente familiar. Famílias cristãs fortes e vibrantes podem ser testemunhas maravilhosas em sua igreja, vizinhança, local de trabalho, escola, e na sociedade como um todo. Deus deseja que as famílias sejam cheias do poder divino, fortalecendo tanto a igreja como a sociedade, e compartilhando a gloriosa esperança das boas novas do breve retorno de Cristo. ■

Ted N. C. Wilson é

presidente da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia.

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D U E R K S E N

A Noiva de Tola

B R E N D A

amigos de meus pais e avós. Já havia visto Nancy antes, mas nunca tínhamos nos falado. Tudo pareceu providencial! Inclinei-me para cumprimentar a Sra. Vollmer, esperando que ela me apresentasse para a Nancy. Soube mais tarde que a avó havia cochichado para a neta: “Esse é Teddy Wilson. Fique perto de mim que após o culto vou apresentá-la a ele.” Após nos encontrarmos no hall de entrada ao final do culto, eu sabia que Nancy era alguém que definitivamente eu precisava conhecer melhor! Cerca de um ano mais tarde ficamos noivos quando Nancy e eu visitamos os pais dela em Asheville, Carolina do Norte. Soubemos que vovó Vollmer e vovó Wilson jejuaram e oraram aquele final de semana quando souberam que estaríamos visitando a família da Nancy juntos. As famílias cristãs que oram são realmente especiais. Poucos meses mais tarde nos casamos – neste mês, completaremos 37 anos de vida conjugal.

“Não se atrase, ou você vai acabar como a noiva de Tola!” Esse é um ditado comum na Nicarágua, usado pelas mães em relação às filhas e pelos patrões para seus empregados. Ninguém quer ser como a noiva de Tola, uma jovem deixada no altar, quando o noivo a abandonou para se casar com a ex-namorada. Arlin Tatiana é diretora da pequena congregação da Igreja Adventista do Sétimo Dia na cidade de Tola. Atualmente, o grupo se reúne embaixo de uma mangueira, próximo à casa de um membro. Eles têm sonhado e tentado angariar fundos para a construção de uma nova igreja. “Se tivéssemos um prédio perto da cidade onde as famílias pudessem vir com seus filhos, teríamos mais de cem membros”, disse Tatiana. Quase a totalidade dos 25 membros atuais é jovem, como Tatiana, que tem 24 anos e desejo de evangelizar seus amigos jovens e vizinhos. Quinze crianças já estão matriculadas na escola sabatina. Eles conseguiram por meio de maravilhosa sequência de milagres dar uma pequena entrada num terreno adquirido perto do centro da cidade, parte de um grande condomínio de casas. Hermoso, esposo de Tatiana mencionou: “Centenas de famílias morarão aqui, e todos eles PRONTO PARA CONSTRUIR: Tatiana precisarão de uma igreja. Temos e Hermoso mostram o cheque que tentado, com muito esforço, tornou possível o pagamento do terreno angariar o dinheiro para pagar o onde será construída a nova Igreja de terreno, mas ainda faltam cinco Um Dia. O TERRENO: Tatiana fala com mil dólares. Todos os nossos Darrell Hardy sobre os detalhes para o membros estão orando, assim como o dono do terreno.” início do projeto. “O presidente da missão disse que receberam uma doação que poderá nos ajudar no pagamento”, acrescentou Tatiana. “Mas se não conseguirmos rapidamente o dinheiro, vamos acabar como a noiva de Tola!” Naquela tarde, visitamos o local da futura igreja com Darrell Hardy, vice-presidente para construções da Maranata. Ele ouviu à Tatiana e Hermoso; depois, fez umas duas ligações com seu celular. “O tesoureiro da missão concordou em pagar os cinco mil dólares, e o primeiro cheque está pronto”, disse Darrell ao grupo sob a mangueira. “Vou colocá-los na lista para uma nova Igreja de Um Dia. Vocês não serão a noiva de Tola!” A Igreja de Um Dia é um programa de colaboração entre a Igreja Adventista do Sétimo Dia, Adventist-laymen’s Services e Industries (ASI) [Federação de Empresários Adventistas] e Maranatha Volunteers International. Estas histórias chegam até você, todos os meses, por meio de Dick Duerksen, o “Contador de Histórias” do Maranatha.


U G A L D E

G J E N E R O

M I G U E L

S A N J A

Assunto de

S A Ú D E

Família

Os pais desempenham papel vital na segurança dos adolescentes N AT E

S T E I N E R

Nossos adolescentes estão aprendendo a dirigir e, os advertimos sobre os perigos do álcool e também do risco de ser passageiro de alguém que dirige alcoolizado. Deveríamos abordar outros assuntos a fim de prepará-los melhor para se tornarem bons motoristas?

H

á muitas preocupações tanto para os pais quanto para os adolescentes quando estes estão aprendendo a dirigir. Algumas descobertas interessantes foram publicadas recentemente nos Estados Unidos sobre pesquisas realizadas pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).* O fator de risco entre adolescentes associado a acidentes fatais por veículos motorizados, na realidade decresceu entre 1991 e 2011, especificamente em relação ao não uso do cinto de segurança e viajar em automóvel cujo motorista tenha bebido. Entretanto, é sensato notar que a cada três mortes entre adolescentes, uma é causada por acidentes de carro. A mesma pesquisa revelou uma queda de 70 por cento no número de estudantes que andam de carro sem o cinto de segurança e, 20 por cento naqueles que viajam com motoristas que ingeriram álcool. Entre 1997 e 2011, houve um decréscimo de 53 por cento no número de estudantes que dirigiam após ingerir álcool. Essas estatísticas não são ideais, no entanto, demonstram uma tendência positiva. Riscos Tecnológicos

No primeiro estudo anual de tecnologia associada a riscos, os dados da pesquisa de 2010-2011 mostrou que um em cada três adolescentes enviou mensagem de

Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless texto ou e-mail enquanto dirigia nos 30 dias anteriores à pesquisa. Essa tentativa de multitarefa é a causa de distração e maior risco para os motoristas. Isso acontece a despeito do fato de quatro estados nos EUA votarem leis proibindo ao motorista enviar mensagens e e-mails enquanto dirige. Os acidentes com veículos motorizados permanecem sendo o número um entre as causas de morte de adolescentes. Alerte e aconselhe seu adolescente contra enviar texto enquanto dirige! Atualmente, embora a incrível tecnologia de comunicação ofereça muitos benefícios, essas vantagens vêm com um preço. Vivemos na geração mais “conectada” de todos os tempos, mas a despeito do iPhone, iPod, iPad e mensagens instantâneas, em alguns aspectos os jovens estão crescendo emocional e socialmente desconectados, com cada vez menos contado visual! Cyberbullying

O ciberbullying também está aumentando. A mesma pesquisa sobre os riscos da tecnologia descobriu que 16 por cento dos estudantes já foram “bullied” (discriminados ou perseguidos) por e-mail, chat-rooms, websites e mensagens de texto, e que o ciberbullying acontece mais comumente entre garotas brancas da décima série.

cento entre os adolescentes, e se tornou mais comum do que o uso de cigarros. Essas são tendências preocupantes. A Conexão Adulta

Essas estatísticas e dados destacam a importância do relacionamento próximo entre pais e adolescentes para promover a resiliência e resistência a esses comportamentos de risco. Além da ligação com adultos exemplares, os adolescentes necessitam ser ancorados por valores positivos, como os encontrados nas famílias cristãs comprometidas. É vital que as famílias passem tempo de qualidade juntos, comunicando-se, compartilhando, brincando e orando. Os jovens necessitam de orientação, bem como de incentivo para participar em iniciativas de serviço. Tem sido mostrado que essas iniciativas mantêm forte a resiliência e protege os jovens de comportamentos destrutivos – e pode salvar vidas nas estradas! Afinal, esse é um assunto de família. ■ * D. K. Eaton et al., “Youth Risk Behavior Surveillance – United States, 2011,” Morbidity and Mortality Weekly Report, Surveillance Summaries 61, no. 4 (8 de junho de 2012): 1-162.

Uso do Cigarro e da Maconha

A análise de uma pesquisa adicional entre 2009 e 2011 mostrou que não houve nenhuma queda importante no uso atual de cigarro entre os estudantes (19 versus 18 por cento); durante o mesmo período de tempo, o uso da maconha aumentou de 21 para 23 por

Allan R. Handysides, médico ginecologista, é diretor do Ministério de Saúde da Associação Geral. Peter N. Landless, médico cardiologista nuclear, é diretor associado do Departamento de Saúde da Associação Geral. Setembro 2012 | Adventist World

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M U N D O

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D E V O C I O N A L

Por Gerald A. Klingbeil

Meio à

Em

Tempestade Mantendo nossa família longe das rochas

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magine uma tempestade violenta que tivesse ocorrido no Mar Mediterrâneo há aproximadamente dois mil anos... Uma pequena embarcação de madeira tentando desesperadamente se manter à tona. Marinheiros retirando a água, abaixando os restos rasgados da vela principal e remando com toda força para chegar ao destino. Repentinamente, surge entre ondas furiosas e nuvens pesadas um vulto vindo da praia; uma notícia boa ou má? A proximidade da costa significa águas mais tranquilas e sobrevivência; mas, pode também significar rochas traiçoeiras com a possibilidade de destruir o frágil barco e resultar na perda de vidas. O mar espuma viciosamente; a pulverização enche o ar. O capitão toma uma decisão desesperada: Sem saber sua posição exata, decide baixar as âncoras para evitar que o barco se choque contra as rochas e recifes. Três ou quatro marinheiros baixam uma, depois duas e, finalmente, três pesadas âncoras ao mar. As cordas que prendem as âncoras ao barco são amarradas. Será que vão aguentar? Será que as âncoras evitarão que a embarcação se despedace contra as rochas na costa litorânea? As âncoras antigas eram fascinantes. Pesadas. Frequentemente continham inscrições. Desempenhavam função importante num tempo quando as viagens marítimas e o comércio eram vitais para ligar regiões difíceis de ser alcançadas por terra. Há alguns meses, vi algumas âncoras romanas no sítio da Cesarea Marítima, cidade na costa do Mediterrâneo, construída por Herodes o Grande, que me fizeram pensar. Relações Tempestuosas

Elcana conhecia as tempestades – especialmente as tempestades familiares. Após se casar com Ana, esperaram muitos anos almejando por um filho que nunca veio. Sem herdeiro e para assegurar o futuro de sua família, Elcana, em desespero, casou-se com Penina, a qual se tornou sua segunda esposa. Ela teve vários

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filhos e constantemente fazia com que Ana, a primeira esposa, soubesse disso (1Sm 1:2, 6). Ao mesmo tempo, Elcana amava mais Ana do que Penina (verso 4, 8). Você se lembra da história: uma receita para relacionamentos tempestuosos e uma família infeliz. Em primeiro Samuel, capítulo um, temos a história da visita anual da família a Siló, local em que se localizava o tabernáculo e onde todo israelita devia comparecer uma vez por ano para oferecer sacrifício. Encontramos Ana chorando descontroladamente no santuário (verso 10). Eli, o sacerdote que trabalhava no templo, pensa que ela está bêbada e a repreende severamente (versos 13 e 14). Sua boca se move silenciosamente, e ela derrama sua tristeza diante do Senhor. Então, aconteceu: “Ó Senhor dos Exércitos, se tu deres atenção à humilhação de tua serva, se Te lembrares de mim e não Te esqueceres de Tua serva, mas lhe deres um filho, então eu o dedicarei ao Senhor por todos os dias de sua vida e o seu cabelo e a sua barba nunca serão cortados” (verso 11) . Em meio à sua tempestade, Ana lança uma âncora. Seus votos são específicos e, considerando a lei israelita, precisava ser ratificada por seu esposo (Nm 30:7-9). Imagino o que deve ter sentido quando ouviu as palavras confortantes de Eli: “Vá em paz” (1Sm 1:17). Será que seu coração disparou? Será que uma pequena centelha de esperança começou a brilhar em seu coração angustiado? O que ela contou a Elcana? Não nos é dito – só sabemos que Elcana não repudiou seu voto, e que Deus se lembrou dela (versos 19, 20).


BAIXAR ÂNCORAS: Âncoras da antiguidade encontradas durante escavações submarinas de Cesarea Marítima, perto do Mar Mediterrâneo, em Israel.

Todavia, isso não foi o que ela fez. Uma vez que havia feito de Deus sua âncora e gastara três ou quatro preciosos anos construindo forte fundamento no coração de Samuel, ela devolveu o mais precioso dos presentes ao Doador de todas as coisas. Ana parecia saber – intuitivamente e por experiência – que ele era um filho de Deus e que seria bem cuidado por Ele. Sim, Deus deu a ela mais filhos (verso 21). Ela via Samuel pelo menos uma vez por ano, quando levava uma roupa nova que cuidadosamente fiava, tecia e costurava durante os meses silenciosos em sua casa (verso 19). Mas aquela era uma criança de Deus, chamada para um propósito especial e matriculada em um curso singular. Nossa Âncora

Raios de Sol

O sol sempre brilha ao final da tempestade. O nascimento do pequeno Samuel (cujo nome significa “Deus ouviu”) deve ter levado brilho e alegria para a vida de Ana e Elcana. Certamente, Deus ouviu o clamor de seu coração e eles estavam prontos para honrar Sua promessa. Não temos certeza de quanto tempo as mulheres hebreias amamentavam seus filhos. Segundo alguns textos do Antigo Oriente Próximo, uma criança devia ser amamentada até os três ou quatro anos (cf. 2Mac 7:27).1 Os anos passaram rapidamente. Ana usou judiciosamente seu tempo com o pequeno Samuel. Dedicando todo seu amor e sabedoria naqueles poucos e curtos anos, ela construiu o fundamento sobre base sólida. Ana sabia algo sobre Siló que nós, como leitores, só ficamos sabendo depois que ela deixa seu filho aos cuidados de Eli, no santuário. À medida que a narrativa se desenrola, vemos que os filhos de Eli, a próxima geração de sacerdotes, são homens “corruptos” (1Sm 2:12-17). Ancorado no Amor

Como você se sentiria se soubesse que Ana conhecia a situação de Siló? Penso que eu teria tentado renegociar meu voto com Deus. Afinal, Deus não pode ficar satisfeito sabendo que uma criança será objeto de más influências. O mais provável seria Ana negociar outra data, no futuro, para levar Samuel à presença de Deus. Ela poderia até ter racionalizado uma maneira de se livrar desse voto usando textos bíblicos. F O T O :

G E R A L D

A .

K L I N G B E I L

Em nossos dias, as famílias em todo o mundo se encontram em meio a pesadas tempestades. Estamos tão ocupados que nunca temos tempo suficiente. Estamos muito distraídos e temos dificuldade em compreender uns aos outros. Lutamos para oferecer o melhor aos filhos e esquecemos que esse melhor nada tem a ver com aparelhos eletrônicos modernos, carros e férias dispendiosas. O que mais necessitamos é de uma âncora que segure nosso barco para não bater contra as “rochas” ao redor. Hebreus 6:19 usa a metáfora da âncora de forma curiosa: “Temos esta esperança como âncora da alma, firme e segura, a qual adentra o santuário interior, por trás do véu” (NIV). Essa esperança não é construída sobre pessoas, coisas e nem mesmo sobre nossa fé e compromisso. Ela se mantém em Jesus, nosso sumo sacerdote, que entrou no santuário e intercede por nós. Ana foi sustentada pela fé – mesmo quando enfrentou a perspectiva de colocar o filho que Deus lhe dera nas mãos do idoso sacerdote de Siló que, embora bem intencionado, era fraco. Nossas famílias, as boas, as comuns, as problemáticas e até as disfuncionais, podem ser sustentadas, pois podem clamar pela Âncora que as mantêm juntas e protege das rochas que ameaçam destruir sua embarcação. É tempo de baixar a âncora e permanecer firme! ■ 1 David T. Tsumura, The First Book of Samuel, New International Commentary on the Old Testament (Grand Rapids: Eerdmans, 2007), p. 128, 129. Tsumura menciona “Instrution of Any” egípsia.

Gerald A. Klingbeil é editor associado da Adventist World. Ao lado de sua esposa Chantal, acompanham suas três filhas enquanto navegam pelas tempestades da adolescência. Setembro 2012 | Adventist World

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V I D A

A D V E N T I S T A

J

ason se casou com Jenny após ter deixado a igreja quando ainda cursava a faculdade. Dez anos mais tarde, ele retornou à igreja. Porém, Jenny não crê em Deus, e agora está muito preocupada com o que essa redescoberta da fé de Jason possa significar para o seu casamento. Rachel se uniu à igreja adventista após uma série evangelística curta e intensiva. Tom, seu esposo, estava trabalhando no período da noite e não pode acompanhá-la. Agora, ele está muito confuso em relação à nova fé adotada por ela e seu “estranho” e restrito estilo de vida. Também está preocupado com os efeitos dessa mudança na rotina do lar. O ex-marido de Peppa tem a guarda dos filhos em fins de semana alternados. Aos domingos ele os leva para sua grande e animada igreja; e ela os leva, aos sábados, para sua pequena igreja na área rural quando eles estão consigo. Peppa tenta tornar esses sábados os mais interessantes possíveis, mas ela sabe que as crianças preferem a igreja do pai. Ian e Helen se casaram logo após sua formatura numa faculdade adventista. A fé de Helen esfriou quando seu pai, que era pastor, foi demitido por infidelidade conjugal. Ela ficou horrorizada com a conduta dele e com vergonha de encarar os membros de sua congregação. Sua fé na igreja evaporou. Embora Ian frequente a igreja regularmente, Helen abandonou a fé há oito anos. Quatro famílias diferentes onde apenas um dos cônjuges é adventista. Quatro famílias lutando com a divisão espiritual de seu lar. Como podemos atentar para seus anseios e temores e encontrar maneiras de ajudá-los? Suas Preocupações

Os que são “espiritualmente solteiros” (adventistas cujos cônjuges tenham crença diferente ou nenhuma crença) enfrentam uma série de problemas: ■ Sentem-se espiritualmente isolados, porque é difícil se envolver em atividades da igreja que não seja aos sábados pela manhã.

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Quando

Por Karen Holford

é ó m S U

cr istão

Como podemos apoiar as famílias onde somente um dos cônjuges é adventista?

■ Ir à igreja aos sábados pela manhã também é difícil, devido às necessidades e desejos dos outros membros da família. ■ Muitas vezes se sentem culpados por não estarem mais envolvidos, mas quando participam em muitos eventos da igreja, desagradam ao cônjuge, e isso quase sempre acaba em discussões e ressentimentos. ■ Alguns membros da igreja, às vezes, criticam suas decisões ao tentar equilibrar família e igreja, fazendo-os se sentirem injustiçados, criticados e incompreendidos. ■ Querem convidar seu cônjuge e filhos para as atividades da igreja e eventos sociais, mas experiências dolorosas e vergonhosas do passado fazem com que temam levar consigo os membros da família.

Sua Esperança ■ Esperam e oram para que seu cônjuge e filhos venham para igreja e eventualmente escolham seguir a Jesus. ■ Esperam que os líderes da igreja planejem eventos nos quais toda a família se sinta à vontade. ■ Esperam que os membros da igreja sejam mais compreensivos, receptivos e sensíveis às necessidades de sua situação peculiar.

O Cônjuge Não Adventista

Para ministrar para toda a família, precisamos compreender as lutas e esperanças do não adventista também: ■ Talvez sua dieta tenha sido mudada de repente e eles não gostem de ser vegetarianos. ■ Sábado costumava ser o dia da família e agora, por não encontrarem atividades apropriadas para fazerem juntos, passam o dia separados. ■ Sentem que não são mais a pessoa mais importante na vida do seu cônjuge. ■ A igreja absorve tanto da vida, dinheiro e energia do seu cônjuge que, por vezes, o sentimento é que ele (ela) está tendo um caso com a igreja! ■ Coisas que antes pareciam normais – como levar as crianças aos jogos ou ao shopping aos sábados – agora desagrada ao cônjuge ou provoca discussão. ■ Eles ficam ressentidos e defensivos quando suas escolhas de estilo de vida são julgadas e criticadas por outros. O Que Podemos Fazer?

Em todas as nossas igrejas, existem pessoas espiritualmente solteiras. Como podemos discernir as suas necessidades e encontrar maneiras de ajudá-las? Como podemos ser sensíveis aos cônjuges e filhos? A seguir algumas ideias:


Cuidado e Compreensão. Convidar pessoas espiritualmente solteiras e ajudar os outros membros da igreja a compreender seus problemas. Peça que falem sobre como é sua vida, seus temores, esperanças e necessidades. Podem, ainda, escrever anonimamente a lista e entregar ao pastor, diretor do grupo ou para a congregação em geral. Ouça. Apoie e não julgue. Muitas vezes é complicado para cônjuges espiritualmente solteiros, conseguir equilíbrio entre a lealdade ao cônjuge e à sua igreja. Respeite os desafios que eles enfrentam, confie em seu julgamento e os aceite de todo o coração, mesmo que você não compreenda exatamente a escolha que eles fazem. Considere seus filhos. Imagine o que deve ser para os filhos tentar obedecer a Deus e também amar, apoiar e respeitar os pais com princípios, estilo de vida e crenças bem diferentes. Eles se sentem divididos. Precisam de amor, compreensão e apoio. Não deixe que se sintam culpados por, de vez em quando, passar o sábado com seu pai ou mãe não adventista. Mantenha um volume mínimo de responsabilidades. Cuide para não colocar muitas responsabilidades ou estresse sobre membros espiritualmente solteiros. Seu cônjuge pode ficar ressen-

tido se eles se envolverem com muitas atividades da igreja. Seja compreensivo se recusarem um pedido de ajuda. Ofereça ajuda concreta. Além de orar por eles, ofereça ajudas práticas como assistência financeira para matricular os filhos em escolas adventistas ou para enviá-los para acampamentos de verão. Ofereça ajuda durante períodos de crises pessoais tais como problemas com a casa após tempestade, um carro quebrado, doenças e desemprego. Reuniões de grupos de incentivo. Os membros espiritualmente solteiros têm necessidade de se reunir mais frequentemente para conversar, orar e oferecer apoio espiritual e emocional. Crie eventos para visitas. Pergunte aos cônjuges adventistas que atividades despertam a atenção do seu cônjuge. As possibilidades podem ser dias de esportes, caminhadas, acampamentos, piqueniques, encontro de casais ou serviço comunitário. Promova eventos sociais nos quais pessoas não adventistas se sintam confortáveis participando. Pratique a hospitalidade. Incentive os membros a convidar essas famílias para uma refeição em casa, ou planejar um passeio juntos. Quando as pessoas perceberem que nos importamos com elas, será mais fácil compreender que Deus também Se importa.

Considere as mudanças na igreja. Pergunte aos membros espiritualmente solteiros o que na igreja poderia atrair seu cônjuge. O que aprendermos dessas famílias pode ajudar a nos tornar mais receptivos a qualquer pessoa da comunidade. Planeje programas de visitação. Faça com que sejam interessantes, acolhedores e sem jargões. Cada igreja deve atentar para a cultura local, tradições e estilo de linguagem pela perspectiva dos de fora. Facilmente nos esquecemos de quão estranho nossas palavras e práticas podem soar para os outros. Algumas visitas se sentem muito desconfortáveis quando há boas vindas públicas, orações muito longas, sermões com teor teológico muito profundo e hinos com poesias arcaicas. Descubra os interesses e habilidades dos cônjuges e encontre maneiras criativas de envolvê-los nos projetos da igreja. Talvez eles gostem de carpintaria, culinária ou jardinagem. Talvez tenham hobbies que possam ensinar aos desbravadores. Ou, talvez, apreciem ajudar num projeto evangelístico ou missionário especial. Encontre maneiras de ajudá-los a se sentirem apreciados, valorizados e necessários. Conselho Sábio

Finalmente, precisamos nos lembrar das palavras de Pedro aconselhando às esposas que têm marido não cristão. Em 1 Pedro 3:1 a 6, ele aconselha a ganhá-los com bondade, gentileza e amor, não com palavras ou discussões. Não há boas-vindas e testemunho melhores do que ajudar alguém a se sentir amado, aceito e necessário. ■

Karen Holford é terapeuta familiar e escritora freelance. Reside em Auchtermuchty, Escócia, onde seu esposo é o presidente da Missão Escocesa. Setembro 2012 | Adventist World

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A R T I G O D E C A PA

Por Willie e Elaine Oliver

Famílias Fortes = Como os programas do

A

s famílias formam o cerne da sociedade e da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Quando os casamentos sólidos e saudáveis proliferam, a probabilidade da multiplicação de famílias fortes e equilibradas é maior. Nas famílias sólidas as crianças são discipuladas na vida de Cristo, ensinadas nos princípios bíblicos de fidelidade e aprendem como testemunhar positivamente no seu âmbito de influência. Tudo isso contribui muito para tornar nossas igrejas ainda mais fortes e saudáveis. As Escrituras nos ensinam que o casamento foi a primeira instituição estabelecida por Deus na criação, porém, Satanás tem trabalhado para destruí-lo desde o princípio. O plano de Deus para o casamento é a união permanente entre o homem e a mulher. O lar deveria ser o lugar onde as crianças fossem ensinadas a amar e servir a Deus, onde os dons dados por Ele fossem desenvolvidos e refinados, e onde todos os membros da família aprendessem a compartilhar as boas-novas da salvação com vizinhos e amigos. Por mais de 35 anos, o objetivo do Departamento do Ministério da Família da Associação Geral tem sido alimentar a espiritualidade e o relacionamento das famílias para que a Igreja como um todo seja fortalecida. Por isso, temos colocado em prática várias iniciativas para ajudar os líderes do Ministério da Família e membros da Igreja ao redor F O T O :

B E N J A M I N

E A R W I C K E R


= Igrejas Fortes

Ministério da Família estão ajudando o mundo do mundo a alcançar seus objetivos específicos. A cada ano, é produzido pelo Ministério da Família da AG o “Planbook” (Manual/Livro de Projetos) e disponibilizado no “Adventistsource” para ser usado na igreja local durante a semana da família e nos encontros de casais. Os materiais incluem sermões, workshops (oficinas/treinamentos), histórias infantis, artigos reimpressos e revisões bibliográficas, entre muitos outros para apoiar as igrejas ao redor do mundo em suas iniciativas de fortalecimento do casamento e das famílias. Os temas para o “Planbook” de 2010 a 2015 foram planejados intencionalmente para integrar os planos estratégicos mundiais da Igreja: 2012 – Reavivamento e Reforma: Alcançando as Famílias (da igreja); 2013 – Reavivamento e Reforma: Alcançando Outras Famílias (fora da igreja); 2014 – Reavivamento e Reforma: Alcançando Por Meio da Família; e, 2015 – Reavivamento e reforma: Alcançando os de Dentro (pela intimidade) da Família. O fortalecimento da família, o treinamento e o evangelismo estão entre as mais importantes iniciativas que o Ministério da Família estará buscando no futuro imediato. Seminários sobre o casamento têm sido realizados em diversas partes do mundo. A maioria dos diretores desse departamento nas Uniões tem confirmado a realização de palestras sobre a vida conjugal. Cen-

tenas de pastores distritais e líderes de igreja obtiveram o conhecimento necessário do material “Preparar/Enriquecer”, um manual de ponta para a orientação pré-matrimonial e apoio ao casamento. Destacamos, especialmente, a série de evangelismo “De Família Para Família” implementado nas treze Divisões mundiais da Igreja. Os diretores do Ministério da Família da AG, Willie e Elaine Oliver, estão assumindo o compromisso de tornar esse novo tipo de evangelismo uma realidade por meio da realização de quatro séries de conferências de família, em quatro Divisões do mundo, nos próximos quatro anos. Em setembro, uma nova série de programas de televisão produzida em conjunto com a Hope Chanel (Televisão Adventista Mundial) e o programa “Family Talk” (Conversa em Família) começará a ser transmitida pela maior rede de transmissão de TV da Igreja. Nesse programa especial, o trabalho específico do Ministério da Família, em cinco das treze Divisões, será fortalecido pelas orações para que de alguma forma você e a sua congregação tomem o sério compromisso de construir e manter a unidade mais essencial da igreja – a família. Iniciativas Que Fazem a Diferença

Na Espanha, onde há 16.000 adventistas, numa população de mais de 46 milhões de pessoas, a Associação

Adventista de Profissionais de Psicologia (AAPP) reúne psicólogos, conselheiros familiares, enfermeiras psiquiátricas e outras profissões para voluntariamente dedicar suas especialidades ao serviço da Igreja. Essa organização oferece seminários para desenvolver a habilidade dos pais, entre outros serviços, para prevenir a violência doméstica. Devido ao fato de que a prevenção do abuso ou violência doméstica requer a colaboração de outros ministérios especializados da Igreja, a AAPP trabalha em sociedade com os departamentos de Educação, da Criança e dos Jovens, e com a Associação Ministerial. Um dos seus programas principais oferece preparo em comunicação, relacionamentos saudáveis, sexualidade e intimidade nas quatro escolas secundárias que a Igreja Adventista do Sétimo Dia opera na Espanha. Reconhecendo as necessidades especiais dos adolescentes Adventistas e adultos jovens numa sociedade cada vez mais modelada por um estilo de vida influenciado pela mídia promiscua, os profissionais da AAPP se associam aos pais, professores e pastores para oferecer treinamento e orientação sobre relacionamentos interpessoal e familiar, baseados nos princípios bíblicos de amor e da sexualidade. Outro objetivo dessa iniciativa é prover fontes confiáveis para membros e líderes através da criação de meios acessíveis a todos os profissionais da área de família, onde possam

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A R T I G O D E C A PA

F O T O :

C H R I S T I A N O

G A L B I AT I

compartilhar materiais, bibliografia e informação. Família alguma pode permanecer indefesa. Por essa razão, a AAPP existe para fortalecer as famílias Adventistas a fim de enfrentarem tanto os desafios comuns do dia a dia, como os eventuais que toda família enfrenta. Como bem expressado por Ellen White: “O círculo dos deveres para com a família e os vizinhos é o primeiro campo de ação para os que querem se empenhar na obra do levantamento moral de seus semelhantes. [...] Das obras confiadas a seres humanos, nenhuma existe tão repleta de consequências de grande alcance como a obra dos pais” (A Ciência do Bom Viver, p. 351). – Barna Magyarosi, diretora do Ministério da Família da Divisão Euro-Africana. Fortalecendo Nossos Filhos

KID (Crianças no Discipulado) um movimento de base, com sede em Collegedale, Tennessee, nos Estados Unidos, tem produzido uma influência positiva nos territórios livres (ainda não organizados) da Divisão do Pacífico Norte-Asiático (NSD), onde nos três últimos anos está sendo oferecido treinamento em diversos locais, já há vários anos nessa Divisão. A ênfase tem se concentrado cada vez mais nas crianças, que são tanto a esperança como o futuro do Adventismo, nesse local onde a Igreja está crescendo tremendamente. Os líderes dos Ministérios da Família e da Criança na maior parte do território da NSD têm sido treinados

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no método KID, resultando em ação concentrada e ininterrupta para crianças e jovens nos territórios livres (ainda não organizados). Don MacLafferty, o fundador da KID, já treinou mais de 220 líderes do Ministério da Criança. Como resultado, os líderes estão usando os conhecimentos em discipulado para alcançar de diversas maneiras as crianças e os jovens. Crianças da Escola Sabatina, grupos ou associações de mães, clubes de desbravadores e outros ministérios relacionados com a família estão usando esses materiais e métodos da KID trazendo tanto habilidades como alegria para crianças, jovens, pais e líderes. Em uma cidade no sul do território da NSD, uma mãe que compreendeu o

objetivo do projeto KID passou a ensiná-lo a outras mães que agora podem fazer do culto uma experiência significativa para seus filhos. Alguns pais que se utilizaram dessa ferramenta não são membros batizados; portanto, o projeto KID tem se tornado instrumento de conversão. Quando a Palavra de Deus penetra com sua luz no coração deles, pais e filhos são atraídos a Jesus. Em uma região onde bons resultados escolares é importante na cultura, uma mãe contou que os filhos estavam aborrecidos com suas reclamações constantes para que levassem a sério os estudos. Durante a primeira sessão de treinamento no KID, essa mãe foi impressionada pelo Espirito Santo a mudar a metodologia. Ela foi atraída


Das obras, confiadas a seres humanos, nenhuma existe tão repleta de consequências de grande alcance, como a obra dos pais. – Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 351

Esquerda: Campal de Família na Mongólia. Abaixo: Evento PREPARAR/ ENRIQUECER: treinamento com Simon Yin (centro) em Hong Kong.

pela importância de desenvolver a espiritualidade da família, e levou os filhos a experimentar, em primeira mão, as lições ensinadas pelo sistema KID na segunda parte do treinamento. O fato de realizar o culto familiar em seu lar melhorou significativamente o relacionamento com os filhos. No entanto, o maior milagre foi a resposta às orações em relação ao problema do sábado, enfrentado pelas crianças na escola. Quando os pais foram à escola para pedir que os filhos não frequentassem as aulas aos sábados, gentilmente, os professores não apenas concordaram, mas se ofereceram para dar aulas extras para as crianças. Como

resultado, outros membros dessa igreja foram motivados a conhecer melhor o método KID e participar do treinamento. – Sally Lam-Phoon, Ph.D., diretor do Ministério da Família da Divisão do Pacífico Norte-Asiático. O Casamento em Questão

Os dois últimos anos estão sendo fantásticos para o Ministério da Família na Divisão Sul-AfricanaOceano Índico (SID). Motivados pelos projetos: “Alcançando as Famílias” e “Alcançando outras Famílias”, foram realizados esforços iniciais para fortalecer e edificar as famílias adventistas. Destaque particular deve ser dado ao programa “Jornada Para a Intimidade”, apoiado pelos diretores do Ministério da Família, Willie e Elaine Oliver, da Associação Geral. O lançamento da “Jornada Para a Intimidade” foi em Kempton Park, Johannesburgo, África do Sul, em Julho de 2011. Mais de 250 casais enfrentaram o frio e participaram do evento durante todo o sábado. O presidente da SID, Paul Rasara, ficou tão impressionado com a “Jornada Para a Intimidade” que decidiu colocá-la como parte do encontro de liderança da sua Divisão, em Pretória, África do Sul, em fevereiro de 2012. Mais de seis horas foram separadas para essa atividade especial do seminário, incluindo todos os oficiais das Uniões e presidentes das Associações, mais os líderes e departamentais da Divisão. As esposas dos líderes foram convidadas pela primeira vez a fazer parte do encontro por causa

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Nas famílias sólidas, as crianças são discipuladas na vida de Cristo, ensinadas nos princípios bíblicos de fidelidade, e aprendem como ser testemunhas positivas no seu âmbito de influência.

das palestras do seminário: “Jornada Para a Intimidade”. O programa teve impacto tão poderoso sobre esses casais, que tomaram a decisão de incluir as atividades de fortalecimento da família nos próximos encontros da liderança em 2013. Imediatamente depois do encontro de líderes, a Associação Ministerial e o Ministério da Família da União do Sul da África, apresentaram programa semelhante para mais de 250 casais pastorais distritais. Como o casal pastoral é desafiado pelo forte estresse, pressão do tempo e do ministério público, os líderes das Uniões e Divisões têm levado a sério o compromisso de investir na formação de famílias ministeriais mais fortes. – Pastor Jongimpi Papu, departamental do Ministério Família da Divisão Sul-Africana-Oceano Índico. Resultados Reais com Famílias Reais.

O Ministério da Família da Divisão do Pacífico Sul-Asiático (SSD) realizou evento no mês de março, em Bangcoc, Tailândia. O encontro permitiu também a participação de outros departamentos da Divisão. O objetivo foi incentivar maior envolvimento no Ministério da Família e trabalhar em associação com outros ministérios envolvidos no desenvolvimento e fortalecimento dele. Participaram aproximadamente 500 pessoas de cada União – incluindo o presidente da Divisão, os presidentes das Uniões, vários presidentes de Associações, departamentais e líderes leigos.

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Os participantes expressaram profunda apreciação pelo treinamento, bem como pelo manual, muito bem elaborado, que norteou as discussões sobre os princípios bíblicos, e o elevado nível espiritual das apresentações. Cerca de 40 por cento dos participantes do evento eram administradores ou departamentais em algum nível na liderança da Igreja. Os membros compreenderam que eventos de enriquecimento matrimonial são fundamentais e devem ser promovidos. Tais eventos, resultam no aumento da capacidade em desenvolver habilidades conjugais. Recentemente, uma mãe das Filipinas que participou do encontro em Bangkok, recebeu a devastadora notícia de que sua filha adolescente tinha tentado o suicídio. A informação a deixou chocada. Ela e o marido, médico, são membros ativos na igreja e nunca haviam imaginado que esse tipo de crise pudesse acontecer em sua família. Ela testemunhou que as orientações recebidas naquele evento promovido pelo Ministério da Família deu a ela a perspectiva de estar preparada para melhor lidar com a dolorosa notícia da angústia e depressão de sua filha. Hoje, a família desfruta de uma vida mais gratificante e significativa devido ao treinamento recebido, e estão usando essa benção para alcançar outras famílias com as boas-novas da graça de Deus por meio de Jesus Cristo. – Mieian Andres, diretora do Ministério da Família da Divisão do Pacífico Sul-Asiático.

Podemos Ajudar

Em bem poucas regiões do mundo, a Igreja Adventista do Sétimo Dia enfrenta tanta influência do secularismo cultural e da mente pós-moderna como é na Divisão Transeuropeia (TED). Estendendo-se por 23 países, do Ártico Polar ao ensolarado Mediterrâneo, a porcentagem de adventistas na TED é bem menos que um por cento da população (81.934 adventistas para 202. 679.000 não adventistas). A visão ateísta generalizada dos habitantes do continente torna-se crucial para que as famílias Adventistas deem

testemunho silencioso, porém eficaz, dos princípios do evangelho. Dentro deste contexto, o departamento do Ministério da Família tem adotado várias iniciativas importantes para o avanço da Causa de Deus, e para apressar a vinda de Jesus Quando o modelo de casamento cristão é desacreditado, a vida familiar


A R T I G O D E C A PA

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N I C K

P Y E

Acima: Jornada Para a Intimidade, cerimônia de compromisso realizada pela Divisão do Pacífico Sul-Asiático (SSD) no mês de março, em Bangcoc, Tailândia. (Da direita para a esquerda): Willie e Elaine Oliver, Ministério da Família da AG; Albert e Helen Gulfan, presidente da SSD e diretora do MM; Andres e Míriam Andres, Ministério da Família da SSD; e Pamela e Cláudio Consuegra, Ministério da Família da Divisão Norte-Americana. Esquerda: Pearl Ndumo, Elaine Oliver e Patricia Blose, participantes da Divisão Sul-Africana-Oceano Índico na Jornada Para a Intimidade. Abaixo: Final de semana de Enriquecimento Matrimonial na Holanda.

é destruída pela infelicidade, dor emocional e a saúde espiritual é fragilizada. Quando, porém, há um reavivamento na vida espiritual das pessoas, elas tendem a desenvolver relacionamento mais saudável em meio às lutas, tornando-se melhores discípulos e testemunhas de Jesus Cristo. Gabo Mihalec, pastor e terapeuta familiar, é departamental do Ministério da Família na União da Hungria. O trabalho de Mihalec com as comunidades dentro e fora da Igreja tem construído um elo com a sociedade húngara despertando a conscientização sobre quem são os adventistas do sétimo dia. Em 2011, Mihalec realizou um acampamento de uma semana para casais casados. Sessenta por cento dos que participaram não eram adventistas. Dessa experiência surgiu o “Connect Club”, um grupo que se encontra trimestralmente nas nossas igrejas. Os oradores apresentam uma variedade de assuntos sobre a dinâmica do casamento. O fato do evento ser em apenas um dia, torna mais fácil a participação das pessoas, e, muitas vezes, até 30 por cento dos que participam não são membros da igreja. Pelo fato do casamento cristão representar hoje um desafio em qualquer cultura, a Igreja Adventista está ganhando notoriedade na Hungria, um lugar onde homens e mulheres podem receber ajuda efetiva para as lutas que enfrentam. – Clair Sanches-Schutte, departamental do Ministério da Família da Divisão Transeuropeia.

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C R E N Ç A S

F U N D A M E N T A I S

A

ntes de dizermos sim um ao outro, já nos conhecíamos havia dezenove anos. Tínhamos cinco e sete anos de idade quando nos encontramos pela primeira vez. Por muitos anos, fomos como irmão e irmã até que um dia descobrimos que amávamos tanto um ao outro que não queríamos nos separar nunca mais. Hoje, olhando para nossa caminhada de nove anos juntos, podemos identificar vales lindos e verdejantes, mas também momentos em que atravessamos vales secos, desertos e pedregosos. Para uns, a família pode ser um paraíso de amor, felicidade e intimidade, onde o caráter e a autoestima dos cônjuges e filhos podem ser desenvolvidos em um ambiente seguro. Porém, para outros a simples menção da palavra “família” pode causar medo, raiva ou tristeza devido às experiências dolorosas.

NÚMERO 23

O é Amor o

novos lugares, explorando a beleza da criação, podemos imaginar quão felizes e agradecidos eles devem ter ficado. Ellen White descreve muito bem esses momentos gloriosos: “O santo par unia-se a eles [aos pássaros] e elevava sua voz num harmonioso cântico de amor, louvor e adoração ao Pai e a Seu amado Filho pelos sinais de amor ao seu redor. Reconheciam a ordem e a harmonia da criação, que falavam de sabedoria e conhecimento infinitos.”1 Crise

Não sabemos por quanto tempo Adão e Eva permaneceram naquele maravilhoso jardim antes da entrada do pecado neste mundo. Ele não só afetou o relacionamento deles com Deus, mas também sacudiu seu casamento. Sim, eles desfrutavam do perfeito amor; no entanto, logo após terem pecado, Adão acusou tanto a Deus como a Eva (Gn 3:12). Tanto Adão quanto Eva tentaram se proteger às custas um do outro. Seu interesse próprio dá evidências da crise que atingiu o relacionamento naquele momento. Desde então, enfrentamos desafios similares em nosso casamento, porque, muitas vezes, concentramos em nós mesmos em lugar de sermos agradecidos e colocar ao outro em primazia. O número de divórcios é estratosférico em todo o mundo. O adultério se tornou “normal” na sociedade de hoje. No entanto, há uma declaração explícita de Jesus em Mateus 19:6 reafirmando o plano original de Deus: “O que Deus uniu, ninguém separe” (NVI). Note esse importante comentário de Ellen White: “Embora possam surgir dificuldades e perplexidades nem o marido nem a esposa abrigue o pensamento de que sua união é um erro ou uma decepção.”2 Muitas pessoas ficam emocionadas quando encontram “o amor de sua vida”, mas se esquecem de que o casamento requer companheirismo, desejo verdadeiro de se doar, compreensão e dedicação para o bom relacionamento.

Paciente, Amor éBondoso Por David e Doris Lumpi

Criação

O casamento é um presente original dado por Deus no Jardim do Éden, o qual Ele tem preservado através dos séculos. Deus criou esse companheirismo amoroso para que tivéssemos alegria e o sentimento de pertencer a alguém. Ele também serve como ferramenta de ensino para nos ajudar a compreender o amor incondicional de Deus por nós. Deus queria que Adão fosse feliz e realizado, por isso criou para ele uma companheira (Gn 2:18-21). Quando Adão acordou de seu descanso naquela tarde de sexta-feira, teve absoluta certeza de que a mulher à sua frente lhe pertencia. Ao ver Eva pela primeira vez, ele exclamou: “Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne!” (Gn 2:23). Naquela sexta-feira à tarde, na semana da criação, começou a primeira história de amor e foi realizado o primeiro casamento. Quando tentamos retratar os primeiros dias que Adão e Eva passaram juntos conhecendo as criaturas, descobrindo

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Oportunidade

Os sinos estão tocando, tudo está pronto; os convidados esperando o noivo e a noiva desfilarem pelo corredor da igreja. A música começa a ser tocada. O sermão cheio de conselhos bíblicos completa a cerimônia, e o homem e a mulher, finalmente, são declarados marido e mulher.


Em Eclesiastes 4:12 encontramos o conceito do “cordão de três dobras”, e gostamos de usar esse texto nos casamentos. Ele enfatiza o princípio fundamental de permanecer juntos e não se separar um do outro. Isso pode ser aplicado tanto a Deus quanto ao cônjuge. Quando aprendemos a viver esse princípio na vida cotidiana, o lar se transforma num lugar verdadeiramente feliz, compreensivo e seguro para a família. O autor francês Saint Exupéry disse certa vez: “Amar é não olhar um para o outro: é olharem juntos, para a mesma direção”. Esse conselho é relevante para os casais. Amós 3:3 aborda o mesmo princípio: “Duas pessoas andarão juntas se não estiverem de acordo?” (NVI). É claro que amamos a beleza de nosso cônjuge; valorizamos seu intelecto e espírito bondoso; mas é igualmente importante atentar para objetivos do futuro, tendo os mesmos princípios e motivações e partilhando da mesma fé (Dt 7:3, 4). Nossa vida é muito ocupada hoje em dia. Trabalho, hobbies, o cuidado da casa, das crianças e os muitos compromissos nos sobrecarregam de tal maneira que acabamos correndo de um lugar para outro, quase sem intervalo para respirar. Todavia, se concordamos em caminhar com Deus, também precisamos achar tempo para falar com Ele. Lembramo-nos de ter ouvido um pastor dizer: “Pessoas que oram juntas, permanecem juntas”. Houve tempo em que ambos estávamos tão ocupados com nosso trabalho que a conversa continha apenas a informação necessária para administrar a família. Descobrimos que precisávamos de uma pausa e encontrar algum tempo para ficarmos juntos, no qual pudéssemos conversar sobre o que havia tocado nosso coração durante o dia. Falávamos das lutas e alegrias e as levávamos diante de Deus. Nesse período de reflexão e oração, aprendemos a ouvir um ao outro e éramos reanimados por Deus. Ambos aprendemos a ver as qualidades de caráter e começamos a nos perdoar mutuamente pelas faltas cometidas. Às vezes, machucamos nosso cônjuge ou somos machucados por ele. Mas em Efésios 4:26 encontramos excelente conselho para todo casamento: “Não se ponha o sol sobre a vossa ira” (ARA). Antes de dormir, devemos pedir perdão. O sono será restaurador e o início do novo dia não será nublado, mas brilhante e bonito. O modo como tratamos um ao outro será grande exemplo para os filhos e para as pessoas que vivem ao nosso redor. Há um ditado italiano que diz: “la vita è bella”, “a vida é bela”. Poderíamos acrescentar “il matrimonio è bello”, “o casamento é belo.” Afinal, o amor não é apenas sentimento – é princípio. “O amor é paciente, o amor é bondoso” (1Co 13:4, NVI). ■ 1 Ellen G. White, The Story of Redemption (Washington, D.C.: Review and Herald Pub. Assn., 1947), p. 22. 2 Ellen G. White, The Adventist Home (Washington, D.C.: Review and Herald Pub. Assn., 1952), p. 106.

Casamento ea

Família

O casamento foi divinamente estabelecido no Éden e confirmado por Jesus como união vitalícia entre um homem e uma mulher, em amoroso companheirismo. Para o cristão, o compromisso matrimonial é com Deus bem como com o cônjuge, e só deve ser assumido entre parceiros que partilham da mesma fé. Mútuo amor, honra, respeito e responsabilidade constituem a estrutura dessa relação, a qual deve refletir o amor, a santidade, a intimidade e a constância da relação entre Cristo e Sua igreja. No tocante ao divórcio, Jesus ensinou que a pessoa que se divorcia do outro, comete adultério. Conquanto algumas relações de família fiquem aquém do ideal, os consortes que se dedicam inteiramente um ao outro, em Cristo, podem alcançar amorosa unidade por meio da orientação do Espírito e a instrução da igreja. Deus abençoa a família e deseja que seus membros ajudem um ao outro a alcançar completa maturidade. Os pais devem educar os seus filhos a amar o Senhor e a obedecer-Lhe. Por seu exemplo e suas palavras, devem ensiná-los que Cristo é um disciplinador amoroso, sempre terno e solícito, desejando que eles se tornem membros do Seu corpo, a família de Deus. Crescente intimidade familiar é uma das características da mensagem final do evangelho. (Gn 2:18-25; Mt 19:3-9; Jo 2:1-11; 2Co 6:14; Ef 5:21-33; Mt 5:31, 32; Mc 10:11, 12; Lc 16:18; 1Co 7:10, 11; Êx 20:12; Ef 6:1-4; Dt 6:5-9; Pv 22:6; Ml 4:5, 6.) – Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia, No 23

Quando escreveram este artigo, David e Doris Lumpi, e suas filhas Lorna Joy e Lina Grace, serviam na Asia-Pacific International University, na Tailândia. Recentemente, eles retornaram para a Aústria, sua terra natal.

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E S P Í R I T O

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P R O F E C I A

C

antai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor toda a terra. Cantai ao Senhor, bendizei o Seu nome; anunciai a Sua salvação de dia em dia. Anunciai entre as nações a Sua glória; entre todos os povos as Suas maravilhas. Porque grande é o Senhor e digno de louvor, mais temível do que todos os deuses. Porque todos os deuses dos povos são ídolos, mas o Senhor fez os céus. Glória e majestade estão ante a Sua face, força e formosura no Seu santuário. Dai ao Senhor, ó famílias dos povos, dai ao Senhor glória e força. Dai ao Senhor a glória devida ao Seu nome; trazei oferenda, e entrai nos Seus átrios. Adorai ao Senhor na beleza da santidade; tremei diante dele toda a terra. Dizei entre os gentios que o Senhor reina. O mundo também se firmará para que se não abale; julgará os povos com retidão. Alegrem-se os céus, e regozije-se a terra; brame o mar e a sua plenitude. Alegre-se o campo com tudo o que há nele; então se regozijarão todas as árvores do bosque, ante a face do Senhor, porque vem, porque vem a julgar a terra; julgará o mundo com justiça e os povos com a Sua verdade” (Sl 96). Penso que devemos ser gratos por algo. Devemos ser gratos e nos alegrar em Deus; pois Ele tem nos dado Suas misericórdias [...] Temo, porém, que muitos de nós alimentemos o hábito de sempre olhar para Por Ellen G. White o lado escuro da vida, até quando Deus nos coroa com Sua bondade e misericórdia. Isto está errado [...] Quando Deus derrama Suas bênçãos em nosso coração, não devemos fechá-lo como um unguento precioso, para que o perfume não escape; devemos dividir com as pessoas ao nosso redor, para que também se alegrem e sejam felizes. Em minha vida, descobri que quando levei alegria ao coração dos outros, invisíveis, e meditar nelas; assim, as coisas de interesse minha alma se alegrou e se encheu do Espírito de Deus. De eterno serão tão exaltadas acima das terrenas, que as questões manhã e durante todo o dia, o senso da bondade de Deus temporais, quando comparadas, serão insignificantes. encheu meu coração e despertou tal sentimento de gratidão Não damos às coisas divinas o devido e alto valor, e ao que não consigo expressar [...] deixarmos de treinar a mente para valorizar as coisas eternas Devemos individualmente ansiar por padrões mais acima das terrenas, perdemos valiosa experiência. Falhamos em altos e santos. A mente certamente poderá atrofiar se ficar obter a sabedoria que Deus trouxe até o nosso alcance. Supocontinuamente ocupada com coisas terrenas. Mas se treinada nhamos trocar a ordem das coisas, e começando hoje a treinar a demorar-se em temas celestiais e eternos, será expandida, nossos pensamentos a demorar-se sobre o grande plano da elevada e fortalecida. A mente deve se apossar das coisas salvação, devotemos menos tempo para servir a nós mesmos.

, Luz Amor Um lar como

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F O T O :

B E N J A M I N

E A R W I C K E R


O primeiro trabalho missionário é ver que amor, luz e alegria estão entrando no círculo do lar. Suponhamos que você tente contar todas as bênçãos [...] Desvie o olhar de suas provações e dificuldades. Deixe de ampliar suas pequenas mágoas. Expulse todos os pensamentos egoístas do seu coração. Deixe de servir a si mesmo e sirva o único Deus vivo e verdadeiro. Deixe Sua melodia entrar em seu coração e Seus louvores em seus lábios. As bênçãos de Deus são mais numerosas do que os fios de cabelo de sua cabeça, mais do que a areia da praia. Medite sobre Seu amor e cuidado por nós, e que isso o inspire com tal amor, que nem as provações ou as aflições o poderão extinguir. [...] Pais, não deixem de ensinar a seus filhos a educação que devem ter. [...] As crianças devem ser educadas a olhar para Deus como doador de vida, seu protetor e preservador, e a ir a Ele com uma oferta por todos os Seus favores. Cada oportunidade deve ser empregada para implantar no coração deles uma visão correta de Deus e de Seu amor por nós. Nada deve ser feito para fomentar neles a vaidade, a autoestima ou o orgulho. Ensine-os a rever o último ano de sua vida, e examinar se ficariam felizes de ver esses registros do modo como estão nos livros do Céu. Encoraje-os a nutrir pensamentos sérios, se seu comportamento, palavras e

legria A o próprio Céu

e

trabalho, forem de um caráter que agrade a Deus. Tem a vida deles se tornado mais semelhante à de Jesus, bonita e amável aos olhos de Deus? Ensine-os a sabedoria do Senhor, Seus caminhos, Seus preceitos. “Reconheçam que o Senhor é o nosso Deus. Ele nos fez e somos dEle: somos o Seu povo, e rebanho do Seu pastoreio” (NVI). Queremos que as crianças aprendam a desviar os olhos de si mesmas e olhem para as coisas celestes [...] Para um grande número de pessoas, o trabalho missionário é um fardo; mas que tal começar em sua própria

casa? Seria a melhor coisa que poderiam fazer. Sempre que alguém assume a tarefa que se encontra mais próxima, Deus irá abençoar e ouvir suas orações. Há muitos fazendo o trabalho missionário externo, enquanto nenhum esforço é dedicado para a própria família e vão se perder por negligência. Parecem não compreender que os de casa deveriam ser sua primeira obrigação. O primeiro trabalho missionário é ver que amor, luz e alegria estão entrando no círculo do lar. Não procuremos realizar grandes obras missionárias ou de temperança até que elas sejam primeiramente realizadas em nosso lar. Cada manhã, devemos pensar: Que atos de bondade posso fazer hoje? Que palavras carinhosas posso falar? As palavras amáveis no lar são como raios de sol abençoados. O marido necessita delas, a esposa necessita delas, os filhos necessitam delas [...] Será muito fácil inundarmos nosso lar com raios de sol, alegres e maravilhosos, se nosso coração estiver cheio com a graça de Deus! Isso pode ser feito por meio de palavras amáveis e atos amorosos. Se tivéssemos mais deles no passado, creio que muitos de nós teríamos entrado nessa casa com louvor a Deus em nosso coração por Sua amorável bondade para conosco e para com nossa família. O desejo de todo o coração deve ser fazer com que o Céu desça o máximo possível. Devemos ser justos antes de ser generosos. Deve haver religião no lar, as ações de graças do lar. Deve haver na alma uma vida pura dentro do lar. Assim, quando entrarmos num lugar como esse, haverá uma melodia para Deus em nosso coração, que se encherá da ternura do amor. Poderemos falar da misericórdia, amor e bondade de Cristo em nossa alma. Durante todo o dia, teremos o coração cheio de melodia. Nossa canção será: “Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga o Seu santo nome” (Sl 103:1). Esse tipo de piedade é de algum valor. Há muita religião de capela; mas há pouca religião do lar. Cultive-a, para que ao irmos à casa de Deus, tenhamos prazer em falar de Jesus. Não podemos deixar nossa língua em silêncio. O amor de Jesus será como fogo incendiando nossos ossos. ■

Este artigo foi extraído do “Sermão de Ação de Graças”, pronunciado por Ellen G. White no Dime Tabernacle em Battle Creek, Michigan, EUA, no dia 27 de novembro de 1884, e publicado em 23 de dezembro 1884, na Adventist Review and Sabbath Herald. Os Adventistas do Sétimo Dia creem que Ellen G. White (1827-1915) exerceu o dom profético bíblico por mais de 70 anos de ministério público.

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R E S P O S T A S

A

P E R G U N T A S

Em Gênises 9:3 diz: “Tudo o que vive e se move servirá de alimento para vocês”.* Seria, então, correto concluir que após o dilúvio Deus permitiu ao ser humano comer a carne de animais puros e impuros?

Tudo Sıgnıfıca

A passagem parece apoiar sua afirmação, mas somente se o contexto for ignorado. Há ainda questões relacionadas à terminologia usada que deve ser levada em consideração ao tentarmos compreender melhor essa passagem. 1. Animais Puros e Impuros: A narrativa do dilúvio introduz a distinção entre animais puros e impuros pela primeira vez na Bíblia. O contexto parece demonstrar que eles podiam ser distinguidos uns dos outros, ainda que todos pertencessem à mesma categoria geral de animais: gado (ou bestas), pássaros e animais de rapina (Gn 6:18, 19; 7:2, 3; 8:17). A distinção antecede a promulgação da lei no Sinai, sobre a questão dos animais limpos/imundos para os israelitas (Lv 11). Embora na narrativa do dilúvio não haja uma menção clara para a distinção, a diferenciação desempenha papel importante na narrativa. O valor dos animais limpos é particularmente enfatizado porque sete pares de cada um deles entraram na arca, enquanto que dos imundos foi permitido entrar somente um par. Todos os animais foram levados para dentro da arca por questão de sobrevivência e preservação da sua raça. Após o dilúvio, deveriam se multiplicar e povoar a Terra outra vez (Gn 9:17). Porém, no caso dos animais limpos, a intenção era que um número maior sobrevivesse. Isso fica evidente no que aconteceu imediatamente após Noé e os animais saírem da arca. Noé “construiu um altar dedicado ao Senhor e, tomando alguns animais e aves puros (limpos), ofereceu como holocausto, queimando-os sobre o altar”(Gn 8:20). Os animais puros eram usados como vítimas sacrificais oferecidas a Deus em gratidão pela preservação de Noé e sua família. Esses sacrifícios eram colocados em Seu altar (na mesa do Senhor, por assim dizer), e Ele os aceitou. 2. A Terminologia Usada: A frase “tudo o que vive e se move” parece ser totalmente abrangente, mas esse, necessariamente, não é o caso. “Todas as coisas” ou “tudo” é usado na história se referindo a “todos” os animais impuros (Gn 6:19)

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B Í B L I C A S

Tudo Mesmo?

como também a “todos” os animais puros (Gn 7:2). A frase “o que vive e se move” é problemática e não é empregada em nenhum outro lugar além da narrativa do dilúvio. Enquanto “que vive” é usado em outras partes da história se referindo às criaturas vivas (Gn 6:19; 8:21), “e se move” (do hebraico, remes´, “coisas rastejantes”) se refere principalmente a animais pequenos como répteis (Gn 6:7; 7:23). Se traduzido literalmente leríamos: “Todos os animais rastejantes vivos serão para você alimento”. A outra possibilidade é interpretar o termo hebraico como se referindo a animais em geral, baseado no uso do verbo em lugar de usar o substantivo (Gn 7:21; Sl 104:20). Essa é a interpretação mais comum dessa frase entre os estudantes da Bíblia. Todavia, a singularidade da expressão, bem como o uso de “tudo/todas as coisas” concernente a todos os animais limpos e imundos, sugere que o escritor bíblico não estava necessariamente se referindo a todos os tipos de animais, mas somente aos limpos. 3. Determinação Dietética: A passagem é sobre alimento para os seres humanos e a dieta humana. Deus modificou essa dieta imediatamente após a Queda, permitindo a Adão e Eva comer “erva verde” (Gn 9:3, ARA). Interessante que em Gênesis 1:30, a frase “erva verde” (yereq ce-s´ev) é uma designação geral do alimento para os animais. No entanto, em Gênesis 9:3, a mesma frase é usada para se referir às “plantas com sementes” (legumes e cereais), como indicado em Gênesis 3:18. A frase “erva verde” não é abrangente, mas restrita ao significado encontrado em Gênesis 3:18. Agora o Senhor está permitindo aos seres humanos comerem carne de animais como alimento para eles; e, outra vez, isso não é carne em geral, mas somente alguns tipos. O contexto indica firmemente que é carne de todos os animais limpos. Foi permitido aos seres humanos levar à sua mesa o mesmo tipo de alimento que ia à mesa do Senhor. ■

Ángel Manuel Rodríguez foi diretor do Instituto de Pesquisa Bíblica da Associação Geral. Hoje, aposentado, mora no Texas, Estados Unidos.


E S T U D O

B Í B L I C O

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Promessa do

Reavivamento Por Mark A. Finley

A

lguma vez você já se perguntou como a obra de Deus será concluída na Terra? Como será possível que a verdade sobre Jesus e o evangelho de Sua graça sejam proclamados até aos confins da Terra para que Ele possa voltar? Se há milhares que não conhecem a Cristo e muitos que nunca ouviram o Seu nome, como eles terão a justa oportunidade de aceitar Seu amor e compreender Sua Palavra? Nesta lição, estudaremos como Deus vai cumprir a missão e terminar a obra.

1

Que promessa maravilhosa temos nas Escrituras de que todo mundo conhecerá o amor de Deus e Sua mensagem para os últimos dias? Reflita sobre essas promessas lendo Habacuque 2:14; Mateus 24:14 e Apocalipse 18:1. Embora isso pareça impossível, Deus agirá poderosamente por meio de Seu povo nos últimos dias da história terrestre, para finalizar Sua missão aqui. Segundo o apóstolo Paulo, “O Senhor cumprirá a Sua palavra sobre a terra, cabalmente e em breve” (Rm 9:28, ARA).

2

Leia Joel 2:23, 28 e 29; Jeremias 5:24; Zacarias 10:1. Que simbolismos esses profetas do Antigo Testamento usaram para descrever o derramamento final do Espírito Santo capacitando Seu povo a proclamar o evangelho até aos confins da Terra? No ciclo agrícola de Israel, a “chuva temporã” caía para germinar a semente e a “chuva serôdia” para amadurecer a colheita. Os profetas bíblicos usaram esse símbolo conhecido da chuva serôdia para descrever o poderoso derramamento do Espírito Santo na terminação da obra de Deus na Terra.

3 Leia Atos 2:14 a 18. Quando a profecia de Joel começou a se cumprir? Em cumprimento à profecia de Joel, o Espírito Santo foi derramado no dia do Pentecostes. Três mil pessoas foram F O T O :

I R U M

S H A H I D

batizadas em um único dia. E, pelo poder do Espírito Santo, o evangelho foi pregado em todo o império romano e milhares se converteram ao cristianismo. O cristianismo do Novo Testamento sacudiu o mundo. O derramamento do Espírito Santo no livro de Atos representa a chuva temporã. Germinou a semente do evangelho plantada por Jesus; a Igreja Cristã foi fundada. Entretanto, o derramamento do Espírito Santo, na chuva serôdia, será um evento ainda mais glorioso.

4

A profecia de Joel era limitada ao Pentecostes? Leia Joel 2:28 e 29 mais uma vez e compare com Joel 3:13 a 16 e Atos 2:18 a 21. O que você descobriu? A linguagem da profecia indica claramente que ela se cumprirá duplamente. Ela é aplicada tanto ao Pentecostes como aos dias do fim. Ela se aplica especialmente ao tempo “antes que venha o grande e temível dia do Senhor” (Jl 2:31, NVI).

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Como Deus descreve a conclusão da mensagem do evangelho? Que símbolo Ele usa em Apocalipse 14:13 a 20? A chuva serôdia realizou seu trabalho; chegou o tempo da colheita. Cada pessoa tomou sua decisão final e irrevogável para a eternidade. A seara está totalmente madura.

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Por que Jesus retarda Sua vinda? O que Ele está esperando? Leia 2 Pedro 3:9 a 13. Nosso Senhor retarda Seu retorno com paciência e longanimidade, almejando que cada pessoa no planeta Terra se arrependa e reconheça o Seu amor. O derramamento do Espírito Santo na chuva serôdia apressará a pregação do evangelho para que a obra de Deus seja concluída rapidamente. Não deveríamos, então, estar buscando a Deus de todo o coração, para recebermos o poder da chuva serôdia? Não é este o tempo de entregar-nos completamente a Ele para sermos usados por Seu Espírito na finalização da Sua obra? ■

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TROCA DE IDEIAS

Como mãe cristã, parabenizo aos pais de Marvene por suas orações diligentes. Quando o mal cresce, as orações se tornam ainda mais necessárias e poderosas. Nicole Benoit-Roy Brooklyn, Nova Iorque, Estados Unidos Alcançando uma Região da Antiguidade

Cartas O Vale de Oração

Que coisa! Refiro-me ao devocional de Marvene Thorpe-Baptiste “O Valle… de Oração” (AW-junho), e a maneira singular como a Oração do Senhor foi imprescindível na história. Qualquer um, de um modo ou de outro, pode se encaixar nessa história, porque o poder da oração é efetivo na vida de cada pessoa, estando nós conscientes ou não. Deus é misericordioso para com todos, quer O conheçamos ou não.

Obrigado pelos artigos da edição de maio da Adventist World. Muito bons! O artigo “Novos Rumos para o Oriente Médio”, por Ted N. C. Wilson, foi especialmente interessante. Trabalhei por quase três anos em Beirute, Líbano, e fiquei muito feliz quando li sobre as mudanças na forma administrativa da Igreja no Oriente Médio. O modelo proposto soa razoável e prático. Oramos continuamente pelo povo daquela região. Murray Chapman Austrália No artigo “Visão Mundial” (AW-maio) sobre a reestruturação administrativa da Igreja no Oriente Médio, Ted N. C. Wilson antecipou corretamente o impacto que sua mensagem teria sobre os leitores e sugeriu várias maneiras de nos envolvermos. Isso é bom.

Oração

Infelizmente, porém, na sua última sugestão relacionada ao escritório da secretaria (p. 10) sentimos falta da informação sobre um contato específico. A informação contida no fim da entrevista realizada por Bill Knott e Kellner com o Comitê das Crenças Fundamentais (AW-abril) é um bom exemplo. Tenho interesse pessoal em saber sobre como/quais ajustes foram feitos pela Associação Geral para acomodar esse realinhamento, e onde mais existem tais realinhamentos. Sterling Cox Nova Iorque, NI, Estados Unidos Compartilhar e Conectar

A leitura da Adventist World, edição de fevereiro de 2011, foi de valor inestimável para mim, especialmente o artigo de capa “Alegria de Falar de Jesus”, por Bill Knott e Gina Wahlen. Cheguei à seguinte conclusão: O Epírito Santo pode trazer aquelas páginas de volta à nossa mente, como escritas por Ele, para impressionar mais uma vez nossa experiência diária como cristãos, dando-nos um senso de que somos

GRATIDÃO Sou ancião de igreja e trabalho com crianças pobres da nossa aldeia. Oro para que Deus inspire pessoas a doar roupas, alimentos, recursos para educação, etc., e por coragem para continuar esse ministério. Chunduru, Índia

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Por muito tempo me relacionei com uma pessoa a quem amo mais que qualquer outra no mundo. Todavia, acabei de descobrir algo que me decepcionou muito. Por favor ore pelo nosso relacionamento. Necessito que Deus seja nosso mediador. E. J., Malavi

Louvado seja Deus! Após dois anos sem saber onde estava minha filha, finalmente nos encontramos no mês de maio. Meka, Estados Unidos Por favor, ore para que meu filho rebelde ouça sobre a eterna misericórdia de Deus, decida conhecê-Lo e experimente Seu grande amor. Leonie, Inglaterra


ATÉ parte de algo, como ramos ligados à Videira Suprema. Klésio Silva Humberto de Campos, Maranhão, Brasil

Meu

Todos os meses, espero ansiosamente a chegada do exemplar da Adventist World. Para mim, o editorial e outros artigos são muito animadores e edificantes. Continuem esse bom trabalho. Ralph Lombart Canterbury, Kent, Inglaterra Transformando Vidas

Li a revista de junho de 2010 no início deste ano e minha vida nunca mais foi a mesma. Muito obrigado! Preciso do apoio de suas orações. Terminei o ensino médio e gostaria de cursar uma faculdade. Kepha Opiyo Quênia

Como enviar as Cartas: Por favor envie para letters@ adventistworld.org. As cartas devem ser escritas com clareza, contendo, no máximo, 100 palavras. Inclua em sua carta o nome do artigo e a data da publicação. Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde está escrevendo. As cartas serão editadas por questão de espaço e clareza. Nem todas as cartas enviadas serão publicadas.

PALAVRAS

Hino Preferido

A poesia do hino “Seguro nos Braços de Jesus” foi um conforto para mim. Quando os ventos do inverno fizeram nossa velha casa ranger e gemer, e as árvores ao seu redor roçar seus galhos sem folhas contra as janelas, as palavras “seguro em Seus braços gentis” me trouxeram paz, e adormeci. ■

Palavras de Incentivo

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– Esther, Loma Linda, Califórnia, EUA ■ Meu hino preferido é “Tu És Fiel Senhor”. Troquei o verso “tudo o que necessito” (em inglês) para “muito mais do que necessito, Tua mão tem provido, Grande é Tua fidelidade! Senhor para comigo!”

– Manuel J. Tornilla, Jr., Cebu City, Filipinas

Quando acordo durante a noite e perco o sono, recito mentalmente a letra do hino “In the Morning When I Rise” (Quando Levanto de Manhã): “Como a escuridão da meia noite era o meu choro, Dá-me Jesus.” Frequentemente recito as quatro estrofes antes de voltar a dormir. Vale a pena! ■

– Hayden Martin, Kingston, Jamaica No próximo mês, diga em até 50 palavras qual é o seu personagem bíblico preferido. Envie para letters@AdventistWorld.org. Escreva “Até 50 Palavras” no local do assunto.

Exercite Seu Peço oração por fé, comprometimento, cura e perdão. Wendy, Zâmbia Oração & Gratidão: Envie seus pedidos de oração ou agradecimentos (gratidão por orações respondidas) para prayer@adventistworld.org. As participações devem ser curtas e concisas, de no máximo 50 palavras. Os textos poderão ser editados por questão de espaço e clareza. Nem todas as participações serão publicadas. Por favor, inclua seu nome e o nome do seu país. Os pedidos também podem ser enviados por fax, para o número: 1-301-680-6638; ou por carta para Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904-6600 E.U.A.

Cérebro

Exercícios aeróbicos moderados aumentam o tamanho do hipocampo, parte do cérebro onde são formadas as memórias. A perda de memória devido à idade pode ser retardada e até revertida pelo exercício várias vezes por semana. Fonte: The National Academy of Sciences/Vibrant Life.

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TROCA DE IDEIAS

maıs

Top 5

As frutas mais populares do mundo

1. Manga 2. Banana 3. Maçã 4. Laranja 5. Uva Fonte: Top5lists.net

No fim dá tudo certo. Se ainda não deu certo, é porque ainda não é o fim.

E L L E N

W

H

IT

E

–Pastor Rogério Gurniak, num sermão em 2011, sobre como superar as dificuldades do dia a dia, Igreja de Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul, Brasil.

L I T E R Á R I O

D E

Há  anos

I O Ô N I M T R A P



John Nevin Andrews e seus filhos, Charles e Mary, partiram para a Europa como os primeiros missionários mantidos pela Igreja Adventista do Sétimo Dia, em 15 de setembro de 1874. Andrews se estabeleceu na Suíça e, após aprender francês, começou a publicar panfletos naquela língua. Dois anos mais tarde, em 1876, ele publicou a primeira edição do Les Signes des Temps (Sinais dos Tempos). Andrews, que podia ler a Bíblia em sete idiomas e dizia ter decorado todo o Novo Testamento, morreu em 1883, em Basel, Suíça.

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Adventist World | Setembro 2012

Seja Inteligente, Não Comece

15 minutos

são suficientes para que o uso de cigarro cause danos ao DNA. Fonte: Chemical Research in Toxicology


“Eis que cedo venho…”

Que

Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança.

Lugar

Esse?

Editor Administrativo e Editor Chefe Bill Knott Editor Associado Claude Richli Gerente Internacional de Publicação Chun, Pyung Duk

P H O T O

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é

Editor Adventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático.

Comissão Editorial Ted N. C. Wilson, presidente; Benjamin D. Schoun, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Lisa Beardsley-Hardy; Daniel R. Jackson; Robert Lemon; Geoffrey Mbwana; G. T. Ng; Daisy Orion; Juan Prestol; Michael Ryan; Ella Simmons; Mark Thomas; Karnik Doukmetzian, acessor legal. Comissão Coordenadora da Adventist World Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Kenneth Osborn; Guimo Sung; Chun, Pyung Duk, Han, Suk Hee Editores em Silver Spring, Maryland, EUA Lael Caesar, Gerald A. Klingbeil (editores associados), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Wilona Karimabadi, Mark A. Kellner, Kimberly Luste Maran Editores em Seul, Coreia do Sul Chun, Pyung Duk; Chun, Jung Kwon; Park, Jae Man Editor On-line Carlos Medley Coordenadora Técnica e de Revisão Merle Poirier Colaborador Mark A. Finley

RESPOSTA: Uma pequena cidade no estado de Minas Gerais, Brasil, durante a inauguração de uma igreja para indígenas da região. Na foto: Ursulino Freitas, presidente da Associação Mineira Central; Ronaldo Santana, pastor do distrito de Manga; e um índio Xacriabá.

Nisso A atividade e a diversão não podem tomar o lugar do Espírito Santo. O mundo está caminhando para o fim [...] Precisamos, mais do que nunca, do Espírito Santo [...]. Recebamos o Espírito com corações desejosos, abertos, dedicados e fieis. – Trecho extraído do sermão proferido por Heinz von Gunten, pregador leigo da Igreja de Romanshorn, Suíça. Tradutora: Karen Grob.

Conselheiro E. Edward Zinke Administrador Financeiro Rachel J. Child Assistentes Administrativos Marvene Thorpe-Baptiste Assistente do Editor Chefe Gina Wahlen Comissão Administrativa Jairyong Lee, chair; Bill Knott, secretary; P. D. Chun, Karnik Doukmetzian, Suk Hee Han, Kenneth Osborn, Juan Prestol, Claude Richli, Akeri Suzuki, Ex-officio: Robert Lemon, G. T. Ng, Ted N. C. Wilson Diretor de Arte e Diagramação Jeff Dever, Brett Meliti Consultores Ted N. C. Wilson, Robert E. Lemon, G. T. Ng, Guillermo E. Biaggi, Lowell C. Cooper, Daniel R. Jackson, Geoffrey Mbwana, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa, Michael L. Ryan, Blasious M. Ruguri, Benjamin D. Schoun, Ella S. Simmons, Alberto C. Gulfan Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee, Israel Leito, John Rathinaraj, Paul S. Ratsara, Barry Oliver, Bruno Vertallier, Gilbert Wari, Bertil A. Wiklander. Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 209046600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638

E-mail: worldeditor@gc.adventist.org Website: www.adventistworld.org Adventist World é uma revista mensal editada

simultaneamente na Coreia do Sul, Brasil, Argentina, Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria e nos

Estados Unidos. V. 8, Nº 9

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Dr. Milton Afonso é brasileiro e pioneiro em seguros de saúde. Ele é o fundador e administra uma das maiores empresas deste segmento na América do Sul.

Todos os meses a Adventist World chega às mãos do Dr. Milton.

O Dr. Milton Afonso lê a Adventist World para se manter em contato com a família adventista ao redor do mundo. Você também pode manter contato com a família mundial da igreja. Se a Adventist World não estiver sendo distribuída gratuitamente em sua igreja, entre em contato com o Departamento de Comunicação.

Uma Família. Um Mundo. Adventist World.


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