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Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia

Fe ve re i ro 2 01 2

Podemos

Ouvı-los? 11

Doenças

Evitáveis

A Alegria do

20

Sábado

24

Parceria

Incomum


Fe ve re i ro 2 01 2

A R T I G O

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D E

C A P A

Podemos Ouvi-los?

14 Como Podemos Ajudar a Salvá-los? VIDA

Por Cecilia Cornejo

Qual a melhor maneira de manter nossos filhos ligados à igreja?

Por Larry R. Evans

Jesus viu as pessoas com necessidades especiais e as levou para o Seu círculo.

ADVENTISTA

20 A Alegria do Sábado C R E N Ç A S

F U N D A M E N T A I S

Por Raúl Quiroga

Tornando o sábado um verdadeiro dia de alegria.

8 “Para que Todos Sejam Um” V I S Ã O

M U N D I A L

Por Ted N. C. Wilson

24 Parceria Incomum SERVIÇO

ADVENTISTA

Por Chek Yat e Sally Lam-Phoon

Um dos nossos grandes desafios é a unidade.

Os jovens adventistas da China estão recebendo oportunidades educacionais incomuns.

12 Levantando Depois da Queda DEVOCIONAL

Por Gilbert Vega

Todos nós, em algum momento, caímos. Graças a Deus por aqueles que nos levantam.

SEÇÕES 3 11

NOTÍCIAS DO MUNDO

3 6

Notícias Notícia Especial

SAÚDE

NO

MUNDO

Doenças Evitáveis

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EPÍRITO

DE

PROFECIA

O Elo Dourado RESPOSTAS A PERGUNTAS BÍBLICAS

Nosso Conselheiro, e Mais…

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ESTUDO

28

TROCA

BÍBLICO

A Fé no Fim dos Tempos DE

IDEIAS

31 Igreja de Um Dia

www.adventistworld.org Online: disponível em 13 idiomas Tradução: Sonete Magalhães Costa Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 8, nº 2, Fevereiro de 2012.

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Adventist World | Fevereiro 2012

Capa: CANADÁ: Jovem surda canta (linguagem de sinais – LIBRAS, no Brasil) numa igreja adventista, em Toronto, Canadá. As luvas brancas acrescentam um estilo gracioso e comunicativo ao interpretar a musica na linguagem dos surdos. F O T O :

C O R T E S I A

D E

J O H N

B L A K E / M O D I F I C A D A

D I G I TA L M E N T E


No Mundo do Silêncio Para cada um de nós há sempre uma história especial sobre Jesus. Principalmente, aquela que se destaca de todas as outras, que mexe conosco de um modo impossível de ser expresso em palavras. Para mim, essa história é a que está registrada no Evangelho de Marcos, sobre o encontro de Jesus com o homem surdomudo (Mc 7:31-37). Aparentemente estranha, e com alguns fatos esquisitos, mas que finalmente se transforma numa narrativa inigualável sobre o Senhor que transporá qualquer barreira para ajudar a quem está ferido e solitário. Por meio de gestos, sinais e pantomimas, Jesus entrou no mundo silencioso de alguém que não podia ouvir ou falar: a Palavra de Deus se tornou para aquele homem, o Sinal de Deus, comunicando, sem palavras, a graça e o amor que tanto o curou como o restituiu à sua comunidade. Nossa grande surpresa no final da história não é que Jesus pode fazer um homem surdo ouvir, mas que Sua compaixão é tão singular, tão concentrada nesse indivíduo, que Ele vai fazer o que ninguém em sua cultura faria para comunicar a incrível afeição de Deus. Essa história de cura também é uma parábola para Sua igreja, acostumada como está ao pensamento de que “o maior bem para o maior número” – de maiorias e eficiências, é o que quase todas as pessoas querem. Jesus pretendia mostrar que a igreja que age em Seu nome deve reproduzir a mesma compaixão individualizada – a mesma atenção aos desafios e dons – que caracterizaram o Seu ministério. Jesus via o potencial de discípulo em cada pessoa que encontrava – mulher e homem, pessoas de todas as etnias, falando qualquer idioma, com audição ou surdo, com visão ou cego – e planejou um ministério específico, adaptado às suas necessidades. Ao ler alguns dos artigos deste mês, você ficará maravilhado ao saber que sua Igreja está evangelizando milhares, em todo o mundo, que especialmente se identificam com a história de Marcos 7. Então, ore por um coração compassivo, que deseja transpor qualquer barreira com as boas novas de restauração e cura.

NOTÍCIAS DO MUNDO

Wintley Phipps Leva Esperança a

Prisão Eslovêna

■ Wintley Phipps, pastor e cantor adventista do sétimo dia, visitou uma penitenciária em Dob, Eslovênia. Convidado por Lojze Peterle, parlamentar da União Europeia (UE), Phipps cantou para os prisioneiros, seus familiares, funcionários da prisão e convidados do cenário político e eclesiástico. Phipps começou o programa com uma versão do “Pai Nosso”, seguido de várias canções evangélicas conhecidas e Negro spirituals, concluindo magistralmente com “Preciosa Graça”. Por meio VOZ DE ESPERANÇA: Wintley das mensagens das canções e de pequePhipps, pastor adventista e cantor, nas falas entre elas, Wintley verdadeiraem apresentação na Eslovênia. mente “trouxe esperança a todos nós”, disse Joze Podrzaj, diretor do presídio, em seu discurso de despedida. Os presos agradeceram Phipps com um aplauso caloroso e o presentearam com o painel de uma colmeia, feito à mão (souvenir tradicional da Eslovênia). “Foi uma visita realmente inspiradora de uma pessoa especial que dedica sua vida incentivando os que mais necessitam ser incentivados”, declarou Peterle à AdventPress. Phipps chegou à Eslovênia com sua esposa Linda, vindo de Bruxelas onde cantou no Café da Manhã de Oração, evento anual para os membros do parlamento da EU. Durante sua curta visita, também se encontrou com Robert Friskovec, coordenador do ministério de capelania das prisões da Eslovênia e Zmago Godina, presidente da Associação Eslovena da Igreja Adventista do Sétimo Dia. – reportagem da TEDNews

Formatura de Ensino Médio da Escola Adventista mais Meridional do Mundo ■ Após 57 anos de vida acadêmica, o Liceo Adventista de Punta Arenas, realizou sua primeira formatura do ensino médio. Em cerimônia emocionada 29 alunos se formaram. Alguns deles foram aceitos em faculdades de engenharia, medicina e educação para continuarem seus estudos. Fundada em 1954, tendo a esposa do pastor como única professora, hoje, a escola tem 520 alunos desde a pré-escola até a 12a série. Dez dos 29 formandos deste ano cursaram todos os anos no Liceo. A escola é valorizada na região tanto pela qualidade acadêmica como por seus valores cristãos; há fila de espera de alunos aguardando vagas. Situada no Estreito de Magalhães, próximo à Antártida, o Liceo Adventista de Punta Arenas é a escola mais meridional das 7.806 escolas

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Adventist World | Fevereiro 2012

COMEMORAÇÃO DE FORMATURA: Vários líderes se reúnem na primeira formatura do ensino médio do Liceo Adventista de Punta Arenas, no Chile, a escola mais meridional de todo o sistema educacional adventista no mundo. Da esquerda para direita: Cesar Beroiza, Lisa Beardsley-Hardy, Juan Carlos Díaz e Maurício Galdamez.

especial foi dada a Cesar Beroiza e esposa e a Maurício Galdamez que agora servem em Talca e Angol, Chile. Ambos os professores eram convidados especiais dos formandos, e foram homenageados pelo importante trabalho realizado pela escola. Música especial foi apresentada pelo coral da instituição e pelo famoso trompetista do Exército Chileno, tenente Fernando Leiva. – reportagem de David Mauricio Sandoval Romero, El Liceo Adventista de Punta Arenas; traduzido por Myrta Rojas

Iniciativa “Reavivados por Sua Palavra” ■ A nova iniciativa da Associação Geral, intitulada “Reavivados por Sua Palavra”, coordenada pela comissão de Reavivamento e Reforma, foi especialmente criada para fortalecer a vida espiritual de cada membro da igreja por intermédio da leitura da Bíblia. Armando Miranda, vice-presidente da Associação Geral e presidente da comissão de Reavivamento e Reforma, disse: “Nada pode substituir a voz de Deus falando a nós por meio de Sua Palavra. A principal fonte de força espiritual é meditar nas Escrituras, com espírito de oração.”

“Reavivados por Sua Palavra” é uma abordagem singular para a leitura de toda a Bíblia. Os membros da igreja, em todo o mundo, serão incentivados a se unir, lendo ou ouvindo a um capítulo da Bíblia por dia. Começando no dia 17 de abril de 2012 durante o Concílio da Primavera. O plano de leitura da Bíblia será concluído na assembleia da Associação Geral (AG), em Santo Antônio, Texas (EUA), em 2015. Serão 1171 dias desde o Concílio da Primavera de 2012 até o início da assembleia da Associação Geral, no dia 2 de julho de 2012. Há 1.189 capítulos na Bíblia. Ao lerem um capítulo por dia e dois capítulos durante a assembleia da AG, milhões de membros participantes completarão sua jornada pela Bíblia no final da assembleia. Um componente da Internet na página do Reavivamento e Reforma patrocinada pela Associação Ministerial permitirá que os participantes compartilhem, internacionalmente, pensamentos inspiradores e devocionais. “Reavivados por Sua Palavra” é mais que ler ou ouvir um capítulo da Bíblia por dia. Chamará a atenção de todos os membros para a importância de conhecer Jesus por meio de Sua Palavra. – reportagem de Mark A. Finley, assistente do presidente da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia

M Y R TA

do sistema educacional adventista do sétimo dia, o qual conta atualmente com 1.680.153 alunos em todo o mundo. Augusto Aguila e Isolina Olivares, junto com o casal Melgarejo-Andrade, estiveram presentes representando a geração que viu o início do sonho de ter uma escola da igreja adventista na cidade mais meridional do mundo. Na lista de convidados também estava Cesia Aguila e Eliana Dobson, que receberam homenagem especial por serem as primeiras professoras da instituição. Estavam presentes, ainda, Margarita Goic, advogada e secretária de educação na Região Magalhães, e Nelson Santana, supervisor do Departamento de Educação para a Província de Magalhães, ambos representando o ministro de educação do Chile. “Continuaremos a apoiar a escola”, disse Goic, que foi fundamental para que a escola recebesse autorização para o ensino médio. O diretor da escola, Juan Carlos Diaz Costa acrescentou: “A Sra. Goic tem sido de tremenda ajuda e apoio para a escola.” A cerimônia foi histórica pela presença de Lisa Beardsley-Hardy, diretora de educação da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia, que falou para mais de trezentas pessoas reunidas num ginásio. Beardsley-Hardy enfatizou a importância de continuarem com sua educação cristã e desafiou os formandos a se aventurarem e escolherem uma entre as 111 faculdades e universidades adventistas do mundo. Ela os incentivou a serem fiéis diante de qualquer desafio e a colocar seus sonhos em oração diante de Deus, porque a vontade dEle é abençoá-los e abençoar a outros por meio deles. Diaz Costa falou sobre a importância da fé em desenvolvimento no corpo estudantil. Reconheceu o trabalho daqueles que realizaram sua parte no estabelecimento da instituição. Menção

R O J A S

NOTÍCIAS DO MUNDO


■ Participantes de uma recente reunião sobre liberdade religiosa realizada em Moscou, votaram manter a situação das minorias religiosas perseguidas no Oriente Médio e África no centro da atenção da comunidade internacional. Cerca de cem milhões de cristãos, em todo o mundo – a maioria no Oriente Médio e partes da África – sofrem perseguição ou estão envolvidos em conflitos religiosos violentos, segundo os organizadores da conferência. Os três dias da Conferência Internacional sobre Liberdade Religiosa e Discriminação contra Cristãos começou no dia 30 de novembro de 2011, e reuniu um grupo diverso de líderes das comunidades ortodoxas, protestantes,

judaicas, católicas e islâmicas. No topo da agenda estava o crescimento do que alguns chamaram de “cristãofobia” em muitos países onde religiões ou ideologias dominantes exercem importante poder político social. Vasiliy Stolyar, diretor das relações públicas e liberdade religiosa da Igreja Adventista do Sétimo Dia da Divisão Euro-Asiática, disse que os participantes da conferência estavam unidos na decisão de agir mais efetivamente para aliviar a situação das minorias religiosas que sofrem perseguição. Os debates das conferências também destacaram o impacto da conhecida Primavera-Árabe sobre os direitos religiosos das minorias em países que sofreram mudanças políticas dramáticas. John Graz, secretário da Associação Internacional de Liberdade Religiosa (IRLA), descreve as questões levantadas na conferência como uma “preocupação

crescente daqueles que defendem a liberdade religiosa.” Graz disse que a IRLA acompanhou o aumento do assédio social e ataques contra as minorias religiosas na região durante o ano passado, inclusive uma elevação no sentimento anticristão. Mostrou, também, os relatórios das Nações Unidas que apontam o êxodo frequente de cristãos do Iraque e, mais recentemente, da Líbia – tendência que indica forte sensação de desconforto entre os grupos de minoria religiosa. “Desafiamos aos governos de todo o mundo, em conjunto com organismos internacionais como as Nações Unidas, a fazer todo o possível para garantir que a liberdade religiosa, como um direito fundamental humano, seja reconhecida e protegida nesses países”, informou Graz. – reportagem de Bettina Krause/Rede Adventista de Notícias

S T O LYA R

Conferência Destaca Liberdade Religiosa em Moscou

Fevereiro 2012 | Adventist World

VA S I LY

LIBERDADE EM DESTAQUE: Proponentes da liberdade religiosa se reúnem em Moscou para propor mecanismos para manter exposta a situação das minorias religiosas aos olhos públicos.

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NOTÍCIAS DO MUNDO

Ministério Pastoral Adventista de

Encontros Rápidos

Reportagem: Ansel Oliver/Rede Adventista de Notícias

Eles têm capelães nos aeroportos?

T

odas as quintas-feiras, pela manhã, José A. Barrientos Jr. sai de casa pouco depois das cinco e se dirige ao Aeroporto Internacional Dulles, em Washington, D.C., EUA, para cuidar de seu rebanho por algumas horas. Em lugar de membros sentados em bancos na igreja, sua congregação é formada por funcionários apressados de um dos maiores aeroportos internacionais dos Estados Unidos. Barrientos, pastor adventista, é um dos 18 capelães assistentes desse centro nervoso. Ele não é apenas o mais jovem – é também o único capelão hispânico no local. Isso o torna muito requisitado para prestar assistência a passageiros que falam espanhol, português e italiano como também à equipe de manutenção cuja maioria é hispânica. Ele e outros capelães oferecem apoio, circulando pelos terminais à procura de pessoas que necessitam de ajuda com localização, acalmando os que não receberam sua bagagem no terminal de bagagens, ou lendo os rostos tentando encontrar os que precisam de consolo. Barrientos lidera o culto protestante realizado na capela interdenominacional do terminal, uma quarta-feira à noite ao mês. Ele trabalha em tempo integral como pastor do ministério infantil da Community Praise Center Adventist Church, da cidade vizinha de Alexandria, Virgínia. Mas trabalha várias horas por semana como voluntário no aeroporto. Líderes denominacionais esperam que mais pastores adventistas servindo

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Adventist World | Fevereiro 2012

como capelães comunitários em aeroportos seja uma ideia que decole. “Somos a favor de que mais pastores estendam seu ministério à comunidade”, disse Gary Councell, diretor do Ministério Adventista de Capelania (MAC). “Só influenciamos as pessoas quando vamos onde elas estão, dedicando tempo em favor das suas necessidades e não das nossas.” Pastores adventistas, com a aprovação da MAC, servem em corporações, departamentos de polícia e bombeiros, eventos esportivos e viagens em cruzeiros. Muitas pessoas vão conversar com um capelão nos aeroportos simplesmente para desfrutar, por alguns minutos, de sua presença agradável. Enquanto outros estão desesperados necessitando de um apoio espiritual, como uma mulher que chorava muito durante um culto, na capela, após saber da infidelidade de seu companheiro. Alguns procuram por outros motivos. “Precisa de ajuda para encontrar seu portão?” Barrientos perguntou a um homem perdido num corredor sem saída, carregando uma mochila grande, computador e um travesseiro de pescoço. Barrientos é pastor, mas também serve como guia, crítico de restaurante e relações públicas de primeira categoria. Ele elogia a arquitetura dos novos terminais e se orgulha das futuras reformas. No aeroporto Dulles, atualmente, está sendo realizado o maior projeto de construção no transporte público do país. “Quando tudo estiver pronto, você

vai adorar e vai dizer que quer viajar mais”, diz ele aos passageiros. Inaugurado em 1962, o aeroporto Dulles está cerca de 42 quilômetros do centro de Washington, D.C., e emprega quase 30 mil pessoas. No ano passado, serviu à aproximadamente 24 milhões de passageiros, segundo sua página da Internet. Em 2009, o Aeroporto Internacional Dulles foi o nono aeroporto americano em tráfego de passageiros internacionais, registrando cerca de seis milhões. “É um aeroporto enorme, enorme”, disse Barrientos, enquanto caminhava numa manhã gelada em direção ao terminal. “Você está pronto para caminhar bastante?”


Seu supervisor, Ralph Benson, usa um pedômetro (conta-passos) e estima que chega a caminhar de oito a quatorze quilômetros num dia de trabalho. Um pastor batista norte-americano, trabalhando com pessoas que falam apenas o espanhol, frequentemente se encontra com Barrientos no trabalho para solicitar assistência. “Ele é maravilhoso; todos gostam muito dele”, disse Benson, diretor do ministério para a Metro Washington Airports Interfaith Chapels, Inc. Essa

organização, sem fins lucrativos, disponibiliza ministros para a Metropolitan Washington Airports Authority a quem pertencem os dois aeroportos: Dulles International e Regan Washington National. Barrientos tem cabelos escuros e espetados e usa um terno cinza com gravata verde. Cada capelão, homem ou mulher, pode escolher como se vestir, mas ele prefere uma aparência formal – porque precisa de toda credibilidade

O L I V E R A N S E L

passageiros a se localizarem. Centro: CUMPRIMENTANDO FUNCIONÁRIOS:

Frequentemente Barrientos se desvia de seu caminho para cumprimentar funcionários hispânicos no Dulles. Aqui ele conversa rapidamente com um guarda da segurança do terminal internacional.

F O T O S :

Acima: AJUDANDO A OUTROS: José Barrientos, capelão voluntário no Aeroporto Internacional Dulles, Washington, D.C., EUA, ajuda a família Ribeiro a encontrar um transporte para o shopping center mais próximo durante conexão de cinco horas, vindo do Rio de Janeiro para Orlando. Barrientos ajuda passageiros que falam espanhol e português, com apoio prático e, às vezes, ora com os que necessitam de conforto espiritual. Página ao lado: MUITOS PASSOS: Barrientos, à esquerda, ajuda passageiro a encontrar seu portão de embarque. Alguns dias ele se encontra com as pessoas na capela do aeroporto, outros, caminha vários quilômetros ajudando

possível. Com seus 28 anos de idade seu rosto é jovem e alegre. A maioria dos hispânicos, disse ele, não esperam encontrar um ministro tão jovem. “Mas, você não é velho”, disse a ele gracejando em espanhol um passageiro no trem subterrâneo entre os terminais. Frequentemente os passageiros ficam surpresos ao saber que tal emprego existe. “Nunca soube que havia capelães nos aeroportos”, disse Betsy Buckner, que junto com o esposo viajara a noite toda após visitar amigos na Argentina. Procuravam pela sala VIP da Air France durante uma conexão de cinco horas antes de tomar o voo para San Diego, Califórnia, onde moram. “Os passageiros, geralmente, estão entre dois extremos: ou muito, muito felizes ou realmente tristes”, disse Barrientos. Muitos dos passageiros que encontra estão indo visitar entes queridos ou acabaram de perder alguém especial. O ministério em aeroportos é rápido – um capelão deve conhecer alguém rapidamente e, com a mesma rapidez, deixa-lo ir. “É fácil para mim. Gosto de fazer amigos”, disse ele após conversar com um guarda da segurança. “[Minha namorada] vai lhe dizer que falo muito.” Quando não está falando com funcionários ou dirigindo passageiros, Barrientos dá informações sobre a capela e horário de cultos. Diz que o livro que mais repõe na prateleira de literatura é El Camino a Cristo, versão em espanhol do Caminho a Cristo, escrito por Ellen G. White, cofundadora da Igreja Adventista. Cerca de 300 pessoas visitam a capela todos os dias. A primeira capela em aeroporto nos Estados Unidos, foi construída em 1951 no Boston’s Logan International Airport, Massachusetts. Hoje, mais de 140 aeroportos em todo o mundo têm capelas segundo a Associação de Capelães da Aviação Civil, organização sem fins lucrativos. ■

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M U N D I A L

J A M E S

J O S E P H

J A C Q U E S T I S S O T

V I S Ã O

Para que

C

Todos Sejam

omeçou com uns poucos fiéis que acreditavam na Bíblia, em meados do século dezenove, na Nova Inglaterra, EUA. O Senhor abençoou abundantemente a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Hoje, transformada num movimento mundial, trabalhando em centenas de idiomas, com enorme diversidade de milhões de fiéis, abrange 206 países em todo o mundo. É certo que o Senhor tem nos abençoado, mas também temos desafios. Vivemos num mundo complexo e diverso com choques culturais e secularismo crescente. Precisamos conviver com a variedade de culturas dentro da Igreja, diferentes perspectivas sobre diretrizes, desafios socioeconômicos e outros fatores. Entre eles, um dos grandes desafios que enfrentamos como corpo mundial de crentes é o da unidade.

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Um

Mantendo o Remanescente Unido Por Ted N. C. Wilson


A unidade é definida como concordância, identidade de propósito, ação combinada de diversos agentes com a mesma finalidade. A unidade é o que Deus deseja para Seus seguidores. Pouco antes da crucifixão vemos Jesus a caminho do Getsêmani, implorando ao Pai pela unidade de Seus fiéis “para que todos sejam um, Pai, como Tu estás em Mim e Eu em Ti. Que eles também estejam em Nós. . . Eu neles e Tu em Mim. Que eles sejam levados à plena unidade” (Jo 17:21-23). Jesus conhecia os pontos fracos e fortes de cada um dos discípulos. É-nos dito que “havia nesses primeiros discípulos frisante diversidade. Eles deviam ser ensinadores do mundo e representavam amplamente variados tipos de caráter. Para conduzir com êxito a obra para a qual haviam sido chamados, esses homens, diferindo em características naturais e em hábitos de vida, necessitavam chegar à unidade de sentimentos, pensamento e ação. Esta unidade Cristo tinha por objetivo assegurar. . . Sua constante oração por eles era que fossem santificados pela verdade … Sabia … que a verdade armada com a onipotência do Santo Espírito seria vitoriosa na batalha contra o mal” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 20, 21). A princípio, no entanto, parecia que a oração de Jesus por unidade não havia sido respondida. Assustados e envergonhados os discípulos fugiram de seu Mestre quando foi arrastado e levado pela multidão. Após a crucifixão ficaram confusos, desanimados e se esconderam por temer perseguição. No entanto, 50 dias mais tarde, aqueles mesmos discípulos estavam confiantes e unidos “num só lugar” (At 2:1). Como foi possível, em tão curto espaço de tempo, os discípulos mudarem de desanimados, divididos e desmoralizados para reconciliados, seguros e transformados? O que podemos aprender com eles em nossa busca pela unidade a qual Cristo deseja que tenhamos? Podemos aprender pelo menos sete lições através da vida dos discípulos de Cristo. Sete Passos para a Unidade

1. A confiança e crença dos discípulos estava fundamentada nas Escrituras. A primeira coisa que Jesus fez por Seus discípulos após a ressurreição, foi abrir seu entendimento “para que pudessem compreender as Escrituras” (Lc 24:45). Ele havia tentado fazer isso antes, mas “até aquele momento os discípulos não tinham compreendido, pois o absurdo da sabedoria rabínica escondera de sua visão a verdade” (Ellen G. White, Para Conhecê-Lo, p. 340). Jesus explanou as Escrituras, começando por Moisés, Davi e todos os profetas, ensinando como o Messias teria que sofrer, morrer e ressuscitar no terceiro dia (veja Lucas 24:44,

45). Tomando cada passagem, ponto a ponto, mostrou como Ele era o cumprimento de cada profecia. Que belo estudo bíblico deve ter sido! Jesus continuou aparecendo aos Seus seguidores, em vários lugares, durante os próximos quarenta dias, os ensinando e animando. No fim desse período, eles compreenderam as profecias e o seu cumprimento e sua fé foi firmemente enraizada nas Escrituras. Estavam prontos para receber o dom do Espírito Santo. O mesmo é verdade para nós hoje. À medida em que virmos o cumprimento das profecias, o crescimento do movimento adventista e nosso papel no cumprimento da profecia – proclamando as três mensagens angélicas e preparando as pessoas para o retorno de Cristo – estaremos prontos para receber o Espírito Santo. 2. Não tinham mais medo da morte. Jesus passou três anos e meio ensinando a Seus discípulos os importantes princípios do Seu reino por meio de Suas palavras e exemplo. Mas, eram lentos para compreender e acreditar nEle. Quando, porém, viram seu Salvador ressurreto ficaram mais dispostos a ouvir e crer, pois Ele havia vencido a morte. Não tinham mais medo da morte (ou de qualquer outra coisa) e isso os encheu de nova coragem para seguir o chamado de Jesus (veja Hb 2:14). Mesmo que não tenhamos visto Jesus fisicamente, podemos clamar por Sua promessa: “Felizes os que não viram e creram” (Jo 20:29). 3. Reconheceram sua grande necessidade. Os discípulos começaram a compreender a imensidão da tarefa para a qual Jesus os estava chamando. Como poderiam obter sucesso ao seguir a Grande Comissão (veja Mt 28:19, 20)? Jesus os instruiu a iniciar seu trabalho em Jerusalém, o campo menos promissor que se podia imaginar. Sabiam, também, que seus piores inimigos seriam os “principados” e “potestades”, “os príncipes das trevas deste século”, e as “hostes espirituais da maldade” (Ef 6:12 ARC). Eles perceberam que só teriam sucesso se dependessem de um poder maior que eles mesmos. Temos que reconhecer nossa grande necessidade de pedir a Deus o dom que Ele prometeu. 4. Criam na promessa de que o Senhor ressurreto estaria presente com eles. Soava em seus ouvidos a certeza dada por Jesus pouco antes de ascender ao céu: “Eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos” (Mt 28:20). Não é por acaso que a Grande Comissão é circundada por essas duas promessas. Antes de enviá-los para o que poderia ser visto como uma missão impossível, Jesus assegurou a Seus discípulos que teriam sempre a Sua presença e que o Seu poder estaria disponível para eles. 5. Eles obedeceram à ordem de Jesus para que esperassem juntos, em Jerusalém, pelo poder do Espírito Santo, para começar a proclamar o evangelho ali. O local onde Jesus fora

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V I S Ã O

M U N D I A L

crucificado, provavelmente, era o último lugar por onde os discípulos gostariam de começar seu trabalho. Mas eles não se opuseram, obedeceram. Acreditaram na promessa que em breve seriam “revestidos do poder do alto” (Lc 24:49). Quando o Espírito Santo desceu sobre eles, seus esforços foram coroados de sucesso. É através do dom do Espírito

seria muito difícil e sacrifício nenhum tão grande se seguissem o caminho indicado por Ele. O que mais importava era ser como seu Mestre e ganhar tantos quanto possível para o Seu reino. Na Igreja hoje, muitas coisas nos ajudam a permanecermos juntos – nossas crenças em comum, diretrizes, a lição

Um dos grandes desafios que enfrentamos como corpo mundial de crentes é o da unidade. Santo que “Cristo traz Seus discípulos em viva comunhão com Ele e com o Pai. Mediante a operação do Espírito Santo na mente humana, o homem se torna completo em Cristo Jesus. A união com Cristo promove um laço de união entre uns e outros. Esta união é a mais convincente prova ao mundo da majestade e virtude de Cristo, e de Seu poder de tirar o pecado” (Ellen G. White, Mente, Caráter e Personalidade, v. 1, p. 30). 6. Os discípulos não ficaram ociosos enquanto esperavam pelo dom do Espírito Santo. Após a ascensão de Cristo os discípulos estavam “constantemente no templo, louvando a Deus” (Lc 24:53). Além disso, por dez dias, eles oraram com intenso fervor pelo dom do Seu Espírito e por sabedoria para conduzir os ouvintes a Cristo. 7. Após receberem o dom do Espírito Santo, a grande ambição dos discípulos “era revelar a semelhança do caráter de Cristo, bem como trabalhar pelo desenvolvimento de Seu reino” (Atos dos Apóstolos, p. 48). Os discípulos recordavam da vida pura e santa de Jesus, e de Seu serviço humilde e desinteressado que haviam testemunhado durante os últimos três anos e meio, e houve uma mudança radical em seu comportamento e modo de pensar. Não queriam mais ser os maiorais, ao contrário, eram humildes e desejavam pela mente de Cristo, “que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-Se; mas Se esvaziou a Si mesmo, vindo a ser servo … Humilhou-Se a Si mesmo e foi obediente até a morte” (Fl 2:6-8). Eles decidiram que, com a ajuda do Seu Espírito, nenhuma obra

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da escola sabatina mundial, contato próximo com a liderança da Igreja e nossa maravilhosa crença na breve volta de Cristo. No entanto, como vimos pelos resultado dos discípulos orarem e se humilharem perante Deus, o verdadeiro resultado de unidade só foi possível pelo poder do Espírito Santo. A mesma coisa é verdade para nós. O que mantem a Igreja Adventista unida é o Espírito Santo. Ao buscarmos a unidade dentro da Igreja, mantenhamos os olhos fixos em Jesus. Estudemos diligentemente as Escrituras como Jesus fez com Seus discípulos, confirmando a base de nossa fé. Oremos fervorosamente pela promessa do dom do Espírito Santo, que, “quando o Espírito da verdade vier”, prometeu Jesus, “guiará a toda a verdade. Não falará de Si mesmo; falará apenas o que ouvir, e lhes anunciará o que está por vir. Ele Me glorificará, porque receberá do que é Meu e o tornará conhecido de vocês” (Jo 16:13, 14). Assim, unidos, vamos em verdade e poder a esse mundo agonizante, proclamando as boas novas do Salvador ressurreto que estará voltando em breve para levar Seu povo para casa! ■

Ted N. C. Wilson é presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia.


C H O J O H N

Doenças Evitáveis Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless

Ouvi dizer que as “doenças não transmissíveis” se tornaram um importante problema de saúde em todo o mundo. Quais são essas doenças ? E quanto as infecciosas, não oferecem maior ameaça para a saúde global? Estou em risco?

E

sta é, realmente, uma questão muito atual e recentemente a mídia mundial tem noticiado com frequência sobre as doenças não transmissíveis (DNT). Em setembro de 2011, as Nações Unidas sediaram reuniões de alto nível para tratar da crise global causada pelo crescimento dessas doenças, que em sua maioria, podem ser evitadas. As palavras do secretário-geral das Nações Unidas descrevem a preocupação que essas doenças estão gerando: “Nossa colaboração é mais do que uma necessidade de saúde pública. As doenças não transmissíveis são uma ameaça ao desenvolvimento, e atingem especialmente o pobre e vulnerável, empurrando-os para uma pobreza ainda mais profunda.” Isso foi depois de descrever as perspectivas sombrias, como a elevação rápida das DNT em todas as regiões do mundo, em economias pobres e emergentes enfrentando os maiores desafios e ainda crescendo. Você está correto quando diz que as doenças transmissíveis são ainda maior problema. Isso pode ser ilustrado por problemas como a tuberculose, HIV e AIDS, malária e gastroenterites que ceifam milhões de vidas todos os anos. Por muitas décadas têm surgido iniciativas globais com o objetivo de combater essas doenças, melhorando o saneamento, a qualidade da água, a segurança alimentar, bem como tentativas de modificar as práticas sexuais de alto risco. Enquanto o foco esteve diretamente nas doenças infecciosas, as DNT aumentaram alarmantemente e são a maior causa de mortes evitáveis em todo o mundo. Elas também têm contribuído com a

pobreza e perda de produtividade. As principais DNT são: doenças cardíacas, derrame cerebral, câncer, diabetes e doenças respiratórias crônicas. Elas afetam todas as pessoas e comunidades. Os maiores fatores de risco são conhecidos e similares em todos os lugares: ■ tabaco ■ alimentos com alta concentração de gorduras trans ■ excesso de sal ■ álcool ■ excesso de açúcar, especialmente de bebidas adoçadas ■ inatividade física ■ obesidade Esta lista dos fatores o ajudara a decidir se você corre risco ou não. O tabaco é fumado ou mascado por mais de um bilhão de pessoas diariamente e sustentado pela dependência da nicotina. Pelo menos cinco milhões de pessoas morrem cada ano por causas relacionadas ao cigarro. Essas doenças podem ser prevenidas se o tabaco e a fumaça do tabaco (incluindo os fumantes passivos) for evitada. Embora tenha havido uma diminuição no uso do tabaco em muitos países com renda alta, o seu uso nos países com renda baixa e média têm sofrido um aumento alarmante; os adolescentes permanecem sendo o alvo principal da indústria do tabaco. A fim de reduzir o número de mortes relacionadas ao tabaco e às DNT, não só a taxa de iniciação ao tabagismo deve decrescer, mas estratégias de combate ao fumo devem ser abraçadas e promovidas. É estimado que o consumo de alimentos com alto índice de gorduras

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saturadas e trans, sal e açúcar seja a causa de 40 por cento das mortes anuais por DNT (num total de aproximadamente 14 milhões). Muitos estudos têm mostrado os efeitos negativos desses alimentos. Os Estudos de Saúde Adventista têm sido pioneiros em mostrar os benefícios de uma dieta baseada em plantas, pobre em gorduras saturadas, com grande variedade de grãos, vegetais, frutas e algumas castanhas (um pequeno punhado, diariamente). O consumo de álcool é o terceiro na liderança das causas de mortes evitáveis. Ele contribui com a causa de vários cânceres, e não há uma dose de consumo segura para prevenir esse perigo. Sessenta por cento das mortes ligadas ao consumo de álcool são resultantes de DNT. A inatividade física está relacionada à atual pandemia de obesidade e também do diabetes tipo 2. Exercícios regulares resultam em melhor saúde cardíaca, facilita a administração do peso corporal, previne e melhora o diabetes tipo 2 e decresce alguns tipos de cânceres (mama e cólon). Em resumo, as DNT são a maior ameaça global, e são necessárias ações responsáveis de liderança em todos os níveis para frear essa fonte destrutiva de enfermidades. Muitas das DNT são totalmente evitáveis. Os que estão em risco podem ser rapidamente identificados. Essa é uma oportunidade de ouro para cada igreja e congregação se tornar um centro de saúde comunitário, e cada membro de igreja, um promotor de saúde. Isso fará uma grande diferença neste mundo deteriorado em que vivemos. ■

Allan R. Handysides, médico ginecologista, é diretor do Ministério da Saúde da Associação Geral. Peter N. Landless, médico cardiologista

nuclear, é diretor associado do Departamento de Saúde da Associação Geral.

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D E V O C I O N A L

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o início dos anos 1800 a América foi cenário de uma drástica mudança, especialmente ao longo da costa leste, com o crescimento do desejo por mais riquezas e aparentar pelo local em que viviam. Foram feitos grandes esforços para realocar grandes segmentos da população nativa para o interior do continente. Assim, em 1830, o governo federal dos EUA violando uma ordem da Suprema Corte, ordenou o despejo dos americanos nativos, removendo-os das terras dos seus ancestrais, no sudeste, para o Território de Oklahoma. Essa foi uma experiência humilhante, difícil

governador idoso que chorava enquanto deixava seu palácio e sua querida cidade. Fundo do Poço

Para Davi, entretanto, haveria ainda mais lágrimas. Seu palácio, riqueza pessoal e todos seus pertences caíram nas mãos daqueles que conspiraram contra ele. A capital da cidade, por sua passividade, havia tacitamente aceitado o ato de traição e rebelião. Muitos de seus conselheiros aderiram à revolta. Seus outros filhos, esposas e concubinas estavam em perigo físico agora. O rei havia chegado ao fundo do poço. Os eventos na capital aconteceram em ritmo acelerado. Absalão entrou na residência real e, com a ajuda de Aitofel, um conselheiro sábio, da confiança do tribunal, e que aderira à conspiração, arrancou a coroa do filho de Jessé.2 Notícias chegaram até o rei de que Mefibosete, filho de Jônatas a quem havia concedido tantos favores, também virara as costas para ele e se unira à insurreição (2Sm 16:1-4). À medida que a caravana real caminhava em direção ao rio Jordão,

Levantando e mortal. A angústia emocional por abandonar suas casas, aliada às dificuldades e à morte de milhares de nativos americanos, tornou devastadora a caminhada para o oeste. Os Cherokees apelidaram a viagem de nuna-da-ul-sun-y, “a trilha em que choraram”– Caminho de Lágrimas.1 Um Rei Deposto

O rei Davi, herói nacional de proporções legendárias, também trilhou caminhos de lágrimas. Absalão, terceiro filho de Davi, estava de olho no trono. Ele conspirou com um grupo de partidários que, no momento preciso, usando o som tradicional de chifre como sinal previamente combinado, declararam Absalão o novo rei de Israel. Davi ficou terrivelmente abalado com as notícias de que o pretendente ao trono era seu próprio filho. O Davi de outrora teria lutado para sair daquela situação precária. Aquele Davi, porém, havia enfraquecido ao longo das décadas. Agora, passivamente abandonava o reino. A cena éra patética: um

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Depois da

Queda Por Gilbert Vega


encontrou outro sujeito descontente chamado Simei. Ele era membro da tribo de Benjamim, portanto, parente de Saul. Aparentemente, havia naquela tribo muito ressentimento reprimido contra Davi. Aproveitando ao máximo a vulnerabilidade de Davi, Simei o amaldiçoava, jogava-lhe pedras e infernizou a saída da comitiva real (2Sm 16:5-10). Davi tinha chegado ao fundo do poço. Quando alguém chega a essa situação, os que estão ao seu redor terão comportamento previsível. Alguns, rapidamente, viram as costas – não “pega bem” ser visto com um derrotado. Outros, vão ainda mais além – veem a situação como a ocasião perfeita para contra atacar. Rancores antigos são trazidos à tona; experiências do passado são desenterradas à luz da realidade presente. É a hora da revanche! O vagão do desdém rapidamente se enche com tais caracteres oportunistas. Assim era Simei. Como é fácil chutar os feridos e passar por cima dos que caíram. É natural à nossa natureza vingativa e, com frequência, é vingativamente demonstrada. Ações assim tão maldosas são tão comuns que as alcunhamos com frases de efeito para descrevê-las: pisa em cima, atire no morto, chute o machucado, joga no mar. A Mão que Ajuda

Os conselheiros de Davi sugeriram que eles cruzassem o Jordão e procurassem abrigo fora do território da Judeia –

Levantar

Esse episódio difícil da vida de Davi revela quão volúvel é o coração humano. Muitos aproveitaram o infortúnio do momento e simplesmente pularam para dentro do vagão do desdém. Por outro lado, houve quem manteve seus princípios a despeito do perigo e oposição. Poderiam facilmente ter se unido às massas que expressaram todo seu desprezo para com a família real. Mais fácil ainda, eles poderiam simplesmente ter ignorado toda a crise e seguido com sua vida, tranquilos. Esse poderia ter sido um caminho sem nenhuma lágrima. Alguns, porém, escolheram o árduo e estreito caminho do serviço e da compaixão, e ousaram defender seu território. Saíram das sombras demonstrando assim seu lado nobre. Ofereceram alimento, conforto e amizade em meio a circunstâncias cruéis e perigosas. Considerando que a traição é desprezada, mesmo por aqueles que se beneficiam dela, a lealdade é grandemente admirada e universalmente respeitada. Sempre que virmos um amigo de jornada tropeçar e cair, podemos reagir de várias maneiras. Podemos ignorar, pisar em cima, ou podemos, levantá-lo. As duas primeiras reações são grosseiras e insensíveis; somente a terceira é virtuosa. O caminho de menor resistência geralmente é um caminho de concessão. Mesmo em face à oposição insuportável, a

Quando alguém chega ao fundo do poço, os que estão ao seu redor terão comportamento previsível. inclusive porque já era noite. Rapidamente atravessaram o Jordão e chegaram a Maanaim.3 A essa altura, Davi estava emocionalmente desgastado, fisicamente exausto e politicamente morto. O mundo, como conhecia, tinha desabado. Em algumas horas, apenas, sua vida toda virara de cabeça para baixo. Quando a comitiva do rei Davi avançava colina acima, pelos caminhos tortuosos daquela região montanhosa, foi calorosamente recebida por alguns chefes locais – Sobi, Maquir e Barzilai – que deram a eles o tão necessário alimento e suprimentos (2Sm 17:27-29). A comida foi alegremente recebida e vorazmente consumida, mas sua demonstração de lealdade, respeito e decência foi muito mais apreciada, num momento em que o rei se sentia fracassado. O monarca ficou tão emocionado pela nobreza do gesto que, mais tarde, como demonstração de apreço, ofereceu a Barzilai um lugar com ele, em Jerusalém – inquestionável honra para qualquer súdito do rei.

despeito de ser minoria de um, nunca devemos ter medo ou ceder. O que é correto, nobre e próprio não deve ser avaliado à luz de sentimentos populares. Quando agimos de modo a “levantar” um ser humano (qualquer ser humano, nessa questão), estamos nos posicionando ao lado do Rei, do Rei Jesus! ■ 1 Family

Encyclopedia of American History (Pleasantville, N.Y.: Reader’s Digest Assn., 1975), s.v. “Trail of Tears.” 2 Salmos 41 e 55 expressa a angústia pela traição de amigo próximo — possível referência a Aitofel. Veja Hans K. LaRondelle, The Israel of God in Prophecy (Berrien Springs, Mich.: Andrews University Press, 1987), p. 69. 3 Salmos 3-5 relata a angústia da revolta, na percepção de Davi, enquanto fugia de Absalão.

Gilbert Vega é pastor titular da Igreja Adventista do Sétimo Dia Espana, na Califórnia, EUA.

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inha filha Betty decidiu não ir mais à igreja”, me disse a senhora Pérez com profunda tristeza. “Discutimos muito hoje e ela me disse que detesta a igreja. Disse que não quer mais ser manipulada e que ninguém vai decidir por ela, no que deve ou não crer”, acrescentou. A história ainda teve outros desdobramentos. “Desde que era bem pequena, envolvemos a Betty em atividades da igreja. Ela participava nos desbravadores, no coral infantil, nas peças e em várias outras atividades,” disse. “Não sei o que aconteceu com ela.” A família Pérez havia chegado aos Estados Unidos 25 anos antes e, ao tentar perseguir o sonho americano, tiveram que trabalhar por muitas horas. Nesse processo, não conseguiram dar atenção suficiente para o que, certamente, é uma das tarefas mais importantes dos pais cristãos: “ensinar o menino no caminho em que deve andar” (Pv 22:6). Pensaram que frequentando a igreja e participando das suas atividades todos os sábados, seria o suficiente para que Betty conhecesse e amasse a Jesus. É louvável que tenham envolvido sua filha em atividades interessantes, mas, talvez, negligenciaram o mais importante. Agora, cheia de tristeza, a senhora Pérez fez uma pergunta de cortar o coração: “O que faço pra salvar minha filha?”

Mais que a Frequência

Como pais cristãos é compensador e necessário incentivar nossos filhos a participar nas atividades e programas da igreja, e os envolver num ambiente cristão. Mas, será que isso é suficiente para manter os filhos no caminho do Senhor? Sem dúvida as atividades e programas os ajudam a fazer bom

Como Podemos

Ajudara

Por Cecilia Cornejo

Salvá-los? 14

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Vamos fazer todo o possível para cuidar da vida espiritual de nossos filhos. uso dos dons dados por Deus. Mas a única salvaguarda contra os ataques ferozes do inimigo contra nossos filhos é que desenvolvam, pessoalmente, fé e amor por Jesus. “É o privilégio dos jovens, ao crescerem em Jesus, se desenvolver na graça e no conhecimento espiritual.”1 Outro engano, comum entre as famílias cristãs bem intencionadas, é a crença de que o crescimento espiritual das crianças é determinado por condições externas. A família Rodríguez se mudou para uma pequena cidade onde a maioria da população era membro da igreja local. Pensaram que circundando seus filhos com um ambiente cristão, seria suficiente para protegê-los das tentações. E quando o casal percebeu algumas mudanças negativas em seus filhos, não deram muita atenção. Infelizmente, um dos garotos logo engravidou a namorada e abandonou a escola, aos dezoito anos. “Eu percebi algo estranho”, disse a senhorra Rodríguez. Ela notou que seu filho parecia estar com problemas espirituais, mas também não teve tempo para os discutir com ele. No final, ela fez a mesma pergunta dolorosa: “Que faço pra salvar meu filho?” Há uma obra sagrada que muitos pais têm dificuldade de realizar. “Um grande motivo por que há tanto mal no mundo hoje é ocuparem os pais o espírito com outras coisas, com exclusão da obra que é de todo importante – a tarefa de ensinar paciente e bondosamente a seus filhos no caminho do Senhor.”2 Encontramos na Bíblia que Salomão usou dois termos importantes para se referir à atitude dos pais, ao se relacionar com a vida espiritual de seus filhos. Ele escreveu: “Procura conhecer o estado das tuas ovelhas e cuida dos teus rebanhos” (Pv 27:23 ARA). Nesse caso, “conhecer” significa uma ordem para pensar com cuidado, ponderar e meditar. O sábio rei, porém, também acrescenta que devemos ser diligentes e estar constantemente atentos para não nos distanciarmos ou distrairmos. E, ao sermos “diligentes em saber” o estado espiritual de nossos filhos, somente o Espírito pode nos conduzir. Ser diligente em conhecer a experiência cristã de nossos filhos deve ser um processo contínuo que procura ajudá-los a amar a Deus “de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças” (Dt 6:5). As palavras “procura conhecer” em Provérbios 27 também significam estar atento, ser diligente, atencioso e prestar atenção nas tarefas que estamos realizando. Essa abordagem significa muito mais do que mero pensamento, nos chama à ação. Quando algo é valioso, tomamos muito cuidado. Cuida-

mos para não estragar ou destruir. Semelhantemente, como pais, precisamos cuidar da saúde espiritual de nossos filhos com amor inquestionável se queremos obter resultados eternos. De Volta à Base

Vamos fazer o que estiver ao nosso alcance para cuidar da vida espiritual de nossas crianças, utilizando uma prática simples e verdadeira: o culto pessoal e em família. Ao ensinarmos a nossa família os benefícios do culto pessoal, nossos filhos aprenderão a buscar e a encontrar Deus todos os dias, e O conhecer como Pai, Amigo e Salvador. Ofereçamos a eles bons exemplos por meio de boa e incentivadora leitura, fortes experiências de crescimento espiritual e de serviço aos outros. Se não aprenderem a experimentar o amor de Jesus em sua própria vida, com o tempo, as atividades da igreja perderão todo sentido. Assim como Elias “restaurou o altar do Senhor que estava em ruínas” (1Rs 18:30), devemos nos unir a Deus para que Ele faça o coração de nossos filhos retroceder a Ele (verso 37). Transformemos o culto em família num período de crescimento espiritual por meio da oração, louvor a Deus e estudo da Sua Palavra. A vida é corrida, complicada e difícil. Como pais, às vezes, desviamos nosso foco de Deus e concentramos em nossa vida pessoal, deixando pouco tempo para conduzir os filhos na direção do céu. Mas o Senhor está sempre disponível para nos dar a Sua graça perdoadora e reconfortante. Lembre-se de que Jesus deu Sua vida por todo aquele que nEle crê (Jo 3:16). Ele veio buscar e salvar nossos filhos perdidos (Lc 19:10), e não quer que ninguém se perca (2 Pe 3:9). Renove seu relacionamento com Deus todos os dias e coloque a vida de seus filhos nas mãos de Deus (Jó 1:5). Lembre-se de que Ele é poderoso para chamar o filho pródigo de volta para casa! Ouça Sua doce voz prometendo: “Salvarei os teus filhos” (Is 49:25). ■ 1 Ellen 2 Ellen

G. White, Para Conhecê-Lo, p. 161 (MM 1965) G. White, Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 129

Cecilia Cornejo é esposa do pastor da Igreja Espanica-Americana em Collegedale, Tennessee, Estados Unidos. Fevereiro 2012 | Adventist World

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A R T I G O D E C A PA

Podemos

Por Larry R. Evans

? uvı-los O Inclusão e reconhecimento é o caminho para o ministério com pessoas surdas.

Acima: QUÊNIA: Quarteto de surdos em Nairobi. Direita: COREIA: Larry Evans, do Ministério Internacional para Surdos da AG (primeira fila, segundo à direita) fala por sinais junto com grupo de surdos da igreja adventista, na Coreia. Página Oposta: BRASIL: Classe de escola sabatina para surdos, em Hortolândia.


A bondade é a linguagem que o surdo pode ouvir e o cego pode ver. – Mark Twain

E

ra um sábado como outro qualquer. Como representante da sede mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia, frequentemente falo em igrejas e outras reuniões quando viajo a trabalho. Naquele sábado, em particular, tive o privilégio de falar para um grupo de membros da Igreja presentes em uma grande reunião regional, no Brasil. Para terminar minha mensagem, convidei um grupo para se levantar e dar as mãos para orar. Nada incomum a não ser pelo fato de que, nessa ocasião, inadvertidamente, eu estava sendo insensível com as pessoas à minha frente, pois eram surdas. “Nós não nos damos as mãos”, me disse alguém, gentilmente, “porque as usamos para orar. Em vez disso, às vezes tocamos os pés uns dos outros como símbolo de unidade enquanto uma pessoa usa as mãos para orar e o resto do nosso grupo observa.” Felizmente, eu não tinha pedido que curvassem a cabeça e fechassem os olhos! Desenvolver um ministério para adventistas surdos, em todo mundo, é agora parte de minhas responsabilidades como associado do Departamento de Mordomia da Associação Geral e o contato com o Ministério Internacional para Surdos da Igreja. Por mais de duas décadas tenho aprendido gradualmente sobre essa cultura singular, cujo sentimento de isolamento, exclusão e solidão passa despercebido por viverem num mundo de ouvintes. Essa experiência, portanto, me ensinou que ainda tenho muito que aprender.

milhões, embora seja possível que pessoas com “problemas sérios de audição” estejam incluídas nesse número. Segundo o Ministério Mundial para Surdos, se todas as pessoas surdas “fossem reunidas em um único local formariam a quarta maior nação do mundo.”1 Desnecessário dizer que há uma imensa população internacional de pessoas surdas. Por terem dificuldade de se comunicar com o mundo ouvinte, poucos de nós percebemos o imenso campo missionário que eles representam. É estimado que apenas dois por cento dos surdos são cristãos.2 Para aumentar o desafio de compartilhar com eles a mensagem do evangelho, comumente não usam apenas uma linguagem de sinais. Em alguns países são usados múltiplos dialetos de linguagem de sinais. Pesquisas recentes do Wycliffe Bible Translators concluíram que existem cerca de quatrocentas linguagens de surdos identificadas em todo mundo. Porém a Bíblia foi traduzida, em alguma forma visual, para apenas quarenta delas.3 Esse dado, somente, deveria nos fazer parar para considerar a urgência de evangelizarmos esse grupo distinto de pessoas. Diferente de outros grupos de pessoas os surdos não se concentram em áreas geográficas específicas. Ao contrário, estão misturados com a população em geral e frequentemente, é difícil se relacionar com eles. Um dos maiores desafios, entretanto, são os equívocos sobre quem são os surdos. Deficiência Versus Cultura

Um Grupo Mundial

É difícil estimar o número de pessoas surdas no mundo. Os relatórios variam entre 93 milhões e mais de 300 F O T O S :

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Isso pode surpreender alguns, mas, se houvesse oportunidade, nem todos os surdos escolheriam ouvir. Perguntei a grandes grupos de pessoas surdas, em

vários países: “Se fosse possível escolher, você gostaria de ouvir?” Mais da metade respondeu não. Por quê? Porque para os surdos os relacionamentos são vitais e se passassem a ouvir significaria essencialmente, que teriam de deixar o mundo cultural de seus relacionamentos. Um dos primeiros pensamentos que logo vem à mente quando se ouve o termo surdo, é de alguém que é deficiente – mas deficiente comparado com quem? Comparado com os que ouvem, claro – como se toda pessoa, ouvinte ou surda, fosse proficiente em todos os sentidos. Esse conceito é promovido por anúncios públicos, muitas vezes se referindo aos “sinais para deficientes”, quando o que o sinal está realmente indicando é a falta de acessibilidade. Nenhuma cultura apreciaria ser identificado com “deficiente”. É compreensível que muitos indivíduos surdos são sensíveis a esse rótulo. Há muito mais sobre a surdez do que a falta da audição. Por exemplo, a ligação que os surdos têm uns com os outros é muito forte. Ela transcende a incapacidade de ouvir. As culturas surdas são tão resistentes e significativas como as outras culturas do mundo. “Cultura” é referente a uma série de padrões de comportamentos aprendidos e um senso de identidade. As reuniões de surdos como: culto, santa ceia, almoço em conjunto, ou reunião com amigos, são cheias de padrões comportamentais distintos. Sua linguagem de comunicação inclui expressões faciais, corporais e, não só palavras, mas toda uma gama de conceitos. As pessoas que ouvem, muitas vezes, podem involuntariamente parecer insensíveis aos surdos por não compreender sua cultura. E, como não há

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apenas uma linguagem de surdos comum em todo o mundo, as culturas de surdos também variam de região para região. O caminho da bondade começa com uma sensibilidade intencional para com a personalidade das pessoas surdas e para com a cultura à qual pertencem. Características Singulares aos Surdos

A compreensão aumenta à medida que pensamos e ouvimos com atenção. Para que isso aconteça, no entanto, precisamos reconhecer algumas das características singulares que encontramos entre os surdos. A seguir, algumas das sugestões mais úteis: 1. A linguagem de surdos é uma linguagem reconhecida (como um idioma estrangeiro), é parte de uma comunicação compartilhada no contexto dos idiomas falados. É visual e baseada em gestos, tendo suas próprias expressões idiomáticas. A comunicação com pessoas surdas vai além do domínio da linguagem. Também está ligada ao relacionamento estabelecido com a pessoa. Quando comunicamos com o coração, damos um grande passo. 2. A surdez não é sinal de pouca inteligência. A maioria das pessoas surdas tem um processo de aprendizado diferente das pessoas que ouvem, mas “diferente” não significa inferior. Uma pessoa surda geralmente pensa, não em termos de palavras, sentenças ou abstrações, mas no contexto visual, espacial e de padrões concretos de pensamento. 3. O humor de quem é surdo é diferente de quem ouve. Porque muito do

humor de quem ouve é baseado no jogo de palavras, o surdo pode não entender. Eles têm seu próprio senso de humor que, obviamente, está em qualquer reunião de surdos. Muitos surdos sorriem quando veem outros rindo do humor dos que ouvem, mas, na realidade, geralmente não compreendem o humor de uma piada. 4. A música do surdo é o ritmo – ou baseada na pulsação. Ela tem três elementos: tempo, fluxo e coordenação. A música de quem ouve também tem três elementos: melodia, harmonia e ritmo. Não conclua que os surdos não são musicais porque não podem ouvir. 5. Os surdos são orientados pela visão. É importante para eles se sentar onde não haja obstrução na linha visual com o intérprete. Muitos preferem os primeiros bancos da igreja onde há menos distrações visuais. Um orador surdo é tanto o diretor como o ator da mensagem. Ao reconhecermos e apreciarmos essas características singulares, os que ouvem podem concluir que os surdos não são deficientes. Eles são “capazes” de um modo diferente daqueles que ouvem, e têm habilidades não comumente encontradas entre o grupo cultural dos que ouvem. Estamos Ouvindo?

Embora os surdos compartilhem ativamente suas preocupações e esperanças, suas palavras frequentemente caem em “ouvidos surdos.” Tive essa percepção pela primeira vez, há uns 25 anos, quando servia na América do Norte como assistente especial do presidente

de uma associação para os ministérios multiculturais. Eu estava num encontro de pastores, quando percebi que o único pastor surdo de nossa associação não estava entendendo uma palavra do que estava sendo apresentado. Ele estava lá simplesmente pelo compromisso. Assim, o convidei para ir ao meu escritório, e com a ajuda de um computador compartilhei os destaques das reuniões. “Por que não pensei em contratar um interprete?” me pergunto agora. Aquela experiência, porém, me serviu como experiência sobre a cultura dos surdos. Mudança do Panorama

Os tempos estão mudando e tem havido um aumento gradual na conscientização sobre a cultura dos surdos. Recentemente, num encontro de surdos em Nairóbi, Quênia, soube que havia várias pessoas adventistas surdas frequentando os cultos aos domingos em outras denominações. Só nessas igrejas eles podiam adorar em sua própria língua. Fiquei muito feliz quando esse grupo escolheu participar das reuniões em Nairóbi e adorar conosco no sábado. Eles também trouxeram seus amigos ao culto de sábado. O presidente da união daquela região está solicitando que cada associação do seu território forme e admita pelo menos um pastor surdo. Na Coreia, os líderes da associação compraram, recentemente, uma igreja para os membros surdos. Os membros locais dizem estar muito agradecidos por ter um lugar para os cultos e para usar como centro evangelístico para surdos. Durante uma grande reunião para

Páginas da Internet dos Ministérios para Surdos A dventistas COMPILADO POR LARRY R. EVANS

Brasil:

www.surdosadventistas.com.br ■

www.deafchurchonline.org

Rússia/Ucrânia:

www.deafasd.com Three Angels Deaf Ministries:

www.3angelsdeafministries.org

Southern Deaf Fellowship (Cultos de Sábado transmitidos todas as semanas)

Canada: Ministério Internacional para Surdos

www.deafhope.org


surdos, declarou que ela e o esposo desejam “ser um exemplo para as pessoas que ouvem, ao fazermos a outros o que gostaríamos que fosse feito a nós.” Buscando os Surdos

UCRÂNIA: Um grupo de jovens surdos, do leste europeu, participa do congresso em Kiev para toda a divisão. membros surdos no Brasil, o entusiasmo dos apresentadores e dos participantes, os relatórios do ministério e os recursos exibidos revelaram quanto uma equipe de líderes leigos surdos e ouvintes dedicados pode realizar quando trabalham juntos. A vitalidade e exuberância exibidas pelos jovens surdos nesse mesmo encontro demonstraram a força do potencial de testemunho dos jovens adultos. O poder de inclusão e reconhecimento pode ser um fator transformador de vidas tanto para as pessoas que ouvem como para as surdas. Desafios Contínuos

Infelizmente, ainda existem muitos desafios. Uma pessoa surda canadense contou sobre o sofrimento que enfrentou sozinho, como resultado de uma séria crise familiar. Porque essa pessoa era surda, os obstáculos com a comunicação e para conseguir apoio do mundo ouvinte, eram muito difíceis de superar. Na França, um grupo de surdos adventistas escreveu: “Os surdos muitas vezes passam despercebidos e, raramente, são considerados (como parte da igreja). Eles enfrentam a exclusão na sociedade que ouve e, às vezes, da própria igreja.” O desafio nos Estados Unidos é a limitação dos recursos disponíveis para contratação de intérpretes para os surdos, para que o culto e outras reuniões da igreja tenham significado para eles. A esposa de um pastor surdo que interpreta os sermões dele para pessoas que ouvem e frequentam a igreja para F O T O :

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As implicações por trás de três pequenas palavras podem fazer uma grande diferença quando ministramos para outras culturas, inclusive à das pessoas surdas. Essas palavras são “a”, “para” e “com”. Ministrar “a” não implica nenhuma interação e a menor abordagem efetiva. O ministério “para” demonstra um nível mais elevado de interesse, mas não reflete uma interação. O ministério que enfatiza “com” abre a porta para parceria e orientação. É com essa abordagem que sugerimos a estratégia de ministério a seguir: ■ Amor e compaixão. O fundamento para qualquer ministério efetivo é motivado por essa combinação. ■ Ouvir e observar. Estratégias impostas não são bem-vindas ou apreciadas. Ganhe o “coração” das pessoas surdas de sua comunidade. ■ Compreensão empática. A identificação com as pessoas surdas vem como o interesse genuíno e envolvimento com eles. ■ Transparência e confiança. As pessoas surdas têm receio de indivíduos que ouvem e que continuamente fazem promessas, mas não cumprem. Construir confiança leva tempo, mas é a chave para um relacionamento duradouro. ■ Parceria na estruturação para a missão. Os surdos não são ignorantes. Eles têm experiência, ideias e opinião. Associe-se a eles no ministério. ■ Desenvolver liderança para surdos. Qualquer impacto de um ministério de longo prazo deve ser construído ao redor do crescimento de mais, não menos, liderança de surdos em todos os níveis da igreja. Esse é um passo muito importante se o objetivo de evangelizar os surdos for seriamente perseguido. Não devemos limitar o envolvimento dos surdos apenas no ministério com pessoas surdas. Eles têm contribuições valiosas para todos os ministérios da igreja. Implementação das estratégias de missão sensíveis aos surdos. Isso é possível se forem seguidos os passos anteriores.

O ministério do “com” excede em muito as limitações dos ministérios caracterizados pelo “a” e “para”. Tal ministério ressalta a grande necessidade de mais pastores surdos e intérpretes. Não faríamos menos para nenhum outro grupo de pessoas não evangelizadas. Paradoxal como possa parecer, o fato de os cegos, os surdos e as pessoas feridas estar entre nós é um ingrediente importante para que o corpo de Cristo seja completo, lembrando que nenhuma parte do corpo é dispensável (veja 1Co 12:22, 23). Eles oferecem a oportunidade para que o verdadeiro caráter da igreja seja revelado. Ellen G. White enfatiza esse aspecto: “É pela providência de Deus que . . . cegos, surdos, coxos … foram postos em íntima relação cristã com Sua igreja … é para provar o Seu povo e desenvolver seu verdadeiro caráter.”4 A maneira como nos relacionamos uns com os outros neste mundo de diversidade, falará alto sobre quem somos como indivíduos e como igreja. Em contraste ousado à sabedoria convencional do mundo a igreja deve permanecer como um farol de esperança, demonstrando que o valor das pessoas começa com o coração. A pergunta predominante que cada parte do corpo de Cristo deve fazer é: “Podemos ouvi-los?” Se sim, como responderemos? A bondade é o primeiro passo, mas é onde a jornada deve começar. ■

Para mais informação, envie e-mail para

gcstewardship@gc.adventist.org 1 www.deafworldministries.com/CDA_project.htm. 2 Ibid. 3 Wycliffe Bible Translators, informação enviada pelo autor via email. 4 Ellen G. White, Testimunhos para a Igreja, v. 3, p. 511.

Larry R. Evans é diretor

associado do Departamento de Mordomia da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia e também representante do Ministério Internacional para Surdos. É autor de “Crossing Cultural Barriers in North America Without Compromising Cultural Identities” em Encountering God in Life and Mission – uma Festschrift em homenagem a Jon Dybdahl.

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C R E N Ç A S

F U N D A M E N T A I S

Q

uando eu tinha 18 anos de idade (e era católico), meu confessor me disse algo surpreendente. Ele me ensinou que não era necessário confessar todas as semanas. Eu levei a informação para o outro extremo e resolvi não ir mais à igreja. Faria da religião algo pessoal. Mais ou menos nessa época, um amigo me deu uma Bíblia de presente

NÚMERO 20

preferido, pois parecia contradizer meu estilo de vida (na época). O que chamou minha atenção foi outro livro intitulado Maranata. Nitidamente era o preferido do meu amigo e ele o lia todas a manhãs em uma coisa chamada “culto matinal”. Intrigado, emprestei o livro e comecei a ler também. Esse pequeno livro abriu não apenas janelas, mas grandes portas para mim. Aprendi

criativo e descansou naquele primeiro sábado, para que pudesse passar mais tempo com nossos primeiros pais. Que compromisso sublime! No princípio Deus abençoou o dia de sábado. Ele o separou e encheu de alegria e de uma atmosfera festiva. O primeiro sábado foi um dia de louvor ao Criador e de comemoração da criação do nosso mundo. Nesse

AAlegria do Por Raúl Quiroga

e eu comecei a ler. Não compreendia o que estava lendo, mas as histórias em Gênesis causaram grande impacto em mim. Eu gostava de ler e reler aquelas histórias. Três anos mais tarde resolvi explorar meu país armado com um violão e alguns livros, inclusive a Bíblia. Em um albergue da juventude conheci um jovem adventista da minha idade. Por algum motivo, começamos a conversar sobre religião. Essa conversa com meu novo amigo se transformou em uma jornada maravilhosa de três meses de descobertas, que mudou minha vida para sempre. Jornada Pessoal

Meu amigo tinha vários livros e me emprestou um deles, intitulado Mensagens aos Jovens. Esse livro não se tornou imediatamente o meu

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sobre a segunda vinda de Jesus, sobre a graça e o perdão. Também ouvi o chamado para obedecer aos mandamentos de Deus. Aprendi sobre o remanescente e fiz a descoberta mais maravilhosa: encontrei Jesus. Aceitei-O como meu Salvador e fiz dEle o centro de minha vida. Decidi, então, acompanhar meu amigo a uma igreja local para ver do que se tratava essa igreja que “guardava o sábado”. Aquele primeiro sábado se tornaria um estilo de vida que continuaria pelos próximos 33 anos. Ao estudar mais a fundo, compreendi que o sábado fora criado diferentemente dos outros seis dias da semana. Concluí que algo especial tinha acontecido no sábado que o diferenciava dos outros seis dias da criação. Deus parou seu trabalho

sentido, o sábado tem o que os outros dias não têm. Não é simplesmente o que não fazemos nesse dia que o torna especial, mas, o que Deus faz conosco nesse dia que faz dele um dia de alegria. Descanso Sabático

Nenhum dos outros seis dias da semana pode funcionar como o sábado, porque somente o sétimo dia é o memorial da criação estabelecido pelo Criador como aliança com o povo que Ele criou. Ele santificou e abençoou esse relacionamento com os primeiros seres humanos por meio desse momento especial. O sétimo dia é o único dia da semana que tem um nome nas Escrituras. Os outros dias são nomeados em relação ao sábado. Há o primeiro


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dia após o sábado e o dia de preparação para o sábado (Lc 23:54; 24:1). Somente o sétimo dia Deus chama Seu dia. Jesus Se identifica como Senhor do sábado (Mc 2:27, 28). Jesus não assume especificamente o senhorio de todos os dias da semana ou de qualquer outro dia (Gn 1:28), mas no sábado os seres humanos reconhecem o senhorio de Deus como Senhor de tudo. O sábado é um verdadeiro presente de Deus para a humanidade (Mc 2:27). Ele foi o primeiro dia completo que Adão e Eva viveram como filhos de Deus e seu primeiro dia de casados (Gn 2:1-3). No sábado paramos de nos preocupar com nossas lutas diárias (Ex 20:8-10). Não apenas descansamos, pois qualquer dia da semana poderia servir como dia de descanso. A diferença entre esse dia e qualquer outro é que o sábado oferece o descanso não pela inatividade, ao contrário, para realizar atividades diferentes, semelhantes ao do primeiro dia no Éden. O sábado é o momento para respirarmos (Ex 31:17) ao mudarmos de atividade. É interessante como Jesus critica a inatividade que os líderes religiosos do Seu tempo tentavam impor ao sábado e afirmou: “Meu Pai continua trabalhando até hoje, e Eu também estou trabalhando” (Jo 5:17). É claro que Ele se refere ao trabalho de sábado como sendo redentivo e não o tipo de labor diário no qual estamos normalmente envolvidos durante a semana (Mt 12:7). A ideia de Deus de descanso para Seus filhos, nos liberta de nós mesmos e de nossas preocupações para que tenhamos tempo e espaço para atividades diferentes. De acordo com Jesus, o sábado é o dia ideal para abençoar os outros (versos 9-14). É um dia de mudança de atividades centralizadas no Deus que Se encontra com a humanidade, aqueles que Ele formou do pó. É uma celebração da relação entre Deus e a humanidade, com os membros da

O bondoso Criador, após os seis dias da criação, descansou no sétimo dia e instituiu o sábado para todas as pessoas como memorial da criação. O quarto mandamento da mutável lei de Deus requer a observância deste sábado do sétimo dia como dia de descanso, adoração e ministério, em harmonia com o ensino e prática de Jesus, o Senhor do sábado. O sábado é um dia de deleitosa comunhão com Deus e uns com os outros. É um símbolo de nossa redenção em Cristo, um sinal de nossa santificação, uma prova de nossa lealdade e um antegozo de nosso futuro eterno no reino de faDeus. O sábado é um sinal perpétuo do eterno concerto mília de Deus com Seu povo. A prazerosa observância e de nossa deste tempo sagrado duma arde à outra tarde, ligação com toda do pôr-do-sol ao pôr-do-sol, é uma celebraa criação. O sábado ção dos atos criadores e redentores de é um eco do Éden. Ele é a Deus. (Gn 2:1-3; Ex 20:8-11; Lc 4:16; maneira de Deus nos dizer que Is 56:5, 6; 58:13, 14; Mt 12:1-12; quer ter um relacionamento íntimo Ex 31:13-17; Ez 20:12, 20; Dt conosco; que somos mais importantes 5:12-15; Hb 4:1-11; Lv 23:32; para Ele que todas as outras coisas ído Mc 1:32.) – Crenças que Ele fez. da Fundamentais dos experiAdventistas do Alegrias do Sábado ência de Sétimo Dia, O sábado é uma necessidade, não Israel, quando nº 20

apenas uma obrigação. Assim como necessitamos de ar, luz, água e alimento para sobreviver; necessitamos do sábado para realmente viver. Ele também é um dia de adoração, quando nos ajoelhamos diante de Deus e reconhecemos que Ele é o Senhor. “Foi Ele que nos fez, e não nós a nós mesmos” (Sl 100:3). O sábado nos coloca de volta em nosso próprio lugar. Nos outros seis dias da semana há tempo para nossos objetivos pessoais. Ao administrarmos nosso tempo e atividades, há sempre o perigo de começarmos a nos considerar igual ou até superiores a Deus. Precisamos do sábado para esse lembrete semanal de que tudo o que fazemos, o que podemos fazer e toda a nossa habilidade de planejar, vêm de nosso Criador. O sábado também é um dia de recriação. Quando tudo na vida parece estar se desintegrando, o sábado nos chama de volta ao Éden, e, mais uma vez, o Senhor cria tudo do nada. Onde somos fracos, podemos nos tornar fortes. O caos se transforma em ordem; o medo se torna alegria; incerteza é substituída por certeza e confiança; a justiça de Deus coloca a injustiça e opressão em seu canto; a culpa é transformada em perdão. Esse momento de redenção é extra-

o braço forte de Deus os tirou do Egito (Dt 5:12-15). Assim, reconhecemos o sábado como nosso deleite (Is 58:13). Não apenas recebemos as bênçãos nesse dia especial, mas a cada sábado renovamos nossa aliança e publicamente confirmamos que desejamos ser filhos de Deus. Compreender verdadeiramente o sábado mudou minha vida há muitas décadas, e milhares de pessoas, em todo mundo, experimentam essa mesma alegria todos os sábados. Você pode imaginar que incrível será a celebração do sábado em nosso novo lar no céu, face a face com nosso Criador e Salvador? ■

Raúl Quiroga é doutor em

teologia e era professor de Antigo Testamento na Universidade Adventista del Plata, Argentina, quando escreveu este artigo. Recentemente se mudou para Cochabamba, Bolívia, para servir na Universidade Adventista da Bolívia.

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E S P Í R I T O

D E

P R O F E C I A

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Elo

Por Ellen G. White

Dourado O sábado nos une a Deus

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ambém lhes dei os Meus sábados, para servirem de sinal entre Mim e eles, para que soubessem que Eu sou o Senhor que os santifica” (Ez 20:12).* Assim como o sábado foi o sinal que distinguiu o povo de Israel quando saiu do Egito para entrar na Canaã terrestre, é também hoje, o sinal que distingue o povo de Deus que sai do mundo para entrar no descanso celestial. A observância do sábado é o meio ordenado por Deus para preservar o conhecimento a Seu respeito e fazer distinção entre Seus súditos leais e os transgressores de Sua lei.

Alegria em Cristo

O sábado será um deleite para todos os que o recebem como um sinal do poder criativo e redentor de Cristo. Ao virem a Cristo no sábado, eles se deleitam nEle. O sábado lhes aponta as obras da criação como uma evidência do Seu grande poder redentor. Ao nos trazer à mente a paz perdida do Éden, o sábado fala da paz restaurada por meio do Salvador. Toda a natureza repete o Seu convite: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt 11:28). O sábado é um elo dourado que une Deus a Seu povo …

O Sábado Aponta para o Criador e Santificador

O sábado pertence a Cristo … Uma vez que Ele fez todas as coisas, Ele fez o sábado. Ele o separou como um memorial da Sua obra de criação. O sábado aponta para Deus como Criador e Santificador. Ele declara que Aquele que criou todas as coisas no Céu e na Terra, e por quem todas as coisas subsistem, é o cabeça da igreja e pelo Seu poder somos reconciliados com Deus. Falando de Israel, Ele disse: “Também lhes dei os Meus sábados, para servirem de sinal entre Mim e eles, para que soubessem que Eu sou o Senhor que os santifica” – que os torna santos. Assim, o sábado é um sinal do poder de Cristo para nos tornar santos. E é dado a todos a quem Cristo torna santo. Como um sinal do Seu poder santificador, o sábado é dado a todos que, por meio de Cristo, se tornam parte do Israel de Deus …

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Lembrança Importante

No início do quarto mandamento o Senhor diz: “Lembra-te”. Ele sabia que devido às muitas preocupações e perplexidades, o homem seria tentado a se desculpar por não cumprir todos os requisitos da lei, ou se esqueceria de sua sagrada importância. Por isso disse: “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar” (Êx 20:8). Durante toda a semana, devemos manter o sábado em mente e nos preparar para observá-lo segundo o mandamento… Quando o sábado é assim lembrado, não será permitido àquilo que é temporal prejudicar o espiritual. Nenhum dever pertinente aos seis dias de trabalho será deixado para o sábado. Durante a semana, nossas energias não serão exauridas com o labor temporal, para que no dia em que o Senhor


descansou, não estejamos muito cansados para nos envolver no Seu serviço . . . Preparando Esse Dia Especial

“O é um elo dourado que une Deus a Seu povo.” S I M O N A

B A L I N T

Deixe que a preparação para o sábado seja completada na sexta-feira. Que toda roupa esteja pronta e todas as refeições preparadas… No sábado não se deve consertar roupas, cozinhar o alimento, procurar prazeres ou qualquer outra atividade do mundo. Antes do pôr-do-sol, que todas as atividades seculares sejam postas de lado, e todas as revistas seculares onde não podem ser vistas. Pais, expliquem aos filhos seu trabalho e propósito, e deixem que participem de sua preparação para que a guarda do sábado seja segundo o mandamento. Há outro trabalho que deve receber atenção no dia de preparação. Nesse dia, todas as diferenças entre os irmãos, sejam da família ou da igreja, devem ser abandonadas. Que toda amargura, ira e malícia sejam expulsas da alma. Com humildade de espírito, “confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros” (Tg 5:16). Antes do pôr-do-sol, que os membros da família se reúnam para ler a Palavra de Deus, cantar e orar. Devemos cuidar zelosamente dos limites do sábado. Lembre-se de que cada momento é consagrado, é tempo santo. ■ *Todos os textos bíblicos foram extraídos da tradução Almeida Revista e Atualizada.

Texto extraído do livro devocional The Faith I Live By, páginas 33, 34. Os adventistas creem que Ellen G. White (1827 – 1915) exerceu o dom profético bíblico durante mais de 70 anos de ministério público.

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H E R A N Ç A

A D V E N T I S T A

Parceria D I G I TA L M E N T E F O R M A N / M O D I F I C A D A

s escolas particulares apresentaram um crescimento significativo na China, durante a última década. Porém, as escolas que ensinam a Bíblia em seu curriculum enfrentam vários desafios. O processo de matrícula nas escolas cristãs é muito complexo e é realizado pelo Movimento Patriótico das Três Autonomias (MPTA), que supervisiona todas as atividades religiosas na China. A divergência de opiniões referente a como educar as crianças chinesas levou a uma série de desentendimentos, alguns dos quais chamaram a atenção da mídia. A educação adventista sempre foi uma prioridade para os membros de

M A R K

A

Incomum

Alunos adventistas recebem educação diferenciada e testemunham para outros. Por Chek Yat e Sally Lam-Phoon


nossa Igreja. Nos últimos dez anos, devido à situação da China, os adventistas abriram escolas para os filhos dos seus membros, na região nordeste do país. Quando isso provou não ser mais viável, nossos membros oraram por uma alternativa para continuar oferecendo educação adventista para suas crianças. Contato Comunitário

Em 2008, os líderes da Igreja desenvolveram uma relação muito próxima com o diretor de uma escola profissionalizante de certa cidade. Ao compartilharem sua visão de oferecer educação adventista às crianças, esse líder se ofereceu para colaborar com a Igreja e acomodar suas necessidades. “Ficamos entusiasmados com essa nova possibilidade e decidimos tentar”, disse Enn Chun Wong.* “Qualquer coisa é melhor do que nada.” Essa escola profissionalizante oferece cursos em mecânica de automóveis, costura, nutrição, restaurante, turismo, contabilidade computadorizada, ciência da computação, hidráulica, eletrônica, soldagem e cabelereiro. Ela exige que cada aluno escolha uma especialidade. O nosso grupo de alunos adventistas, entretanto, teve que escolher duas especialidades para terem certeza de que todos os alunos, tanto do sexo feminino como masculino, seriam mantidos juntos e assim, diminuir a influência negativa que outros alunos pudessem ter sobre eles. Além disso, ao organizar o horário para que todas as aulas fossem oferecidas durante a manhã, deu a eles tempo extra para terem aulas de Bíblia à tarde na igreja.

O primeiro grupo de 40 alunos ficou na igreja, onde os professores ofereciam toda a instrução espiritual. As aulas começavam com o culto matinal e oração, às 4h30 da manhã. Após o desjejum, um ônibus escolar os transportava para as aulas da escola profissionalizante. Os professores da igreja acompanhavam o grupo até a escola para ajudar a diminuir a lacuna entre as aulas seculares e sua educação religiosa. À tarde, eram trazidos de volta para a igreja onde recebiam as aulas de Bíblia. “Nós os lembrávamos, constantemente, de que precisavam testemunhar de Jesus Cristo na escola; e, que, seu comportamento testificaria a outros sobre o poder do cristianismo”, relatou um dos professores. Abençoados para Abençoar

O grupo logo ganhou a reputação de ser alunos modelos, com excelência acadêmica e bem disciplinados em suas habilidades sociais. Os alunos das outras classes, com frequência causavam problemas para os professores, sendo briguentos e indisciplinados, dormiam nas aulas e se recusavam a fazer seus deveres. O diretor comentou: “A nossa escola precisa de mais alunos exemplares como os adventistas; queremos mais deles para que influenciem o resto dos alunos.” No fim do ano escolar de 2008, a escola incentivou a igreja a recrutar um segundo grupo de 40 alunos, somando um total de 80. Isso criou um problema; o prédio da igreja era muito pequeno para acomodar os 80 alunos. Mas, quando a escola soube de seu dilema, o diretor ofereceu o prédio abandonado de uma escola para uso da igreja. Em abril de 2009, completaram as reformas desse prédio, incluindo camas, água e eletricidade. Uma vez que o prédio usado como dormitório está a certa distância da escola profissionalizante, esta concordou em oferecer um ônibus especial para que o grupo de 80 alunos fosse transportado diariamente.

A maioria dos pais adventistas, agora, ao observar as mudanças entre os alunos desse programa experimental estão ansiosos também para enviar seus filhos para essa escola profissionalizante. Após um ano de curso, esses jovens conquistaram independência de pensamento e propósito. Eles lavam suas próprias roupas, cozinham, limpam e ajudam os outros, falando da Bíblia com eles. Muitos já foram indicados como líderes de classes na igreja onde frequentam. Os pais estão impressionados com a transformação que veem em seus filhos quando voltam para casa no verão. Uma mãe declarou: “Meu filho mudou e amadureceu muito. Desde que voltou para casa, tem sido uma bênção; é prestativo e atencioso, e toma a iniciativa de me ajudar nas tarefas de casa. Deve ser o que ele aprendeu na escola!” Embora pareça que esta forma criativa de oferecer educação adventista esteja funcionando, e que os pais adventistas desejem matricular seus filhos nessa escola, permanece a dúvida sobre o que acontecerá após os dois anos do curso profissionalizante. O que mais pode ser feito para oferecer a esses alunos uma educação mais completa, principalmente aquela que os prepare para servir as massas na China pela vocação, e para preparar o povo de Deus para o reino eterno? Solicitamos suas orações enquanto os líderes locais continuam a dialogar e a procurar outros meios inovadores de educar nossos jovens na China, pelo forte fundamento da educação adventista. ■ *Pseudônimo.

Chek Yat Phoon é diretor de educação e sua esposa Sally Lam-Phoon é diretora do ministério da mulher, da família e infantil na Divisão do Pacífico Norte-Asiático da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Fevereiro 2012 | Adventist World

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R E S P O S T A S

A

P E R G U N T A S

B Í B L I C A S

Nosso

Por que o Espírito é chamado de “ Conselheiro” no Evangelho de João?

Conselheiro, eMaıs...

O termo grego parakletos, traduzido como “conselheiro” em algumas versões da Bíblia, não tem equivalência exata em português. Ele foi usado na literatura grega para se referir a uma pessoa chamada para auxiliar alguém, ou que se apresenta em nome de outra pessoa como conselheiro, intercessor, mediador, ajudante ou como advogado no tribunal. Quando Jesus usa esse termo para o Espírito Santo, revela algo sobre a natureza e função do Espírito. Uma vez que o termo é usado exclusivamente nos escritos de João, examinarei essas passagens. 1. Jesus e o Conselheiro: Em João, assim como em todo Novo Testamento, Jesus e o Espírito são muito próximos. Não são, porém, a mesma pessoa. Em João, Jesus identifica o parakletos com o Espírito (16:15), o Espírito Santo (14:26), e o Espírito da verdade (14:17; 15:26; 16:13). Em outras palavras, Ele usou uma nova terminologia para Se referir ao Espírito Santo. Quando Jesus diz “outro Consolador” (14:16, ACRF/NVI; cf. 1Jo 2:1)1, inferindo que Ele também é um conselheiro, está fazendo uma clara distinção entre Ele (Jesus) e o Espírito. A diferença entre os dois também é acentuada pelo fato de o Espírito (parakletos) ser enviado pelo Pai, quando solicitado pelo Filho (14:16, 26). Finalmente, a diferença entre os dois é indicada pelo fato de que a vinda do Espírito acontece após Jesus retornar para o Pai (16:7). O Espírito (parakletos) permanecerá com Seu povo para sempre (14:16). Por tanto, diferente de Jesus, o Espírito não retornará para o Pai enquanto o povo de Deus ainda estiver no mundo. Ele tomará o lugar de Jesus na terra. 2. Funções do Conselheiro: Três funções específicas são atribuídas ao Espírito (parakletos). Ele é professor: Ele “lhes ensinará todas as coisas e lhes fará lembrar tudo o que Eu lhes disse” (14:26, NVI).2 O Espírito edificará a igreja sobre a base dos ensinamentos de Jesus, lembrando os Seus ensinos aos discípulos e revelando seu significado profundo. Ele também revelará a eles o conteúdo escatológico da mensagem de Jesus (16:13). É somente nesse sentido que o Espírito “os guiará em toda verdade” (16:13, NVI).

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Segundo, e intimamente relacionado com o anterior, o Espírito glorifica Jesus. Jesus é glorificado quando o Espírito nos revela o que pertence a Jesus (16:13). Ele glorifica a Si mesmo, não quando nos concede coisas novas, mas ao nos dizer que tudo o que recebemos vem de Jesus. Terceiro, o papel do Espírito é testemunhar contra o mundo em nome de Jesus e de Seu povo. A vinda do Espírito testifica do fato de que os fieis pertencem a Deus, radicalizando, assim, a distinção entre eles e o mundo. Junto aos fieis, o Espírito também testifica em nome de Jesus ao chamar as pessoas para virem a Jesus como O exaltado (15:25, 26). Seu testemunho contra o mundo é devido ao fato de Jesus ter sido rejeitado pelo mundo, o pecado que o caracteriza e o julgamento de Deus contra o mal (16:8-11). 3. Natureza do Espírito: Ao chamar o Espírito de “outro Conselheiro” Jesus declarou de uma vez por todas que o Espírito é uma pessoa como Ele. Embora no grego o substantivo “espírito” (pneuma) seja neutro, o substantivo “conselheiro” (parakletos) é masculino e pessoal. O Espírito não é neutro, mas um ser divino e pessoal. Sua divindade é mencionada por Jesus quando Ele diz que o Espírito “provém do Pai” (ekperuomai) indicando o lugar de origem do Espírito. Seu local de existência natural é junto ao mistério da Trindade, e Ele é enviado por Deus. Ao identificar o Espírito como parakletos, Jesus nos deu uma forma de pensar no Espírito como uma pessoa. Podemos visualizá-Lo como Conselheiro, como uma pessoa que nos ajuda em tempo de necessidade (consolador), e que nos acompanha durante nossa peregrinação, nos sustentando, nos transformando e nos revelando o que pertence a Jesus. O Espírito fala por nós e a nós; Ele é o parakletos. ■ 1 Texto 2 Texto

creditado como ACRF foi extraído da versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel. creditado como NVI foi extraído da Nova Versão Internacional.

Ángel Manuel Rodríguez, hoje aposentado, serviu muitos anos como diretor do Instituto de Pesquisa Bíblica da Associação Geral.


E S T U D O

B Í B L I C O

Fé Fim dos Tempos A

no

Por Mark A. Finley

C

erta noite, após o seminário de estudo da Bíblia em Chicago, uma senhora de meia idade e com o semblante preocupado, perguntou se podíamos conversar. Ela explicou que estava lutando contra um câncer de mama e que tinha algumas perguntas. Com toda sinceridade ela perguntou: “Pastor, se eu não ficar curada quer dizer que não tenho fé suficiente? Se eu tivesse mais fé, poderia ser totalmente curada? E continuou: “Pastor, alguns dos meus amigos dizem que meu problema não é câncer realmente, é falta de fé. É verdade?” Na lição deste mês exploraremos juntos o que é fé, como exercitá-la e como aumentá-la.

1 Leia Provérbios 3:5 e 6. Como a fé é definida nesse texto? Qual é o foco da fé genuína? Fé é confiar em Deus como num amigo próximo. Ela crê que o Senhor não nos fará nenhum mal e que só tem boas intenções para conosco (veja Jr 29:11). A fé não requer respostas de Deus, mas procura descobrir o que pode fazer para glorificar Seu nome, em todos os aspectos de nossa vida. Ela não se concentra em nossos desejos, mas naquilo que Ele deseja (veja Mt 26:39).

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Leia 2 Coríntios 12:7-9. O apóstolo Paulo orou fervorosamente para ser libertado de uma aflição física. Muitos estudiosos da Bíblia creem que ele tinha um problema na visão. Como Deus respondeu à oração de Paulo? O que isso nos diz sobre a fé?

3 Davi conhecia bem o sofrimento. Como sua fé o capacitou a suportar suas aflições? Leia Salmo 119:67 e 68. Qual foi sua declaração sobre Deus enquanto enfrentava as tribulações? O que isso nos diz sobre sua fé? As provações em nossa vida podem nos tornar melhores ou amargos. O sofrimento pode tanto nos levar para mais perto do coração de Deus como nos empurrar para longe dEle; tudo depende de nossa visão de Deus. Se confiamos nEle e cremos que Ele é bom, e que faz o bem, teremos fé em Sua providência, mesmo nos momentos mais difíceis.

4 Leia 1 Coríntios 10:13, Filipenses 4:19 e Salmo 46:1. Em quais promessas de Deus podemos nos agarrar, pela fé, durante os períodos difíceis da vida? Ao ler essas passagens, reflita no que Deus está dizendo a você nesse momento de sua vida. 5 Se, às vezes, nossa fé parece fraca, como podemos fortalecê-la? Leia Romanos 10:17. Nossa fé é fortalecida e edificada quando lemos a Palavra de Deus. O mesmo Espírito Santo que inspirou a Bíblia nos inspirará enquanto a lemos. Quanto mais conhecermos a Deus, mais confiaremos nEle. A Palavra de Deus é poderosa (veja Hb 4:12); ela edifica e fortalece nossa fé.

6 É possível ler a Bíblia e extrair muito pouco dela? Por quê? Hebreus 4:2 o surpreende? O autor da carta aos Hebreus descreve um grupo de pessoas que ouviu a Palavra de Deus, mas ela não foi de nenhum benefício. Por que não? Obviamente, eles ouviram com os ouvidos, mas nunca incorporaram o que ouviram. Não meditaram cuidadosamente nas verdades que ouviram e, pela fé, as aplicaram na vida. O que isso nos diz acerca de como nós estudamos a Bíblia?

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Leia Romanos 15:4. Ao lermos as experiências dos personagens bíblicos, o que acontece em nossa vida? O estudo da Palavra de Deus nos dá uma nova visão da vida. Ele aprofunda nossa confiança em Deus, fortalece nossa fé e nos enche de esperança. Nossa confiança em Deus aumentará ao aprendermos a “viver pela fé, não pelo que vemos” (2Co 5:7 NVI). De fato, João descreve o povo de Deus do tempo do fim, como tendo a “fé de Jesus” (Ap 14:12). Em Seus momentos mais difíceis, na cruz, Jesus colocou Sua vida nos braços de Seu Pai de amor. Ele confiou a Deus aquilo que não compreendia, e nós também o podemos fazer. Essa é a autêntica fé bíblica que compartilhei com aquela mulher atribulada, há muitos anos, em Chicago. ■

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TROCA DE IDEIAS

A unidade que a igreja necessita está em Jesus Cristo e Sua verdade. Ken Lemky, Creston, Colúmbia Britânica, Canadá

Cartas Dentro das Cidades

Muito obrigado pela extensa cobertura sobre a iniciativa “Dentro das Cidades” (veja artigo de capa da Adventist World, outubro 2011)! Embora as grandes cidades da Alemanha não possam ser comparadas às megalópoles em outros países, certamente podemos aprender muito e também aplicar aqui. Eis minha pergunta: Por que só falamos em quanto (ou quão poucos) adventistas do sétimo dia vivem em tais cidades (ver final da p. 17)? Por que não contamos outros cristãos que vivem ali também? Só os adventistas devem pregar o evangelho nas cidades? No livro de praxes de nossa igreja está escrito: “Reconhecemos cada atividade/organização que exalta a Cristo diante da humanidade como parte do plano divino de evangelizar o mundo. Respeitamos profundamente os homens e mulheres cristãos de outras denominações que procuram ganhar pessoas para Cristo.” (General Conference of Seventh-day Adventists Working Policy, 1926, Section O 75). Se cremos nisso, por que damos a entender, em alguns projetos, como se outros cristãos não desempenhassem nenhum papel na evangelização? Na minha compreensão, isso não significa abrir mão de nossas convicções adventistas! André Liebig Alemanha

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Embora tenhamos várias doutrinas em comum com cristãos de outras denominações, temos um número suficiente de doutrinas singulares que justificam levar nossa mensagem a lugares onde o evangelho de Cristo já foi pregado. – Os Editores O Mosaico de Deus

Estou escrevendo sobre o artigo de Chery Doss, intitulado “O Mosaico de Deus: A Maravilha da Unidade na Diversidade”, da Adventist World, outubro de 2011. A Igreja precisa ser educada no assunto da diversidade cultural. Há aquilo que é inofensivo e inocente. Há, também, o que é prejudicial e inaceitável. Todas as culturas contêm esses dois grupos. Nem toda diversidade vem de Deus ou é aceita por Ele. Precisamos descobrir como fazer a diferença. A unidade da qual a Igreja necessita está em Jesus Cristo e Sua verdade. Somente isso produzirá a unidade bíblica, aprovada por Deus, entre Seus filhos, seja qual for a sua cultura terrestre. Não há atalhos bem sucedidos, desvios, substituições ou metodologias alternativas que alcancem esse objetivo. Nossa escolha é seguir em frente em harmonia com todos os ensinamentos de Jesus ou girar cegamente, em círculos intermináveis, em nossa própria imaginação e planos. Ken Lemky Creston, Columbia Britânica, Canadá

Esperando

Estou escrevendo em relação ao artigo de Frank Hasel, “Esperando” (Outubro 2011). Esperar não é característica do meu temperamento, especialmente com paciência. Hasel está mais do que certo ao declarar que todos esperamos pelo menos uma (ou duas) vezes em nosso dia a dia. Por que não fazer desse um momento nosso com Deus? Para reduzir minha impaciência, tenho tirado “mini-férias” em minha cabeça enquanto espero por semáforos demorados; no sofá esperando por outros e nas filas do mercado. Agora, penso em fazer desses, meus momentos com Deus! Rebecca Whited Escondido, Califórnia, Estados Unidos Redescobrindo o Culto Verdadeiro

Fiquei muito animada com a entrevista feita pelo editor da Adventist World, Bill Knott, com o presidente da Associação Geral, Ted Wilson intitulada “Redescobrindo o Culto Verdadeiro” (Agosto de 2011). O compromisso da liderança com o reavivamento e reforma começou em 2010, no Concílio Outonal e continua até agora. Tenho sido abençoada e fortalecida pelas mensagens e materiais do site www.revivalandreformation.org. O Espírito Santo quer inflamar nosso coração individual e corporativamente. Este é o tempo! Cathy Law via e-mail


Observando o Dia da Alegria

Fui realmente tocado ao ler o artigo “Dia da Alegria” (Julho 2011), por Ted N. C. Wilson. Lá, aprendi como me relacionar com meus amigos adventistas e a observar o santo dia de Deus. Minha sincera gratidão à Adventist World por também me dar O Lugar de Oração. Espero que Deus responda a essas preces. Lalrodinga Falam, Chin State, Myanmar Obrigado

Obrigado pela Adventist World de todos os meses. Vocês sempre mantêm meu espírito elevado! Lovemore Kashawo Harare, Zimbábue Leio com grande interesse e alegria todos os exemplares da Adventist World. Sou muito grata porque também recebemos a revista traduzida para o alemão aqui na Áustria. Muito obrigada a todos os que trabalham com as traduções. Com tantas páginas, é realmente um grande trabalho. Que Deus abençoe os membros da equipe de tradução para que continuem sua importante contribuição para a igreja. Obrigada também aos editores e a todos os autores pelos artigos e histórias atuais e espiritualmente desafiadoras. Sou grata por sua disposição de serem usados por Deus. A Igreja, como um todo, tem sido abençoada! Anja Kaluza Lustenau, Áustria

Como enviar as Cartas: Por favor envie para letters@adventistworld.org. As cartas devem ser escritas com clareza, contendo, no máximo, 100 palavras. Inclua em sua carta o nome do artigo e a data da publicação. Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde está escrevendo. As cartas serão editadas por questão de espaço e clareza. Nem todas as cartas enviadas serão publicadas.

ATÉ

5O

PALAVRAS

Meu ...

Personagem Bíblico Preferido

Meu personagem bíblico preferido é Pedro. Muitas vezes ele é criticado por “primeiro falar e depois pensar.” Eu, porém, o admiro porque quando teve a oportunidade de andar sobre a água, ele saiu do barco e foi para perto de Jesus (veja Mt 14:27-31). ■

– Sérgio, Rio de Janeiro, Brasil

Embora nem saibamos o seu nome, meu personagem bíblico preferido é a menina israelita de 2 Reis 5, que falou à sua patroa sobre o poder curador de Deus, revelado por meio do profeta Eliseu. Todos deveríamos ter a mesma coragem ao testemunhar de nossa fé.

– Cora, São Francisco, Califórnia, Estados Unidos

Tenho vários personagens preferidos, mas como não mencionar Davi? Ele viveu a vida apaixonadamente. Nem tudo o que fez foi admirável e digno para nosso exemplo. Mas, por ter profunda base espiritual, Deus o chamou de homem “segundo o Seu coração”(1Sm 13:14). ■

– Hee Mun, Jeju-do, Coreia Na próxima vez, diga-nos com até 50 palavras qual é o seu livro preferido da Bíblia. Envie para letters@AdventistWorld.org em nome de “50 Palavras ou Menos”

7bilhões

A população do mundo Há aproximadamente um adventista para cada 407 pessoas no mundo. Em alguns países a proporção é muito menor; em muitos países é muito maior. Fonte: Arquivos e Estastisticas da Associação Geral

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TROCA DE IDEIAS

maıs

Que

Lugar é Esse?

As divisões da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em todo mundo, com maior número de membros são: Divisão Interamericana

Divisão Centro-Oeste Africana

Divisão Sul-Africana-Oceano Índico

Divisão Sul-Americana

Divisão Sul-Asiática

RESPOSTA: Essa é a foto de uma das primeiras Igrejas Adventistas do Sétimo Dia do Brasil, em Gaspar Alto, na região sul do país. A foto foi doada a Sérgio Lessa, recentemente, por um ancião da igreja de Blumenau, Santa Catarina.

Na vida, de um jeito ou de outro, todos enfrentam desafios. Mas, nos esconder atrás das dificuldades apenas nos impede de perceber a extensão da graça de Deus que faz com que sejamos e façamos o que Ele quer. – Larry R. Valorozo, durante estudo bíblico em Bolonha, Itália

Oração

GRATIDÃO Gostaria de pedir que, por favor, me ajudem em oração para que eu consiga um emprego para cuidar da minha família. Estou procurando investidor para uma indústria madeireira. Seth, Serra Leoa Por favor, ore por meu filho. Quando ele tinha 8 anos de idade perdeu quase toda a audição devido a uma doença. Agora ele está com 20 anos e muito revoltado contra Deus. Ore para que ele se reconcilie com o Senhor e faça algo útil de sua vida. Helen, Estados Unidos

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Adventist World | Fevereiro 2012

Por favor, ore por uma jovem que faz parte de um programa evangelístico para aborígenes locais. Ela está na UTI do hospital e o motivo da doença é desconhecido. Estamos surpresos, pois, parecia gozar de boa saúde. Rod, Austrália

Por favor, ore a Deus para que providencie uma maneira de pagarmos a construção da nova sala de aulas e do ginásio projetados para nossa escola. Ron e Holly, Estados Unidos

Necessito de um reavivamento espiritual em minha vida. Que Deus me proteja do pecado. Oro, também, por emprego, lugar para estudar e unidade na minha família. Vera, Nigéria

Oração & Gratidão: Envie seus pedidos de oração ou agradecimentos (gratidão por orações respondidas) para prayer@adventistworld.org. As participações devem ser curtas e concisas, de no máximo 50 palavras. Os textos poderão ser editados por questão de espaço e clareza. Nem todas as participações serão publicadas. Por favor, inclua seu nome e o nome do seu país. Os pedidos também podem ser enviados por fax, para o número: 1-301-680-6638; ou por carta para Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904-6600 E.U.A.


“Eis que cedo venho…”

Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança. Editor Adventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático.

Igreja de Um Dia Montadas, Brazil

P

ouco mais de seiscentas comunidades ainda não têm presença adventista do sétimo dia no Brasil. Porém, graças à dedicação das igrejas e instituições adventistas em todo o país, esse quadro está mudando rapidamente. A Igreja de Um Dia é parte da solução. As congregações adventistas do Brasil estão patrocinando famílias que se dispõem a ir como missionários plantadores de igrejas para as cidades não penetradas. Uma dessas localidades, Montanas, na Paraíba, foi adotada pelo Departamento do Ministério da Mulher da União Nordeste Brasileira. Há um ano o MM patrocinou a mudança do casal leigo, Patrício e Cristina Silva, e lá começaram a fazer amigos. Rapidamente o casal descobriu que na cidade ninguém nunca havia ouvido o nome Adventista do Sétimo Dia Patrício e Cristina começaram um pequeno grupo de oração e ofereceram estudos bíblicos aos seus novos amigos. O interesse cresceu e se tornou imprescindível a necessidade de uma igreja. No dia 10 de agosto de 2011, uma equipe de construtores da Maranatha Volunteers International levantou a estrutura de aço da Igreja de Um Dia. Os membros da igreja e voluntárias do Ministério da Mulher imediatamente começaram a completa-la com as paredes, teto, bancos, e até uma adição para as salas de escola sabatina infantil. A nova igreja de Montadas foi dedicada, sem dívida, no dia 25 de outubro de 2011. A igreja já tem 53 membros e mais de 50 pessoas já pediram o batismo. “Volte daqui um ano”, disseram Patrício e Cristina, “e a igreja terá crescido tão rápido que já estaremos prontos para nos dividir em duas congregações!” A Igreja de Um Dia é um programa de colaboração entre a Igreja Adventista do Sétimo Dia, Adventistlaymen’s Services e Industries (ASI) [Federação de Empresários Adventistas] e Maranatha Volunteers International. Estas histórias chegam até você, todos os meses, por meio de Dick Duerksen, o “Contador de Histórias” da Maranatha.

Editor Administrativo e Editor Chefe Bill Knott Editor Associado Claude Richli Gerente Internacional de Publicação Chun, Pyung Duk Comissão Editorial Ted N. C. Wilson, presidente; Benjamin D. Schoun, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Lisa Beardsley; Daniel R. Jackson; Robert Lemon; Geoffrey Mbwana; G. T. Ng; Daisy Orion; Juan Prestol; Michael Ryan; Ella Simmons; Mark Thomas; Karnik Doukmetzian, acessor legal. Comissão Coordenadora da Adventist World Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Kenneth Osborn; Guimo Sung; Chun, Pyung Duk, Han, Suk Hee Editores em Silver Spring, Maryland, EUA Lael Caesar, Gerald A. Klingbeil (editores associados), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Wilona Karimabadi, Mark A. Kellner, Kimberly Luste Maran Editores em Seul, Coreia do Sul Chun, Pyung Duk; Chun, Jung Kwon; Park, Jae Man Editor On-line Carlos Medley Coordenadora Técnica e de Revisão Merle Poirier Colaborador Mark A. Finley Conselheiro E. Edward Zinke Administrador Financeiro Rachel J. Child Assistentes Administrativos Marvene Thorpe-Baptiste Assistente do Editor Chefe Gina Wahlen Comissão Administrativa Jairyong Lee, chair; Bill Knott, secretary; P. D. Chun, Karnik Doukmetzian, Suk Hee Han, Kenneth Osborn, Juan Prestol, Claude Richli, Akeri Suzuki, Ex-officio: Robert Lemon, G. T. Ng, Ted N. C. Wilson Diretor de Arte e Diagramação Jeff Dever, Fatima Ameen Consultores Ted N. C. Wilson, Robert E. Lemon, G. T. Ng, Guillermo E. Biaggi, Lowell C. Cooper, Daniel R. Jackson, Geoffrey Mbwana, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa, Michael L. Ryan, Blasious M. Ruguri, Benjamin D. Schoun, Ella S. Simmons, Alberto C. Gulfan Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee, Israel Leito, John Rathinaraj, Paul S. Ratsara, Barry Oliver, Bruno Vertallier, Gilbert Wari, Bertil A. Wiklander. Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 209046600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638

E-mail: worldeditor@gc.adventist.org Website: www.adventistworld.org Adventist World é uma revista mensal editada

simultaneamente na Coreia do Sul, Brasil, Argentina, Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria e nos

Estados Unidos. Vol. 8, No. 2

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A cada mês, a revista Adventist World chega a “mãos consagradas.” O Dr. Ben Carson* lê a revista para manter-se em contato com a família adventista ao redor do mundo. Você pode fazer o mesmo.

*Ben Carson é o primeiro cirurgião do mundo que conseguiu separar gêmeos siameses unidos pela cabeça.

Uma família. Um mundo. Adventist World.


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