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JUVENTUDE

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RETRATOS

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NA DIREÇÃO CERTA

Clube de Desbravadores completa 70 anos com uma contribuição significativa para o crescimento da igreja e a formação de líderes

VANESSA ARBA

oucas cenas podem causar tanta emoção quanto a P daquela noite de terça-feira. Era 8 de janeiro de 2019. Dezenas de milhares de adolescentes uniformizados, vindos de diferentes países, lotavam a arena do Parque do Peão, em Barretos (SP), na abertura do 5º Campori Sul-Americano de Desbravadores. Enquanto bandeiras espalhadas pela arquibancada indicavam onde estava concentrado cada clube, toda aquela multidão cantava em coro, como se não houvesse nenhuma barreira cultural e linguística. A sensação era de que havia ali uma nação, mais patriota do que muitas.

Observar a paixão dos desbravadores dispensa qualquer explicação sobre o sucesso da agremiação. Já são 70 anos desde que a sede mundial da Igreja Adventista oficializou esse ministério. Sua origem, porém, data de muito antes. Em 1909, alguns adventistas nos Estados Unidos começaram a promover reuniões com juvenis, com foco em atividades em meio à natureza e de estudo da Bíblia. De lá para cá, o clube se organizou e espalhou. Hoje há mais de 1,7 milhão de desbravadores ao redor do mundo, e somente o Brasil responde por 15% desse exército.

Muito se fala sobre os benefícios físicos, intelectuais e sociais de ser um desbravador. Mas talvez o grande destaque dessas sete décadas de história seja o potencial missionário e discipulador da agremiação. Voltado não apenas ao público adventista, mas a toda a sociedade, esse ministério tem levado a Palavra de Deus inclusive para comunidades resistentes a outras abordagens evangelísticas. O Clube de Desbravadores também tem contribuído para a conservação da fé dos seus integrantes. De acordo com a secretaria da sede sul-americana da igreja,

Batismo de desbravador no último campori sul-americano, em janeiro de 2019, em Barretos (SP). Apenas 9% dos adventistas que abandonaram a igreja no ano passado haviam frequentado o clube em alguma época da vida

somente 9% dos adventistas que abandonaram o rol de membros em 2019 por motivo de apostasia ou desaparecimento foram desbravadores em alguma época da vida.

“A combinação de uma rotina de atividades que eles amam com o estudo frequente da Palavra de Deus, e tudo isso na companhia de amigos que partilham as mesmas crenças e valores, fortalece o alicerce espiritual desses juvenis. Enquanto eles crescem nesse meio, suas raízes se firmam cada vez mais, e eles se tornam cristãos convictos de sua fé”, explica o pastor Udolcy Zukowski, desbravador há 45 anos e líder do ministério em nível sulamericano.

Não sem razão, esse ministério é uma das mais expressivas escolas de liderança no meio adventista. Basta conversar com pastores, anciãos e oficiais de todos os níveis administrativos da denominação para entender a influência que o clube de desbravadores teve no desenvolvimento das habilidades que fundamentam o ministério deles.

Por fim, completar 70 anos de história é, por si só, um feito e tanto! Pena que as celebrações dessa data, ao melhor estilo vibrante dos desbravadores, foram ofuscadas pela pandemia. Seja como for, ao longo dos últimos meses, os clubes têm se reinventado por meio de reuniões e classes bíblicas on-line. E, a despeito de tudo isso, o último Dia Mundial dos Desbravadores pôde ser comemorado com milhares de batismos de adolescentes na primavera. Afinal, que presente poderia ser melhor do que lenços molhados? ]

VANESSA ARBA é jornalista e assessora de comunicação da sede adventista sul-americana

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