Revista Internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia
Fe ve re i ro 2 01 6
Jornadas de 10
O dilema do
antibiótico
fé 24
Fiel
até à morte
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Moisés:
amigo de Deus
Fe ve re iro 2016
A R T I G O
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D E
14 O que Deus uniu
C A P A
C R E N Ç A S
F U N D A M E N T A I S
Jornadas de fé
Bill e Heather Krick
O bom casamento não é o Céu; é apenas um veículo para chegar lá.
Viver com fidelidade tem significados diferentes, para pessoas diferentes
22 Retratos de fidelidade D E V O C I O N A L
8 Seguidores fiéis V I S Ã O
Chantal J. Klingbeil
Enxergando a fidelidade a Deus com outras lentes
M U N D I A L
24 Fiel até à morte
H E R A N Ç A
Ted N. C. Wilson
Os seguidores de Cristo são fiéis à Sua Palavra.
O
Merle Poirier
Quando viajar para o campo missionário era tão perigoso quanto ser missionário
11 Cartas e manuscritos de D E S C O B R I N D O D E P R O F E C I A
A D V E N T I S T A
E S P Í R I T O
Ellen White
Tim Poirier
Novo recurso disponibilizado pelo Patrimônio Literário de Ellen G. White fornece o contexto de muitos dos seus conselhos.
Evangelizar O mundo
SEÇÕES 3 N O T Í C I A S
DO
MUNDO
3 Notícias breves 6 Notícia especial
26 R E S P O S T A S
A PERGUNTAS BÍBLICAS
Símbolos e metáforas
2 7 E S T U D O B Í B L I C O 10 S A Ú D E N O M U N D O O dilema do antibiótico Moisés: amigo de Deus 28
TROCA
DE
IDEIAS
www.adventistworld.org On-line: disponível em 10 idiomas Tradução: Sonete Magalhães Costa Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. v. 12, nº- 2, Fevereiro de 2016.
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Adventist World | Fevereiro 2016
Fidelidade Nos próximos cinco anos, a Adventist World irá publicar artigos relacionados com os três tópicos escolhidos pela Igreja Adventista do Sétimo Dia, a serem enfatizados no quinquênio: Cristo, nossa justiça; Fidelidade e Envolvimento Total dos Membros. Esse logo aparecerá ocasionalmente, e destaca o nosso desejo de compartilhar nossa mensagem e falar de Cristo ao mundo.
Quanto tempo até a fidelidade?
Q
Not í cias do M u n do Andrew McChesney
Inaugurada primeira Igreja Adventista noNorte da Sibéria Membros oraram 23 anos por um prédio.
E S D
uando criança, medimos tudo em relação aos dias, especialmente as coisas que prometiam mudanças ou que nos causavam alegria. Sabíamos quantos dias faltavam para o aniversário; quantos dias faltavam para o início das aulas – e, depois de alguns meses – quantos dias para as férias. Até a justiça era medida desta maneira: há quantos dias discuti com meus irmãos? Faz quantos dias que menti pela última vez? Há quantas semanas eu recitei o verso da Escola Sabatina de cor e sem tropeçar? Nossa definição de todas as coisas, inclusive de fidelidade, requer a passagem do tempo. E especialmente no caso da fidelidade, é necessário muito tempo. Somente as promessas mantidas por muito tempo podem ser consideradas “fiéis”, como se houvesse algum segredo e uma data inflexível para que nossos esforços finalmente sejam considerados dignos. Em parte, essa ideia cresceu a partir do que sabemos e de quanto conhecemos de Deus. As Escrituras enaltecem Sua fidelidade inabalável expressa a nós ao longo dos séculos e milênios. De fato, a fidelidade do Senhor – amor inabalável ao longo do tempo – é uma das Suas qualidades mais comentadas nas Escrituras. Nós mudamos; nós falhamos; nós quebramos nossas promessas, mas Deus permanece. Como somos lembrados por Paulo, “Seja Deus verdadeiro, e todo homem mentiroso” (Rm 3:4). No entanto, o que é mais enaltecido no caráter de Deus é o espírito do evangelho o qual, somente pela graça, podemos compartilhar. A fidelidade de Deus guardando Sua aliança que mantém o Universo em seu lugar, e que conforta o coração do sofredor, é nossa por meio da fé nAquele que nunca muda. “Abraão acreditou em Deus, e isso lhe foi creditado como justiça” (Rm 4:3). A história da fidelidade sempre (sempre!) começa com Deus. Mas a Bíblia ensina que, por meio da graça, ela talvez possa se tornar parte de nossa história também. Que ao ler esta edição especial da Adventist World, organizada de modo a enfatizar o segundo dos grandes temas da igreja mundial para esse período de cinco anos, permita que o Espírito Santo o faça crescer por meio da graça, no padrão apresentado pela fidelidade de Deus.
RESPOSTA À ORAÇÃO: Nova igreja em Nyagan.
E
mocionados, os fiéis viajaram longas distâncias para participar da inauguração da primeira Igreja Adventista do Sétimo Dia no distante norte da Sibéria, uma região gelada e inóspita, similar ao Ártico, em que os membros da igreja são poucos e vivem longe uns dos outros. A igreja em Nyagan, cidade de 56 mil habitantes e localizada a 2.500 km ao nordeste de Moscou, é uma resposta aos 23 anos de oração dos primeiros adventistas da cidade e o eco de muitos outros ao longo dos anos, disse Vasily Stefaniv, presidente da Missão Sibéria Ocidental da Igreja Adventista. “Ao se reunirem para o culto nos lares de vários membros da igreja, sonhavam em ter um santuário, um lugar simples para adorar”, disse Stefaniv em declaração. “A inauguração do prédio da igreja é uma evidência clara da resposta às suas orações.”
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Not í cias do M u n do A nova igreja é a primeira na Missão Sibéria Ocidental nessa região do norte, onde a mensagem adventista é pouco divulgada, segundo a Divisão EuroAsiática, que supervisiona a missão e publicou a declaração de Stefaniv. “Os filhos de Deus vivem a muitos quilômetros de distância uns dos outros, e não há igreja ali”, disse Stefaniv. “No entanto, a inauguração da igreja em Nyangan foi um evento longamente esperado e muito bem-vindo para todos.
A Missão Sibéria Ocidental possui 1.156 membros que adoram em 31 congregações, segundo o último relatório estatístico do departamento de Arquivos, Estatísticas e Pesquisas da igreja adventista mundial. No total, a Divisão Euro-Asiática tem cerca de 115 mil membros e aproximadamente 3 mil congregações. Na Sibéria, os adventistas viajaram das cidades e vilas mais próximas, localizadas a até 500 quilômetros de distância
de Nyagan, para chegar à cidade na sexta-feira e participar do ensaio do coral para o culto de dedicação, no sábado. O sermão teve por base o Salmo 37:3 e 4, que diz: “Confie no Senhor e faça o bem; assim você habitará na terra e desfrutará segurança. Deleite-se no Senhor, e Ele atenderá aos desejos do seu coração”(NVI). “De fato,” disse Stefaniv, “na dedicação dessa casa de culto, o Senhor atendeu o desejo de muitos corações.” n
G C
Andrew McChesney
Delbert Baker
assume liderança na Universidade Adventista da
África
Delbert Baker
D
elbert W. Baker, administrador veterano na Igreja Adventista do Sétimo Dia e ex-vice-presidente geral da igreja mundial assumiu a liderança da Universidade Adventista da África, próximo a Nairóbi, Quênia. Baker disse ter aceitado o convite para trabalhar como vice-reitor da universidade, cargo semelhante ao de
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Adventist World | Fevereiro 2016
presidente, “com a convicção da providência de Deus.” A Universidade Adventista da África, estabelecida em 2005 para oferecer cursos de pós-graduação a futuros líderes adventistas de toda a África, tem um seminário teológico e uma escola de pós-graduação que oferecem cursos em ministério, liderança e vários cursos na área de saúde. A universidade também abriga a única filial do Patrimônio Literário de Ellen G. White, na África. Baker, que serviu como vice-presidente geral na Associação Geral de 2010 a 2015, tem extensa experiência em educação, por ter trabalhado por quatorze anos como presidente da Universidade
Oakwood, em Hunstville, Alabama (EUA), e por quatro anos como assistente especial e diretor de diversidades para o presidente da Universidade Loma Linda. A Universidade da África está desempenhando um papel importante na formação de líderes para servir o continente, onde o crescimento do número de membros está se expandindo, segundo o ex-vice-reitor Brempong Owusu-Antwi (veja o Boletim da Associação Geral, Suplemento da Adventist Review, Julho de 2015). De 2010 a 2015, a Universidade graduou 348 alunos e tem 649 estudantes matriculados no ano acadêmico de 2015/2016, disse ele. n
F a m i g l i e t i / I A D A n ge l
PRESENTE INSPIRADO: Mildred de Cubilla presenteia com uma Bíblia o presidente do Panamá, Juan Carlos Valera, e sua esposa, Lorena Castillo de Valera.
Equipe da Divisão Interamericana
Adventistas oferecem Bíblia à
A
primeira dama do Panamá
Igreja Adventista do Sétimo Dia presenteou a primeira dama do Panamá com um estudo bíblico especial para mulheres, durante desfile de comemoração do 112º aniversário da independência daquele país da América Central.
Mildred de Cubilla, professora da Escola Adventista Metropolitana, ofereceu uma Bíblia lançada pelo Departamento do Ministério da Mulher da igreja mundial à Primeira Dama Lorena Castillo de Valera enquanto ela e o esposo, Presidente Juan Carlos Valera, assistiam ao desfile.
Andrew McChesney
Adventistas prestam assistência após
enchentes devastadoras, na Índia
A
dventistas do sétimo dia deixaram de lado seu trabalho habitual para prestar ajuda humanitária desesperadamente necessária, em Chennai (Madras), cidade indiana com 9 milhões de habitantes, e região, ajudando na limpeza após a enchente causada pela maior queda de chuva dos últimos cem anos. As águas da enchente começaram a baixar no estado de Tamil Nadu, onde
pelo menos 280 pessoas morreram no início de dezembro, após quase 40 dias de chuva, atribuídos à mudança climática. “O dezembro deslumbrante se transformou em dezembro desastroso, provocando o caos no coração das pessoas”, disse Daniel Devadhas, presidente da União do Sudoeste da Índia, que está ajudando a coordenar o trabalho de socorro. “Essas pessoas perderam tudo”, disse ele. “Não há abrigo, nem alimento.
“Esta é a Bíblia que a Igreja Adventista preparou para as mulheres”, disse Cubilla ao casal presidencial, enquanto os alunos da Escola Adventista Metropolitana tocavam seus instrumentos de percussão e marchavam ao ritmo da banda em frente ao palanque presidencial durante a comemoração anual da independência. “Queremos presenteá-la com este Livro para que se torne seu principal guia enquanto, junto com o esposo, dirige esse país”, disse ela, oferecendo a Bíblia como um presente da escola. Mais tarde, Castillo de Valera escreveu na sua página do Facebook que, quando abriu a Bíblia para ler pela primeira vez, havia orado por uma mensagem de Deus. “Eu abri a Bíblia em Salmo 112, 112 anos de independência! Não podia ser mais claro”, disse ela. “O Senhor continua a nos guiar. OBRIGADA! ” O Salmo 112 descreve a condição abençoada do justo e começa com as palavras: “Aleluia! Como é feliz o homem que teme ao Senhor e tem grande prazer em Seus mandamentos!” n
A tragédia também afetou as pessoas da classe média e alta.” Todos os obreiros da igreja Adventista, exceto os obreiros bíblicos, foram enviados para distribuir alimentos, roupas e roupas de cama, disse Devadhas. A União do Sudoeste da Índia está coordenando as ações de socorro em parceria com a ADRA Índia, Hope Channel Índia, União Centro-Sul da Índia e muitos estudantes e membros da igreja adventista. Até agora foi distribuído entre os membros da Igreja Adventista e seus vizinhos, na região sul e norte de Chennai, 18.150 kg de arroz, 6.800 kg de dhal, 20.000 litros de óleo, 2.000 lençóis, 2.000 esteiras, 5.000 litros de água engarrafada, milhares de peças de roupa e 15.000 refeições, disse Devadhas. n
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Not í cias do M u n do
O que
Ellen White
disse sobre o
Islã?
P i x a b ay
Ellen White escreveu alguma coisa sobre a ascensão e ameaça de milícias islâmicas?
E
m seus escritos, há apenas uma referência a Maomé, muçulmanos, Mohamed ou mohamedismo (como era referida a religião islâmica nos seus dias). Essa referência se encontra no The Home Missionary (O Lar Missionário), de setembro de 1892, 4º parágrafo: “O Salvador disse: ‘Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus’ (Jo 3:36) Ele diz ainda: ‘E a vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste’”(Jo 17:3). “O mohamedismo tem seus conversos em muitos países, e seus defensores negam a divindade de Cristo. Deveria essa religião ser propagada, e os defensores da verdade deixarem de manifestar intenso zelo para derrubar o erro, e ensinar os homens sobre a pré-existência do único Salvador do mundo? “Oh, como necessitamos de homens [e mulheres] que pesquisem a Palavra de Deus e nela creiam! Que eles vão e apresentem ao mundo Jesus em Sua natureza divina e humana,
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Adventist World | Fevereiro 2016
declarando com poder e na demonstração do Espírito Santo, que ‘não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos’ (At 4:12). Oh, como necessitamos de crentes que apresentem Cristo na vida e no caráter, que O enalteçam diante do mundo como o brilho da glória do Pai, proclamando que Deus é amor!” Aparentemente, os profetas não recebem mensagens sobre todos os movimentos políticos e religiosos que possam surgir. Por exemplo, não há nada na Bíblia nem nos escritos de Ellen White sobre o nazismo alemão, embora tenha causado grande impacto no mundo, do início ao meio do século vinte. A mesma coisa pode ser dita do comunismo, que acrescentou um desafio direto à religião e certamente à fé adventista do sétimo dia. Ao que parece, as mensagens dos profetas se concentram em questões fundamentais envolvendo o grande conflito que está acontecendo agora. A Ellen White foi mostrado um poder diferente no âmago do conflito dos últimos dias. Não era o Islã. n
Nota do editor: Três pessoas foram batizadas após nove meses de trabalho de dois missionários adventistas, em uma aldeia, na China. Mais doze pessoas estão frequentando os estudos bíblicos semanais. Mas, falar de Jesus é um desafio muito grande. Muitas pessoas são tradicionais e supersticiosas. A seguir, o relato de primeira mão, sobre o batismo de uma senhora.
A
lguns meses atrás, dois missionários se mudaram para a minha aldeia. Eles me contaram que eram cristãos e que acreditavam em Jesus. O que é ser um cristão? Quem é Jesus? Eu nunca tinha ouvido esses termos, antes. Os missionários alugaram uma casa e arrumaram o local para reuniões. Eles o chamaram de igreja, explicando que aquele era um local para adorar o Senhor do Universo. Eu conhecia muitos deuses, como o deus da colheita e o deus do trovão. Mas o nome Jesus era novo para mim. Os missionários abriram a Bíblia, e explicaram como tinham sido criados a Terra, o sol, a lua e o restante da natureza. Eles também me disseram que Jesus está voltando a este mundo muito em breve, e que Ele nos levará para o Céu onde não haverá mais morte, desastres naturais nem tristeza. Após passar alguns meses com esses missionários, concluí que eram pessoas boas. Eles amavam nosso povo e dele cuidavam. Após participar dos grupos de estudos bíblicos por alguns meses, compreendi a verdade e decidi seguir Jesus. Ele é o único Deus do Universo.
D a n i e l
J i a o
Pequena igreja em uma aldeia remota, na China.
Irmã M, via Audrey Folkenberg, diretor do departamento de desenvolvimento da União Missão Chinesa.
“Eu conhecia os deuses do trovão e da colheita, mas ” de
nunca tinha ouvido Jesus! Testemunho: Uma senhora, recém-batizada, fala de como conheceu o Senhor do sábado, na China.
Nosso culto é realizado todos os sábados em uma casa. Imagino que para você seja comum ir a uma igreja no último dia da semana. No entanto, essa prática era estranha para mim. Tive que lutar pelo privilégio de adorar o Criador todos os sábados. Meu esposo, fazendeiro tradicional chinês, acredita no deus da colheita. Ele discorda da minha religião, desafiando Jesus a lhe dar uma boa colheita. Eu não queria barganhar com ele porque o amo. A única coisa que eu podia fazer era orar por ele. Os missionários me disseram que o Espírito Santo iria guiar meu esposo e a mim. Quando chegou o tempo da colheita, foi muito difícil ir aos cultos aos sábados. Meu esposo precisava de mim na lavoura
e acabei não indo à igreja. Mas eu queria muito ir para a igreja no sábado! Certo sábado pela manhã, estava planejada uma Santa Ceia na minha igreja. Seria a primeira vez que eu participaria desse evento especial. Antes de sair de casa para a igreja, eu me arrumei e saí em silêncio. Estava preocupada com a possibilidade de meu esposo ir à igreja e me levar de volta para a fazenda. Quando saí de casa para pegar minha bicicleta, meu esposo estava lá, em frente à porta de nossa casa. Ele me agrediu e me xingou. Agarrou minha Bíblia e jogou sobre minha bicicleta. Eu chorei porque não pude ir para a igreja. Orei silenciosamente para que o Espírito Santo abrandasse o coração do meu esposo.
De repente, um homem chamou meu marido para ajudá-lo. Ele me lançou um olhar furioso e saiu para ajudar. Afinal, pude ir para o culto! Fiquei tão grata pela oportunidade de adorar naquele sábado! Meu esposo ainda é muito arraigado às suas crenças tradicionais. Já expliquei a ele que não sou supersticiosa, e que a igreja é um bom lugar para as pessoas aprenderem a verdade. Digo a ele que Jesus o ama sempre, implorando que aceite o Deus verdadeiro que o protege. Agora, ele permite que eu vá à igreja aos sábados. Durante a semana, trabalho duro ajudando no trabalho da fazenda. Continuo orando para que meu esposo me compreenda e um dia aceite Jesus. n
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V I S Ã O
M U N D I A L
N
o mês passado, nesta coluna, analisamos o fundamento de nossa salvação – Cristo, Justiça nossa. Esse é um dos três componentes de uma vida cristã saudável que, como igreja, estaremos priorizando nos próximos cinco anos. Os outros dois componentes são a fidelidade e o envolvimento total dos membros. Talvez você tenha lido meu artigo “Chamados à fidelidade: o tempo é agora”, onde abordamos a maneira pela qual Deus está chamando Seu povo remanescente de todos os lugares, a ser fiel a Ele por meio de nossa união e comunhão diária com Cristo (publicado em julho de 2015). http://www.adventistworld. org/2015/july/called-to-faithfulness.html). No artigo deste mês, quero enfatizar um aspecto especialmente importante: fidelidade à Palavra de Deus, a Bíblia.
Nossa responsabilidade sagrada
Uma das maiores batalhas enfrentadas por nós hoje, é em relação à autoridade da Palavra de Deus. O inimigo sempre odiou a Bíblia e faz de tudo para neutralizar seu efeito. Como adventistas do sétimo dia, temos a responsabilidade sagrada de proteger, enaltecer e promover o poder salvador contido na Palavra.
O mundo ao nosso redor está desmoronando! As pessoas estão perturbadas com a falta de segurança pessoal. Imaginam o que de terrível acontecerá durante seu dia normal de atividades. Milhões de migrantes estão tentando escapar da brutalidade, incerteza, desumanidade e confusão total. O desconhecido se tornou o inimigo. As pessoas já não acham que o mundo caminha na direção correta e elas têm razão. Segundo a interpretação profética adventista do sétimo dia e aplicação hermenêutica correta das Escrituras, estamos vivendo no tempo do fim. Nossa necessidade não é de solução política, militar nem social, mas de retornar ao fundamento certo: à segurança da Palavra de Deus. A certeza da Palavra de Deus
O apóstolo Pedro deixou um tremendo incentivo sobre a certeza da Palavra de Deus: “De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; ao contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade [...] Assim, temos ainda mais firme a palavra dos profetas,
e vocês farão bem se a ela prestarem atenção, como a uma candeia que brilha em lugar escuro, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça no coração de vocês. Antes de mais nada, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal, pois jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo” (2Pe 1:16, 19-21). Sempre houve a necessidade de um fundamento seguro. A verdadeira palavra da profecia é algo com o que podemos contar, e ela é mais necessária hoje do que nunca. A Bíblia oferece a única esperança para o futuro, pois contém a mensagem do evangelho de Cristo, Sua justiça, Sua salvação, Seu ministério no Santo dos Santos do santuário celestial e a redenção final dos Seus filhos por meio do poder do Espírito Santo. O povo do Livro
Os adventistas do sétimo dia sempre estimaram a Bíblia, e já foram conhecidos como o “povo do Livro”. No entanto, nesta era de relativismo em que não há absolutos, será que ainda somos conhecidos como o “povo do Livro”? É certo que não cremos em “biblio-
Ted N. C. Wilson
Seguidores fiéis
Porque Ele é fiel f o t o :
H i e u
Le
Nossa necessidade não é de solução política, militar nem social, mas de retornar ao fundamento certo: à segurança da Palavra de Deus. latria”. Não adoramos a Bíblia: adoramos a “Palavra” que se fez carne: Jesus Cristo, nosso Senhor. Ele é a “Palavra” e o que está no Seu livro é importante. Ouvir a Palavra de Deus é um privilégio, ouvir suas instruções, compreender suas diretrizes para uma vida vitoriosa por meio do poder justificador e santificador de Cristo. Como lemos a Palavra de Deus
Entretanto, mais e mais a Palavra de Deus tem sido ignorada. A má interpretação e má aplicação do que está claramente indicado na Bíblia, está se tornando moda. Ela está sendo reinterpretada por pessoas que adotam o alto criticismo ou a abordagem históricocrítica das Escrituras; aqueles que colocam a si mesmos acima da Bíblia e a interpretam segundo seus padrões e métodos pessoais. Nossa maneira de ler a Palavra de Deus é muito importante, pois nos ajuda a discernir a verdade do erro. A igreja será inundada por apostasias e falsas doutrinas. Mas a Palavra de Deus permanece verdadeira e Sua igreja será triunfante contra os ataques do inimigo. Devemos seguir e promover fielmente o método histórico-bíblico de interpretar as Escrituras, permitindo que a Bíblia interprete a si mesma, linha sobre linha e preceito após preceito. Um documento excelente, intitulado “Métodos de Estudar a Bíblia”, (https:// www.adventist.org/en/information/ official-statements/documents/article/ go/0/methods-of-bible-study/) descreve cuidadosamente como estudar fielmente a Santa Palavra de Deus. Esse documento foi votado no Concílio Anual da Igreja Mundial, em 12 de outubro de 1986, no Rio de Janeiro, Brasil. Sendo adventistas do sétimo dia, devemos aderir cuidadosamente aos métodos de estudo da Bíblia descritos nesse documento. Devemos seguir a
abordagem historicista de compreensão bíblica. Não deixe que ninguém o convença a deixar a compreensão historicista e a interpretação histórico-bíblica das Escrituras. Seja fiel e permaneça firme à Palavra de Deus. Atente para as seguintes instruções inspiradas, sobre aceitar a Bíblia como a lemos: “Deus exige mais de Seus seguidores do que muitos pensam. Se não queremos firmar nossas esperanças do Céu num falso fundamento, precisamos aceitar o que a Bíblia diz e crer que o Senhor cumpre o que afirma” (Testemunhos para a Igreja, v. 5, p. 171). Produtos de inspiração celestial
À medida que enfrentamos os últimos dias da história da Terra, sabemos que Satanás está determinado a destruir a efetividade da Bíblia e do Espírito de Profecia. Vemos a Palavra de Deus sendo neutralizada em todos os lugares. O método histórico-crítico é aplicado à Palavra de Deus, e reduz sua autoridade efetiva. É plano do inimigo minar o específico “assim diz o Senhor”. Temos visto, por parte de alguns, esforços determinados para atacar o Espírito de Profecia e torná-lo “sem efeito”. A Palavra de Deus e o Espírito de Profecia são produtos de inspiração divina, sendo, portanto, um relato acurado do grande conflito entre o bem e o mal, entre Cristo e Satanás. É por isso que o inimigo está determinado a destruir a verdade encontrada na Bíblia e no Espírito de Profecia. Felizmente, ele não terá sucesso, mas muitas pessoas serão enganadas no processo. Deus determinou que fôssemos defensores fiéis de Sua Palavra porque ela tem se provado verdadeira e pessoas são transformadas por ela. Os dilemas deste mundo nos mostram que estamos no limiar da eternidade. Deus quer trabalhar em nós e por nosso intermédio.
Estamos vivendo nos últimos dias do período laodiceano, quando o cristianismo tem sido muito superficial. O inimigo vai tentar, de todas as formas, nos distrair para nos desviar das verdades bíblicas. Ele utilizará todos os meios possíveis: recreação, mídia, divertimentos, trabalho, música, desentendimentos e brigas internas, falsos ensinos, discórdias familiares, problemas econômicos – tudo o que possa nos separar da Palavra de Deus. Responder com fidelidade
No entanto, Deus é fiel. Respondamos a Ele com fidelidade, por meio do Seu poder. Ele nos convida a ser fiéis em nosso relacionamento com Ele, fiéis à Sua Palavra, fiéis ao estudo diário da Bíblia, fiéis ao estudo do Espírito de Profecia e fiéis à nossa vida de oração constante. Neste mundo em que a violência, os bombardeios, tiroteios e as mortes trágicas são crescentes, sejamos fiéis ao plano de restauração de Deus, em Seu breve retorno. Jesus nos diz: “… Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2:10). Pela graça de Deus, vamos defender Sua Palavra e enaltecer a Cristo, que é a Palavra. Reavivemos a Bíblia em nossa vida e façamos dela o fundamento de nossa fé. Estamos enfrentando uma batalha e devemos saber qual tem sido nossa crença. Os absolutos existem, e são encontrados na Palavra de Deus. Agora é o tempo de aderirmos fielmente à Sua Palavra. Jesus diz: “Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap 3:11). Sejamos fiéis a Deus e à Sua Palavra! n
Ted N.C. Wilson é
presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Fevereiro 2016 | Adventist World
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S aúde
no
M undo
Peter N. Landless e Allan R. Handysides
O dilema do
antibiótico
Recentemente, fui diagnosticado com pneumonia, e meu médico prescreveu antibiótico. Eu estava me sentindo muito mal e, como não gosto de tomar nenhum tipo de medicamento, tomei o antibiótico até me sentir melhor e parei. Se for necessário, é seguro tomar o que sobrou do remédio?
E
ssa pergunta ressalta conceitos muito importantes. Antibióticos são medicamentos muito úteis destinados a combater infecções e doenças causadas por bactérias. Eles agem matando a bactéria e evitando que elas se reproduzam. O antibiótico é muito eficaz no controle da infecção, e ajuda o sistema imunológico do corpo a eliminar a bactéria invasora. Alexander Fleming descobriu o primeiro antibiótico conhecido, em 1928. Mas, somente nos anos 1940, a penicilina foi usada no tratamento dos soldados feridos, durante a II Guerra Mundial. O sucesso dessa experiência marcou o início de uma era de progresso no combate às bactérias com os antimicrobianos (antibióticos). Desde esse tempo, têm sido fabricados vários tipos diferentes de antibióticos, inclusive o tipo “específico”, destinado a controlar e matar mecanismos muito específicos de certas bactérias. Por mais empolgante que tenha sido a jornada de descoberta e refinamento dos antibióticos, esses também têm apresentado vários problemas. Algumas pessoas são intolerantes a certos tipos de antibióticos; essa intolerância varia
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Adventist World | Fevereiro 2016
desde alergia severa (anafilaxia), podendo causar a morte, a erupções na pele, diarreia leve a moderada, e exacerbação de infecções com fungo, como a cândida. Além disso, várias bactérias já desenvolveram a habilidade de criar resistência aos antibióticos usados; o próprio Fleming percebeu essa característica logo que a penicilina foi descoberta. Isso resultou na necessidade de usar antibióticos combinados e, no desenvolvimento do que se tornou conhecido como classes de terceira e quarta gerações de antibióticos específicos. O mecanismo pelo qual a bactéria desenvolve resistência é reconhecido há muitos anos; esses microrganismos passam por uma série de mutações genéticas, que são mediadas por fagos e plasmídeos. Essas moléculas pequenas, ou “pacotes” de DNA (material genético), podem ser transferidos de uma bactéria para outra. Recentemente, cientistas chineses perceberam um desenvolvimento significativo e muito preocupante: a habilidade de certas bactérias de transferir horizontalmente essa resistência entre estirpes bacterianas diferentes. O fato foi constatado no controle
rotineiro de animais usados como alimento, como o porco, e sinalizada pela primeira vez em que foi observada tal resistência ao antibiótico polimixina colistina. Isso causou grande consternação ao mundo científico, com o receio de que, se tal resistência continuar a se desenvolver, é provável que o uso tão prático e eficiente do antibiótico, chegue ao fim! Embora a resistência descrita acima esteja limitada à China, receia-se que ela se espalhe pelo mundo todo. Voltando à sua pergunta: Sempre complete o ciclo do uso do antibiótico, mesmo que se sinta bem antes de completar o tratamento. Assim, a quantidade de resistência ao antibiótico irá diminuir. Nunca deve haver sobras de antibióticos no seu armário. Incentive as pessoas sobre quem você exerce influência a fazer o mesmo. n
Peter N. Landless, médico cardiologista
nuclear, é diretor do Ministério da Saúde da Associação Geral.
Allan R. Handysides, médico ginecologista aposentado, é ex-diretor do Ministério da Saúde da Associação Geral. f o t o :
C ha r l es
W i l l i a m s
descobrindo
o
E spírito
de
P rofecia
Leia as cartas e manuscritos de Ellen White na página EGWWritings.org e no app EGWWritings2 (para produtos com iOS)
Cartas e
manuscritos de
Tim Poirier
Ellen White
O que você deve saber sobre a nova coleção online
E
Embora comumente referidos como manuscritos não publicados de Ellen White, é importante observar que muitos desses documentos – de fato, cerca de dois terços deles – já foram publicados na totalidade ou parcialmente
em muitas compilações e lançamentos de manuscritos publicados ao longo dos anos. Materiais sensíveis, muitas vezes lidando com problemas pessoais de indivíduos, permaneceram inéditos até a publicação de 2015. Mas, com o falecimento de várias gerações desde o tempo dos destinatários originais, foi decidido que todo o material poderia ser colocado à disposição. Outro fator é o avanço da tecnologia. Se toda a coleção fosse impressa para ser vendida em lojas, tomaria um espaço de mais de cem volumes na prateleira, e o custo seria proibitivo. No entanto, graças à era digital, se alguém quiser ler a carta completa da qual apenas uma parte foi citada em uma das compilações, pode acessar o material com alguns cliques de um mouse ou simplesmente baixando o aplicativo dos escritos de EGW.
IM A ge m :
G .
m julho de 2015, centenário da morte de Ellen White, o Patrimônio Literário Ellen G. White disponibilizou todas as cartas e manuscritos da autora. A coleção toda foi disponibilizada gratuitamente no seu website e aplicativos – e pode ser encontrada na página www.egwwritings. org – É formada por mais de oito mil documentos e estudos, todos cópias do original, na matriz e nas muitas filiais do Patrimônio Literário e centros de pesquisa no mundo todo.
Por que não publicaram antes?
Pat r i m ô n i o
L i t e r á r i o
de
E l l e n
W h i t e
Material complementar
Pode surgir a pergunta: por que alguém se interessaria por esse material se já temos todas as suas obras publicadas? Essa é uma boa pergunta, porque não há nada de errado em restringir o estudo de alguém aos milhares de artigos e dezenas de livros e panfletos publicados por Ellen White durante sua vida. De fato, ela foi bem clara em relação a si mesma: “Se desejam saber o que o Senhor revelou por meio dela, leiam suas publicações.”1 Podemos considerar suas cartas, sermões, diários, e outras comunicações inéditas, um material complementar que oferece uma janela não apenas às suas crenças e ensinos proféticos, mas também à sua vida pessoal como esposa, mãe, conselheira, e pioneira da igreja.
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descobrindo
o
E spírito
de
P rofecia
Diferenças principais
Ao mesmo tempo, é essencial reconhecer algumas diferenças importantes entre seus manuscritos inéditos e sua obra publicada. Em primeiro lugar, o que ela escreveu em seus artigos e livros tinha o objetivo de falar à igreja em geral. Em contraste, as cartas pessoais de Ellen White eram endereçadas a pessoas, em circunstâncias específicas. Muitas vezes, essas correspondências tratavam de assuntos de interesse local, como quem poderia melhor servir em certo sanatório, ou como “o irmão Smith” precisava de mais apoio dos seus irmãos da igreja. É possível extrair princípios dessas comunicações, mas é muito importante compreender o contexto histórico para não aplicar erroneamente as instruções dadas. Em 2014, o Patrimônio Literário de Ellen White começou a disponibilizar esse material com a publicação do primeiro volume de Cartas e Manuscritos de Ellen G. White com Anotações, cobrindo os primeiros 15 anos de seu ministério. Espera-se que haja recursos para manter o projeto em andamento. Outra distinção entre a coleção inédita de Ellen White e suas obras publicadas é o nível de atenção que ela dedicou ao material que nunca esperava ser publicado. Em outras palavras, considere a diferença entre a maneira de se escrever um e-mail de rotina comparado ao que é escrito para ser postado online e ser lido por qualquer pessoa no mundo. Estuda-se cada sentença para ter certeza que está expressando acuradamente os pensamentos de modo que os mal-entendidos sejam evitados ao máximo. Se a comunicação é enviada a associados, eles podem sugerir maneiras para que ela seja bem organizada ou reescrita. É assim com as cartas e manuscritos de Ellen White. Quando comparados ao que ela escreveu a princípio, em formato de cartas e que mais tarde ela incorporou em seus artigos e livros publicados, não devemos nos surpreender
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A imagem de fundo apresentada nesta página e na anterior, é um exemplo das correções editoriais feitas pela assistente editorial de Ellen White, sob a sua supervisão. O móvel contendo suas cartas e manuscritos encontra-se na sede do Patrimônio Literário de Ellen G. White, em Maryland, Estados Unidos. f o t o :
Pat r i m ô n i o
L i t e r á r i o
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W h i t e
ao encontrarmos um material editorialmente mais elaborado. Essa era a função da assistente editorial: não escrever o conteúdo, mas ajudar Ellen White a prepará-lo para a publicação. W. C. White, filho de Ellen White, explicou: “Os funcionários experientes de minha mãe [...] estão autorizados a tirar uma frase, parágrafo e até seções de um manuscrito e incorporá-lo em outro manuscrito em que estava sendo expressa a mesma ideia, mas de modo não tão compreensível. No entanto, nenhum deles tem a autorização de acrescentar ao manuscrito seus próprios pensamentos.”2 Os documentos eram, então, revisados e aprovados por Ellen White antes de serem impressos ou enviados pelo correio. De idêntico modo, Ellen White podia escolher acrescentar ou omitir frases ou parágrafos em publicações futuras devido às mudanças nas circunstâncias. Tudo o que Ellen White escreveu foi inspirado?
Talvez a pergunta mais desafiadora relacionada às cartas e manuscritos de Ellen White seja: É possível traçar uma linha bem definida entre o que é um conselho inspirado e o que é mera opinião humana? Sua coleção é formada por cartas escritas a líderes adventistas conhecidos, mas também contém cartas para o “Querido filho Edson”, ou “Querida sobrinha Addie”, ou “Querida neta Mabel.” Um quarto do total das cartas preservadas está endereçado à família de Ellen White. Será que elas foram escritas sob a inspiração divina? E as cartas escritas para os administradores das suas propriedades na América enquanto ela servia a igreja na Europa e Austrália? Somos lembrados de que pelo menos vinte livros do Novo Testamento são, de fato, cartas às igrejas e pessoas, e são consideradas corretamente como textos inspirados. De idêntico modo, Ellen White usou as cartas para transmitir instruções recebidas. No entanto,
deixou bem claro que não esperava que tomassem tudo o que disse ou escreveu como sendo revelação de Deus. Ellen White explicou: “Há vezes, porém, em que devem ser declaradas coisas comuns, pensamentos comuns precisam ocupar a mente, cartas comuns precisam ser escritas e informações dadas, as quais passaram de um a outro dos obreiros. Tais palavras, tais informações, não são dadas sob a inspiração especial do Espírito de Deus. São por vezes feitas perguntas que não dizem respeito absolutamente a assuntos religiosos, e essas perguntas precisam ser respondidas. Conversamos acerca de casas e terras, negócios a ser feitos, locais para nossas instituições, suas vantagens e desvantagens.”3 “Em minhas palavras, quando falando acerca desses assuntos comuns, não há nada que leve as pessoas a crer que recebo meu conhecimento em visão do Senhor e o estou declarando como tal.” 4 Devemos também lembrar que a mera ausência de frases como “foi-me mostrado” não significa automaticamente que o conselho dado não estava em harmonia com a luz recebida por ela a respeito do assunto.5 Embora seja praticamente impossível estipular uma regra que divida nitidamente o que foi inspirado do que não foi, normalmente é evidente na própria mensagem que tipo de autoridade estava sendo empregada na carta. Documentos perdidos?
Os usuários que acessam as cartas e manuscritos no novo banco de dados podem questionar por que há algumas lacunas na sequência numérica dos arquivos. Por exemplo, carta 20 de 1889, pode ser seguida pela carta 22 de 1889. O que aconteceu com a carta 21? Por que está faltando? Há algumas razões para essas “lacunas”, e nenhuma delas é porque o documento tenha sido retido. Na maioria dos casos a razão é que foi constatado que houve erro na datação do documento e ele foi
renumerado no ano correto. Em outros casos foi descoberto que o documento é a duplicação de algum outro já arquivado, ou simplesmente a cópia de uma fonte publicada e já disponível. Além disso, por alguns anos – 1904, por exemplo – as secretárias de Ellen White davam somente números ímpares às cartas e números pares aos manuscritos. Em breve, os bancos de dados fornecerão a razão para cada número omitido. Essas são algumas questões que se deve levar em conta quando o material inédito de Ellen White for pesquisado. Felizmente, estão disponíveis novas ferramentas e recursos para ajudar a apreciação do contexto desses escritos: publicações como as da Enciclopédia de Ellen G. White, biografias acadêmicas de líderes adventistas, e acesso digital aos trabalhos históricos da igreja. Além disso, o Patrimônio Literário de Ellen White está disponibilizando em sua página da Web milhares de páginas da correspondência escrita a Ellen White por membros da igreja e líderes dando o “outro lado” da conversa de suas cartas. Seja qual for a leitura dos registros das atividades do dia a dia de Ellen White em seus diários, ao testemunho contundente para um líder infiel, ou o apelo dolorido ao seu filho rebelde, somos privilegiados por encontrar nesses escritos conselhos e orientações que ainda são relevantes em nosso tempo e em nossas circunstâncias. n 1 Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja (Casa Publicadora Brasileira), v. 5, p. 696. 2 W. C. White to G. A. Irwin, 7 de maio de 1900, citado em Herbert E. Douglass, Messenger of the Lord (Nampa, Idaho: Pacific Press Pub. Assn., 1998), p. 110. 3 Ellen G. White, Mensagens Escolhidas (Casa Publicadora Brasileira), v. 1, p. 39. 4 Ibid., p. 38. 5 Ver E. G. White, Testemunhos, v. 5, p. 64-67.
Tim Poirier é vice-diretor do Patrimônio Literário de Ellen G. White em Silver Spring, Maryland, Estados Unidos.
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C renças
F undamentais
A
cabou. “Hoje estou concluindo meu processo de seleção!” O público caiu na risada quando Bill disse essas palavras, finalizando seus votos matrimoniais escritos por ele, 17 anos atrás. “O que Deus uniu” (Mt 19:6) em compromisso exclusivo naquele dia, também tem mantido uma união mais poderosa do que o melhor adesivo disponível comercialmente. Pesquisas confirmam a grande quantidade de benefícios de um casamento de muitos anos. Um estudo publicado no The Journal of Clinical Oncology (Jornal de Oncologia Clínica) descobriu que, para um paciente com câncer, pode ser mais benéfico um casamento saudável e feliz do que a quimioterapia.1 Um casamento estável e fiel fortalece o sistema imunológico, recupera com mais sucesso uma cirurgia, melhora a tolerância à dor e baixa o risco de doenças vasculares.2 Curiosamente, morar junto não oferece os mesmos benefícios para a saúde, nem a mesma satisfação. Um estudo mostrou que apenas em 36 por cento dos casais que só moram juntos, ambos disseram que seu companheiro é “muito satisfatório”, enquanto que 57 por cento dos casais casados relataram o mesmo.3 Fidelidade e lealdade, compromisso, constância, dependência, confiança, estabilidade, significa ser “fiel à palavra de alguém, promessas, votos, etc.”4, não se esquivar do dever, mas colocar seu cônjuge em primeiro lugar, quando a vontade não é essa. Com muita admiração, acabamos de comemorar os 50 anos de casamento dos pais da Heather. A primeira conclusão que chegamos é de que um casamento de 50 anos é uma contribuição para a família. Como “estaca fincada em terreno firme” (Is 22:25), seu casamento longo, estável e feliz ofereceu segurança não apenas aos filhos mas também aos netos. Deus usa uma união forte e duradoura para fortalecer a sociedade e como testemunho para os outros, revelando-Se à humanidade. Ellen White observa: “Pelas obras da natureza, e os mais profundos e ternos laços terrestres que pode
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NÚMERO 23 Bill e Heather Krick
O que Deus
unıu
Dividendos da devoção imaginar o coração humano, Ele procurou revelar-Se a nós.”5 “Uma família bem ordenada, bem disciplinada, fala mais em favor do cristianismo do que todos os sermões que se possam pregar.”6 Tal família diz silenciosamente: “Somos felizes. Não estamos buscando algo mais, não queremos pular de flor em flor, como a borboleta. Estamos contentes com a providência de Deus.” No entanto, a sociedade questiona profundamente esse sistema exclusivo e seu potencial de felicidade e sucesso. Segundo uma pesquisa do Instituto Gallup, mais da metade (52 por cento) dos jovens adultos americanos entre 20 e 29 anos de idade, dizem que veem tão poucos casamentos felizes que o questionam como um modo de vida.7 Um estudo da Pew Research revelou que cerca de 40 por cento dos americanos de todas as idades acreditam que o casamento está se tornando obsoleto.”8 As autoridades da Cidade do México até sugeriram um contrato de casamento de dois anos, onde os cônjuges não precisam assumir um compromisso de fidelidade em longo termo, mas
poderiam renová-lo após dois anos caso estivessem felizes.9 Em seu livro The Monogamy Myth (O Mito da Monogamia), a autora Peggy Vaughan declara que 60 por cento dos casamentos serão afetados pela infidelidade.10 Ao que parece, a fidelidade está a caminho da extinção, mas ela definitivamente vale a pena, mesmo em circunstâncias difíceis. Abigail e Nabal: vale a pena ser fiel
Por algum motivo Nabal, cujo nome significa “tolo” ou “insensato”, se casou com a linda Abigail, virtuosa e sábia, cujo valor excedia em muito ao de rubis (1Sm 25; cf. Pv 31:10). Temos registrado um incidente importante da vida desse casal de posses, que ocorreu quando Davi estava fugindo de Saul e ouviu que Nabal estava tosquiando suas ovelhas. Davi e seus homens protegeram os pastores de Nabal, e em retorno, pediu um favor em forma de alimento para seu grupo. A resposta rude e egoísta de Nabal deixou Davi furioso. Aqui Abigail entra na história. Ser casada com Nabal não devia ser fácil, mas
“Abigail mal percebia que enquanto cuidava diariamente de Nabal, estava desenvolvendo clareza e percepção espiritual.”11 Fiel, Abigail estava em sintonia com Deus e pronta a fazer o que fosse necessário para livrar seu esposo do problema. Rapidamente, ela carregou os jumentos com vários tipos de alimentos já preparados e enviou seus servos para se encontrar com Davi. Ao encontrá-lo, respeitosamente assumiu a culpa pelo comportamento do esposo, não encobrindo a verdade sobre Nabal, mas de fato o salvando sem que ele soubesse. Davi aceitou humildemente os presentes e o tato de Abigail para evitar o desastre. Mais bênçãos
Um casamento fiel abençoa a sociedade por meio de seus filhos. Lares saudáveis produzem filhos emocionalmente saudáveis que se tornam a base de uma sociedade saudável. Segundo Ellen White: “O lar é o coração da sociedade, da igreja e da nação. A felicidade da sociedade, o êxito da igreja, a prosperidade da nação, dependem das influências domésticas.”12 Filhos de pais divorciados enfrentam obstáculos enormes. Robert Emery, autor de The Truth About Children and Divorce (A Verdade Sobre Filhos e o Divórcio), diz simples-
mente que eles “ficam arrasados”.13 Os benefícios da declaração “o que Deus uniu” (Mt 19:6) vai muito além do que duas pessoas casadas. E se, neste mundo imperfeito, enfrentamos o divórcio, ou nos encontramos em relacionamentos infelizes, ou estamos solteiros? A fidelidade de Deus ainda nos alcança exatamente onde estamos. Ele nos oferece a Si mesmo, para um relacionamento glorioso que transcende qualquer outro relacionamento, e nos ajuda a superar qualquer dificuldade que estivermos enfrentando. Perceba essas duas promessas: “Pois o seu Criador é o seu marido, o Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Is 54:5). “Esta palavra é digna de confiança: Se morremos com Ele, com Ele também viveremos; se perseveramos, com Ele também reinaremos. Se O negamos, Ele também nos negará; se somos infiéis, Ele permanece fiel, pois não pode negar-Se a Si mesmo” (2Tm 2:11-13). Nosso “processo de seleção” realmente foi concluído 17 anos atrás, mas os dividendos de devoção continuam a enriquecer e abençoar nossa vida diariamente. Obrigado, Senhor, por teres criado o casamento! Vemos os
benefícios da fidelidade nas famílias comprometidas em todo o mundo. Rogamos que o Senhor nos ajude a também ser fiéis. n 1 http://jco.ascopubs.org/content/early/2013/09/18/ JCO.2013.49.6489.abstract 2 www.macleans.ca/society/life/how-marriage-can-save-your-life/ 3 www.nytimes.com/2012/09/30/fashion/marriage-seenthrough-a-contract-lens.html?pagewanted=all&_r=0 4 Dictionary.com 5 Ellen G. White, Caminho a Cristo (Casa Publicadora Brasileira), p. 10. 6 Ellen G. White, E Recebereis Poder (Casa Publicadora Brasileira, MM 1999), p. 247. 7 www.gallup.com/poll/4552/singles-seek-soul-mates-marriage. aspx 8 www.pewsocialtrends.org/2010/11/18/the-decline-of-marriageand-rise-of-new-families/ 9 www.bbc.com/news/world-latin-america-15114406. 10 Peggy Vaughan, The Monogamy Myth (New York: William Morrow, 2003). See also David Barash and Judith Lipton, The Myth of Monogamy: Fidelity and Infidelity in Animals and People (New York: Henry Holt, 2002). 11 F. D. Nichol, ed., The Seventh-day Adventist Bible Commentary (Washington, D.C.: Review and Herald Pub. Asssn., 1954, 1978), v. 2, p. 574. 12 Ellen G. White, O Lar Adventista (Casa Publicadora Brasileira), p. 15. 13 www.nytimes.com/2012/09/30/fashion/marriage-seenthrough-a-contract-lens.html?pagewanted=all&_r=0
Bill e Heather Krick moram na
Califórnia, onde Bill é diretor do ministério de publicações na Associação Central da Califórnia e Heather educa suas duas filhas, Sanannah e Heidi no método de ensino doméstico.
O Casamento e a Família O casamento foi divinamente estabelecido no Éden e confirmado por Jesus como união vitalícia entre um homem e uma mulher, em amoroso companheirismo. Para o cristão, o compromisso matrimonial é com Deus bem como com o cônjuge, e só deve ser assumido entre um homem e uma mulher que compartilham da mesma fé. Mútuo amor, honra, respeito e responsabilidade constituem a estrutura dessa relação, a qual deve refletir o amor, a santidade, a intimidade e a constância da relação entre Cristo e Sua Igreja. No tocante ao divórcio, Jesus ensinou que a pessoa que se divorcia do cônjuge, a não ser por causa de fornicação, e se casa com outro, comete adultério. Conquanto algumas relações de família fiquem aquém do ideal, o homem e a mulher que
– Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia, nº- 21
se dedicam inteiramente um ao outro, em Cristo, podem alcançar amorosa unidade por meio da orientação do Espírito e a instrução da igreja. Deus abençoa a família e Seu plano é que seus membros ajudem um ao outro a alcançar completa maturidade. Os pais devem educar os filhos instruindo-os a amar o Senhor e a obedecer-Lhe. Por seu exemplo e suas palavras, devem ensinar-lhes que Cristo é um disciplinador amoroso, sempre terno e solícito, desejando que eles se tornem membros do Seu corpo, a família de Deus que abrange tanto pessoas solteiras como casadas (Gn 2:18-25; Êx 20:12; Dt 6:5-9; Pv 22:6; Ml 4:5, 6; Mt 5:31, 32; 19:3-9, 12; Mc 10:11, 12; Jo 2:1-11; 1Co 7:7, 10, 11; 2Co 6:14; Ef 5:21-33; 6:1-4.) – Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia, nº- 23
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A rtigo de C apa
Jornadas de O
conceito de “fidelidade” é a essência do estilo de vida e sistema de crença de alguém, particularmente dos cristãos. Alguns a descrevem como “permanecer leal a algo ou a alguém, independentemente das circunstâncias”. Outros dizem que isso implica “permanecer firme” a convicções e princípios. Para descrevê-la são usados termos como lealdade, devoção, confiança. Ela evoca uma imagem do melhor da humanidade ao nos relacionarmos não apenas uns com os outros, mas com nosso Criador. As histórias de fidelidade à família, amigos, país e
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fé
a Deus são muitas, inspiradoras e nos incentivam a ser melhores: mais atenciosos, mais corajosos. Mas, em nossa fraqueza, como seres humanos, infelizmente muitas vezes falhamos. Não alcançamos aquele pináculo de “grandeza e bondade” que desejamos alcançar. No entanto, para Deus não há limitações. A fidelidade é parte de seu caráter (Êx 34:6, NVI); ela ajuda a definir quem Ele é. “Grande é a sua fidelidade” (Lm 3:23). Ao descrever personagens bíblicos que sofreram censura e perseguição pelo “seu nome”, Ellen White não elogia a fidelidade desses homens e
fidelidade
e adversidade
Julene Duerksen-Kapao “Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento; reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e ele endireitará as suas veredas” (Pv 3:5, 6).
D
mulheres, mas dá todo o crédito a Deus: “Esses exemplos de humana firmeza dão testemunho da fidelidade das promessas de Deus, de Sua permanente presença e mantenedora graça” (Atos dos Apóstolos, p. 575). Afinal, só Ele é verdadeiramente fiel. As curtas narrativas a seguir vêm da África Ocidental, Nova Zelândia, Malásia, Chade, Índia e Estados Unidos. Elas descrevem jornadas pessoais de fé que revelam o caráter de amor do Deus em quem os autores creem e adoram. Que essas histórias o inspirem a amar e a confiar mais no Senhor. — Os editores
ezenove de agosto de 2009. Essa data mudou minha vida, meus planos e tudo o mais. Nas semanas anteriores ao dia 19 de agosto, fizemos uma viagem da Nova Zelândia à Califórnia para visitar minha família, e uma viagem de fim de semana a Melbourne, Austrália, com meu filho de quatro anos de idade, para falar em uma conferência de mulheres. Durante a conferência, fui acometida por uma dor de cabeça que não cedia nem um pouco, independentemente do que eu fizesse: dormir, tomar remédio ou beber água. Nos dias seguintes, após retornar da Austrália, senti vários sintomas bizarros, como visão turva, sensibilidade à luz, dor de cabeça, exaustão, problema de equilíbrio, falta de apetite e fraqueza. No dia 19 de agosto, um colega de onde leciono, subindo a escada comigo percebeu que eu não conseguia levantar o pé direito sem tropeçar. “É melhor você ir ao Pronto Socorro”, disse ele, após ouvir sobre os outros sintomas. Os exames oftalmológicos, raios X, eletrocardiograma e uma variedade de outros exames não mostraram respostas claras. “Talvez você tenha sofrido um derrame” ou tenha um “tumor de crescimento rápido”, me disseram. A última parada foi para uma ressonância magnética. Enquanto estava deitada naquela máquina barulhenta, com a cabeça segura firmemente no lugar, eu recitava o salmo 23. “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum.” Eu não tinha a menor ideia
sobre o que o futuro me reservava, mas sabia que a mão de Deus estava sobre minha vida. Pedi a Deus que a ressonância mostrasse as respostas, pois, independentemente do resultado, eu saberia o que teria que enfrentar. Perto das 20h, um médico da emergência pediu que eu fosse para uma sala reservada. “Você tem esclerose múltipla”, e ali estava a minha resposta. Literalmente, eram “muitas cicatrizes” no meu cérebro e na medula. Chorei. Orei. Questionei. Fui para casa. Descansei. Chorei mais um pouco. Rounu, meu esposo, e nossos dois filhos pequenos brincavam muito. Não tínhamos a menor ideia de quanto essa realidade afetaria nossa vida. Em dez dias, fui admitida no hospital com náusea extrema, falta de equilíbrio e fraqueza muscular. Perdi minha habilidade de andar e falar. Não podia mover a cabeça. Nas nove semanas seguintes, Rouru segurava minha mão, cantava, dava risada comigo, e orava. Em meio ao caos, ao desconhecido, ao medo e senso de perda, eu ouvi Deus. Certa noite, tive um sonho e fui acordada por uma luz muito forte. Pulei da minha cama no hospital, mesmo sem poder andar, na ocasião, e corri para a janela. Era a segunda vinda de Jesus! Fui inundada com a paz e o calor do amor de Jesus. Suas palavras claras tomaram conta de mim: “Eis que Eu lhes digo um mistério: Nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta. Pois a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados” (1Co 15:51, 52). Iniciei uma nova vida naquele momento, uma vida de paz e total aceitação do caos que então me consumia. Deus
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A rtigo de C apa me mostrou que todos nós temos cicatrizes, algumas visíveis e outras invisíveis. Pela minha determinação de viver, e viver bem, meu neurologista, minha família e eu escolhemos a abordagem mais agressiva: seis meses de tratamento quimioterápico, iniciando em outubro de 2009. Para o primeiro tratamento, eu estava no hospital. Para o segundo, meu marido me empurrou na cadeira de rodas. Para o terceiro, eu empurrei um andador. Para o quarto, muletas. Para o
quinto e sexto, eu andei! As enfermeiras da oncologia me aplaudiram de pé! A jornada foi caótica, traumática, frustrante, abençoada e cheia de esperança. Durante os últimos cinco anos, minha fé foi provada e cresceu dramaticamente. Sou abençoada por experimentar minha fragilidade humana e tive uma oportunidade de viver conhecendo minhas cicatrizes. Agora estou melhor. Trabalho em período integral em um emprego gratificante e desafiador.
permanecer fiel,
mesmo contra a maré
Melodie Roschman “
E
les estão em toda parte.” Nosso guia gesticulava freneticamente em direção à cidade ao nosso redor. “Vocês são o alvo deles. Então, protejam um ao outro e tenham cuidado!” Estávamos em uma turnê de três semanas pela Europa, visitando prédios históricos incríveis, desfrutando de pratos deliciosos e nos esforçando para aprender pelo menos um pouco de francês. Era quase um paraíso, exceto, como fomos avisados, pelos batedores de carteira e ladrões. “Marseille é uma cidade onde eles roubam sua carteira na velocidade com que olham para você”, nos disseram. Mais tarde, em Paris, fomos mais vigilantes: no metrô, nos mercados, até no topo da Torre Eiffel. Parecia que os batedores de carteira nos perseguiriam até o fim do mundo. Pior de tudo foram os ciganos, com seus filhos no colo, pedindo informação, pedindo esmolas nos degraus dos prédios. Fomos alertados de que eles se aproveitam da sua generosidade para em seguida roubar sem que sejam vistos. Estávamos tão paranoicos com os ciganos que eles se tornaram piada. “Não consigo encontrar meus óculos de sol”, Jillian dizia. “Eu roubei”, Jenna respondia. “Surpresa! No fundo sou uma cigana!”
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Parecia errado, mas nos acostumamos a evitar o contato visual, permanecendo juntos, andando com as mãos abertas e vazias. Geralmente, os ciganos não eram tão persistentes como nos disseram. Não empurraram nenhum bebê para nossos braços. Ninguém foi roubado. Quando nos estendiam as mãos, sacudíamos a cabeça e saíamos de perto deles. Fingíamos que eram invisíveis. Certo dia, porém, quando estava saindo da Basílica do Coração Sagrado, meu amigo Matt, não aguentou mais. Olhei para cima e descobri que ele tinha ficado para trás, e estava parado nos degraus, dando alguns euros para uma senhora de idade usando um xale. Em seguida ele correu para me alcançar. “Não pude dizer não”, disse ele simplesmente. Instantaneamente, fiquei envergonhada, humilhada por sua generosidade instintiva a despeito do conselho. O ato simples de Matt me lembrou as palavras do evangelista Tony Campolo: “Deus coloca riqueza em nossas mãos sem nenhuma garantia nossa de que usaremos o que Ele nos dá do modo que o agrade. Ele confia em nós. Por que não fazer pelos outros o que Ele fez por nós? Naquele grande dia quando estarei
Uso medicamentos todos os dias para prolongar a remissão e diminuir a gravidade da reincidência. Brinco com meus filhos e vivo na esperança da segunda vinda do meu querido Salvador. n
Julene Duerksen-Kapao é assistente de
gerência administrativa e facilitadora de aprendizado na Te Aroha Noa Community Services Trust. Ela, o esposo Rouru e os dois filhos – Gwen, 7, e Griffyn, 10 – vivem em Palmerston North, Nova Zelândia.
Enquanto o restante de nós, obediente e devido ao medo, não tratou aquele povo como seres humanos, Matt estendeu a mão. diante do Senhor, Ele me perguntará se doei ao necessitado. Penso que não vai resolver se eu disser: ‘Eu até pensei nisso, mis eles não pareciam de confiança.’”1 Enquanto o restante de nós, obediente e devido ao medo, não tratou aquele povo como seres humanos, Matt estendeu a mão. Ele se inclinou, sorriu, e doou. “O que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram.” “Pois Eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram” (Mt 25:35, 36 NIV). n 1 Tony
Campolo, Is Jesus a Republican or a Democrat? (W Publishing Group, 1995), p. 160.
Melodie Roschman é estudante pós-graduada na Universidade McMaster, em Hamilton, Ontário, Canadá, e estuda gênero, literatura moderna e resistência sem violência. É graduada em inglês e jornalismo pela Universidade Andrews.
fé arrojada Olen Netteburg
N
o caminho de nosso hospital, em Bere, Chade, até a Nigéria, passamos por tribos que falam nagere, marabá, lelé, zime, moussaye, keira, toupouri, francês, árabe – tudo isso antes de chegar à fronteira de Camarões. Uma mulher chegou ao nosso hospital. Ninguém conseguia entender o que falava, mas ela trouxe a filhinha bebê muito doente. Rapidamente diagnosticamos que ela estava com malária e começamos o tratamento endovenoso com quinino. Era evidente que a mãe não tinha nenhum dinheiro, mas fizemos o que sempre fazemos: tratamos gratuitamente a criança e alimentamos mãe e filha. O bebê precisava de três dias de tratamento endovenoso constante antes de começar a comer outra vez. Mantivemos mãe e filha no hospital por quatro dias, enquanto tentávamos descobrir o que fazer com essa família. Certo dia, percebi que a mãe estava lendo sua Bíblia e vi a palavra “hausa”, um idioma do norte da Nigéria. Conscientemente pronunciei a única palavra que eu sabia em hausa, “sannu”(olá). Seus olhos se iluminaram e ela respondeu vigorosamente: “Sannu! Sannu! Sannu!” sacudindo minha mão como a de um amigo que há muito tempo não via. Pode imaginar um país com mais de 120 idiomas? Ninguém entende você! Providencialmente, Naomie, uma das senhoras que trabalham conosco, passou vários anos na Nigéria e fala o hausa fluentemente. Chamei-a imediatamente e ela falou com aquela mãe. Soubemos que seu nome era Nagodé e ouvimos sua história incrível. Um homem da tribo Chadian Nagere se mudou para a Nigéria em
busca de trabalho. Ele conheceu Nagodé e com ela se casou. Tiveram uma menina e a chamaram de Abençoada. Boko Haram, um grupo terrorista, começou a perseguir e a matar chadianos. Pego em uma emboscada, o esposo fugiu para o deserto, desaparecendo por meses. E foi aí que o otimismo de Nagodé se tornou aparente. Um otimismo absolutamente arrojado. Nagodé imaginou que o esposo poderia ter retornado para o Chad, assim ela fez o que toda pessoa arrojadamente otimista faria. Saiu à sua procura. Ela cruzou a fronteira de Camarões e foi de igreja em igreja, pedindo uma quantia exata de dinheiro necessário para chegar à próxima igreja. Ela chegou ao Chade e tentou perguntar onde poderia achar uma tribo nangere. Ao viajar para cada vez mais longe de sua terra, as chances eram cada vez menores de encontrar alguém que falasse hausa. Ela começou a passar alguns dias em cada aldeia, procurando pessoas que falassem hausa. Nagodé chegou a Kelo, uma aldeia a 42 quilômetros de Bere, e soube que estava próxima ao epicentro da tribo Nangere. Então ela caminhou os 42 quilômetros até Bere exatamente da mesma forma que tinha caminhado os cem quilômetros anteriores, a pé, com suas suas posses amarradas às costas: Abençoada e sua Bíblia em hausa. Em meio a tudo isso, a crença totalmente otimista de Nagodé naquilo em que não tinha a menor evidência, sua fidelidade nunca vacilou. Ao chegar a Bere, seus problemas estavam só começando. Nagodé passou três dias morando e dormindo no mercado, procurando por alguém que a pudesse entender. Ela não comeu as poucas migalhas que encontrava, mas
A crença totalmente otimista de Nagodé naquilo em que não tinha a menor evidência, nunca vacilou. dava à Abençoada. Quando seu bebê foi infectado com malária, um estranho as trouxe ao nosso hospital. Alimentamos Nagodé. Ao começar a recuperar suas forças, ela também começou a sorrir. A vida voltou aos seus olhos, bem como aos olhos da Abençoada. Em meio a tudo isso, Nagodé continuou a ler sua Bíblia todos os dias. Naomie, mãe que também cria quatro filhos sozinha, veio a mim em lágrimas, em nome de Nagodé, e implorou minha permissão para levar Nagodé e Abençoada para a sua casa. Eu não sei o final dessa história. Não sei se Nagodé conseguiu encontrar seu esposo. Eu não sei se ele foi morto pelo Boko Haram, se está escondido na selva africana, ou se está procurando a esposa e a filha na Nigéria, Camarões ou Chade. Mas eu sei que Deus colocou Naomie no caminho de Nagodé exatamente no momento certo. Sei que Abençoada teria morrido pela malária sem os medicamentos gratuitos doados pela fidelidade de nossos doadores. O otimismo, determinação e fidelidade de Nagodé salvaram a vida de Abençoada, e provavelmente a dela mesma. Nagodé coloca em ação seu otimismo ousado. Será que Pedro concordaria em declarar que essa é uma definição alternativa de fidelidade? Motivada pelo instinto materno e leitura devota em sua Bíblia no idioma hausa, Nagodé
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A rtigo de C apa
saiu às cegas em busca daquilo em que confiava e tinha segurança, apesar de não ter o que qualquer pessoa racional consideraria como essencial – um plano decente ou a evidência de sucesso. Mãe e filha estão bem alimentadas, saudáveis e felizes. Nagodé me agradeceu incessantemente, desejando as
bênçãos de Deus sobre mim pelo tratamento gratuito dispensado à Abençoada em nosso hospital, o que só foi possível devido à fidelidade de nossos doadores. Mas o que Nagodé não sabia é que sua fidelidade, seu otimismo ousado já haviam me abençoado. n
fiel à guarda
do sábado
Raymond Adivignon Hounnonkpe
A
história bíblica de Daniel e seus amigos, o compromisso de viver segundo os princípios de Deus, tem sido um incentivo poderoso em meus momentos decisivos. Seguir Jesus significa levar Sua cruz, mesmo quando se trata de guardar o sábado em um país como Benim. Fui criado na Costa do Marfim. Em 2001, viajei para Benim, para morar com meus dois irmãos mais velhos e continuar meus estudos. O mais novo era adventista. Comecei a frequentar a Igreja Adventista, e fui batizado em maio de 2007. Mesmo sendo um adventista, continuei prestando meus exames aos sábados, até conseguir o diploma para ingressar na universidade. Então, prestei um exame para o curso de professor universitário, e passei. Assim, em novembro de 2009, parti para Natitingou, norte de Benim, para continuar meu curso universitário ali. Em Natitingou tínhamos aulas e provas aos sábados. Comecei a perder as aulas para ir à igreja, mas quando as provas chegaram, não ia à igreja para fazer as provas. Minha consciência doía e eu não sabia o que fazer. Minha frequência à igreja era irregular. Pedi a alguns irmãos da igreja que orassem
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por mim, mas parecia que as orações não ajudavam. No entanto, na metade do meu segundo ano na universidade, Deus me ajudou a tomar uma das decisões mais importantes da minha vida. A prova de cálculo foi marcada para o sábado. Hesitei. Deveria ou não fazer a prova no sábado? Fui muito fortalecido pelo testemunho oportuno da filha do nosso pastor e sua decisão de permanecer fiel ao sábado. Reli, também, a história de Daniel e seus amigos, além das histórias dos reformadores no livro O Grande Conflito. Decidi não fazer a prova, e não apenas aquela, mas todas as provas futuras. Estava pronto até para desistir dos meus estudos para glorificar o nome de Deus. Essa não foi uma decisão fácil, mas o Espírito de Deus me ajudou. Quando o sábado chegou, fui para a igreja. Meus amigos não conseguiam entender. Muitos deles me faziam perguntas e essa foi uma oportunidade de eu falar para eles sobre minha crença. Não fiz a prova e Deus me mostrou Seu poder. Os professores decidiram repetir minha nota anterior naquela matéria. Esse milagre me animou a ser ainda mais fiel a Deus. Até o fim dos meus estudos em Natitingou, Deus me deu forças para permanecer fiel à minha
Olen Netteburg e a esposa Danae, são médicos no Hospital Béré, em Chade, África. Sua família é formada por dois filhos, Lyol e Zane, e duas filhas, Adison e Juniper. Para saber mais sobre seu trabalho no Chade, visite seu blog na página missionarydoctors.blogspot.com
Fui muito fortalecido pelo testemunho oportuno da filha do nosso pastor e sua decisão de permanecer fiel ao sábado. decisão de santificar Seu santo dia. Infelizmente, aquele não foi o último dos meus desafios no sábado. As cerimônias de formatura no fim dos três anos de estudos foram realizadas no sábado, e escolhi não participar, embora, pela graça de Deus, eu fosse o primeiro aluno da classe. Mais uma vez, tive a chance de explicar sobre o sábado para meus amigos e professores. Em 2014, tive a oportunidade de fazer um teste de admissão para o curso de estatística, no Senegal, África Ocidental. Quando soube que haveria aulas aos sábados, desisti. Alguns dos meus parentes não concordaram comigo, mas para mim, somente a vontade de Deus era importante. Decidi continuar meus estudos mais perto de casa. As provas continuaram sendo
marcadas para o sábado, mas sempre escolhi guardar o sábado e não fazer as provas. O exame final também foi marcado para o sábado, mas o Senhor interveio e os professores permitiram que eu fizesse em outro dia. Guardar o sábado é um desafio para muitas pessoas. Minhas experiências me
ajudaram a entender que não devemos ter medo de ser totalmente comprometidos com Deus. Apesar de todos os obstáculos, Deus tem me sustentado consistentemente. Hoje estou cursando doutorado em matemática, sendo orientado por um professor que até já se decepcionou comigo devido à minha
compartilhando
as bênçãos de Deus
Faith Toh
E
ntre as colinas de Sabah, rodeadas pelas montanhas da Malásia, está uma pequena aldeia. Para chegar lá, é necessário viajar 36 quilômetros em uma estrada esburacada até o rio. A travessia desse rio é incerta. Durante os meses de seca, é tranquila, mas na estação das chuvas, o nível da água sobe muito e é quase impossível atravessar o rio. Quando é possível chegar do outro lado do rio, há outra viagem a solavancos até Bambangan. O lugar é muito bonito, e do topo da colina mais alta, pode-se ver as costas do Monte Kinabalu a distância. O povo de Bambangan sobrevive da lavoura. Há uma escola que serve essa comunidade e uma aldeia vizinha, a cerca de 40 minutos de distância. A escola, chamada Sekolah Rendah Advent Banbangan (ou Escola Adventista Fundamental de Banbangan), emprega três professores que lecionam da 1 à 6 séries. Neste ano, 53 crianças foram matriculadas, mas a frequência atual cai para 20 durante o período das colheitas, de plantio e estação chuvosa. Nesse lugar em que os pais mal conseguem alimentar os filhos, pagar mensalidades escolares às vezes é um luxo que não podem assumir.
Ester Gerber tem mantido fielmente o trabalho da Escola Bambangan, sendo mentora incansável dos alunos há 13 anos. Ester nasceu em uma pequena cidade da Alemanha, sendo a sexta filha de uma família pobre. Não foi fácil para seus pais sustentar os filhos. No entanto, eles se esforçaram para que ela terminasse os estudos. Ester é apaixonada por educação. Para ela, manter a escola significa mais do que apenas contribuir financeiramente para ajudar a pagar os salários dos professores ou oferecer bolsas de estudos. Ela diz: “Tornar o mundo um pouquinho melhor para alguém, não é apenas dar um empurrão e depois dizer: ‘Está bem, foi um prazer conhecê-lo. Adeus!’ As pessoas precisam ser tratadas com respeito, imparcialidade, justiça, não importando se são ricas ou pobres, cultas ou ignorantes [...] Não importa de onde venham, todos devem saber que são príncipes e princesas de nosso Pai celestial.” Estevão* é graduado da Escola Bambangan. Influenciado por más companhias de outras escolas, estava seguindo pelo caminho errado. Ele tinha tanto potencial, mas parecia não estar interessado em aprender. Ester foi inflexível e disse a ele: “Está bem, rapaz, não vou forçar você. Será a sua
fidelidade ao sábado. Nosso Deus é maravilhoso e poderoso. Para Ele nada é impossível. Vamos escolher confiar nEle! n
Raymond Adivignon Hounnonkpe está
cursando doutorado em matemática, em Benim, África Ocidental.
força de vontade. Mas gostaria que você mudasse de escola no seu último ano. Por favor, poderia considerar a ideia?” Estevão acabou mudando de escola. “Nos dois primeiros meses, ele me enviava uma mensagem atrás da outra”, Ester se lembra, “implorando que eu permitisse que ele voltasse à sua antiga escola porque estava muito triste.” Porém, oito meses mais tarde, Estevão começou a contar para Ester como sua vida tinha mudado por ter mudado de escola. Ele se tornou líder espiritual, envolvido nas atividades da igreja. “Ainda tem muito a crescer, mas Deus está guiando sua vida”, diz Ester. “Podemos melhorar a vida dos alunos; podemos até melhorar seu bemestar”, acrescenta ela. “Mas a menos que levemos a eles as boas-novas e os ajudemos a aceitar Jesus como Salvador pessoal, qual terá sido nosso mérito?” Ester, que continua a aconselhar os estudantes, é rápida em afirmar: “Não é a minha fé que mantém Bambangan viva. É Bambangan que mantém viva a minha fé.” “As vezes me sinto totalmente sem energia. Então Deus me dá força, e posso voar e planar como a águia. Deus realmente tem me abençoado, e abençoado minha família. Preciso transmitir a bênção para outros. Na realidade, não estou doando nada porque estou recebendo muito mais de volta.” n * Pseudônimo.
Faith Toh, é de Singapura, trabalha para o Studio Elpizo. Fevereiro 2016 | Adventist World
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D evocional
Chantal J. Klingbeil
retratos
de
fidelidade
“E Jônatas disse a seu escudeiro: ‘Vamos ao destacamento daqueles incircuncisos. Talvez o Senhor aja em nosso favor, pois nada pode impedir o Senhor de salvar, seja com muitos ou com poucos’” (1Sm 14:6). Jônatas, como você conseguiu? (muitas vezes acho a vida tão complicada. Às vezes, parece ser impossível ser fiel às pessoas à minha volta, quando não estão suprindo minhas necessidades). Como você conseguiu ser fiel ao seu pai, o rei Saul, que por duas vezes até tentou tirar sua vida? Você sempre permaneceu leal à sua família. E, ao mesmo tempo, foi fiel ao seu amigo Davi, a quem seu pai queria matar. Sempre foram melhores amigos e você jurou lealdade a Davi, mesmo quando entendeu que ele assumiria o trono que seria seu. Como conseguiu fazer isso?
or me livre de os: “Que o Senh ad ld so us se a e contra ele, “E então diss , de erguer a mão or nh se eu m a fazer tal coisa :6). Senhor” (1Sm 24 ela pois é o ungido do de de ouro naqu da ni tu or op a um nto ve ta te a cê vi ndo ha Davi, vo o estava persegui e qu , ul ça Sa en i es re pr caverna! O te alheio à caverna totalmen esto esto esperar! Det tempo, entrou na et (D ndidos ali co rar es pe s Es en . m ito ho re di dos seus o ser meu er id ns co e qu s isa e, a esperar pelas co s da maneira qu atuação de Deu a r inha ve m m à se e r st ra te e espe verdadeiro um é ir, ag a ri ve al. A espada meu ver, Ele de recia providenci pa é at l; ci fá o tã morando no fé). Teria sido o longo período e , vo al u se do ria chegado ao teria encontra o um animal te m co do . ça ca o talmente aberto deserto, send trono estaria to o ra pa . ho ul in Sa m fim, e o ca tirar a vida de cê escolheu não – Mesmo assim, vo quieto e esperou co de Deus. Fi u po m te lo u? pe ui u Espero você conseg po dEle. Como sendo fiel ao tem
“Urias respondeu: “A arca e os homens de Israel e de Judá repousam em tendas; o meu senhor Joabe e os seus soldados estão acampados ao ar livre. Com o poderia eu ir para casa para comer, beber e deitar-me com minha mulher? Juro por teu nome e por tua vida que não farei uma coisa dessas!” (2Sm 11:11). Sabemos que “o hitita”, foi fiel ao seu país de adoção e fiel ao seu Deus. (Para mim, é difícil ser fiel quando isso requer ir contra a correnteza. Ser fiel significa permanecer leal a algo mesmo qua ndo outros me decepcionam, mesmo qua ndo outros tentam me manipular ou me subornar). Você foi leal e corajoso, Uri as! Adotou padrões elevados e os mante ve. Isso fazia parte de sua estrutura de tal maneira que presentes, subornos, inclus ive prazeres perfeitamente permitidos não o distraíam de sua lealdade e fidelidade. Enquanto a arca de Deus e o exército do Senhor estivessem no campo de bat alha, nada o persuadiu a ir para casa e des cansar um pouco. Sua fidelidade custou sua vida. Como você fez isso?
f o t o :
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P i x a b ay / G o m e z
S a n t o s
do “Respondeu Maria: “Sou serva e a tua form con igo com ça nte aco Senhor; que palavra” (Lc 1:38). anjo e Bastou o clarão da asa de um a virada vid sua você estava pronta para ter linada a inc is ma u de cabeça para baixo. (So que algo firo Pre la. ter uma fé mais tranqui s Deu a fiel ser cil difí É eu possa controlar. ime io efíc ben hum nen quando não vejo detalhados diato). E todos aqueles planos diria? E para seu casamento? O que José vergonha os vizinhos? Como carregar essa disse nte pela vida toda? Você simplesme fala e hos sim para uma vida de cochic ar; lug m algu tórios quando entrava em preensões e uma vida marcada por incom era. O que não que calúnias de ser alguém s aqui a “Ei er: diz nte fez você simplesme ”? serva do Senhor
“Como poderia eu, então, cometer algo tão perverso e pecar contra Deus?” (Gn 39:9). José, você estava longe de casa. Estava no seu próprio Egito. Seus irmãos o tinham vendido. (Ser fiel quando todos estão olhando, é uma coisa. Para mim é muito mais difícil quando ninguém nunca vai saber. É difícil ser fiel quando o dever e o desejo seguem em direções opostas). Você tinha que estar atento por si mesmo, e então veio o ataque da Sra. Potifar. Ela representava uma oportunidade para você. Ela fez uma oferta que seria muito difícil de recusar! No entanto, você não aceitou e fugiu, inclusive deixando para trás a sua capa. Qual foi o motivo da sua fidelidade para com seu mestre pagão? Como você conseguiu ser fiel a um Deus que permitiu que você fosse levado para longe de tudo o que fazia a vida valer a pena?
“Elias, porém, lhe dis se: ‘Não tenha medo. Vá para casa e faça o que disse. Mas primeiro faça um pequ eno bolo com o que você tem e traga para mim, e depo is faça algo para você e para o seu filho’ ” (1Rs 17:13). Você era uma viúva po bre, da cidade de Sarep ta. O profeta pediu sua últim a porção de óleo e far inha. Você tinha um filho para ali mentar. Quem era ess e homem estrangeiro de Deus qu e assegurou a você qu e aquilo que ele dizia era verdade? Por que você foi para casa e fez aquele último pão para ele? Im agino que você não tin ha muito a perder. De toda mane ira, aquela seria mesm o a última refeição. (Às vezes me agarro muito firme às coisas. Ser fiel muitas vezes envo lve me desapegar de co isas que mantenho comigo. Ter mu ita coisa pode ser um a maldição e não uma bênção). Vo cê abriu mão do seu últ imo bocado de segurança material e jogou sua família no s braços desse Deus desconhecido. O que a fez dar esse passo de fé? Jônatas, Davi, Urias, M aria, José, a viúva de Sa repta, nenhum de vocês era perfeito. Estou certa de que todos vocês tinham seus mo mentos de dúvida e me smo assim, a história da sua vida poderia ser intitulada de Fidelidade. Sua fé resultava do seu encontro com Aquele que é fiel. Vocês vislumbraram seu Criador, que não foi limitado pelo o que é visível, ma s pode olhar para um mundo sem forma e vazio e ver árvores e animais, e pe la palavra trazê-los à existência. Vocês compreenderam qu e ali estava Alguém que os amava tanto, que viu seu poten cial, que preferiu morrer a passa r a eternidade sem su a companhia. Vocês foram preparado s para abandonar sua ideia de como as coisas dever iam ser, e escolheram confiar em Deus mesmo quando o resultado era muito diferente do que vocês tinham imag inado. Muito obrigad a por vocês terem compartilhado sua fé! O testemunho da vida de vocês é um desafio pa ra a minha.
Apeguemo-nos com firmeza à esperança que professamos, pois Aquele que prometeu é fiel (Hb 10:23).
Chantal J. Klingbeil é diretora associada do Patrimônio Literário de Ellen G. White na Associação Geral. É casada com Gerald e tem três filhas adolescentes. Fevereiro 2016 | Adventist World
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H erança
A D V E N T I S T A
Q
uando John Tay se entregou a Jesus, tudo mudou. Ele era um adolescente que amava o mar, navios e uma pequena ilha no Mar do Sul, chamada Pitcairn. Seu amor pelo mar continuou sendo o mesmo, mas seu coração transformado por Cristo o tornou uma pessoa diferente. Para Tay, amar Jesus significava contar a todo mundo sobre seu novo Amigo. Regularmente, Tay ia ao cais para ver os navios grandes. Antes, ele costumava conversar com os capitães sobre os lugares distantes, mas então, ele passou a falar sobre Jesus e doar livros. Ele ainda pensava na ilha de Pitcairn. Será que o povo ali conhecia Jesus? O início de uma aventura
Em 1886, Tay não resistiu. Deixou a esposa e seu lar em Oakland, Califórnia, conseguiu passagens em quatro navios diferentes, e foi para a Ilha Pitcairn, cerca de quatro meses depois. John permaneceu na ilha até a chegada do navio seguinte, cerca de cinco semanas mais tarde. Durante esse tempo, ele pregou sobre Jesus. Enquanto comia com o povo, ele falava de Jesus. Deu estudos bíblicos e, quando partiu, todas as pessoas de Pitcairn estavam guardando o sábado e pedindo o batismo! Tay prometeu enviar um pastor para fazer o batismo e organizar uma igreja. Em abril de 1888, a Igreja Adventista concordou em enviar um pastor a Pitcairn. Pediram a Andrew John Cudney, 34, e pastor em Nebraska, que acompanhasse Tay a Pitcairn. Disseram que eles teriam de chegar lá por conta própria. O desejo de Cudney era falar de Jesus, por isso não hesitou. Deixou a esposa e dois filhos pequenos e respondeu ao chamado, mesmo sendo para percorrer mais de oito mil quilômetros de distância, e não tendo a menor ideia de como chegar lá. Mas ele iria assim mesmo, pois queria que as pessoas ouvissem sobre Jesus. Cudney e Tay chegaram a São
Francisco, Califórnia, em maio de 1888. Esperaram por várias semanas, mas não encontraram nenhum navio partindo para o Pacífico Sul. Os líderes da igreja os aconselharam a se separar. Tay permaneceria na Califórnia esperando por um navio que iria para o Taiti. Cudney deveria ir para Honolulu, Havaí, no dia 20 de maio. Lá, ele deveria tomar um navio para o Taiti, encontrar-se com Tay e juntos partiriam para Pitcairn. Esse pareceu um bom plano, mas quando Cudney chegou ao Havaí, descobriu que ali também não havia navios para o Taiti. Ele ficou sem saber o que fazer. Parecia imprudente voltar para a Califórnia. Por outro lado, parecia impossível seguir adiante. N. F. Burgess, um cristão, se ofereceu para comprar um navio de transporte, usado, que estava indo a leilão. Ele o reformaria e deixaria pronto para a navegação contanto que fosse usado para ir a Pitcairn.
Animado, Cudney concordou. Enquanto esperava, Cudney falou de Jesus para as pessoas, no Havaí. Ele os incentivou, deu estudos bíblicos e, antes de partir para o Taiti, organizou uma Igreja Adventista do Sétimo Dia, com nove membros, em Honolulu. “Nos encontraremos em Pitcairn!”
No dia 31 de julho, Cudney partiu de Honolulu no recém-reformado Phoebe
John Cudney
Merle Poirier
Fiel morte
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até à
Pessoas comuns que aceitaram o chamado de Deus, a despeito da incerteza
Chapman para se encontrar com Tay, no Taiti. Pouco antes de partir, ele escreveu sobre seu desejo de falar de Jesus: “Um capitão inglês, de muita experiência, cuja esposa é observadora do sábado, será o comandante. Ele fala os principais idiomas dos mares do sul. Um sueco que fala cinco idiomas, será seu assistente. Os dois homens que cuidarão do mastro, vão até o Taiti receber salário [...] parece que a mão de Deus está dirigindo esse trabalho. A tripulação é estrangeira; mas a maioria deles parece ser de homens excepcionalmente bons, e acredito que alguns vão aceitar o amor de Deus antes do fim da viagem. Zarparemos hoje, ao meio-dia, indo
deiro do esposo. Registros das reuniões, orações e votos revelam a ansiedade da igreja em relação ao desaparecimento do navio e sua tripulação. Tay tentou encontrar um navio que o levasse a Pitcairn, imaginando que Cudney tivesse ido sem ele. Assim que os capitães descobriam que sua intenção era falar de Jesus, não o deixavam embarcar. Após esperar por seis meses no Taiti, finalmente voltou para casa. Um ano mais tarde, sem ter notícias de Cudney e a tripulação, entenderam que ele devia ter se perdido no mar. A esposa dele guardou suas roupas por vários anos, na esperança de que ele tivesse encalhado em outra ilha e um dia fosse encontrado. Chamado à ação
John Tay, sentado na extrema direita da primeira fila, foi parte da primeira tripulação do Pitcairn (veja abaixo), como carpinteiro do navio.
primeiro ao Taiti, onde espero que o irmão Tay esteja esperando por mim. Então, iremos a Pitcairn, o mais rápido quanto o vento possa nos levar.”1 Enquanto isso, John Tay deixou São Francisco para o Taiti, no dia 5 de julho, chegando lá em 8 de agosto, e esperou pela chegada de Cudney. Todos os dias ele ia ao porto para perguntar sobre os navios, mas o navio de Cudney nunca chegou. A Associação Geral também estava esperando por alguma notícia sobre a chegada do navio. Ansiosa, a esposa de Cudney orava, querendo saber do paraF o t o s :
C e n t r o
pa r a
P es q u i sa
No entanto, a igreja não desistiu do pedido das pessoas em Pitcairn que ainda esperavam pelo batismo. Devido aos desafios enfrentados por Cudney e Tay, a igreja decidiu construir seu próprio navio. O Pitcairn foi inaugurado em 28 de julho de 1890, levando três casais de missionários, entre eles John Tay e a esposa. Quando chegaram à ilha, 82 pessoas foram batizadas na igreja recém-organizada. Os restos do Phoebe Chapman foram encontrados na costa oeste do Taiti, em 1891. A. J. Cudney, embora perto, nunca chegou ao seu destino. Seguindo em frente e fiel ao seu chamado, Cudney queria falar de Jesus a despeito de qualquer obstáculo que surgisse diante dele. Agora, ele aguarda a segunda vinda de Jesus, quando Ele, o Doador da vida o chamará mais uma vez, mas então, de seu túmulo no mar de onde ouvirá as palavras: “Muito bem, servo bom e fiel [...] entra no gozo do teu Senhor” (Mt 25:21, ARA). n 1 Advent
A d v e n t i s ta
Review and Herald, 21 de agosto de 1888, p. 539.
Merle Poirier é
gerente de operações da Adventist World.
Phoebe Chapman
Palavras
descuidadas
Em Petaluma, Califórnia (EUA), a família Chapman foi uma das primeiras famílias a aceitarem a verdade apresentada por John Loughbourough. Sua filha Phoebe, era uma jovem conhecida por sua beleza e vários pretendentes se interessaram por ela. A família conta a história do dia em que um jovem se aproximou de Phoebe, querendo impressionar. Ele falou que tinha dado o nome dela ao primeiro navio missionário adventista: Phoebe Chapman. Ao ouvir isso, ela meneou a cabeça e disse: “Espero que ele naufrague!”1 Mais tarde, após ouvir a notícia sobre a perda da embarcação, ela se arrependeu do que havia dito. Embora suas palavras não tenham provocado a tragédia, não é sábio falarmos descuidadamente. “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” (Fl 4:8, ARA). 1 Mary
Colby Monteith, “California’s First Tent Campaign,” Adventist Review, February 28, 1980.
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R E S P O S T A S
A
P E R G U N T A S
B Í B L I C A S
Símbolos Hebreus 10:19 e 20 estaria declarando que o véu do templo representa a carne de Jesus?
e
metáforas
Permita que eu cite a passagem à qual se refere: “Portanto, irmãos, temos plena confiança para entrar no Lugar Santíssimo (Gr. ton hagion, “o santuário”) pelo sangue de Jesus, por um novo e vivo caminho que Ele nos abriu (Gr. enekainisen, “deu posse”) por meio do véu, isto é, do seu corpo (Gr. sarx, “carne”) [...]” (NVI). Os estudiosos da Bíblia oferecem três interpretações principais desses versos. Precisamos de uma interpretação que seja contextualizada e compatível com a mensagem da carta como um todo. 1. O véu é a carne de Cristo: Essa leitura é apoiada exclusivamente pelo fato de que a frase “isto é” em Hebreus muitas vezes se refere ao substantivo ou frase anterior. Nesse caso significaria que Cristo abriu um caminho através do véu, isto é, através do véu que é Sua carne. Permita que eu faça alguns comentários. Primeiro, o “isto é” explicativo nem sempre se refere ao substantivo ou frase anterior (Hb 7:5; 13:15). A frase pode estar relacionada a “por meio do véu”, ou a outra coisa. Segundo, a ideia de que Cristo abriu o caminho por meio do véu que é a Sua carne, é, no mínimo, extremamente obscura. Se o véu era um obstáculo que teve que ser removido a fim de se ter acesso a Deus, a ideia seria de que a “carne” de Jesus teria que ser removida para se chegar a Deus! Como a comparação entre o véu e a carne de Cristo não é encontrada nenhuma outra vez em Hebreus e não é desenvolvida em nosso texto, os estudiosos explicam o conceito de outras maneiras. A ideia comum é que a preposição “por meio (do véu/sua carne)” é usada de duas maneiras. Por meio do véu seria uma referência a se mover de um lugar para outro, enquanto que “por meio de sua carne” designaria Cristo como o instrumento de acesso. Esse uso distinto é altamente questionável. Terceiro, se o véu do tabernáculo celestial é a carne de Cristo, o apóstolo estaria usando uma interpretação metafórica ou até alegórica do santuário celeste. Isso vai contra a convicção do apóstolo de que no Céu há um santuário com um véu, onde está o trono de Deus. Por essa e outras razões essa interpretação não é confiável.
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2. O sangue de Cristo é o caminho: Já foi sugerido que a frase “isto é” se refere ao “caminho” – “o caminho [...] isto é, (o caminho) da sua carne.” Essa possível leitura do texto evita as armadilhas da anterior. Cristo é identificado como a maneira, o meio, nosso acesso a Deus. Mas pelo fato de o “isto é” explicativo estar muito distante do “caminho”, enfraquece essa leitura. No entanto, se assumíssemos que o substantivo “caminho” deve ser repetido antes de “sua carne” o problema estaria resolvido. 3. “Isto é” se refere ao teor da sentença: Segundo esse ponto de vista, “isto é” se refere à declaração de que Cristo “deu posse (incorretamente traduzido por “abriu”) um novo e vivo caminho por meio do véu através da sua carne.” E em outras palavras, o novo caminho de acesso a Deus é o resultado de sua encarnação que tornou possível sua morte sacrificial. Essa ideia é mais comumente encontrada em Hebreus (e.g., 2:14; 6:19, 20; 9:12, 24-26). A ideia de acesso a Deus por meio de Cristo é central em Hebreus. Essa interpretação também é apoiada, como sugerida por vários estudiosos, pelos versos que estamos considerando. Alguns paralelos importantes entre os versos 19 e 20 nos ajudam a esclarecer o uso do “isto é”: Verso 19 Entrar no santuário pelo sangue de Jesus
Verso 20 um novo e vivo caminho por meio do véu que é, por meio de sua carne.
A ideia de entrar é desenvolvida mais tarde pela menção do novo caminho: acesso ao santuário por meio do véu. Através da carne de Cristo claramente se refere ao sangue de Jesus na cruz como o recurso de acesso a Deus, não ao véu do santuário celestial. Essa interpretação aparenta ser a melhor nos aspectos gramatical, contextual e teológico. n
Angel Manuel Rodríguez é aposentado, após servir a igreja como pastor, professor e teólogo.
E studo
B íblico
Mark A. Finley
Moisés
amigo de Deus
A
vida de Moisés é uma história sobre a direção miraculosa e instrução providencial de Deus. Embora os traços de caráter de Moisés fossem comuns ao ser humano, sua vida demonstra a glória do perdão e do poder de Deus. Moisés enfrentou grandes obstáculos e poderia ter sido dominado pelos desafios enfrentados. Mas ele fixou os olhos além dos problemas e resistiu, pela fé, porque viu “aquele que é invisível” (Hb11:27). Enfrentando imensos desafios, obstáculos e dificuldades, Moisés desenvolveu uma íntima amizade com Deus. Próximo ao final do livro de Êxodo encontramos o relato: “O Senhor falava com Moisés face a face, como quem fala com seu amigo” (Êx 33:11). O que poderia ser mais gratificante? A maior alegria da vida é conhecer a Deus intimamente e falar com Ele como a um amigo. Nesta lição vamos rever alguns eventos que moldaram a vida de Moisés e como ele desenvolveu essa amizade tão profunda com Deus.
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Que eventos ocorridos na época do nascimento de Moisés, moldaram sua vida? Leia Êxodo 1:7-12, 22. A vida de Moisés foi seriamente impactada pelo decreto de Faraó, que determinava a morte de todo bebê hebreu. Entretanto, Deus transformou essa maldição em bênção para Moisés.
2
Como a vida de Moisés foi preservada miraculosamente? E como seu futuro foi afetado? Descubra a resposta em Êxodo 2:1-10. A vida de Moisés foi preservada providencialmente para um propósito especial. Ele não apenas foi criado por sua mãe até os 12 anos de idade, mas ela foi paga pela tesouraria de Faraó para criar de seu próprio filho. Às custas de Faraó, Moisés recebeu a mais elevada educação do Egito. Deus tem uma saída, mesmo quando aparentemente ela não existe. Os planos de Deus foram bem-sucedidos, apesar da intervenção humana.
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Leia Êxodo 2:11-15. Que defeito de caráter Moisés apresentou? Devido à sua formação, educação e treinamento militar, Moisés acreditava que libertaria Israel da escravidão egípcia. Acreditava que estava pronto para realizar algo grandioso, mas Deus sabia que ele não estava pronto. Moisés teve que aprender lições de humildade, paciência e confiança. Por isso Deus o enviou para pastorear ovelhas.
4 Moisés fugiu para o deserto e lá ele cuidou de ovelhas por 40 anos. Ele deve ter pensado que já não mais poderia ser usado por Deus. Como Deus se revelou a Moisés no deserto? Leia Êxodo 3:2-10. Devido aos fracassos anteriores, facilmente Moisés poderia ter pensado que Deus o havia esquecido e que não mais poderia ser usado por Ele. Mas Deus estava cuidando de Moisés durante toda a sua peregrinação, pastoreando ovelhas pelo deserto, e no tempo certo se revelaria a ele. Então, Moisés estava pronto para libertar Israel da escravidão egípcia e ser o líder que Deus pretendia que ele fosse.
5 Qual foi a resposta de Moisés, e como Deus lhe respondeu? Leia Êxodo 3:10, 11; 14-17. Quarenta anos antes, quando Moisés julgava que estivesse pronto para libertar Israel, Deus sabia que ele necessitava de mais preparo. Assim, enviou Moisés para pastorear ovelhas durante 40 anos. Quando Deus viu que Moisés tinha aprendido as lições necessárias, Moisés achou que não estava pronto. Deus usa os que se julgam inadequados porque estão prontos a depender dele. Deus usa os que têm consciência das suas fraquezas, porque Ele pode ser a sua força.
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Em todo o livro do Êxodo, Deus revela seu poder de realizar milagres. Leia Êxodo 4:1-4, 13, 14; 6:6, 7, e mencione três milagres realizados por Deus para demonstrar seu poder maravilhoso, tanto para Israel como para as nações pagãs ao redor.
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Qual foi o propósito principal de Deus ao fazer de Moisés o líder de Israel? Leia Êxodo 9:16. Deus utilizou Moisés com o expresso propósito de revelar sua glória ao mundo. Deus utiliza cada um de nós, em nossa esfera de influência, para que, por meio de nossas palavras e testemunho, revelemos Sua glória. Nós também devemos demonstrar o poder de Deus em nossa vida para que Seu nome seja glorificado, e, à semelhança de Moisés, também sejamos amigos de Deus e o representemos corretamente em tudo o que fazemos. n
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T R O C A D E I D E I AS
Sua publicação inspira a toca vidas, por isso eu a recomendo. Pedimos que envie mais dessas revistas para alcançar nossos irmãos e irmãs nos lugares remotos do país. Clifford Keya Quênia Na estrada para Jericó
Cartas Agradecido
Sou grato pelas bênçãos contidas na Adventist World. Espero alegremente por ela, todos os meses. Por meio dessa revista fico sabendo o que está acontecendo entre meus irmãos e irmãs de todo o mundo. Os assuntos que mais me agradam são os que falam das experiências missionárias, pois me ajudam a me concentrar no ministério e me dá boas ideias. Por favor, inclua mais artigos sobre o trabalho jovem no campo missionário. Muito obrigado pela bênção de poder acessar a revista pela Internet. Luis Moreira Quito, Equador
Oraçãow
O artigo “Na estrada para Jericó” (novembro de 2015) foi tão emocionante que chorei. Precisamos desse tipo de artigo para mostrar aos outros quem é o nosso Deus! Em Gênesis 19, Deus só viu uma família fiel. Sabemos a história de Ló. Deus salvou sua família devido à sua disposição de entregar suas filhas para salvar a vida dos visitantes (anjos), que estavam sob seu teto. Ele colocou a segurança deles acima da segurança de suas próprias filhas. Ló é o sobrinho de Abraão, que em obediência a Deus, concordou em matar Isaque. Para seguir a Jesus, precisamos entregar tudo. Moni Dominic Índia/Estados Unidos Providência
Em nossas rondas aos sábados à tarde, conhecemos Leanne, ex católica, que aceitou o Grande Conflito. Não, ela não quis um DVD oferecido por minha esposa, tudo o que queria era que eu lhe desse um livro.
Ela mencionou o terrível massacre em Paris, na sexta-feira anterior (13 de novembro), do qual eu ainda não tinha nenhum conhecimento. Eu disse que a história soava como a repetição de um evento ocorrido em Paris, em 1790. Impelida pelo Espírito Santo, ela abriu o livro no capítulo 15 (A Revolução Francesa) e ficou impressionada que o livro que tinha nas mãos era tão atual quanto o jornal do dia. Louvado seja o Senhor! Tenho certeza de que ela mal podia esperar para ler o livro! Muitas bênçãos para essa revista maravilhosa. Billo Smith Queensland, Austrália Legalismo e hipocrisia
Muito obrigado pela publicação do artigo “Procura o legalismo e encontra a hipocrisia” (novembro de 2015). Foi evidenciado um assunto sobre o qual todos os cristãos devem estar cientes. Matthew Alexandra Austrália O legalismo nasce da falta de compreensão da perfeita lei de Deus. O amor é a lei. Nosso amado Messias andou e falou em perfeito amor, portanto Ele não era legalista. Ele trabalhou no sábado e foi julgado pelos legalistas por quebrar a lei. O trabalho que Jesus realizou no sábado, eram obras de amor pelos outros e aquelas
GRATIDÃO
Peço oração para que eu não desista da fé; para que Deus me ajude a guardar o sábado como está escrito na Bíblia, e por recuperação financeira. Vincent, Zimbábue Por favor, ore para que entregue todo o meu coração a Cristo e consiga uma promoção no trabalho. Peter, África do Sul
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Peço oração para que o Senhor realize uma mudança profunda e radical em minha vida. Quero ser reavivada espiritualmente, moralmente e em todos os outros pontos de vista. Que Ele me perdoe, limpe e santifique porque quero renovar meu compromisso com Ele. Merizier, Haiti
Certa vez pedi ao grupo de oração que orasse por mim. Estava confiando em Deus como única fonte para um bom emprego e uma mulher para ser minha esposa. Estou feliz ao informar que Deus ouviu nossas orações. Eu tenho um bom trabalho e uma linda esposa. De fato, se nos unimos em oração, Deus nos responde. Peter, Maláwi
C o wa n
Como enviar cartas: letters@ adventist world.org. As cartas devem ser escritas com clareza, contendo, no máximo, 100 palavras. Inclua na carta o nome do artigo e a data da publicação. Coloque também seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. As cartas serão editadas por questão de espaço e clareza. Nem todas as cartas enviadas serão publicadas.
F r ee i m ages . c o m / R i c k
obras estavam agradando a Yahweh e não eram contrárias aos mandamentos. É bom fazer boas obras aos sábados. Precisamos aprender a caminhar na bondade e no amor do Espírito Santo. É legalismo ficar obcecado com o cumprimento rigoroso das leis e estatutos, sem compreender ou seguir o significado profundo da lei. Ame a Deus de todo o coração, mente, corpo e alma; e ame uns aos outros igual ou mais do que a si mesmo. É nisso que está baseada a lei. Quando vivemos em amor, naturalmente nossa tendência é estar em harmonia com os mandamentos. Mas ao tentar viver apenas pelos estatutos e mandamentos sem amor, somos como trapos de imundícia para Yahweh e definitivamente legalistas. Não há lei contra as ações e os pensamentos que são fruto do Espírito Santo. O amor é o significado e o objetivo da lei, quando verdadeiramente vivemos a lei, somos realmente livres. A Deus, aleluias para todo o sempre pois Ele é realmente bom e maravilhoso em todos os Seus caminhos! Jason Gilbertson Via Facebook Hawai, Estados Unidos
De
dois em dois
Todos os dias respiramos cerca de 23.040 vezes, movimentando 12,4 metros cúbicos de ar. As respirações acontecem aos pares, exceto em duas ocasiões na vida: no nascimento, quando inspiramos pela primeira vez, e na morte, quando expiramos pela última vez. Fonte: A Natural History of the Senses
Com pelo menos metade do mundo (Hemisfério Norte) ainda mergulhado nas temperaturas geladas do inverno, considere esse chá de ervas para aliviar uma dor de garganta ou para ajudar a dormir quando tirar uma soneca de inverno.
Hora do
chá
chá verde chá oolong chá de menta ou hortelã chá branco chá de rooibos Fonte: EatThis.com fOTO : P IX A B A Y / La r i sa K o sh k i n a
Por favor, ore por minha família, pois não quero que ninguém se perca. Estou preocupada com a nossa salvação. Por favor, ore para que compreendamos a importância de estarmos prontos para a segunda vinda de Cristo e nos ajude a ver quão perto ela está. Vicky, Reino Unido
Minha família está passando por muitas dificuldades. Por favor, ore por nossa situação financeira. Meu esposo abandonou a mim e aos nossos filhos. Mercy, Zimbabwe Por favor, ore por mim e por minha noiva. Estou estudando em outro país e nosso relacionamento está por um fio.
Por favor, ore para em breve ela possa vir para perto de mim. Nome não revelado, Brasil Oração & Gratidão: Envie seus pedidos de oração ou agradecimentos (gratidão por orações respondidas) para prayer@adventistworld.org. As participações devem ser curtas e concisas, de no máximo 50 palavras. Os textos poderão ser editados por questão de espaço e clareza. Nem todas as participações serão publicadas. Por favor, inclua seu nome e o nome do seu país. Os pedidos também podem ser enviados por fax para o número: 1-301-680-6638; ou por carta para Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904-6600, EUA.
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T R O C A D E I D E I AS S ermão
há
65
anos
Em fevereiro de 1951, em uma reunião da comissão da União Angolana, realizada em Nova Lisboa, Angola, foi inaugurada a Casa Publicadora da Angola, tendo E. L. Jewell como administrador. Já em 1937, as publicações da Escola Sabatina eram impressas em uma duplicadora; em seguida, em uma prensa Multigraph da Escola de Formação do Bongo, em Lepi. Os planos para a aquisição de um prelo maior começaram quando se tornou evidente que seria necessária mais de uma gráfica para produzir a quantidade planejada de literatura. A princípio, a casa publicadora de Angola era associada à publicadora de Portugal com o nome de Publicadora Atlântico Limitada – Filial Angola. Após ser escolhido um prédio em Nova Lisboa e encomendado um prelo cilíndrico Babcok e uma guilhotina, a prefeitura decidiu alargar a rua tornando necessário reduzir o tamanho do prédio, ficando assim inadequado para gráfica. A nova planta foi concluída em 1958, na Missão Bongo. Hoje, a Casa Publicadora Angolana é administrada pela União Missão Angolana Ocidental e foi transferida para Huambo, no final da década de 1970.
Cristãos
multiculturais Os adventistas do sétimo dia estão entre os grupos religiosos mais étnicos e racialmente diversos na América do Norte. Seus mais de um milhão de membros são: brancos (37 por cento) negros (32 por cento) hispanos (15 por cento) asiáticos (8 por cento) outros (8 por cento)
de
60
segundos
do História meu
coração
Palavras de despedida do autor à sua família da igreja.
D
urante o ano que passei no Arizona, vários membros da igreja se sentaram comigo, oraram por mim e me mostraram o significado do amor. Dia 21 de dezembro de 2014, foi meu último almoço com os membros da nossa família da igreja. Já estava ansioso para me encontrar com meus amigos, na China. Eu nunca tinha me conscientizado de quão importante são as refeições. Como sempre, apenas alguns membros e ajudantes trabalharam na cozinha fazendo sopa e espaguete para que todos pudessem comer juntos. Antes das pessoas comerem, eles tinham de preparar o alimento. “Você vai voltar à nossa igreja no futuro?” perguntou o pastor. “Vamos sentir a sua falta.” Ouvindo as vozes da cozinha, compreendi o espírito do amor. Quero ser membro de uma igreja não apenas pelo conhecimento encontrado nos livros, mas também devido à maneira como os membros cantam hinos e recebem calorosamente as pessoas em seu meio. Todos os sábados os membros da igreja Yuma faziam um bom trabalho. Fui abençoado. Agora, de volta à China, irei sempre me lembrar dessa experiência. A fotografia na minha estante, mostra eu em pé, junto com meus amigos da igreja. Se pudesse dizer alguma coisa para minha família da igreja, diria: “Sou parte dessa família, para sempre!”
Weining Wang mora na China, e passou um Fonte: WorldReligionNews.com
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Adventist World | Fevereiro 2016
ano em Yuma, Arizona, Estados Unidos.
ATÉ
5O
PALAVRAS
“Eis que cedo venho…”
Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança.
Meu
Editor Adventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático.
personagem bíblico
Editor Administrativo e Editor-Chefe Bill Knott
preferido
Editor Associado Gerente Internacional de Publicação Pyung Duk Chun
Meu personagem preferido é Salomão. Ele reflete meu desejo de receber sabedoria de Deus.
n
– Jeremy, Almarza, Chile
Meu personagem bíblico preferido é João, o discípulo amado. Ele era um dos “filhos do trovão”. Mas, após passar tempo com Jesus, ele se tornou o discípulo “amado”. João aprendeu e colocou em prática um dos ensinamentos mais preciosos de Cristo: o amor. n
– Hector, Mogi das Cruzes, Brasil
Meu personagem preferido da Bíblia é José. À semelhança de uma mangueira que produz frutos doces após ser machucada, ele fez um bem excepcional aos seus irmãos em troca do mal que haviam feito a ele. Em vez de se vingar, ele ainda os ajudou a sobreviver à fome e os trouxe para terras férteis.
n
– Godfrey, Lira, Uganda No próximo mês, escreva em até 50 palavras qual é seu hino predileto. Envie para Letters@AdventistWorld.org e no assunto coloque “50 Words.”
O
crescimento da mossa
vizinhança
Sessenta por cento da população do mundo vive na Ásia, embora a população da África esteja crescendo em ritmo mais acelerado. Segundo a World Population Prospects (Perspectivas da População Mundial), produzida pelo Departamento de População das Nações Unidas, a Índia está a caminho de, em sete anos, se tornar a nação mais populosa do mundo, superando a China.
6
Comissão Editorial Ted N. C. Wilson, presidente; Benjamin D. Schoun, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Lisa Beardsley-Hardy; Daniel R. Jackson; Robert Lemon; Geoffrey Mbwana; G. T. Ng; Daisy Orion; Juan Prestol; Michael Ryan; Ella Simmons; Mark Thomas; Karnik Doukmetzian, assessor legal. Comissão Coordenadora da Adventist World Jairyong Lee, chair; Yutaka Inada, German Lust, Pyung Duk Chun, Suk Hee Han, Gui Mo Sung Editores em Silver Spring, Maryland, EUA André Brink, Lael Caesar, Gerald A. Klingbeil (editores assistentes), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Wilona Karimabadi, Andrew McChesney Editores em Seul, Coreia do Sul Pyung Duk Chun, Jae Man Park, Hyo Jun Kim Gerente de Operações Merle Poirier Colaboradores Mark A. Finley, John M. Fowler Conselheiro E. Edward Zinke Administrador Financeiro Kimberly Brown Assistente Administrativo Marvene Thorpe-Baptiste Comissão Administrativa Jairyong Lee, presidente; Bill Knott, secretário; P. D. Chun, Karnik Doukmetzian, Suk Hee Han, Yutaka Inada, German Lust, Ray Wahlen, Ex-officio: Juan Prestol-Puesán, G. T. Ng, Ted N. C. Wilson Diretor de Arte e Diagramação Jeff Dever, Brett Meliti
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Consultores Ted N. C. Wilson, Juan Prestol-Puesán, G. T. Ng, Leonardo R. Asoy, Guillermo E. Biaggi, Mario Brito, Abner De Los Santos, Dan Jackson, Raafat A. Kamal, Michael F. Kaminskiy, Erton C. Köhler, Ezras Lakra, Jairyong Lee, Israel Leito, Thomas L. Lemon, Geoffrey G. Mbwana, Paul S. Ratsara, Blasious M. Ruguri, Ella Simmons, Artur A. Stele, Glenn Townend, Elie Weick-Dido Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638 E-mail: worldeditor@gc.adventist.org Website: www.adventistworld.org Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coreia do Sul, Brasil, Argentina, Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria, México e nos Estados Unidos.
V. 12, nº- 2
Fonte: The Rotarian
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