Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia
Ju l h o 2013
MAPAS da Vida
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Mais Forte
que a Morte
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Planos para um
Trabalho mais Amplo
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A Unidade
Cristã
Julho 2013
A R T I G O
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D E
C A P A
Mapas da Vida Gerald A. Klingbeil
Confie no caminho estabelecido por Deus.
14 Diante de Deus, Quem Somos? C R E N Ç A S
F U N D A M E N T A I S
Frank W. Hardy e Lisa Beardsley-Hardy
A “imagem de Deus” na vida diária.
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H I S T Ó R I A
A D V E N T I S T A
Planos para um Trabalho mais Amplo
Evangelizando uma das regiões mais seculares do mundo.
8 Espiritualidade Autêntica V I S Ã O
M U N D I A L
Ted N. C. Wilson
O desafio de se tornar mais semelhante a Jesus.
12 Mais Forte que a Morte
Sylvia Renz
A dor é real e a solução também.
22 O Mensageiro da Verdade
desco b rindo o E s p írito de Profecia
D E V O C I O N A L
David Trim
Theodore Levterov
Ellen White e seus críticos.
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S E R V I Ç O
A D V E N T I S T A
Mensagem Única, Métodos Diferentes
É preciso criatividade e sensibilidade para evangelizar culturas diversificadas.
SEÇÕES 3 N O T Í C I A S
DO
MUNDO
3 Notícias Breves 6 Notícia Principal 31 Igreja de Um Dia
11 S A Ú D E N O M U N D O Urbanização RESPOSTAS 26
PERGUNTAS
A BÍBLICAS
A Unidade Cristã
27 E S T U D O B Í B L I C O Princípios Divinos de Segurança Econômica 28
TROCA
DE
IDEIAS
www.adventistworld.org Online: disponível em 13 idiomas Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. V. 9, Nº 7, Julho de 2013.
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C a pa :
I m a g e m
p o r
G a ly n a
A n d r u s h k o
N ot í cias do M u ndo
Adventistas
K l e n k / A d v e n t- V e r l a g
Suíços Unidos
G u n t h e r
“Qual é a vontade de Deus para minha vida?” Essa é a questão por trás de uma ou outra pergunta que todo cristão faz. Enquanto os demais interrogam o vento para compreender o significado da vida ou as razões do sofrimento humano, os que têm fé na vinda de Jesus fazem essa pergunta mais frequentemente do que qualquer outro. Como o principal compromisso de nossa vida é pertencer a Jesus, queremos saber: Qual é a obra para a qual fui chamado a dedicar minha vida? Com quem devo me casar? Devo continuar estudando? Onde Deus quer que eu use os dons que Ele me deu? E, muitas vezes – talvez semanalmente, até diariamente –, o imperativo de estar alinhado com a vontade de Deus requer respostas mais profundas do que o pensamento superficial que domina nossos dias. Qual é a melhor maneira de passar este sábado? Quanto devo doar para o avanço da missão da minha igreja? Com quem vou compartilhar meu testemunho hoje? O Senhor, a quem servimos, prometeu nos revelar Sua vontade, tanto nas decisões fundamentais que alicerçam nossa vida como cristãos, como nas pequenas escolhas de nosso dia a dia. Sua Palavra nos garante: “Quando te desviares para a direita e quando te desviares para a esquerda, os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra, dizendo: Este é o caminho, andai por ele” (Is 30:21, ARA). Como Elias, que finalmente ouviu a voz de Deus, não no vento, no terremoto e tampouco no fogo, mas no “murmúrio de uma brisa suave” (segundo descrição de uma das melhores traduções de 1 Reis 19:12), os silêncios de nossa vida nos preparam para ouvir, bem como para aceitar o que o Espírito quer nos dizer. Ao ler o emocionante artigo de capa da revista deste mês, escrito pelo nosso editor associado Gerald Klingbeil, contando como ele ouviu o chamado de Jesus, ore a fim de estar preparado quando você ouvir as respostas que está buscando para sua vida.
Acima: UNIDOS PELA ESPERANÇA: Parte das duas mil pessoas que lotaram o Biel/Bienne Ice Stadium para o congresso franco-alemão no dia 4 de maio. Destaque: OPORTUNIDADE DE QUESTIONAR: Pastor Ted N. C. Wilson, presidente da Associação Geral, responde a perguntas.
■■ Mais de dois mil adventistas da suíça alemã e francesa se reuniram no dia 4 de maio, na cidade de Biel/Bienne, para comemorar os 147 anos da Igreja na região alpina. O evento A Esperança Une foi celebrado no Biel Ice House, onde normalmente são realizados os jogos do time de hockey local e outros programas de entretenimento. Biel/Bienne é a maior cidade bilíngue da Suiça – onde tanto o alemão como o francês são línguas oficiais. O convidado especial foi Ted N. C. Wilson, presidente da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, que, neste ano, completa 150 anos como igreja organizada. O pastor Wilson não falou em inglês, como muitos dos presentes esperavam, mas pregou em francês. Usando o exemplo do profeta Elias, que defendeu a renovação espiritual contra os profetas de Baal no Monte Carmelo, ele instou com os adventistas para, semelhantemente, renovar sua fé. “Historicamente, a Suíça tem sido um centro de reforma e ela vai reassumir esse papel. Hoje é o tempo de ser fiel a Deus e à Sua mensagem. É tempo de reavivamento e reforma outra vez. Deus permanecerá fiel às Suas promessas e Jesus voltará em breve!”, disse à congregação.
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Na Colômbia, Adventistas Comemoram “Visão Um Milhão” ■■ A Igreja Adventista na América Central comemorou os frutos do programa de treinamento para o discipulado. A programação especial foi transmitida ao vivo, via satélite, de Bogotá, Colômbia, no dia 4 de maio e faz parte de uma campanha em todo o território denominada Visão Um Milhão, iniciada em 2010. A iniciativa integra os departamentos e oficiais das igrejas para treinar e capacitar um milhão de membros, tornando-os
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C a l d e r o n / I AD
M a r q u e z / I AD A b e l
Entre os assuntos discutidos com os membros no programa da tarde, estava a preocupação com o crescimento da secularização. Wilson respondeu que o problema deve ser enfrentado com um retorno à Palavra de Deus. Mencionou ainda que a atitude da Igreja por ter recebido uma tarefa especial é um sinal, não para arrogância, ao contrário, para a humildade. “Os adventistas devem ser os melhores amigos de todas as pessoas, mas não devem se envolver com movimentos ecumênicos que os impeça de cumprir sua missão”, enfatizou. A primeira congregação adventista foi estabelecida em 1867, em Tramelan. Em 1901, foi organizada a Igreja Suíça, com grupos divididos pelo idioma: a Associação Suíça-Alemã, com sede em Zurique, e a Fédération de la Suisse Romande et du Tessin (de língua francesa), com sede em Renens, Vaud. Ambas as regiões administrativas formam a União Suíça, a qual engloba todo o país. Até dezembro de 2012, havia 4.394 membros adorando semanalmente em 49 congregações na Suíça. – reportagem da Divisão Transeuropeia e equipe da Adventist World
A l e j a n d r o
N ot í cias do M u ndo
Acima: MILHARES COMPARECERAM: Mais de doze mil pessoas se reuniram no Centro de Convenções G12, em Bogotá, Colômbia, para a celebração do programa de discipulado “Visão Um MIlhão” da Divisão Intertamericana, transmitido via satélite.
verdadeiros seguidores e testemunhas de Jesus. Mais de doze mil membros e visitantes lotaram o Centro de Convenções G12, em Bogotá, para assistirem os destaques das intensas campanhas evangelísticas realizadas em vários locais da metrópole. “Muito obrigado, Igreja de Bogotá e União Colombiana do Sul, pelo entusiasmo, compromisso e esforço para impactar essa grande cidade”, agradeceu Eliseo Bustamente, presidente da União, ao falar para 143 mil membros durante o discurso de abertura. Entre as múltiplas iniciativas para evangelizar a cidade estava uma série de atividades comunitárias, tais como: maratona, orações nas ruas, seminários para restauração de casamentos e famílias, expo-saúde, exames médicos, apoio à fundação do câncer, ministério nas prisões e muitos outros. Edgar Espindola, vice-presidente do senado colombiano, agradeceu aos adventistas pela contribuição à comunidade – restaurando famílias, defendendo a Palavra de Deus e enfatizando a unidade familiar entre o homem e a mulher. Cerca de setenta adventistas do sul da Colômbia foram homenageados durante o evento pelo comprometimento no cumprimento da missão. Entre
eles estava Leonil de Díaz, 91 anos, o qual foi homenageado pelos seus oitenta anos como adventista por Israel Leito, presidente da Divisão Interamericana (IAD), e Balvin Braham, secretário ministerial associado e organizador do evento. Raúl Taborda e a esposa, Gina, estavam entre os visitantes que vieram ao evento para serem batizados. O casal começou a frequentar a campanha evangelística realizada na Igreja Kennedy, em Bogotá, após fracasso nos negócios e casamento conturbado. Tocado pelo Espírito Santo, Taborda, um ex-adventista, e a esposa, decidiram se rebatizar e casar. “Deus nos chamou para retornar aos Seus caminhos. Aprendemos que não existe vida sem Jesus e, de hoje em diante, queremos permanecer nEle eternamente”, disseram. Carlos Eduardo Rodríguez, também batizado durante o evento, frequentou a campanha evangelística na Igreja Fontibón e decidiu renovar o compromisso com Deus. Ele lutou contra o alcoolismo durante os onze anos em que esteve afastado da igreja. “Estou tão feliz em voltar para casa”, disse Rodríguez, “mas especialmente pela paz que sinto ao deixar para trás minha velha vida e ser purificado por Jesus Cristo”.
Segundo Braham, aproximadamente 3.850 pessoas se uniram à igreja, como resultado dos esforços evangelísticos das 130 igrejas em Bogotá, dos 130 evangelistas do sul da Colômbia e dos evangelistas do território da IAD, os quais dobraram seus esforços para impactar toda a cidade. – reportagem de Libna Stevens, IAD, com William Estupiñán e Marcela Piñeros
Adventistas se Mobilizam pela Liberdade Religiosa na Romênia ■■ Enquanto os legisladores romenos consideram as propostas para alterações na constituição nacional, a Igreja está patrocinando uma campanha massiva em prol da liberdade religiosa promovendo reuniões na câmara municipal, palestras em universidades e consultas entre as denominações. Nesse país do Leste Europeu, onde mais de 85% da população se identifica como ortodoxos, os adventistas estão motivados para promover a importânF o t o :
C o r t e s i a
d e
cia da liberdade religiosa entre grupos específicos da sociedade. A autodenominada Caravana da Liberdade 2013, formada pela Igreja e juristas, realizou eventos em mais de vinte cidades. “Embora a Romênia já tenha tomado passos importantes na promoção do tema, devemos permanecer alertas para que estejamos certos de que os princípios da liberdade religiosa permaneçam imaculados”, disse Nelu Burcea, diretor de Relações Públicas e Liberdade Religiosa da União Romena. Mudanças importantes na constituição podem incluir uma revisão do papel do presidente e método usado pelo primeiro ministro para nomear o presidente. Há, entretanto, alguns ativistas reivindicando que a Igreja Ortodoxa se torne a religião nacional. Embora, segundo alguns especialistas, essa proposta não tenha chance de se tornar lei, a constituição romena até 1923 a considerava como Igreja oficial do país. Ao longo dos anos, várias foram as tentativas para restabelecê-la como
RU C
CARAVANA DA LIBERDADE: Os defensores da liberdade religiosa de seis grupos religiosos, e vários líderes do governo, se reuniram em Lugoj, Romênia, como parte da Caravana da Liberdade 2013, uma iniciativa para promover uma maior compreensão da necessidade da liberdade de consciência. O grupo se reuniu com delegações e ministrou aulas nas universidades em mais de 20 cidades.
denominação estatal, porém foram rejeitadas pelo parlamento. As declarações da mídia indicam que o referendo nacional sobre as mudanças constitucionais não será realizado até o outono (outubro/novembro). “Agora estamos analisando cada proposta, e monitorando a situação, para que, se necessário, possamos ter uma resposta imediata e apropriada”, disse Burcea. – informado pela Rede Adventista de Notícias
Projeto da ADRA Fornece Energia Renovável à Cidade Chinesa ■■ O braço humanitário da Igreja está avançando com os planos de construir usinas de biomassa em Chengdu, capital da província de Sichuan, no sudoeste da China. Como fonte de energia renovável, a usina de biomassa converte lixo orgânico em biogás e eletricidade. Representantes da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) da Suíça e da China dizem que a recente visita às autoridades locais, e a Arthur Wellinger, presidente da Associação Europeia de Biogás, foi muito produtiva. O grupo de estudo pode avaliar a cadeia de resíduos e colher amostras para análises mais profundas, disse o diretor do projeto, Marcel Wagner. “Os projetos ainda estão bem no início, mas as portas estão abertas”, afirmou Wagner, acrescentando que as próximas etapas envolvem a elaboração de um plano de ação detalhado, projeto de proposta e contrato para investidores e parcerias potenciais. Relatórios indicam que cerca de cinco mil toneladas de lixo são coletadas diariamente em Chengdu. As autoridades estão cada vez mais voltadas para
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PROGRAMA EM DOONSIDE: Pastor Johnny Murison pregando no Colégio Adventista Mountain View, em Doonside, subúrbio de Sydney, Austrália.
N ot í cias do M u ndo novos métodos de reciclagem a fim de reduzir a contaminação do solo e da água, e evitar o uso da terra para agricultura em aterros. Várias províncias da China já utilizam usinas de biomassa. Até agora, as usinas funcionam queimando apenas lixo orgânico seco – gravetos de madeira, galhos e folhas. O lixo orgânico molhado – lixo de cozinha, frigoríficos e restaurantes – chega a aproximadamente 60% de todo o lixo orgânico e frequentemente permanece sem tratamento. Os representantes da ADRA China dizem que esse lixo ainda não utilizado tem o potencial de gerar biogás e fertilizante orgânico. – informado pela Rede Adventista de Notícias
Di v i s ã o
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P a c í fic o
o Maior
Evangelismo Urbano
30 Anos
dos Últimos
Por Jarrod Stackelroth, Record.net, informando de Epping, Sydney, New South Wales, Austrália
S w i t z e r l a n d
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S u l
Na Austrália,
ADRA
ENERGIA PARA CHENGDU: Representantes adventistas na China estão estudando a viabilidade de serem construídas usinas de biomassa em Chengdu, onde o problema do crescimento do lixo tem exigido solução imediata. Da direita para a esquerda: Marcel Wagner, gerente de projeto; Linda Zhu, diretora da ADRA China; Arthur Wellinger, presidente da Associação Europeia de Biogás e representantes da Universidade de Pequim e do Ministério da Ciência e Tecnologia da China.
d o
O
utdoors nas principais rodovias, 1,25 milhão de panfletos e mais de 100 propagandas na televisão fizeram parte da campanha publicitária daquilo que está sendo considerada a maior série evangelística da Igreja na Austrália, até hoje. O evento iniciou simultaneamente em 29 auditórios da região metropolitana de Sydney, no primeiro fim de semana de maio. Pelo menos 45 igrejas participaram na preparação da série “O Último Império”. Na primeira noite compareceram mais de 1.500 interessados e, embora o número tenha diminuído nas demais noites, a programação contou com aproximadamente 1.000 pessoas nos temas subsequentes. Michael Worker, presidente da Associação da Grande Sydney (GSC) e coordenador do evento, disse estar muito empolgado com a quantidade de pessoas interessadas, mas, mencionou que continuam orando pelos pregadores e visitantes enquanto prossegue o evangelismo. Os programas em inglês, apresentados por oradores de Sydney, usam o mesmo visual e conteúdo. A natureza
cosmopolita de Sidney fez com que alguns auditórios realizassem o programa em outros idiomas, como português, mandarim, árabe, e dialetos. O uso da estátua de Daniel 2, imagem-chave veiculada nas propagandas, despertou o interesse de sírios e outras etnias do Oriente Médio. “Os pastores que foram treinados e equipados para realizar a série ‘O Último Império’ têm agora maior preparo para o ministério e se sentem mais seguros para evangelizar suas comunidades”, comentou Worker. “Os pastores me relataram o quanto apreciaram a oportunidade de se envolver nesse programa, porque isso possibilitou crescimento e desenvolvimento nas habilidades deles. Essa será nossa primeira campanha, mas não a última”. Worker foi o idealizador do plano para realizar evangelismo simultâneo em vários locais da mesma cidade, em parceria com Gary Webster, diretor do Instituto de Evangelismo Público da Divisão do Sul do Pacífico. “Esse programa é para proclamar as boas-novas de Jesus num contexto profético, associado à vida das pessoas e ao que está acontecendo na sociedade,
F o t o :
C o r t e s i a
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Di v i s ã o
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S u l
d o
P a c í fic o
Acima: CASA CHEIA: Público em uma das apresentações da série “O Último Império”. Acima, à direita: Charissa Fong, evangelista leiga do Discovery Centre, pregando em Brookvale, South Wales (aproximadamente 16 km ao norte de Sydney). Abaixo, à direita: Marleta Fong e Sanja Kitevski, voluntárias, ajudando a cadastrar os participantes do programa.
usando materiais atualizados e contemporâneos”, mencionou Webster. Em 2011 ele havia testado uma estratégia semelhante, em escala menor, na cidade de Adelaide, e desenvolvido os conteúdos para a série “O Último Império” com os pastores Lyle Southwell, Garth Bainbridge e Graeme Christian. Worker comentou também que esse foi um acordo de participação entre os pastores das igrejas. O convite foi feito e, cada pastor ou igreja que desejasse participar era bem-vindo. Nossa intenção foi permitir que todos os entusiasmados usassem ‘algo diferente’ associado à abordagem tradicional. As conferências tinham o objetivo de apresentar algo que entusiasmasse e orgulhasse os membros e que alcançasse também a sociedade secular e consumista de Sidney. Kel Naughton, da M24Media, foi o originador do tema/slogan “O Último Império”. O programa foi elaborado para acontecer durante o mês de maio, a fim de que cada auditório desenvolvesse um programa específico para sua congregação e público alvo. As igrejas darão continuidade utilizando séries
missionárias, tais como: Beyond (Além), Prophetic Code (Código Profético) e Secrets of Prophecy (Segredos da Profecia); e, várias outras iniciativas. Nos 18 meses que antecederam a programação, os membros das igrejas foram incentivados a preparar suas congregações. “Pedimos a eles que orassem por cinco pessoas durante aquele período. Também foram motivados a convidar familiares, amigos e colegas de trabalho para o evento”, disse Worker. Um sábado foi separado pela Associação como dia de oração e jejum para buscar a direção e orientação do Espírito Santo. Diferente das séries evangelísticas do passado, “O Último Império” teve grande presença e impacto on-line. Cerca de 80% das pessoas foram cadastradas por intermédio da internet, e alcançou aproximadamente 14 mil visitantes durante as duas primeiras semanas. No mesmo período, quase 5 mil pessoas visitaram a página “O Último Império” no Facebook. Uma das igrejas utilizou um método singular para de chamar a atenção. Programas de rádio e mídia social estavam em polvorosa com a notícia de uma
imagem de 30 metros, no pátio da Igreja de Hoxton Park. O boneco inflado era a estátua descrita em Daniel 2, relatada no sonho de Nabucodonosor – e a mesma imagem retratada em todas as propagandas da campanha evangelística. Segundo Lyle Southwell, evangelista e diretor do Discovery Centre da Divisão do Sul do Pacífico, essa é a maior imagem inflada do mundo. O Pastor Worker já percebeu mudanças na Igreja em Sydney e diz que o resultado mais importante desse programa será a mudança de vidas. “Como pregadores, gostaríamos de ver as pessoas que foram tocadas pelo programa tornando-se membros de nossas igrejas”. “Oramos pela continuidade dessa forte parceria entre as igrejas locais para difundir o evangelho. A participação delas foi bem maior do que esperávamos. Isso despertou nos membros o desejo latente de estarem munidos de materiais para compartilhar o evangelho com os que necessitam. Esse programa ampliou a visão de missão em nossa Associação e o nível de entusiasmo, entre os membros, para compartilhar a fé”, acrescentou Worker. n
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E spiritualidade Autêntica Por Ted N. C. Wilson
Este artigo é uma adaptação do sermão pregado pelo Pr. Ted N. C. Wilson na Universidade Andrews, em Berrien Springs, Michigan (EUA), no dia 19 de abril. O conteúdo completo está disponível on-line, nas páginas www.adventistworld.org e www.adventistreview.org.
M
artin Frobisher foi um explorador e pirata comissionado por Elizabeth I, rainha da Inglaterra. Em 1576, ele se tornou explorador e garimpeiro, assegurando a Elizabeth que havia encontrado ouro na Ilha de Baffin, região norte do Canadá. A rainha o enviou, então, com instruções para voltar com o ouro. Ao chegar à ilha, Martin Frobisher carregou seu navio com 200 toneladas do que acreditava ser minério de ouro. Quando retornou à Inglaterra, descobriu que havia levado 200 toneladas de pirita – “ouro dos trouxas” (falso ouro). A Enciclopédia Britânica faz a
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seguinte observação sobre Martin Frobisher: “[sua] busca obstinada por um tesouro mineral, limitou o valor exploratório de suas viagens, e, quando foi provado que nos minérios trazidos por ele não havia ouro ou prata, suas finanças entraram em colapso [...] Frobisher foi, sem dúvida, um dos marinheiros mais hábeis do seu tempo, mas, como explorador, faltava-lhe capacidade para realizar uma investigação paciente e efetiva.”1 Em Busca de Autenticidade
Não é autenticidade que estamos procurando hoje? Em um mundo que muitas vezes é mais virtual do que real, não é confortante descobrir alguém ou algo que seja genuinamente autêntico? Sem dúvida, a área mais importante da autenticidade genuína é no campo espiritual – nossa relação com Deus e Sua Palavra, e como isso afeta nosso caráter. Ninguém que tenha vivido neste planeta foi espiritualmente mais autêntico do que Jesus Cristo. Ele era e é, Aquele que declara ser o Filho de Deus. Ao refletirmos sobre Sua vida terrestre, vemos coerência – Suas palavras e atos testemunhavam isso.
A Palavra Autêntica e Autorizada
Ele é a autêntica Palavra de Deus – “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1:1).2 “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”, disse Jesus ao incrédulo Tomé que buscava um rumo (Jo 14:5). Orando a Seu Pai, mais tarde naquela noite, Jesus suplicou: “Eu lhes tenho dado a Tua palavra […] Santifica-os na verdade; a Tua palavra é a verdade” (Jo 17:14, 17). Quando confrontado por líderes religiosos irados, Jesus foi à Palavra de Deus em busca de autoridade: “O Pai, que Me enviou, Esse mesmo é que tem dado testemunho de Mim. Também não tendes a Sua palavra permanente em vós, porque não credes nAquele a quem Ele enviou. Examinai as Escrituras porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de Mim. […] Não penseis que Eu vos acusarei perante o Pai; quem vos acusa é Moisés, em quem tendes firmado a vossa confiança. Porque, se, de fato, crêsseis em Moisés, também creríeis em Mim; porquanto ele escreveu a Meu respeito” (Jo 5:37-47). Aqui, Jesus está autenticando o Pentateuco – Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio – e o livro de Jó. Esses escritos de Moisés, disse Jesus,
testificam dEle. Jesus afirma que o Antigo e o Novo Testamentos autenticam um ao outro – se não cremos no “Antigo”, também não cremos no “Novo”! Ellen G. White escreveu: “A Bíblia é a mais vasta e mais instrutiva história que os homens possuem. Ela veio pura da fonte da verdade eterna, e uma divina mão preservou sua pureza através dos séculos. Seus brilhantes raios penetram o mais distante passado, onde a pesquisa humana procura inutilmente entrar. Só na Palavra de Deus encontramos um relato autêntico da criação. Nela contemplamos o poder que lançou os fundamentos da Terra e estendeu os céus. Somente aí podemos encontrar a história do ser humano, não contaminado pelo preconceito ou orgulho” (Conselhos Sobre Educação, p. 63). Acima da Cultura, Preconceito e Orgulho
A Bíblia está acima da cultura, preconceito e orgulho. Ela nos revela a verdade sobre nós mesmos, nosso mundo e além dele. É o guia autêntico que nos conduz à autenticidade espiritual. Deixemos que a Bíblia interprete a si mesma, verso após verso e preceito após preceito, para compreendermos as Escrituras usando a abordagem bíblicohistórica. Em contraste, o método crítico-histórico coloca o indivíduo acima da Bíblia na escolha do que é verdade. Esse método não conduz à compreensão verdadeira das Escrituras, uma vez que é baseado em conceitos humanos e não na Bíblia. “Pode-se fazer grande trabalho apresentando ao povo a Bíblia tal como é”, escreveu Ellen White, no livro Serviço Cristão. “Admoestai-os a tomar a Bíblia assim como é, a implorar iluminação divina, e então, ao resplandecer a luz, a aceitar destemidamente cada raio precioso, suportando de boa vontade as consequências” (p. 144).
Estandarte de Ouro
Se você quer saber se a Bíblia é realmente a palavra relevante e autêntica de Deus para nós hoje, use o estandarte de ouro da profecia! Estude as profecias de Daniel e Apocalipse e veja como traçam acuradamente a história da humanidade. Leia as profecias sobre o Messias no Antigo Testamento e se convença de que Jesus é o Messias. Muitos ateus aceitaram a Bíblia como confiável e fundamentada baseados no estudo das profecias! “Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética”, escreveu o apóstolo Pedro, “e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração, sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia das Escrituras provém de particular elucidação; porque nunca, jamais, qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2Pe 1:1921). Esse texto não significa que Deus ditou cada palavra para esses homens – mas que Ele trabalhou neles por meio do Espírito Santo. Passe tempo de qualidade com a Palavra de Deus, todos os dias – você vai se surpreender de quão pertinentes e oportunas são Suas mensagens. Una-se aos membros de todo o mundo, no programa Reavivados por Sua Palavra (www.reavivadosporsuapalavra.org), lendo um capítulo da Bíblia por dia.
O propósito é cumprir a profecia bíblica e se levantar, falar e compartilhar a mensagem que Deus tem para todas as pessoas deste planeta. Temos a missão celestial de: pregar o evangelho eterno e a justiça de Cristo; proclamar pessoalmente a queda da religião apóstata de Babilônia e alertar o mundo para que não receba a marca da besta, mas, que receba o selo da autoridade eterna de Deus – o sétimo dia, o sábado. Essa é a mensagem de Apocalipse 14. A proclamação das três mensagens angélicas é o motivo pelo qual Deus levantou a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Tudo está centralizado em Cristo e em Sua justiça. Ela é autêntica? É real? Ela é autêntica e real como a própria Bíblia. Ela vem da revelação de Jesus Cristo, que “não pode mentir” (Tt 1:2). Amigos, temos o grande privilégio de pertencer a algo muito maior do que apenas outra denominação ou comunidade religiosa; pertencemos ao movimento do advento nascido no Céu – a Igreja Adventista do Sétimo Dia, a igreja remanescente de Deus. A igreja que foi chamada por Deus no tempo do fim para um propósito singular. Uma igreja que não se baseia nas tradições ou concepções humanas, mas que é totalmente fundamentada na Palavra Viva – Jesus Cristo. Esta é a igreja cujo poder não deriva de si mesma, mas aceita prontamente a admoestação do Senhor em Zacarias 4:6: “Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos.”
Uma Igreja Espiritualmente Autêntica
Somos Autênticos?
A igreja espiritualmente autêntica é aquela cujos ensinos e pessoas seguem “a Testemunha Fiel e Verdadeira” (Ap 3:14), que é Jesus Cristo. Alguma vez você já se perguntou por que a Igreja Adventista do Sétimo Dia existe? Afinal de contas, há 150 anos já existiam outras denominações – qual seria o propósito de mais uma?
Como adventistas do sétimo dia, somos espiritualmente autênticos? Somos o que dizemos ser? Cremos realmente que Jesus está voltando em breve ou secretamente esperamos que Ele retarde Sua vinda para que realizemos nossos planos primeiro? Permita-me fazer uma pergunta: Somos realmente “a igreja remanescente”?
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Será que há mesmo uma “igreja remanescente”? Apocalipse 12:17 diz: “Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus”, e Apocalipse 19:10 esclarece que o “testemunho de Jesus é o espírito de profecia”.
A Bíblia está acima da cultura, preconceito e orgulho. Mas, e essa ideia de remanescente? Deus não ama a todos? É certo que sim. E Ele quer que nós amemos a todos também, inclusive as pessoas de outras religiões e as que não têm religião. Nós somos “melhores” do que todos os outros? Não! O remanescente não é um clube exclusivo que está aberto para receber apenas alguns. Está aberto para todos os que amam Jesus, que O aceitam como o Senhor de sua vida, e a Bíblia, inclusive os dez mandamentos, como seu guia. E porque amamos as pessoas como Jesus as ama, queremos ajudá-las em suas necessidades físicas, mentais, sociais e espirituais, e convidá-las a fazer parte da igreja remanescente de Deus. Autêntico Versus Falso
É importante lembrarmos de que para cada boa dádiva de Deus, Satanás
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tem uma falsificação. Geralmente se apresenta como ouro, mas não importa quão maravilhosa a oferta possa parecer, no final, a cópia feita por Satanás “morderá como a cobra e picará como o basilisco” (Pv 23:32). Devemos tomar tempo para desenvolver a paciência necessária para uma investigação efetiva. A Palavra de Deus nos dá o critério para determinar se algo, ou alguém, é espiritualmente autêntico ou não. Em Isaías 8:20 somos orientados: “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva.” Um Convite
Quero convidá-lo a seguir a Jesus Cristo, vivendo uma vida espiritualmente autêntica; a ser verdadeiramente controlado pelo Espírito Santo; e, a estar disposto a ser usado por Deus ao servi-Lo fervorosamente, tendo a Palavra de Deus como fundamento seguro. No maravilhoso livro Párabolas de Jesus, lemos: “O tema das pregações e ensinamentos de Cristo era a Palavra de Deus. Respondia a interlocutores com um simples: ‘Está escrito’. ‘Que dizem as Escrituras?’ [...] Em cada oportunidade, quando era despertado interesse por um amigo ou adversário, lançava a semente da Palavra. Ele, que é o Caminho, a Verdade e a Vida, Ele que é o próprio Verbo vivo, aponta às Escrituras e diz: ‘são elas mesmas que testificam de Mim’ (Jo 5:39). [...] “Os servos de Cristo devem fazer a mesma obra. Em nosso tempo, como na antiguidade, as verdades vitais da Palavra de Deus são substituídas por teorias e especulações humanas. Muitos professos ministros do Evangelho não aceitam toda a Bíblia como a Palavra inspirada. Um sábio rejeita esta parte, outro duvida daquela. Elevam sua opinião acima da Palavra; e as Escrituras que eles ensinam, repousam sobre a autoridade deles próprios. Sua autenticidade divina é destruída. Deste modo
é semeada largamente a semente da incredulidade; porque o povo é confundido e não sabe o que crer. Há muitas crenças que a mente não tem o direito de entreter. Nos dias de Cristo os rabinos forçavam uma construção mística sobre muitas porções das Escrituras. Porque os claros ensinos da Palavra de Deus lhes condenavam as práticas, procuravam destruir-lhes a força. O mesmo acontece hoje em dia. Deixa-se parecer a Palavra de Deus cheia de mistérios e trevas, para desculpar as transgressões de Sua lei. Em Seus dias, Cristo censurava estas práticas. Ensinava que a Palavra de Deus deve ser compreendida por todos. Apontava às Escrituras como de autoridade inquestionável, e devemos fazer o mesmo. A Bíblia deve ser apresentada como a Palavra do Deus infinito, como o termo de toda polêmica e o fundamento de toda fé” (p. 39, 40). Ao nos aproximarmos do breve retorno de Cristo, a escolha é nossa. Precisamos fundamentar sempre nossa vida de autentica espiritualidade no verdadeiro ouro da Palavra de Deus. Cristo nos diz em Apocalipse 3:18: “Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres.” Ouçamos o conselho de Deus como igreja remanescente na condição de Laodiceia, para sermos reavivados e reformados por meio do poder do Espírito Santo. Como resultado, você nunca será enganado pelo falso ouro, porque o ouro de Deus é provado pelo fogo e é absolutamente autêntico! n 1 “Sir
Martin Frobisher.” Enciclopédia Britânica Online. Encyclopedia Britannica Inc., 2013. Web. 17 Apr. 2013. www.britannica. com/EBchecked/topic/220573/Sir-Martin-Frobisher. 2 Todos os textos bíblicos foram extraídos da versão Almeida Revista e Atualizada.
Ted N. C. Wilson é
presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
S aúde
Urbanização Que implicações a crescente urbanização mundial traz para a saúde?
A
urbanização, ou aumento da população em áreas urbanas, começou com a migração para as cidades, que logo se tornaram caóticas. As causas são muitas, mas as consequências ainda não são totalmente conhecidas. Os fatores que impulsionaram o movimento foram: a automatização da agricultura; a redução de empregos nas zonas rurais e a industrialização nos centros urbanos criando perspectivas de trabalho. Infelizmente, a infraestrutura básica necessária para o crescimento equilibrado é muitas vezes ausente, resultando no surgimento de favelas nas cidades dos países em desenvolvimento, na superpopulação em cidades desenvolvidas e no consequente estresse devido a infraestruturas antigas. As consequências para a saúde variam geograficamente e são muito distintas. A atual epidemia de obesidade, principalmente nos países desenvolvidos, embora não limitada a eles, atinge geralmente os menos abastados. Nos centros das grandes cidades há poucas lojas que vendem produtos frescos e naturais, enquanto que as de fast-food, que incentivam a obesidade, proliferam e predominam. A interação social é mínima entre os moradores, provocando o aumento da solidão e isolamento, paradoxalmente, dentro de sua enorme população. A saúde mental é afetada, gerando aumento de ansiedade, depressão e suicídio entre os jovens. As sociedades da América do Norte estão
sofrendo com o crescimento acentuado de deficiência mental. Em comunidades menos desenvolvidas pode ser esperado o aumento de doenças infecciosas, uma vez que as medidas apropriadas de saúde pública, saneamento e higiene não são eficientes. O saneamento inadequado, a falta de água potável e regiões superpopulosas são fatores causadores de epidemias, como a recente epidemia de cólera no Haiti. Os “guetos” densamente populosos das grande cidades favorecem o tráfico de drogas, a prostituição e as doenças sexualmente transmissíveis. O crime e o desassossego social são as cicatrizes desses bairros. A urbanização está associada à poluição, que também é motivo de preocupação. A China, país mais populoso da Terra, passou por enorme desenvolvimento industrial e grandes deslocamentos de população, associados à poluição ambiental. Há muito tempo, já se sabe que os habitantes das cidades têm mais doenças respiratórias, incluindo o câncer de pulmão. Descobertas recentes na França confirmaram um declínio na contagem de espermatozoides na maior parte da população masculina das cidades. A causa e os efeitos diretos dos poluentes potenciais específicos são difíceis de determinar, mas algo está definitivamente errado. Os defeitos congênitos foram recentemente associados à poluição resultante do tráfego. A análise dos dados
no
M undo
Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless de dois estudos extensos na Califórnia1 mostrou que as grávidas, que moram em áreas de maior poluição por tráfego (máximo de 25%) com monóxido de nitrogênio ou concentrações elevadas de óxido de carbono, correm risco quase dobrado de darem à luz crianças com problemas neurológicos congênitos, como a espinha bífida. Embora tais dados devam ser confirmados, dão muito que pensar. O aumento da tecnologia da informação e o acesso imediato à internet permitem que, atualmente, muitos possam trabalhar em casa. Embora no escritório haja os benefícios da socialização, essa não é uma necessidade contínua, e as vantagens do ambiente no campo são enormes. Nossos pioneiros reconheceram esses benefícios e, embora haja grande necessidade de levarmos a mensagem às grandes cidades, é benéfico para a saúde procurar viver em uma região mais rural onde podemos cumprir nossa missão. n 1 American Journal of Epidemiology, 7 de outubro de 2012, doi:10.1093/aje/kws148.
Allan R. Handysides, médico ginecologista, é diretor do Ministério de Saúde da Associação Geral. Peter N. Landless, médico cardiologista nuclear, é diretor associado do Ministério de Saúde da Associação Geral. Julho 2013 | Adventist World
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D evocional
Por Sylvia Renz
Mais Forte
que a
Morte
Confiando nos méritos de Jesus
B
ummmm! Foi o barulho cruel da porta que finalmente se fechou. Eu ainda podia ver a madeira clara do caixão pela janela traseira do carro fúnebre. Então, o motorista ligou o motor e o veículo saiu. Foi embora! Minha filha foi embora! Meus óculos ficaram embaçados com o calor das lágrimas. A dor é tão grande – é como se tivessem me partido ao meio. Mesmo sabendo há meses que esse momento chegaria; mesmo dizendo sim quando o agente funerário me perguntou: “Posso fechar o caixão, agora?”; mesmo que, em minha mente, eu tenha concordado quando Sonja orou: “Senhor, deixa-me morrer, não consigo mais lutar”; mesmo estando aliviada por ela não precisar sentir mais dor ou temer o resultado de um exame – meu coração gritava: “Não! Não é justo! Ela ainda é muito nova! Como eu queria ter morrido em seu lugar!” Dor Insuportável
Provavelmente esse seja o desejo de toda mãe e todo pai. Quando Davi soube que seu filho rebelde e assassino
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estava morto, ele chorou por horas. “Então o rei, abalado, subiu ao quarto que ficava por cima da porta e chorou. Foi subindo e clamando: Ah, meu filho Absalão! Meu filho, meu filho Absalão! Quem me dera ter morrido em seu lugar! Ah, Absalão, meu filho, meu filho!” (2Sm 18:33, NVI). Mas nossa morte substitutiva não resolve o problema. Só o Filho de Deus, o Criador, teve poder para vencer a morte com Sua própria morte. Esse é um mistério que provalmente só compreenderemos na eternidade. Não podemos nem mesmo começar a imaginar como Deus, o Pai, Se sentiu quando Jesus suplicou: “Meu Pai, se for possível, afasta de Mim este cálice; contudo, não seja como Eu quero, mas sim como Tu queres” (Mt 26:39, NVI). Enquanto estava ali, nu, dependurado entre o céu e a Terra, ridicularizado por aqueles a quem queria salvar, incompreendido por Seus discípulos, traído pelos Seus amigos, Ele grita: “Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?” (Mt 27:46, NVI). O que sentiu o amoroso coração de Deus naquele momento?
Jesus queria morrer essa morte cruel, embora temesse ficar totalmente separado de Seu Pai, mesmo que por pouco tempo. Ele assumiu sobre Si a dor da separação para nos livrar dela. A Trindade sofreu e tem sofrido por milhares de anos porque Seu amor foi rejeitado e pisoteado. Essa, na realidade, é a segunda morte: a completa ausência do amor de Deus e, em consequência, destruição total – o fim, the end, das Ende. Não mais chances, não mais misericórdia, porque a pessoa, amada por Deus, rejeitou Seu amor, perdão e, finalmente, a salvação. A Morte e a Outra Morte
O que chamamos de morte é na verdade a irmã caçula desse horror final para os ímpios. Ela é tão feia e assustadora como sua irmã mais velha, pois toma nossos entes queridos como reféns e os leva para uma “terra” onde não haverá mais retorno, pelo menos durante a vida aqui. Mesmo assim, a experiência com a morte neste planeta está misturada com uma porção de graça. Qualquer pessoa que contemplou F o t o :
C o r t e s i a
d A
M e a g a n T h o m p s o n
Embora eu saiba que Sonja não mais esteja aqui, o amor prova que estou errada. Deus a salvou no Seu imenso banco de dados que As Escrituras chamam de Livro da Vida. o rosto de um ente querido se contorcendo em dor, que ouviu os agonizantes gemidos e viu seus olhos arregalados de medo, sabe que a morte pode ser uma bênção disfarçada. A paz substitui a existência da dor, os lábios rachados silenciam e os olhos ficam imóveis. Os que têm o privilégio de presenciar esses momentos finais, que conscientemente podem se despedir e dizer para seu querido: “Você pode descansar. Você não vai cair, pois está nos braços do Senhor! Sua vida estará bem guardada nas mãos de Deus!”– dão esperança àqueles que descansam no Senhor, aguardando um lugar eterno.
Adeus
Enquanto banhávamos nossa Sonja e a vestiámos com sua blusa e calça jeans favoritos, enquanto penteávamos seus cabelos e cuidavámos dela pela última vez, sentimos uma sensação de tranquilidade e paz, apesar da dor e do sofrimento. Ela estava ali deitada, serena, como se tivesse acabado de se deitar para um cochilo. Compreendemos então, que essa morte não pode aniquilar nosso amor. O amor é destruído por outros “assassinos” mais sutis: indiferença, desrespeito, dor, infidelidade, falta de tempo e, até mesmo, esqueci-
mento de dizer diariamente: “Sim, eu amo você. Você é especial para mim. Você é uma das grandes ideias de Deus e eu desejo estar sempre perto de você; você é tão precioso para mim; que maravilha ter você aqui!” Embora eu saiba que Sonja não mais esteja aqui, o amor prova que estou errada. Deus a salvou no Seu imenso banco de dados que as Escrituras chamam de Livro da Vida (Ap 13:8, NVI): o sorriso contagiante; o brilho dos olhos, que mesmo pouco antes de morrer continuavam brilhando; as mãos delicadas que dançavam sobre as teclas do piano; e até o humor, às vezes exagerado (“Quantos já estão enterrados no sepulcro da família? Dez pessoas? Legal! É um bom grupo – vai ter empurraempurra no dia da ressurreição!”). Não, não “perdemos”nossa filha. Ela está guardada no seu endereço atual e os dados preservados no lugar mais seguro do cosmos: o coração de Deus. O Seu amor é mais forte do que a morte. Um dia, quando Jesus aqui retornar, nossos queridos ressuscitarão, transformados e reunidos, aptos para a vida eterna, onde não existirá mais dor, medo e adeus. Isso me conforta – mesmo nos dias mais tristes! n
Sylvia Renz trabalha
para a Voz da Profecia em Alsbach-Hähnlein, Alemanha. É escritora e já publicou vários livros para crianças e adultos.
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C renças
F undamentais
NÚmerO 7
Diante de
N
o princípio, “criou Deus o homem à sua imagem” (Gn 1:27).* O que isso quer dizer? O que não quer dizer é que só Adão foi criado à imagem de Deus, porque tanto Adão quanto Eva estão incluídos no âmbito do termo hebraico ’adam. E disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu” (verso 26). Homem e mulher possuem igualmente a imagem divina. No entanto, por mais que confirmemos isso, a discussão sobre o assunto não se esgota. Existe apenas um Deus, mas Ele fez duas pessoas. Como podem duas pessoas possuir a imagem do mesmo Deus, e mesmo assim ser diferentes um do outro? Mas, será que são diferentes mesmo?
Diferenças
Nossos primeiros pais eram iguais diante de Deus, embora não o fossem entre si. Evidentemente havia diferenças físicas. E quanto às emocionais? Por exemplo, homens e mulheres sempre veem as coisas do mesmo modo? É proverbial que não. Essa é uma diferença, mas não a mais interessante. A questão mais profunda é se, tanto em nível social como espiritual, homens e mulheres são identicamente semelhantes ao Criador. Respondemos sem pensar: homens e mulheres refletem a imagem de Deus de maneiras distintas. Assim, a plenitude dessa imagem só pode ser vista quando consideramos a totalidade das características humanas dadas por Deus, no princípio, a nossos primeiros pais. Se a humanidade é incompleta sem homem ou mulher, a imagem de Deus na humanidade é incompleta sem ambos. Unirem-se em “uma só carne” (Gn 2:24) não é apenas uma questão física. Quem pensar assim terá um casamento superficial e insatisfatório. Há uma plenitude na união conjugal de um homem com uma mulher que transcende à união física, indo muito além e incluindo coisas em nível espiritual e emocional.
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euso, DRevendo
O Que Isso Nos Diz a Respeito do Filho?
No Novo Testamento, Jesus é descrito como “a imagem de Deus” (2Co 4:4), ou “a imagem do Deus invisível” (Cl 1:15). E mesmo assim, Jesus veio ao mundo não como duas pessoas, mas como uma – um “bebê do sexo masculino” (Ap 12:5, 13). Esse fato levanta a intrigante pergunta: a imagem de Deus em Cristo pode ser a completa expressão da imagem de Deus na humanidade se Ele é apenas uma pessoa? Não há dúvida de que Cristo era perfeito, mas Sua representação da imagem de Deus na humanidade era completa? Responderíamos que sim, mas, por razões que requerem comentários adicionais. Cristo veio à Terra como o Noivo, buscando nos atrair de volta para Ele. Devido ao problema do pecado “todos nós, tal qual ovelhas, nos desviamos, cada um de nós se voltou para o seu próprio caminho” (Is 53:6), a solução é retornar para o Pastor. Nós nos perdemos. Então Ele veio. E uma vez aqui, o desejo de Cristo de sofrer a morte mais vergonhosa e dolorosa para nos salvar, revela a profundidade de Seu amor. Se um noivo humano sente a falta da noiva, certamente Cristo também sente a nossa falta, e Seu sentimento é mais intenso do que podemos imaginar. O Que Isso Nos Diz Sobre o Pai?
“O Deus que fez o mundo e tudo o que nele há é o Senhor dos céus e da Terra, e não habita em santuários feitos por mãos humanas. Ele não é servido por mãos de homens, como se necessitasse de algo, porque Ele mesmo dá a todos a vida, o fôlego e as demais coisas” (At 17:24, 25). Deus não precisa de nada do que é nosso. Ao contrário, Ele generosamente nos dá tudo o que temos. Mas, isso não é o mesmo que dizer que Deus não tem nenhum tipo de necessidade. Em certo sentido, talvez nunca compreenderemos completamente que Ele necessita de nós. Essa necessidade não vem de um desejo momentâneo, mas de algo que está profundamente arraigado à Sua natureza, nem é algo que Ele pode suprimir. Se Sua natureza é amor, Ele deve ter criaturas capazes de receber esse amor e inteligentemente
Por Frank W. Hardy e Lisa Beardsley-Hardy
Quem Somos? conceito bíblico devolvê-lo à Fonte. O desejo da reciprocidade divina conosco é tão importante que Ele criou o mundo para realizá-lo. Teríamos de ter um lugar para ficar, por isso Deus criou a terra seca. Precisávamos de respirar, por isso fez o ar. Mas a ideia, em tudo isso, era desfrutar do companheirismo inteligente com nossos primeiros pais, e mais tarde, conosco. Aqui há um ponto que não pode ser esquecido: As Escrituras dizem: “No sétimo dia Deus já havia concluído a obra que realizara” (Gn 2:2). O texto diz “no sétimo dia”, não “um pouco antes do sétimo dia”. Completando, “os céus e a Terra” eram uma coisa só (verso 1), mas desfrutar da companhia de nossos primeiros pais, era outra, porque Ele precisava de um povo separado. Foi separando Sua obra que Ele realizou o propósito completo, porque no sétimo dia Ele, finalmente, podia desfrutar da relação de reciprocidade, de amor inteligente e livremente compartilhado, com o homem e a mulher. Este é o real significado do sábado. É parte da imagem de Deus em nós, o fato de amarmos e necessitarmos de alguém que nos complemente, não idênticos, mas com as diferenças ordenadas por Ele. Isso é algo que
nunca poderíamos fazer se fôssemos autossuficientes e egoístas. No caso de Cristo, Sua singularidade nos leva ao coração e âmago do que Ele veio revelar acerca do Pai. Ele veio com necessidades que somente outro pode satisfazer. Nossa masculinidade e feminilidade não refletem a imagem de Deus porque Deus é homem ou mulher, mas porque isso nos impõe limitações que fazem com que a partilha mútua com alguém seja uma necessidade absoluta. Esse fato único é simultaneamente a soma do que significa ser criaturas de Suas mãos e refletir a imagem de Deus. n *Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional.
Frank W. Hardy aposentou-se recentemente. Lisa Beardsley-Hardy, sua esposa, é diretora do Departamento de Educação da Associação Geral, em Maryland, EUA.
A
Natureza doHomem O homem e a mulher foram formados à imagem de Deus com individualidade, poder e liberdade de pensar e agir. Conquanto tenham sido criados como seres livres, cada um é uma unidade indivisível de corpo, mente e espírito, e dependente de Deus quanto à vida, respiração e tudo o mais. Quando nossos primeiros pais desobedeceram a Deus,
negaram sua dependência dEle e caíram de sua elevada posição abaixo de Deus. A imagem de Deus neles foi desfigurada, e se tornaram sujeitos à morte. Seus descendentes partilham dessa natureza caída e de suas consequências. Nascem com fraquezas e tendências para o mal. Mas Deus, em Cristo, reconciliou consigo o mundo e por meio de Seu Espírito
restaura nos mortais penitentes a imagem de seu Criador. Criados para a glória de Deus, são chamados para amá-Lo e uns aos outros, e para cuidar de seu ambiente. (Gn 1:26-28; 2:7; Sl 8:4-8; At 17:24-28; Gn; Sl 51:5; Rm 5:12-17; 2Co 5:19, 20; Sl 51:10; 1Jo 4:7, 8, 11, 20; Gn 2:15.) – Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia, Nº 7
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A rtigo de C apa
M a r t i n
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MAPAS da Vida
n
s
uero ser músico profissional”, disse com naturalidade Georg, meu amigo baterista, ao pensarmos no futuro em nosso último ano do Gymnasium (Ensino Médio). Não havia qualquer dúvida, Georg definitivamente tinha um plano. Alejandro, outro grande amigo, queria estudar filosofia e literatura na Universidade de Freiburg. Outros já haviam planejado a carreira profissional em administração ou TI. Eu não tinha certeza. Havia me batizado na Igreja Adventista dois anos e meio antes. Cresci na igreja da comunidade local e nunca havia saído, mas a decisão tomada na tarde de um sábado de janeiro de 1981 foi especial. Conscientemente, desejei entregar minha vida a Deus. Não queria que fosse só a religião dos meus pais, mas a minha religião também. Como único adventista da minha classe (na realidade, em nossa classe, éramos apenas dois cristãos professos) constantemente enfrentava desafios à minha fé. Embora totalmente integrado na escola e nas atividades extracurriculares, sabia que era diferente.
G. K l i n g b e i l
“
Por Gerald A. Klingbeil
O chamado de Deus
I m a g e m
p o r
G a ly n a
A n d r u s h k o
UM PASSO DE CADA VEZ: Escalar montanhas requer equilíbrio, cuidado e passos pequenos – lições úteis para desvendarmos os mapas de nossa vida.
Grandes Dúvidas
Logo após meu batismo, passei três semanas, durante as férias de verão, participando de um acampamento jovem. Durante aqueles dias, estudamos a Bíblia de um modo novo e participativo. Compusemos letras e músicas e ensaiamos para uma série de concertos no fim de semana. Diariamente, visitávamos as pessoas no apinhado centro de Lindau, uma cidade às margens do Lago Constança. Música, pantomimas e folhetos – encontramos várias vias de acesso às pessoas. Oramos juntos e nos maravilhamos com as respostas imediatas de Deus. Naquelas três semanas, sentimo-nos como no livro de Atos. Aquela experiência mudou minha caminhada com Jesus. Depois daquele verão, meu irmão e eu convidamos alguns amigos e iniciamos um ministério musical que durou quase dez anos e alcançou milhares de pessoas sem religião. Três anos mais tarde, eu estava concluindo o ensino médio. O que eu faria no resto da vida? Deveria servir a meu Salvador em tempo integral? Senti-me perdido. Eu amava música e pensei em musicoterapia. Eu gostava de ajudar pessoas, por isso considerei a medicina. Meus dois avós e meu pai eram pastores adventistas. Eu conhecia a vida de um “pastor de crianças”, mas não tinha certeza se queria assumir o “negócio” da família, pastoreando. Minha mãe, acirrada defensora do meu envolvimento no ministério, aconselhava-me contra o ministério pastoral: “A vida no ministério é difícil”, disse-me ela, “ela vai consumir você”. Desde o acampamento de verão, o diretor do Departamento de Jovens da Associação, Werner Renz, tornou-se um grande amigo, conselheiro, e exerceu tremenda influência em minha vida. Conversei com ele a respeito da grande dúvida sobre o plano de Deus para mim e do ingresso no ministério. G e r a l d
ABRAÇANDO O MUNDO: O autor e o amigo Mathias em outra aventura na natureza.
K l i n g b e i l
Ele me deu uma sugestão muito importante: “Gerald, eu sei que Deus está interessado no seu futuro. Ele sabe de suas dúvidas. Por que não oramos juntos, todos os dias, para que Deus lhe mostre o caminho certo? Seus braços não estão encolhidos”. Aquele pacto de oração deu início a dois anos de espera. No Mundo Real
Em 1984, na Alemanha, o serviço militar ainda era obrigatório para todos os rapazes saudáveis e capazes, envolvendo quinze meses de treinamento básico e atividades. A maioria dos cristãos, inclusive os adventistas, optavam por ser objetores de consciência. Isso significava um período de 18 meses de serviço público, em contextos diferentes. Entretanto, os estudantes de teologia eram isentos desse requisito. Como eu não tinha certeza do chamado de Deus para minha vida e não queria simplesmente estudar teologia para evitar o serviço público, comecei no mundo real dois meses depois de me formar no ensino médio. Eu optara por trabalhar como auxiliar de enfermagem em um hospital próximo à minha casa. Após anos de aprendizado em salas de aulas, de repente, eu estava no ofício com plantões, trabalho cansativo (e às vezes estressante), todo tipo de colegas e o contato diário com a morte. Continuava também muito envolvido na igreja local e com o ministério musical, mas estava esperando. Sempre que me encontrava com Werner, seu olhar era questionador. Eu sempre respondia levantando os ombros, ainda sem resposta. Parecia que Deus não tinha pressa e estava me ajudando a desenvolver resistência espiritual. Essa não era uma prova de 100 metros rasos – era uma maratona. Continuamos orando, e esperando. Nas Montanhas
Catorze meses se passaram e eu ainda estava esperando. Tinha que passar horas pensando e orando sobre meu futuro, sozinho, em família e com amigos. Deus parecia estar em silêncio sobre o assunto, e eu me perguntava o porquê. Já estava quase terminando o serviço público e teria duas semanas de férias. Era começo de outubro – outono na Europa – e meu melhor amigo Mathias e eu planejamos escalar os Alpes Suíços. Tínhamos pouco dinheiro, mas equipados com duas mochilas cheias, uma barraca velha com estacas de ferro e muito entusiasmo, tomamos o caminho para St. Moritz em Graubünden, Suíça. A primeira semana foi pura felicidade: céu azul, dias ensolarados, noites frias, água gelada e montanhas altas para escalar. Passamos a semana escalando e caminhando ao redor dos três mil metros de altitude. Sexta-feira, à tarde, enquanto esforçávamos para chegar lá no alto, onde queríamos passar o sábado, de repente, o tempo começou a mudar. As nuvens se acumulavam sobre as montanhas, e um vento frio nos lembrou que já era outono. Chegamos ao local, no topo da montanha, perto de um lago pequeno e raso, cheio de águas glaciais. Logo, a velha barraca, com estacas de ferro apontando para o céu, estava montada,
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A rtigo de C apa NO TOPO DE OUTRA MONTANHA: Desfrutando da beleza dos Alpes Suíços.
e os sacos de dormir estirados. Depois de um mergulho refrescante no lago gelado, seguido de uma sopa quentinha, estávamos prontos para receber o sábado. Após cinco dias intensos de escaladas e caminhadas, necessitávamos do descanso sabático e, logo, adormecemos.
O Milagre de Duas Etapas
Passamos um sábado maravilhoso naquela montanha. Uma neblina úmida e macia circundava nossa barraca e conversamos e oramos, por horas. Na manhã seguinte, continuamos a caminhada. O clima havia mudado. O inverno estava chegando
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b e i l G. K l i n g
Acordei durante a noite em meio a terrível tempestade. O lugar onde estávamos era frágil e precário. A chuva inundou a pequena barraca. Relâmpagos e trovões riscavam os céus e perseguiam uns aos outros. Contando o espaço de tempo entre o relâmpago e trovão, percebi que a tempestade estava exatamente sobre nós. Eu estava apavorado. Não conseguia me mexer em meu saco e dormir. Pela primeira vez em minha vida jovem, eu estava com medo de morrer. Eu sabia que estávamos perto do topo da montanha e em uma barraca com estacas de ferro apontando para o céu – perfeito magnético para atrair raios. Eu podia imaginar como a área ficaria se atingida por um deles. Estava escuro. Chovia muito. Não tínhamos onde nos esconder. Não sei quanto tempo fiquei ali deitado, sem me mexer. Por algum motivo, não conseguia orar; o medo me paralisara. Pareceu-me que passaram horas – mas, provavelmente, não foi mais do que 15 minutos. Então, algo clicou dentro de mim, e se abriram os portais do dilúvio. Abri meu coração a Deus, o Criador do céu, da Terra, das tempestades, da chuva, da vida, da beleza. Refleti sobre minha vida e pesei meus pensamentos e ações. Confessei tudo o que me separava do Sustentador de toda a vida. E, aconteceu: Sem muita reflexão eu clamei a Deus: “Senhor, se for da Tua vontade que Te sirva em tempo integral, por favor, faze com que essa tempestade pare quando eu disser amém”. De onde havia vindo aquilo? Por semanas eu não havia pensado na “grande” questão. Estava desfrutando as férias e a maravilhosa sensação de escalar a montanha. Mas, ali estava eu – e terminei a oração com a palavra amém. Um silêncio profundo invadiu a pequena barraca. Os relâmpagos, trovões e a chuva pararam, como se alguém houvesse desligado o botão da luz. Eu acho que Alguém desligou! Enquanto estava ali, deitado a cerca de três mil metros de altura, nos Alpes Suíços, comecei a compreender o que tinha acontecido; Sacudi meu amigo para lhe contar o que o Senhor acabara de fazer por mim. O Criador do Universo havia ouvido o clamor desesperado de um de Seus filhos. Ele estava interessado em meu futuro; Ele me dera ordens para marchar.
M a r t i n
Quando Deus Fala
Sempre que enfrentei confirmação de que estava no no Seu lugar, fazendo o o Seu reino um e flocos de neve tocavam as poderosas montanhas ao redor. As noites ficaram mais frias. Conseguimos voltar à civilização e encontramos motoristas gentis, que não se importaram em levar dois mochileiros malcheirosos de volta para casa. Eu estava nervoso. Respeitava muito os conselhos de minha mãe. Sua perspectiva era importante – e eu sabia sua opinião sobre estudar teologia. Qual seria sua reação à minha experiência na montanha? O que ela diria? Quando cheguei ao apartamento dos meus pais e toquei a campainha, fiz uma breve oração silenciosa. A porta se abriu e minha mãe me abraçou muito feliz. (Só mãe mesmo para abraçar um filho malcheiroso!) “Mamãe, preciso lhe contar uma coisa. Deus realmente fez algo incrível por mim”, disse de uma vez. Ela hesitou por um momento, e então falou: “Gerald, tenho orado bastante sobre o seu futuro. Você tem menos de dois meses para terminar o serviço público”. E agora, ela olha direto em meus olhos: “Não sei por que, mas tenho a impressão de que Deus está me dizendo que você deve estudar teologia. Você sabe o que sempre lhe disse sobre isso, mas parece que Deus tem um plano diferente.” Ali estava eu! De queixo caído. Abracei minha mãe e contei sobre a experiência no topo da montanha. Rimos e choramos juntos. O Mestre do Universo havia Se manifestado. Quando percebemos a magnitude daquele momento, ambos
ajoelhamos e oramos; uma oração de gratidão e uma oração de dedicação e compromisso. A Razão do Porquê
Dez meses mais tarde, a ordem divina para prosseguir ainda não havia resolvido todos os problemas antes que eu começasse a estudar teologia, no Seminário Schloss Bogenhofen, na Áustria. Mesmo assim, a despeito dos muitos desafios, eu sabia o que Deus desejava para mim quando fui para a África do Sul concluir a faculdade. Eu não apenas consegui meu diploma,mas encontrei, no Campus do Colégio Helderberg, a companheira maravilhosa para a vida. Estudos, finanças, oportunidades de ministério – Deus tomou conta de tudo.
lutas ou tive dúvidas, recebi a lugar certo –
Seu trabalho, estendendo passo por vez. Quando minha esposa e eu começamos o ministério de educação na Universidade Peruana Unión em 1995, havia períodos em que eu precisava me lembrar do chamado de Deus. E, nas quase duas décadas em que tenho servido em diferentes culturas e contextos, tive que revisitar mentalmente, várias vezes, o topo da montanha! Sempre que enfrentei lutas ou tive dúvidas, recebi a confirmação de que estava no lugar certo – no Seu lugar, fazendo o Seu trabalho, estendendo o Seu reino um passo por vez. Chamando Ainda
Deus ainda chama hoje. Ele precisa daqueles que desejam ouvir Sua voz suave e doce, mas que não têm medo quando Ele fala do meio do trovão. Ao ver minhas filhas adolescentes crescerem e lutarem para encontrar seu lugar no plano de Deus, recordo-me de algumas lições que aprendi naquele longo processo. Primeiro, ao você orar e esperar pela direção de Deus, lembre-se de que não está sozinho. Procure um conselheiro espiritual cujas orações irão fortalecer suas orações. Envolva a família se for possível. Busque um companheiro de oração experiente que deseje segurar seus braços. Segundo, tome tempo e descubra seus dons. Os dezoito meses de trabalho no hospital me transformaram e ajudaram
a descobrir alguns dons os quais Deus havia me dotado. Mostraram, também, algumas de minhas limitações. Enquanto aguarda, seja produtivo para Deus e relaxe. Espero que um dia, minhas filhas aproveitem a oportunidade de servir como estudantes missionárias em algum lugar – de preferência, distante de sua zona de conforto. Elas não apenas voltarão mudadas, mas também aprenderão lições valiosas sobre o poder das orações respondidas. Terceiro, quando você ouvir o chamado, siga na direção. Não se distraia ou desanime se nem tudo der certo no princípio. Seja paciente, mas persistente. Lembre-se da voz de Deus e a deixe guiar você na busca de direção em Sua palavra. Finalmente, quando você enfrentar dificuldades e caminhos ásperos (e você vai enfrentar!), saiba que está no lugar certo. Quando, em meio a tumulto, se perguntando como foi que chegou onde está, esteja certo de que Deus está com você. Ele não apenas faz o chamado – Ele manterá o seu equilíbrio e o encherá de coragem quando as dificuldades o atingirem. Você é Meu
Há muito tempo, o profeta Isaías relembrou ao povo sobre o chamado especial de Deus: “Mas agora assim diz o Senhor, aquele que o criou, ó Jacó, aquele que o formou, ó Israel: Não tema, pois Eu o resgatei; Eu o chamei pelo nome; você é Meu. Quando você atravessar as águas, Eu estarei com você; quando você atravessar os rios, eles não o encobrirão. Quando você andar através do fogo, não se queimará; as chamas não o deixarão em brasas. Pois Eu sou o Senhor, o seu Deus, o Santo de Israel, o seu Salvador” (Is 43:1-3, NVI). Fico imaginando como se sentia Samuel quando testemunhava as frequentes trapalhadas do rei Saul ou os constantes e ostensivos lapsos de idolatria de Israel. Será que se lembrava daquele momento único, quando ouviu a voz de Deus chamando: “Samuel, Samuel” (1Sm 3:10)? O que sentia Mateus, ex-coletor de impostos e discípulo, quando se lembrava daquele momento às margens do lago, quando Jesus se aproximou e disse: “Siga-Me” (Mt 9:9)? Não posso falar por Samuel ou Mateus, mas eu sei que o chamado de Deus para minha vida foi realmente transformador. Foi a razão pela qual estou aqui. Ele me mantem centrado na tarefa e me ajuda a olhar além das limitações humanas ao trabalharmos juntos na igreja. Lembra-me das muitas searas que ainda necessitam de ceifeiros. Assim, ao subir a montanha, atravessar o rio ou enfrentar o fogo, ouça o chamado de Deus – e siga avante! n
Gerald A. Klingbeil é editor associado da Adventist World e reside com a esposa Chantal e três filhas em Silver Springs, Maryland (EUA). Julho 2013 | Adventist World
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História Adventista Di v i s ã o T r a n s e u r o p e i a
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ohn G. Matteson, primeiro missionário adventista enviado à região agora conhecida como Divisão Transeuropeia (TED), chegou à Dinamarca, seu país natal, em maio de 1877.
William Ings John Matteson
Origens
John Matteson nasceu em 1835. Emigrou para os Estados Unidos em 1854, e ali se tornou adventista em 1863. No fim desse mesmo ano, escreveu para a revista oficial da Igreja, a Advent Review e Sabath Herald, insistindo que a mensagem adventista fosse “levada aos confins da Terra”.1 Ele foi ordenado e começou a trabalhar entre os companheiros imigrantes, traduzindo folhetos para o dinamarquês e norueguês, originando uma nova revista, Advent Tidende (O Arauto Adventista). Lá pela metade da década de 1870, grande parte dos oitocentos adventistas dinamarqueses e noruegueses na América do Norte enviava regularmente essas publicações para familiares em seu país natal, despertando assim na Escandinávia o conhecimento da Igreja Adventista. O próprio Matteson ansiava cada vez mais por trabalhar na terra natal, não apenas entre os que haviam emigrado de lá. Em maio de 1877 o sonho se tornou realidade, e pelos onze anos seguintes, Matteson se dedicou ao trabalho de corpo e alma. Manteve uma agenda incansável de viagens e pregações, criou a revista Tidernes Tegn (Sinais dos Tempos), deu início a uma editora, e até escreveu alguns hinos do hinário adventista em norueguês, publicado por ele mesmo. Infelizmente, em 1888, com a saúde debilitada, voltou para os Estados Unidos, onde veio a falecer em 1896. Entretanto, na época em que partiu, já havia Associações organizadas na Dinamarca, Suécia e Noruega; e, em 1901, foi organizada a União Escandinava, que incluía as missões da Finlândia e Islândia. Durante o tempo em que Matteson trabalhou na Escandinávia, William Ings, que emigrara para os Estados Unidos, voltou à terra natal como missionário, chegando à Inglaterra em maio de 1878. Ings foi enviado para trabalhar com J. N. Andrews na Suíça, mas durante as semanas de férias que passou com familiares na Inglaterra, ganhou duas pessoas para o sábado. O sucesso motivou a Associação Geral a enviar um missionário para a Inglaterra, J. N. Loughborough, o qual chegou no dia 30 de dezembro de 1878. Loughborough era o mais experiente e notável evangelista entre os líderes. Bem-sucedido na América do Norte, ele, porém, achou os ingleses, donos de um império “onde o sol nunca se põe”, preconceituosos contra aquilo que consideravam “uma seita americana importada”. Só em 1883, pouco antes de retornar aos EUA, foi organizada a primeira igreja na Inglaterra – com dezenove membros.
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William H. Meredith John Loughborough
Por David Trim Else Luukkanen
Planos para um Trabalho
Amplo
mais
Os Adventistas na Divisão Transeuropeia
No ano seguinte, a revista Present Truth (Verdade Presente) começou a ser publicada. Ellen White trabalhou na Europa de 1885 a 1887. Ela pregou na primeira reunião campal realizada fora da América do Norte, em Moss, Noruega, em junho de 1887. Visitou por três vezes a Grã-Bretanha e se esforçou para que a Igreja fixasse raízes na Inglaterra, pois via o potencial no coração do império britânico. Compartilhando sua visão, os membros na América do Norte enviaram o que tinham de melhor e mais brilhante para dirigir a obra na Grã-Bretanha: S. N. Haskell, E. J. Waggoner e W. W. Prescott. Desenvolvimento da Organização
Em 1929, a Divisão Europeia, iniciada em 1909, foi dividida em três novas Divisões: Divisão Europeia do Norte, Central e do Sul. A Divisão Europeia do Norte incluía a Polônia e vastas extensões do território britânico no leste e oeste da África. Em 1951, a Divisão foi reorganizada. As colônias francesas se tornaram adições temporárias no oeste da África, e as da Holanda, permanentes. Em 1971, as outras duas Divisões se uniram formando a Divisão Euro-Africana, mas a NED permaneceu a mesma, embora adotando um novo título: Divisão Norte Europeia-África Ocidental (NEWAD), refletindo o fato de que, dos campos missionários africanos, somente o da África Ocidental permaneceu. O título NEWAD foi mudado para NED após duas Uniões terem sido realocadas em 1980. A Divisão mudou finalmente de nome quando se tornou Divisão Transeuropeia (TED), no dia 1º de janeiro de 1986. Seu território se expandiu desde a Groenlândia, a oeste, ao Paquistão, a leste; e do norte do Círculo Ártico na Escandinávia, ao sul do equador, na Tanzânia. Sua extensão geográfica e variedade cultural tem sido inigualável em outras partes da Igreja no mundo. Paixão pela Missão
Os adventistas da Divisão Transeuropeia sempre foram caracterizados pelo forte desejo de levar o evangelho “a todo o mundo”. Um dos resultados foi a abertura para tentar novos métodos. Por exemplo, quando a Associação Inglesa foi fundada em 1898, elegeram uma mulher, Edith Adams, como secretária-tesoureira; na Finlândia, desde o início, as mulheres desempenharam um papel ativo no evangelismo e em outras áreas da Igreja. Nas décadas de 1940 e 1950, Else Luukkanen conduzia campanhas evangelísticas em toda a Finlândia onde “centenas de pessoas se converteram e várias igrejas foram fundadas”.2 Com a eleição de Audrey Andersson em 2010, a TED se tornou a primeira Divisão a ter uma mulher como secretaria executiva.
Além disso, os adventistas europeus sempre tiveram, e ainda têm, uma tremenda paixão pela missão estrangeira. A União Britânica mal havia sido formada em 1902, quando aceitou a responsabilidade das missões nas colônias britânicas do leste e oeste Africano. Em 1906, quando a União Escandinava tinha apenas cinco anos, seus líderes se voluntariaram para evangelizar a Etiópia. Mas o progresso na África era lento. Nas primeiras reuniões da mesa administrativa da NED, foi decidido “fazer um esforço para levar a mensagem adventista aos muitos milhões [...] nos campos onde nossa obra está representada. Os milhões não advertidos fazem seu apelo emocionado e [...] certamente devemos fazer planos para um trabalho mais amplo”.3 A essa altura, 3.303 membros batizados dos 24.228 de toda a Divisão (13,2 %) pertenciam ao continente africano. Em 1980, 87.389 dos 128.644 membros batizados da NEWAD (67,9 %) eram provenientes das duas Uniões da África. Deus honrou a paixão dos missionários daquela mesa diretiva da NED! Enquanto lamentamos o declínio do cristianismo na Europa, a transformação de nossa igreja na África deve ser celebrada, pois seu crescimento e autossuficiência era o desejo dos primeiros missionários e motivo pelo qual louvariam a Deus. Mesmo comemorando a expansão e o progresso é vital que lembremos quanto devemos àqueles primeiros missionários europeus, cuja disposição de enfrentar privação, isolamento e doenças tropicais foi heroica. Conclusão
A despeito do preconceito, guerra, secularismo, indiferença, dificuldades financeiras, controvérsias teológicas e outros desafios, a terceira mensagem angélica criou raízes no solo europeu. Quando a União Sueca foi organizada – a primeira União formada no território da TED – havia 4.079 membros na Europa: 1 adventista para cerca de 62.600 europeus. No fim de 2012, havia 82.769 membros na TED – 1 adventista para aproximadamente 2.500 pessoas. A Igreja está na Europa para ficar. Com sua contínua paixão pela missão, ela pode enfrentar novos desafios confiando no Deus de sua história. n 1 Review
and Herald, 10 de novembro de 1863, p. 191. Dunton, Ronald Strasdowsky et al., eds., Heirs of the Reformation: The Story of Seventh-day Adventists in Europe (Grantham, Eng.: Stanborough Press, 1997), p. 32, 96. 3 NED Winter Council, 1928, minutes, p. 3, 6, 7. 2 Hugh
David Trim é diretor do departamento de Arquivos, Estatísticas e Pesquisa da Associação Geral.
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desco b rindo
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E s p írito
de
Profecia
O Primeiro Periódico Dissidente Por Theodore N. Levterov
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á alguns anos, deparei-me com um periódico chamado Messenger of Truth (Mensageiro da Verdade), publicado pelo Messenger Party, primeira ramificação do grupo sabatista, originada devido a controvérsias sobre o dom de profecia durante a década de 1850. O periódico deve sua importância ao fato de ser a primeira publicação oficial conhecida contra os sabatistas (mais tarde, adventistas do sétimo dia) e à pessoa de Ellen White como profetisa.1 Apesar de sua natureza crítica, a revista ajudou os sabatistas a examinar sua atitude em relação a Ellen White e desenvolver um fundamento mais bíblico para sua crença na manifestação moderna do dom de profecia. Procurando por esses raros periódicos históricos, descobri três exemplares do Messenger of Truth na biblioteca do estado da Pensilvânia.2
Origens da Rebelião
O Partido Mensageiro se originou em Jackson, Michigan, EUA, liderado pelos pastores adventistas H. S. Case e C. P. Russell, resultante da rebelião causada pela controvérsia sobre a autenticidade do dom profético de Ellen White. Enquanto estava visitando a Igreja de Jackson, Ellen White recebeu duas visões concernentes à situação de conflito. Case e Russell se voltaram contra Ellen White e acusaram suas visões de falsas e não confiáveis. Consequentemente, em junho de 1853, os dois pastores criaram o então chamado Partido Mensageiro e começaram a publicar suas ideias no Mensageiro da Verdade. As Objeções
As três edições existentes revelam várias acusações contra as visões e reivindicações proféticas de Ellen White. Primeiro,
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alegaram que os sabatistas tinham outra regra de fé e prática, além da Bíblia. A segunda acusação era relativa à manifestação do dom profético nos “últimos dias”. Os Sabatistas, baseados nas profecias de Joel 2 e Atos 2, defendiam a manifestação moderna do dom de profecia pouco antes da segunda vinda de Cristo. Mas embora os oponentes concordassem que estavam vivendo nos últimos dias, afirmavam que o dom de profecia havia cessado com “o fim da era apostólica”.3 Uma terceira objeção relativa ao “remanescente” questionava o dom profético de Ellen White. Os sabatistas, com base em Apocalipse 12:17, alegavam ser o verdadeiro remanescente de Deus, porque “guardavam os mandamentos de Deus” e tinham o “testemunho de Jesus” (referindo-se ao dom profético de Ellen White).4 Para o grupo oponente, no entanto, o espírito de profecia era o Espírito de Cristo que o remanescente possuía e representava, não tendo nenhuma relação com o dom de profecia.5 Uma quarta objeção apresentada era de que os sabatistas faziam do dom profético de Ellen White um “teste de comunhão” e um “código de conduta”.6 Os sabatistas discordaram dessas e de outras acusações e começaram a desenvolver uma defesa mais sistemática de suas crenças e do dom profético. Resultados da Publicação
Primeiramente, tornaram-se mais conscientes da relação entre a Bíblia e o dom profético de Ellen White. Em 1854, Tiago White republicou um artigo importante que havia escrito em 1851. Ele observou que “todos os dons do Espírito devem ter seu devido lugar. A Bíblia é uma rocha eterna. É nossa regra de fé e prática. [...] Cada cristão, portanto, tem o dever de considerar a Bíblia como perfeita regra de fé e obediência. Deve orar fervorosamente a ser auxiliado pelo Espírito Santo ao buscar nas Escrituras toda a verdade sobre o seu dever. Ele não tem
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PENS I LV Â N I A
( EUA )
liberdade de apartar-se dela para saber qual é o seu dever por meio de qualquer um dos dons. Dizemos que no exato momento em que assim proceder, o dom é colocado em lugar errado e assume uma posição extremamente perigosa. A Palavra deve estar na frente, e os olhos da igreja devem ser postos sobre ela, como regra a ser seguida, e a fonte de sabedoria da qual aprendemos nosso dever em ‘todas as boas obras’. Mas se uma parte da igreja se separa das verdades da Bíblia, torna-se fraca e doente e o rebanho se dispersa, de modo que parece necessário que Deus empregue os dons do Espírito para corrigir, recuperar e curar os que erram, devemos deixá-Lo trabalhar.”7 Os sabatistas jamais declararam igualdade entre a Bíblia e os dons do Espírito; eles têm funções diferentes. Em 1854, devido às críticas do Partido Mensageiro, Tiago White republicou o artigo. Em segundo lugar, houve o desenvolvimento de argumentos fundamentados na Bíblia, defendendo a crença no dom profético. Além de Joel 2 e Atos 2, os sabatistas começaram a usar uma ampla variedade de textos bíblicos como Atos 9 e 10, 1 Coríntios 12, Efésios 4 e Mateus 28:18-20, defendendo a perpetuidade dos dons espirituais (inclusive o dom de profecia) e sua manifestação nos “últimos dias”.8 Eles também viam nesse dom profético uma característica do povo de Deus no tempo do fim, conforme Apocalipse 12:17 e 19:10.9 Um terceiro resultado foi o exame realizado pelos sabatistas sobre a relação entre o dom de profecia e o “teste de comunhão”. Contrário às acusações, a maioria dos adventistas, inclusive Ellen White, cria e crê que a aceitação do dom profético dela não era um teste de comunhão. Sua posição se baseava no princípio de que a Bíblia é a única regra de fé e conduta. O quarto resultado foi o início de uma publicação mais intencional dos escritos de Ellen White. Em agosto de 1851, Tiago White escreveu: “Agora, as portas estão abertas em quase todos os lugares para apresentar a verdade, e muitos estão preparados para ler as publicações que anteriormente
não tinham interesse de investigar. Agora, todos nós podemos fazer algo para o Senhor, que fez tanto por nós.”10 Por essa razão ele queria fazer da Review and Herald (Revista Adventista) uma ferramenta para o evangelismo. Para preservar a crença fundamental de que “somente a Bíblia” é a regra de fé, e, ao mesmo tempo, escapar de qualquer preconceito contra as visões, decidiram não publicar as visões nas edições regulares da Review. Como alternativa, elas deveriam ser publicadas no que chamaram de Review and Herald Extra. Embora a posição adotada de não promover as visões na Review tenha continuado por vários anos, não encontramos nenhuma edição da Review and Herald Extra. A razão parece ter sido a oferta de alguns sabatistas, para pagar pela publicação de um panfleto contendo as visões de Ellen White.11 Em 1851, foi publicado o primeiro deles: A Sketch of the Christian Experience and Views of Ellen G. White (Um Esboço da Experiência Cristã e Visões de Ellen G. White). O Supplement to the Christian Experience and Views of Ellen White (Suplemento da Experiência Cristã e Visões de Ellen G. White) foi publicado em 1854. Um ano mais tarde, Os Testemunhos de Ellen White começaram a ser publicados individualmente no formato de livretos. O trabalho de fazer esses escritos amplamente disponíveis às pessoas continuou a ser parte do adventismo desde aquela época. Apesar de sua natureza crítica, o Mensageiro da Verdade ajudou os adventistas a desenvolverem uma defesa mais sistemática da doutrina do dom de profecia. Curiosamente a maioria dos argumentos a favor ou contra o dom profético de Ellen White hoje, é mera repetição do que foi usado em 1850. O povo adventista pode aprender nas abordagens aos sabatistas as objeções para lidar com críticas similares, concernentes ao papel de Ellen White para a igreja hoje. n 1 O dom de profecia, como manifestado por Ellen G. White, tornou-se uma das cinco principais doutrinas do movimento sabatista. As outras eram: A segunda vinda de Cristo, o sábado, o santuário e o estado dos mortos. 2 Edições datadas de 2 de outubro, 2 de novembro e 30 de novembro de 1854. 3 R. R. Chapin, “Who Are the Remnant?” Messenger of Truth, 19 de outubro de 1854. 4 Veja, por exemplo, Tiago White, “The Testimony of Jesus”, Review and Herald, 18 de dezembro de 1855, p. 92, 93; R. F. Cottrell, “Spiritual Gifts”, Review and Herald, 25 de fevereiro de 1858, p. 126. Os Sabatistas fizeram uma conexão entre Apocalipse 14:12 e 19:10 e declaram que o “testemunho de Jesus” significa “o Espírito de profecia”. 5 Chapin. 6 J. B. Bezzo, “Test of Fellowship”, Messenger of Truth, 19 de outubro de 1854, p. 2, 3. 7 James White, “The Gifts of the Gospel Church”, Review and Herald, 21 de abril de 1851, p. 70. (Itálicos acrescentados). 8 Veja, por exemplo, David Arnold, “The Oneness of the Church and the Means of God’s Appointment for Its Purification and Unity”, Review and Herald, 26 de junho de 1855, p. 249-251 ; [James White], “Perpetuity of Spiritual Gifts”, Review and Herald, 18 de fevereiro de 1862, p. 92, 93. 9 Alguns exemplos são: Tiago White, “The Testimony of Jesus”, Review and Herald, 18 de dezembro de 1855, p. 92; M. E. Cornell, Miraculous Powers: The Scripture Testimony on the Perpetuity of Spiritual Gifts (Battle Creek, Mich.: Seventh-day Adventist Pub. Assn., 1875); R. F. Cottrell, “Spiritual Gifts”, Review and Herald, 25 de fevereiro de 1858, p. 126. 10 James White, “Our Present Work”, Review and Herald, 19 de agosto de 1851, p. 13. 11 Ibid.
Theodore N. Levterov é diretor da filial do Patrimônio Literário de Ellen White na
Universidade de Loma Linda, Califórnia (EUA).
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serviço
Por Earley Simon
Mensagem Única,
Metodos Diferentes Culturas que aparentemente ignoram o cristianismo, demandam abordagens diferenciadas
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alar de Jesus nas cidades europeias é um desafio cada vez maior. As cidades da República Checa não são excessão. Estudos indicam que esse é um dos países mais seculares do mundo. Mas os adventistas ali, e em outras partes da Europa, estão descobrindo maneiras de se comunicar com o povo. O Caminho do Discipulado
O INRI Road é um projeto bemsucedido nas universidades, desde 2006. Na República Checa, a maioria das pessoas deixa a igreja durante a fase universitária. O INRI Road é um programa específico para jovens, que permite o fortalecimento da fé e incentiva a se reunir para adorar. As letras INRI representam a sigla
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latina: “Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus”. Os soldados romanos pregaram essa inscrição no alto da cruz onde Jesus foi crucificado. O INRI Road foi desenvolvido como um incentivo para os jovens construírem relacionamento com Jesus. Há na cidade de Brno, uma igreja especificamente destinada às reuniões semanais do INRI Road. Esse grupo é basicamente formado por estudantes universitários da região. Eles aguardam ansiosos pelos encontros e pelas maneiras criativas de adorar a Deus. Blanca é uma das voluntárias que ajuda a preparar os programas semanais. “O INRI Road é como família para mim. Aqui, nós nos conhecemos, ajudamos e apoiamos uns aos outros. Cada um tem seu próprio caminho, sua vida, sua personalidade; mas
O CAMINHO DO DISCIPULADO: Na República Checa, participantes do INRI Road aprendem o que significa seguir a Cristo em uma sociedade cada vez mais secular.
temos apenas um Deus”. Os que participam são apaixonados pelo programa e creem piamente que ele é parte importante na comunidade. Marek Harestej define o objetivo geral do projeto: “Queremos ajudá-los a crescer tanto pessoal como espiritualmente, e a se tornarem parte importante da igreja no futuro.” O INRI Road é um dos vários projetos na República Checa para quem tem paixão por trazer pessoas a Jesus. Foi criado para atingir três grupos: os membros da igreja, ajudando-os a se envolverem mais no ministério; os alunos das universidades da região; e, as famílias e amigos dos estudantes. Jakub, um universitário, diz: “No INRI Road tenho a oportunidade de servir a outros e ajudar pessoas a encontrar Jesus. Tenho a oportunidade de fazer novas amizades.” Vojta, outro estudante, explica: “Podemos convidar nossos amigos e dizer a eles que somos cristãos. Isso é normal para nós.” O projeto preenche a necessidade de muitos que buscam um componente
Esquerda: CÂNTICOS DE LOUVOR: A música é um componente importante nos cultos da congregação de Vila Chá, Portugal. Abaixo: CRESCIMENTO EXPRESSIVO: Na Bulgária, adventistas que testemunham de sua fé encontram audiências cada vez mais receptivas entre a população cigana.
espiritual no ritmo cada vez mais frenético e secular da vida moderna. “Eu quero fazer algo para Deus”, diz Jana, “por isso estou no INRI Road”. Paixão por Evangelizar
Localizado em Portugal, a Igreja Vila Chá é basicamente formada por africanos que imigraram para aquele país. Essa é uma igreja alegre, que ama se reunir para adorar todos os sábados. Os hinos de louvor ecoam pela vizinhança e os bancos estão sempre lotados. Semanalmente, os membros celebram as grandes coisas que Deus faz em sua vida. A música é parte central na celebração. Eli e a mãe são membros ativos dessa igreja. Eli participa tanto na Escola Sabatina como no culto. Toda semana, após o culto, os membros se dividem em grupos e saem para distribuir literatura, a fim de que outros conheçam a Jesus e visitem a igreja. Tanto crianças como adultos apreciam falar com os vizinhos o que sabem a respeito de Jesus. Eles consideram cada revista que entregam a oportunidade para alguém desenvolver relacionamento com o Pai celestial. Eli e os amigos se divertem fazendo isso. Eles gostam de falar com as pessoas e de ver sua reação à mensagem de Deus. Aproveitam toda oportunidade para falar de Jesus, F o t o s :
C o r t e s i a
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Mi s s ã o
A d v e n t i s ta
inclusive para alguns que jamais ouviram sobre Ele. Os membros também arrecadam alimentos para serem doados às famílias que vivem em bairros carentes. Esse simples ato de bondade ajuda a abrir portas e corações, resultando em amizades mais duradouras. Os membros retornam para a igreja no fim da tarde, então, prestam um relatório dos contatos que fizeram, cantam e louvam ao Senhor até a noite. Essa congregação demonstra tremenda fé. Eles não têm medo de falar de Jesus aos amigos e às pessoas da comunidade. Centrados no Evangelismo
Por toda a Bulgária, a Igreja tem se esforçado constantemente para alcançar as comunidades ciganas, cuja população chega a quase 400 mil, e o número continua aumentando. Milen Georgiev, secretário da União Búlgara, fala do objetivo da Igreja ali: Crescer e espalhar o evangelho entre os vários grupos étnicos. “Estamos percebendo que o povo cigano está passando por um reavivamento; as igrejas estão trabalhando intensamente e a frequência é grande”. Essas comunidades ciganas estão abertas à direção de Deus. Elas estão famintas por conhecer a mensagem e se dedicar a Deus. Nos últimos anos, as igrejas adventistas ciganas têm
crescido consideravelmente e se espera que cresçam ainda mais. Por favor, ore pelo trabalho que está sendo realizado na República Checa, Portugal e Bulgária. Ore para que Deus use membros dedicados para compartilhar a mensagem em cada um desses países. Agradecemos por apoiar a missão da Igreja. n
Para saber mais sobre essas e outras iniciativas evangelísticas, visite AdventistMission.org.
Earley Simon é produtor de vídeo para a Missão Adventista.
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R E S P O S T A S
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P E R G U N T A S
B Í B L I C A S
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O senhor poderia abordar a questão da unidade na igreja? Fico entristecido quando vejo dissensão entre o povo de Deus.
Unidade
Compreendo sua preocupação. Porém, lembre-se de que o trigo e o joio estão presentes na igreja, e é importante buscar a unidade a despeito das diferenças. A unidade da igreja está profundamente enraizada na unicidade do próprio Deus, cuja criação é funcional e estruturalmente unida. Como Criador, Ele é o centro ao redor de Quem tudo encontra seu sentido de existência. Portanto, toda a criação reflete, em certa medida, a singularidade de Deus. O pecado danificou a criação ao descentralizá-la. Os seres humanos se concentraram em si mesmos com resultados devastadores. Vejamos esse fenômeno e a obra de Cristo para restaurar a unidade na raça humana e no cosmos. 1. A Solidariedade Humana no Pecado: O fato da humanidade ter rejeitado a Deus provocou uma massiva expressão de unidade no pecado, uma rebeldia unida contra Deus (Rm 1:18-3:18), em pecado (5:12), e na morte (5:17,21). Eles compartilharam as mesmas experiências, atitudes e um destino comum. Obviamente, essa unidade não é verdadeira. De fato, alienados uns dos outros, vivem em uma frenética busca por autorrealização e autopreservação. Cada pessoa se tornou o seu centro, em tensão e conflito com qualquer outra pessoa (Gl 5:19-21). Eles se reúnem com objetivos particulares, esperando algum ganho pessoal; mas o conflito aberto acontece quando essas expectativas falham. Essa fragmentação é a condição natural do coração humano. O ego não é forte suficientemente para mantê-los juntos. Olhamos para nós mesmos e encontramos tensões, questões não resolvidas e desejos frustrados de fazer o que é bom (Gl 5:16-17; Rm 8:6-8). O ego está em conflito com ele mesmo, deixando-nos incapazes de unificar nossa própria existência. 2. Unidade em Cristo: A unidade de Deus foi manifestada na pessoa do Filho: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10:30, NVI). Por meio da encarnação de Jesus os seres humanos foram redirecionados a Deus, criando um centro onde pecadores arrependidos se tornam um nEle, no Pai (17:21),
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Cristã
no Espírito (Ef 4:4) e uns com os outros (1Pe 3:8, 9). Cristo proveu o centro unificador em Sua pessoa e obra. Esse é Seu plano para restaurar a plenitude no Universo, reconciliando todas a coisas nEle (Cl 1:20). Ele já está unindo pecadores arrependidos a Ele na igreja, que é Seu corpo, um organismo indivisível (Ef 2:12-16). Por meio do batismo, participam de uma nova humanidade que não é fragmentada, mas existe em unidade com Ele, seu verdadeiro centro. A igreja é a expressão visível da efetividade da obra de reconciliação com Cristo na Terra. Sua unidade revela que o Filho nos reconciliou com o Pai (Jo 17:21, 23). Sem a unidade da igreja a obra de reconciliação de Cristo perderia a credibilidade no mundo. É somente nEle, e por meio dEle, que podemos ser e permanecer unidos. 3. Visibilidade da Unidade de Cristo: A unidade da igreja é, ao mesmo tempo, uma realidade presente e uma tarefa a ser realizada pelo poder do Espírito. Nossa união em Cristo é manifestada e alimentada na igreja por meio da unidade da mensagem, da missão, do estilo de vida e da comunidade global organizada dos crentes. Temos “uma só fé” que reúne a mensagem de salvação em Cristo no fim do conflito cósmico e que deve ser protegida (Ef 4:5; Ap 14:6-8; 2Tm 1:13, 14). Essa mensagem é moldada na obra de Cristo no conflito cósmico, proporcionando-nos ampla visão bíblica (Ap 12). Temos uma missão comum que preparará o mundo para a vinda de nosso Senhor (10:11; 14:6-12). Nossa unidade em Cristo se manifesta na maneira em que vivemos a vida cristã (Ef 4:1-3). Sendo Cristo o centro da vida, alinhamos nosso estilo de vida ao celestial. Nossa unidade é visível na estrutura organizada da igreja, o que facilita a missão global (1Co 12:12-25). Essas coisas não apenas tornam visível nossa unidade em Cristo, mas contribuem diretamente para nos manter unidos como povo; o povo de Deus. n
Ángel Manuel Rodríguez atuou como diretor do Instituto de Pesquisa Bíblica da AG por muitos anos. Hoje, aposentado, mora no Texas, EUA.
E studo
Bí b lico
Por Mark A. Finley
de
Princípios Divinos
Segurança
A
Econômica
economia mundial está sustentada por um fio muito tênue. Muitas nações desenvolvidas e industrializadas estão mergulhadas em débito. Os Estados Unidos e a Europa estão cada vez mais preocupados com sua economia. Como a economia global está tão inter-relacionada, o que acontece em uma parte do mundo afeta seriamente a todos. Como podemos sobreviver em tempos de recessão econômica? Que princípios há na Palavra de Deus para nos preparar para o que virá? No estudo bíblico deste mês descobriremos as orientações celestiais para enfrentar momentos difíceis à nossa frente.
1 Que previsões a Bíblia faz sobre a economia mundial um pouco antes do retorno de nosso Senhor? Leia Tiago 5:1-7 e Apocalipse 18:9-18, e resuma essas passagens com suas palavras. A profecia bíblica prediz uma crise econômica súbita, pouco antes da Segunda Vinda de Jesus. A Palavra de Deus ilumina a estrada à nossa frente. Nós, que conhecemos a verdade, devemos nos preparar para o que, para o mundo, será uma surpresa terrível. Aprender a confiar em Deus hoje nos preparará para o que virá amanhã.
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Onde podemos encontrar segurança em tempos de crise econômica? Escreva o pensamento central de Mateus 6:25-34. Em tempos de insegurança econômica, uma coisa é certa: Deus cuida de Seus filhos e nunca vai desapontá-los. Corporações podem desmoronar, o dólar, euro, yen ou real pode cair rapidamente, o desemprego aumentar, mas nosso Deus é imutável e inalterável.
3 Leia Deuteronômio 8:18. Onde encontramos a fonte de todas as nossas necessidades financeiras? 4
Leia Salmos 24:1; Ageu 2:8 e Filipenses 4:19. Quem realmente é o dono deste mundo e de tudo que há nele, e o que prometeu a todos nós?
É reconfortante saber que este planeta e tudo que há nele, pertencem a Jesus. Ele nos criou e redimiu. Quando Adão e Eva perderam seu domínio, Cristo, por meio de Sua morte na cruz, o tomou das mãos de Satanás. Assim, este mundo é Seu, e Ele prometeu cuidar de Seus filhos.
5 Como reconhecemos que tudo neste mundo pertence ao Senhor? Leia Malaquias 3:8-11. Quando somos fiéis na devolução dos dízimos, reconhecemos que Ele é o verdadeiro dono deste mundo. Reconhecemos, também, que é Ele quem supre todas as nossas necessidades, dando-nos todas as coisas boas da vida.
6 Que exemplos do Antigo e Novo Testamentos demonstram a importância da fidelidade em devolver o dízimo a Deus? Veja Gênesis 14:20 e Mateus 23:23. 7 Leia Provérbios 3:5, 6; 11:24, 25. Que promessas Deus faz àqueles que reconhecem Seu senhorio na vida por meio da fidelidade na devolução dos dízimos e das ofertas? Liste os pensamentos-chave dessas passagens. Devolver fielmente a Deus os Seus dízimos e dar nossas ofertas é muito mais que uma questão monetária; é uma questão do coração. A doação altruísta revela onde está nossa afeição. Demonstra onde está nosso coração. É, também, uma questão de confiança. Quando doamos, estamos dizendo para Deus: “Confio que o Senhor vai suprir todas as minhas necessidades. Creio que o Senhor vai cuidar de mim.” Você gostaria de fazer um novo compromisso com Deus de ser fiel nos dízimos e ofertas? Talvez você esteja negligenciando esse importante aspecto da vida cristã. Por que não renovar a disposição de confiar em Deus? Ele nunca irá desapontá-lo. n
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TROCA DE IDEIAS Foi uma inspiração ler sobre a determinação de Kirui de servir a Deus e seu país .
Cartas Resolvi Superar
Fui abençoado pelo estudo bíblico do Pr. Mark A. Finley “Atravessando Períodos Difíceis da Vida” (AW-abril). Decidi memorizar todas as passagens da Bíblia citadas ali. Que o Senhor abençoe ricamente a Adventist World, especialmente a equipe que atualiza tão pontualmente sua página na internet. No dia primeiro de abril já pude ler a edição do mês! David Mutuku Por e-mail Agradeço imensamente a publicação do artigo de Claude Richili “Assim, Ele Corre” (AW-março). Sou do Quênia, mas moro nos Estados Unidos. Aqui me identifico profundamente com a história de Abel Kirui, pois vim para este país em busca de uma bolsa para
Oraçãow
–William Songock, Shreveport, Louisiana, Estados Unidos
cross-country. Foi uma inspiração ler sobre a determinação de Kirui de servir a Deus e seu país. William Songock S hreveport, Louisiana, Estados Unidos A Síndrome do Sapo
Fiquei impressionada com o artigo “A Síndrome do Sapo” de Ted N. C. Wilson (AW-março). Agradeço a Deus por tê-lo encontrado e lido. Estava preparando uma mensagem para pregar em minha igreja sobre o mesmo assunto, e foi um privilégio acrescentar o material do Pr. Wilson no sermão. A Adventist World é uma bênção para o povo de Deus. Walnice da Conceição Silva Bissau, Guiné-Bissau
Todas as Probabilidades” (AW-março). Ela nos incentiva a pensar nas pessoas além de nossas fronteiras. Apenas um rápido esclarecimento: Aitken declarou que “os refugiados que não foram repatriados para os Estados Unidos, foram forçados a voltar para o país natal”. Atualmente, muitas nações têm aberto as portas para refugiados. A cidade canadense onde moro admitiu, em um só projeto, a entrada de quatro mil vietnamitas, aumentando significativamente nossa população. Artigos como esses são uma das razões pelas quais esperamos ansiosamente pela chegada da Adventist World. Roger Matthews Ottawa, Ontário, Canadá
Refugiados são Bem-Vindos Aqui
Fé Eterna
Muito obrigado por publicarem o interessante e inspirador relato sobre o trabalho de Judy Aitkens em “Contra
Fui tocada pelo devocional de Jorge Iuorno “Fé Eterna” (AW-fevereiro). Obrigada por publicarem um artigo
GRATIDÃO Por favor, ore por mim. Estou tendo problemas na universidade com as aulas aos sábados. Mthoko, Zimbábue Meu irmão está hospitalizado em estado terminal. Por favor, ore por ele. Kabungo, Zimbábue
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Tornei-me adventista em 2006. Pouco depois, fui para uma de nossas universidades cursar a faculdade teologia. Estou me mantendo com muita dificuldade, vivendo pela fé. Não tenho recurso algum, mas espero terminar meus estudos o mais breve possível para ajudar na obra de Deus. Lusio, Indonésia
Por favor, ore para que eu receba alguma bênção financeira a fim de pagar débitos e obrigações. Ore para que Deus toque o coração das pessoas que podem me ajudar a recuperar deste fardo. Carmélia, Estados Unidos
W O R D PS A OL AR V LR EA S S A T É 5O 5O sobre como sobreviver a tempos difíceis. Negah Mebrat Adis Abeba, Etiópia
Meu
Hino Preferido…
Acesso à Adventist World
n Tenho muitos hinos na minha lista de preferidos. Talvez o número
Recentemente tive acesso à edição de março de 2012 da Adventist World e a li de capa a capa, várias vezes. Existe algum site para fazer assinatura? Minky Yisaka África do Sul
um seja “Quando Formos Todos Para o Céu”. Minha mãe sempre cantava enquanto trabalhava, e eu faço a mesma coisa. Ele tem sido usado como nosso “hino de esperança” em vários funerais da família. – Janet Schlunt, El Gabel El Asfar, Egito
Fui criado na Igreja Adventista e estou grato por ter descoberto o website da revista Adventist World. Gosto especialmente das seguintes seções: Visão Mundial, Devocional, o Espírito de Profecia, Respostas a Perguntas Bíblicas e Estudo Bíblico. Gostaria de receber essa publicação mensalmente. Mizinga Ephraim Lusaka, Zâmbia A Adventist World é produzida pela Igreja Adventista do Sétimo Dia e distribuída a seus membros. Estamos, também, na internet: www.adventistworld.org. Somos gratos por essa revista estar suprindo sua necessidade. –Os Editores
Como enviar as Cartas: Por favor envie para letters@ adventist world.org. As cartas devem ser escritas com clareza, contendo, no máximo, 100 palavras. Inclua na carta o nome do artigo e a data da publicação. Coloque, também, seu nome, a cidade, o estado e país de onde você está escrevendo. As cartas serão editadas por questão de espaço e clareza. Nem todas as cartas enviadas serão publicadas.
n “Vem a Mim” é o convite de Jesus a nós. O hino “Eu Venho a Ti
Senhor” é minha resposta de gratidão: “Fora da minha doença para Tua saúde, fora do meu desejo para Tua riqueza, fora do meu pecado para perto de Ti, Jesus, eu venho a Ti, Senhor”. – Cliff Drieburg, British Columbia, Canadá n Sábado passado, nós cantamos “Em Cristo Não Há Leste ou Oeste”,
e não pude deixar de pensar como é importante atentar para o fato de que nossa sociedade e, às vezes, até mesmo a igreja, está dividida. Gosto da parte do hino que diz: “Todos os cristãos, em nosso grande mundo, são um nEle.” – Alonzo Tejada, Califórnia, Estados Unidos
Reavivados por Sua Palavra Uma Jornada de Descobertas através da Bíblia Deus nos fala por meio de Sua Palavra. Junte-se a outros membros em mais de 180 países que estão lendo um capítulo da Bíblia todos os dias. Para baixar o Guia de Leitura da Bíblia, visite: www.reavivadosporsuapalavra.org, ou inscreva-se para receber diariamente o capítulo por e-mail. Para fazer parte desta iniciativa, comece por aqui: 01 de agosto de 2013 • Jó 36
Por favor, ore por minha família. Perdemos nosso querido pai e estamos enfrentando muitas dificuldades sem ele. Becky, Quênia Por favor, ore pelo irmão do meu amigo que está sofrendo com uma doença mental. Oketa, Sudão do Sul
Por favor, ore por mim. Estou tentando decidir o que estudar no segundo semestre: enfermagem, mestrado em educação ou a combinação dos dois. Rachel, Estados Unidos
Oração & Gratidão: Envie seus pedidos de oração ou agradecimentos (gratidão por orações respondidas) para prayer@ adventistworld.org. As participações devem ser curtas e concisas, de no máximo 50 palavras. Os textos poderão ser editados por questão de espaço e clareza. Nem todas as participações serão publicadas. Por favor, inclua seu nome e o nome do seu país. Os pedidos também podem ser enviados por fax, para o número: 1-301-680-6638; ou por carta para Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904-6600 E.U.A.
Por favor, ore por meu ministério. Ore, também, por minha saúde. Sry, Índia
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TROCA DE IDEIAS
Há
119 Anos
N
o dia 5 de julho de 1894, Pieter Wessels e H. H. Druillard acompanhados por Fred Sparrow, A. Goepp, E. J. Harvey, I. B. Burton e J. Landesmann chegaram a Bulauaio – hoje Zimbábue – vindos de Vryburg em um carro de boi, para escolher o terreno e construir a Missão Solusi entre o povo Matabele. Leander Starr Jameson, administrador da Companhia Britânica da África do Sul, na Rodésia, representando Cecil Rodes e a Companhia Britânica, concedeu aos missionários o privilégio de escolherem qualquer terreno que lhes fosse mais apropriado. Quando decidiram pelo local, montaram algumas cabanas no estilo africano, compraram 200 cabeças de gado e voltaram para a Cidade do Cabo, deixando Fred Sparrow para construir a sede da Missão. Hoje, a Universidade Solusi, instituição de ensino superior, administrada pela Divisão Sul-Africana-Oceano Índico, cujo terreno tem 3.500 hectares, situa-se a 50 quilômetros de Bulauaio, Zimbábue, à altitude de 1.300 metros. A maioria dos estudantes da universidade são funcionários, obreiros e familiares da própria Divisão, mas também, há alunos oriundos de vários países fora do território.
F o t o :
C o r t e s i a
d o s
A r q u i v o s
d a
A s s o ci a ç ã o
4.700
mg
Cientistas da Inglaterra estimam que o peso médio mundial, por pessoa, seja de 61,7 kg. Veja abaixo a média por continente:
Fonte: National Geographic
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– C hidi Felix Ezeama, Umuahia, Abia State, Nigéria
G e r a l
Pesado Á sia Á frica A m é rica L atina / C ari b e E u ropa O ceania A m é rica do N orte
Se você está procurando por um milagre, venha me conhecer. Eu sou um milagre.
KG
lb
57,6
127
60,3
133
67,5
149
70,7
156
73,4
162
80,2
177
Os nutricionistas recomendam que uma pessoa adulta deve ingerir 4.700 miligramas de potássio por dia para ajudar a controlar a pressão sanguínea. Alguns dos alimentos ricos em potássio são: batata (casca fina), feijão branco, lentilha, banana, espinafre (cozido) e damasco seco.
Fonte: American Journal of Clinical Nutrition/Women’s Health
Igreja de Um Dia
“Eis que cedo venho…”
Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança.
Pequeno Nunca Mais!
Editor Adventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático.
Acima: NOVOS COMEÇOS: Primeiro sábado na Escola Adventista Lakeview. Um dia de comemoração e esperança. Abaixo: REALIZANDO UM SONHO: Colaboradores convidados da Maranatha Volunteers Internacional, reunidos para foto, em frente a um dos novos prédios.
Editor Administrativo e Editor Chefe Bill Knott Editor Associado Claude Richli
Duerksen
Gerente Internacional de Publicação Chun, Pyung Duk
Ric h a r d
Lake Kariba, entre a Zâmbia e o Zimbábue (África), é o maior reservatório artificial do mundo, com 220 km de comprimento e até 40 km de largura, cobrindo uma área de 5.400 km². Foi concluído em 1960. O primeiro adventista chegou a Kariba por volta de 1962, quando quatro nativos da tribo BaTonga se mudaram da Missão de Malamulo, em Malaui, para trabalhar no crescente turismo local e nas indústrias de pesca da região. É claro que eles iniciaram uma igreja debaixo de uma grande mangueira, reunindo-se aos sábados e as quartas à noite. A igreja cresceu […] Então, alugavam um local para culto onde quer que o encontrassem, chegando mesmo a derrubar barrancos na esperança de construir um sólido prédio para os membros. Infelizmente, cinco décadas depois, eles ainda estavam alugando, improvisando e esperando. Os adventistas do Lago Kariba ficaram conhecidos como “o pequeno grupo sem prédio”. “Não nos incomodava o fato de que éramos um pequeno grupo de cristãos”, disse o pastor Benevolence Shonhiwa, “assim, continuávamos a trabalhar, orar e aguardar a resposta divina em nos conceder prédios sólidos e permanentes”. Quando os líderes da Igreja em Zimbábue visitaram o lago em 2011, fizeram a pergunta crucial: “Se vocês tivessem somente uma opção, prefeririam uma igreja ou uma escola?” Os membros responderam: “Se tivermos um prédio para a igreja, iremos lotá-lo, mas se tivermos uma escola, vamos precisar de muitos prédios de igreja para acomodar os novos membros.” Os líderes ouviram, ajudaram os membros a conseguir um terreno e pediram à equipe da Maranatha Volunteers International para construir a Escola de Um Dia em Lake Kariba. Os voluntários chegaram no dia 12 de abril e, uma semana mais tarde, já haviam levantado quase todos os 12 prédios com vista para o lago. Cada laje de concreto, suporte de vigas e parede era levantada com oração. A nova escola iniciou suas aulas no dia 7 de maio. Ela oferece espaço para mais de 400 alunos – e um grande prédio multiuso, que serve também como igreja! Enock Chifamba, secretário executivo da União do Zimbábue, disse: “Esses prédios formam um centro evangelístico gigantesco. Ninguém, nunca mais, chamará esses membros de: ‘O pequeno grupo sem prédio!’”
Comissão Editorial Ted N. C. Wilson, presidente; Benjamin D. Schoun, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Lisa Beardsley-Hardy; Daniel R. Jackson; Robert Lemon; Geoffrey Mbwana; G. T. Ng; Daisy Orion; Juan Prestol; Michael Ryan; Ella Simmons; Mark Thomas; Karnik Doukmetzian, assessor legal. Comissão Coordenadora da Adventist World Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Kenneth Osborn; Guimo Sung; Chun, Pyung Duk, Han, Suk Hee Editores em Silver Spring, Maryland, EUA Lael Caesar, Gerald A. Klingbeil (editores associados), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Wilona Karimabadi, Mark A. Kellner, Kimberly Luste Maran Editores em Seul, Coreia do Sul Chun, Pyung Duk; Chun, Jung Kwon; Park, Jae Man Editor On-line Carlos Medley Gerente de Operações Merle Poirier Coordenador do Controle de Qualidade e Mídias Sociais Jean Boonstra Colaborador Mark A. Finley Conselheiro E. Edward Zinke Administrador Financeiro Rachel J. Child Assistentes Administrativos Marvene Thorpe-Baptiste Assistente do Editor Chefe Gina Wahlen Comissão Administrativa Jairyong Lee, chair; Bill Knott, secretary; P. D. Chun, Karnik Doukmetzian, Suk Hee Han, Kenneth Osborn, Juan Prestol, Claude Richli, Akeri Suzuki, Ex-officio: Robert Lemon, G. T. Ng, Ted N. C. Wilson Diretor de Arte e Diagramação Jeff Dever, Brett Meliti Consultores Ted N. C. Wilson, Robert E. Lemon, G. T. Ng, Guillermo E. Biaggi, Lowell C. Cooper, Daniel R. Jackson, Geoffrey Mbwana, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa, Michael L. Ryan, Blasious M. Ruguri, Benjamin D. Schoun, Ella S. Simmons, Alberto C. Gulfan Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee, Israel Leito, John Rathinaraj, Paul S. Ratsara, Barry Oliver, Bruno Vertallier, Gilbert Wari, Bertil A. Wiklander. Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638 E-mail: worldeditor@gc.adventist.org Website: www.adventistworld.org
A Igreja de Um Dia é um programa de colaboração entre a Igreja Adventista do Sétimo Dia, Adventist-laymen’s Services e Industries (ASI) [Federação de Empresários Adventistas] e Maranatha Volunteers International. Essas histórias chegam até você, todos os meses, por intermédio de Dick Duerksen, “O Contador de Histórias”, da Maranatha.
Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coreia do Sul, Brasil, Argentina, Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria e nos Estados Unidos.
V. 9, Nº 7
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