June 2015 portuguese

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Revista Internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia

Ju n h o 2 01 5

ou

Bendita? Criando filhos na Sibéria e mantendo a fé

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O espírito de

1863

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Viver no poder

do Espírito Santo


Junho 2015

a r t i g o

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d e

c a p a

Banida ou bendita?

Barbara J. Huff

Sasha e Valentina Ivanov foram deportados para a Sibéria. Mas esse não foi o final da sua jornada.

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V I S Ã O

M U N D I A L

Levante-se! Resplandeça! Jesus está voltando!

Ted N. C. Wilson

Somos chamados a estar prontos quando Jesus voltar.

12 Madeira torta – postura ereta D E V O C I O N A L

Gerald A. Klingbeil

Jesus endireita o que está torto, seja no aspecto físico ou espiritual.

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C R E N Ç A S

F U N D A M E N T A I S

Em reverência a Ti

Marcos Paseggi

Há muito que admirar em Deus.

20 Dando tudo de nós E S P Í R I T O

D E

P R O F E C I A

Ellen G. White

Vivendo por Cristo o tempo todo.

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H E R A N Ç A

A D V E N T I S T A

O espírito de 1863

David Trim

A primeira assembleia da Associação Geral e as lições necessárias hoje.

Assembleia da Associação Geral Comunicado oficial determina que a sexagésima assembleia da Associação Geral será realizada nos dias 2 a 11 de julho de 2015, no Alamodome, em San Antonio, Texas (EUA). A primeira reunião terá início às 8 horas do dia 2 de julho de 2015. Todos os delegados devidamente credenciados são convidados a estar presentes naquele momento. Ted N. C. Wilson, presidente da Associação Geral G. T. Ng, Secretário da Associação Geral Por meio desta, informamos que a próxima reunião regular dos membros da Corporação da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia será realizada no Alamodome, em San Antonio, Texas, no dia 7 de julho de 2015, terça-feira, às 14 horas, com o objetivo de eleger a Comissão Diretiva e tratar de algum assunto que possa surgir antes da assembleia. Daisy Jane F. Orion, secretária corporativa Corporação da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia

SEÇÕES 3 N O T Í C I A S

DO

MUNDO

3 Notícias breves 6 Notícia principal 10 Igreja de um dia

11 S A Ú D E N O M U N D O “Junta panelas”: diversão ou desgaste?

26 R E S P O S T A S

PERGUNTAS

A BÍBLICAS

Diferença entre coisas preciosas e o Desejado 27 E S T U D O B Í B L I C O Viver no poder do Espírito Santo

www.adventistworld.org On-line: disponível em 10 idiomas

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Tradução: Sonete Magalhães Costa

TROCA

DE

IDEIAS

Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. v. 11, nº- 6, Junho de 2015.

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I m a g e m

d a

C a pa :

s e r g i y T r o f i m o v / i s t o c k / t h i n k s t o c k


Notícias do Mundo

Surpresas

em San Antonio Andrew McChesney

NAD

“Amados, não se surpreendam com o fogo que surge entre vocês para os provar, como se algo estranho lhes estivesse acontecendo” (1Pe 4:12, NVI). Não dá para fingir que não sabemos. Fomos orientados, avisados e até advertidos: em algum ponto, a vida de discipulado cruzará o caminho do sofrimento. Talvez nosso otimismo natural nos faça esquecer a realidade sobre a qual Jesus e Seus amigos mais próximos nos avisaram. Talvez as distorções da verdade bíblica pregadas por aqueles que só proclamam o evangelho da prosperidade e paz nos levem a supor que sofrer por Seu nome será anormal e raro. Nossos hinos preferidos estão repletos de mensagens de paz e alegria – e isso está correto, pois essas coisas também marcaram o caminho dos peregrinos. Mas onde estão os hinos que nos lembram de que os que permanecerem fiéis a Jesus, quase invariavelmente, sofrerão perseguição? Foram esses hinos que confortaram e encorajaram a igreja da Reforma. Quinhentos anos atrás, Martinho Lutero escreveu as sábias palavras: “Com fúria pertinaz nos segue Satanás, Com artimanhas tais e astúcias tão cruéis Que iguais não há na Terra.” Uma geração antes da nossa, Martin Luther King Jr. recordava vigorosamente os spirituals escritos pelos negros americanos, que retratavam a dor de estar condenados à escravidão e à opressão. Quem nos ensina essas canções hoje? Onde estão as mensagens de sábado de manhã que nos ensinam a encarar com naturalidade a ira e hostilidade de um mundo que não honra a Jesus como Senhor? A última das oito bem-aventuranças de Jesus (Mt 5:2-12) – que fala sobre esperar perseguição por ser Seu discípulo – é a mais longa e, com o comentário acrescentado por Ele, representa mais de 40 por cento das Suas famosas palavras. Ao ler, no artigo de capa deste mês, a extraordinária história de coragem e resiliência do tempo da Rússia comunista, ore pelos nossos milhões de irmãos em todo o mundo, que já estão carregando a cruz de uma maneira que nunca compreenderemos completamente aqui, mas somente quando chegarmos ao reino dos Céus.

COBERTURA COMPLETA: O evangelista Mark Finley ora com o paciente Marcus Daniel que recebeu tratamento dentário com o Dr. Shaun Rusk (à esquerda), na clínica livre em San Antonio, Texas, EUA.

■■ Cerca de 6.200 pessoas receberam dos adventistas o equivalente a 60 milhões de reais em assistência de saúde gratuita, em estádio do Texas, dizem líderes da igreja, relatando histórias dos bastidores sobre um aparelho de Raio X excessivamente usado, um encaminhamento médico inesperado e um médico que orou com o paciente pela primeira vez. Duane McKey, vice-presidente para evangelismo e diretor ministerial da União Sudoeste, um dos patrocinadores da clínica, disse que um aparelho desses tipicamente faz 45 raios-X em dois dias e meio, mas o que foi doado pela GE realizou um total de 338 raios-X durante o evento. “O aparelho de raio-X ficou tão quente que parou de trabalhar. Mas o técnico avisou que podia consertar. Ele acionou o ventilador e a máquina funcionou outra vez”, relatou McKey. Muitas pessoas viajaram distâncias consideráveis para receber tratamentos dentários, exames médicos e até cirurgias. McKey disse que uma paciente, que precisava ser submetida a uma cirurgia de 25 mil dólares em um hospital adventista da região, contou como tinha dado a notícia ao seu médico sobre seu plano de receber

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Notícias do Mundo

Recordes são quebrados quando os jovens

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I AD

dos 192 países do mundo reconhecidos pelas Nações Unidas, e 73% dos participantes eram jovens com idade entre 13 e 34 anos, disse Cangy, organizador do evento. Ele observou que esse grupo representa uma faixa etária crítica, na qual grande número tem deixado a igreja nos últimos anos. Talvez nunca saibamos exatamente quantas pessoas participaram do Dia Mundial dos Jovens, mas os dados do Google e da mídia social indicam que o número foi maior do que nos dois anos anteriores. O Egito, por exemplo, foi o único país no Oriente Médio e Norte da África a sediar as atividades no ano passado, mas este ano foi acompanhado pelo Líbano, Jordânia, Catar e Emirados Árabes Unidos, disse Cangy. O número de pessoas conectadas no Twitter com a hashtag #GYD15 chegou a 25 milhões no sábado, comparado aos 7,75 milhões em 2013.

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a cirurgia gratuitamente. O doutor duvidou que alguém faria uma cirurgia tão cara sem nenhum custo. A paciente, então, entregou a ele um folheto sobre o evento. Algum tempo depois, o doutor falou com outra paciente que necessitava urgentemente de uma cirurgia, mas não tinha seguro de saúde. “Como vou conseguir 25 mil dólares?” perguntou a paciente. O doutor, então, entregou a ela o panfleto da clínica gratuita. Mark Finley, Daniel R. Jackson e Duane McKey estiveram no auditório da sede mundial da Igreja Adventista, falando para um programa de notícias de um canal de televisão local sobre a clínica gratuita. Ele lembrou à audiência que o objetivo do evento era apresentar a Igreja Adventista do Sétimo Dia aos moradores de San Antonio, antes da chegada de milhares de adventistas, em julho, para a assembleia da Associação Geral. “A principal notícia na cidade foi: ‘Os adventistas do sétimo dia são pessoas que ajudam’”, disse Finley. “Quando formos para a assembleia da Associação Geral, as pessoas saberão quem são os adventistas do sétimo dia.”

■■ Centenas de milhares de jovens adventistas compartilharam o amor de Jesus em 132 países no Dia Mundial dos Jovens, estabelecendo um novo recorde, superando as expectativas dos organizadores. Gilbert Cangy, diretor do ministério jovem para a Igreja Adventista mundial, declarou que o terceiro evento anual foi um sucesso extraordinário. “Foi um momento determinante. Provou mais uma vez que, se criarmos um ambiente em que os jovens possam se envolver, eles sempre vão superar as expectativas.” No Dia Mundial dos Jovens, eles foram desafiados a “se tornar as mãos e os pés de Jesus”, ao encontrar maneiras de mostrar Seu amor aos outros. Entre outras coisas, os jovens cantaram, ofereceram abraços gratuitos, visitaram hospitais e doaram sangue. O lema do Dia Mundial dos Jovens foi: “Eu sou a mensagem”. As atividades foram realizadas em 132

G a l l a r d o

A TODOS QUE QUISEREM: Pessoas esperam na fila para receber cuidados de saúde gratuitos, antes da abertura da porta do estádio Alamodome, em San Antonio, no dia 8 de abril.

Andrew McChesney

D a n i e l

NAD

“são a mensagem”

ALIMENTO PARA TODOS: Jovens adventistas oferecem pizza a moradores de rua como parte das atividades do Dia Mundial dos Jovens, em Monterrey, México.


Presidente da Igreja Adventista se

encontra com

secretário da ONU / Sc h n e i d e r

■■ Ban Ki-moon, secretário-geral das Nações Unidas, expressou preocupação diante da crescente intolerância religiosa no mundo, durante reunião particular com Ted N. C. Wilson, líder da Igreja Adventista, e convidou a Igreja Adventista do Sétimo Dia a trabalhar com a ONU, ajudando as pessoas. Wilson, o primeiro presidente adventista a se encontrar com um líder da ONU, observou que a igreja, há muito tempo, apoia a liberdade religiosa e que é seu desejo se associar a iniciativas que sigam o exemplo do ministério de Cristo, ajudando as pessoas física, mental, social e espiritualmente. Na reunião de 45 minutos na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, no dia 6 de abril, Ban recebeu Ted Wilson, John Graz, diretor de relações públicas e liberdade religiosa, e Diop Ganoune, diretor associado. A reunião foi agendada com o envolvimento pessoal do Embaixador Joseph Verner Reed, decano dos vicesecretários gerais da ONU e amigo dos adventistas do sétimo dia, que se correspondeu regularmente com Diop para tornar a reunião uma realidade. “Foi realmente um privilégio me encontrar com o secretário-geral e ouvir seu apelo para prestarmos assistência à humanidade”, disse Wilson à Adventist World. “Os adventistas do sétimo dia devem estar prontos a testemunhar pelo Senhor onde quer que formos e testificar das bênçãos de Deus em nossa vida, e sobre o que

U N

Andrew McChesney

E va n

Outro marco: imagens do evento foram transmitidas ao vivo, on-line e pelo Hope Channel, canal mundial de TV da igreja, durante 24 horas. “O Hope Channel é a voz da igreja e deu voz ininterrupta à nossa juventude, por 24 horas”, disse Cangy. O tuíte de Virgil R. Bakulu, de Manado, Indonésia, diz que seu grupo foi bem-sucedido trocando frutas por maços de cigarro. Em um posto policial, na África do Sul, os jovens agradeceram aos policiais cantando o hino “Preciosa Graça”. O grupo também visitou um asilo, onde os funcionários agradeceram com uma canção. Na Índia, os jovens entregaram alimentos às crianças de rua. Em Botswana, um grupo saudava os transeuntes. “Ser a mensagem foi uma grande ideia”, dizia o tuíte de Penny, de Botswana. “Não consigo explicar o sorriso no rosto de estranhos, ao acenarmos para eles.” Ted N. C. Wilson, presidente da Igreja Adventista mundial, animou os jovens a ir além do Dia Mundial dos Jovens e continuar sendo a mensagem, todos os dias, até Jesus voltar. Wilson, que tem participado todos os anos do dia do jovem, falou em um encontro de cinco mil jovens, na Colômbia. A Igreja Adventista do Sétimo Dia fez um grande avanço desde o “Let’s Talk” (Vamos Conversar), programa de televisão de 60 minutos em 2000, quando o presidente da Igreja Adventista respondia a perguntas dos jovens reunidos em várias partes do mundo. “Agora, temos um programa de 24 horas, em 19 pontos do mundo, envolvendo os jovens não apenas em debates, mas no planejamento e gravação do evento. Isso é incrível!”, comentou André Brink, diretor associado de comunicação da Igreja Adventista, que gravou partes de três programas “Let’s Talk” e preparou um vídeo especial sobre o evento de 2015 para o Adventist News Network.

COOPERAÇÃO SEM COMPROMISSO: Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, recebe Ted N. C. Wilson, líder mundial da Igreja Adventista, no dia 6 de abril, nas Nações Unidas, em Nova York.

podemos fazer em Seu nome”, disse ele. “O mundo está esperando esse tipo de testemunho divinamente inspirado, com respostas claras para os problemas da atualidade.” Ban falou sobre problemas globais, como a pobreza e deficiência na educação, antes de expressar sua preocupação com a intolerância religiosa que alcança níveis sem precedentes, mundialmente. Ban ressaltou sua crença de que toda pessoa deve cultivar o respeito por todos, inclusive os de outras religiões. Ele demonstrou apreciar o trabalho da Igreja Adventista na promoção da liberdade religiosa, como também na educação, saúde e ajuda humanitária, por meio da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais. A ADRA tem trabalhado com a ONU na assistência a refugiados no Oriente Médio e outros lugares.

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Notícias do Mundo

15 são ex-adventistas Região onde % dos batismos de

América do Sul lidera em métodos para alcançar os ex-membros.

Andrew McChesney ■■ G.T. Ng, secretário executivo da Igreja Adventista mundial, passou dez dias viajando por três países para descobrir por que as igrejas da Divisão SulAmericana são tão bem-sucedidas em batizar e manter os membros. O que descobriu o surpreendeu. A Igreja Adventista na América do Sul faz mais do que apenas organizar séries evangelísticas robustas e iniciativas comunitárias, semelhantes ao que se faz nas Divisões de outras partes do mundo. É solicitado aos secretários da igreja, que tipicamente são responsáveis pelo controle do registro de membros, que supervisionem um programa singular para resgatar os ex-adventistas. O resultado do programa Reencontro é impressionante. Os rebatismos cresceram para espantosos 12 a 15% do total de batismos nos últimos três anos, um recorde na Igreja Adventista mundial. “O segredo é que os secretários da igreja vão além do seu papel tradicional de registrar o número de membros”, disse Ng à Adventist World. “Para corrigir a trágica perda de membros, os secretários das igrejas são treinados a se envolver no cuidado dos membros da igreja”, disse ele. “Eles anotam o nome dos membros

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números representam um crescimento constante quando comparado aos 28.299 rebatismos dos 190.214 batismos, em 2013, e 24.732 rebatismos entre os 174.767 batismos, em 2012. A Divisão tem 2.333.487 membros. “Nem todos os rebatismos resultam dos programas Reencontro”, disse Magdiel E. Pérez Schulz, secretário executivo da Divisão Sul-Americana. “Mas podemos afirmar que o programa é responsável pela maior parte, e a cada ano o número dos rebatismos está aumentando.” “Bem-vindo de volta, filho pródigo!”

que faltam e organizam equipes de visitação para recuperar os membros desaparecidos. Essa é uma abordagem inovadora para resgatar os que se perderam duas vezes.” Durante os cinco anos na função, Ng tem priorizado a retenção dos membros. Embora a Igreja Adventista do Sétimo Dia tenha 18,5 milhões de membros em todo o mundo, esse número poderia ser muito maior se não fosse pelo fato de que cerca de um terço dos membros batizados nos últimos 40 anos abandonaram a igreja ou simplesmente desapareceram, segundo relatório estatístico apresentado em outubro do ano passado. “Como igreja, a porcentagem de retenção dos recém-batizados tem sido desanimadora”, disse Ng. Ao longo dos anos, os líderes adventistas em todo o mundo têm procurado resgatar os ex-membros, mas nenhuma região tem sido tão bem-sucedida como a Divisão Sul-Americana, disseram os líderes da igreja. Ng fez sua primeira viagem para o Chile, Peru e Equador, em março, para estudar por que os rebatismos chegaram à incrível marca de 29.732 dos 195.509 batismos, em 2014. Esses

O Reencontro nasceu em 2012, em uma reunião de secretários de todo o território da Divisão Sul-Americana, na qual concluíram, consternados, que um número significativo de membros estava deixando a igreja e não havia um plano para tentar ganhá-los de volta. Quando abordados, muitos exmembros expressavam o desejo de retornar, mas a ideia de ir à igreja sem que antes alguém os visitasse com um convite pessoal para retornar os deixava com medo, envergonhados ou alienados, disse Pérez. “Até ouvimos histórias de alguns deles, que voltaram sozinhos e foram recepcio­ nados por líderes bem-intencionados, com as palavras: ‘Bem-vindo de volta, filho pródigo!’”, disse Pérez. Assim, no encontro de secretários foi decidido que buscar os ex-membros era uma prioridade. Essa responsabilidade foi delegada aos secretários das igrejas, seus representantes na igreja local. Como resultado, os secretários da igreja preparam um programa especial para um ou dois sábados por ano, e os ex-membros são convidados a assistir. A Divisão disponibiliza material especial para a iniciativa, incluindo estudos bíblicos e DVDs para entregar a eles. O DVD contém um convite para retornar à igreja. “Foi comprovado que esse programa


cortou a fita inaugural. “O espírito de amizade era inconfundível.”

DSA

“Obrigado por não desistir”

INAUGURAÇÃO: G.T. Ng, secretário da Associação Geral, inaugura igreja construída por secretários, no Equador, traduzido por Magdiel E. Pérez Schulz (com microfone).

traz os ex-adventistas de volta”, disse Pérez. O esforço também provou ser útil na retenção dos novos membros, que se unem aos secretários e convidam familiares e amigos para ir à igreja, disse ele. Unidade e obediência são fundamentais

Ng, que examinou o programa por algum tempo, disse crer que seu sucesso é graças ao apoio que os secretários recebem de uma igreja unida em sua visão de missão e é obediente à Bíblia e aos conselhos de Ellen G. White, cofundadora da Igreja Adventista. “Uma das primeiras coisas a me impressionar foi o senso de unidade corporativa”, disse ele. “Um mesmo pulso bate em toda a infraestrutura adventista, seja ela união, associação ou instituição.” Ele diz que os adventistas abraçaram 2 Crônicas 20:20: “Crede no Senhor, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas e prosperareis”, e confiaram totalmente no Espírito de Profecia, especialmente no conselho: “A obra da educação e da redenção são uma” (Educação, p. 30). “Centenas de escolas fundamentais, de Ensino Médio e universidades confirmam esse compromisso”, disse Ng. “O Peru, por exemplo, tem três campi universitários, com cerca de dez mil

alunos. Onde há escolas estabelecidas, o evangelismo floresce.” Os líderes locais da igreja também possuem uma clara visão da missão, compartilhando da mesma compreensão de que cada igreja e instituição existe exclusivamente para a missão, disse Ng. “Nas missões e associações que visitamos, os administradores tomam tempo para articular o que creem ser a missão da igreja e os métodos para direcionar os recursos para o evangelismo”, disse ele. “Por isso, o plantio de igrejas está indo de vento em popa na Divisão Sul-Americana.” Nessa Divisão, o número de igrejas aumentou de 21.345 em 2010 para 25.942 em 2014, um crescimento de 21% em quatro anos. Além de buscar os ex-adventistas, os secretários da igreja têm a tarefa de plantar igrejas e trabalhar em conjunto para levantar recursos a fim de construir pelo menos uma igreja por ano, em áreas identificadas pela Missão Global como não alcançadas. Ng esteve presente na dedicação de duas igrejas, em duas associações do Equador. A construção de uma igreja custou 28 mil dólares e a outra 16 mil dólares. “Durante os cultos de dedicação, era visível o orgulho estampado no rosto dos secretários de igreja, por realizar em conjunto algo que individualmente pensavam ser impossível”, disse Ng, que

Dez secretários de igreja que foram entrevistados pela Adventist World, foram unânimes em seu entusiasmo pela responsabilidade extra de resgatar os ex-adventistas. “Nossa responsabilidade não é só manter os registros da igreja atualizados. Precisamos ser cooperadores com a missão de Jesus de procurar, cuidar e resgatar nossos membros”, disse Jacilane Maria da Silva Ibiapino, 31, secretária da Igreja do Aeroporto, em Rio Largo, Alagoas, Brasil. Jacinta Marta de Azevedo Perpétuo, 46, secretária da Igreja de Ipatinga, Minas Gerais, Brasil, disse que nunca sentiu tanta alegria como no momento em que uma ex-adventista foi ao seu encontro, no final do programa do sábado especial, e com lágrimas nos olhos disse: “Muito obrigada por não desistir de mim. Se você não tivesse me convidado, eu não estaria aqui.” “Vale a pena todo o esforço, trabalho, orações, e tudo o que fazemos na preparação desse programa”, disse ela. Os secretários apelam aos seus colegas de outras regiões do mundo para se unirem a eles no resgate de ex-membros. “Gostaria de dizer a todos os secretários da Igreja Adventista do Sétimo Dia que nosso trabalho não está limitado a manter os livros e os relatórios das comissões da igreja”, disse Evelyn Katherine Lucio Luciano, 26, secretária em Chimbote, Peru. “Nossa tarefa principal é cumprir a missão.” n Assista ao vídeo Saudades de Você preparado pela Divisão para ex-membros da igreja no endereço

goo.gl/uZF7d6

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V I S Ã O

M U N D I A L

A

esperança da segunda vinda de Cristo tem inflamado o coração do Seu povo desde que Seus discípulos, olhando para cima, observaram o Senhor subir nas nuvens. É certo que esperavam que Ele retornasse enquanto ainda vivessem. Ao longo dos séculos, muitos fiéis têm se apegado à promessa de Jesus: “Voltarei e vos receberei para Mim mesmo, para que, onde Eu estou, estejais vós também” (Jo 14:3).* Charles Wesley, compositor de hinos do século dezoito, expressou esse desejo nas palavras do hino “Come, Thou Long-Expected Jesus” (Venha, Jesus Tão Aguardado). Durante o Segundo Grande Despertamento do início do século dezenove, o clamor dos lábios do pregador batista Guilherme Miller, e de muitos outros que investigavam as profecias de Daniel e Apocalipse, era: “Breve Jesus voltará!” Após o Grande Desapontamento, um grupo de pessoas se reuniu para estudar as Escrituras e, em 1860, ao reafirmarem a iminência da vinda do Salvador, escolheram o nome Adventistas do Sétimo Dia para refletir a centralidade dessa esperança. E hoje, em 2015, a esperança do breve retorno de Cristo ainda inflama nosso coração? Afinal, alguns podem

dizer que outras gerações já esperaram que Jesus voltasse em seus dias, e Ele não veio. Por que devo esperá-Lo em meus dias? Onde está a promessa?

Como seres humanos, é fácil sucumbir à tentação de pensar que a vida seguirá seu curso, como no passado. Vemos, especificamente, esse tipo de pensamento mencionado em 2 Pedro 3:4: “Onde está a promessa da Sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.” Do ponto de vista puramente secular, e mesmo do nosso ponto de vista pessoal, às vezes podemos ser tentados a pensar dessa forma. Mas tenho visto a transição do tempo, quando a vida parecia simplesmente rolar e podíamos contar algumas coisas como certas – a vida era até previsível e digna de confiança – comparada ao que vivemos hoje, quando a vida é cheia de incertezas e a norma é o inesperado. Não importa a direção para a qual olhemos, vemos que, do ponto de vista político, não há mais solução. Do ponto de vista financeiro, oscilamos entre o colapso financeiro e a prosperidade momentânea, e de um dia para o outro, não sabemos qual deles assumirá o controle. Do ponto de vista social e moral,

vemos que a moralidade está ruindo em toda a Terra. Do ponto de vista ecumê­ nico, as coisas estão acontecendo na velocidade da luz, pois o papa e outras personalidades religiosas estão se aproximando dos líderes de muitas religiões em busca de “reconciliação”. Um dos maiores perigos

Porém, se não estivermos acordados – se não observarmos atentamente – não reconheceremos o mundo no qual vivemos. Esse é um dos maiores perigos de pensar que a vinda de Jesus não está próxima, pois esse é um convite a nos envolvermos totalmente com o mundo, de modo que nossa mente seja entorpecida pelos negócios e prazeres que nos consomem. Assim, poderíamos pensar que a vida seguirá adiante do mesmo modo que chegou até aqui, quando, de fato, estão acontecendo enormes mudanças. Foi por isso que Jesus declarou, em Apocalipse 3:14-22, que neste tempo do fim, somos Laodiceia e necessitamos desesperadamente de reavivamento e reforma. Jesus disse: “Aconselho-te que de Mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras

Levante-se! Resplandeça!

Ted N. C. Wilson

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Li b r a r y

o f

Um chamado à ação

C o n g r e s s

Jesus está voltando!


brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas” (v. 18). Por isso, o Senhor pacientemente espera à porta do nosso coração e bate, dizendo: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo” (v. 20). Jesus quer voltar, mas espera que nos humilhemos perante Ele, a fim de nos usar para levar ao mundo Suas mensagens para o tempo do fim, antecipando assim Sua segunda vinda, em breve. Os esquemas de Satanás

O Espírito de Profecia declara: “Satanás exulta ao ver que tem êxito em afastar as mentes das questões solenes e importantes ligadas à vida eterna. Procura expulsar da mente os pensamentos de Deus e colocar em seu lugar o mundanismo e o comercialismo […] É seu propósito estudado levar os homens a se esquecerem de Deus e do Céu […] E para esse fim apresenta empreendimentos e invenções que de tal maneira ocupem a mente dos homens, que eles não tenham tempo para pensar nas coisas celestiais.”1 Descrevendo o exato momento em que vivemos hoje, Ellen White enfatiza esse aspecto no livro O Grande Conflito: “Satanás concebe inumeráveis planos para nos ocupar a mente, para que ela se não detenha no próprio trabalho com que deveremos estar mais bem familiarizados [...]. Sabe que para ele tudo depende de desviar a mente de Jesus e de Sua verdade [...]. As preciosas horas, em vez de serem entregues ao prazer, à ostentação ou ambição de ganho, devem ser dedicadas ao estudo da Palavra da verdade, com fervor e oração.”2 Estejamos atentos para a proximidade da segunda vinda de Jesus e supliquemos pelo derramamento da chuva serôdia do Espírito Santo! Um chamado à ação

O tema da assembleia da Associação Geral deste ano, em San Antonio, é um chamado à ação: “Levante-se! Resplan-

deça! Jesus está voltando!” No último capítulo do livro do Apocalipse, três vezes Jesus declarou que “vem sem demora”. Isso significa que na linha cósmica do tempo está chegando a hora. Podemos ver em Daniel e Apocalipse que não há mais eventos proféticos após 1844. Reconhecemos que estamos vivendo na ponta dos dedos da imagem de Daniel 2, e que o próximo evento será a pedra cortada sem auxílio de mãos humanas – simbolizando a segunda vinda de Cristo. Mas, como podemos “levantar e resplandecer”, e estar prontos para o retorno de Jesus? Instruções são dadas no livro Testemunhos para a Igreja: “Em sentido especial foram os adventistas do sétimo dia postos no mundo como vigias e portadores de luz. A eles foi confiada a última mensagem de advertência a um mundo a perecer. Sobre eles incidiu a maravilhosa luz da Palavra de Deus. Foram incumbidos de uma obra da mais solene importância: a proclamação da primeira, segunda e terceira mensagens angélicas. Nenhuma obra há de tão grande importância. Não devem eles permitir que nenhuma outra coisa lhes absorva a atenção.”3 Há muito tempo, os Adventistas do Sétimo Dia compreenderam que sua identidade e mensagem singular nasceram de Apocalipse 14:6-12 – das três mensagens angélicas – a Palavra de Deus para estes últimos dias da história da Terra. Algumas pessoas podem dizer que essas mensagens são politicamente incorretas e que não é aconselhável torná-las conhecidas. Entretanto, quero que saibam que as três mensagens angélicas são o que de mais importante temos a ser proclamado. São nossa teologia, nossa missão e a razão pela qual a maravilhosa igreja remanescente de Deus existe. As três mensagens angélicas estão diretamente relacionadas com a segunda vinda de Cristo, pois os eventos descritos por elas precedem imediatamente o Seu retorno. É por isso que compartilhar essas mensagens agora é tão importante – destinos eternos estão em jogo!

Todos somos chamados

Esse é um chamado para todos os adventistas do sétimo dia, e não apenas para pastores e evangelistas. Ninguém está excluído desse trabalho tão importante. Todos são chamados a encontrar maneiras criativas, efetivas, amáveis e cristãs de compartilhar as importantes mensagens de salvação de Apocalipse 14 com os que estão ao nosso redor. O contato pode começar com uma simples amizade, ou em um curso de culinária saudável, em um centro de influência, no local de trabalho, ou onde quer que você se encontre. Passe algum tempo todos os dias com Deus, em Sua Palavra e em oração, pedindo a Ele que mostre como alcançar aqueles com quem você entra em contato. Atente para os encontros divinamente marcados, quando você tem a oportunidade de ministrar e dizer aos outros a verdade tal como é em Jesus. Um dia, em breve

Irmãos e irmãs, Jesus voltará em breve! Quão maravilhoso será o dia quando Jesus retornar! A segunda vinda de Cristo será o ponto alto da obra de Deus! Um dia, em breve, olharemos para o oriente e veremos uma nuvem pequena e escura se aproximado, do tamanho do punho da mão de um homem. Ela ficará cada vez maior e mais e mais brilhante, todo o Céu será derramado nesse clímax da história da Terra. Por meio de um milagre divino, todos O verão ao mesmo tempo. Ali, sentado no meio de milhões de anjos, estará Aquele a quem esperávamos – não o Cordeiro humilde e ferido, não o Sumo Sacerdote, mas o Rei dos reis e Senhor dos senhores, Jesus Cristo nosso Redentor! Olharemos para cima e diremos: “Este é o nosso Deus em quem esperávamos” (Is 25:9). Cristo olhará para baixo e dirá: “Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor” (Mt 25:21), e subiremos para encontrar com o Senhor nos ares, para ir ao lar eterno e estar com Ele para sempre!

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V I S Ã O

M U N D I A L

Igreja de um dia

Dediquemos nossa vida, energia, talentos, recursos e tempo para finalizar a obra de Deus e ir para casa! Deus prometeu dar a você o Seu poder para terminar a obra. Ele derramará a chuva serôdia para proclamar as três mensagens angélicas e assim, com a igreja unida, completar Sua obra. Você está preparado para a volta de Jesus? Está preparado para a missão? Está preparado para fazer o que for necessário para proclamar a mensagem do tempo do fim aos milhões e milhões de pessoas nas cidades e zonas rurais onde você vive? Está pronto para participar do ministério abrangente de saúde, ajudando as pessoas a ter uma vida abundante para este mundo e para a eternidade? Você está preparado para suplicar ao Senhor por reavivamento e reforma, e pela chuva serôdia do Espírito Santo, enquanto proclamamos a verdade bíblica? Está pronto para avançar na missão divina? Vamos todos nos levantar! Resplandeçamos, pois Jesus está voltando! n *Todos os textos bíblicos foram extraídos da versão Almeida Revista e Atualizada. 1 Ellen G. White, Conselhos sobre Mordomia (Casa Publicadora Brasileira), p. 133. 2 Ellen G. White, O Grande Conflito (Casa Publicadora Brasileira), p. 488. 3 Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja (Casa Publicadora Brasileira), vol. 9, p. 19.

Ted N. C. Wilson é

presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

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I n t e r n a ti o n a l V o l u n t e e r s

Você está pronto?

Tijolos abençoados

M a r a n at h a

“Porquanto o Senhor mesmo, dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor” (1Ts 4:16, 17).

Esquerda: NOVA VIDA: Edward Khatsalira, ancião da igreja em Kaphentenga, está orgulhoso do efeito que o novo prédio exerce sobre o esforço evangelístico dos membros. Direita: CENTRO COMUNITÁRIO: O prédio da Igreja Adventista em Kaphentenga é um centro evangelístico. Alguma vez você já se perguntou o que acontece com uma Igreja de Um Dia depois que a equipe levanta a estrutura e vai embora? O momento em que a equipe termina de construir a estrutura é, na verdade, o início de uma nova era. Daí em diante, a congregação assume a direção. Eles trabalham juntos para pintar sua versão do quadro perfeito na tela que receberam em branco. Recentemente, retornamos a Malaui, onde a Maranatha Volunteers International construiu mais de mil igrejas, há alguns anos. Queríamos saber: O que aconteceu depois? A viagem de carro pelo país é linda e confusa. As colinas ondulantes contêm muitas lavouras de milho, mas pouca sinalização nas estradas. Que surpresa maravilhosa quando, finalmente, chegamos à Igreja Adventista de Kaphentenga! A equipe da Maranatha construiu aquela estrutura no dia 25 de maio de 2011 e, depois disso, muitas coisas aconteceram. Edward Khatsalira, ancião local, estava lá para nos dar informação atualizada. Os irmãos trabalharam juntos para construir sua igreja com tijolos vermelhos, feitos à mão, assados em fornos artesanais, ao ar livre. Após completar as paredes da igreja, a congregação realizou um esforço evangelístico e batizou 22 novos membros. Agora, todos os sábados (e vários dias da semana), essa igreja está cheia de energia, com 55 membros batizados e 40 crianças. Outros membros da comunidade às vezes pedem para usar a linda igreja. Khatsalira falou sobre um funeral realizado recentemente. Alguma coisa no culto adventista tocou o coração dos familiares presentes. Desde então, frequentam a igreja todos os sábados. ASI* e Maranatha Volunteers International colaboram financiando e facilitando projetos de Igrejas de Um Dia e Escolas de Um Dia. Desde que esse projeto foi lançado em agosto de 2009, já foram construídas mais de 4.500 igrejas em todo mundo. *Associação de Empresários da Divisão Norte-Americana


“Junta panelas” diversão ou desgaste? Peter N. Landless e Allan R. Handysides

Viajo com muita frequência, e sinto prazer em visitar as igrejas adventistas do sétimo dia em diferentes lugares. No entanto, tenho me incomodado com a grande variedade de alimentos nos almoços “junta panelas”, após os cultos – não tanto pelas diferenças culturais, mas pela presença de alimentos vegetarianos e não vegetarianos. A igreja tem alguma orientação sobre o assunto?

E

ssa é uma pergunta comum. A igreja nunca votou orientações específicas ou declarações sobre os alimentos servidos nos almoços de confraternização na igreja. Somos orientados por princípios e recomendações estabelecidas, não por normas prescritivas. A Comissão de Nutrição da Associação Geral tem uma declaração contendo um posicionamento geral sobre o planejamento de refeições nas igrejas, considerada bastante útil por muitos. Acesse a página: http:// healthministries.com/articles/gc-nutritioncouncil/planning-fellowship-meals. Quanto à sua dúvida sobre os alimentos vegetarianos e não vegetarianos, a igreja, de fato, tem no livro de Regulamentos Eclesiástico-Administrativos da Associação Geral (conhecido como Livro de Praxes) uma diretriz e recomendação sobre a dieta mais saudável: A Igreja deu passos positivos em sua etapa formativa para desenvolver um estilo de vida saudável e, ao mesmo tempo, solicitou que seus membros se abstivessem totalmente do uso de bebidas alcoólicas, fumo e outras drogas degradantes, animando-os enfaticamente a abandonar o uso de alimentos cárneos, café, chá, agentes estimulantes ou depressivos e outras substâncias prejudiciais. O bem-estar físico e a clareza de espírito são geralmente interdependentes; a clareza da mente é essencial para o discernimento entre o certo e o errado, entre a verdade e o erro. – Regulamentos Eclesiástico-Administrativos da Associação Geral (2013-2014), p. 331. Essa recomendação foi votada pelos líderes da igreja em 2007. Ela resume a in-

f O T O :

M e r l e

P o i r i e r

formação revelada à Igreja Adventista por meio da Palavra de Deus e do Espírito de Profecia, e é enfaticamente apoiada por fortes evidências de pesquisas científicas. Tem sido demonstrado que uma dieta vegetariana balanceada oferece tremendas vantagens para o físico, e muitos benefícios para nossa saúde mental e bem-estar geral. Associada à dieta vegetariana balanceada está a diminuição da obesidade, melhora da saúde cardiovascular, pressão arterial menos elevada e redução de certos tipos de câncer. Essas descobertas foram comprovadas pelo Estudo Adventista sobre Saúde e trabalhos acadêmicos provenientes desses grandes grupos de estudos, bem como de outros estudos separados e independentes. A abstenção do consumo da carne resulta em uma redução importante do câncer de colo, um dos que mais afetam os homens. É interessante que, à medida que o consumo de legumes como fonte de proteína aumenta e a quantidade de carne vermelha diminui, os benefícios protetores da dieta à base de plantas são claramente percebidos. No planejamento das refeições de confraternização na igreja, em harmonia com as diretrizes e rrecomendações para a saúde em geral, tais refeições devem consistir em alimentos vegetarianos e balanceados. É triste, mas verdade, que as congregações têm se dividido sobre o que deve constituir uma “dieta vegetariana balanceada”. Essa pode ser uma dieta

S aúde

no

M undo

ovo-lacto-vegetariana, em que os derivados do leite são usados como “condimento” para obtenção das vitaminas B12 e D, bem como do cálcio. Para se assegurar uma nutrição otimizada nas dietas totalmente vegetarianas, é necessária a suplementação da vitamina B12 e, muitas vezes, da vitamina D e cálcio. É essencial que nosso prato de comida não se torne um padrão artificialmente imposto de avaliar nosso relacionamento com Deus ou com a igreja. Não devemos nos alterar ao proclamar a importância da dieta vegetariana sobre outra. Nossas refeições, tanto em casa como na igreja, devem ser momentos em que nos relacionemos com cordialidade, carinho e amor, complementados com os alimentos mais saudáveis disponíveis na região onde vivemos. A disponibilidade de alimentos fortificados varia de país para país, e até de estado para estado; portanto, a aplicação da diretriz citada acima também pode variar. Em suas viagens, você verá vários tipos de “junta panelas”. Infelizmente, também pode encontrar diferentes atitudes, fazendo com que você questione qual, afinal, é o propósito da confraternização. Quando seguimos a orientação que o Senhor nos deu e fazemos o nosso melhor, vale lembrar das salutares palavras de advertência do nosso amorável Salvador, Jesus Cristo: “Ouçam e entendam. O que entra pela boca não torna o homem impuro; mas o que sai de sua boca, isto o torna impuro” (Mt 15:10, 11, NVI). Que sejamos canais de graça e misericórdia ao redor da mesa ao preparar refeições e oferecer cuidado e atenção. n

Peter N. Landless, médico cardiologista nuclear, é diretor do Ministério da Saúde da Associação Geral. Allan R. Handysides, médico ginecologista aposentado, foi diretor do Ministério da Saúde da Associação Geral. Junho 2015 | Adventist World

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D evocional

Madeira torta –

Gerald A. Klingbeil

postura ereta

O que é necessário para andar de cabeça erguida?

D

ezoito anos é bastante tempo. Em muitos países, com dezoito anos, a pessoa deve assumir total responsabilidade perante a lei. Nessa idade, é possível dirigir carros, votar nas eleições gerais1 ou consentir que seu corpo seja usado em pesquisas médicas. Esse foi o tempo que uma mulher teve que esperar para sentir o milagre da cura. Mas não nos precipitemos. Vamos primeiramente ao começo da história. Sábado na sinagoga

Esse era mais um sábado, na Judeia. Como a maioria dos judeus tementes a Deus, Jesus foi à sinagoga, onde estava ensinando (Lc 13:10). De fato, em Lucas 4:31-37 há outra menção a Jesus ensinando em uma sinagoga no sábado, e descreve uma cura. Primeira dica: Preste atenção ao dia – é sábado. A descrição feita por Lucas sobre a doença da mulher é ambígua. Ela estava “encurvada” e “tinha um espírito de enfermidade” – “de forma alguma podia endireitar-se” (Lc 13:11).2 Embora o milagre de cura de Jesus não seja um exorcismo, o Dr. Lucas estabelece uma clara ligação entre a doença e a obra destrutiva das forças demoníacas. Ao observar o público, os olhos de

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Jesus se voltaram para a mulher – encurvada pelos anos de dor, sem nenhuma esperança para o futuro. Ele a chamou à frente. Então, disse palavras que devem ter abalado os alicerces daquela mulher. Segunda dica: Jesus vê aquilo de que necessitamos – sempre, em qualquer lugar – e age. O milagre

O fato de Jesus identificar a mulher deve ter causado certo murmúrio entre as pessoas. Um homem dirigir a palavra a uma mulher, publicamente e que não fosse de sua família, era algo extraordinário – um fato que também não passou despercebido pela mulher samaritana em João 4:9.3 “Mulher, você está livre da sua doença” (Lc 13:12, NVI).

Em seguida, Jesus cometeu mais uma “gafe” cultural. “Então lhe impôs as mãos” (v. 13). “Imediatamente,” diz Lucas, “ela se endireitou”. Imediatamente – essa é a maneira de Lucas pintar o retrato de um Criador-Deus onipotente, cujo poder obviamente superou as habilidades limitadas do Dr. Lucas.4 Semelhante às palavras doadoras de vida proferidas por Aquele que trouxe céu e Terra à existência pela palavra (Gn 1–2), as palavras de Jesus tiveram um efeito criativo imediato. A estrutura óssea se transformou, músculos se flexionaram, os tendões se alongaram e, de repente, o impossível se tornou realidade: a mulher ficou ereta e louvou a Deus. Terceira dica: Jesus nos chama para ficar eretos. f o t o :

Mi g u e l

Vi e i r a


Como nós, frágeis seres humanos rodeados por um volume cada vez maior de injustiça, destruição, distração, doenças e futilidades, podemos esperar andar eretos e com um propósito? Resultado

A reação do líder da sinagoga a esse incrível milagre não é surpresa, pelo menos para os leitores de Lucas. O evangelho descreve quatro curas no sábado (4:31-41; 6:6-11; 14:1-6; 13:1017) e cada milagre é acompanhado pela crítica e tensão crescente entre Jesus e os líderes judeus. A repreensão do líder da sinagoga, embora dirigida ao povo, na realidade era uma afronta a Jesus. Na sua mente, cura era igual a trabalho; assim, considerando o quarto mandamento, as curas só deveriam ser realizadas durante a semana (13:14). O relato de Lucas sobre a resposta de Jesus é importante. Bem diante de nossos olhos vemos que “Jesus” mudou sua atitude e passou a agir como “o Senhor”. O tom foi incisivo (“Hipócritas!” [v. 15]); o argumento foi sensato. A mulher foi descrita como “filha de Abraão” (v. 16) – uma frase que só aparece nesse caso nas Escrituras. Os judeus apreciavam salientar sua ligação com Abraão (Jo 8:33, 39, 53), o “pai da fé”. Jesus sublinhou a importância da mulher quando a descreveu como “filha de Abraão”. Quarta dica: Nosso valor perante Deus não se baseia em sexo ou etnia – a graça de Deus nivela as diferenças que nos separam. O sábado

A declaração de Jesus em Lucas 13:16 destaca uma verdade essencial sobre o sábado. O dia separado por Deus na criação é realmente de libertação e restauração (Ex 20:8-11; Dt 5:12-15). Como foi evidenciado pelos milagres de Jesus, Deus propositalmente vem a este mundo todos os sábados e demonstra que Sua graça é suficiente para nós. Dessa maneira, as curas de Jesus no sábado representam atos deliberados para

levar Seu público a pensar mais biblicamente (e menos tradicionalmente) sobre o sábado. Além disso, como foi no caso da mulher que esperou por 18 anos para ser libertada, somos chamados, a cada sábado, a nos lembrar da nossa escravidão e dependência do passado, e comemorar a vitória de Jesus em nosso favor5. Quinta dica: O sábado de Deus é nosso refúgio. Madeira torta

Helmut Gollwitzer (1908-1993) lecionou teologia sistemática por décadas na Alemanha, logo após seu retorno de um campo de prisioneiros de guerra na Rússia e um breve período como pastor da igreja luterana de Dahlem-Berlin. Membro da igreja confessional durante o regime nazista na Alemanha e opositor dos sonhos malignos de domínio mundial de Hitler, ele se tornou uma voz importante na sociedade alemã pós-guerra. Em 1970, Gollwitzer publicou o livro Krummes Holz – Aufrechter Gang (“Madeira Torta – Postura Ereta”), onde considera uma das questões mais existenciais do ser humano sobre o sentido da vida. Seu título era um apoio silencioso às ideias expressas anteriormente por dois filósofos alemães, Immanuel Kant e Ernst Bloch. Kant destacou a falta de sentido e humildade da existência humana com uma declaração forte: “Ninguém pode fazer nada reto de uma madeira torta. “Postura ereta” resumia a ideia de Bloch sobre a aspiração e dignidade humanas, com base em ideologias socialistas que almejam a utopia humana, embora reconheça as limitações do ser humano. O título paradoxal de Gollwitzer ainda desafia nosso coração e mente. Como nós, frágeis seres humanos rodeados por um volume cada vez maior de

injustiça, destruição, distração, doenças e futilidades, podemos andar eretos e com um propósito? Não podemos – seremos para sempre madeira torta, dobrada, sem esperança e incapazes de ficar eretos. A menos que – a menos que – permitamos que o Mestre toque nossa estrutura encurvada e fale à nossa vida. Quais áreas de sua vida estão encurvadas e sem forma? A conversa entre Jesus e o líder da sinagoga, em Lucas 13:10-17, nos mostra que há problemas piores que a dor física sofrida por aquela mulher anônima e imortalizada pelo Dr. Lucas em sua descrição sobre o milagre realizado por Jesus, no sábado. Corações e mentes tortos, atitudes encurvadas, todos eles necessitam do toque de Jesus e Sua palavra de vida. A boa notícia de Lucas 13:10-17 é que Jesus está pronto para transformar corações, mentes e corpos tortos em algo reto, elevado e lindo. Dica final: Permita que o Mestre o ajude a falar, sonhar e andar de modo ereto. n 1 Idade mínima para votar na maioria dos países. No Brasil, a idade mínima é 16 anos (nota da tradutora). 2 Os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional e da Almeida Revista e Atualizada. 3 Além disso, a mulher no poço reconheceu a atitude estranha de um homem judeu falar com uma mulher samaritana. 4 Lucas descreve outros milagres usando o mesmo termo grego: 1:64; 4:39; 5:25; 8:44, 47, 55; 18:43; 19:11; 22:60. 5 Veja um capítulo muito útil, “The Sabbath and the Healing Ministry of Jesus” [O Sábado e o Ministério de Cura de Jesus], em Sigve K. Tonstad, The Lost Meaning of the Seventh Day [O Significado Perdido do Sétimo Dia] (Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 2009), p. 181-203).

Gerald A Klingbeil

é editor associado da Adventist World e aguarda ansiosamente o glorioso momento do retorno do Mestre, quando a mente e o coração de todos, encurvados e tortos, serão endireitados para sempre.

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C renças F undamentais

N

NÚmerO 6

Em reverêncıa a

a religião, como no amor, não existe relacionamento duradouro sem admiração. Coloque-se no lugar de uma noiva, só por um momento. Você acha que seu noivo é divertido, atraente e talentoso. Você tem certeza de que ao seu lado suas perspectivas de vida irão melhorar substancialmente. Todos o consideram um “bom partido”. Porém, imagine que lá no fundo você o despreze. Ninguém sabe isso, só você. Pode ser a maneira condescendente como ele a trata. Ou porque é convencido e arrogante. Ou talvez suas prioridades estejam todas erradas. Não importa a razão. O fato é que você o despreza, mesmo quando sorri para ele e o chama de “amor”. Nada do que você possa fazer mudará a situação. Bem, provavelmente seu relacionamento está fadado ao fracasso. Sem admiração, o amor é uma farsa. Você pode manter as aparências, fazer “a coisa certa”, mas nunca chegará àquela fase em que o amor brota de modo natural e forte. Em termos de igreja, você é parte de um grupo de fiéis que nunca perdem um culto, uma reunião ou um programa, mas estão lá por medo, ou pelo puro senso do dever. Pode não ser melhor do que boa parte dos contemporâneos de Jesus que, na sua obediência forçada, representavam mal “o caráter de Deus” e faziam com que o “mundo O considerasse um tirano.”1 Se realmente crermos em um Deus cujo maior desejo seja “fazer Seus filhos felizes”2, deve haver uma maneira melhor de nos relacionarmos com Ele. Embora haja várias possibilidades, uma delas pode ser aprender a admirar os frutos da Sua obra (Rm 1:20)3

Marcos Paseggi

Uma crença verdadeira começa com um Criador a quem possamos admirar incestuosos, movidos pela paixão, com sede de vingança, sósias patéticos de meros seres humanos seguindo seus próprios caminhos tortuosos. A lealdade em nossa adoração é muitas vezes mal direcionada e contraditória. De fato, não há sabedoria em louvar “a sabedoria da Mãe Natureza” e nenhuma gentileza em celebrar “a gentileza da Mãe Terra.” Admiração ou reverência em si é tão inútil quanto tentar matar a nossa sede memorizando as propriedades da água. Sem uma “metanarrativa” subjacente, que para os adventistas do sétimo dia é o tema do grande conflito, somos forçados a concluir que nossos melhores esforços não são nada além de “vaidade” e “correr atrás do vento” (Ec 1:2, 14).4 Mais uma vez, podemos acabar direcionando mal nossa admiração para os frutos fugazes de nossas mãos.

Admiração bem canalizada

A maravilha disso tudo

Ao longo da História, o senso de admiração diante daquilo que não podemos apreender completamente, muitas vezes tem resultado em grandes invenções, descobertas e teorias. Pense em Galileu ou Newton. Porém, sem a referência de um quadro geral, nossos melhores esforços criativos, marcados pelas lentes sujas do pecado, em pouco tempo podem nos levar para longe do Criador. Começamos a adorar “deuses” miseráveis, feitos por nós mesmos. Considere os antigos gregos: em profunda admiração diante de um fenômeno que não conseguiam explicar racionalmente, criaram um universo complexo de deuses

Vivemos em um tempo em que a devoção tende a ser muito limitada. Nosso coração salta pela última novidade tecnológica, enquanto estamos cegos para as maravilhas do mundo natural, o maravilhoso funcionamento de nosso corpo e a vastidão incompreensível do Universo. Mesmo estando constantemente circundados por maravilhas, em vez de admirá-las, nos resignamos a experiências de segunda mão e sem brilho. Referindo-se aos lírios do campo, Jesus disse em Mateus 6:29: “Nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles”. Você já leu esse texto e pensou que Jesus estivesse exagerando um pouco? Já pensou no rei Salomão como sábio

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Mas sem a referência de um quadro geral, nossos melhores esforços criativos, marcados pelas lentes sujas do pecado, em pouco tempo podem nos afastar para longe do Criador. Começamos a adorar “deuses” miseráveis, feitos por nós mesmos. juiz e estadista inteligente, mas ignorou sua descrição sobre as árvores, pássaros, répteis e peixes (1Rs 4:33)? Ellen G. White declarou: “‘Deus é amor’(1Jo 4:8), está escrito sobre cada botão que desabrocha, sobre cada haste de erva que brota”5. Você já considerou essa famosa declaração apenas como uma metáfora “bonita”? Enquanto “o mar da fé” recua constantemente para “as vastas e sombrias margens [...] do mundo”6, os que ainda se atrevem a expressar sua confiança em um Criador todo-poderoso, frequentemente se encontram enredados em apologéticas, em detrimento de uma abordagem proativa da obra de Deus. Mas como um povo jubiloso que espera por “novos céus e nova Terra” (2Pe 3:13), somos chamados a refletir sobre o estado original da obra do Criador e Seu cuidado contínuo pelo mundo natural, como uma maneira de anunciar a restauração vindoura. Adorando o Criador

O último livro da Bíblia parece se concentrar totalmente nas três mensagens angélicas (Ap 14:6-11). Essas mensagens devem ser proclamadas pelos mensageiros do Senhor, “sobre quem o fim dos séculos tem chegado” (1Co 10:11). Porém, mesmo essas últimas e solenes advertências são impulsionadas por um claro chamado a adorar “Aquele que fez o céu,

Criação

Deus é o Criador de todas as coisas e revelou nas Escrituras o relato autêntico de Sua atividade criadora. “Em seis dias fez o Senhor os céus e a Terra” e tudo que tem vida sobre a Terra, e descansou no sétimo dia dessa primeira semana. Assim Ele estabeleceu o sábado como perpétuo monumento comemorativo de Sua esmerada obra criadora. O primeiro homem e a primeira mulher foram formados à imagem de Deus como obra-prima da Criação, foi-lhes dado domínio sobre o mundo e se atribuiu a eles a responsabilidade de cuidar dele. Quando o mundo foi concluído, ele era “muito bom”, proclamando a glória de Deus (Gn 1; 2; Ex 20:8-11; Sl 19:1-6; 33:6, 9; 104; Hb 11:3). – Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia, nº- 6.

e a Terra, e o mar e as fontes das águas” (Ap 14:7). Essa única ordem pode ser a mais importante no chamado final de Deus. Porque sem o reconhecimento primordial de um Criador, praticamente não há nenhuma utilidade em compartilhar as outras mensagens. Tudo o mais – do anúncio do juízo, da queda de Babilônia à ordem para não adorar a besta – é espelhado naquela primeira semana da criação, quando tudo o que Deus fez era “muito bom” (Gn 1:31). É para esse ideal que devemos olhar frequentemente, e com mais frequência ainda destacá-lo e falar sobre ele, para que muitos possam aceitá-lo. Recuperando a maravilha

Ao nos esforçarmos para recuperar o arruinado senso de admiração, podemos descobrir que, na criação de Deus, grandes respostas geralmente são encontradas nos prazeres mais simples da vida. Deus ainda nos atrai a Ele por meio dos “raios de sol e da chuva”, “das colinas, mares e planícies.”7 Ele fala conosco por meio de “belos pássaros”, “flores, perfeitas e delicadamente coloridas” e “árvores frondosas da floresta”.8 Portanto, o convido a sair para um passeio no parque, acariciar seu animal de estimação, brincar com um bebê fofinho, ou trabalhar em seu jardim. Você pode tirar algumas fotos de belas paisagens, preparar sua receita natural preferida ou admirar um pôr do sol. Ao fazê-lo, não se esqueça de admirar a infinita sabedoria dAquele “que de tudo nos provê ricamente, para a nossa satisfação” (1Tm 6:17, NVI), e que, em breve, segundo Sua promessa, fará “novas todas as coisas” (Ap 21:5). Nossa admiração, então, será eterna. n 1 Ellen

G. White, O Desejado de Todas as Nações (Casa Publicadora Brasileira), p. 21. G. White, Caminho a Cristo (Casa Publicadora Brasileira), p. 10. menos que especificado, todos as referências bíblicas foram extraídas da Versão Almeida Revista e Atualizada. Usada com permissão. 4 Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 10. 5 Matthew Arnold, “Dover Beach,” do The 500 Top Poems, ed. William Harmon (New York: Columbia University Press, 1992), p. 707. 6 Matthew Arnold, “Dover Beach,” in The 500 Top Poems, ed. William Harmon (New York: Columbia University Press, 1992), p. 707. 7 Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 9. 8 Ibid., p. 9. 2 Ellen 3A

Marcos Paseggi é pastor, tradutor e autor. Mora em Ottawa, Ontário, Canadá.

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A r t i g o d e C a pa

ou Bendita? Barbara J. Huff

Permanecendo fiel a Deus e ao Seu sábado na Sibéria

P

elo brilho nos olhos e a energia que ela demonstra, ninguém diria que Valentina Ivanova viveu a maior parte de sua vida em condições primitivas, na Sibéria. Muitas mulheres russas estão abatidas aos 60 anos de idade; os anos de inconveniência, desconforto e decepções estão marcados em seu rosto. Esse não é o caso de Valentina! Ela corre em vez de andar. Ela salta em vez de dar passos. Seu sorriso ilumina o local mais escuro; e o amor de Jesus é refletido em seus olhos azuis. No princípio

Alexander (Sasha) Ivanov terminou seu curso de medicina em Moscou, em 1959. Aos formandos em medicina era estipulado um local para trabalhar por três anos. Após esse período ficavam livres para trabalhar onde quisessem. As opções de trabalho dadas a ele foram a de ficar e lecionar na escola de medicina ou trabalhar em Osinniki, Sibéria. Sasha sabia que se ficasse em Moscou teria problemas com o sábado. Pensou que, quanto mais longe estivesse, menos ele seria incomodado. Assim, escolheu a Sibéria. Um ano mais tarde, ele e Valentina se casaram. Sasha teve problemas para guardar o sábado desde o início de sua carreira. Ele não teve que trabalhar no primeiro sábado após chegar a Osinniki. Mas, no início da semana seguinte, foi despedido porque se recusou a trabalhar nos

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Acima: EM CASA NA SIBÉRIA: Criar as filhas era parte da rotina sem fim de sobrevivência e fidelidade. Esquerda: UMA VIDA INTEIRA DE FIDELIDADE: Após 55 anos juntos, Sasha e Valentina têm muito pelo que ser gratos.


Esquerda: BELA E PROIBIDA: A Sibéria, com seu vasto deserto e clima inóspito, era um ambiente ideal para punir os que eram considerados desleais. Destaque: PRONTOS PARA SE AVENTURAR: Essa fotografia de Sasha e Valentina, tirada em 1960, revela o otimismo e a fidelidade com o qual enfrentaram o futuro.

sábados para os quais fora escalado. Nos primeiros dois anos após sua formatura, Sasha trabalhou em vários empregos, em oito cidades, inclusive em um trabalho que conseguiu manter por um ano inteiro. Ele era vigiado noite e dia para ver se cometia alguma infração contra a interpretação comunista da lei. Após a KGB descobrir Sasha em uma igreja em casa, os jornais locais publicaram uma página inteira descrevendo o homem que preferiu a Bíblia ao bisturi. Ele temeu que sua licença de médico fosse revogada. Todo esse tempo, Valentina permaneceu ao lado do esposo e alegremente se mudava de um lugar para o outro. Por fim, nasceu Nádia, a primeira das duas filhas. Em 1962, Sasha foi a Anzherka se inscrever para um trabalho como médico que acompanhava ambulâncias. Ele se ofereceu para trabalhar em qualquer horário, menos sexta-feira e sábado, mas, mesmo assim, foi escalado nesses dois dias. “Não posso trabalhar nesses dias”, disse ele ao supervisor. Em seguida foi despedido. Ele ficou sem nenhum trabalho por duas semanas. No início da semana seguinte, Sasha recebeu um aviso para se apresentar no escritório da KGB e foi avisado que, se não conseguisse trabalho até o final da semana, seria preso. Durante aquela semana ele procurou qualquer tipo de trabalho. Viu vários anúncios de trabalho nas lojas, mas depois de cada uma das entrevistas foi dispensado. Os gerentes das lojas diziam: “Sim, estamos contratando.” Mas, quando Sasha apresentava seu passaporte, diziam: “Infelizmente, não precisamos de você.” Parecia que sua prisão seria inevitável. Um dia, Sasha viu um anúncio de vaga para pintor e entrou ansiosamente F o t o s :

C o r t e s i a

d o

Aut o r

no prédio. O administrador disse: “Sim, precisamos de um pintor. Deixe-me ver seu passaporte.” Quando o homem abriu e viu seu nome, “Ivanov”, disse: “Eu não devia dizer isso, mas a KGB avisou a todos desta região para não lhe dar um emprego. Sinto muito.” Derrotado mais uma vez, Sasha voltou para casa, sabendo que deveria se apresentar às autoridades no dia seguinte porque a semana havia terminado e ele não encontrara emprego. Na prisão

Na manhã seguinte, com relutância, Sasha foi até o escritório da KGB. Quando não voltou para casa à noite, Valentina soube que ele havia sido preso. Após três dias na prisão e um julgamento simulado, Sasha foi condenado a três anos de exílio e enviado a Mariinsk para trabalhar numa fazenda coletiva. Só depois de um mês Valentina ficou sabendo para onde ele havia sido enviado. Nadia estava com 13 meses e Valentina com 25 anos de idade. Por fim, Valentina recebeu uma carta de Sasha dizendo que a fazenda coletiva para onde havia sido enviado, perto de Mariinsk, se chamava “Vitória”. Com essa única informação, Valentina partiu, com uma mala grande e uma mochila, para tentar encontrar seu esposo. Ela deixou Nadia com uma amiga, e, após sete horas de viagem de trem, Valentina chegou a Mariinsk. Depois de algum tempo, ela encontrou alguém que sabia o local da fazenda. Depois, outra pessoa informou quem era o motorista do caminhão que levava suprimentos à fazenda Vitória. Ela encontrou o homem, que concordou em levá-la à fazenda. Vários tipos de pessoas eram

enviados à Sibéria naquele tempo: prisioneiros políticos; pessoas como Sasha, exilados por acusações falsas e criminosos cumprindo pena. Valentina tinha certeza de que o motorista do caminhão se encaixava na última categoria. Porém, ela não tinha outra maneira de chegar até a fazenda. Tinha que ver o esposo, pois sabia que sua alimentação não era adequada e que ele precisava de encorajamento. Durante uma tempestade de neve o caminhão encalhou na subida da última colina antes do seu destino. Ela estava apenas a um quilômetro do local. Valentina decidiu carregar sua bagagem pesada colina acima, no meio da neve, em vez de ficar no caminhão. Ao se aproximar da fazenda, viu um prédio semelhante a um quartel. Quando chegou mais perto, viu um homem vindo do prédio. “Há aí um homem chamado Sasha Ivanov?”, ela perguntou. Uma onda de alegria percorreu seu corpo quando o homem confirmou que seu esposo estava lá. Sasha ficou sem palavras quando viu sua corajosa e sorridente esposa. Ela passou a noite na fazenda, e voltou para sua casa para preparar a mudança para Mariinsk. Era permitido aos exilados morarem com cônjuges e membros da família. Quando Valentina e Nadia chegaram à fazenda Vitória, foram designados para morar em uma pequena casa, com uma mulher cujo esposo havia sido exilado em 1937. Embora o esposo já estivesse morto, a mulher havia ficado ali por não ter para onde ir. O espaço na pequena casa designada para a família Ivanov era, na verdade, apenas um corredor com vento encanado. Felizes por estarem juntos apesar das acomodações, os Ivanov desfrutaram do seu novo endereço por dez dias.

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A r t i g o d e C a pa

Certa noite, Sasha não retornou do seu trabalho de cuidar dos animais da fazenda. Ele havia sido transferido outra vez. Mais tarde, contou a Valentina que os líderes do partido disseram a ele que o país não era tão rico a ponto de usar médicos como trabalhadores em fazendas de porcos. Os comunistas podiam ser cegos para várias coisas, mas não eram cegos quanto aos talentos não utilizados de Sasha e à sua integridade. Mais uma vez, Valentina esperou ansiosamente por alguém que pudesse lhe dar alguma notícia sobre o paradeiro do seu esposo. Por fim, Sasha conseguiu enviar uma carta para o pastor Zozulin, que fez os acertos para que Valentina e Nadia levassem a mudança em um trem. Assim, começou o segundo desafio de Valentina para encontrar seu esposo. Servos bons e fiéis

Foi um feliz reencontro quando Sasha conseguiu buscar sua pequena família na estação de trem. No entanto, aquela foi a parte mais fácil da jornada. Os três seguiram nos próximos 50 quilômetros em um caminhão. Com mais 50 quilômetros à frente, Sasha encontrou um pequeno pônei mongol, “meio morto”, para levá-los no restante do caminho. Colocaram a pequena pilha de pertences no trenó, acomodaram Nadia em cima de tudo e Valentina e Sasha caminharam atrás. “O cenário era de tirar o fôlego”, diz Valentina. Eles estavam no vale tranquilo de um rio, rodeados por montanhas. Parte do tempo eles viajaram sobre o rio congelado. No entanto, o rio começou a descongelar, e havia água nos dois lados do caminho. A noite caiu, mas os viajantes seguiram em frente. De repente, o silêncio foi quebrado pelo barulho de outro trenó puxado a cavalo, vindo em sua direção, pelo

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caminho congelado. Logo os dois cavalos estavam frente a frente na estrada estreita, e não havia espaço para a passagem dos dois trenós. O homem do outro trenó, totalmente bêbado, não tinha consciência do perigo da situação. A solução encontrada por Sasha foi inclinar o outro trenó e levantar o patim do gelo para cuidadosamente, muito cuidadosamente, levar os dois cavalos a passar um pelo outro. Exaustos após essa provação, Sasha e Valentina não tinham outra escolha, a não ser continuar andando. Sua esperança renasceu quando chegaram a um pequeno assentamento onde encontraram uma casa para passar a noite. A essa altura tinham andado metade do caminho até seu destino, aproximadamente 25 quilômetros. No dia seguinte encontraram a cabana para a qual tinham sido designados. Mesmo sem janelas, era o local mais acolhedor para aqueles viajantes cansados. Localizada na encosta de uma montanha, com um rio fluindo pelo meio do vale, a paisagem nos arredores da cabana era magnífica e tranquila. Eles chegaram em março, dando a Valentina tempo para plantar uma horta e colher os frutos antes de Sasha ser transferido em setembro. Durante seus três anos de exílio eles moraram em quatro lugares. Quando o exílio de Sasha estava chegando ao fim, nasceu outra filha ao casal, Tanya, fazendo com que a família questionasse onde encontrariam trabalho. Enquanto os adventistas que viviam nas cidades

frequentemente ficavam desempregados ou fazendo tarefas ingratas e braçais, Sasha estava fazendo o trabalho que tanto amava e para o qual havia estudado. Os adventistas nas cidades eram perseguidos, mas ninguém incomodava os Ivanov. A terra fértil da Sibéria sempre produzia hortas exuberantes e abundantes; assim, a família tinha fartura de alimentos saudáveis para se alimentar. Aqueles foram anos felizes para aquela pequena família. Os Ivanov ficaram surpresos e aliviados quando o administrador do sistema prisional regional da Sibéria ofereceu trabalho a Sasha. Enquanto esteve exilado, ele não podia escolher onde trabalhar. No entanto, agora podia, já que seu status havia mudado de exilado para homem livre. “Dr. Ivanov”, o homem disse, “você terá problemas com o seu sábado onde quer que vá procurar emprego. Nós gostamos do seu trabalho e queremos que trabalhe conosco em um local diferente.” Os administradores da prisão enviaram um helicóptero para fazer a mudança dos Ivanov para o novo endereço. Eles compraram móveis para a família e os acomodaram em uma casa nova. Essa última mudança foi para Novokuznetsk, onde moraram no mesmo apartamento por 25 anos. Nadia e Tanya frequentaram a mesma escola por 10 anos. Embora seu pequeno apartamento no segundo andar não tivesse banheiro, esgoto, água encanada e seu fogão fosse a lenha, a família se sentia ricamente abençoada. F o t o s :

C o r t e s i a

d o

Aut o r


Esquerda: TRABALHO DURO: Tendo somente lenha para aquecimento e para cozinhar, Valentina aprendeu a usar o machado.

LONGE DA SIBÉRIA: Nadia Ivanova, fotografada em sua horta, em Moscou, é diretora do Ministério da Saúde na Divisão Euro-Asiática. Ela é a filha mais velha de Sasha e Valentina. Sua irmã Tanya é falecida.

Filhos de Deus

Sasha não teve mais problemas de trabalho quanto ao sábado. Trabalhou 30 anos como cirurgião na Sibéria. Quando perguntam a Valentina qual foi o período mais difícil de sua vida, ela responde: “Ah, foi tudo fácil.” Então, ela fica séria e continua: “Quando Nadia foi para escola, meus reais temores começaram. Não a levávamos para a escola aos sábados, e a KGB ameaçou tirá-la de nós e colocá-la em um orfanato.” Certo sábado, a professora da Nadia veio à nossa casa e pediu que Nadia fosse com ela para a escola. “Se não vier, vou levá-la para um orfanato”, disse ela à garotinha do primeiro ano. Educadamente

Nadia disse à senhora que não iria à escola no sábado. A professora foi à cidade falar com o diretor de educação. “Que tipo de aluna é essa menina?”, perguntou ele. A professora teve que admitir que Nadia só tirava dez. “Deixe que ela fique em casa”, disse ele. “Temos alunos que nunca faltam e não vão tão bem assim.” Entretanto, após o quinto ano, a guarda do sábado se tornou um pouco mais complicada. As aulas eram ministradas em turnos, e os alunos iam para a escola de manhã ou de tarde. As aulas da tarde começavam às 14 horas. Em dezembro e janeiro, o sol se põe às 15 horas. Isso significa que durante todo o inverno Nadia e, mais tarde, Tanya tinham que perder aula dois dias todas as semanas. Nadia se lembra de passar o domingo inteiro estudando para fazer suas longas lições de casa. Quando ela perdia aulas na sexta-feira e no sábado, nunca sabia exatamente que matéria teria que fazer na lição de casa e o que havia sido dado em classe. Quando pedia a matéria para algum colega de classe, eles fingiam não saber. Eram instruídos a não dizer nada a ela. Para compensar, Nadia estudava constantemente, e acabava sendo a primeira da classe. É fácil pensar que as filhas de Valentina tiveram uma infância solitária. Nadia diz que esse não foi o caso. Elas não se sentiam sozinhas. Aceitavam sua situação como um modo de vida. Seus professores falavam abertamente contra as meninas na frente dos outros alunos. Nadia diz que ninguém falava com ela na escola. Sua família era rotulada como louca e perigosa. A maioria dos pais não permitia que seus filhos visitassem o lar dos Ivanov. Finalmente, houve um avanço quando Nadia estava no sétimo ano.

Algumas crianças do bairro muitas vezes ficavam sozinhos em casa e frequentemente procuravam as meninas Ivanov em busca de ajuda com sua lição de casa. Depois disso, outras meninas se aventuraram a ir à casa delas. Elas descobriram e espalharam a notícia de que os Ivanov eram normais, uma família feliz e que tinham uma casa confortável. Tinham até um rádio e um piano! O medo de Valentina de que lhe tirassem as crianças foi substituído pela certeza de que é possível ser fiel a Deus e ter a aceitação e amizade da comunidade. Valentina não entende por que todos tinham pena de sua família por terem sido exilados na Sibéria. “Não conhecemos ninguém que só teve alegria, felicidade e rosas na vida. Todos enfrentam problemas e dificuldades”, diz Valentina. “Essas dificuldades nos tornam mais fortes. Não tememos o futuro. Só tentamos encontrar maneiras de superar e sobreviver. Isso nos mantém mais perto de Deus, porque necessitamos de Sua direção e sabedoria todos os dias da vida.” A Sibéria é um lugar muito frio, com florestas virgens, lobos, ursos e outras coisas selvagens. Mas Valentina transformou tudo isso em calor, alegria, paz e felicidade. Será que Valentina realmente foi exilada? Você decide. n

Barbara J. Huff e seu esposo Lee moram na Flórida, Estados Unidos. A informação para este artigo foi coletada em entrevistas com Valentina quando a autora morou na Rússia. Sasha, 80, e Valentina, 77, estão aposentados e moram em Belgorod. Nadia Ivanova tem mestrado em saúde pública pela Universidade de Loma Linda, mora em Moscou e é diretora do ministério de saúde na Divisão Euro-Asiática. Tanya é falecida. Junho 2015 | Adventist World

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E S P Í R I T O

D E

P R O F E C I A

Ellen G. White

Dando

tudo de nós

U

ma grande obra é confiada àqueles que apresentam a verdade na Europa. Nenhuma região de nosso trabalho tem um campo mais importante do que a Missão Central Europeia. Itália, Espanha e Portugal, após tantos anos de escuridão, foram libertos da tirania romana e abertos à Palavra de Deus – abertos para receber a última mensagem de advertência ao mundo. Holanda, Áustria, Romênia, Turquia, Grécia e Rússia, terra natal de milhões e milhões de pessoas que são tão preciosas aos olhos de Deus como aos nossos olhos, não têm nenhum conhecimento das verdades para este tempo. A população compreendida nos limites territoriais daquela missão é quatro vezes maior que a dos Estados Unidos. Um bom trabalho já foi realizado nessas nações. Os que receberam a verdade estão, como portadores de luz, espalhados em quase todos esses países. Temos aproximadamente trezentos guardadores do sábado na Suíça. Há pequenos grupos na França, Alemanha, Itália, e duzentas pessoas na Rússia que estão obedecendo à lei de Deus; há uma igreja com quarenta membros, muito distantes, no extremo oriente, quase nos limites da Ásia. O alicerce para uma igreja na Holanda foi lançado. Na Romênia e na Córsega há alguns que procuram guardar os mandamentos de Deus e esperar Seu Filho descendo dos Céus […].

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W e r d a n A .

Haverá obstáculos a retardar essa obra. Tivemos que enfrentá-los onde quer que as missões fossem estabelecidas. A falta de experiência, as imperfeições, os erros e as influências não

f o t o :

Obstáculos a vencer

Os conselhos para o início da obra missionária na Europa ainda podem nos inspirar hoje.


consagradas precisaram ser superadas. Quantas vezes impediram o avanço da causa na América! Não esperamos enfrentar menos dificuldades na Europa. Alguns ligados ao trabalho nesses campos estrangeiros, como na América, desanimaram, e, seguindo o curso dos espias indignos, trouxeram relatórios desanimadores. Como o tecelão descontente, estão olhando para o lado do avesso da tecido. Não conseguem seguir o plano do Artista; para eles, tudo é confusão e, em vez de esperar até estar aptos a discernir o propósito de Deus, comunicam precipitadamente aos outros seu espírito de dúvida e escuridão. Entretanto, não devemos trazer tais relatórios. Após uma permanência de dois anos na Europa, não vemos que há mais motivos de desânimo diante da situação da obra ali do que no início do trabalho em diferentes campos, na América. Vimos o Senhor testando o material a ser utilizado. Alguns não suportarão a prova aplicada por Deus. Não vão se deixar moldar e ajustar. Cada golpe do formão, cada batida do martelo despertou neles ira e resistência. Assim, foram deixados de lado e outro material foi trazido para ser testado da mesma maneira. Tudo isso provocou atraso. Cada fragmento arrancado provocava arrependimento e tristeza. No pensamento de alguns, essas perdas arruinariam o edifício; mas, ao contrário, ele foi fortalecido pela remoção desses elementos de fraqueza. A obra seguiu avançando continuamente. Todos os dias, era evidente a mão de Deus no controle de tudo e a existência de um grande propósito nos trabalhos, do primeiro ao último. Assim, vemos a obra se estabelecendo na Europa. Uma das grandes dificuldades é

Deus é a fonte de vida, luz e alegria para o Universo. Como do Sol irradiam raios de luz, dEle fluem bênçãos para todas as Suas criaturas. a pobreza que encontramos em todo lugar. Ela retarda o avanço da verdade, pois, como em outros tempos, os primeiros conversos frequentemente vêm das classes mais humildes. No entanto, vivemos experiência semelhante em nosso país, tanto no leste como no oeste das Montanhas Rochosas. Os que primeiro aceitaram essa mensagem eram pobres, mas quando se dispuseram a trabalhar com fé e fazer o que podiam com seus talentos, habilidades e recursos, o Senhor foi em seu auxílio. Em Sua providência, Ele trouxe para a verdade homens e mulheres de boa vontade, que tinham recursos e queriam enviar a luz a outros. Assim será agora, mas o Senhor quer que trabalhemos fervorosamente e com fé até que esse tempo chegue. Avançando

Uma ordem tem sido proclamada pela Europa: “Siga em frente”. O mais humilde dos que trabalham para a salvação das pessoas é cooperador de Deus, trabalha junto com Cristo. Anjos ministram com ele. À medida que avançamos pelas veredas providencialmente abertas por Deus, Ele continuará a abrir o caminho diante de nós. Quanto maiores as dificuldades a

vencer, maior será a vitória obtida. Deus é fonte de vida, luz e alegria para o Universo. Como do Sol irradiam raios de luz, dEle fluem bênçãos para todas as Suas criaturas. Em Seu infinito amor, concedeu ao homem o privilégio de se tornar participante da natureza divina e, por sua vez, difundir bênçãos para o seu semelhante. Essa é a mais alta honra, maior alegria que Deus pode conceder aos homens. Eles são trazidos para mais perto de seu Criador, tornando-se assim, participantes da obra de amor. Aquele que se recusa a se tornar um “cooperador de Deus”– o homem que, por indulgência própria, ignora as necessidades de seu semelhante, o avarento que acumula aqui os seus tesouros – está retendo de si as mais ricas bênçãos de Deus. Irmãos, “conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela Sua pobreza, vos tornásseis ricos” (2Co 8:9). “Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus”(1Pe 4:10). Ao recontarmos as inumeráveis misericórdias de Deus, meditar em Seu inigualável amor e contemplar o maravilhoso sacrifício do Redentor, seja despertada em nosso coração tal gratidão, que acenda a chama do amor sagrado, fluindo de nós para muito além da Europa. n

Este artigo foi extraído de “Nossas Missões na Europa”, publicado na Advent Review and Sabbath Herald, em 6 de dezembro de 1887. Os Adventistas do Sétimo Dia creem que Ellen G. White (1827-1915) exerceu o dom de profecia bíblico durante mais de 70 anos de ministério público.

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H erança

A D V E N T I S T A

David Trim

O espírito de

O

s adventistas do sétimo dia sempre buscaram inspiração nos pioneiros. Ao nos prepararmos para a sexagésima assembleia da Associação Geral, em San Antonio, Texas, Estados Unidos, em julho de 2015, precisamos aprender algumas lições e buscar inspiração em alguns aspectos da primeira assembleia, 152 anos atrás, quando os líderes adventistas do sétimo dia se reuniram em Battle Creek, Michigan, em maio de 1863. A expressão “líderes adventistas do sétimo dia se reuniram” parece muito simples. Entretanto, essa expressão não podia ser usada até 32 meses antes, pois só no dia 1º- de outubro de 1860, em uma reunião anterior em Battle Creek, o grupo concordou em adotar o nome “Adventistas do Sétimo Dia”.1 Antes deles, o termo Adventistas do Sétimo Dia havia sido usado muitas vezes pelos inimigos como um termo para insultar os poucos membros do iniciante movimento que havia emergido após o Grande Desapontamento de 1844, fundamentado nas crenças do sábado, imortalidade condicional e ministério sacerdotal de Jesus Cristo no santuário celestial. Na reunião de 1860, foram necessários quatro dias de debate para chegar ao consenso de que o povo remanescente de Deus não estaria voltando a Babilônia caso organizasse formalmente suas igrejas e adotasse um nome em comum. Mas os adventistas não queriam ir além desses primeiros passos. A perspectiva de ter alguma organização acima da congregação local era inaceitável.

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A primeira assembleia da Associação Geral

Acima, à esquerda: LÍDER RELUTANTE: Tiago White, cofundador da Igreja Adventista do Sétimo Dia foi eleito presidente na primeira assembleia da Associação Geral, em 1863, mas ele não aceitou o cargo. Acima, à direita: OFICIAL: Credencial de J. N. Andrews, da assembleia da Associação Geral de 1864, escrita à mão.

ELEITOS: Os primeiros três oficiais da Associação Geral (da esquerda): Eli Walker, tesoureiro; John Byington, presidente, e Uriah Smith, secretário.


Associações e Associação Geral

Curiosamente, porém, em dois anos e meio, os adventistas do sétimo dia em Michigan, Iowa, Vermont, Wisconsin, Illinois, Minnesota e Nova York, organizaram sete administrações de igrejas, que chamaram de associações – duas em Iowa, uma englobando Illinois e Wisconsin, e cada uma das outras abrangendo um estado; porém, as duas de Iowa foram unificadas. No entanto, muitos adventistas reconheciam o fato de haver sete denominações adventistas do sétimo dia, não apenas uma. Portanto, em março de 1863, Tiago White, o líder não oficial (embora incontestável) dos adventistas do sétimo dia, publicou na Advent Review and Sabbath Herald (Revista Adventista e Arauto do Sábado), a revista que unia os crentes extensamente dispersos (geralmente conhecida como Review and Herald e hoje como Adventist Review), o apelo por uma “Associação Geral”. O termo Associação Geral foi usado pelos mileritas no início da década de 1840; de fato, José Bates havia sido presidente dessa associação. Nos anos 1850, os adventistas guardadores do sábado usaram o termo para as reuniões abertas a todos os adeptos das doutrinas distintas dos sabatistas, ou seja, uma conferência ou associação que fosse geral, e não local. No entanto, em 1860, várias denominações protestantes nos Estados Unidos estavam usando o termo associação para se referir a uma associação permanente de congregações, e as associações estaduais se apropriaram desse termo com o mesmo sentido. Além disso, os menonitas, batistas e metodistas usavam associação em referência ao conjunto dessas associações. Os adventistas do sétimo dia, muitos deles ex-batistas e metodistas, tinham conhecimento desse uso. Mesmo assim, o anúncio feito por Tiago White na edição de 10 de março de 1863 da Review provavelmente pode ter dado a alguns batistas a impressão de ser apenas um convite para mais uma reunião geral, embora sugerisse F o t o s : A r q ui v o s d o P a t r i m ô n i o d a A s s o ci a ç ã o G e r a l e C e n t r o

assuntos importantes de interesse comum a ser discutidos. Ele escreveu: “Recomendamos que a reunião da Associação Geral seja realizada em conjunto com a da Associação do Estado de Michigan, em Battle Creek, e que tal reunião seja convocada assim que possível […]. Supomos que os irmãos dos outros Estados e do Canadá terão prazer em enviar à Associação Geral tanto delegados como cartas contendo suas opiniões quanto à melhor forma de agir, e suas solicitações para a Associação.”2 Tiago White sugeriu que o final de maio seria o melhor momento, e em seguida concordaram com uma data. Primeiro dia da primeira assembleia

O dia marcado, então, foi quarta-feira, 20 de maio de 1863, quando vinte líderes do embrionário movimento Adventista do Sétimo Dia se reuniram em Battle Creek. Alguns só conseguiram chegar no transcorrer do dia; por isso, a reunião na Segunda Casa de Reuniões dos Adventistas do Sétimo Dia, em Battle Creek, só pôde ter seu início às 18 horas. Havia dezoito delegados enviados por cinco das seis associações estaduais existentes: Michigan, Nova York, Illinois e Wisconsin, Minessota e Iowa. A Associação de Vermont (que incluía as igrejas do outro lado da fronteira canadense, no Quebec) não enviou delegados a Battle Creek, mas foram enviados dois delegados das igrejas adventistas em Ohio, cuja Associação ainda não estava organizada. Estavam presentes também vários membros da igreja de Battle Creek, que não eram delegados oficiais da Associação de Michigan, porém tinham interesse em observar os procedimentos. Todos os delegados oficiais eram homens, embora pelo menos uma mulher, Ellen White, estivesse entre os habitantes locais que participavam como observadores. Dois delegados oficiais eram membros leigos, sem credencial de ministro, e somavam dois terços da Comissão de Nomeação da primeira Associação Geral!

Lit e r á r i o d e E l l e n W h it e A d v e n ti s t a d e P e s q ui s a .

O primeiro procedimento dos vinte delegados foi eleger um presidente e secretário interinos. Nomearam Jotham M. Aldrich como presidente e Uriah Smith como secretário. Aldrich tinha 35 anos de idade e havia se convertido em 1860; Smith, com a idade de apenas 31 anos, curiosamente não era delegado, mas um dos observadores de Battle Creek. Esses dois fatos nos dizem algo sobre os fundadores da igreja. Muitos deles eram jovens e não eram arrogantes nem orgulhosos. Onde havia talento, esse era usado para espalhar a terceira mensagem angélica. Após eleger o presidente e o secretário, os delegados e observadores cantaram o hino “Long Upon the Mountains” (Longe Sobre as Montanhas), composto por Annie R. Smith e incluído no hinário publicado por Tiago White em 1861 (uma edição revisada do hinário publicado por ele em 1849). Em seguida, John N. Loughborough, de Michigan, Charles O. Tayor, de Nova York, e Isaac Sanborn, de Wisconsin, foram escolhidos para a comissão que inspecionaria e verificaria as credenciais dos delegados. Isso nos diz algo sobre os homens que fundaram a Associação Geral: eles gostavam de cantar hinos e reconheciam a importância de comissões e procedimentos adequados. Algumas das caraterísticas de nossa igreja remontam às nossas origens! Os delegados apresentaram suas credenciais para aprovação. Não foi preservada nenhuma dessas credenciais originais, mas as credenciais da assembleia de 1864, inclusive uma com fotografia. Uma vez que a primeira comissão da Associação Geral completou seu trabalho (não foi necessário muito tempo para conferir apenas 20 credenciais), a assembleia foi suspensa até a manhã seguinte. Estabelecimento da Associação Geral

A manhã do dia seguinte, quinta-feira, 21 de maio de 1863, foi muito especial. O primeiro passo foi selecionar os oito homens para elaborar um estatuto:

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H erança

A D V E N T I S T A

Sanborn, de Wisconsin; Loughborough e Joseph H. Waggoner, de Michigan; John N. Andrews e Nathan Fuller, de Nova York; B. F. Snook, de Iowa; Washington Morse, de Minnesota, e H. F. Baker, de Ohio. O grupo apresentou seu relatório em tão pouco tempo que devem ter feito algum trabalho preliminar antes da assembleia. O estatuto foi aprovado por unanimidade. Assim, a Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia estava formalmente fundada. Mais que uma reunião periódica, seria uma associação permanente, com assembleias anuais, com um estatuto, três líderes (presidente, secretário e tesoureiro) e uma comissão executiva. As eleições foram então realizadas. John Byington foi eleito presidente (e assumiu a função de Aldrich); Eli Walker (morador de Battle Creek que não era delegado da Associação de Michigan) foi eleito tesoureiro, e Uriah Smith foi escolhido como secretário. George Amadon, de Michigan, e John Andrews foram eleitos como membros da comissão executiva, com Byington. Então, a comissão (J. N. Loughborough, I. Sanborn, W. H. Brinkerhoff, J. M. Aldrich e W. Morse) estava formada para elaborar um estatuto modelo para todas as associações estaduais. A assembleia foi suspensa até a noite do sábado, 23 de maio. Na reunião após o pôr do sol, os delegados aprovaram o estatuto modelo (que deveria ser adotado por todas as associações que quisessem pertencer à Associação Geral) e formaram outra comissão (White, Andrews e Smith) para apresentar, na assembleia de 1864, as diretrizes que as igrejas locais deveriam seguir, quando organizadas. Assim, foi concluída a assembleia de 1863. Considerando que foram necessários quatro dias inteiros para as reuniões da “associação geral” do final de 1860, a primeira assembleia da Associação Geral realizou todos os seus trabalhos com reuniões em apenas um dia completo e dois períodos à noite.

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Honestidade, amor e humildade

É impressionante o fato de terem realizado tanto em tão pouco tempo. Isso foi possível porque nossos pioneiros, mesmo quando discordavam, falavam sem rodeios e direto ao ponto. Diante de opiniões opostas eram diretos e francos. Mas a tendência dos nossos pioneiros de se expressar com franqueza não deve ser mal compreendida. No primeiro dia da assembleia de 1860, Tiago White iniciou seu primeiro discurso dirigindo-se ao presidente, pois era o procedimento parlamentar correto; mas ele o fez de maneira singular, pois o presidente era José Bates, a quem conhecia havia vinte anos. Seguem suas primeiras palavras: “Irmão Presidente (permita-me chamá-lo de irmão presidente, pois “senhor” é extremamente frio).3 O fato de Tiago White usar “Irmão Presidente” em lugar do ortodoxo “Sr. Presidente” revela que nossos fundadores haviam investido tudo no movimento do Segundo Grande Advento. Eram unidos pelos laços da mais profunda afeição. Discordavam energicamente uns dos outros, mas

também cantavam e oravam juntos. Houve menos debate em 1863 do que em 1860, em parte porque prevaleceu o espírito cristão, mas também em parte porque, antes de se reunirem, os delegados já haviam chegado a um consenso em grande parte dos assuntos mais importantes. Na edição seguinte da Rewiew, Uriah Smith escreveu, com satisfação: “Talvez nenhuma outra reunião da qual participamos foi caracterizada por tal unidade de sentimento e harmonia nas opiniões. Em todos os passos importantes tomados nessa assembleia [...] não houve uma voz discordante, e [...] duvidamos que tenha havido sequer um pensamento divergente.”4 Esse foi um dos motivos de terem realizado tanto em pouco mais de um dia. Certamente, como sugerido anteriormente, os oito membros da comissão do estatuto já haviam feito um trabalho prévio. Era totalmente necessário que todos os que se reuniram em Battle Creek, em 1863, soubessem que precisavam ser mais unidos e mais organizados, se tivessem que realizar

F o t o s : A r q ui v o s d o P a t r i m ô n i o Lit e r á r i o d e E l l e n W h it e d a A s s o ci a ç ã o G e r a l e C e n t r o A d v e n ti s t a d e P e s q ui s a .


Esquerda: Jotham M. Aldrich e Uriah Smith, respectivamente, foram eleitos mesário e secretário temporários. Abaixo: COMISSÃO CONSTITUCIONAL: (da esquerda) B. F. Snook, Isaac Sanborn, Joseph H. Waggoner, John Loughborough, J. N. Andrews, Nathan Fuller, Washington Morse e H. F. Baker (não fotografado) prepararam o primeiro esboço da constituição da Associação Geral.

“a grande obra de disseminar a luz sobre os mandamentos de Deus, a fé de Jesus e as verdades ligadas à terceira mensagem angélica”, como expressam as palavras do voto de 23 de maio de 1863. Como menciona a introdução do estatuto da Associação Geral, ela foi fundada “Com o propósito de assegurar a unidade e eficiência no trabalho, e promover o interesse geral da causa da verdade presente.”5 A partir dessa experiência, aprendemos algo mais sobre nossos fundadores: Tudo o que foi debatido na década de 1850, já se tornara claro em 1863: necessitavam estar unidos se pretendiam cumprir a missão divinamente atribuída a eles. De fato, em sua mente, a missão era primordial, não as questões pessoais. Podemos estar certos disso, pois, segundo Uriah Smith, não houve um momento de divergência em 1863. Tiago White foi escolhido para presidente por unanimidade, mas declinou da indicação. Após considerável período de discussão, os crentes destacaram os motivos pelos quais ele devia aceitar o cargo, e ele apontava as razões para não

aceitar. Sua decisão foi finalmente aceita e John Byington foi eleito presidente em seu lugar.6 Não foi registrado o motivo pelo qual Tiago White recusou a indicação, mas penso que podemos imaginar. Por muitos anos ele havia defendido a organização da igreja e queria que ficasse bem claro que havia feito isso porque essa era uma necessidade do movimento, e não para que pudesse se tornar presidente. Tendo Ellen White como esposa, poderia também evitar qualquer comparação com Joseph Smith e Brigham Young, dos mórmons, presidentes da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, e que se autodenominaram profetas. Tiago White não era perfeito, mas suas qualidades pessoais nunca foram tão expostas como naquele momento, argumentando longamente com seus irmãos para que não fizessem dele o seu líder. Ele colocou a unidade e a missão da nova denominação acima de todos os fatores pessoais. Espírito evangelístico

Entre os recessos da assembleia na quinta-feira à noite e seu reinício no sábado à noite, os líderes adventistas voltaram à sua atividade favorita: evangelismo. Na sexta-feira, 22 de maio, a tenda evangelística da Associação de Michigan (o que as futuras gerações de adventistas chamariam de “tenda grande”) “foi levantada no gramado” perto do escritório da Review and Herald, como reportado por Uriah Smith. Foram realizadas oito reuniões evangelísticas, com a participação dos delegados, interrompidas pelo culto do sábado, 23 de maio, também realizado em um segundo auditório. Os trabalhos da assembleia só foram realmente concluídos com o batismo de oito novos membros, na manhã do domingo, 24 de maio.7 Há ainda um último ponto sobre nossos fundadores. Eles valorizavam as comissões, os procedimentos utilizados nas conferências e a organização, mas somente como um meio, não como um

fim. O que tinham em mente era o tempo do fim e a segunda vinda de Cristo. O espírito de 1863

O espírito de 1863 ainda é relevante para os adventistas do sétimo dia enquanto aguardamos a sexagésima assembleia, em San Antonio, e o futuro do movimento do Grandioso Segundo Advento. Necessitamos ter o mesmo compromisso com a unidade e com a missão, continuar na prática dos procedimentos adequados e bem estabelecidos, e manter a mesma disposição para utilizar todos os membros da igreja, independentemente de idade ou qualquer outra questão além do seu talento e comprometimento. Necessitamos também de disposição semelhante para falar uns com os outros com a mesma clareza, mas com o mesmo amor, como irmãos e irmãs em Cristo. Precisamos da mesma vontade de colocar a missão profética da igreja acima de qualquer interesse pessoal. Sem essas características, a Associação Geral não teria sido fundada em 1863; sem elas, nossa igreja não teria se expandido em todo o mundo. Somente se tivermos essas características e um forte relacionamento com nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, seremos capazes de cumprir a missão profética dada por Deus aos adventistas do sétimo dia, que foram unidos pela missão na assembleia da Associação Geral, em 1863. n 1 “Fifth

Session”, Review and Herald, 23 de outubro de 1860. White], “General Conference”, Review and Herald, 10 de março de 1863. 3 “Business Proceedings”, Review and Herald, 9 de outubro de 1860. 4 Uriah Smith, “The Conference”, Review and Herald, 26 de maio de 1863. 5 “Report of General Conference”, Review and Herald, 26 de maio de 1863. 6 Ibid. 7 Smith, “The Conference”. 2 [Tiago

David Trim é diretor do Departamento dos Arquivos Estatísticos e Pesquisa da Associação Geral, em Silver Spring, Maryland, Estados Unidos. Junho 2015 | Adventist World

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R E S P O S T A S

A

P E R G U N T A S

B Í B L I C A S

Diferença entre coisas

preciosas e o Desejado

Por que algumas versões da Bíblia traduzem Ageu 2:7 desta forma: “As coisas preciosas A resposta à de todas as nações virão, e encherei sua pergunta é bastante de glória esta casa, diz o SENHOR dos técnica porque Exércitos” (ARA), em vez de utilizar a envolve assunexpressão “Virá o Desejado tos da sintaxe e gramática do de todas as nações [...]” hebraico. Por muito (ARC)? tempo essa passagem

foi considerada uma profecia messiânica, anunciando a vinda do Messias. Mas a maioria dos comentaristas bíblicos abandonou essa interpretação do texto, como refletem as traduções mais recentes. Tentarei explicar algumas das dificuldades desse texto, e apresentarei alguns argumentos de apoio a uma das traduções. 1. O Problema: No hebraico, o verbo traduzido como “virão” está na terceira pessoa, masculino/feminino, plural. O substantivo traduzido como “coisas preciosas/desejado” (khemdat) está no singular feminino. Não há concordância entre o número do verbo (plural) e o substantivo (singular). Isso significa que “coisas preciosas/desejado” dificilmente seja o sujeito do verbo. Portanto, a melhor tradução pode não ser “e o desejado [...] virá”. Há um segundo problema: o substantivo khemdat poderia ser traduzido como “desejado” ou “de valor, precioso”. Mas como decidir qual seria o correto para essa passagem? Esses problemas abrem a porta para diferentes interpretações e traduções. 2. Possiblidades das Novas Traduções: Para resolver o problema de um substantivo no singular versus um verbo no plural, a sugestão é que o substantivo “desejado/coisas preciosas” tem o sentido de coletivo. Em outras palavras, é singular na forma, mas plural no significado. Essa é uma solução possível, mas a tradução “as coisas desejáveis/as coisas preciosas de todas as nações/e as suas riquezas serão trazidas [para o templo]” não é clara. Para outros, essa sugestão é muito fraca e preferem seguir a tradução do grego, na qual o substantivo hebraico foi traduzido no plural. Nesse caso, a palavra khemdat, do hebraico, é trocada por khamudot (plural). Note que só as vogais foram trocadas. Essa também é uma solução possível, mas, como altera o texto hebraico, não é “desejável”.

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Tal dificuldade leva alguns a argumentar que a melhor tradução é “Elas (as nações) virão/trarão as riquezas de todas as nações.” Essa é um pouco melhor. Mas a questão é saber qual é o real significado de khemdat: “desejado” ou “riqueza”? Eles argumentam que “riqueza” tem o apoio contextual porque é especificamente mencionada no verso 8. Portanto, o Senhor estava prometendo a Seu povo que as nações providenciariam recursos financeiros necessários para a construção do templo, como um ato de homenagem a Ele (veja Is 60:5; Zc 14:14, 17). 3. O Desejado de Todas as Nações: Na minha opinião, é melhor trabalhar com o texto hebraico, como fizemos, e traduzir da seguinte maneira: “Elas [todas as nações mencionadas em Ageu 2:7] virão ao desejado de todas as nações, e Eu encherei este templo com glória [a glória do Messias].” Deixe-me explicar. Primeiro, o substantivo khemdat designa o que é de valor e, portanto, desejável. Não é aplicável a coisas apenas, mas também aos reis israelitas como o “desejo” do povo, isto é, o rei que eles querem (1Sm 9:20; compare com 2Cr 21:20; cf. Dn 9:23; 10: 11, 19). Segundo, contextualmente Ageu 2:7 é precedido pela descrição de uma manifestação de Deus (uma teofania) que abala o Cosmos, inclusive e particularmente as nações da Terra. Deus está vindo com poder, e o resultado é que as nações encontrarão no Messias o verdadeiro desejo do coração. Terceiro, a referência a ouro e prata em Ageu 2:8 indica que, para o Senhor, essas coisas não são tão importantes. O importante é que Sua glória, manifestada no Messias, encherá o novo templo e resultará em paz (v. 9). Quarto, a combinação da teofania com a profecia messiânica também é encontrada em Ageu 2:21-23. A poderosa presença de Deus abalando o Cosmos é usada para introduzir outra profecia messiânica: Zorobabel, de linhagem real, era um protótipo do novo Davi, o Messias vindouro, que Se tornará o “anel do selo de Deus”(ver Jr 22:24-30), isto é, Ele terá autoridade real como servo escolhido de Deus (Ag 2:23). Que Cristo continue a ser o Desejado do nosso coração! n

Antes de se aposentar, Ángel Manuel Rodríguez foi diretor do Instituto de Pesquisa Bíblica da Associação Geral.


E studo

B íblico

Viver no poder

do Espírito Santo Mark A. Finley

U

m dos grandes desafios enfrentados pelos cristãos não é necessariamente o que creem, mas como vivem. As crenças são importantes, pois o que cremos molda nossa compreensão e nos leva a mudar nosso estilo de vida. As verdades bíblicas, corretamente compreendidas, transformam nossa vida pelo poder do Espírito Santo. Se nossas crenças fazem pouca diferença no nosso modo de viver, não compreendemos seu propósito. Na lição deste mês, descobriremos como o Espírito Santo nos capacita a ter uma vida consagrada, aplicando em nossa vida diária as verdades em que cremos.

1 Compare Isaías 42:1-4 com Mateus 12:18-21. Descreva o impacto do Espírito Santo sobre a vida e ministério de Jesus. Jesus foi concebido pelo Espírito Santo (Lc 1:35), ministrou no poder do Espírito (Lc 4:14) e enfrentou as tentações de Satanás no deserto na força do Espírito (Mt 4:1). Jesus viveu uma vida cheia do Espírito e nos convida a fazer o mesmo.

2 Que efeito o Espírito Santo tem sobre nossa vida cotidiana? Leia Romanos 8:11-14. A leitura cuidadosa desses versos revela que o Espírito Santo faz três coisas bem práticas por todo crente. Primeiro, o Espírito nos dá vida espiritual (v. 11). Segundo, o Espírito Santo nos capacita a triunfar sobre as inclinações e desejos da carne (v. 13). Terceiro, o Espírito Santo nos mostra a realidade de que, embora vivamos neste mundo, somos filhos de Deus (v. 14).

3 Leia Efésios 3:14-21. Qual era o grande desejo de Paulo para os crentes em Éfeso? Que papel ele viu o Espírito Santo desempenhar na vida deles?

f O T O :

Va e r i a

R o d r i g u e s

4 Leia Gálatas 3:1-5. Qual era a preocupação do apóstolo concernente à igreja na Galácia? Que terrível engano foi cometido por alguns cristãos gálatas? Como podemos aplicar o conselho de Paulo à nossa vida? Evidentemente alguns cristãos na Galácia estavam tentando ter uma vida cristã com suas próprias forças, em vez de vivê-la pelo poder do Espírito Santo. Qualquer tentativa de enfrentar as tentações do inimigo em nossa força pessoal está fadada ao fracasso. Se enfrentarmos o mal pelo poder do Espírito Santo, a vitória está garantida.

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O que dizem os escritores bíblicos a seguir, sobre o ministério do Espírito Santo na vida de todo crente? Leia Tiago 4:5; 1 Pedro 3:18 e 1 João 3:24.

6 De acordo com Jesus, qual é uma das funções do Espírito Santo? Leia João 14:17 e 16:13. O Espírito Santo nos leva a compreender a verdade sobre Jesus e Sua Palavra. O Espírito nos guia à compreensão da Bíblia e das verdades que ela contém. O Espírito trabalha em nós para que vivamos em harmonia com essas verdades eternas. Podemos louvar a Deus porque Seu Espírito não apenas nos guia a toda verdade, mas nos fortalece para aplicar essas verdades em nossa vida. Podemos nos alegrar porque Aquele que revela a verdade transforma nossa vida por meio da verdade que Ele revela, para que possamos representar Seu amor diante de nossos amigos e vizinhos. Uma coisa é conhecer a verdade; outra coisa é ter o coração quebrantado pelo Espírito Santo e nossa vida transformada por Seu poder, para que Ele viva em nós. Convide o Espírito Santo a entrar em sua vida hoje. Peça a Ele forças para viver a verdade na qual acredita. n

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TROCA DE IDEIAS Todos nós levaremos um remorso pelo passado, mas nossa visão é estreita. O que nos revelará a eternidade? – Gordon Cochran, Austrália

Cartas

Grupo de Liberdade Religiosa na Jamaica

Pastor do Malaui comemora 100 anos e lamenta tragédia de barco

Muito obrigado por publicar o artigo de Rhoma Tomlinson, “Igreja Adventista inaugura grupo de liberdade religiosa na Jamaica” (abril de 2015). Que Deus maravilhoso nós servimos! Lembro-me de quando era jovem naquele país e que, no momento em que aceitei a mensagem adventista, os desafios vieram junto. Alguns eram quase insuportáveis. “Adventista” era um rótulo para qualquer coisa que queriam que você fosse. Emprego ou qualquer forma de ajuda social eram negados devido à religião. Que diferença agora! Trevor Bonney New York, Estados Unidos

Escrevo sobre o artigo de Andrew McChesney, “Pastor do Malaui comemora 100 anos e lamenta tragédia de barco” (abril de 2015). Nasci na Zâmbia e estudei no internato do colégio Anderson, na Rodésia, hoje Zimbábue, nos anos 1960 e 1970. Eu tinha 10 anos de idade e frequentemente nós, crianças, éramos encontrados invadindo os pomares dos vizinhos e as lojas das reuniões campais, pegando algo para comer, embora não necessitássemos de nada! Ganhávamos mesada e até uma porção semanal de alimento da cidade, ou o bolo estranho que vinha de casa. Por que fazíamos isso? Muitas vezes éramos apanhados e castigados com vara e com castigo adicional. Sim, adivinhou: cavando buracos no solo, que era duro e cheio de pedras. Hoje, agradeço a Deus por professores que se importavam e nos corrigiam. Quando o pecado está totalmente desenvolvido, produz morte, da qual não há retorno. Causamos destruição aos

Uma palavra de alerta apenas: É bom lembrar que somos advertidos por Ellen G. White de que Roma está fazendo todo o possível para restringir essa liberdade religiosa que hoje comemoramos. Derrick Baker Jamaica

Oraçãow

que vivem em desobediência, roubando grãos ou apenas um pedaço de fruta. A tolerância ao pecado tem consequências eternas. Todos nós levaremos um remorso pelo passado, mas nossa visão é estreita. O que nos revelará a eternidade? Vivemos em tempos difíceis. Sejamos agradecidos, seguindo concentrados na obediência a Deus, em Cristo. Gordon Cochran Austrália

Quando as espécies mudam

Muito obrigado pelo artigo de L. James Gibson, “Quando as espécies mudam” (março de 2015). É interessante e animador ver um cientista que trabalha para a igreja abordando assuntos científicos que, aparentemente, estão em desacordo com a maneira pela qual tra-

GRATIDÃO

Por favor, ore por minha amiga que está muito perturbada e com pensamento suicida por não ter notícias de seu filho adulto já há quatro anos (sem telefonemas nem cartas). Ore também para que minha gravidez transcorra sem problemas. Cécilia, Martinica

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Por favor, ore para que possamos realizar nosso casamento este ano; estamos esperando um documento da embaixada. Ore também pelo meu pai, avó e amigo que necessitam de ajuda financeira e cura. Margaret, Indonésia

Peço oração por minha mãe; ore também por mim, para que eu encontre um emprego e uma companheira adequada para me casar. Vincent, Quênia Por favor, ore para que consigamos uma igreja nova. Temos muitos membros, mas nossa igreja é muito pequena. Sabati, Madagascar


dicionalmente a igreja tem interpretado as Escrituras! Entretanto, para mim que não sou cientista, a explicação da adaptação e mudança que acontece lentamente, e em longos períodos de tempo, em um animal, é mais razoável que a ideia de que Satanás, com intentos malignos, realizou miraculosamente mudanças na anatomia e na função de muitos animais, tornando-os predadores. Michael Wortman C arolina do Norte, Estados Unidos Estudo bíblico

Quero congratular-me com Mark A. Finley pelos estudos bíblicos oferecidos a nós, leitores da Adventist World. Apreciei especialmente o estudo de novembro de 2014, sobre o tema da paz. Que o pastor Finley continue a ser iluminado por Deus para produzir tais mensagens. Gloria Ayimwaa Adu Kumasi, Gana

Crença e

Moralidade

É necessário crer em Deus para ter moralidade? Nos países relacionados abaixo as pessoas dizem que sim. Canadá

31% Grã-Bretanha

Estados Unidos

Brasil

53%

86%

20%

Coreia do Sul 54% China 14% Indonésia

99%

Fonte: Pew Research/Global Attitudes

Apreciação

Muito obrigado pelas inspiradas mensagens que sempre nos são oferecidas pela Adventist World. Ivan Kateregga Mityana, Uganda Como enviar cartas: letters@ adventist world.org. As cartas devem ser escritas com clareza, contendo, no máximo, 100 palavras. Inclua na carta o nome do artigo e a data da publicação. Coloque também seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. As cartas serão editadas por questão de espaço e clareza. Nem todas as cartas enviadas serão publicadas.

Reavivados por Sua Palavra Uma jornada de descobertas pela Bíblia Deus nos fala por meio de Sua Palavra. Junte-se a outros membros, em mais de 180 países, que estão lendo um capítulo da Bíblia todos os dias. Para baixar o Guia de Leitura da Bíblia, visite: www.reavivadosporsuapalavra.org, ou inscreva-se para receber diariamente o capítulo por e-mail. Para fazer parte desta iniciativa, comece por aqui: 1º- DE Julho DE 2015 • Apocalipse 4

Peço oração para que eu dê à luz um bebê normal e saudável. Devido ao tamanho do bebê, será necessária uma cirurgia cesariana. Sarah, Reino Unido Por favor, ore para que eu consiga economizar o suficiente para comprar um carro em breve, e assim possa aju-

dar minha mãe, que é viúva e se sente muito sozinha. Beth, Estados Unidos Espero terminar meu doutorado em breve, mas estou tendo problemas com meu orientador. Por favor, ore por mim nesse período difícil. Obrigada! Andrea, Estados Unidos

Oração & Gratidão: Envie seus pedidos de oração ou agradecimentos (gratidão por orações respondidas) para prayer@adventistworld.org. As participações devem ser curtas e concisas, de no máximo 50 palavras. Os textos poderão ser editados por questão de espaço e clareza. Nem todas as participações serão publicadas. Por favor, inclua seu nome e o nome do seu país. Os pedidos também podem ser enviados por fax para o número: 1-301-680-6638; ou por carta para Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904-6600, EUA.

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TROCA DE IDEIAS

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anos

Em 13 de junho de 1953, Vaiola Kerisome Head morreu na ilha de Niue, sul do Pacífico. Em março de 1909, o australiano Joseph E. Steed, na época em Samoa, havia feito contato com Vaiola Kerisome, que aceitou a mensagem adventista do sétimo dia. No mês de janeiro do ano seguinte, ela foi com Steed para a Austrália, a fim de estudar no Avondale College. Em 1915, após ajudar no trabalho entre os maori, na Nova Zelândia, ela retornou a Niue. Algum tempo depois, Vaiola se casou com Allan Head, um empresário inglês na ilha. Trabalhando sozinha e sem ser remunerada, ela servia à igreja local, dando estudos bíblicos, lecionando três dias por semana em sua casa, dirigindo uma escola sabatina para crianças, traduzindo o livro Patriarcas e Profetas para o idioma da ilha Niue e cuidando dos membros batizados. Reconhecendo seu talento para a educação, Sir Maui Pomare, ministro para assuntos insulares da Nova Zelândia, a incentivou a dar aulas e a iniciar um curso de educação na ilha. Anos mais tarde, Vaiola ficou conhecida em Niue como a “mãe da educação.”

Tenha um

animal de estimação

Pessoas que criam animais de estimação têm menos ansiedade, pressão arterial mais baixa e melhor saúde cardiovascular. Um estudo demonstrou que mulheres que criam cachorros sofrem menos estresse cardiovascular quando estão com seus animais de estimação do que com seus amigos humanos. Por quê? Porque os cachorros não fazem julgamentos. Fonte: The Rotarian f O T O :

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Mi g u e l

S a av e d r a

maıs Países com maior índice anual de crescimento entre 2010 e 2014, incluindo imigração e migração: O m ã 7,9% C atar 5,9% S u d ã o do S u l 4% N í ger 3,9% K u wait 3,6% Fontes: Nações Unidas /USA Today

4,7 Litros de sangue Os adultos têm em média 4,7 litros de sangue em seu corpo. A ideia da transfusão de sangue surgiu há aproximadamente 350 anos. Alguns acreditavam que a transfusão do sangue de animais dóceis para seres humanos poderia acalmar pessoas propensas a explosões de ira. Fonte: The Rotarian

Esperança não é mágica. Esperança é conquistada com esforço. Esperança não é o que você tem, mas o que você faz. – Frank Bures, Minneapolis, Minnesota, Estados Unidos


Alimentos

Poderosos

Tem sido demonstrado que alguns alimentos aumentam a força, aceleram o metabolismo, queimam gordura e amenizam a dor.

Para obter energia:

Para aliviar a dor:

Aveia: para aumentar a resistência.

Gengibre: para combater a náusea e reduzir a dor muscular.

Uvas passas: para aumentar naturalmente o metabolismo.

Cerejas azedas: para neutralizar os radicais livres.

Banana: para manter os eletrólitos (sais minerais) balanceados.

Cúrcuma (açafrão da terra): para aliviar a dor nas articulações.

Para desenvolver os músculos:

Ovos: para reparar os músculos. Proteína do soro do leite: para desenvolver os músculos.

Para aumentar o metabolismo:

Pistache: para moderar o apetite. Beterraba: para aumentar a resistência. Edamame (prato feito com vagens de soja): para queimar gordura.

Fonte: Women’s Health

maıs Os lugares

mais úmidos da Terra Média de chuva (milímetros)

1. Mawsynram, Estado de Meghalaya, Índia 11.871 2. Cherrapunji, Estado de Meghalaya, Índia 11.777 3. Tutendo, Colômbia, América do Sul 11.770 4. Cropp River, Nova Zelândia 11.516 5. San Antonio de Ureca, Ilha de Bioko, Guiné Equatorial 10.450

“Eis que cedo venho…”

Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança. Editor Adventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático. Editor Administrativo e Editor-Chefe Bill Knott Editor Associado Claude Richli Gerente Internacional de Publicação Pyung Duk Chun Comissão Editorial Ted N. C. Wilson, presidente; Benjamin D. Schoun, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Lisa Beardsley-Hardy; Daniel R. Jackson; Robert Lemon; Geoffrey Mbwana; G. T. Ng; Daisy Orion; Juan Prestol; Michael Ryan; Ella Simmons; Mark Thomas; Karnik Doukmetzian, assessor legal.  Comissão Coordenadora da Adventist World Jairyong Lee, presidente; Akeri Suzuki, Kenneth Osborn, Guimo Sung, Pyung Duk Chun, Suk Hee Han Editores em Silver Spring, Maryland, EUA Lael Caesar, Gerald A. Klingbeil (editores assistentes), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Wilona Karimabadi, Kimberly Luste Maran, Andrew McChesney Editores em Seul, Coreia do Sul Pyung Duk Chun, Jae Man Park, Hyo Jun Kim Editor On-line Carlos Medley Gerente de Operações Merle Poirier Colaboradores Mark A. Finley, John M. Fowler Conselheiro E. Edward Zinke Administrador Financeiro Rachel J. Child Assistente Administrativo Marvene Thorpe-Baptiste Comissão Administrativa Jairyong Lee, presidente; Bill Knott, secretário; P. D. Chun, Karnik Doukmetzian, Suk Hee Han, Kenneth Osborn, Juan Prestol, Claude Richli, Akeri Suzuki, Ex-officio: Robert Lemon, G. T. Ng, Ted N. C. Wilson Diretor de Arte e Diagramação Jeff Dever, Brett Meliti Consultores Ted N. C. Wilson, Robert E. Lemon, G. T. Ng, Guillermo E. Biaggi, Lowell C. Cooper, Daniel R. Jackson, Raafat Kamal, Geoffrey Mbwana, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa, Michael L. Ryan, Blasious M. Ruguri, Benjamin D. Schoun, Ella S. Simmons, Alberto C. Gulfan, Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee, Israel Leito, John Rathinaraj, Paul S. Ratsara, Barry Oliver, Bruno Vertallier, Gilbert Wari Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638 E-mail: worldeditor@gc.adventist.org Website: www.adventistworld.org Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coreia do Sul, Brasil, Argentina, Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria, México e nos Estados Unidos.

V. 11, nº- 6

Fonte: DailyTelegraph.com.au.travel f O T O :

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Não perca nenhum momento da assembleia da Associação Geral. (2-11 de julho de 2015)

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