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SOLIDARIEDADE
DA TRAGÉDIA À ESPERANÇA
Como os adventistas apoiaram os sobreviventes da calamidade em Brumadinho e auxiliaram o trabalho incansável das equipes de resgate
LEONARDO SAIMON
tragédia em Brumadinho (MG), na
Atarde do dia 25 de janeiro, fez Minas Gerais reviver o horror que assombrou o estado há cerca de três anos, quando uma calamidade semelhante varreu o subdistrito de Bento Rodrigues, no município de Mariana (MG). Foi por volta de 12h30 que a barragem contendo 12,7 milhões de m³ de rejeitos de minério de ferro se rompeu na Mina Córrego do Feijão, soterrando de maneira rápida e avassaladora o que encontrou pela frente.
Leonardo Arruda conta como recebeu a notícia. “Eu não tinha ideia da proporção da tragédia. Quando cheguei ao local do acidente, soube que já havia mais de 300 pessoas desaparecidas”, relata o morador de Brumadinho, que perdeu vários amigos.
Em meio ao cenário caótico, chamou a atenção a onda de solidariedade. Equipes de resgate conquistaram respeito e admiração pelo trabalho incansável na tentativa de encontar sobreviventes, localizar corpos e salvar animais que agonizavam na lama. Uma articulista do site do jornal El País chegou a sugerir que o Prêmio Nobel da Paz deste ano fosse entregue aos Bombeiros que trabalharam em Brumadinho.
O ímpeto solidário também mobilizou voluntários da igreja, que, entre outras ações, reuniram mantimentos e outros artigos de primeira necessidade para as famílias afetadas. Voluntários que participavam do projeto Missão
Calebe resolveram parar suas atividades corriqueiras e olhar para Brumadinho. Um ponto missionário que ficava próximo ao Instituto Médico Legal (IML), por exemplo, decidiu dedicar tempo para acolher as famílias enlutadas. “Um amigo sugeriu que atendêssemos as famílias que estavam de luto, abraçando-as e compartilhando da dor que elas estavam sentindo. Foi um momento bem difícil”, relembra
Thiago Silva, um dos líderes do grupo.
Um dia depois da tragédia, representantes do escritório estadual da Agência Adventista de Recursos Assistenciais (ADRA) visitaram o local do acidente e conversaram com as autoridades para identificar as principais necessidades.
Pouco tempo depois, uma Unidade Móvel da ADRA partiu de Alegrete (RS) com o objetivo de atender duas cidades duramente afetadas pelo rompimento da barragem: Córrego do Feijão e Parque da Cachoeira. Cerca de 900 refeições, incluindo desjejum, almoço e jantar, foram distribuídas diariamente para moradores, bombeiros e voluntários que prestavam assistência no local. Enquanto uma equipe realizava visitas na comunidade, psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros prestavam atendimentos básicos e psicossociais. “A ADRA está aqui para que, através de suas ações, traga esperança e solidariedade às pessoas que perderam tanto”, afirmou na ocasião o pastor Paulo Lopes, diretor da agência humanitária na América do Sul. Em 2015, a ADRA também acom panhou o drama vivido pelas famílias de Mariana. Na época, a agência A ajuda da igreja distribuiu 600 kits de higiene e 330 chegou em mil litros de água potável para GoverBrumadinho (MG) nador Valadares, uma das cidades por meio de que tiveram o abastecimento afetado. voluntários e Como enfatiza Paulo Lopes, apedo caminhão sar de as tragédias serem parte da da ADRA. Na existência num mundo afetado pelo unidade móvel pecado, elas também são uma opor da agência, além tunidade para aliviar o sofrimento e do atendimento compartilhar esperança. ] psicossocial, foram oferecidas LEONARDO SAIMON é assessor de comunicação 900 refeições da sede administrativa da Igreja Adventista diariamente para a região central de Minas Gerais