16 de janeiro de 2013
NÃO ADIANTA SER COMPETENTE...
Uma forma muito interessante de pensar a carreira e os desafios do mundo corporativo.
...seu chefe também tem que ser Uma nova forma de olhar as avaliações por competência Por André Medeiros
É muito comum vermos no mundo corporativo os gestores avaliarem seus subordinados com toda sorte de ferramentas e técnicas, como: avaliação 360, avaliação por competências, avaliação de performance, avaliação por job, por projeto, por trimestre, por semestre, anual, auto-avaliação, entre outras, que em sua maioria poluem sobremaneira a cabeça das pessoas e não cumprem de fato o real propósito que é desenvolver as pessoas e o negócio. Uma pena estarmos tão inseridos neste tipo de cenário sem questionarmos de fato se realmente as pessoas estão entendendo o quão elas estão no piloto automático e não estão se dando conta de que os avanços,
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tanto do lado do indivíduo, quando do lado da organização, estão pífios. Primeiramente, os gestores de Recursos Humanos que deveriam estar inseridos no contexto da estratégia dos negócios, em sua maioria não entendem de estratégia e por outro lado, as empresas, em sua grande maioria também não têm estratégias definidas, nem para os negócios e nem para as pessoas. Esta situação se torna ainda mais estranha em empresas menores, onde a área de Recursos Humanos, sequer tem autonomia para atuar de forma efetiva sobre a gestão das pessoas, e em outras empresas a área de RH não existe. Por vezes, as avaliações são
realizadas meramente para cumprir um ritual e os resultados não são utilizados como direcionadores para o desenvolvimento futuro. Poderíamos acabar por aqui a análise do quão ruim está este cenário, mas há um lado pior ainda. Os gestores, ou os responsáveis pela aplicação das tais avaliações estão despreparados, não entendem de fato os conceitos de competência, valores essenciais, propósito e objetivos estratégicos. Isto é tão grave, quanto contratar a pessoa errada, para a função errada e remunera-la como se tudo estivesse normal. Do que adianta então o profissional apresentar um bom desempenho se no final do dia é avaliado por um incompetente?
16 de janeiro de 2013
Como lidar com a incompetência do chefe? Por André Medeiros
INCOMPETENTE NO QUÊ? Na maioria das vezes, quando alguém diz que "fulano é incompetente" está se referindo às habilidades técnicas daquela pessoa. Acontece que saber fazer bem o trabalho é apenas uma das muitas competências que se exigem de um profissional hoje em dia, ainda mais de quem está no comando. O velho bordão: “eu mando, você obedece” parece que está tão presente quanto há 20 ou 30 anos. Os gestores estão tão inseguros e com ausência de argumentação para motivar as pessoas, que partem para o poder do “crachá”. E estendem este poder na hora de avaliar seus colaboradores. Incrivelmente, e por imaturidade de alguns avaliados, eles entendem que as supostas verdades vindas desta avaliação vão realmente fazer alguma diferença em suas carreiras e passam a forcar em coisas que o prejudicam as vezes por anos a fio. O que acontece com estes profissionais? São tachados como incompletos e incompetentes por chefes incompetentes em avaliar. E o resultado é bem simples, nem há desenvolvimento das pessoas e nem dos negócios. Some isto durante dois ou três anos e você verá empresas minguando, com turnover (rotatividade de funcionários) altíssimo e um clima organizacional horrível.
Um estudo recente chegou à seguinte conclusão: mais da metade de 100 profissionais pesquisados deixou seu emprego por problemas de relacionamento com os superiores. "Quando o assunto é manter o funcionário na empresa, um bom chefe vale mais do que um salário compensador" André Medeiros
ser diferente. Dar um feedback anual, na hora da avaliação, as vezes é pior do que ficar calado. O gestor deve entender o que significa o poder da avaliação. Deve entender que competência, não é antônimo de incompetência, deve entender que uma boa avaliação pode interferir no desenvolvimento da carreira de alguém para sempre. Neste sentido, é uma obrigação primária do gestor dominar os conceitos, as técnicas e a cima de tudo, saber que isto pode significar um aumento expressivo na eficácia e no desenvolvimento dos negócios.
SUPERVISORES E NADA MAIS Muitos gestores agem como inspetores de qualidade, ou seja, só se manifestam depois que o trabalho está pronto, quando não há mais nada a fazer. O correto é acompanhar o processo, interferir e dar palpites enquanto as tarefas ainda estão sendo realizadas - afinal, estamos falando de um time. Na hora da avaliação, seja ela qual for, não pode
André Medeiros é palestrante e Coach, formado pela Sociedade Brasileira de Coaching como Personal & Professional Coach e Líder Coach. Membro do Institute of Coaching Professional Association (ICPA), afiliado à Harvard Medical School. Sócio da Advoco Brasil
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