Índice Editorial? Que tipo de pessoas lê um editorial? É o que penso, sempre que um (feito ou por fazer, que leio ou que permanece não lido) me passa à frente. E não menos, escrever um editorial é-me sempre uma incógnita. Partilhando este meu pequeno dilema, como definir a fronteira entre: sumariar e opinar sobre o “cabeça de cartaz”, e a inauguração de todo um conceito de revista? (comecem a reparar nestas notas introdutórias, ou não!, se isso resultar em algo como rir desta). Se bem que, é certo, esta revista não é uma inauguração. É já a 3ª da sua dinastia; e todas as linhagens têm as suas divergências de geração para geração, não deixando de pertencer a algo maior, o fio condutor. O fio condutor? Bem, para isto não se tornar especulativo, deixo-vos lê-la, e chamarem-lhe o que quiserem. Esta esphera, terceira que chega às tuas mãos, é o resultado de uma pequena luta para se alcançar a si mesma. Não explicando a revista, que o fará por si própria, ela é um brinde dirigido a todos os estudantes da faculdade de arquitectura e a quaisquer demais que tenham curiosidade ou interesse por este projecto concretizado. Esta revista toma sentido quando passa a integrar a tua leitura, a participar de instantes da tua vida aqui neste quase ilhéu entre Monsanto e a Ajuda. Retomando as metáforas (ou falando literalmente), a esphera quer trazer mais um tom à paleta do quotidiano da nossa faculdade.
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Chillout Session
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Espaço Erasmus
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Fotografia: Memória ou Sedução?
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Experimenta Design Lisboa 2009
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Falar Con-sentido - ARX Arquitectos, Nuno Mateus
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(re)Play: A rádio regressa!
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Banda Desenhada - “O Operário”
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Ética no Projecto de Moda
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UTL e FA, Presente e Futuro
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Seminário “Perspectivas e realidades, os desafios de Bolonha e o futuro da FA”
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Ciclo de conferências: Take 1 - O coração das cidades
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Espaço Social
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Praxes
Coordenação Geral: Emanuel Moniz, João Veras e Susana Ayres Santos Redacção: Ana Raquel Ferrão, Clara Antunes, Emanuel Moniz, Mafalda Gamboa e Susana Ayres Santos Agenda Cultural: Ana Raquel Ferrão, André Figueiredo Coordenação Gráfica e Design: João Veras, Luís Santos Ilustração: David Francisco, Lucas Armendani Barbosa Banda Desenhada: Lucas Armendani Barbosa Coordenação de Publicidade: Emanuel Moniz Convidados especiais: Professora Eduarda Abbondanza, Professor Nuno Mateus Agradecimentos aos colaboradores: David Francisco, Inês Martins, José Reis Nunes e Margarida Maurício Impressão: DOSSIER Comunicação e Imagem Lda Tiragem: 3000 Distribuição: AEFA-UTL Apoios:
Fizemo-la rolar, apanha-a. Susana Ayres dos Santos Propriedade da Associação de Estudantes da Faculdade de Arquitectura de Lisboa
REPORT Chillout Session 02 REPORT por Emanuel Moniz
Riot feat Lil’john_pista drum
Jazzanova dj set_pista chill
Alex Gopher_pista electro
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Dancefloor
Foi no já longínquo dia 28 de Março de 2008 que levámos ao rubro o Alto da Ajuda, com provavelmente fregueses de Lisboa inteira. A AEFA organizou a segunda sessão de ChillOut Session e criou-se um verdadeiro marco na noite lisboeta. Desenganem-se todos aqueles que pensarem que esta festa é demasiado chill… pelo contrário, apresenta-se já como Festival de Música Electrónica. Nesta 2ª edição o evento inovou-se, muito mais abrangente em termos de quantidade e conteúdo, apresentando um cartaz mais aberto. Desta forma pretendeu-se marcar o panorama nocturno da cidade, criar o nome, a referência, comemorar ainda o aniversário da AEFA e, como motivo inabalável, proporcionar uma grande festa para todos os apreciadores (e exploradores) destes géneros musicais. Reinventou-se o espaço, com a criação de três zonas totalmente diferenciadas e independentes: uma literalmente chill, uma electro mais deep, electrizante, e uma descontraída e libertadora drum. Esta revelou-se uma aposta ganha, e tornou possível à mesma pessoa escolher as vibrações sonoras de entre um grande leque de artistas. A pista electro, por onde passou
Alex Gopher (como cabeça de cartaz) e Pink Boy só encerrou por volta das seis da manhã, fazendo com que a nave chegasse ao limite completo da sua capacidade. Já a pista drum acabou por esgotar-se apenas às oito horas, já com um sol bastante alto que não desmotivou ninguém a ficar, “só para mais esta... ”. Ouviam-se comentários como “a melhor pista drum alguma vez organizada em Lisboa” e realmente Riot e Lil’John (Membros de Buraka Som Sistema) não deixaram os créditos por mãos alheias. Pelo recinto distribuíram-se diversos bares, e o exterior beneficiou do mesmo tipo de serviço contando também com representantes de outras faculdades da UTL. Foram quase 2000 as pessoas que tiveram a oportunidade única de viver uma grande noite de música, com um reportório de treze artistas a passar pela nossa Faculdade para inflamar a festa. Nós; esgotados mas muito ORGULHOSOS – era assim o sentimento comum a todos os que ajudaram a erguer a ChillOut, o projecto que vimos vingar nessa noite.
“O melhor da electrónica no Alto da Ajuda” TimeOut Lisboa
NEXT on 03 rendo i s s e S t nada que Chillou nte e em to em me r plane-
e is já está a s Com tudo a session im x 24 de ró p d a a marc a, ta desiludir a d m o c jar os 17 AEFA. Já para feste ada pela a id lh o c s jun2009, e superar e a id v Abril de ú d em ições. EFA, irá s s duas ed a anos da A im lt ú s a riado seja impacto d agora já c tar-se ao e m o n o uecido -se que jamais esq e Pretende o d ta n os ente cime al. Verem definitivam á, nacion iç u q , e bitalisboeta será indu e u q na noite , z a s tr e qualifuturo no l noite d e o que o ív c e u q s a uma ine ram a um velmente nunca vie e u q s o v e se ai a todos tos ao qu n te dade. Par a m e qu da festa, Session, fi o da casa ChillOut ã s já e u Para os q passar… podem dito. ressados te está tudo in m e r e cto (dirique estiv ande proje Todos os r g te s e n articipar sempre p ações). ara inform p A F E A ge-te à
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REINO UNIDO Rochester
REINO UNIDO Rochester
Do you speak english?
POLÓNIA Koszalin
POLÓNIA Koszalin
ESLOVÉNIA Ljubljana
PORTUGALESLOVÉNIA Lisboa
Ljubljana
PORTUGAL Lisboa
ARGENTINA
Espaço Erasmus
Buenos Aires
ARGENTINA Buenos Aires
Nós por lá Independência, experiência de autonomia, novos horizontes, culturas, tendências, pessoas! É tudo isto e muito mais o que se poderá encontrar em seis meses (neste caso, no mínimo!) a morar e estudar no estrangeiro. No âmbito do unificador Tratado de Bolonha, que tanto nos altera ainda as contas à vida, os programas de Erasmus ganham ainda mais relevância e vantagens, na medida em que se tornam na prática dessa intenção de globalidade para melhores comunicação e partilha. Devido ao enorme peso que uma experiência deste calibre tem na vida académica e pessoal é importante abordá-la e dar-lhe projecção. O objectivo desta recolha é expor uma pequena amostra e aguçar ainda mais a curiosidade de alguns quanto a toda a gama de promessas de descoberta. Na outra face da moeda, estão os que para cá vieram, também interrogados, com o fim de dar voz e compreender o que pensam eles deste país e povo. Fica um especial agradecimento a todos os estudantes erasmus que se disponibilizaram a colaborar, partilhando a sua experiência e visão pessoais. Recolha por: Clara Antunes e Susana Ayres dos Santos
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Rochester, Reino Unido Joana Correia Arts Fashion Design, University for Creative estudantes Disponibilidade para Integração de s sabem Erasmus: Gigante (os professores todo intepara iões reun o teu nome e fazem inúmeras io). camb inter de grarem os alunos da Língua: Facilidade/Barreira na aprendizagem falar em sabia Nenhuma ou quase nenhuma (já se num demapren cos Inglês e os termos técni instante) áticos, já o Povo: os colegas são todos simp te vende o homem do pub e o homem que o esforço mínim o bilhete do comboio não fazem ber. perce e em-s fazer ou por te perceber megalómaOferta cultural da cidade: Museus s grátis ou nos extremamente interessantes, todo , concerantes estud com grande desconto para ! Isto antes estud para 50% a los tos e espectácu ester Roch de hora 1 a fica que res Lond tudo em de comboio. qualidade, Diversão/festas: não são de muito boa se tão no ito, espír do nde depe , mas é como tudo
Buenos Aires, Argentina António Botelho Diseño, UBA Disponibilidade para Integração de estudantes Erasmus: Colombianos 10 - Argentinos 0; Argentinas 10 - Portuguesas 7. Facilidade/Barreira na aprendizagem da Língua: Esqueçam o castelhano, aqui é porteño. Fácil mas com algum despacio! Povo: São aos milhares. Nas ruas, nas lojas, nos jardins, à noite.
e cartolas espírito de ver meninas com asinhas ! todas as noites tão no sitio certo fortes da Onde se destacam os aspectos mais de conscas técni com actar Cont ia? experiênc entes e difer trução de vestuário completamente ecer Conh l. licáve beneficiar de uma atenção inexp o ecer conh es quer (se o mund pessoas de todo o aa mod de s ência tend Ver res!). Lond a mundo vai ! crescer em cada canto e participar delas
Oferta cultural da cidade: Feiras artesanais, conta? Há milhares de museus, que não conheço. Diversão /festas: Festas de transe na praia, Creamfields, reggae e saxofone às segundas num armazém... 3ª, 4ª, 5ª, 6ª e sábado e domingo há festa em todo o lado até às 7h, e after hours até as 13h! Onde se destacam os mais fortes aspectos da experiência? Na faculdade têm um ritmo de trabalho que envergonha qualquer português da FA: entregas todas as 2ªs, ou quase. É um quilomo - um bar gigante (com as melhores tostas do mundo); turmas de 200 pessoas – com 30 professores – e filas de 50 pessoas nas gráficas. O melhor é mesmo a situação geográfica, e as férias de verão de 4 meses – viajem pela América do Sur como o Che! Daqui a uma semana vou conhecer este continente até ao Panamá de mochila às costas em 2 meses. (No prato, empanadas e parrilla; no copo é quilmes de litro).
Ljubljana, Eslovénia Diogo Madeira Arquitectura, Univerza v Ljubljani Fakulteta za Arhitekturo Disponibilidade para Integração de estudantes Erasmus: Excelente integração tanto a nível escolar como social. Facilidade/Barreira na aprendizagem da Língua: A Língua é complicada, requer um empenho pessoal, embora acabemos por perceber que não é necessária pois toda a gente fala inglês. Em todos os pontos da cidade, maioritariamente frequentada por universitários, fala-se inglês, o que facilita a integração de qualquer estudante. Povo: Maioritariamente jovem; é a capital que recebe todos os estudantes da Eslovénia. Povo simpático, que procura socializar com os estrangeiros já que a própria cidade não é muito turística. Um ponto favorável é a colocação em residências de estudantes com eslovenos no mesmo apartamento; incentiva o convívio e a interacção
com a nova cultura completamente diferente. Oferta cultural da cidade: A oferta cultural não é muito significativa. A cidade é pequena e com poucos pontos turísticos. No entanto a nível de Erasmus é super interessante, existe sempre por trás a iniciativa de uma Associação de Estudantes, nas actividades e festas de todas os dias para o estudante estrangeiro. Apesar do seu tamanho, a cidade procura cativar cada vez mais alunos estrangeiros, oferecendo regalias maiores que as de qualquer esloveno. Diversão/festas: Das cidades que já visitei é a que tem mais oferta a nível de festas em apartamentos, bares ou discotecas. Há sempre algo programado, facilitado pelo sistema informático que todos os Erasmus têm – uma Reception List de onde conseguimos convidar toda a gente para qualquer festa que se organize. A cidade é pequena, somos 400 Erasmus. Toda a gente se conhece de vista, pelo menos, torna-se fácil a integração e diversão de qualquer estudante.
Onde se destacam os mais fortes aspectos da experiência? A possibilidade de conhecer novas pessoas, criando amigos que, ou durante o Erasmus ou mais tarde, visitarás. A possibilidade de evoluir em qualquer Língua, pela enorme diversidade de Erasmus, o que permite um contacto com diferentes culturas e hábitos. A faculdade é acessível; realizamos trabalhos em vez de irmos às aulas teóricas de onde, sendo dadas em esloveno, somos dispensados.
Eles por cá Milão, Itália Achille Tortini Licenciado em Arquitectura, FAUTL Disponibilidade para Integração de estudantes Erasmus: Existiu sobretudo da parte dos estudantes que já tinham feito Erasmus. Facilidade/Barreira na aprendizagem da Língua: Fácil, a partir dos primeiros dois meses – durante os quais o curso de Línguas foi inútil. Povo: Lento! (literalmente). Simpáticos e abertos, disponíveis. Oferta cultural da cidade: Boa, mas não o suficiente para uma capital. Diversão/festas: As festas da organização Erasmus
Áustria Beatrix Nock 3º ano Arquitectura, FAUTL Disonibilidade para integração de Erasmus: O Gabinete Erasmus é acessível e funciona bem, são simpáticos. Quando ainda não tinha morada própria, guardaram-me uma carta e entregaram-ma em mãos. Dificuldades de comunicação e aprendizagem da língua: O básico é relativamente fácil de aprender. No entanto há pouco apoio, e o nível de português das aulas é muito superior ao que conseguimos acompanhar. Seria bom se criassem cursos de português com duração de um semestre. Só existem begginers e estão desadaptados (começam tarde e comportam poucos alunos). Fiquei contente por perceber a proximidade da Língua do espanhol e italiano, como mais-valia imediatamente compreendo várias outras línguas da mesma raiz. Povo: Os portugueses são semelhantes aos austríacos no carácter, forte, talvez emprestado da identidade irrevogável da língua. São auto-
Lisboa são sempre iguais, gente sempre bêbada a tentar engatar. Muito melhores, são as festas nas casas de Erasmus, e sair com os portugueses é fixe. Onde se destacam os mais fortes aspectos da experiência? Lisboa é uma cidade espectacular para viver, o clima é óptimo, a vida é barata e há bastantes coisas para fazer – como surf. A experiência Erasmus permite ter uma autonomia importante e conhecer muitas pessoas interessantes. Quantas mais pessoas se conhece mais se aprende, sobretudo na faculdade, onde se encontram professores competentes como o Diogo Burnay.
confiantes, prestáveis, interessados, abertos. As meninas arranjam-se mais, são muito femininas. Qualidade que não esperava (o que vem de um preconceito em relação aos povos do Sul da Europa), é que são de facto muito trabalhadores, mais do que os espanhóis ou italianos. São cultos e adaptaram-se realmente às novas tecnologias. Oferta cultural da cidade: A cidade oferece muito património e cultura edificada. A nível de concertos estou satisfeita, existem bastantes iniciativas e muitas incluindo artistas de renome. Divertimento/festas: Se quisesse teria onde procurar, mas não sou particularmente pró-festa. Noto também que outros Erasmus são mais comprometidos com o trabalho do que com o divertimento, o que vem talvez da exigência de cumprimento de créditos. Há menos tempo para viver o país, acrescido pela dificuldade de não ter família como base nem as infra-estruturas quotidianas a que estamos habituados. Onde se destacam os mais fortes aspectos da experiência? A primeira opinião sobre o curso ►
Itália/Roma nto Pierfrancesco Ditara 3º ano Arquitectura, FAUTL gração de Erasmus: Disponibilidade para inte Esperava mais. ão e aprendizagem da Dificuldades de comunicaç é muito difícil aprenlíngua: Para um italiano não vras são iguais e a pala der português. Muitas mesma. construção das frases é a inguem-se pela sua dist es ues tug por Povo: Os iva lentidão. O primeiro grande gentileza e excess o nem sempre o é… und aspecto é óptimo, o seg É discreta e variável, de: cida Oferta cultural da de bons concertos. mas sinto por vezes falta festas são sempre boas Divertimento/festas: As edarmos e encontrar beb ocasiões para nos em . raparigas bonitas is fortes aspectos da Onde se destacam os ma no oceano. Portugal é experiência? Tomar banho mundo, um dos pouo a um ponto de partida par hece apenas a cultura cos países onde não se con as as outras, que se nacional mas também tod gradas na portuguesa. encontram realmente inte
a engenharia
para masiado voltado o vem ► foi ser de cnico. Esta noçã
carácter té m e disciplinas de que a abordage m a Áustria, em óol ide e do contraste co al tu ep muito mais conc é a ur ct ite um qu el, à ar a este nív riência traz-me, e gica. Esta expe to principal qu en am sin ivo. O en ce re pa o equilíbrio posit alg ando riência é que qu r tiro desta expe a verificar-se se vir de po a, rm fo rta . ce to de en r se têm cabim econceitos não sde a diferente. Os pr da e me aju para mim, o qu uTenho tempo uadrada das sit nq se de do an u qu oé m co cobrir quem so r ve m bo caracterizam. É ações que me ssoas quando se laços com as pe er fácil estabelec nossa vida. ixamos entrar na é aberto e as de
A sociedade global em que vivemos tem vindo a gerar e a conviver com um complexo sistema de atribuição de significados. Nós, jovens estudantes das artes, já nem temos memória de outras formas de conhecer. Falo das imagens. Hoje temos a televisão, as revistas, os livros, a Internet. Em todo o lado há conhecimento e em todo o lado há representações, imagens, símbolos. Torna-se então, dentro das nossas pesquisas, mais difícil a tarefa de seleção que a de procura. O que nos pode ajudar? A problemática da imagem não é nova. Note-se que, entre outros, já Platão e Aristóteles haviam formulado teorias e pensado nesta questão. Mas antes de mais, devemos procurar o significado do termo. A palavra imagem tem raízes no latim e no grego; as mesmas que para as palavras ícone e ideia, por exemplo. E precisamente quando pensamos que a imagem é apenas relativa a algo que não se encontra presente, percebemos que poderá ser também aquilo a que chamamos realidade. Ou seja, tudo o que vemos é imagem, é uma representação do real na nossa cabeça, já misturada com alguma imaginação e todos os sentimentos que em nós foram provocados. Assim sendo, nós, futuros arquitectos ou designers, estamos, sob este ponto de vista, a provocar imagens que poderão ser distintas em cada pessoa, independentemente do facto de o objecto real, fruto da nossa ► 6
Projecto: Piscinas _Arquitecto: Atlântico_Paulo David
por Mafalda Gamboa fotografias de Fernando Guerra
Projecto: Adega Mayor _Arquitecto: Siza Vieira
Fotografia: Memória ou Sedução?
► criação,
ser precisamente o mesmo. Trataremos agora, então, de uma das formas de imagem que mais nos deverá interessar: a fotografia. Com a ajuda do arquitecto e fotógrafo português, Fernando Guerra, podemos colocar algumas questões e reflectir sobre elas. Constantemente nos é dito que as fotografias são enganadoras, que não devemos confiar nas revistas e nas suas sedutoras imagens para conhecer ou julgar projectos. Fernando Guerra diznos que “a fotografia é sempre crítica em relação ao que capta”, realçando que esta arte não é de modo algum um meio passivo e que tem, aliás, uma intenção interventiva, com o objectivo de provocar e de suscitar questões que levem à visita da obra, e à discussão de ambas. A fotografia é, então, mais uma imagem, já baseada na imagem mental do fotógrafo, que mais uma vez se multiplicará. Ou seja, nas palavras do próprio, “as imagens não são contentores da verdade que representa fidedignamente a realidade da forma, aquela identidade específica que refere. A selecção do que fotografo passa por uma intensificação da realidade retratada. A decisão do que fotografo ou não numa obra é sempre muito pessoal, mas as ideias são transmissíveis”. Devemos ter sempre presente, então, que “a fotografia não substitui nada. A fotografia de arquitectura pode ser uma forma importante de ver uma obra, mas não impede ou substitui a visita, antes pelo contrário, é um excelente cartãode-visita. É bom fotografar, mas muitas vezes é melhor saber quando pousar a máquina e ver onde de facto estamos e o que fazemos”. Toca-se num ponto interessante: a nossa própria fotografia: até que ponto nos deixamos absorver pela ânsia de captar tudo à nossa volta. Conclui-se que a fotografia é uma ferramenta muito útil mas que deve ser vista com uma mente crítica, não só
em relação ao objecto que representa, mas também em relação a si mesma. Fernando Guerra afirma que ao fotografar arquitectura devemos ter sempre em mente se respondemos a três perguntas: “o que é, como é e para quê”. Qual será, portanto, a utilidade da fotografia para nós, estudantes? Em primeiro lugar, note-se que, para Fernando Guerra, a maior intenção a expressar numa imagem é a mensagem. O fotógrafo pode ser, muitas vezes, “das poucas pessoas que podem transmitir imagens de uma ideia, de um projecto que por ser privado ou longínquo é quase impossível ser visitado. Uma casa particular, por exemplo, onde a visita é vedada”. A imagem fotográfica tem então um valor enquanto documento
de arquitectura, servindo para “preservar a sua memória”. Ou seja, juntamente com os desenhos, esboços, e todas as outras ferramentas do arquitecto, a fotografia é mais um precioso meio de guardar projectos de uma forma mais ou menos perene. Fernando Guerra menciona ainda que “mecanismos da percepção da realidade como a fotografia e a sua linguagem são necessários para apreender a relação da obra com a paisagem, assim como indispensáveis para a manipulação consciente desta, enquanto realidade a ser experimentada. A percepção está ligada a todos os níveis de realidade – preexistente, conceptual e criada – enquanto primeira abordagem e ferramenta implícita para a sua manipulação”. Ficam então duas questões abertas, ►
Projecto: Casa Algarve _Arquitecto: Ricardo Bak Gordon.
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Projecto: Museu do Farol de Sta. Marta _Arquitecto: Siza Vieira Projecto: Complexo Desportivo em Gondomar _Arquitecto: Siza Vieira Projecto: Complexo Desportivo em Barcelona _Arquitecto: Siza Vieira
► para
julgamento de cada um de nós. Em primeiro lugar, a vertente académica desta disciplina. Fernando Guerra constata: “Dou demasiada importância ao lado mais prático da vida para me preocupar excessivamente com o mundo académico, especialmente da fotografia, até porque o acho muito pobre, especialmente em Portugal onde a fotografia de arquitectura não é ensinada. Num curso de arquitectura a consciência da forma pode ser teorizada, ensinada e praticada. Na fotografia por outro lado, atrai-me a falta de compromisso com uma agenda cheia de regras. Na fotografia é importante apenas o que se pensa no batente, ou seja, a fotografar, não a dissertar. (...) O lugar não tem de me condicionar da mesma forma que faz com um arquitecto que trabalha geralmente, por referências, alinhamentos ou pelo lugar”. Não seria, então, importante que nos nossos cursos nos fosse ensinada um pouco mais de fotografia? Em segundo lugar, surge um outro problema com o qual deveremos saber lidar no futuro: “A fotografia de arquitectura tem vindo a tornar-se um ponto cada vez mais imprescindível no exercício da arquitectura. São já muitas as vezes em que basta um bom fotógrafo orientar a sua objectiva para uma obra, para que esta passe a ser conhecida em todo o mundo. Pelo contrário, uma obra não fotografada torna-se inadvertida”.
Agradecemos a Fernando Guerra pela sua colaboração, fornecendo-nos algumas respostas. Recomendamos a sua entrevista integral, publicada na revista +arquitectura, e ainda o seu site, “www.ultimasreportagens.com”. 8
And “it’s about time” it returns! Experimenta Design Lisboa 2009 por Susana Ayres Santos
A ExperimentaDesign (EXD) apresenta-se como uma já nossa conhecida bienal de design, da autoria da Experimenta. Este evento internacional tem como áreas de projecção e intervenção o design (como a disciplina por excelência), a arquitectura (em segundo lugar e íntima relação com o design e contexto existencial social) e a cultura contemporânea (a um nível mais amplo e unificador de todos os campos), expondo ideias, conceitos e projectos. Impulsiona design de ambientes, arquitectura, artes visuais, cinema, design gráfico, design industrial, fotografia, multimédia, música e vídeo. Apostando na produção cultural diversificada e na sua reflexão, debate e projecção, já foi visitada por mais de 340 000 pessoas desde a primeira edição em 1999. Invade a capital portuguesa a cada dois anos, de Setembro a Novembro, e já conquistou o reconhecimento de criadores, críticos, jornalistas, produtores, académicos, estudantes, decisores políticos e do público em geral. No entanto esta recente tradição não foi realizada na sua suposta 5ª edição, que iria ter lugar entre 12 de Setembro e 4 de Novembro de 2007. Anunciados foram os motivos: o incumprimento, por parte da CML, do compromisso assumido pela autarquia, datado de Junho de 2006, que previa a assinatura 10
de um protocolo que atribuiria 500 000 euros para a iniciativa. Segundo a direcção da Experimenta faltavam cerca de nove meses para a bienal quando, após prolongadas tentativas de comunicação, recebeu uma carta que informava que não seria facultada qualquer contribuição financeira para o evento, alegando âmbito de contenção orçamental. Este percalço levou a que a direcção se recusasse a pronunciar sobre a hipótese de realização de futuras edições. Tal sucedido, a Experimenta foi formalmente convidada para Amesterdão, onde a bienal passaria a acontecer. Após um ano de interregno e de um entusiasmante período de trabalho com as duas cidades, está neste momento definida uma plataforma entre Lisboa e Amesterdão, tendo como base a realização da EXD em cada uma das cidades, em anos alternados e sempre com um programa diferente. A organização está convicta que esta colaboração não podia ser mais propícia para exemplificar como a cultura e o design podem ser o veículo estimulante entre duas cidades e dois países na Europa actual. Finalmente (e felizmente), já em Janeiro deste ano se fechavam as negociações com a CML, que tornaram possível o retomar da bienal na nossa capital. Desta
vez o protocolo assegura 3 edições consecutivas, e nós cá as esperamos!
EXD 2009 “It’s about time”. É esse o tema da Experimenta Design Lisboa 2009; o tempo, uma proposta de análise sobre a sua vivência, importância, significado. E é sempre tempo de grandes eventos com ampla projecção como este. O enfoque desta 5ª edição recai sobre os fluxos e dinâmicas de aceleração e fragmentação, e os seus impactos na sociedade contemporânea. Incide consequentemente nos actuais modos de utilização do tempo e nos dispositivos designados para o gerir e (tentar) controlar. Celebrando a bienal 10 anos neste regresso a Lisboa, contou com um Warm-Up no passado mês de Setembro. O programa incluiu o Lançamento Oficial da EXD Lisboa 2009, reuniões de desenvolvimento de projectos específicos, e um Think Tank curatorial. Os Think Tanks são uma componente fulcral da construção da EXD como momentos de reflexão transversal, com o intuito de gerar massa crítica relativamente às propostas programáticas, através do contacto entre especialistas de diferentes disciplinas. Anterior a estes encontros
precede o Corpo Crítico, um grupo de teste composto por figuras da comunidade intelectual portuguesa com os mesmos fins de debate. Como ponto alto, este Warm-Up trouxe à capital a primeira exposição mundial do arquitecto suíço Peter Zumthor. Instalada no característico complexo LX Factory, em Alcântara, obteve uma larga repercussão no interesse do público, o que se evidenciou no seio da nossa faculdade. Patente ao público de 7 de Setembro a 2 de Novembro, contabilizou um total de 16 100 visitas, com uma média de 277/dia e de 35/hora. Foi no último domingo (e o público em Portugal não surpreende ninguém) que, durante o horário alargado, se registou o recorde de 782 visitantes. A exposição Peter Zumthor: Edifícios e Projectos 1986-2007 teve, logicamente, o tempo como qualidade/ realidade constante e inerente ao processo de projecto e à própria relação de
vivência com a arquitectura. Através de projecções estratégicas que – em telas – recriavam o espaço tridimensional e sensorial nas obras, ou através da explanação da metodologia e dedicação projectual, presente também em impressionantes desenhos técnicos a grafite, o tempo chega-nos como o que dá lugar, hipótese, ao projecto. É o que permite que se dê a relação entre o Homem e o espaço construído, ou seja, o que permite arquitectura. Zumthor teve um percurso interessante. Passou como aprendiz pelo ateliê do próprio pai, artesão mobiliário, período que despertou a sua apurada sensibilidade para a tactilidade e plasticidade. O tempo da sua produção foi como que eclipsado anteriormente ao período patente na exposição, e só são conhecidas as suas obras a partir de então. Antes do “recomeço”, trabalhou no Departamento de Preservação de Monumentos e participou em
inúmeros projectos de restauro que lhe terão incutido um amplo conhecimento de materiais rústicos e práticas de construção, sem falar na herança decerto apreendida do contacto com património e tradição. Entre a absorvência das maquetas e o sentido arquitectónico e icónico das suas obras – icónico sem cair no cesto do estrelato, mas de modo distinto e conseguido – Peter Zumthor teve para as suas obras, através da EXD, uma projecção de contacto e envolvimento directo com o receptor, numa exposição riquíssima e incomum. Seguirá agora o seu percurso internacional, estando prevista uma próxima apresentação em 2009. A ExperimentaDesign provounos a sua qualidade e relevância como acontecimento internacional e sensibilizador da cultura da contemporaneidade. Façam-se mais iniciativas destas; tragam-nos mais exposições assim.
VOLUNTARIADO PELA CULTURA por Mafalda Gamboa
Em Julho deste ano, vi no site da AEFA um anúncio para todos os estudantes da faculdade. A ExperimentaDesign estava a organizar uma exposição sobre Peter Zumthor e precisava de voluntários. Inscrevi-me imediatamente e passado um mês recebi um telefonema para comparecer numa entrevista em Lisboa. Assim foi, uma entrevista muito simples e rápida, e passado alguns dias todos os seleccionados receberam um e-mail. Durante alguns dias, quase todos os voluntários foram com maior ou menor frequência à LX Factory, local da exposição, ajudar na montagem. Houve maquetes para colar, desenhos para dispor, equipamento para arrumar, e muito pouco tempo. O primeiro dia em que nos conhecemos foi o dia da Press View. Conversámos, discutimos as nossas dúvidas e durante a tarde tivemos uma curta visita à exposição guiada pelo
curador. Conhecemos os nossos colegas: estudantes de arquitectura, de design, de artes plásticas, alguns deles já licenciados. Passado uns dias, chegou a altura da conferência e da inauguração da exposição. Foi um longo dia, em que finalmente vestimos as nossas t-shirts e nos colocámos nas portas da Aula Magna a receber bilhetes e a distribuir lugares. Sem dúvida o momento alto de todo o evento, e aqueles que estiveram presentes bem o sabem. A inauguração que se seguiu estendeu-se pela noite fora. Tivemos a honra de conhecer Peter Zumthor, e de participar num evento de grande importância nacional e internacional. A partir daí entrámos na nossa rotina. Aprendemos tudo o que estava relacionado com o bom funcionamento da exposição e começámos os nossos turnos de 4 horas. Os primeiros abriam as portas e preparavam todo
o equipamento para as primeiras entradas às 12h, e os segundos arrumavam tudo para o dia seguinte, fechando as portas às 20h. Foram dois meses de atendimento, de bilheteira, de informações, de subir e descer escadas, e até de visitas guiadas. Recebemos todo o tipo de visitantes, organizaram-se grupos de crianças com actividades especiais, e houve, inclusivé, visitas guiadas dadas por Arquitectos. Tivemos visitas de Souto Moura, Siza Vieira, entre muitos outros, e até de Charles Correia. Visitantes de todas as nacionalidades, e estudantes de muitos cursos diferentes. No balanço final de uma exposição que todos nós apreciámos, só podemos agradecer à ExperimentaDesign pela oportunidade e esperamos que muitas outras como esta surjam.
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Falar Con-sentido ARX Arquitectos, Nuno Mateus por Clara Antunes
Existe hoje uma pluralidade infinda de escolhas de estudo e profissionais. A decisão de ingresso num curso é um momento determinante. Para uns existe uma espécie de chamamento, ou enamoramento instantâneo pelo tema, ainda que as motivações sejam muitas vezes distintas da realidade a verificar; para outros uma vocação quase infantil, quiçá na memória repetida da obra construída que nos compõe. O que foi para si o apelo da arquitectura? Eu penso que está relacionado com a construção num sentido geral. Talvez na dimensão em que se possa associar a arquitectura àquela actividade universal de criança, do construir/destruir o brinquedo, que se monta e desmonta, a ideia. Não sou um caso eloquente de vocação, nem tenho familiares na área, por isso a motivação não me chegou por certo do entorno familiar nem senti o chamamento através de particulares memórias que me evocaram prazer ou apontaram uma direcção. Não sou o produto de determinado contexto, mas de determinadas circunstâncias, da necessidade da escolha, forçada, talvez demasiado cedo. Muitas vezes penso que há qualquer coisa de acaso no facto de ser arquitecto, que poderia ser outra coisa qualquer. À época não distinguia muito bem a criatividade na construção, não tinha claramente instrumentos para o saber diferenciar. Suponho que, como eu, muita gente optará pressionado, 12
sem noção real do que acarreta a escolha, porque tem de optar num dado momento da vida. Com o tempo, eventualmente aprendi a entender e a gostar da profissão. Tratava-se então de abraçar uma área criativa, poderia não ser exactamente construção… Evidentemente, o desenho sempre me deu muito prazer, mas isso advinha certamente do facto de, para mim, uma aula de desenho ser quase sempre mais interessante do que uma aula de matemática. Para mim, os trabalhos manuais eram seguramente mais divertidos… Davam-me prazer, havia um certo
sentido lúdico do dia-a-dia que continuo a procurar na profissão. Não me imagino a fazer uma coisa de que não goste. Todo o jovem recém-formado sente determinadas lacunas ao sair do mundo académico para dar entrada no profissional. Que lacunas sentiu ou que género de capacidades poderiam ter sido melhor desenvolvidas durante o percurso universitário e não foram? É evidente que nós somos críticos para com os lugares por onde passamos e aprendemos, e acho que a dimensão crítica é muito importante e própria ►
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Concerto 21.00h Coliseu dos Recreios
Tindersticks
Espectáculo 22.30h Casino de Lisboa
Espectáculo 21.30h Coliseu dos Recreios
Quebra Nozes
Concertos 22.00h Hot Club de Portugal
Sessões de Jazz
Concerto 21.00h Santiago Alquimista
Asian Dub Foundation
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Stomp
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www.oficinadedesenho.com.pt
Cursos Cascais
Curso de Ilustração
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até 31 de Dez.
Exposição de Desenho Bedeteca de Lisboa
Os Ridículos
Concerto 22.30h Casino de Lisboa
Rita Redshoes
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| dezembro
segunda
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Concerto Passagem Ano 22.30h Casino de Lisboa
Xutos & Pontapés Dj Rui Remix
até 21 de Dez.
Teatro 21.30h Teatro da Cornucópia
Os Gigantes da Montanha
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| janeiro
14 até 15 de Fev.
Teatro Teatro Maria de Matos
Cabaret
Vida Nova...
Ano Novo,
Concerto 22.30h Casino de Lisboa
Rui Veloso
Concertos 22.30h Cabaret Maxime
A Consoada da Florcaveira
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Concertos 21.30h Av. Liberdade
Avenida 211
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até 15 de Mar.
Exposição Pintura Museu de Serralves
Christopher Wool
até 18 de Jan.
Exposição Escultura Museu de Serralves
Juan Muñoz: uma Retrospectiva
até 31 de Dez.
Exposição Museu do Chiado
Arte Portuguesa de 1850 à Actualidade
Exposição Fotografia LX Factory
Alexander Koch
Concerto 22.00h Campo Pequeno
Gotan Project
sábado
Teatro Teatro Estúdio Mário Viegas
Vampiras Lésbicas de Sodoma
até 25 de Jan.
Exposição de Ilustração Galeria do Palácio de Galveias
Truth and Tales
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Exposição de Pintura Centro Arte Manuel Brito Algés
Anos 80
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www.lisbonwalker.com
Visitas Guiadas Grátis 14.30h Lisboa - ponto de encontro
Lisbon Walker
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Concerto 20.00h Coliseu dos Recreios
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Soulfly
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Início do Mandato de Barack Obama!
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Concerto 21.00h Aula Magna
Mogwai
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Concerto 22.00h Coliseu dos Recreios
Mafalda Veiga
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Concerto 20.00h Pav. Atlântico
Oasis
Concerto 21.00h Coliseu dos Recreios
Kaiser Chiefs
esphera
Dia dos Namorados
até 12 de Abr.
Exposição Museu Nacional do Traje e da Moda
Maria Altina Martins e João Pedro Silva
Exposição CCB
Caprichos
até 15 de Mar.
Exposição Fotografia Museu de Serralves
BES Revelação
| fevereiro
Fim do Mandato de George W. Bush
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do arquitecto, como lhe é necessário mantê-la e desenvolvê-la ao longo da vida. Um dia, no final de uma sua conferência, Le Corbusier, aos 70 anos, é abordado por um aluno que começa o discurso dizendo: “Desculpe, eu sou um estudante de arquitectura”, ao que o primeiro responde: “Eu também”. Na nossa área, a aprendizagem faz-se a vida inteira. Com o nosso crescimento na profissão vamos adquirindo mais instrumentos, uma determinada segurança e experiência. Eventualmente para mim, ganhei uma vontade constante de experimentar a partir daquilo que vou adquirindo. Por natureza nenhuma escola preparará os estudantes para todas as situações que na profissão vão enfrentar. Uma escola poderá preparar-nos melhor num determinado ponto de vista específico, o que em muitos casos acontece, mas o que tenho verificado é que essa especialização limitará sempre o olhar do arquitecto. Não existe, que eu conheça, uma receita de ensino evidente, infalível. Para mim, a grande escola é aquela que estimula o Pensamento e a Liberdade e isso passará pouco por fornecer receitas, e muito por pôr os alunos a estudar e pensar e a adquirir cultura profissional específica. Isso requer uma exigência muito grande dos alunos para com a sua relação com o que significa tornarem-se profissionais. Não se faz arquitectura, é-se arquitecto. Um ser não é um fazer, das 9 às 5, não é o expediente. É bastante mais profundo, e é uma opção que tem de ser feita a certa altura. Curiosamente é vulgar que muitos dos alunos mais críticos com a escola são pouco envolvidos com a sua preparação para a profissão, e isso parece-me um caminho pouco sério. Eu não gosto muito de ser conselheiro. Tenho três filhos pequenos e reflicto muito sobre aquilo o que deve ser o meu papel na sua orientação e ►
crescimento. Tenho dúvidas. São pessoas autónomas, indivíduos, tal como vocês, alunos, são indivíduos nesta faculdade. A nossa presença na sociedade, enquanto arquitectos, implica um binómio entre individualidade e participação numa colectividade. A nossa profissão é longa, relativamente a outras. Enquanto um economista, aos trinta e poucos anos, ou é muito bom ou é reformado, um arquitecto ainda mal começou a construir as primeiras obras. A nossa profissão é muito lenta e felizmente generosa com a idade. Se me atrevo a deixar algum conselho mais útil será o de ser paciente, o que normalmente na juventude é difícil, e apaixonado, que é mais talvez mais fácil. Hoje em dia há uma pressão muito grande para que se façam e obtenham as coisas de imediato. Um arquitecto é considerado jovem até aos quarenta e poucos anos de idade. É evidentemente importante uma prédisponibilidade para absorver o mundo; Ler (literatura clássica e contemporânea, não só de temas relacionados com arquitectura) e viajar, ver arquitectura, é muito importante. É estar atento, ler um bom jornal diariamente, e ser político no sentido em que participamos nos sistemas de relação entre as pessoas, quais as nossas possibilidades como colectividade, e de que forma temos responsabilidades de participação para se criarem patamares civilizacionais mais exigentes. Penso que é qualquer coisa desta natureza que se procura no chamado ensino superior. É uma formação de carácter, não uma formação teórica ou uma aprendizagem de profissão. É uma aprendizagem humanística, espectral, que nos preparará para respostas muitas vezes mais modestas, consolidantes e menos vezes (embora por vezes pareça acertado)
de radicalidade ou ruptura. O que é para si mais gratificante na prática da arquitectura? Fazer arquitectura gera muitas situações diversas, que têm aspectos muito gratificantes. Desde logo, ultrapassar as dificuldades que um projecto nos propõe, desvendar o mistério da sua solução. Depois, fazer os nossos clientes evoluir culturalmente, através da relação que criam connosco, deixá-los passar pelos vários patamares da evolução da concepção do edificado. Também a forma como afectamos a prática dos construtores, que normalmente começam muito cedo a trabalhar, e que por isso muitas vezes se encontram cristalizados num determinado modo de fazer. Resistem a princípio, mas no final sentem-se recompensados e orgulhosos do trabalho realizado. Finalmente há os utilizadores a quem a arquitectura estimula novos comportamentos e que motiva inclusivamente a outras intervenções que levam à qualificação da cidade e criação de níveis mais intensos de exigência. Gosto muito de visitar os trabalhos dos arquitectos mais qualificados, porque estimulam muito o meu pensamento e a minha prática. O que define como mais difícil na relação com o cliente de arquitectura e como aconselha que esta seja feita? Na maior parte das vezes, quando a obra se personaliza num cliente em particular, como é o caso da encomenda da casa, há um choque cultural grande. É o cliente que motiva a encomenda e que habitará a casa. Temos que construir não só casa mas também a relação que essa pessoa terá com ela. Temos que lhe fornecer instrumentos para se poder relacionar com ela, enfim, temos que ser verdadeiramente profissionais. É um processo lento e ► 13
► de
mútua aprendizagem, que requer paciência. Normalmente para o cliente da casa é a verdadeira descoberta da arquitectura, de um mundo insuspeitado de possibilidades. Só se fazem boas obras de arquitectura quando existe um bom entendimento entre as partes. É preciso um bom cliente, com uma boa encomenda e uma boa relação com o arquitecto, para que a obra possivelmente se optimize. É preciso trabalhar muito nessa diferença. É talvez um pouco como quando vamos ao médico. Procuramos o melhor médico para o nosso problema, levamos connosco um conhecimento superficial dos sintomas e terapêuticas possíveis, mas há o momento em que nos pomos na mão dele. Contamos com a sua preparação específica, a qual não temos. Em qualquer caso, em última instância, as decisões serão desejavelmente feitas pelo profissional. Temos esta ideia que a prática do desenho e das actividades criativas em geral é aliciante para o cliente, e que portanto ele interfere frequentemente no desenho e participa do projecto com algum entusiasmo. Isto limita a prática do arquitecto? É bom que interfira, faz parte. O processo será tão mais intenso quanto mais todos os intervenientes se sentirem como parte integrante do mesmo, a começar pelo cliente, e logo a seguir os construtores, porque não há arquitectura sem construção. Da minha experiência, ao sentirem que o bom desempenho da sua profissão é importante para que o resultado seja bom, os trabalhadores da construção exigem mais de si próprios e a obra, necessariamente, qualifica-se. Arquitectura é uma actividade assente sobre um conjunto muito alargado de relações. Nós, arquitectos, estamos 14
também num estado permanente de aprendizagem evolutiva. Humildemente, temos sempre algo a aprender com quem se senta à nossa frente, independentemente do background, dos diplomas que essa pessoa poderá ou não ter. Ganha-se muito com um espírito aberto. Claro que não é uma situação universal, mas parece-me importante estarmos predispostos a ouvir e a veicular os pensamentos e vontades dessas pessoas, faz parte do nosso trabalho. A forma arquitectónica é outra coisa, é o resultado final, que não tem, para mim, de ser algo definido a priori. Existiu decerto um momento decisivo no seu percurso profissional que lhe possibilitou o salto na carreira. Em que contexto este sucedeu e que tipo de oportunidades lhe foram ofertadas nesse sentido? Evidentemente ocorreu, e tem a ver com uma noção de escola, que foi o tema por onde começámos; quando fui estudar para os Estados Unidos, e me expus a outras formas de ensino radicalmente diferentes daquela em que estava. É preciso dizer que isto aconteceu numa altura de pós 25 de Abril, portanto numa escola e ambiente académico nacional muito pouco consistente. Tendo sido bom aluno – isto é, relativamente àquilo que se designa por ter boas notas nas avaliações, redução em si do que é o acto de avaliar, ou seja, atribuir valor,– senti a qualidade dos sistemas de ensino muito mais exigentes, multifacetadas e livres. Fizeram-me repensar pela raiz as minhas crenças relativamente àquilo que era fazer um projecto, do que poderia ser uma metodologia para responder a determinados problemas. Os valores que tinha consolidadamente adquirido, ou que haviam sido aparentemente encontrados, foram postos em crise. Colocar
isso tudo em causa foi difícil e inquietante, mas libertador. Voltei a uma espécie de estaca zero, que depois fui preenchendo com outras experiências profissionais. Talvez com o Peter Eisenman, com quem estive 4 anos, tenha procurado preencher algumas das novas perguntas que tinha para fazer. Em termos de viragem foi isso. Daí para diante, a passagem do Eisenman para o Libeskind, e daí para cá, montar a ARX com o meu irmão, começar a fazer projectos, foi uma construção muito mais linear ou sequencial. É claro que este salto também esteve muito ligado ao facto de estar sozinho num mundo diferente do meu, com outras características, linguagens, cheiros, sabores, problemas. Encontrava-me numa condição bastante mais vulnerável, no entanto com uma determinada vontade de me expor a novos problemas, de questionar. Tratava-se, afinal, de um contexto propositadamente privilegiado para que tal acontecesse, a Universidade de Columbia. Procurei esse tipo de desafio, e fui extremamente empenhado. Esta guinada surgiu quando me deparei com uma concepção estabilizada de trabalho e a vida arrumada, em Lisboa, por volta dos 24 anos. Era assistente estagiário na faculdade, trabalhava num escritório e sentia-me um velho. Hoje, paradoxalmente sinto-me com muito mais entusiasmo, e no entanto tenho o dobro da idade. Então é esta capacidade de reinvenção perante cenários perfeitamente desconhecidos que nos torna habilitados para aceitar novos paradigmas e excedermo-nos. É evidente que sim, e também existe a dimensão da viagem, do visitar as obras...hoje em dia temos supostamente acesso fácil a tanta informação, na internet, em revistas, etc. Mas ainda
não existe nada que substitua a nossa presença física nos lugares. Visitar as obras de autores clássicos ou históricos e contemporâneos, é, para mim, extremamente importante. Fazê-lo compulsiva e metodicamente é uma escola fundamental. Poder-se-ia fazer um curso só de viagem. Hoje em dia ao viajar, com a família, uma boa parte das escolhas que faço sobre os itinerários não são estritamente turísticas. Privilegio sempre lugares em que sei que vou poder conciliar a viagem com a visita a certas obras – a minha mulher também é arquitecta, o que facilita nesse aspecto – porque, para mim, não há livro revista que substitua a experiência. Arquitectura é para mim uma espécie de lazer-profissional, existe nela uma dimensão lúdica. A vida tem que ser contaminada desse prazer, senão é muito tempo bastante penoso. Sei que muita gente viverá assim, o que nos confere um extraordinário privilégio. O nosso trabalho deve ter o objectivo primordial de melhorar o estado das coisas, tem na minha óptica esse dever. A um certo nível, é interessante, é quase profético. No verão, passado na Trienal de Lisboa, dizia Mark Wigley, director da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Columbia: “Que estranha profissão esta que, contra todo um estado de coisas – pessimismo económico enorme, dificuldades incríveis, clientes não pagam, pedem-nos prazos impossíveis, etc. – continuamos no diaa-dia a acreditar que a arquitectura tem uma capacidade fantástica para construir um mundo melhor”. É isso que nos faz verdadeiramente prosseguir, apesar de todas as dificuldades, que são mais que muitas. Temos uma profissão plena de e regida por optimismo, dimensão crucial do existir. Se é uma actividade penosa, passaremos essa dimensão através do nosso trabalho para a vida das pessoas, fazendo cidades calvário, casas infelizes. Com os arquitectos que
mais aprecio percebe-se que existe um prazer incrível no projecto, que se traduziu num envolvimento alucinante nas obras. Se formos visitar obras do Frank Lloyd Wright, Le Corbusier, Alvar Aalto, todos os grandes clássicos modernos, vemos obras feitas com uma obsessão tremenda e que obtêm um impacto muito vasto, por muito pequenas que sejam. Ao visitá-las encontramos sempre japoneses, indianos, portugueses, americanos, que vêm do mundo porque aquelas obras os atraem, têm essa capacidade magnética. Pressente-se em todo o arquitecto um elemento indeterminado que o distingue de outros criativos. Seja pelo modo quase obsessivamente atento com que percorre a cidade, seja pelas palavras que escolhe usar, pelos gestos que exprime. Até que ponto a sua formação em arquitectura afecta a visão da vida nas mais diversas áreas? É costume ouvir a redução da nossa actividade à equação arquitectura=cons trução+pensamento. Construção como história da cidade, onde nós somos leitores e escritores culturais. O nosso ensino é muito particular; é científico por um lado e humanístico por outro, no desenho de projecto se faz a síntese dos vários saberes. Ainda hoje nos distinguimos das outras especialidades através do ensino, pela espectralidade a que somos expostos. Na actividade em geral, trabalhamos com pessoas de conhecimentos muito específicos, nomeadamente os engenheiros. São profissionais que sabem, ou deveriam saber, muito daquilo que fazem, mas nós como coordenadores, organizadores e sintetizadores temos uma educação muito mais espectral. O que naturalmente nos dá um entendimento da Humanidade muito mais abrangente,
pelo qual sistematicamente relacionamos tudo. Os edifícios devem ser peças de síntese. Na História entendemos porque motivos em cada período as coisas são feitas de determinada maneira, e hoje em dia a pluralidade de pensamentos produz aquilo que se vê. Nem sempre bom. Territorialmente problemático. Estamos num processo pós-ditadura, que incutiu uma série de condicionamentos, mal-entendidos do que são as liberdades e os direitos, nunca com obrigações, que se reflectem no nosso edificado. Mas o nosso trabalho não se dirige a nós próprios, a sociedade habita e é moldada pelo produto do nosso trabalho. Temos de olhar forçosamente de procurar um outro Eu – estando apesar de tudo hoje em voga falar dos “arquitectos estrela” – é ajustado ao nosso papel e responsabilidade profissional construir um Eu colectivo, civilizacional, que não se revê no indivíduo mas onde todos os indivíduos se revêem. Olhando para a História vemos que os perímetros de civilização mais interessantes foram aqueles em que o Eu conseguiu maior amplitude e colectividade. Não existia um ser nomeável mas um povo, uma geração. Parece-me um discurso deveras humanista. É este o discurso da arquitectura que mais me interessa. Não é direccionado para um sujeito em particular, o autor, mas participa na inscrição cultural de um determinado momento histórico. Se o Cristiano Ronaldo ganha a bota de ouro, excelente, mas de que modo este evento serve ao mundo dos futebolistas portugueses? É um facto excepcional, bom mas apenas isso, não se aplica à generalidade. E a boa arquitectura é universal e intemporal.
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(re)Play: A rádio regressa! por Gonçalo Figueiredo e Bruno Lopes
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Passado alguns anos de inactividade, é com satisfação que anunciamos que a Rádio da Faculdade de Arquitectura, RFA, vai voltar ao activo! Tal só foi possível graças à iniciativa de três alunos – André Costa (Presidente da RFA), Gonçalo Figueiredo (Tesoureiro da RFA), e Bruno Lopes (Secretário da RFA) – que, com o apoio da Associação de Estudantes, tomaram a dianteira do projecto. Porém, relançar este projecto com apenas três pessoas será uma missão mais difícil de cumprir, como tal, e como a cooperação é o caminho para o sucesso e dinamismo, todo o que queira ser participante é bem-vindo. Lançado o desafio para quem pense em colaborar, podes sempre dirigir-te à Associação de Estudantes da Faculdade de Arquitectura para
qualquer esclarecimento. A RFA tem já um plano de actividades definido, que será o pólo da energia criativa impulsionando o desenvolvimento do sentido crítico, da capacidade de pesquisa, de descoberta e da intervenção organizada. São os pontos mobilizadores de iniciativas no seio dos estudantes universitários – Interagir, Socializar, Participar na vivência do Ensino Superior. Das Actividades previstas para o futuro constam para já: > Emitir online as festas da FA, dar vida ao bar e esplanada da FA e ainda, possivelmente, animar o refeitório, propriedade do Serviço de Acção Social – UTL; > Emissão online 24 horas (streaming), de todos os programas da RFA; > Entrevistar bandas, seguidas de um concerto minimalista acústico; > Publicitar eventos culturais e recreativos de interesse aos alunos da FA; > Incentivar e apoiar a Arquitectuna no seu desenvolvimento e divulgação; > Instigar a cultura musical; > Proporcionar aos alunos da FA a oportunidade de experimentar a sensação de radiofonia; > Oferecer aos alunos da FA momentos lúdicos e de descontracção.
Ele operava sobre um indivíduo normal. O Guião destinava-lhe uma existência vulgar e penosamente monótona. Já estava escrito que não ía suceder nenhum coma, nenhum esgotamento, traumatismo ou mesmo algo de muito 17 brilhante. Ele simplesmente opera sobre um indivíduo normal.
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Ética no Projecto de Moda por Clara Antunes
Eduarda Abbondanza é uma figura de referência do design de moda em Portugal. Impulsionadora de iniciativas pioneiras na apresentação da moda nacional e incentivo de novos talentos, como seja a já nossa bem conhecida ModaLisboa, há 17 anos oficialmente nascida, frequentou o primeiro curso de moda, o CITEM, e trabalhou com Ana Salazar. Com Mário Matos Ribeiro teve marca própria, inaugurada em 1989 num atelier na Rua do Alecrim. Em conversa com a criadora e coordenadora do curso de Design de Moda, foi-nos dado um pequeno intróito para esta área de suma importância social, reflectindo-se questões relevantes à ética projectual e de venda da moda. “A moda tem um processamento projectual e criativo que implica sempre uma reflexão sobre o passado como base de pesquisa e investigação do presente para se projectar o futuro. Observando o presente, faz-se um apuramento do gosto, das tendências, segmentos, agrupamentos e movimentos urbanos. Porque projecta o futuro, no presente, a moda tem um ciclo e um processo muito acelerado. A título de exemplo, quanto à tendência cromática, há uma projecção de 3,5
anos. Se imaginarmos que estamos a vender o inverno, o verão já foi apresentado e vendido, o próximo inverno está a ser construído e os tecidos do verão seguinte já comprados. As questões éticas são plurais, a moda usufrui de uma liberdade muito grande, que se permitiu indo buscar referências a todas as áreas, sem restrições. Existem marcas mais e menos éticas, e isto refere-se grandemente às questões de escolha de materiais, nomeadamente o uso de peles no fabrico. Implica criação exclusiva para e sofrimento de animais, o que não representa uma optimização dos recursos aplicados no processo. Pessoalmente, não me agride eticamente a utilização de peles de animais comestíveis, já que, indo para abate, a utilização do que proporcionam é somente vantajosa. A considerar quando se fala em ética projectual é também a autoria. Em moda, não se põe a existência de conflitos de autor. Até hoje, existem poucos ou nenhuns casos de sobreposição de ideias. Questões éticas; sim, ao nível da venda, com a prática banalizada da cópia. A atitude tomada por parte das marcas é ter como adquirida a verdade factual de que se farão inevitavelmente cópias e imitações. Para que um artigo seja considerado cópia basta que tenha três elementos diferenciadores do original, e a mínima alteração é tida como tal. Tornando-se impossível o combate da infinita exploração a que dá origem esta regra, as marcas regozijam-se com o facto de, se estão a ser alvo de cópia, isso significar que existiu aderência ao produto e que este foi aceite no mercado a larga escala. Estão hoje em discussão as problemáticas de ecologia dos materiais e reutilização dos mesmos, com ênfase para o destino dado aos excedentários de produção. A deslocação geográfica da produção para China, Índia, Paquistão,
implicou níveis de produção brutais a custos mínimos, os quais não conhecerão capacidade de consumo condizente nos mass market, dada a redução do poder económico e o grande abalo da classe média que movia o mercado. Logo, não sendo os produtos escoados, há um excedentário brutal sem destino ou uso. Por isso é fundamental o papel de marcas como foi a Fly London (portuguesa), que começou com a ideia de trabalhar as caxemiras excedentes. Penso que é um mercado com grande potencial, no qual vale a pena investir. Os problemas globais do aquecimento apontam para repensar o modo e frequência de apresentação das criações. Se antes existiam duas estações por ano, neste momento existem duas correntes. Viveremos, durante algum tempo, com três realidades. Alguns criadores vão enveredar por uma única colecção anual e depois complementam-na com cápsulas de acessórios, mantendo-se a estrutura do vestuário. Outros farão quatro apresentações anuais, as colecções resort, crew ou pre-fall, todas fora do contexto da estação, destinadas ao mercado de grande poder económico, que pode viver o inverno no verão e vice versa, por estar em constante migração; cria-se plus de vendas.” Assistimos hoje a uma desenfreada alteração das dinâmicas de produção e consumo, fomentadas pelo desenvolvimento económico dos países ditos, outrora, em desenvolvimento, que vêm em muito modificar as estruturas de venda. No entanto, o processo de moda, perfeitamente interactivo e piramidal, e, por difícil que aparente ser a transição para esta nova ordem, sempre será omnipresente o seu campo de influência, bem como contínua no tempo e nas civilizações a vontade de futuro, à qual almeja responder.
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UTL e FA, Presente e Futuro por Emanuel Moniz
UTL No rescaldo da aprovação dos novos estatutos da UTL será do interesse de todos nós olhar um pouco para o presente e também para o que o futuro nos reserva. No que diz respeito à Universidade, começámos agora a entrar num processo eleitoral que irá reestruturar toda a sua orgânica interna, embora continuemos a ter uma visão muito própria daquilo que somos. Ganhámos uma nova consciência e uma nova entidade, fruto das novas ferramentas de gestão proporcionadas. Este modelo de organização, ainda que novo na sua generalidade, não deixa para trás as reais preocupações da UTL. Bem pelo contrário, 22
esta organização acaba por nos consciencializar do que terá de ser feito para que os reais objectivos da UTL prevaleçam. Um dos principais objectivos terá de ser o de dar maior importância às áreas estratégicas para o desenvolvimento do país. Terá de haver uma vontade e uma consciência mútua entre todas as unidades orgânicas para adaptar as suas licenciaturas a uma formação mais especializada em relação às necessidades actuais. Aposta-se portanto numa maior cooperação com o exterior, seja com outras academias, empresas e investidores, ou até mesmo com o estrangeiro. Com esta nova realidade torna-se óbvio que o caminho a percorrer é uma procura constante de parcerias, de modo a que estejamos sempre na vanguarda do ensino superior, acompanhando outras universidades de renome internacional. A globalização acaba por permitir uma maior permeabilidade de conhecimentos e cooperações. O próprio Processo de Bolonha é uma consequência directa da vontade de se tornar cada vez mais fácil ser-se elitista na formação, obtendo assim maior grau de experiência e de conhecimentos. Outro objectivo de grande importância é o apoio à inserção no mercado de trabalho dos estudantes da UTL. Este aspecto ganha contornos ainda mais relevantes quando se sabe que a empregabilidade passará, provavelmente, a pesar na avaliação da própria Instituição. Desta forma, protocolos
com empresas tornam-se essenciais para que os estudantes sejam integrados da forma mais rápida e profissional possível. No que toca a 2009 não poderemos esperar grandes investimentos no ensino superior, embora o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, diga o contrário. Esperam-nos aumentos drásticos nas propinas, e o próprio orçamento de estado em nada beneficia as instituições, tornando-se difícil mantermonos num patamar de excelência em comparação com os restantes países desenvolvidos.
“A Reitoria continuará o seu esforço no sentido de prestar a melhor colaboração e conseguir dar às Escolas todo o apoio que se lhes revele necessário à afirmação de uma UTL mais forte, coesa, empreendedora, pautada de excelência e orientada para o futuro.” Pelo Magnifico Reitor da Universidade Técnica de Lisboa, 28 de Outubro de 2008
Faculdade de Arquitectura Existe cada vez mais uma separação das águas entre Arquitecturas e Design, uma vez que não faz sentido que estas duas áreas tão abrangentes estejam organizadas de forma individual. Um dos principais problemas que se pretende resolver com Bolonha é a barreira da aprendizagem em torno de determinada área. Mas tal renovação nas mentalidades parece não estar a acontecer na nossa casa, uma vez que continuamos a assistir a uma individualização de cada licenciatura. A implementação de Bolonha acaba por ser um paradoxo na nossa faculdade, uma vez que, praticamente no fim do processo de implementação, continuamos demasiado amarrados a uma estrutura organizativa muito exclusiva, ficando esquecida a permeabilidade de conhecimentos. Num futuro próximo será aberta uma nova licenciatura (em Arquitectura de Cena), que, inexplicavelmente, não foi
homologada já no presente ano lectivo. É expectável que, em conjunto com as restantes escolas, nos tornemos uma Faculdade mais abrangente. São de especial importância os tempos que vivemos, visto que agora existe a hipótese de podermos repensar e reformular toda a orgânica interna da nossa instituição. Esperamos que o futuro seja mais sorridente, principalmente para os estudantes que têm como objectivo principal entrar no mercado de trabalho representando a excelência. Quanto melhor for a instrução, e quanto mais vocacionada for para o exterior, mais facilmente seremos acolhidos. Não se pode continuar a olhar apenas para o presente, deixando os objectivos principais para o futuro. É de extrema importância que se adopte um rumo, uma vontade conjunta, uma unidade com massa crítica na sociedade, estabelecendo o caminho a percorrer para “andarmos” na vanguarda do ensino superior. Na Nossa Faculdade começa-se agora a tratar de uma reorganização interna que é necessária por obrigação da revisão estatutária. Eleições As eleições dos passados dias 10 e 11 de Dezembro foram o culminar de um processo moroso e nem sempre consensual no que toca à reorganização da nossa Universidade, mas significaram também o começo da definição do Futuro da nossa Faculdade. No fundo, toda a reorganização feita durante este ano, em relação à
Universidade, será agora feita na nossa Faculdade. É preciso elaborar os novos estatutos que nos irão guiar e organizar nos próximos anos - décadas até. São, por isso, de extrema importância. A assembleia estatutária agora formada com representantes de todos os elementos da Faculdade é responsável pela tarefa de redigir e elaborar a ferramenta que servirá de orientação para a gestão interna. Sendo uma assembleia com representantes dos alunos é impreterível que participes na discussão do nosso futuro. Teremos de nos fazer ouvir, e, para tal, é necessário que exista uma ampla discussão dos problemas, das soluções e dos objectivos da FA. Outros dois órgãos para os quais se votou foram o Conselho Geral e o Senado da UTL. O Conselho Geral é o órgão de decisão estratégica, estando destinado a levar avante a missão da UTL. É este órgão que aprova as linhas gerais de orientação da Universidade nos planos científico, pedagógico, financeiro e patrimonial. Este órgão conta com a presença de quatro alunos. O Senado, por sua vez, passou a ser um órgão consultivo onde estão representados os corpos e unidades orgânicas da UTL. A sua missão é contribuir para o reforço e união entre todos. São objectivos principais do senado a reflexão e o incentivo à iniciativa estratégica, bem como a dinamização da vida académica. Neste órgão estão presentes todas as Associações de Estudantes e sete representantes eleitos pela massa estudantil. 23
Seminário
“Perspectivas e realidades, os desafios de Bolonha e o futuro da FA” por Emanuel Moniz
Decorreu no passado dia 8 de Outubro a conferência intitulada “Perspectivas e realidades, os desafios de Bolonha e o futuro da FA”. Foi um evento organizado pela Faculdade, e que pretendeu ser, principalmente, um fórum de reflexão sobre as nossas realidades e o contexto em que vivemos. O tema central foi, obviamente, Bolonha, bem como toda a polémica que este envolveu na sua implementação. Constata-se que continua a existir muita dificuldade na adaptação ao nosso sistema de ensino, tornando este processo uma das maiores incógnitas de toda a estrutura do ensino português. Existem ainda graves problemas de mobilidade, quer interna, quer externa, tornando toda a adaptação ao processo de Bolonha irrealizável, uma vez que, desta forma, um dos principais objectivos fica por cumprir. Pode-se caracterizar a situação da FA como tendo uma estrutura rígida, pouco permeável e com graves problemas de coordenação. Existem problemas na metodologia de ensino de cada unidade curricular. As horas de contacto impostas por Bolonha são totalmente incompatíveis com os trabalhos exigidos pelos docentes, já que deveria ser impreterível que o aluno fizesse e produzisse o 24
seu trabalho nessas mesmas horas e o mesmo não se verifica. Constata-se ainda a falta de docentes em número suficiente para responder à quantidade de alunos que a faculdade alberga.Verifica-se também a falta de condições necessárias para a prática da pedagogia, principalmente por ser uma Faculdade sobrelotada, com graves problemas de segurança e de habitabilidade. E falta uma estrutura organizada de apoio a estudantes do programa Erasmus. Apesar de ser a Faculdade da UTL que tem
maior concentração de estudantes estrangeiros, não existe, contudo, uma metodologia organizada que responda às necessidades dos mesmos. No geral os alunos continuam mal informados e sem conhecimento do seu plano de estudos. Aqueles que estão agora a sofrer a transição e a adaptação de sucessivos planos de estudos continuam a não estar informados sobre as suas equivalências. Apesar de, efectivamente, existir informação, esta acaba por ser mal direccionada e mal divulgada.
Assiste-se a um desinteresse por parte dos alunos, já que apenas em alturas de crise se preocupam em procurar informação pedagógica e científica sobre o curso. A juntar a todas estas dificuldades temos uma fraca informação por parte do pessoal administrativo, tornando moroso pedir ajuda em alturas críticas. Presentemente procura-se alcançar uma entidade própria, descobrir o rumo correcto para o futuro, e, principalmente, reorganizar a faculdade internamente para que externamente se caminhe para um ensino de excelência. Terá de haver uma enorme aposta nesta área, visto que olhando para o contexto em que se vive, será por meio de um ensino especializado que seremos distinguidos no mercado de trabalho. Foram também apresentados os resultados do inquérito levado a cabo pela FA, analisando áreas da pedagogia e do conteúdo programático das unidades curriculares. Destes inquéritos percebe-se que no universo dos discentes existem mais 20% de alunas do que alunos, enquanto no corpo docente existem mais 10% de professores do que professoras.
No que toca à avaliação do corpo docente, a auto-avaliação fica quase 1 ponto acima (numa escala de 1 a 5) da avaliação que os discentes fizeram dos mesmos. No que toca às infra-estruturas existe unanimidade entre ambas as partes, caracterizando a FA como sendo má no que toca às condições da mesma. Para finalizar a conferência deu-se a palavra a uma convidada especial - a Vice Reitora da UTL – que fez uma retrospectiva da própria universidade. Cada vez mais nos aproximamos do sistema de ensino Anglo-Saxónico. E apesar do processo de Bolonha e da discussão mais superficial que este permite (créditos, limite de horas, ciclos, etc…), existem questões bem mais complicadas e de maior importância, como por exemplo a que diz respeito à tentativa de mudança do paradigma de ensino. Transmitir o conhecimento e formar competências é o pricipal objectivo do ensino superior. Mas não é isso que se vem verificando hoje em dia. Por agora existe apenas uma transmissão de conhecimentos de professores para alunos apáticos, sem tirar partido do que a situação inversa permite. Pretende-se com todas as mudanças
a cooperação entre pessoas e instituições. Este será um aspecto muito importante. Caminha-se ainda para o desenvolvimento de graus conjuntos entre escolas diferentes, nomeadamente no que toca à internacionalização,uma vez que a experiência estritamente nacional seria muito limitadora. A investigação é um aspecto que não pode deixar de existir. Há múltiplas definições, mas é sobretudo uma criação de novos conhecimentos. Os alunos devem ser agentes do processo criativo. É uma das maiores e melhores universidades do país e tem de melhorar a sua performance para aparecer num lugar honroso.
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Ciclo de conferências: Take 1 O coração das cidades por Ana Raquel Ferrão
Acordei cedo, levantei-me, fiz a rotina regular, sentei-me ao computador e aqui estou eu, a escrever sobre as ideias das conferências. No entanto distraio-me com tudo, e o livro que está na mesinha pequenina – 1000 things to do in London – faz-me voar até ao destino que fala. Folheio-o e paro numa página que diz 349 - Have a Laught. É uma bela coisa para fazer em Londres. E porque não também em Lisboa? Fiquei com o bichinho só de pensar o que seria fazer também um destes guias para Lisboa. O titulo seria 1001 coisas para fazer em Lisboa. 1001 sim. A última seria ir às nossas conferências. Ao tentar realizar um ciclo de conferências não as queremos só voltadas para o nosso mundo de arquitectos ou designers. Queremos direccioná-las para todo e qualquer habitante de Lisboa e arredores que tenha curiosidade em saber o que se passa dentro deste organismo a que chamamos cidade. Convidámos arquitectos e urbanistas para falar de estruturas, novas tecnologias, novas formas, vazios urbanos, soluções de arquitectura nas cidades. Designers para falar de design urbano, design efémero, novos materiais. E Estilistas que apresentam moda urbana, novos tecidos e forma de adaptação ao cosmopolitismo. O primeiro take tem por título “o 26
coração das cidades”. Um tema já falado, bem sei, mas sobre o qual parece existir qualquer coisa que nos puxa para saber mais. Vivemos uma vida inteira em torno do bater do coração, aquele som que nos apazigua quando somos pequenos e nos deitamos no colo da mãe a ouvir aquele som regular e forte. É também banal ouvirmos dizer que o coração é uma das principais causas de morte no mundo. É por tudo isto, e muito mais, que ►
escolhemos este título. Não é só o humano ou qualquer outro ser vivo que adoece. As cidades também. Se virmos bem, são como um verdadeiro ser vivo: têm um pulmão( ou, pelo menos, deveriam ter...), circulação (viária, pedonal,…), anticorpos (polícias, forças de intervenção, leis que a protejem). O coração é o motor: adoecendo deixa de funcionar correctamente, perde o equilíbrio e dá lugar à instabilidade emocional e física de quem a vive, circulações exageradas, poluição em demasia, edifícios ►
cinzentos, devolutos, desabitados. Enquanto arquitectos, urbanistas e designers temos por obrigação fazer parte do movimento que ajuda a corrigir e regular todos estes problemas que atacam as nossas cidades. No entanto ataca-nos uma outra questão: como fazê-lo? Como arranjar as nossas cidades, os nossos centros? Espero portanto que este 1º take de conferências nos ajude a todos a encontrar algumas respostas para estes problemas e que nos dê, também, uma imagem do que se passa dentro destes corações urbanos. No segundo take pedimos aos convidados para nos falarem de novidades em termos de forma, estruturas e materiais, e também do fenómeno que são as periferias: como nasceram, cresceram e como é que agora se encontram. Deixo-vos também aqui o bichinho para quererem frequentar estas conversas informais, nos dia 4,5 e 6 do próximo mês de Março (1º take).
Espaço Social por Clara Antunes
Tenho vindo a observar o comportamento dos utilizadores de transportes públicos. As pessoinhas várias cirandam, numa dança conjunta, procurando o seu espaço, ainda que ínfimo, de distanciamento dos outros. Afinal, quando em grupo, aprende-se cedo que a barreira entre nós e os outros é intransponível e inabalável. Ocorre um pequeno toque e segue-se o habitual envergonhado “oh!desculpe!” (ou na versão mais natural um simples tímido “descul” ( a letra “p” e “e” engolidas na preguiça da pronúncia completa de uma palavra gasta de significado por tanto repetida)). Uma troca de olhares menos fugaz e logo se escondem por debaixo das pálpebras os olhos indicretos (adicionando-se uma pequena auto recriminação: “Não se olha fixamente menina!”), ou antes se desviam procurando indefinidamente, do outro lado do vidro impermeável a sensações, outros objectos quiçá mais aliciantes. Ou a derradeira prova, o empurrão, capaz de fazer alterar a aparência serena de qualquer um num torvelinho de palavras sujas.
Ainda sucedem outros tipos de comunicação, menos espontânea, fruto da era moderna. O Ipod, Mp3 e outros que tais são verdadeiros infernos ambulantes, subtilmente invadindo a melodia da vida que corre na cabeça do vizinho. Assim, pode-se perfeitamente fazer uma viagem onde se experienciam simultanemamente os mais diversos géneros musicais, sejam kizomba, pop-rock daquele mais hit top now da MTV ou mesmo, muito raramente, um Vivaldi electronicamente repercutido. Oh! civilização! Pé fora da minhoca transportadora, o silêncio preenchido dos ruídos normais da cidade; pé dentro, uma sinfonia inacabada e incompreensível que resulta de uma mistura concentrada de sons alheios e odores indesejados. Um verdadeiro festival de sentidos! Por isso digo: quem não experiencia esta partilha única de espaço, não compreende verdadeiramente o seu espaço social formal. Há todo um código de coexistência espacial lido nos gestos, olhos, volume da voz de quem os acompanha. No entanto, um grupo em especial teima em contrariar esta etiqueta subversiva, e sem que tenha alguma denominação em especial (ou acusam-me de racista,
discriminadora de minorias e outros insultos impróprios que tais), pode entender-se como pessoas de nível cultural pouco mais que mínimo (ui!). Num primeiro impulso febril, perscrutam com os olhos, a cabeça, todo o corpo bamboleante, a minhoca transportadora e, parece-me que irreflectidamente iniciam invariavelmente um diálogo para um alguém imaginário (usualmente sentado num canto qualquer da minhoca inobservável pelo comum mortal). Esse inclui uma enxórdia inacabável de queixumes, comentários e observações de uma pertinência, à falta de outro adjectivo, pessoal, e até por vezes uma indignação estranhamente revelada entre profundos silêncios. Engraçado é observar que, qual crianças em hiperactividade, estes seres têm dificuldade em permanecer sentados, antes vagueam pela minhoca, tornada aparentemente gigante, mas mais e mais exígua aos olhos de quem suporta aquela esfuziante comunicação unilateral. Fica a pergunta, para a qual gostaria de encontrar uma resposta plausível, ainda que, entenda-se, completamente apoiada no mais puro senso-comum: estará a necessidade de espaço social intimamente relacionada com o nível cultural (seja isto o que for...) ?
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Praxes 2008/09
SSÃO D
PRAXIS
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MI
E
CO
“OH LIMPA.MOS”
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