aerobolha
No Regrets | A filosofia por trรกs do projeto Aerobolha
No Regrets | A filosofia por trás do projeto Aerobolha Fellipe Z.
Filosofia 1. Amor pela sabedoria, experimentado apenas pelo ser humano consciente de sua própria ignorância. Segundo autores clássicos, sentido original do termo, atribuído ao filósofo grego Pitágoras. 2. No platonismo, investigação da dimensão essencial e ontológica do mundo real, ultrapassando a opinião irrefletida do senso comum que se mantém cativa da realidade empírica e das aparências sensíveis.
Início O projeto começou como uma brincadeira em janeiro de 2015. A ideia inicial era criar uma espécie de pedalinho suspenso para ser instalado em grandes avenidas que já não dispunham de espaço no solo. A partir de alguns dias, devido a problemas de funcionalidade, começamos a automatizar o sistema dando origem ao que o Aerobolha é atualmente.
Conceito As formas utilizadas hoje e que são reconhecidas como transporte urbano público é em ordem crescente: Táxi, ônibus, BRT (corredores exclusivos de ônibus), VLT’s (Veículos leves sobre trilhos), trens e metrôs. Com exceção do táxi, todos eles trabalham com o mesmo princípio: Veículos que passam em estações específicas e coletam massas de pessoas que os aguardam nestes pontos, para deixá-los em outras estações. Menos conhecidos, mas também existentes, são os PRD (Personal Rapid Transit) ou também chamados de Podcar, que consiste em pequenos veículos automatizados que levam grupos menores de pessoas a suas estações. Entretanto, mesmo sendo mais ágeis, os PRD e os tipos de transportes convencionais mantém o mesmo princípio, levando ao mesmo erro. Ao propor um projeto de transporte público neste método, ele nunca será suficientemente bom, rápido ou confortável, pois isto causará um aumento de gastos tão grande que só poderá ser operado com subsídio do estado, sem lucro algum. Ver mais em: http://www.mt.gov.br/-/3839601-estudoaponta-que-vlt-precisara-de-r-37-milhoes-por-ano-de-subsidio
Um ônibus só é rentável a partir de determinada lotação. É por isso que o VLT e o metrô são soluções pouco utilizadas; Estes não apresentam nem mesmo o lucro dos ônibus, que podem ser operados por empresas
privadas, e sim prejuízos, bancados pelo estado e pelo alto custo das passagens. Podemos ver este problema de perto no nosso estado, com o VLT de Cuiabá. Ao mudar a diretriz mais profunda da filosofia por trás do transporte público, o Aerobolha se torna uma opção original e totalmente diferente, mostrando uma nova perspectiva de mobilidade urbana. Em vez de pensarmos o transporte público como grandes massas que aguardam veículos cada vez maiores, partirmos da ideia de um veículo individual para cada passageiro. Portanto o Aerobolha não se encaixa em nenhum tipo de modal existente, sendo um IPT (Individual Public Transportation), em português: transporte público individual. Novos Horizontes Alterando o princípio mais básico do transporte público atual, nossa mente é direcionada a pensar que se torna um modal privado, algo semelhante aos carros (particulares). Mas quanto mais pensamos na hipótese, mais percebemos as vantagens proporcionadas pelo novo método, inclusive a capacidade de passageiros por hora. Os modais tradicionais em teoria possuem mais capacidade de levar passageiros por hora que o Aerobolha. Mas a fórmula atual não leva em conta o dinamismo e os horários que as pessoas se locomovem. Isto resulta obrigatoriamente em veículos lotados nos
horários de pico e veículos vazios que geram prejuízos no restante do tempo, levando a insatisfação dos usuários. Como os ônibus, por exemplo, estão sempre circulando e gastando energia (combustível), além de gerar um custo permanente e crescente também são responsáveis pelos pontos lotados. O próprio sistema utilizado torna impossível a resolução destes problemas. Veículos maiores resultariam em mais prejuízo rodando vazios. Mais veículos resultariam em trânsito e baixa margem de lucro. O erro está na diretriz mais básica do transporte atual: Ser pensado como um coletivo ao invés do individual. Ao mudar a diretriz mais básica – todo o pensamento em torno do transporte público se transforma, e o Aerobolha se torna mais rápido, confortável e eficiente. E quanto mais estas exigências forem cumpridas, maior será o lucro. Destaques A primeira vantagem é que com um passageiro por veículo, o numero de usuários será diretamente proporcional ao gasto energético e operacional, tornando o Aerobolha um projeto altamente lucrativo. Quanto menos pessoas utilizando o modal, maior é o número de bolhas disponíveis e ociosas, resultando em baixo custo. Com a viagem individual, vem também a segunda maior vantagem do Aerobolha: Não é o usuário que aguarda o veículo, e sim o veículo que aguarda o usuário.
Isto acontece por que quando o sistema está em stand by, todas as estações estão com suas bolhas nas mesmas. Ou seja, as estações só ficam lotadas, se o sistema está totalmente vazio. Quando o sistema está em stand by quer dizer que todas as estações estão lotadas com bolhas desocupadas prontas para uso. É o oposto do sistema atual. Dado o dinamismo e a quantidade de usuários, dificilmente teremos problemas de usuários chegando em estações lotadas, e caso isto venha a ocorrer, o Aerobolha conta com sistemas secundários (passivos), que falaremos mais adiante. Com um transporte individual, o conforto é garantido. Graças unicamente ao fator de ser individual é que o Aerobolha se enquadra na nova categoria IPT. Com um só usuário por veículo, apenas o destino do mesmo importa, podendo ser selecionado através de botões. Neste aspecto, o Aerobolha pode ser visto como um elevador horizontal. Basta selecionar o seu ponto, e você vai sem escalas ao ponto desejado. A bolha é um veículo autônomo e elétrico, suspenso através de uma estrutura superleve metálica, localizada na calçada. Estes pilares metálicos tem o formato de um L invertido. Então apesar de o seu apoio ser na calçada, as bolhas ficam suspensas acima da malha viária destinadas aos ônibus, e acima também da iluminação pública. A altura aproximada é entre seis e sete metros.
Para efeito de comparação, cada bolha pesa aproximadamente 150 quilos com preço estimado em oito mil reais e um motor elétrico proporcional ao peso do veículo. Um VLT chega a 15 toneladas por vagão custando milhares de reais. Está medida também respeita o valor mínimo de 5,5 metros para intervenções acima da malha asfáltica, de acordo com as leis brasileiras. A vantagem aqui é o espaço mínimo que a bolha necessita para ser instalada; Com 1 metro de calçada, já podemos implantar o sistema, incluindo a estação. Por ser elétrica e autônoma a bolha economiza não somente na quantidade de funcionários, mas também em energia. Emissão zero de poluentes, e não emite poluição sonora. A bolha tem uma velocidade uniforme, excetuando o embarque e desembarque da estação que é feito de forma progressiva. Sua velocidade de cruzeiro é 55km/h, ou 15m/s. Como ela é elevada do asfalto, não lida com as intempéries convencionais (trânsito, semáforos, quebramolas, buracos). A viagem pode ser confortável semelhante à de um avião. Em Cuiabá, fizemos uma simulação do Pantanal Shopping, ao Porto (Limite entre Cuiabá e Várzea Grande e uma avenida muito utilizada para o escoamento de pessoas dos centros aos bairros). Enquanto o ônibus leva aproximadamente uma hora para terminar o trajeto, o Aerobolha leva menos de sete minutos. Esta velocidade é
o motivo pelo qual o Aerobolha mesmo transportando individualmente consegue resultados excelentes. Simulação de transporte por hora do Aerobolha: https://www.facebook.com/aerobolha/photos/a.453713 908133403.1073741827.453713271466800/460297124141748/? type=3&theater
Por fim, a tecnologia utilizada além de já existir com uso comercial, não é futurista nem astronômica. A estrutura em que as bolhas ficam fixadas é semelhante ao de uma montanha russa. O sistema autônomo é semelhante ao dos metrôs para desembarque no local exato. O sistema de botões para selecionar o destino é semelhante ao dos elevadores. Todas as bolhas possuem sensores de peso e proximidade, para não possibilitarem dois indivíduos a pagar apenas uma passagem, e por medida de segurança. O que seria realmente novo é o tipo de uso destas tecnologias combinadas a um software que regulará todas as bolhas. Dado a sua velocidade constante, tratase de uma fórmula matemática simples para reger todo o sistema. Pode-se perceber que seguindo esta nova diretriz o Aerobolha pode ser facilmente instalado como o primeiro tipo de sistema de transporte 24 horas. A sua aplicação inicial é em grandes avenidas para trabalhadores, semelhante ao VLT, mas pode-se aplicar a
áreas de turismo, transporte interno em grandes indústrias, conexão entre cidades próximas entre outros. Na nossa cidade, através de pesquisa nos pontos da Av. Historiador Rubens de Mendonça foi constatado que 98% dos usuários são individuais. A fila gerada nos pontos (excetuando-se faculdades e escolas onde todos saem ao mesmo tempo) é fundamentalmente falha do sistema atual que obrigatoriamente exige esta demora no serviço. Estações As estações são suspensas na calçada, através de dois pilares. O acesso até elas e feito através de escadas, e para PNE, através de uma plataforma (O acesso a esta
plataforma só pode ser feito pelo PNE através dos cartões de embarque que veremos a seguir).
Todas as estações permitem viajar tanto para direita quanto para esquerda, sendo necessária a instalação do Aerobolha em apenas um lado da calçada. Na estação, os trilhos são divididos de duas formas: 01. Trilhos expressos: São os trilhos separados onde o usuário passa diretamente pela estação caso esta não seja seu destino 02. Trilho de embarque/desembarque: São os trilhos onde as bolhas ficam ociosas aguardando os passageiros, e onde é feito também o embarque e desembarque.
O embarque e o desembarque são feito através de portas de correr, que só se abrem após a bolha já estar posicionada para o embarque e o desembarque do passageiro. Portanto cada estação possui quatro portas de correr, sendo o embarque através da primeira bolha, e o desembarque através da ultima. Toda a estação é fechada com vidro (ou acrílico), e é climatizada. Ao todo na estação são quatro trilhos, sendo dois de cada; Após sair das estações, os trilhos de embarque se unem aos expressos, transformando-se apenas em dois trilhos. (ver mais em facebook.com/aerobolha) As estações são, por default, na mesma altura dos trilhos. Mas isto não é algo obrigatório, na verdade é mais uma face flexível do projeto. O Aerobolha pode ter estações em diversos níveis diferentes, inclusive no solo, caso tenha espaço. Quando o trilho chegar perto da estação é só criar uma depressão ou elevação. (Aplicação em viadutos, passarelas, entre outros). O tamanho da estação também é flexível – o seu tamanho será definido através de um estudo de caso de cada local. Por exemplo, é possível a estação em frente a um shopping possuir 26 (vinte e seis) bolhas, e a próxima estação, uma com pouco movimento, possuir apenas 06 (seis) bolhas. Isto está previsto e é incentivado no projeto, possibilitado uma economia em áreas de baixa densidade.
Experiência do Usuário Atualmente Cuiabá trabalha com cartões, mas possui um sistema risível que necessita de funcionários nos pontos de ônibus vendendo os mesmos. Além de permanecer ocioso na maior parte do tempo, quando um usuário precisa comprar um cartão simples (cartão com apenas um crédito), ele faz o ônibus inteiro esperar até ser feito o pagamento. Quando é feito através de cartão de crédito, a demora é pior ainda. O Aerobolha foi pensado como modalidade de transporte e também na experiência do usuário final. Além do transporte autônomo, o sistema também não necessita de funcionários. Os cartões são adquiridos através de máquinas de autoatendimento e comércios próximos as estações. Os cartões são divididos em três modalidades: Cartão convencional, cartão de idoso e cartão de PNE. Diferente da situação atual onde o cartão simples é inserido no veículo necessitando posteriormente da remoção de vários cartões de dentro do ônibus, o cartão do Aerobolha é incentivado a permanecer com o usuário. Este pode ser recarregado através da internet, boleto, ou aplicativos de celular. Método de Carregamento Ao ser adquirido, ele já vem com o valor de uma viagem. Todo cartão vem com um numero de série, utilizado para carregá-lo com créditos no site ou
aplicativos, e uma nota fiscal com uma senha de segurança, caso este cartão seja roubado ou extraviado. No caso do PNE, estudante e idosos, os mesmo devem cadastrar estes cartões, para ter seus passos diários carregados automaticamente pelo sistema. Apenas o cartão do PNE ativa a plataforma na estação. Para efeito de comparação, como exemplo, atualmente numa loja do shopping Pantanal um funcionário precisa pegar os cartões de todos da respectiva loja, ir à estação de carregamento no ponto de ônibus e carregá-los individualmente. No caso do sistema de cartões do Aerobolha, isto poderia ser feito diretamente do computador da loja apenas digitando o numero de todos os cartões e carregando os mesmos de uma vez só. Integração As estações são formuladas inicialmente na altura dos trilhos, e assim ter integração com o transporte de ônibus, ou seja, embaixo de cada estação do Aerobolha, também a uma de ônibus. A flexibilidade aqui é que se um sistema estiver sobrecarregado o usuário pode mudar de modal sem ter de se deslocar. O projeto elevado é interessante por gerar um novo modal de transporte sem que para isso seja necessário retirar espaços dos ônibus, carros, ciclovias, pedestres e afins.
Sistemas Secundários O software que irá reger todo o sistema consiste de fórmula básicas de matemática. São cálculos de velocidade com que as bolhas saem da estação, e a velocidade/posição das bolhas no trilho expresso, para evitar possíveis choques. Além deste controle principal, a bolha conta com duas tecnologias passivas neste mesmo software que são: 01.
Sistema Push Caso um usuário esteja chegando a uma estação que esteja em stand by, ela não terá espaço para o desembarque. Este sistema faz com que a primeira bolha seja ejetada, dando para a próxima estação mais vazia, dando espaço para o desembarque. Caso alguém esteja fazendo o embarque nesta primeira bolha, o sistema detecta através de sensores, e enquanto ele se prepara para sair da estação, a bolha que irá desembarcar aguarda nos trilhos de embarque/desembarque. 02. Sistema de Distribuição de Fluxo (SDF) Após o uso do sistema Push, a bolha ejetada da estação utiliza este sistema para chegar até a estação que esteja mais vazia, ou a mais próxima em caso de não haver necessidade. Deste modo é garantido o constante abastecimento de bolhas em todas as estações.
No Regrets O projeto se encontra atualmente na segunda fase, “No Regrets”. Teoricamente está OK e estamos desenvolvendo as partes técnicas (motor elétrico, chassi, softwares). A equipe é formada por apenas 03 pessoas: Fellipe Zanchet - arquiteto e urbanista, Flávio Soffa – Engenheiro Eletricista e Ismael Cortez – Administrador em Marketing e estudante de arquitetura. Estamos tentando mostrar nosso projeto para mídia e até agora só obtivemos em Cuiabá uma matéria feita pelo jornal A Gazeta. O projeto já foi selecionado pela DOW Brasil, e tivemos a oportunidade de ir para São Paulo, apresentálo na Innovation Fair. Tivemos um bom feedback. Também fomos selecionados pela Nissan através da campanha “Quem se Atreve?” e iremos participar do revezamento da tocha das Olimpíadas 2016 em Cuiabá. Este material foi feito com o objetivo de conhecer não apenas como o transporte funciona, mas o porquê de sua necessidade e entender as ideias que o permeiam.
Contato Fellipe Z. – +55 (65) 8124 - 8141 fellipe_zanchet@hotmail.com Flávio S. – +55 (65) 9203 – 8421 flaviosoffa@hotmail.com Ismael C. – +55 (65) 8411 – 4337 ismaelcortezmartins@gmail.com