A arte dos jovens apesar de sofrer preconceitos, tem ganhado cada vez mais forรงa se apresentando em suas multiplas facetas Nov/2019 Aesthetic
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SINTA O SABOR COM BTS 2
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Expediente Diretores: Karina Bandechi, Ivanilce dos Santos, Mirela Terce, Marcos Marini, Lucimara Silva. Redatores: Letícia dos Santos, Letícia Cavalcante, Luiza Raquel, Marco Cavalcante, Pedro Galbe, Rosa Pezato. Fotografia: Luiza Raquel Diagramação: Letícia dos Santos, Letícia Cavalcante, Luiza Raquel, Marco Cavalcante, Pedro Galbe, Rosa Pezato. Site:
aesthetic-magazine7.webnode.com/
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SOBRE NÓS SOBRE NÓS Aesthetic é formada por alunos dedicados, estusiastas da arte, que ao encararem a missão de falar sobre cultura, não hesitaram em reunir o que podiam para passar conhecimento. Decidimos então divulgar nossa arte, nossa cultura, enaltecer nossa geração, levando isso a quem pudermos. A equipe é composta por Letícia Cavalcante, íntima dos palcos de teatro, que quer espalhar o amor pela arte e beleza; Letícia dos Santos, apaixonada por histórias que deseja mostrar algumas; Luiza Martins, engajada em questões sociais e admiradora do dito “cult”; Marco Cavalcante, representante das ciências exatas no mundo do empirismo; Pedro Galbe, amante de video games, com domínio na área digital; e por fim Rosa Pezato, dançarina romântica que sapateia lendo um livro. Todos aqui colocam paixão e devoção em seu trabalho, com o objetivo de sempre dar o melhor e fazer justiça a nossos temas. Para que enfim pudéssemos alcançar nossos objetivos com esta revista, contamos ainda com o conhecimento e instrução dos mestres Iva Oliveira, Karina Bandecchi, Lucimara da Silva, Marcos Marini e Mirela Terce. Graças ao esforço e trabalho de todos, entregamos nosso Trabalho de Conclusão de Ano, com honestidade amor. Agradecemos a oportunidade.
CARTA AO LEITOR Caro leitor, A revista Aesthetic nasceu da vontade de mostrar a força da Geração Z, uma revista dos jovens para os jovens. Mostrar nossa cultura, nossa arte, o que produzimos e pensamos. Não é justo que sempre sejamos sujeitos à definições e preconceitos de outros. Nós mesmos nos definiremos. Somos o presente, somos o futuro. Agradecemos a oportunidade de sermos vistos e de mostrar o que fazemos. É uma honra usar essa revista para demonstrar a cultura da juventude. Nesta edição, falaremos sobre como a arte está sendo afetada pelo que está acontecendo no governo atual; demonstraremos o trabalho de artistas principiantes e pouco conhecidos; discutiremos sobre os grandes sucessos da mídia atual; vamos valorizar a arte nacional; e ainda daremos dicas de rolês em SP! Esperamos ser úteis e fazer jus à arte que aqui comentamos. Revista Aesthetic 4
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FONTE FOTOGRÁFICA As fontes do corpo
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VISITA Teatro Viradalata
p.8 ARTES CULTURAIS Pontos turísticos de São Paulo FLIT Ensaio fotográfico Dança: para todos os gostos
p.12 p.16 p.18 p.22
TV E LITERATURA A nova era dos desenhos animados O que há de novo, Disney? As jóias mais poderosas do universo Pirataria e Streaming Literatura brasileira
p.26 p.28 p.30 p.32 p.34
ENTREVISTA Um almoço com Marcelo Rubens Paiva p.36 TENDÊNCIAS A industria do K-POP p.38 A moda p.42 RESPONSABILIDADE SOCIO-AMBIENTAL A Arte (r)existe p.44 COMPORTAMENTO A Alimentação dos jovens no Brasil p.46 O vegetarianismo entre os jovens p.48 A cultura (indie)pendente p.50
MERCADO DE TRABALHO A Multiplicidade do Design p.54 A Fotografia p.56
Fonte Fotográfica
AS FONTES DO CORPO Texto: Pedro Galbe
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uve-se falar bastate nos diferentes tipos de fontes existentes, mas são poucas as pessoas que entendem o quão importante é a tipografia, que busca desenvolver e melhorar fontes a fim de se adequar e melhor transmitir as mensagens. Com base nisso, há aqueles que buscam fazer isso com o uso da fotografia, capturando letras em casas, no asfalto, na arquitetura, nas nuvens, nos objetos comuns do dia a dia, ou ainda, do jeito que nós, da Revista Aesthetic, fizemos: com o corpo.
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Desenvolvemos uma fonte fotográfica baseada no corpo e seus movimentos como se representassem uma dança, de modo que, em certos momentos o corpo remetesse a diferentes letras do alfabeto. Isso demonstra que não é necessário muito para produzir arte, e que todos podem fazê-la, basta uma ideia que você acredite, que seja boa e insista nela, até funcionar, mesmo que digam que não funcionará ou que não ficará bom, a perseverança é o mais importante para se criar arte. Æ
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Visita
Texto: Letícia dos Santos Diagramação: Rosa Pezato
UMA VISITA AO TEATRO DA SUMARÉ
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m um endereço quase escondido em Sumaré, o Teatro Viradalata é um verdadeiro achado. Sua fachada aparentemente simples esconde uma arquitetura muito peculiar. O teatro está no fundo do terreno, passando por um jardim e uma lanchonete. A estrutura é muito confortável e acolhedora, sendo convidativa. No palco, a singularidade se mantém. Não há coxias e sim, escadas e alçapões. Os atores estão na personagem praticamente o tempo todo, e a interação com a plateia é muito dinâmica. Há ainda a possibilidade de assistir a peça do palco, vivendo por alguns momentos a sensação de fazer parte da história. Para isso, é preciso estar disposto a pagar um preço mais salgado, mas que ainda dá direito a interagir com os atores, ganhar um uniforme e receber um
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treinamento prévio para fazer parte das cenas. Nossa maior crítica é ao fato do teatro, na maioria das vezes, ainda ser elitizado. O preço, mesmo da platéia superior, não seria acessível à grande parte da população. A lanchonete, confortável e variada, também possui uma faixa de preço alta. Mas, para uma produção independente, é um grande feito. Torcemos para ver mais do teatro Viradalata. Conseguimos ainda uma entrevista com Esther Arieiv, atriz iniciante de 22 anos, parte do elenco, que nos conta sobre a experiência de ser uma jovem artista e como foi Heathers por dentro. Æ
RESUMO DA PEÇA Essa dinamicidade é muito presente no espetáculo musical Heathers, baseado no filme de 1988, Atração Mortal. O musical é uma comédia ácida com momentos de drama. Conta a história de Verônica, uma estudante do ensino médio amiga das Heathers, as garotas mais populares da escola, e apaixonada por Jason Dean (J.D.), o garoto estranho. Apesar do aparente clichê, a história se mostra surpreendente, tratando temas sérios. A montagem brasileira não deve nada ao filme e às versões internacionais. Apesar de carregar a mão na comédia, o resultado final é tão divertido e emocionante quanto esperado pelos fãs do musical. As atuações foram excelentes e trouxeram Westerburg, o colégio onde se passa a história, à São Paulo.
Visita
Você tem alguma dica pra outros jovens artistas que querem tentar algo no exterior? Como uma faculdade ou algum curso. Eu acho que é preciso ter muita coragem e, se você tem oportunidade, simplesmente ir. Se você começa a pensar muito no que pode acontecer, que pode não dar certo, que pode dar errado, eu acho que você não vai. Então é muito difícil, e as pessoas tem que ter consciência disso, de que não vai ser fácil. Lá fora é muito legal porque é bem mais valorizado, mas o mercado também é muito mais saturado. Tem muito mais gente fazendo isso, e a competição é grande, e você ouve muito mais não que sim. Você tem que ter muita certeza do que quer e nunca levar esses nãos pro lado pessoal, sabe, e aprender com seus erros e continuar insistindo e trabalhando. Se você insistir, você vai conseguir, alguma hora esse sim vem, mas tem que saber que, até lá, não é fácil. Você disse que fazia balé desde pequena, certo? Qual foi seu primeiro contato marcante com as artes, tanto a dança quanto o teatro? Minha mãe é diretora de escola, e pela maior parte da minha vida eu estudei onde ela trabalhava. Ela trabalhava no Colégio Petrópolis (São Bernardo
do Campo, São Paulo) e eu estudava lá também, e por ela ser diretora eu sempre tinha que esperar ela terminar de trabalhar pra eu ir embora também, então eu era sempre uma das últimas alunas a sair da escola. E aí entre o fim das minhas aulas e ela acabar de trabalhar, aconteciam algumas atividades na escola, e uma delas eram as aulas de balé. E aí pra me distrair, eu ficava caçando coisa pra fazer, né, e eu sentava na janelinha da aula de balé e eu ficava assistindo, e alguns dias a professora até deixava eu entrar e ficar num cantinho, até que eu falei que queria entrar, eu queria fazer balé. Só que quando eu falei a gente tava no segundo semestre já do ano, aí ela falou assim: “Espera só até o ano que vem começar, e se você quiser mesmo você pede de novo e você entra no começo do ano letivo.” Aí chegou o começo do ano letivo eu falei “lembra que você prometeu? Quero balé”. Aí eu entrei, ela me colocou no balé e esse foi o primeiro contato que eu tive com a dança. Já musicais eu comecei a me interessar lá em Nova Iorque mesmo. Eu sempre amei cantar e tal, mas eu achava que era mais hobbie, eu tinha muita vergonha, não conseguia cantar pra ninguém, mas quando em Nova Iorque eu fui assistir o meu primeiro musical da Broadway, que foi Mamma Mia, eu fiquei Nov/2019 Aesthetic
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Visita tipo “meu Deus! As pessoas tão cantando, dançando, atuando e ainda estão sendo pagas pra fazer isso! Eu preciso fazer isso!” E foi quando eu comecei a pensar nessa mudança de carreira.
Estamos acabando, é a última pergunta. Esse ano no Brasil tivemos muitos cortes de verba na arte e na cultura, como a diminuição do teto da Lei Rouanet. Como você acha que isso afeta na prática pros artistas e qual é a sua Agora, sobre Heathers. Como você opinião sobre as medidas tomadas? ficou sabendo da peça, das audições É muito difícil saber que isso aconteaqui? Você já conhecia a história ceu. A gente sabe até de produções que antes? Você já tinha visto o filme ou o iam vir pro Brasil, mas não vão vir mais musical? E qual sua opinião pessoal por causa desses cortes. É bem frustransobre a história? te, porque não é só o nosso trabalho, não Eu fiquei sabendo por causa de um é só artista que tá ficando sem trabalho, amigo. Como eu falei, aqui eles sempre mas por trás de uma produção tem técnidivulgam as audições online, então ele viu co de luz, técnico de som, tem o pessoal o post no Instagram sobre audições para que trabalha no teatro, tem figurinista, Heathers e me mandou, aí eu falei “ai meu tem versionista, tem diretores, produtores, Deus, vamos fazer, eu quero fazer!” Mas maestros, músicos. Tem muita gente! O eu ainda não tinha assistido.Aí quando teatro rende muito trabalho, então é muito eu soube da audição aí sim eu comecei frustrante saber que isso vai ser diminua pesquisar muito sobre a história, sobre ído. A cultura é muito importante e isso o filme, sobre o musical, que teve tanto afeta muitas pessoas, direta e indiretaa produção Off-Broadway quanto a West mente. Vão ter outras produções aqui no End. Eu comecei a assistir tudo e estudar Brasil, não vai acabar o teatro musical, mesmo pra fazer a audição. E a história, algumas vão acontecer pela antiga lei eu acho incrível. É uma comédia com porque já estavam sendo preparadas. um humor mórbido, retrata muitos temas Mas, por exemplo, Heathers, não tem importantes, como o bullying, o preconpatrocínio. Então isso acontece também, ceito, a aceitação do outro, suicídio, tem tem produções que são independentes, assassinato. São muitos temas relevantes e a pessoa faz por ela mesma, sabe? A que nunca vão parar de ser relevantes. A Fernanda Chamma e o Estúdio Broadway história se passa em 1989 mas é relevan- tomaram essa iniciativa, mas a gente não te até hoje, sempre vai ser. As pessoas tem patrocínio. Isso falta, sabe? Muito chegam no show achando que vai ser um mais valorização disso aqui no Brasil. Eu Meninas Malvadas, uma história sobre espero que isso mude logo e todo mundo meninas populares da escola. E tem uns comece a valorizar mais, porque a gente momentos de comédia, tem esse alívio precisa de arte. cômico, mas a comédia tá cobrindo temas sérios, que fazem as pessoas saírem do teatro pensando no assunto, sabe? E é muito lindo poder fazer parte disso e contar essa história também. Æ
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PONTOS TURÍSTICOS DE SÃO PAULO TEXTO E DIAGRAMAÇÃO: MARCO CAVALCANTE
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ão Paulo é uma das maiores cidades do mundo e com certeza é repleta de atividades de lazer para todos os tipos e gostos. Isso é algo muito bom por um lado, pois assim,torna-se possível visitar muitos locais diferentes, comparar os preços e o que cada um oferece, conhecer novas culturas, estilos, opiniões etc. Porém, dentre todas essas opções, muitas vezes é difícil escolher algo com que valha a pena gastar seu tempo e dinheiro, principalmente se você não conhece muita coisa. Por isso, separamos 5 locais baratos ou gratuitos em SP que você pode gostar de visitar e que te ajudarão a conhecer melhor essa cidade tão grande e importante cultural e economicamente para o país.
Pinacoteca do Estado
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ara aqueles que gostam de arte, a Pinacoteca de São Paulo. é um lugar voltado e muito recomendado para os amantes da arte, seja ela de qualquer forma. Lá, é possível encontrar não só muitos quadros de pinturas ou fotografias, mas também, exposições diferentes e criativas de diversos autores famosos ou não que tornam o pas-
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seio muito mais inovador e divertido até mesmo para aqueles que não conhecem ou não gostam de arte. Quando os arquitetos Ramos de Azevedo e Domiziano Rossi resolveram construir a Pinacoteca, o objetivo inicial era o projeto ser a sede do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. Porém, perceberam que o lugar ficaria melhor
como museu para exposições artísticas, o que foi uma ótima ideia, já que, mesmo depois de 114 anos de sua construção, a Pinacoteca continua muito bem conservada. A Pinacoteca fica próxima à estação da Luz e abre de terça a domingo, das 10:00 às 17:30h. O ingresso custa 10,00 reais, mas é gratuito aos sábados.
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Mercado Municipal
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m local muito legal para pessoas que não ligam muito para multidões é o Mercadão Municipal de SP. Trata-se de um grande galpão coberto com inúmeras lojas onde se podem comprar uma enorme variedade de produtos, desde os mais comuns até os mais exóticos. É muito comum estar disponível a degustação dos produtos que você estiver procurando, o que é muito bom, pois, assim, você não correrá o risco de comprar algo
errado ou que não goste e ainda terá experimentado muitas outras coisas inéditas que talvez nunca mais verá novamente. Além dos produtos assim vendidos, é quase uma obrigação ir ao Mercadão e comer em algum dos restaurantes lá presentes. Neles, você encontrará pastéis, doces, sorvetes, linguiças, cervejas, porções ,fritas, carnes e os famosos sanduíches de mortadela. E aqui vão algumas sugestões dos restaurantes do Mercadão: “Bar do
Mané”, que serve gigantes pastéis e sanduíches que sempre são bem avaliados por quem experimenta; “Bem te Vi”,que serve pastéis de bacalhau; “Casa das Ostras”, para quem gosta de comida marítima comumente servida viva; Famiglia Rivitti, que servem um dos famosos e clássicos sanduíches de mortadela, e muitos mais que merecem ser conferidos e avaliados pessoalmente quantas vezes for necessário.
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Avenida Paulista
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famosa Avenida Paulista é uma excelente alternativa de local para se visitar independente de seu objetivo no dia. Lá, você encontrará comida (restaurantes fast-food, pastelarias, lan-
chonetes etc.) exposições culturais, que podem estar pela rua ou no MASP (Museu de Artes de São Paulo), onde sempre há novas exposições que merecem sempre ser atualizadas em seu roteiro), “lojinhas” em geral para quem gosta de passear olhando coisas baratas para comprar, lojas maiores e até 3 shoppings ao longo de toda a avenida. Porém, o que torna a Paulista tão única não são essas simples coisas presentes em muitos outros lugares. Uma simples caminhada sem compromisso por ela, como em um parque, já te faz entrar em um clima único e inesquecível presente lá. É como se, ao entrar, você recebesse uma bomba de informações, como
a do movimento de uma cidade metropolitana tão importante, a mistura das tantas culturas também presentes, os sons que a envolvem, etc. Muitos dos que já estiveram na Paulista acham-na um passeio muito bom, mas é preciso ir para tomar as próprias conclusões. É importante mencionar também que ,aos domingos, a avenida é restrita aos pedestres e ,mesmo à noite, muitas pessoas continuam passeando por lá e as lojas e shoppings continuam abertos até às 22:00h, em sua maioria.
Parque Ibirapuera
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ara quem gosta muito de parques, o mais famoso deles, é o Parque Ibirapuera. Com 1.584.000 m2, ele é o parque com mais atrações disponíveis e o mais visitado também. Porém, mesmo sendo gigante, não é o maior em extensão. Esse título vai para o Parque Anhanguera, que possui 9.500.000 m2. Voltando para o Ibirapuera, trata-se de um ótimo lugar para praticar diver-
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sos esportes como corrida, ciclismo (se não tiver uma bicicleta, é possível alugar uma), patinação, e, como o lugar possui várias quadras poliesportivas, também é possível jogar futebol, basquete, vôlei entre outros esportes ou mesmo apenas caminhar observando e admirando as várias árvores e áreas verdes presentes no parque. Além disso, também há atrações como os museus
de arte moderna e contemporânea, museu Afro Brasil, auditório, fundação Bienal, onde costumam ocorrer diversos eventos literários, e até um planetário. Com todas essas atrações
Artes Culturais disponíveis, é comum que muitas pessoas queiram conferir de perto tudo isso também. Por isso, não fique frustrado se não conseguir achar uma vaga próxima ou se não houver uma quadra poliesportiva disponível no dia em você for ao parque. Procure se programar antes de visitá-lo chegando cedo ou indo em outro dia além de sábado ou domingo, que são, normalmente, os dias mais cheios da semana.
Liberdade
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entro da grande cidade de São Paulo, há um bairro que se destaca um pouco entre os demais por ser um lugar repleto de ruas, construções, restaurantes e muitas outras coisas inspiradas na cultura oriental. Fundada em 1905, a Liberdade é uma ótima opção de passeio para quem quiser se sentir em algum pedacinho do Japão, China ou Coréia sem ter que se planejar ou gastar muito. Muitas pessoas vão para a Liberdade simplesmente para passear, pois somente andar pelas ruas vendo pos-tes de luz
e semáforos japoneses ou ver pessoas, que, na maioria das vezes, são ou tem ascendência oriental, comendo várias comidas tradicionais diferentes, para um paulistano já são o suficiente para fazer do passeio algo memorável e um convite para voltar novamente Mesmo assim, o bairro oferece muitas opções entre museus, restaurantes, lojas e jardins para quem quiser conhecer mais profundamente cada cantinho do lugar. Um bom lugar é no Museu da Imigração Japonesa, que, como o próprio nome diz, vai te
ajudar a entender melhor sobre a imigração japonesa para o Brasil com todos os recursos existentes em um museu. Sobre restaurantes e lojas, só passeando e experimentando para descobrir, mas já que é para recomendar um, esses seriam o restaurante chinês “Chi fu”, onde há muitas variedades chinesas (como um prato de carne de pato que, para quem estiver disposto, vale a pena experimentar), e a Feirinha da Liberdade, que oferece muita comida e artesanatos orientais como pastel japonês, doce de feijão e tempurá, mas que só funciona de sábado e domingo. Enfim, a Liberdade é um local facilmente acessível, barato para passear e que fará seu tempo livre ser muito bem aproveitado conhecendo e vivendo um pouco da fascinante cultura oriental. Æ
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Texto e diagramação: Letícia Cavalcante
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teatro... uma arte de energia tão antiga, abençoada por Dionísio, deus também do vinho e da fertilidade, em suas grandes festas na Grécia Antiga. Apesar disso, o teatro não teve sua origem nos belíssimos teatros gregos. Ele nasceu pelas necessidades humanas ancestrais, há milhares e milhares de anos. Era uma forma de dominar a natureza exterior. Era uma forma de libertar a natureza humana interior, existente em cada um, pronta para ser exalada. Assim surgiu o teatro: pelo desejo humano de sentir. De ser. E essa necessidade ainda está neles. Os palcos dos teatros estão aí para ela.
Imagem: www.patriciaemarcio.com.br
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Artes Culturais Sentir a energia de estar em cima de um palco é indescritível. Envolvendo, enlaçando, ela rouba o medo de sentir, o medo de ser quem quiser, o medo de brilhar. Por esse motivo, ter a oportunidade de ser parte de uma peça teatral é mágico. Anualmente, o Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo oferece essa chance para seus alunos. FLIT, ou Festival de Literatura e Teatro, é o ingresso para essa sorte. Realizado há doze anos, o FLIT conta com peças de teatro onde os alunos que participam interpretam personagens únicos e trabalham em grupo para trazer uma história viva para os
palcos. Sob os roteiros do professor de literatura Emmanuel, e a direção do professor de artes Paulo César, os alunos do primeiro ao terceiro ano apresentam suas interpretações sobre obras clássicas da literatura, com atuações comoventes e danças impecáveis. Esse ano, no XII FLIT, duas peças foram apresentadas: ‘’Hotel Califórnia’’ e ‘’Mr. Sandman’’, peças originais com enredo baseado nas músicas de mesmo nome. As tardes das sextas-feiras dos alunos ‘’fliters’’ eram reservadas a seus personagens e a suas histórias, cada vez mais desenvolvidas, e eles, cada vez mais envolvidos. Os adolescentes contam que é uma experiência extraordinária e, além da chance de se conectar com a energia teatral marcante, também é uma chance de se conectar com outras pessoas, que, por vezes, talvez nem se conheceriam se não fosse o FLIT, mas que no final do ano viraram sua família. Em um meio tão cativante, eles se conhecem da forma mais pura possível, se envolvendo e desenvolvendo laços fortes uns com os outros. O resultado de tamanha conexão e dedicação não poderia ser outro: cinco belas sessões de apresentação, lotadas. Com muita música, comédia e drama, não é de se surpreender que o FLIT esteja entre um dos eventos mais aguardados do ano no colégio.
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ENSAIO FOTOGRÁFICO Body Painting
Texto e Fotografia: Luiza Martins
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ody painting ou pintura corporal é um tipo de arte visual que surgiu em tribos indígenas de diversos lugares do mundo, como na India, no Brasil, na Africa, e no sudeste asiático. Para essas tribos, a pintura corporal é um tipo de manifestação e expressão ligado a eventos e partes da sociedade e feito com elementos da sua própria natureza, como sementes e seiva de plantas, por exemplo. Atualmente a pintura corporal se mostra de várias formas, como em maquiagens artísticas e tatuagens. Nós da equipe da Aesthetic chamamos a Vitória Reshe, de 17 anos, estudante e pintora amadora, para pintar os nossos corpos no Centro Cultural de São Paulo para mostrar para vocês, leitores, outros tipos de arte. Æ
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DANÇA: PARA TODOS OS GOSTOS
Texto e diagramação: Rosa Pezato
DESCUBRA DIVERSOS ESTILOS DE DANÇAS E SUAS CARACTERÍSTICAS ÚNICAS
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ança, além de um esporte que te mantém bem fisicamente, é uma arte. Ela expressa aquilo que as palavras não conseguem, emoções e histórias. É um ótimo passatempo para pessoas que querem entender melhor o próprio corpo e trabalhar a autoestima. Existem diversos estilos de dança, diferentes entre si e únicos, por isso é impossível não se identificar com nenhum deles. A seguir, alguns estilos menos conhecidos e que valem a pena ser descobertos:
BALÉ CONTEMPORÂNEO Foge do senso comum sobre o que é o balé, sendo que também tem influência das danças modernas. É um estilo que apesar de também se exigir certa técnica, não se preocupa tanto com joelhos esticados e esse tipo de detalhe, pois seu intuito é principalmente expressar sentimentos, por isso normalmente é uma dança mais dramática. Pode ser dançada de meia ou até mesmo descalça, os figurinos podem ser bem mais simples que os do clássico, que normalmente são muito produzidos.
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SAPATEADO É uma dança que produz som, isso se dá por conta do sapato especializado para o estilo. O sapato tem um pedaço de metal na parte da frente da sola do sapato e em seu pequeno salto. Uma dança animada, que produz o seu próprio som, envolve bastante técnica e treino. Esse estilo de dança desenvolve muito a coordenação motora. Consiste basicamente em produzir sons com os pés, sendo esse o foco da dança, não tendo tantos movimentos que envolvem o resto do corpo.
STILETTO DANCE (HEELS) Para quem pensava que dançar já era difícil, imagine fazer isso no salto alto. Stiletto dance, também conhecida como heels, é uma dança que está ficando cada vez mais conhecida atualmente, que consiste em uma coreografia de salto alto, como indica o próprio nome. Foi criada e inspirada principalmente em divas pop e musicais da Broadway, e tem o objetivo de alimentar a confiança das pessoas, sendo uma dança performática, que trabalha o equilíbrio e a elegância no salto, com o dançarino sempre seguro de si.
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BREAKDANCE
POLE DANCE Normalmente as pessoas associam esse estilo ao striptease ou a algo vulgar, mas ultimamente vem ganhando espaço e sendo visto como algo que vai além dessa ideia sexual. Não que o elemento da sedução não seja parte desse estilo, dependendo da modalidade, pode ser, mas vai muito além disso. É um estilo que exige tremenda força. A dança tem como seu objeto principal um poste/barra fixa no chão. Tem um lado acrobático que é incorporado em performances ou circos, etc. Uma dança muito elogiada atualmente pois melhora a autoconfiança, a flexibilidade, a força e queima muitas calorias. Alguns dos subgêneros de pole dance são: pole sensual, pole funk, pole contemporâneo, pole fitness (acrobático), pole exotic e o pole acrobático.
WAACKING/ PUNKING Essa dança surgiu como a “interpretação gay” do locking, nos clubes de Los Angeles e Nova York. Locking é uma dança que surgiu por conta do Don Campbell que realizou o passo “funky chicken” errado, nascendo assim um novo estilo de dança. O nome “locking” significa “travamento”, pois essa dança consiste em movimentos rápidos e travados de mãos e braços junto com movimentos mais fluídos de pernas e quadril, sempre muito ligados com a batida da música. O waacking em si é como se fosse uma interpretação do Locking, sendo que foi criado a partir desse. É mais exagerado e prolongado, ressaltando a força e a sensualidade do dançarino, uma dança eletrizante. Também presente nessa dança esta o Vogueing, que nada mais é que poses angulosas (como as das modelos da Vogue).
Começou em 1929, por conta da crise na economia, diversos dançarinos de cabaré foram demitidos, e assim começaram a dançar na rua. Foi uma dança criada para expressar a insatisfação política dos dançarinos, e foi inspirada em diversas artes marciais (como o kung fu). Ficou realmente popular na década de 80 em gangues Nova Iorquinas, como um meio de enfrentar a violência que sofriam. O breakdance é composto por movimentos bruscos e muitas vezes acrobáticos. Contam com muitos movimentos que usam a cabeça e costas de apoio,fazendo moinho com as pernas e assim executando giros, passo muito característico da dança. Também estão presentes ondulações no corpo e outros passos que exploram o plano vertical. Tem caráter competitivo, sendo que duas pessoas se desafiam e ganha a que tiver maior criatividade na coreografia.
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HOUSE É uma mistura de diversos estilos de dança, tendo influência desde o breaking e outras danças de ruas até danças latinas como a capoeira, samba, entre outros. É uma dança descontraída, que consiste basicamente em movimentar o corpo no ritmo da música, por isso é uma ótima opção para iniciantes, não requer tanta técnica quanto várias outras. Tem esse nome pois traz a energia da “house music”.
DANÇA DO VENTRE Essa é a primeira dança feminina da qual se tem registro, foi criada com o intuito de louvar a Grande Deusa (natureza) e também para fins mais práticos, como para aliviar as cólicas e preparar o ventre feminino para a gestação, com seus movimentos ondulatórios e de contrações. A dança se espalhou por conta de ciganos, nômades, que andaram por diversos lugares. Caracterizada por suas vibrações nos quadris, com rolamentos dos músculos abdominais, e a dança vai lentamente se estendendo com movimentos dos pés, ombros e mãos. 24 Aesthetic Nov/2019
POPPING Na tradução para o português, popping significa “estourando”, pois consiste em movimentos de contração dos membros no ritmo da música, pausadamente. Surgiu da dança “do robozinho”, como conhecemos, e evoluiu até se tornar uma dança energética e complexa. Também derivada do locking, e com a inspiração para movimentos mais dançantes do funk. Um dos passos mais populares dessa dança é o back slide, criado na década de 50, também conhecido como moonwalk, depois do sucesso que fez ao ser executado por Michael Jackson.
TWERK Essa dança tem um grande foco em melhorar autoestima e o amor próprio de seus dançarinos, pois é necessário ter confiança no que se faz e não ter vergonha em fazer os passos que algumas pessoas ainda reprovam. Tem origem africana e consiste em mexer os quadris, ganhou visibilidade quando começou a ser usado em clipes de cantoras pop que fizeram sucesso na internet, como no famoso clipe da Nicki Minaj, “Anaconda”.
TANGO Tem origem argentina, conhecido por ser dramático e envolvente. As coreografias exigem certo grau de experiência, pois além dos passos complexos é necessário passar emoções pela dança com seu parceiro, de amor, tristeza e sensualidade, exigindo uma conexão entre si dos dançarinos envolvidos. Esse estilo de dança é considerado Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela UNESCO desde 2009.A dança começou em casas de prostituição e cabarés, apenas em 1910 a burguesia aceitou esse estilo e começou a ser dançada em salões. Æ
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telecine
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TV e Literatura
A NOVA ERA DOS
DESENHOS ANIMADOS Texto e diagramação: Letícia dos Santos
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s séries animadas ocidentais atuais são resultados de um longo processo tanto tecnológico quanto social. Os desenhos são mais limpos e os roteiros carregam muito mais complexidade que antes. Fato. Ainda que nostálgicos clamem dizendo que “na minha época era melhor”, o progresso sempre vem. Os temas se atualizam com a realidade, mesmo com a resistência de algumas pessoas. E é lindo o que isso pode trazer. A sensibilidade presente nas séries animadas, antes reservada apenas para longa-metragens, é admirável. Desenhos como Steven Universo (Cartoon Network) trazem mensagens poderosas e metáforas tocantes. A obra de Rebecca Sugar, iniciada em 2013, acompanha o crescimento de seus espectadores com um desenvolvimento de
personagens pouco visto em semelhantes. De maneira delicada, promove a diversidade, o amor e o perdão, junto à músicas e uma aventura espacial singular. Temas sérios como trauma, dependência emocional e descobrir a si mesmo são tratados com a mesma delicadeza. Rebecca Sugar também trabalhou temas semelhantes em outro cartoon famoso: Hora de Aventura, criado por Pendleton Ward. Sugar foi uma peça importante para o desenvolvimento do popular shipp “Bubbline”, o casal entre Princesa Jujuba e a vampira Marceline. O final da série, em setembro do ano passado, foi extremamente comentado em diversas redes sociais. Ward conseguiu deixar uma marca que dificilmente será esquecida tão cedo. Outra marca que vai custar a desaparecer da memória do público (e da grade de programação) é Gravity Falls, apesar de ter
Casal Bubbline
somente duas temporadas e ter acabado em 2016. A série também abordou alguns comportamentos humanos, em meio a um contexto de fim do mundo. A cada episódio que
Steven Univer
saía, o fandom se juntava para procurar os símbolos escondidos e desvendar os enigmas deixados por Alex Hirsch. O fervor e a união são tantos que, mesmo após o final, fãs de diversas partes do mundo se juntaram em uma caça ao tesouro temática. Em meio a tanto sucesso e oportunidades, é claro que a Netflix, com seus projetos originais, não ia ficar para trás. Junto a estúdios de animação como Dreamworks e Nickelodeon, não só conta novas
rso
TV e Literatura
Shee-ra
histórias, com audaciosos universos compartilhados como Contos de Arcadia (Guillhermo del Toro), mas também recria a partir de nostalgia, como no caso de Voltron e She-ra e As Princesas do Poder, sendo que, em relação ao último, as críticas ao visual não sexualizado não foram capazes de impedir a boa recepção do público alvo: garotas. Esse é um problema para pessoas das gerações passadas, e às vezes até para as mais atuais. Ao deparar-se com algo novo, principalmente algo novo que é um reboot de algo antigo, conhecido e querido, a primeira reação é torcer o nariz. Sempre há algo pra criticar, e então são ignoradas as possibilidades que podem vir disso. Há ainda casos em que as maiores reclamações é a falta de sexualização de personagens femininas e a presença de diversidade, como nas
produções da Netflix. Esse é um ponto muito positivo sobre os desenhos atuais, mas nem tudo são flores. O tão repetido bordão “Estão matando minha infância!” não será reforçado aqui. Mas é preciso valorizar as ideias novas. Os reboots não são o maior problemas, e sim a falta de algo novo, principalmente em longa-metragens. Vendo pelo lado positivo, enquanto o maior estúdio de animação insiste nisso, suas séries animadas continuam com boa qualidade (apesar do final controverso de Star vs. As Forças do Mal) e trazendo inovações. Também vem se abrindo cada vez mais espaço para as animações orientais, não só as séries que tão adoradas por cosplayers, mas longa-metragens como do Studio Ghibli e a aclamada Your Name (Kimi no Na wa, CoMix Wave Films). Há agora séries focadas em públicos mais adultos, como BoJack Horseman (Netflix) e Rick e Morty (Adult Swin, Cartoon Network), sem esquecer de preciosidades ingênuas e esperançosas, como Hilda (Netflix). Há muita expectativa para futuras séries, como The Owl House, de
Dana Terrace, namorada de Alex Hirsh. O que os saudosistas precisam entender é que os tempos mudam, e essas histórias já não são feitas para eles. É preciso um certo grau de sensibilidade para entender suas mensagens, e agora há mais de um tipo de personagem. A animação oferece elementos que outras mídias não dão, criando adoráveis universos fantásticos. Quem se permite adentrar esses universos, sem se preocupar em ser chamado de infantil, não se arrepende. É uma ótima época para se viver se você gosta de bons desenhos animados.
Æ
Hilda
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TV e Literatura
O QUE HÁ DE NOVO,
Texto e diagramação: Letícia dos Santos
O
diagnóstico é cada vez mais inevitável: faltam ideias em Hollywood. A Disney, ao mesmo tempo que amplia mais e mais seu império, apresenta dificuldades para contar histórias novas. Quando se propõe a fazê-lo, o resultado é sempre impressionante, mas isso vem acontecendo cada vez mais raramente. Ao invés disso, se utiliza das histórias clássicas que consolidaram o estúdio, apresentando-as praticamente iguais, sem pudor algum.
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Há uma grande diferença entre o que foi feito com A Bela Adormecida, Alice no País das Maravilhas, ou mesmo Dumbo, e o que está sendo feito agora. É ótimo ver um conto clássico com novas visões. Uma continuação ousada, uma reflexão sobre o fim da infância, a história pelo ponto de vista da vilã. Estéticas únicas ajudam a contar essas narrativas, como foram as feitas por Tim Burton e Robert Stromberg. De quebra, ainda nos trazem músicas pop nas vozes de Avril Lavigne e Lana del Rey. Isso é pegar velhas histórias e se apropriar delas, trazer para nossa atualidade levando além do original. Isso é o que acreditem que está sendo feito, mas obviamente não está. Cinderela, A Bela e a Fera, Aladdin, todos fingem trazer algo novo, resolver problemas antigos. Infelizmente, uma cena a mais mostrando a família de Ella não tira a mensagem de “faça tarefas domésticas, seja quietinha e espere um homem”. Um pouco mais de aprofundamento sobre a Fera não torna a história me-
TV e Literatura nos Síndrome de Estocolmo. Aladdin é o que mais faz algo de diferente, dando um objetivo claro à Jasmine e diminuindo a sexualização original. Apesar dos apesares, são esforços para melhor. As estéticas são ricas mas fiéis. Ainda é aceitável. Mas Rei Leão foi a gota d’água. Live action que não é live action. Como defender fazer uma nova animação com uma estética “mais realista”? De verdade, qual o ponto nisso? Pra mim não é compreensível. Além de ser uma animação de uma animação, leva coisas positivas do original. Tira expressividade e emoção das personagens, sendo assim, tira também do público. O filme original já é cercado de polêmicas sobre plágio, e isso? É dar corda para dizermos “plágio do plágio”. Infelizmente, não acaba aí. Longe disso. O calendário oficial da Disney ainda prevê muitos live actions para os próximos anos. Pior: mais live actions que animações originais. De princesas populares como Mulan e Ariel ao esquecido boneco de madeira, ninguém está livre. Dinheiro fácil. Menos trabalho. Atrai público jovem e velho e ainda repercussão. É triste que novas histórias estejam sendo colocadas de lado. O que a Disney não pode se esquecer é que, ao fazer isso, dá espaço para outros estúdios contarem suas histórias. Estúdios independentes, produções de serviços de streaming e longa-metragens orientais vêm conquistando o público. É esperado que isso faça com que o nosso querido Mickey volte às ideias realmente originais. Æ
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Poder
Estava com o Colecionador em Lugarnenhum. Dá ao usuário o poder de tornar qualquer desejo realidade, alterando as leis do universo
Realidade
Estava com a tropa Nova (Orbe) Dá ao usuário controle sobre todo poder e energia que existiu ou vai existir o tornando praticamente invencível.
Mente
Estava inicialmente com Loki em seu cetro, posteriormente com Visão Dá ao portador a capacidade de ler e controlar a mente de todos os seres do universo
Alma
Estava em Vormir O portador tem a habilidade de roubar, manipular, destruir e alterar as almas dos vivos e dos mortos.
Tempo Estava com o Doutor Estranho Dá ao usuário controle total sobre o tempo
Estava com Loki (Tesseract) Permite o usuário se teletransportar para qualquer lugar e existir em diferentes locais simultaneamente
Espaço
seus poderes?
As Joias mais poderosas do estavam UNIVERSO Onde e quais são
Vingadores Ultimato foi o mais recente filme da Marvel, que reuniu e completou a saga dos 22 filmes do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU), iniciada em 2008 com o filme “Homem de Ferro”. As joias do infinito têm um grande papel em Vingadores Ultimato, visto que, o grande objetivo dos vingadores nesse filme é justamente reunir todas as joias do infinito a fim de desfazer o “estalo” de Thanos, que com a Manopla do Infinito, em Vingadores: Guerra Infinita, eliminou metade de todo o universo. Isso demonstra o quão poderosa elas são, vejamos então, alguns aspectos dessas joias. Æ
Texto e Arte: Pedro Galbe
TV e Literatura
Manopla do infinito
Linha do tempo do MCU
O titã louco nasceu em Titã e desde seu nascimento fora desprezado e isolado. Segundo o MCU Thanos viu que seu planeta sofreria com escassez de recursos e sugeriu que metade da população fosse eliminada para a outra prosperar, porém a ideia não foi aceita e Titã ruiu. Para impedir que isso acontecesse com o universo, Thanos com as joias eliminou metade do universo.
Ultimato é o último filme que contará com a presença de Stan Lee, um dos criadores de vários heróis da Marvel, que fazia participações especiais icônicas em todos os filmes do MCU. Em 2018, aos 95 anos, Stan Lee veio a falecer, tal acontecimento foi um choque para a comunidade de fãs que adorava e respeitava o criador de seus personagens favoritos
Thor: Ragnarok 2017
Homem-Formiga e a Vespa 2017
Vingadores: Guerra Infinita 2017
Vingadores Ultimato 2022
Thor 2011
Os Vingadores 2012
Capitão América 2: O Soldado Invernal 2014
Thor: O Mundo Sombrio 2013
Guardiões da Galáxia 2014
Homem de Ferro 3 2012
Guardiões da Vingadores: Era Galáxia 2 de Ultron 2014 2015 Não é o Fim, apenas um novo começo Vingadores: Ultimato encerrou a saga da MCU, pois como dito pelo próprio Tony Stark ”parte da jornada é o fim”, porém o Ultimato representa um ponto de virada, o início de uma nova fase do Universo Cinematográfico da Marvel. Essa nova fase inicia-se com “Homem aranha: Longe de casa” e agora só nos resta especular e esperar para vermos como será essa nova fase.
Homem-Formiga 2015
O Incrível Hulk 2011
Capitão América: Guerra Civil 2016
Homem de Ferro 2011
Doutor Estranho 2016
Homem de Ferro 2010
Homem-Aranha: De volta ao Lar 2017
Capitã Marvel 1995
Pantera negra 2017
Capitão América: O Primeiro Vingador 1943
A ordem cronológica dos filmes do MCU é diferente da ordem de lançamento dos filmes, devido à isso, fizemos para você uma linha do tempo com a ordem cronológica de eventos, assim você pode assistir os filmes na ordem “certa”.
As Joias do Infinito são os artefatos mais antigos do universo. Elas se originaram dos restos de um ser onipotente que, incapaz de suportar a solidão, cometeu suicídio. E a partir de seu poder, as joias foram criadas, por isso cada joia representa um aspecto desse ser, por isso, unidas, são capazes de controlar o universo.
Mas afinal, o que são as joias do Infinito?
Forjada em Nidavelir, é capaz de conter e reunir o poder das joias do Infinito. Com as joias dá ao usuário controle total sobre o universo. Foi usada por Thanos para eliminar metade do Universo
TV e Literatura
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TV e Literatura
Texto: Letícia dos Santos | Diagramação: Luiza Martins
Q
uando a Netflix surgiu como serviço de streaming, em 2007, ninguém esperava que ia se tornar o fenômeno que é presenciado. No último ano, a empresa fechou o segundo semestre com 139 milhões de assinantes, além de indicações ao Oscar. Sua criação, com um vasto catálogo e um preço acessível, fez com que pessoas largassem a pirataria. Mas agora, com cada vez mais serviços sendo lançados, a competição está ficando difícil. Amazon Prime Video, Hulu, Telecine Play, Disney +, HBO GO, Globo Play… A lista só vai aumentando. Toda empresa quer ter sua própria Netflix. Cada serviço tem suas próprias vantagens, suas produções originais famosas, seu público alvo. Mas é inegável que o mercado está se expandindo, e é cada vez mais caro se você quiser ver todas as séries populares do momento. Esses são só alguns dos serviços mais famosos. Há ainda os de nicho, como Crunchyroll para quem é de anime, Mubi e Oldflix pra quem é “cult”, Darkflix para quem gosta de terror,
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Philos para documentários, entre outros. É muito difícil acompanhar tanto conteúdo, ou melhor, ter dinheiro para tudo isso. Além da competição, a Netflix tem mais problemas para lidar: membros da indústria do cinema criticam suas indicações ao Oscar, alegando que, ao não exibir suas obras em salas de cinema, há uma popularização exagerada, uma desvalorização como arte e um problema para a indústria, já prejudicada pela internet. E as complicações atuais não acabam aí. Devido à dificuldade em pagar tantos serviços e a insatisfação particular de falta de conteúdo com cada um deles, os consumidores estão voltando ao serviço de streaming original e gratuito: a pirataria. Com isso, o valor das ações da Netflix vem diminuindo; no último trimestre, houve uma queda de 64% em número de novos assinantes, o que implicou nas ações despencando 10%; para compensar, seu preço aumenta, o que desincentiva ainda mais os assinantes. Nesse ritmo, o
O QUE É STREAMING? Os serviços de streaming são plataformas que possibilitam a transmissão de conteúdos pela internet, sem a necessidade do usuário fazer download para ter acesso ao produto. Torrent logo voltará a ser a primeira opção da maioria do público. Não sabemos como o mercado lidará com isso, mas é preciso que arranjem uma solução logo. Ansiosamente, é aguardada a resposta ao abandono do streaming, sem que se deixe de aproveitar as produções exclusivas. A pirataria logo será novamente um problema a ser combatido, e torçam para que isso seja feito com parcerias e quedas de preços. Æ
TV e Literatura
Nov/2019 Aesthetic 33
TV e Literatura
Literatura brasileira
Texto e diagramção: Rosa Pezato
MUITO ALÉM DE LIVROS DE VESTIBULAR
A
grande maioria dos livros lidos na atualidade pelo jovem são internacionais, sendo a maioria vindo dos Estados Unidos ou às vezes Reino Unido. Porém, quase nenhum dos livros mais vendidos aqui no Brasil são escritos por autores brasileiros, o que poderia demonstrar certo desinteresse da geração atual com a nossa cultura e muitas coisas produzidas aqui. Esse receio em ler livros nacionais não tem uma base real, considerando que a grande maioria das pessoas não leem livros brasileiros, mas acontece muito pela maneira que nossa sociedade funciona. Muitas vezes não entramos em contato com livros do Brasil porque não são divulgados e não pesquisamos sobre, desconhecemos autores nacionais por ignorância, e não
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necessariamente porque desprezamos conteúdos produzidos aqui. Infelizmente, existe pouco destaque para a literatura brasileira nas livrarias, sendo os poucos nacionais expostos nas livrarias normalmente desinteressante para os jovens. De acordo com pesquisa realizada com os alunos do Liceu de Artes e Oficios, um a cada cinco estudantes leu livros nacionais escritos no século 21. O que nos leva a outro ponto, o jovem se sente desincentivado a ler pois os únicos livros que entra em contato são os de vestibular, e ele considera uma leitura pesada e que exige muito esforço, muitas vezes considera entediante, tirando o prazer da leitura e fazendo com que sinta como se fosse uma obrigação. Além desses, outros que são exibidos em livrarias são sobre a
vida de youtubers, um estilo que muitas pessoas não gostam por achar extremamente fútil e fruto de um desejo de atenção do escritor, e, ao ver só esse tipo de livro ou livros “velhos” e cansativos a venda, passam a acreditar que só existem livros brasileiros com esse jeito. Na verdade, existem muitos livros que vão além disso, escritos por brasileiros, eles só não tem tanta visibilidade e exigem um pouco mais de esforço para serem encontrados, mas todos os gêneros feitos por autores internacionais e vistos como mais interessantes e divertidos, também existem nacionalmente. Então à seguir estão algumas indicações de livros mais “jovens”, e que fogem desse estereótipo de livros brasileiros. Æ
TV e Literatura
Drama adolescente
Fantasia
Romances de época
Suspense
Não fictícios Nov/2019 Aesthetic 35
Foto : Luiza Raquel
UM ALMOÇO COM MARCELO RUBENS PAIVA Perguntas e diagramação: Pedro Galbe e Rosa Pezato
Escritor, dramaturgo e jornalista, Marcelo é um ótimo exemplo para futuros escritores Como você descreveria, em poucas palavras, a literatura brasileira? Ela passa por muitas fases, e é a cara do Brasil, que é um país muito diverso, diferente, com regiões muito diferentes entre si; povos diferentes, muitas religiões, muitas “raças”, então isso entra na literatura, a gente tem literatura de autores negros, mineiros, nordestinos, cada um muito diferente, um do outro e cada um tentando identificar a identidade brasileira, o que é o Brasil? Como é que a gente é? Quais são os nossos problemas? Os grandes livros da literatura brasileira sempre tentaram descobrir quem somos nós os brasileiros, que povo é esse? Que a 500 anos veio morar numa terra que só tinha índios, que trouxe 4 milhões de escravos, o que que eles nos influenciaram; e o que que nos identifica como brasileiros. 36 Aesthetic Nov/2019
Ao escrever um livro quais são suas principais preocupações? Minha principal preocupação é sobre o que eu estou escrevendo, por que eu quero escrever aquilo? Por que eu quero gastar alguns dias da minha vida por horas debruçado no computador para escrever uma história, aquilo vai me mobilizar como homem? Vou crescer como homem? O que aquilo vai me acrescentar? Depois eu me pergunto, por que eu quero que as pessoas leiam minha história? O que isso tem para que faça uma pessoa também perder seu tempo, para ficar debruçado sobre uma coisa que não entende nada, que eu criei de uma ideia que me veio? Terceiro, ser claro, para que as leiam. E quarto, não cometer nenhum erro, de informação, nomes, pra isso, tem que pesquisar bastante, ter muito cuidado e reescrever várias vezes.
Um almoço com Atualmente, cada vez mais as pessoas tem preferido ficar na internet e nas redes sociais ao invés de ler livros. Qual você acha que é a alternativa para futuros escritores conseguirem manter os leitores tendo interesse sem perder para a internet? Essa é uma pergunta que todos se fazem, porque de fato as redes sociais tiraram o tempo das pessoas, a internet, a televisão, os streamings, séries, youtube, que são nossos grandes concorrentes. Mas eu acho que o livro não vai morrer não, porque quando nasceu o cinema falaram que o teatro ia acabar, e não acabou, quando nasceu a tv falaram que o rádio ia acabar, e não acabou, nem o cinema. Então eu acho que quando chega uma coisa sempre há uma grande revolução, mas o que tem no livro não tem na internet, na rede social, não tem no rádio ,no cinema ou na televisão, cada gênero é diferente, cada veículo de mensagem é próprio , têm coisas que só posso falar em um livro não posso falar em uma rede social, então, por isso não vai acabar, porque vai sempre ter um espaço para a literatura sobreviver. Qual seu processo criativo para escrever um livro? Tenho uma ideia, penso, penso, penso, penso, penso, penso, penso, porque escrever não é só ficar em frente ao computador e digitar, você tem que pensar muito. Antes do dormir eu penso, quando eu acordo eu penso, pesquiso muito, pensando no formato que ele vai ser e depois de pensar muito, eu começo a escrever E para alguém que quer começar a escrever agora para as próximas gerações, que dica você daria? Blog. Começar um blog, porque a gente aprende escrevendo, quanto mais você escreve mais fácil fica escrever, hoje em dia eu escrevo muito rápido. Me pediram um texto e eu achei que fosse levar o fim de semana
inteiro para escrever, fiz ontem a noite (sábado), agora vou só rever. Então assim, a técnica me faz escrever muito rápido, quanto mais escrevo, mais rápido fico, é o movimento de você praticar. Sem contar que é de graça e fica eterno. Qual incentivo você daria para alguém começar a escrever por conta própria? Que características você acha que alguém teria que ter para ser escritor? Cultura, precisa ler muito, ler história e sobre o que se está escrevendo. Precisa ver com qual autor você se identifica e ler muito sobre ele. Ler de tudo e escrever, escrever, escrever, escrever. Vai ter que ter os dois, tem que ter cultura, conhecimento, estudar bastante e escrever. Mas como acho que seja qualquer profissão. O senhor acha que os jornalistas passarão a ser algo em decadência, minoria, agora que as pessoas começaram a fazer as notícias por si próprias? Acho que vão continuar. Até porque todo mundo viu que as redes sociais é uma fonte inesgotável de fake news, e acho que isso está assustando um pouco a sociedade, não é a toa que as assinaturas de jornais estão crescendo, porque uma coisa é você ler de um site de jornalista que você não sabe se está alinhado com esse ou aquele grupo político, outra coisa é você saber que existe um jornal de 100 anos, 150 anos, que tem um manual de redação, que gera lucro, que tem um balanço todo ano, que você conhece mais ou menos a linha editorial, mais liberal, mais de esquerda, mais conservador… Uma coisa é esse tipo de imprensa que é algo tradicional brasileiro, muito forte, outro coisa é você se formar por rede social, uma coisa doentia e louca. Não só no Brasil como no mundo todo é muito fácil pelas redes sociais você manipular. Æ
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Tendências
A INDÚSTRIA DO
Texto e diagramação: Letícia Cavalcante
S
eoul, Coreia do Sul. Do outro lado do mundo, o berço do tão falado K-Pop. Todos certamente devem ter escutado sobre K-Pop em algum momento. Com toda certeza, com apenas duas palavras, qualquer um será levado de volta para 2012:
GANGNAM STYLE
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Lembrou? O hit, do cantor sul-coreano PSY, foi o vídeo mais visto no YouTube do fim de 2012 até 2017 e quebrou o recorde de visualizações da plataforma, sendo o primeiro artista do mundo a alcançar 1 bilhão de views, e, mesmo com todos esses números, Gangnam Style foi só a pontinha do iceberg da gigantesca “onda coreana’’ que se expande todos os dias mundo afora. Hoje, o título de “reis do kpop’’ pertence ao grupo musical BTS, o fenômeno global responsável por quebrar mais de 21 recordes na indústria musical, atingindo um sucesso incrível com apenas 11 meses, mantendo três discos no 1º lugar nas paradas da Billboard.
Tendências Crescendo radicalmente nos últimos anos, as músicas pop sul-coreanas são na verdade, mistura de diversos gêneros musicais. Tem muito do pop americano, mas juntam o hip hop, o pop-rock, a eletrônica e o R&B, criando muitas músicas alegres, viciantes, com coreografias perfeitas e altíssima qualidade de produção, alimentando uma indústria que gerou US$ 18 bilhões ao país em 2017. Apesar da crescente popularidade nos Estados Unidos e no resto do mundo, a indústria de entretenimento sul-coreana tem um mecanismo muito diferente da americana. Na Coreia do Sul, por trás de todas as cores e brilho dos vídeos de música, estão empresas de grande renome e exigência, funcionando como agências de
talentos que buscam simplesmente a perfeição em seus artistas. YG Entertainment, JYP Entertainment e S.M Entertainment, as “Big Three” são consideradas agências do topo, e fazer parte de uma delas funciona quase como uma garantia de sucesso, que pode ser visto no nome de grandes grupos dessas empresas, como Big Bang, 2ne1, Exo, Girls Generation, Twice, BlackPink, GOT7 e NCT.
Nov/2019 Aesthetic 39
Tendências Todo jovem, com a idade entre mais ou menos 10 e 20 anos, que sonha em se tornar um k-idol (artista de kpop), tem como primeiro passo ser selecionado por uma dessas agências de entretenimento, virando então, trainee: oito a doze horas de treinamento por dia, com aulas de canto, dança, coreografia, atuação, rap, idiomas e boas maneiras, tudo intercalado com poucas refeições, muitas vezes com o direito à internet e ao celular restritos. O tempo como trainee costuma variar de alguns meses até 5 anos, tendo casos de artistas com até 10 anos de trainee, sendo submetido a treinamentos intensos e até procedimentos esté-
ticos para a perfeição. Em uma indústria onde a concorrência é alta, nunca há nenhuma garantia de sucesso e, mesmo após o debut, ou estreia, são mantidos “contratos escravos’’, às vezes sem ganhar quase nenhum dinheiro, dependendo do seu sucesso. O meio rígido e complicado não faz com que os jovens desistam de seus sonhos de serem k-idols, e, mesmo se submetendo
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a tantos contratos, eles fazem de tudo para sua arte, e a realizam com a perfeição tão exigida em lindos vocais, raps com letras e críticas fortíssimas e coreografias impecáveis. Não é a toa que o mundo esteja sendo invadido cada vez mais por essa ‘’onda coreana’’. Æ
TendĂŞncias
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Tendências
Estilos que fazem sucesso entre os jovens
O
jovem atual não pode ser caracterizado por só um estilo de roupa, existem diversos estilos bem diferentes entre si que fazem sucesso entre a geração Z. Por isso a Aesthetic fez uma pesquisa para saber qual era o estilo de roupa mais usado entre os jovens de 14 a 24 anos.
HYPE Roupas de marcas conhecidas e elitizadas, normalmente uma peça básica com um logo grande estampado para poder se exibir sobre onde são compradas. Marcas como “supreme”, “off-white”, e “gucci” são muito usadas nesse estilo.
TUMBLRS Roupas mais “arrumadinhas”, mais leves e coloridades, que se popularizaram com redes sociais como Tumblr e Pinterest, que sempre está atualiza, está ”na moda”, seguindo as tendências. Marcas como “Forever 21”, “Youcom” e “Urban Outfitters” são muito utilizadas nesse estilo.
POPULARES São as marcas do tipo fast-fashion, com um preço mais acessível, que normalmente tentam seguir a moda e ter diversas peças de diversos modelos, já que são lojas sem um nicho específico de pessoas e tentam agradar o maior número de pessoas. Lojas como essa são “Renner”
SÉRIAS Marcas sérias tem cortes mais retos normalmente, peças de alfaiataria, com roupas para trabalho ou roupas mais formais em geral. Exemplos de marcas mais sérias são a “Zara” e a “Amaro”.
Æ
Tendências
Tumblr 25%
Sérias 11% Hype 5,6%
Populares 45,6%
Outros 12,8%
TEXTO E DIAGRAMAÇÃO: ROSA PEZATO E LUIZA MARTINS
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Responsabilidade
E
xposições canceladas, teatros fechados, grupos extintos, vagas de alunos fechadas, funcionários demitidos, projetos pedagógicos finalizados, horários de funcionamento reduzidos. Não é de hoje que o investimento em movimentos culturais no Brasil tem gerado muitas polêmicas e dividido opiniões. Após a redução de R$148 milhões nas verbas destinadas ao investimento cultural, qualquer corte de gasto faz surgir inúmeras vozes na televisão, em entrevistas, jornais ou redes sociais para defender uma posição: ser a favor ou contra tudo isso. Criada em 1991, a Lei Rouanet, ou Lei de Incentivo à Cultura, tem sido um dos maiores motivos de discussão online e offline. Sendo um incentivo fiscale não um favor feito pelos governantes-, a lei utiliza o dinheiro público vindo de empresas e até das pessoas (mas não dos cofres do governo) para apoiar e direcionar recursos para investir em projetos culturais, que serão de utilização e circulação públicas.
44 Aesthetic Nov/2019
Responsabilidade
Texto e diagramação: Marco Cavalcante e Letícia Cavalcante
Esse ano, foi reduzido seu teto de valores financiados, de R$ 60 milhões para apenas R$ 1 milhão, afetando diretamente diversos projetos mantidos pela lei, como o Masp, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, Orquestra Sinfônica Brasileira e a Bienal de São Paulo, por exemplo. O Theatro São Pedro é um dos casos mais graves desse corte de gastos, tendo previsão de encerramento de suas atividades em breve, por falta de verba. Outro exemplo é o Conservatório de Tatuí, com previsão de demissão de 60 professores e dispensa de 800 alunos, junto com o encerramento das atividades do polo São José do Rio Pardo. Esse desligamento tão marcante na cultura acende, como consequência inevitável, uma notável chama: o ativismo. Estudantes, artistas e professores são os primeiros a se movimentar, levando consigo protestos em prol da cultura. Usando como vantagem a internet, a chamada “militância” vem
atingindo cada vez mais pessoas, cada vez mais jovens, tudo com mais facilidade e força. Juntando juventudes com as mais diversas vivências, a geração atual está cada vez mais ligada nas pautas atuais, sejam sociais, políticas ou educacionais, sendo impossível falar de ativismo político sem contextualizar a situação de minorias, como pessoas de classes sociais baixas, mulheres, negros e LGBTQIA+. O corte na cultura afeta diretamente cada um deles e, tendo uma maior consciência de sua importância social, e, destacados mais uma vez na história, movimentos iniciados pelos jovens, como o Movimento Estudantil, defendendo esta e outras pautas ligadas aos campos da cultura e da identidade. É válido notar a importância das redes sociais para a difusão desses ideais. Com 102 milhões de brasileiros usando a Internet- cerca de 58% da população-, é entendível o impacto da internet causa para espalhar informa-
ções. Logo, se torna muito mais simples organizar lutas por causas, como por meio de manifestações e passeatas De qualquer forma, não é uma pauta simples. Há muitas camadas em todo esse conflito cultural e político que tem se acendido no Brasil e, por isso, muitas polêmicas e discussões, partindo de diferentes pontos de vista tem surgido por aí. Apenas resta a cada um avaliar a situação e decidir de que lado ficam, levando uma coisa como certa: a arte e a cultura não podem acabar.
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COM 102 MILHÕES DE BRASILEIROS USANDO A INTERNET, - CERCA DE 58% DA POPULAÇÃO- É ENTENDÍVEL O IMPACTO DA INTERNET CAUSA PARA ESPALHAR INFORMAÇÕES.
Nov/2019 Aesthetic 45
Comportamento
A alimentação do jovem no Brasil Texto e diagramação: Marco Cavalcante
A
alimentação do jovem tem sido alvo de muitas pesquisas realizadas atualmente e frequentemente no Brasil e pelo mundo e têm revelado que há muitos problemas que precisam ser corrigidos urgentemente. O Brasil é um dos países com maiores índices de obesidade do mundo inteiro, sendo que mais da metade da população tem o peso acima do recomendado. Isso deve- se a muitos fatores que influenciam na má alimentação das pessoas e que precisam mudar, pois podem causar sérios problemas psicológicos, doenças graves, discriminação entre outros. Muitas vezes, a adesão
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a maus hábitos alimentares começa logo na infância e mesmo em casa. O que antes era visto como natural, hoje é quase que exceção entre os jovens: a prática de atividades físicas regularmente. Entre jovens de todas as idades, meninos ou meninas, e até adultos, é muito mais fácil encontrar um que jogue videogame todo dia do que um que pratique esporte todo dia. Outro problema que ocorre ainda em casa é a má influência dos pais na alimentação dos filhos. Muitos jovens que possuem péssimos hábitos de alimentação também têm pais com os mesmos problemas ou ainda piores. Isso ajuda a enten-
der o porquê de apenas 1 a cada 3 jovens comer alguma salada junto com a refeição, 1 a cada 5 comer pelo menos 1 fruta ao dia e o alto consumo de gorduras e açúcares industrializados frequentemente. A educação alimentar em casa é muito importante para a saúde da criança. Quando ela chega em torno dos 12 anos e começa a adquirir liberdade para gastar e comer sem a supervisão dos pais, ou até antes nas cantinas de escolas, somente básicos ensinamentos alimentares e econômicos poderão impedi-la de comprar alimentos fritos e gordurosos todo dia. É nessa fase também que se costuma
Comportamento fazer muitas refeições em grupo com amigos e é assim que o jovem se vê obrigado a comer com eles. Se todos vão comer no restaurante fast-food, ele dificilmente comerá algo diferente, muito menos algo saudável, seja porque ele quer mesmo comer fast-food (maioria dos casos), seja para não virar a piada do grupo. Outro fator que também deve ser levado em conta é que é nessa fase juvenil que o corpo refaz a disposição de células acumuladoras de gordura. Por isso que muitas crianças que antes estavam acima do peso, ao entrarem na adolescência, podem ficar até magras de mais bem de repente. Mas isso pode se tornar algo ruim, pois, se a criança continuar comendo sempre “alimentos vazios” (sem bons valores nutricionais, apenas calóricos e gordurosos demais) sem limite algum, será muito mais difícil para emagrecer depois. Mas isso pode se tornar algo ruim, pois, se a criança continuar comendo sempre “alimentos vazios” (sem bons valores nutricionais, apenas calóricos e gordurososcalóricos
e gordurosos demais) sem limite algum, será muito mais difícil para emagrecer depois. Isso é algo muito ruim, pois muitas pessoas, principalmente meninas e adolescentes, que não conseguem emagrecer ficam insatisfeitas com seu corpo, o que causa nelas tristeza, baixa na auto- estima e as fazem ir atrás de dietas não confiáveis na internet que podem deixá-las ainda piores psicologicamente sem dar os resultados esperados. Os índices de obesidade infantil e adulta crescem exponencialmente no Brasil, o que é algo preocupante, pois a obesidade é uma doença séria e que não pode ser tratada como algo normal. Para se ter uma ideia, segundo a Organização Mundial da
Saúde, em 1975, havia 11 milhões de adolescentes obesos do Brasil. Em 2016, esse número já estava nos 124 milhões. Mas para ser justo, a culpa também não é só dos pais ou de más influências alimentares, afinal, a alimentação não serve apenas para nos alimentar, mas também para reunir amigos, passar o tempo com pessoas queridas, conhecer e passar por novas experiências e nos deixar mais felizes. Ela também não deve ser sempre encarada como algo chato, onde todos os alimentos que você gosta são considerados ruins e você tem sempre que comer coisas amargas e sem graça se quiser se alimentar bem, pois não é assim que tem que ser. Cada alimento possui características únicas e todos devem ser experimentados de acordo com sua vontade, a questão é apenas comê- los na quantidade certa. Por isso, deveriam existir também mais programas e campanhas que falassem sobre isso e até matérias escolares que teriam como objetivo explicar para os jovens a importância de uma boa alimentação, como aderi-la, etc. Æ
Do que o jovem mais se alimenta
Churrasco (17%)
Massas (28%)
Vegetarianismo (9%)
Fast-Food (21%)
Prato-Feito (20%)
Outros (5%)
Comportamento
Texto e Design: Texto e diagramação: Luiza Raquel Luiza Martins
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Comportamento
É
impossível negar que o vegetarianismo é algo que está sendo adepto cada vez mais em nossa sociedade, principalmente entre os jovens da geração Z. Isso se deve tanto ao fato da preocupação com o meio ambiente, preocupação contra a exploração de animais, ou quanto preferências pessoais. De acordo com pesquisas, grande parte das pessoas que querem virar adeptas ao vegetarianismo tem entre 18 e 25 anos. Mas, mesmo assim, é uma parcela pequena entre os vegetarianos, representando menos de 10% desse grupo. Isso se deve principalmente ao fato que muito jovens não têm sua independência e não podem escolher o que comer, tendo em vista que grande parte da população ainda tem um certo de preconceito contra esse estilo de alimentação. Outro problema enfrentado a jovens que querem começar a virar vegetarianos ou veganos é simplesmente encontrar onde comer. É claro que em grandes centros urbanos é muito mais fácil encontrar restaurantes com opções vegetarianas, mas é im-
portante lembrar que não podemos levar isso como realidade do país. 24% da população do país vive em capitais, mas ainda assim existem muitas pessoas fora delas, que não tem fácil acesso a um restaurante vegano ou vegetariano para almoçar. Também é importante levar em conta que grande parte da população do país ganha menos do que 2 salários mínimos, e, querendo ou não, a dieta vegetariana é um pouco mais cara do que uma alimentação com carne. Mesmo assim, muitos influencers falam por meio de suas redes sociais que pessoas que comem carne como vilões, como que eles fossem responsáveis a todos problemas ambientais do mundo. Sendo que, esse discurso, além de não chegar em pessoas pobres devido a falta de informação que chega a essas pessoas, faz outras pessoas se
afastarem do movimento, considerando veganos e vegetarianos pessoas chatas que querem impor seu estilo de vida sobre os outros e fazer os mesmos se sentirem mal e culpados. Apesar de todos os contras, o jovem demonstra acima de tudo a preocupação com o planeta e com os seres vivos e entra nesse movimento, o que é incentivado pelas redes sociais, influencers como Luísa Mell ou Louie Ponto, filmes, documentários, fazem os jovens se aproximarem cada vez mais do movimento. Se esse movimento continuar tomando força, a probabilidade de cada vez mais jovens se tornarem vegetarianos, mais estabelecimentos veganos ou vegetarianos e mais informações chegarem a classes mais baixas é mais provável. Æ
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Comportamento
A CULTURA Texto e diagramação: Luiza Martins
O
termo “indie” vem da abreviação da palavra “independent”, ou “independente” em português. No começo, o termo “Indie” foi criado para falar sobre tipos de artes, como músicas, roupas, jogos, que não tinham nenhum patrocínio por grandes empresas. Esse termo surgiu primeiramente na música, nos anos 80, nos EUA e na Inglaterra, a partir de bandas de rock e punk que começaram a gravar seus CDs de forma independente, como The Smiths, Sonic Youth e My Bloody Valentine. Em continuidade, nos anos 90, o movimento indie estourou com bandas como Pearl Jeam, Oasis, Blur e Nirvana, chamando atenção de
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grandes gravadoras e tornando assim as músicas que antes eram independentes, comercializáveis. Com esse sucesso das bandas indies, o termo “se perdeu” no conceito de serem artistas independentes e sem contratos com grandes gravadoras, tendo em vista que grandes nomes do indie atual, igual bandas como Arctic Monkeys, The Strokes, Muse, Radiohead, não pode serem consideradas independentes. Mas, como o movimento se transforma e adapta, atualmente o indie é considerado um movimento de artistas alternativos, que surgiram de forma independente, e não perderam suas raizes ao longo de seu crescimento. Atualmente, a música indie é
algo como um rock alternativo, se aproximando do pop, com influência do pós-punk. Mas o indie é algo muito amplo, sendo impossível rotular todos os tipos de música que há dentro dele. Mas, o indie não está presente só na música, e também está muito forte na comunidade gamer. Jogos indies normalmente são criados por uma pessoa ou por equipes pequenas, sem apoio financeiro de grandes desenvolvedoras de jogos eletrônicos, exatamente o contrário de jogos AAA, ou seja, jogos com os maiores orçamentos e níveis de promoção. Apesar de sua ascensão ter sido recentemente, nos últimos 5 anos, os jogos indies surgiram no começo dos anos 90 pela
“SOME PEOPLE ARE ARTISTS. SOME, THEMSELVES, ARE ART.” criação de vários softwares de criação de jogos, mesmo com poucos deles fazendo sucesso. Com esse crescimento, no ano de 1998, foi criado o Independent Games Festival (IGF), um festival de jogos independentes. A partir disso, os jogos indies começaram ganhar valor comercial, um exemplo disso é Minecraft (2009), fazendo com que hoje em dia jogos indies tenham uma comunidade muito grande dentro da própria comunidade gamer. Já no cinema, o termo “indie” normalmente é confundido pelo “cult”, que são filmes que estão às margens das convenções da indústria cinematográfica e que não recebem o devido conhecimento, que não se preocupam com a narrativa linear dos filmes hollywoodianos nem em agradar a cultura de massa. O filme cult não é necessariamente independente, por exemplo filmes do Tarantino, como Pulp Fiction e Laranja Mecâni-
ca, que são cults mas não independentes. Os filmes indies são feitos com pouca ou nenhuma interferência de grandes estúdios de cinema, com baixo orçamento, tem sua distribuição em poucas salas de cinema e normalmente lançados em festivais, com o seu crescimento, foi criado o Film Independent Spirit Awards, ou Prêmio Independent Spirit, uma premiação para filmes independentes. Mesmo com tantas vertentes e produções, o termo indie atualmente ainda não tem um significado sólido e definido, sendo o movimento indie algo pessoal, ser parte de uma cultura, sobre ter a sua singularidade. Ser indie é ser alguém que vai além do que os outros pensam e dos padrões impostos pela sociedade, é se expressar e seguir seus próprios instintos em uma forma de arte.
Comportamento
Thalles
girl in red
Cantor
Cantora
Plutão Já O Terno Banda Foi Planeta Banda
Gorogoa
Gris
Jogo
Jogo
Hollow Knight
Demônio de Neon
Jogo
Filme
Frances Rá
A Lagosta
Æ
Filme
Filme
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Mercado de Trabalho
A MULTIPLICIDADE DO
DESIGN
Texto e Diagramação: Pedro Galbe
ONDE O DESIGN PODE SER APLICADO Design Gráfico: É o mais famoso e conhecido dentre os tipos. É a área do Design que trabalha com projetos de comunicação visual, como embalagens, logos, cartazes e revistas. A estética se mostra de grande importância nesse ramo de Design, visto que, o profissional trabalha principalmente com imagens, textos e ilustrações, utilizando programas como o Photoshop e Illustrator. Design de Produtos O profissional desta área trabalha com o desenvolvimento e a melhoria de produtos, projetando em plataformas digitais esquemas em 3D e 2D de tal produto. Os produtos desenvolvidos por este profissional possuem uma ampla variedade, indo desde uma embalagem a um móvel. Design Digital Essa área do Design possui diversas variantes de acordo com o que é desenvolvido, desde sites, animações, softwares, entre muitos outros, os quais são feitos pelo Designer a fim de facilitar a experiência do usuário com aquele conteúdo. Remetendo à estética, esse profissional procura as melhores soluções dentro do meio em que está produzindo, podendo até quebrar limitações.
O
s termos “design” e “designer” têm se tornado bastante frequentes em nosso dia a dia. Ouve-se falar de “design gráfico”, “design de games”, “designer de interiores”, entre outros, no entanto são poucas as pessoas que realmente sabem o que esses termos significam e representam de verdade e, são ainda menos pessoas que percebem que este está presente em nossas vidas de várias formas, seja na produção audiovisual ou na resolução de problemas, sejam profissionais ou pessoais. Design não apresenta uma definição definitiva, mas de forma geral, pode-se relacionar o Design a um projeto. Um projeto que visa solucionar uma questão de forma criativa e que, por muitas vezes estar relacionado ao audiovisual, sejam imagens, vídeos ou ilustrações, é tido como sinônimo desses fatores, mas na realidade o foco do Design é, basicamente, resolver um problema, seja ele material ou não. Logo, a praticidade e o pragmatismo se mostram inerentes ao design, não se fixando apenas na estética. Como dito por Alexandre Wollner, um dos pioneiros do Design no Brasil, “Design é projeto, não ilustração. Capa de disco não é design, caixa de sabão em pó não é design. Se eu projetar a caixa para fazer com que o pó caia facilmente, isso é design. Mas pegar uma caixa quadrada ou retangular e pintá-la de vermelho e branco não é”. Por isso, pode-se dizer que o Design se originou nos primórdios da humanidade, quando o homem começou a produzir as primeiras ferramentas para auxiliá-lo no dia a dia. Devido a isso, dizer que “Design é desenho” é uma definição incompleta, não é uma definição errada, mas não é o suficiente para definir algo tão amplo como o Design. Por exemplo, o Design está
Imagem: Pixabay
O famoso design, que é confundido com desenho, é na verdade uma incessante caça pelas soluções desejadas presente na produção de produtos, na publicidade, na produção de vídeos, imagens e filmes, entre outras inúmeras áreas de nossas vidas, porém passam despercebidas aos nossos olhos na maioria dos casos, pois já estamos acostumados a vê-lo. Isso é perceptível nas palavras de Paul Rand, um designer, que em sua obra “Design, form and chaos” (1993) ao dizer: “Entender o significado do design é compreender os papéis que a forma e o conteúdo desempenham e perceber que o design também é comentário, opinião, ponto de vista e responsabilidade social. Criar um design é muito mais do que simplesmente montar, formatar ou mesmo editar; é acrescentar valor e significado, é iluminar, simplificar, esclarecer, modificar, dignificar, dramatizar, persuadir e talvez até mesmo entreter. Design, em inglês, é tanto um verbo como um substantivo. É o início e o fim, o processo e o produto da imaginação.” Designer X Design Mesmo que essa seja uma diferença simples, ainda vemos muitas pessoas se confundindo em relação à esses termos. A diferença é bem simples, Design é uma profissão, como arquitetura, engenharia, medicina, entre outras; já o Designer é o profissional que atua nessa área e faz com que o projeto atenda um objetivo. Tipos de Design Atualmente, o Design tem apresentado uma importância crescente em diversas áreas de nossas vidas e, devido a esse crescimento e expansão, este tem adquirido uma grande variedade de tipos, que se diferenciam, basicamente, com base na área em que atuam. Æ
Design de Interiores Toda a ambientação de um lugar é projetada por um designer desta área, por isso, este entra em bastante contato com arquitetos, engenheiros e pintores. Um designer de interiores define elementos como a iluminação.
Design de Games Esta é uma das áreas do Design que mais cresce, devido à grande relevância e abrangência que os jogos têm adquirido recentemente. O designer de games é o responsável por desenvolver jogos eletrônicos, participando de todas as etapas de sua produção, como o roteiro, cenários, modelagem e a linguagem multimídia, ou seja, a integração de som e imagem.
Design de Serviços O Designer de Serviços trabalha em projetar e planejar como o serviço chegará aos clientes, e como eles vão interagir com o serviço, para garantir que aquele serviço seja relevante para quem o usa e competitivo no mercado. Por isso esse profissional tem que estudar os perfis dos consumidores e seus comportamentos a fim de entregar a melhor experiência .
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Mercado de Trabalho
DO INSTAGRAM AO MERCADO DE TRABALHO
A
fotografia, criada em 1826 por Joseph Niépce, que chegou no Brasil em 1833 por Antoine Hercules Florence, é considerada atualmente como uma arte, como uma linguagem, como fonte histórica e até como terapia. Como todo tipo de arte, a fotografia vai muito além da estética e de um clique num botão. Igual todo tipo de arte, tem vários tipos, estilos, tecnicas e movimentos. Mas, a fotografia tem o seu diferencial. Atualmente, em uma cidade grande e globalizada como São Paulo, a maioria das pessoas anda com seus celulares no bolso, e, consequentemente, com câmeras. Isso faz com que a fotografia seja uma arte extremamente acessível e rápida, já que para registrar o momento, “basta apertar um botão”. Algumas pessoas, como Sebastião Salgado, um dos maiores fotógrafos da atualidade diz “As imagens de um celular têm uma qualidade incrível, mas não são fotografia. Fotografia
Texto e Diagramação: Luiza Martins
é algo que você toca, que guarda”, sendo essa opinião bem divergente do resto, já que a cada vez a fotografia pelo celular é explorada mais e ganha mais público, como se pode ver com redes sociais como o Instagram e cada vez um maior incentivo a essa arte. Esses fatores fazem com que a fotografia venha ganhando forças entre os jovens, tanto por ser algo fácil e rápido possível fazer no dia a dia, tanto pela ajuda do Instagram, já que a rede social é composta principalmente por fotos, o que faz com que muitos usuários acabem se interessando cada vez mais por fotografia e que esse mercado vem crescendo cada vez mais e com várias áreas de atuação, como fotografia social, de publicidade, de moda, fotojornalismo, entre outras. Pode se ver a crescente onda de autorretratos no instagram por contas como prazertom, carolinelinsph, luizclas, entre outros. Algo curioso sobre
isso, é que a venda de câmeras profissionais caiu significativamente, mas isso pode significar uma boa oportunidade aos fotógrafos profissionais. Para realmente conseguir um destaque na área, igual em todas as outras, o importante é a diferenciação e sua estética, tentar se diferenciar o máximo possível do resto. Com todos esses fatores, não é atoa que se investe muito nessa profissão, cursos e exposições gratuitas, vagas de trabalho entre outros, já que a fotografia faz parte da nossa sociedade atualmente.
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Primeira fotografia da história, tirada por Niépce em 1826.
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Mercado de Trabalho
a maior loja alternativa do brasil venha nos visitar na galeria do rock, em sÃo paulo, sp: av. sÃo joÃo, 439 - loja 219 – 1º andar – repÚblica ou em nosso site: www.lojareversa.com.br Nov/2019 Aesthetic 55
Mercado de Trabalho
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