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“A tua palavra era festa e alegria para o meu coração” (Jr
Desde a mais tenra infância a Palavra de Deus esteve presente na minha vida. Nasci numa família católica, do interior de Santa Catarina. Um povoado rural, onde todos se conhecem. Fui inserido nessa comunidade pelos meus pais e avó materna, fazendo nela toda a minha caminhada cristã. E foi ali que se gestou no íntimo do meu coração o desejo de ser padre.
Foram dezessete anos caminhando neste ambiente com muita festa e alegria. Pois eram nos momentos com a comunidade e a família que eu percebia o chamado de Deus. E em fevereiro de 2010 ingressei na casa de formação dos Missionários da Sagrada Família. Não perdendo de vista a inspiração inicial, a Palavra que sempre foi “festa e alegria”. Pois houveram vários momentos de crise, de dificuldade e de tomadas de decisões.
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Nestas decisões, a mais importante foi a de professar os votos perpétuos durante meu estágio missionário em Moçambique. Foram quatro anos inseridos no seio da mama África onde aprendi o verdadeiro significado de “festa e alegria”. Nas celebrações dos sacramentos ou nas celebrações do tempo comum, o sorriso, as danças e os cantos, manifestavam a presença de Deus na vida daquele povo. Passei a enxergar Deus nas coisas mais simples do cotidiano. Percebi que a Palavra se faz ser ouvida através da boca dos mais pequenos e humildes. Ah! Quanto amor. Ah! Quanta festa.
Por causa de toda essa trajetória decidi tomar por lema de ordenação diaconal o versículo de Jeremias, “a tua palavra era festa e alegria para o meu coração” (15,16). Pois percebi que a palavra de Deus e a Palavra encarnada sempre estiveram no meu percurso vocacional. Quantas e quantas vezes ouvi alguém dizer que estava rezando por mim. Outros tantos, me diziam, coragem você vai passar por essa fase turbulenta.
É por isso que no ministério diaconal quero anunciar a alegria e o amor da palavra de Deus. Fazendo com que, quem ouça a Palavra, sinta em seu coração a festa e a alegria, de estar na presença de Deus. Deste Deus que é Amor.
Sou o Pe. Guilherme Ferreira Souza, Missionário da Sagrada Família. Fui ordenado presbítero no dia 01 de julho de 2022, na paróquia São Sebastião, em Taiobeiras-MG, minha terra natal. O meu chamado vocacional foi alimentado desde criança pela família, pelos freis franciscanos e pela comunidade de fé. Me recordo que, quando criança, eu participava sempre da missa dominical com meus familiares. Ficava atento aos gestos e palavras do padre. A alegria das celebrações contagiava a todos. Além disso, meus tios eram ministros extraordinários da sagrada comunhão na comunidade. Por este motivo, eles acompanhavam os padres para as comunidades rurais da paróquia. Muitas vezes me levavam também. Estas experiências de fé na comunidade foram despertando dentro de mim o desejo de também servir a Igreja como missionário.
No período de catequese para os sacramentos da eucaristia e crisma, meus catequistas foram verdadeiros animadores vocacionais. Toda vocação nasce na comunidade, é sustentada por ela, para estar a seu serviço. Ao concluir o ensino médio em 2011, procurei os padres da minha comunidade para saber mais sobre o processo vocacional. Naquele ano já estavam presentes em Taiobeiras os Missionários da Sagrada Família. Eles me acolheram com alegria, me falaram sobre a congregação, o Pe. Berthier, o carisma e a missão. No ano seguinte, ingressei no seminário em Montes Claros-MG, onde realizei o aspirantado e postulantado. Em 2016, fiz meu noviciado em Santiago, no Chile, onde também professei os meus primeiros votos religiosos de pobreza, obediência e castidade. De 2017 a 2019 foi a etapa do juniorado, em Belo Horizonte-MG.
No ano seguinte, iniciei a experiência pastoral na paróquia Sagrada Família, em Januária-MG. Um momento muito importante de viver com o povo de Deus. Lá, professei os votos perpétuos e recebi o ministério diaconal. No início deste ano acolhi uma nova missão, agora na paróquia São Gonçalo, na cidade de Francisco Sá-MG. Para iluminar a minha vida ministerial e missionária, escolhi a frase “o que eu fiz por vós, fazei-o vós também” (Jo 13, 15). Trata-se da frase dita por Jesus, ao final da última ceia, depois de ter lavado os pés dos discípulos. Ser missionário é estar a serviço do povo de Deus, especialmente dos pobres e pequenos. É buscar fazer ao nosso próximo o que Jesus fez pelos seus e por nós. Rezemos pelas vocações em nossas famílias e comunidades, pedindo ao Senhor da messe que envie trabalhadores missionários para a colheita.